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Teste Muscular

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SAÚDE DO NORTE

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE DO VALE DO SOUSA

LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA - 1º ANO

F.N.M.E. II
TESTE MUSCULAR

DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
GANDRA
Março 2020

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Teste Muscular

AVALIAÇÃO MANUAL DA
FORÇA MUSCULAR

Elaborado pela:

Ft. Gabriela Brochado

1999

Com a colaboração:
Ft. António Longras e Ft. Paulo Carvalho

Revisto no Ano letivo de 2007/2008 pelo corpo docente de MTF II


(Elisa Petiz, Paula Rocha, Ana Rita Cruz, Francisco Pinho, Nuno Nogueira)

Revisto no Ano letivo de 2015/2016 pela regente da Unidade Curricular de FNME II


(Paula Rocha)

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Teste Muscular

TESTE MUSCULAR

DEFINIÇÃO: Teste Muscular é o processo de determinar a capacidade que o paciente


possui para ativar os seus músculos esqueléticos.

OBJETIVOS DO TESTE MUSCULAR

1. Servir como base para a reeducação muscular;


2. Servir como elemento determinante do grau de atividade que se vai permitir ao
paciente;
3. Contribuir como um dos fatores primordiais na prescrição de aparelhos ortopédicos;
4. Auxiliar na formulação do prognóstico.

CONDIÇÕES ESSENCIAIS AO TESTE MUSCULAR:

Para se estudar o Teste Muscular é fundamental:


1. Ter um conhecimento detalhado da Anatomia Descritiva e da Anatomia Funcional;
2. Saber qual a força e a aparência normal de cada músculo e dos diversos grupos
musculares;
3. Saber explicar em linguagem acessível ao paciente, aquilo que dele se pretende.

TERMINOLOGIA
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Teste Muscular

Amplitude de Movimento – Amplitude através da qual se desloca o segmento


considerado.
Vai da posição neutra à posição extrema do movimento.

Amplitude de Teste – Amplitude estabelecida para o teste específico de um músculo


específico. Não corresponde necessariamente à amplitude de movimento.

Amplitude de Estiramento – Amplitude percorrida, desde a máxima posição oposta


ao movimento considerado, até à posição neutra.
NOTA: Utiliza-se a amplitude de estiramento para a determinação dos graus de teste fraco daqueles
músculos em relação aos quais:
• não há possibilidade de eliminar a ação da gravidade no segmento ativado por esse músculo, e/ou,
• não existe região de palpação, devido ao músculo estar situado muito profundamente, ou devido a
essa região de palpação ser múltipla.

Teste fraco – teste feito com a gravidade minimizada. Os graus obtidos em teste fraco
vão de Zero (0) a Pobre (2/P).

Teste Forte – teste feito contra a gravidade. Os graus obtidos em teste forte vão de
Pobre mais (2+/P+) a Normal (5/N).

Palpação – é o processo manual que o terapeuta utiliza para sentir a contracção do


músculo em teste.

Resistência – é uma força externa aplicada pelo terapeuta, no segmento considerado,


em direcção oposta à do movimento executado pelo músculo.

GRAUS DE FORÇA MUSCULAR MÉTODOS DE GRADUAÇÃO

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Graus não funcionais - Zero (0) 0% 0


Ténue (T) 10% 1 5
Pobre menos (P-) 2-
Pobre (P) 20% 2 4
Pobre mais (P+) 2+
Funcional menos (F-) 3-
Graus Funcionais – Funcional (F) 50% 3 3
Funcional mais (F+) 3+
Bom menos (B-) 4-
Bom (B) 75% -80% 4 2
Bom mais (B+) 4+
Normal (N) 100% 5 1

Todos os graus inferiores a “funcional” devem ser escritos a vermelho. Os graus a partir de “funcional”
são escritos a preto.
EXCEPÇÃO - escrevem-se a vermelho todos os graus obtidos na posição de deitado, para o teste dos
músculos Grande Dorsal e Gémeos, e o máximo grau que se pode atribuir é Bom (B).

Graus não funcionais Graus funcionais

0 1 2- 2 2+ 3- 3 3+ 4- 4 4+ 5

Graus de teste fraco Graus de teste forte

Os diversos graus de teste muscular podem ser determinados:


1 – Através do movimento:
a) a partir da posição inicial de teste num arco determinado para o músculo em teste;
b) a partir da posição de estiramento em direção à posição neutra;
2 – Por palpação.

DEFINIÇÃO DE GRAUS DE TESTE MUSCULAR

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Teste Muscular

Teste fraco – a gravidade está minimizada

• Zero (0) – ausência de contração

• Ténue (T) → 1
I
a) contração muscular sem movimento aparente do segmento.
b) o segmento inicia o movimento em direção à posição neutra.
II
o terapeuta sente uma ligeira tensão na altura em que o músculo se contrai, ou o
relaxamento que se segue a essa contração.

• Pobre menos (P-) → 2-


I
a) o segmento desloca-se a partir da posição neutra, através de metade da
amplitude de teste.
b) o segmento desloca-se metade da distância que vai da posição de estiramento à
posição neutra.
II
contração definida mas ligeira.

• Pobre (P) → 2
I
a) o segmento desloca-se a partir da posição neutra através de toda a amplitude
teste.
b) o segmento desloca-se desde a posição de estiramento até à posição neutra.
II
há uma contração firme que pode ser sentida na direcção das fibras musculares.

Teste forte – contra a gravidade

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• Pobre mais (P+) → 2+


o segmento desloca-se, a partir da posição neutra, através de um terço da
amplitude de teste.

• Funcional menos (F-) → 3-


o segmento completa 2/3 da amplitude de teste.

• Funcional (F) → 3
o segmento completa a amplitude de teste.

• Funcional mais (F+) → 3+


depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência
mínima.

• Bom menos (B-) → 4-


depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência entre
mínima e moderada.

• Bom (B) → 4
depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência
moderada.

• Bom mais (B+)→ 4+


depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência entre
moderada e máxima.

• Normal (N) → 5
depois de completa a amplitude de teste, o segmento aguenta uma resistência
máxima.

SISTEMA DE GRADUAÇÃO adotado neste módulo

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A graduação do teste muscular é atribuída numericamente numa escala de (0), que


representa a ausência de atividade, até (5), que representa “normal”, ou a melhor
resposta possível ao teste. A graduação representa a performance de todos os
músculos no movimento em teste. A escala de 0 a 5 é o sistema mais adoptado.
A cada grau pode ser atribuído uma descrição qualitativa da performance dos músculos
(Tabela 1). Estes termos qualitativos, quando registados, são representados
numericamente numa escala.

Escala numérica Escala qualitativa


5 Normal (N)
4 Bom (B)
3 Suficiente (S)
2 Insuficiente(I)
1 Actividade ténue(AT)
0 Zero (inactividade) (0)

Tabela 1 – Escala numérica e qualitativa

Estes valores são baseados em vários fatores dos testes e as suas respetivas respostas.

“The break” teste

O termo “resistência” é sempre utilizado para denotar a força aplicada em oposição ao


movimento realizado pela contração do músculo em teste. A resistência manual deverá
ser aplicada sempre na direção da componente rotatória biomecânica da ação
muscular. No final da amplitude de movimento disponível, ou num ponto da amplitude
de movimento onde o músculo exerce mais força (normalmente no arco intermédio
onde a componente de força rotatória é máxima), é pedido ao paciente para
“segurar”/”aguentar, o segmento de forma a não se deixar vencer pela resistência
aplicada pelo examinador. Por exemplo, é pedido a um indivíduo na posição de
sentado para realizar flexão do cotovelo até ao máximo de amplitude de movimento;
quando essa amplitude é atingida, o examinador aplica uma resistência no terço inferior
do antebraço no sentido da extensão, tentado assim sobrepor-se á força de flexão do
paciente. Este teste é designado de “break test”, e é o procedimento mais utilizado no
teste muscular manual nos dias de hoje.

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Como procedimento alternativo, é recomendado que o examinador coloque o segmento


em teste na posição final de amplitude de movimento disponível, em vez de ser o
paciente a realizá-lo ativamente. Neste procedimento, o examinador garante o correto
posicionamento e estabilização do teste.

Teste de resistência ativa

Uma alternativa ao “break test”, é a aplicação de uma resistência manual contrariando


a contração ativa do grupo de músculos em teste (i.e., contrariando o sentido do
movimento como que impedindo esse movimento). Isto pode-se designar como teste
de resistência ativa. Durante o movimento, o examinador gradualmente aumenta a
resistência manual aplicada, até atingir o nível máximo de tolerância do paciente,
cessando o movimento. Este tipo de teste muscular requer um nível considerável de
experiência técnica, e devido à sua relatividade não é tão aconselhável a sua
utilização.

APLICAÇÃO DA RESISTÊNCIA:

Os princípios de teste muscular manual aqui representados e em todas as publicações


desde 1921, seguem os mesmos princípios de relação tensão-contração muscular,
assim como a biomecânica articular. Por exemplo, no caso do bicípite braquial, quando
o cotovelo está em extensão, a componente rotatória do bicípite é nula; este fenómeno
vai-se alternando quando o cotovelo inicia a flexão, atingindo a componente máxima
aos 90º (vantagem mecânica), no entanto continuando a flexão do cotovelo, a
componente rotatória de força vai diminuindo, colocando assim menor capacidade de
força e eficiência do músculo. (Fig.1)

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Ft

Fc Fr=Ft
Fc= Ft Fr

Fig. 1 - Alavancas biomecânicas exemplificativas do músculo bicípite braquial. 1º) A força


realizada pelo músculo (Ft) é totalmente gerida sob a forma de compressão (Fc) articular não
havendo movimento; 2º) À medida que se inicia a flexão do cotovelo, forma-se uma
componente rotatória (Fr), diminuindo assim a componente compressiva (Fc); 3º) A força
totalizada pelo músculo é plenamente rotatória (Ft=Fr), diz-se que o músculo apresenta
vantagem mecânica nesta posição.

No teste muscular manual, a aplicação da força externa (resistência) no final da


amplitude de movimento dos músculos mono-articulares favorece a consistência de
procedimentos, em vez da tentativa de seleção da posição intermédia. Nos músculos
bi-articulares (p.e. isquio-tibiais), o ponto de resistência máxima geralmente aproxima-
se da amplitude intermédia.
A resistência deverá ser aplicada na extremidade ou região distal do segmento de
inserção do músculo. Existem duas exceções comuns a esta regra: os abdutores da
anca e os músculos escapulares. No teste dos abdutores da anca, a resistência deveria
ser aplicada na extremidade distal do fémur imediatamente superior ao joelho. Os
músculos abdutores são bastante fortes, no entanto, a maioria dos examinadores,

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Teste Muscular

quando testam um paciente com integridade e força normais no joelho, optam por
aplicar a resistência na região do tornozelo. O facto de aumentar a alavanca de
resistência, faz com que o nível de exigência de força por parte dos abdutores também
aumente, indicando assim maior funcionalidade deste grupo muscular, requerida por
exemplo no ciclo de marcha. No entanto, se o paciente não suporta uma resistência
máxima aplicada no tornozelo, não deverá ser graduado com GRAU 5. Num paciente
com instabilidade no joelho, a resistência aplicada nos abdutores da anca deverá ser
aplicada na extremidade distal do fémur. Quando se utiliza uma alavanca menor, os
abdutores da anca não deverão ser graduados com mais que GRAU 4, mesmo que
suportem uma resistência máxima.
Um exemplo de teste muscular com uma alavanca curta, ocorre quando o paciente fez
uma amputação transfemural, onde o grau atribuído, mesmo que suporte uma
resistência máxima, é o GRAU 4. Isto deve-se à perda do peso da perna e é
particularmente importante quando o examinador está a avaliar o paciente para a
aplicação da prótese. A força muscular disponível não deve ser sobrestimada na
previsão da funcionalidade do paciente para usar a prótese.
Outras exceções à regra geral da aplicação da resistência na extremidade distal do
segmento, incluem contra-indicações como situações dolorosas ou lesões especificas
nas regiões onde supostamente se aplicaria a resistência.
A aplicação da resistência não deverá ser súbita ou insuficiente. O examinador deverá
aplicar a resistência de uma forma lenta e gradual, permitindo criar uma intensidade de
tolerância máxima. Os pontos críticos do teste muscular consistem na localização e
consistência da resistência nos vários testes (O examinador mais inexperiente deve
registar o ponto de resistência quando utiliza uma variação do teste típico).
O examinador deve também entender que o peso do membro influenciado pela
gravidade faz parte das respostas aos testes. Quando o músculo contrai na direção
paralela à linha da gravidade, é denotado como “gravidade mínima” (Gm). É sugerido
que o termo comum “gravidade eliminada” seja evitado visto que naturalmente isso
nunca ocorre com exceção do ambiente zero-gravidade. Em vez disso, a força
muscular é avaliada quando a fraqueza é testada num plano horizontal na direção da
gravidade; a região corporal é suportada numa superfície plana para que a força de
atrito seja mínima (GRAU 2, 1 e 0). Para músculos mais fortes que completam a

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Teste Muscular

amplitude de movimento proposta no teste, na direção contra a gravidade (GRAU 3), a


resistência é aplicada perpendicularmente á linha da gravidade (GRAUS 4 e 5).

Graduação do teste muscular por parte do examinador:


O conhecimento e técnica do examinador determina a sensibilidade do teste muscular
manual. Existem aspetos específicos, onde se incluem algumas qualidades como:
Conhecimento da localização anatómica dos músculos em teste. Adicionalmente ao
conhecimento das origens e inserções, o examinador deverá ter a capacidade de
visualizar a localização do tendão e ventre muscular associado a outros tendões e
músculos ou ainda outras estruturas situadas na mesma região (ex. o tendão do longo
extensor radial do carpo localiza-se muito próximo do tendão do curto extensor radial
do carpo).
Conhecimento da direção das fibras musculares e da sua linha de força.
Conhecimento da função e participação de cada músculo (sinergistas, acessórios).
Utilização standardizada da metodologia utilizada para cada teste.
Consistência no posicionamento e estabilização para cada teste. A estabilização do
segmento proximal da articulação a ser testada é assegurada de várias formas. Esta
variabilidade está presente no posicionamento do paciente, no uso de uma superfície
firme para o teste, na atividade muscular do paciente e na fixação manual do
examinador.
Capacidade de identificar padrões de substituição num dado teste, analisando de que
forma outros músculos poderão substituir o músculo em teste.
Capacidade de detetar atividade contráctil durante a contração e o relaxamento,
especialmente em músculos de pequenas dimensões.
Sensibilidade para identificar a capacidade do músculo a ser testado comparativamente
ao lado contralateral.
Sensibilidade para desvios dos valores normais de amplitude de movimento para cada
articulação aquando da presença de laxidez ou deformação articular.
Compreender que o ventre muscular não deverá ser sujeito a qualquer tipo de pressão
exagerada durante o teste, exceto para melhorar a acessibilidade à massa muscular.
Capacidade para identificar músculos com a mesma enervação, que garantirá a
compreensão da avaliação e precisão da interpretação dos resultados do teste (devido

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à fraqueza de um músculo que pertence a um miótomo, dever-se-á realizar a avaliação


de todos os músculos desse mesmo miótomo).
Conhecer a relação entre o diagnóstico e a sequência, determinando assim a extensão
dos testes a realizar (ex. Um paciente com lesão medular completa no nível C7 -
tetraplegia - necessitará de testes definitivos no membro superior e só testes
confirmativos nos membros inferiores).
Capacidade para alteração dos procedimentos do teste quando necessário, e
compreender a influência dessas alterações na modificação dos resultados.
Conhecimento do efeito de fadiga, especialmente nos músculos testados após uma
longa sessão de testes. A sensibilidade para a fadiga em determinadas condições de
diagnóstico, nomeadamente na miastenia grave ou sindroma de Eaton-Lambert.
Compreender os efeitos da perda de sensibilidade e do movimento.
Anotar qualquer deformidade, limitação de movimento, espasticidade, tremor, etc., que
limite uma técnica de teste muscular.
O examinador poderá também inadvertidamente influenciar os resultados do teste.
Deverá então estar especialmente alertado quando está a testar em determinadas
condições como:
Um paciente com feridas abertas ou outras condições que requerem a utilização de
luvas, que retirarão naturalmente sensibilidade ao examinador.
Um paciente que tem de ser avaliado sob condições complicadas, como numa unidade
de cuidados intensivos ligado a vários tubos e monitores, sob tração, quando
mudanças de decúbito sejam contra-indicadas, ligado a um ventilador ou em cadeira de
rodas.
O examinador sem experiência deverá evitar cair na tentação de usar “atalhos”, de
forma a tornar os testes pessoais e cada vez mais inexatos. Um erro comum do
examinador inexperiente é graduar um músculo numa posição de teste forte, para o
qual o paciente não conseguiria realizar na posição de teste requerida para graus
menores.
Por exemplo, quando se testa a flexão do tronco, e o paciente só descola parcialmente
a escápula da marquesa com as mãos cruzadas atrás da cabeça (posição para o
GRAU 5 do teste), existe a tentação de graduar com GRAU 4, sobrevalorizando a força

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real dos flexores do tronco, a não ser, que o paciente tenha sido realmente testado com
flexão do tronco com os braços cruzados ao peito para confirmar o GRAU 4.
O bom terapeuta nunca ignora os comentários do paciente e tem de ser um bom
ouvinte, não só para as questões, como também para os termos utilizados e seus
significados. Esta qualidade é o melhor princípio para uma boa comunicação,
compreensão e respeito entre o terapeuta e o paciente. O paciente é o melhor guia
para o teste muscular bem sucedido.

VARIAÇÃO POPULACIONAL:
A maior parte dos estudos referentes ao teste muscular são realizados em indivíduos
adultos normais, em subpopulações específicas como atletas, pessoas sedentárias ou
adultos seniores. As crianças permanecem na sua própria categoria. Enquanto alguns
defendem que com esta grande variabilidade, é necessário modificar os procedimentos
de graduação mas não as técnicas de teste, outros dizem que a graduação deveria ser
consistente relativamente aos valores standard dos indivíduos adultos. No entanto, este
processo necessita da total compreensão de que uma mulher com 80 anos terá muito
menor graduação que uma de 30 anos; que um atleta de alta competição poderá
sobrepor-se à própria escala contrariamente aos indivíduos sedentários. O GRAU 4
numa criança de 10 anos será muito diferente do mesmo GRAU num adulto jovem de
18 anos.

VALIDADE E FIABILIDADE DESCRITAS NA LITERATURA:


O teste muscular é bastante utilizado como uma ferramenta na fisioterapia, tendo vindo
a desenvolver-se desde a epidemia de poliomielite na Nova Inglaterra após a II guerra
mundial. O seu desenvolvimento deveu-se a Wilhelmine Wright (nos dias de hoje
poderíamos chamar de fisioterapeuta), que trabalhou com o cirurgião ortopedista
Robert Lovett. As técnicas por ela utilizadas para testar músculos não são tão
radicalmente diferentes da atualidade, apenas mais refinadas e específicas.
As primeiras medições estatísticas aplicadas sistematicamente ao teste muscular
manual, só ocorreram depois da II guerra mundial, quando foram utilizadas para o
diagnóstico ou avaliação da severidade da poliomielite. A triagem nos campos das
gamaglobulinas foi realizada em 1952, seguido de triagens mais elaboradas em 1955 e

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Teste Muscular

1956 onde foi utilizada na administração da vacina de Salk. Estas avaliações do


subjetivo teste muscular manual foram bastante positivas, demonstrando que na
realidade se testava a força e torque (validade). Os músculos que pareciam atrofiados
foram comparados com testes funcionais (como a marcha), parecendo a correlação
muito menor. Estes testes foram realizados antes da existência dos dinamómetros,
mas a validade era suficientemente boa para que o teste muscular continuasse a ser
usado, pelo menos por mais 90 anos, depois destes testes serem realizados.
Os resultados destas teses preliminares foram impressionantes. Mostraram a
importância da experiência dos examinadores, assim como o treino dos examinadores
para a standardização dos procedimentos. Os resultados revelaram diferenças
pequenas entre examinadores experientes, e uma grande diferença entre os
examinadores experientes e os noviços. Muitos estudos se seguiram, mostrando uma
grande validade mas muitas diferenças na fiabilidade.
Uma vez que o teste muscular manual é subjetivo, a aceitabilidade convencional da
fiabilidade é que entre examinadores e na sucessão de vários testes com o mesmo
examinador, os resultados devem estar compreendidos em meio grau (ou entre mais
ou menos meio grau do grau base). Outros sustentam que dentro do mesmo grau
poder-se-á dar grau menos ou mais.
A fiabilidade aumenta com a utilização do mesmo procedimento de teste (para um ou
vários examinadores), dando instruções claras ao indivíduo, e em ambiente calmo e
confortável para a realização dos testes.
Depois dos anos da poliomielite, alguns estudos reportam que os graus de força
muscular são congruentes 50% das vezes; graus com mais ou menos do grau base
são congruentes 66% das vezes; e 90% das vezes foram idênticos dentro de um grau
num teste completo.
Nos músculos com grau inferior a 3, a fiabilidade diminui. Outros estudos apontam para
as diferenças entre as técnicas que podem contar com uma fraca fiabilidade. No GRAU
4, os músculos apresentam variações consideráveis devido às diferentes
interpretações por parte dos examinadores: em grupos musculares pequenos, a força
relativa do examinador pode não ter exatidão discriminativa (p.e. entre os lumbricóides
e os flexores ou extensores do punho). Como convencionado inicialmente, a fiabilidade
é afetada pela experiência dos examinadores como foi mostrado nas triagens em 1950.

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Teste Muscular

Tanto nas triagens das gamaglobulinas e polio, todos os examinadores eram


experientes e também treinados para os mesmos procedimentos nos testes específicos
usados. Desde que 38 fisioterapeutas e um pequeno número de enfermeiras e médicos
realizaram a avaliação muscular ao longo do país, a reprodutibilidade entre os
examinadores foi um fator crítico. Este foi de facto um fator definitivo para a aprovação
da eficácia da vacina de Salk.
Quando os instrutores e examinadores foram comparados numa variedade de
combinações, acordaram com os graus 95% das vezes. Blair mostrou resultados
similares em 1957 depois das triagens para a vacina de Salk. No mesmo período
cronológico, Williams mostrou que os examinadores estavam de acordo 60 a 75% das
vezes relativamente ao grau a atribuir. Nos anos 60, Iddings mostrou resultados
relativos à graduação, numa análise inter-observador e intra-observador, onde 48% das
vezes os examinadores estavam de acordo, e 91% das vezes com os graus mais e
menos. Surpreendentemente, no estudo de Iddings, os procedimentos dos testes entre
os examinadores não eram homogéneos.
Nos anos 80 e 90, investigadores usaram análise estatística para interpretar dados de
estudos voltados para a experiência dos examinadores; comparação entre os
procedimentos dos testes e sua standardização; influência da fraqueza muscular no
grau atribuído (ex. testes bons e testes abaixo de grau 3); e a fiabilidade entre a
performance intra-observador e inter-observador. Na maior parte dos testes, a
fiabilidade foi aceitável para estes testes subjetivos.
O problema da fiabilidade no teste muscular manual não desapareceu, mas o teste
muscular manual não foi substituído pela dinamometria, que ainda tem de ultrapassar
alguns problemas que aguardam solução. É necessário mais trabalho para resolução
dos problemas encontrados no teste em Grau 4 e abaixo do grau 3. Os examinadores,
principalmente os mais inexperientes, têm de ter precauções nos procedimentos e
serem rigorosos na standardização dos seus métodos.
Apesar dos múltiplos assuntos e problemas inerentes ao teste muscular manual, tanto
a validade como a fiabilidade são satisfatórias para uso clínico, e nunca serão
“perfeitos” devido á subjetividade da medição.

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Teste Muscular

INFLUÊNCIA DO PACIENTE NOS TESTES:


A intrusão de um ser vivo, que respira e sente no teste muscular poderá distorcer o
score do teste para um examinador menos experiente, pelo que este deverá ter em
atenção alguns aspetos como:
- Poderão existir variações na avaliação do esforço exercido pelo paciente (refletindo a
intenção do paciente realizar corretamente o teste ou tentar mostrar um estado mais
favorável que o real);
- A forma de “lidar” com a dor poderá variar de paciente para paciente (p.e. nos
desportistas de alta competição);
- A capacidade do paciente entender pormenorizadamente o teste poderá variar devido
a possíveis barreiras linguísticas ou de compreensão;
- As capacidades motoras necessárias poderão estar para além das de alguns
pacientes;
- A fadiga e a depressão poderão influenciar o paciente no sentido da desmotivação
para a execução do teste;
- As divergências culturais, sociais e a própria idade poderão influenciar o
comportamento do paciente no que diz respeito à exposição corporal ou mesmo à
palpação;
- Existem enormes variações da força máxima entre músculos tão distintos como o
quadricípite e o extensor radial do carpo pelo que o examinador deverá ter consistência
no score relativamente à arquitetura do músculo.

CRITÉRIOS DA GRADUAÇÃO NO TESTE MUSCULAR


Os graus atribuídos no teste muscular manual compreendem fatores tanto objetivos
como subjetivos. Como fatores subjetivos temos a discrepância entre a resistência que
o examinador pretende efetuar no teste e a resistência que realmente o paciente tolera.
Como fatores objetivos, incluímos a capacidade do paciente completar a amplitude de
movimento articular ou a capacidade para manter um determinado segmento corporal
numa posição quando lhe é pedido, a capacidade para movimentar um segmento
contra a gravidade ou a incapacidade total de mover um segmento. Todos estes fatores
requerem uma análise clínica, o que torna o teste muscular numa fascinante

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Teste Muscular

ferramenta que requer alguma experiência para o seu domínio ideal. A precisão de
graduação no teste muscular é muito importante não só para a criação de um
diagnóstico funcional, mas também para análise longitudinal do progresso da
reabilitação do paciente.

GRAU 5 (NORMAL)
A vasta gama de performance muscular “normal” leva a uma considerável
subestimação das capacidades musculares. Se o examinador não tiver experiência na
avaliação de indivíduos sem doença ou lesão, é pouco provável que realize um
julgamento real do que é “Normal” e quanto a normalidade pode variar. Geralmente, um
estudante de fisioterapia aprende as técnicas de teste muscular praticando nas aulas,
no entanto apenas lhe dará uma experiência mínima comparativamente à técnica
necessária para uma avaliação efetiva. Deverá ser reconhecido, por exemplo, que a
média dos fisioterapeutas não deverá “quebrar” a extensão do joelho a um indivíduo
jovem e magro, mesmo estabilizando o membro inferior. Esta e outras observações
similares derivam de comparações objetivas da performance de movimento adquiridas,
medindo a quantidade de resistência dada, e testando posteriormente a capacidade
máxima de força do grupo muscular no dinamómetro isocinético.
O examinador deverá testar músculos normais sempre que possível, especialmente
quando testa o membro contralateral em pacientes com problemas unilaterais. Em
quase todas as situações, quando o examinador não consegue quebrar a posição de
sustentação do paciente é atribuído um grau 5. Este score deve ser acompanhado da
habilidade do paciente completar a amplitude de movimento ou manutenção na posição
de amplitude de movimento máxima contra máxima resistência.

GRAU 4 (BOM)
O grau 4 representa a verdadeira fraqueza na metodologia de teste muscular manual.
Sharrard contou os alfa-motoneurónios na espinal medula de vítimas de poliomielite no
momento da autópsia. Correlacionou os graus de teste muscular registados, com o
número de motoneurónios mantidos nos cornos anteriores da medula. Estes dados
revelaram que mais de 50% dos motoneurónios do grupo muscular estavam ausentes
aquando da atribuição de um grau 4. Ainda, quando o músculo consegue aguentar-se

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Teste Muscular

consideravelmente mas ligeiramente menos que na resistência normal, já está privado


pelo menos de metade da sua enervação.
O grau 4 é utilizado para classificar um grupo muscular que consegue completar a
amplitude de movimento contra a gravidade e aguentar uma resistência moderada.
Quando a resistência máxima claramente resulta numa quebra da posição de teste, é
atribuído grau 4 ao músculo.

GRAU 3 (SUFICIENTE)
O teste de grau 3 é baseado num objetivo de medição. O músculo ou grupo muscular
consegue completar a amplitude de movimento contra a ação da gravidade. Se o
músculo testado conseguir completar a amplitude de movimento, no entanto, uma
resistência adicional quebrar a movimento, é atribuído um grau 3.
Sharrard citou que numa autópsia, em indivíduos classificados com grau 3,
apresentavam uma perda de 85% dos motoneurónios responsáveis pela enervação
dos mesmos músculos.
Medições diretas, demonstraram que o nível de força no grau 3 é normalmente baixo,
de forma que há uma maior perda funcional entre os graus 3 e 5, que entre os 3 e 1.
Beasley estudou crianças com idades entre os 10 e os 12 anos que apresentavam grau
3 em 36 testes musculares e reportou que estas não apresentavam mais de 40% de
força normal (um movimento), os restantes estando 30% abaixo da força normal e a
maioria falhou entre os 5 e os 20% do normal. O grau 3 representa o ponto inicial de
funcionalidade para cada movimento testado, indicando que o músculo ou músculos
conseguem alcançar a função mínima de mover um segmento pela amplitude total de
movimento contra a ação da gravidade. Apesar desta capacidade ser significativa para
o membro superior, apresenta muitas limitações nos membros inferiores, uma vez que
os músculos são necessários em tarefas como a manutenção da posição ortostática e
a marcha, particularmente músculos como os adutores da anca e os flexores plantares.
O examinador deverá ter a certeza que um músculo classificado com o grau 3 não
deverá estar na posição de close-packed-position durante o teste (p.e. close-packed-
position do cotovelo em extensão).

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GRAU 2 (POBRE)
O grau 2 é atribuído quando um músculo consegue completar a máxima amplitude de
movimento, no entanto numa posição que minimize a ação da gravidade. A posição é
usualmente descrita como o plano horizontal de movimento.

GRAU 1 (Ténue)
No grau 1, o examinador consegue detetar visualmente ou por palpação alguma
atividade contráctil num ou em vários músculos que contribuem para o movimento a ser
testado (se o músculo for suficientemente superficial para ser palpado). O examinador
deverá ser também capaz de ver ou sentir a tensão dum tendão aquando da tentativa
do paciente de realizar o teste. Não existe no entanto qualquer movimento do
segmento, em resultado da atividade mínima contrátil muscular.
O músculo com grau 1 consegue ser detetado com o paciente praticamente em
qualquer posição. Quando há suspeitas de um músculo grau 1, o examinador deverá
mover passivamente o segmento para a posição de teste e pedir ao paciente para
sustentar a mesma posição e a seguir relaxar; isto possibilitará ao examinador palpar o
músculo ou tendão, ou ambos, durante a tentativa de contrair e de relaxar do paciente.

GRAU 0 (ZERO)
O músculo classificado com grau zero não apresenta qualquer atividade à palpação
bem como à visualização.

GRAU MAIS (+) E MENOS (-)


O uso adicional do mais (+) ou menos (-) no teste muscular é desencorajado excepto
em três situações: 3(+), 2(+) e 2(-). A utilização destes graus pode ser descrito na
bibliografia como uma melhoria ou deterioração de um dado grau de teste muscular. O
propósito de evitar o uso destes graus advém do facto de restringir a variabilidade da
graduação do teste muscular manual para aqueles graus que são insignificativos.

O GRAU 3+

20
Teste Muscular

O músculo com grau 3+ consegue completar a amplitude total de movimento contra a


ação da gravidade, e o paciente consegue sustentar a posição de final de amplitude
com uma resistência mínima. Existem implicações funcionais associadas a este grau.
Por exemplo, o paciente com fraqueza muscular nos extensores do punho com grau 3
não pode utilizar efetivamente uma ortótese punho-mão; no entanto um paciente com
grau 3+ poderá utilizar tal dispositivo. Da mesma forma, o paciente com apenas grau 3
na dorsiflexão da tíbio-társica não poderá utilizar uma ortótese tornozelo-pé (de
inserção no calçado). O paciente com grau 3+ poderá suportar o acréscimo do peso do
braço, que é comparável à pequena resistência suportada no teste.
O mais (+) adicional ao grau 3 é considerado por muitos fisioterapeutas como a
representação não só de mais força mas também a resistência necessária que está
omissa no grau 3.

O GRAU 2+
Este grau é atribuído quando avaliamos a força dos flexores plantares na presença das
duas condições seguintes. A primeira é quando o paciente na sustentação do peso,
consegue completar uma elevação parcial usando o formato correto do teste (ver teste
da flexão plantar). A segunda condição é quando o teste é realizado em descarga, e o
paciente consegue suportar a resistência máxima completando a amplitude total de
movimento. O grau 2+ distingue-se claramente do grau 2 que indica que a amplitude
total é completada mas sem qualquer resistência. O grau 3 ou superior poderá ser
atribuído aos flexores plantares somente quando o paciente está em carga total.

O GRAU 2-
O grau 2- é atribuído quando o músculo consegue completar parcialmente a amplitude
de movimento no plano horizontal (posição de teste fraco/gravidade minimizada). A
diferença entre o grau 2 e o grau 1 é de tal forma representativa ao nível funcional, que
um grau – (menos) é importante na avaliação, mesmo de pequenas melhorias da
reabilitação. Por exemplo, um paciente com neuronite infecciosa (síndrome de Guillan-
Barré) que consegue evoluir de um grau 1 para 2-, representa uma evolução bastante
favorável em termos de reabilitação e prognóstico.

21
Teste Muscular

AMPLITUDE DE MOVIMENTO DISPONÍVEL


Quando qualquer situação limita a amplitude de movimento articular, o paciente apenas
poderá realizar os testes dentro da amplitude disponível. Nestas circunstâncias, a
amplitude disponível será considerada como a amplitude total de movimento do
paciente, mesmo não se enquadrando nos parâmetros normais. Esta será a amplitude
utilizada para graduar o músculo a ser avaliado por teste muscular.

TESTES DE MONITORIZAÇÃO
No sentido da otimização do tempo e custo-eficiência dos cuidados de saúde,
raramente se realizam testes de avaliação de todo o corpo humano. Duas exceções
são os pacientes com síndrome de Guillan-Barré e ou indivíduos com lesões parciais
da espinal medula. Para monitorizar áreas que necessitem da realização de testes, o
examinador pode realizar uma série de manobras para eliminar regiões que não
necessitem de ser testadas. A observação do paciente antes da avaliação deverá dar
várias pistas da fraqueza muscular e défices de performance. O examinador poderá por
exemplo:
- Observar o paciente pela forma como dá entrada no serviço de fisioterapia para a
deteção de alterações grosseiras da marcha;
-Observar no paciente a dinâmica de sentar e levantar de uma cadeira, preenchimento
de algum requerimento protocolar, ou o vestir e despir roupas;
- Pedir ao paciente para caminhar em bicos de pés e depois sobre os calcanhares;
- Pedir ao paciente para agarrar com força a mão do examinador;
- Realizar testes grosseiros bilateralmente em grupos musculares.

GRAUS COMPLEMENTARES
Grau de amplitude/grau de força

É um grau de teste forte que se utiliza quando o segmento é suficientemente forte para
aguentar uma certa resistência embora, devido a limitações articulares, o segmento
não consiga completar a amplitude de teste.
Ex: P+/F+; F-/B ou 2+/3; 3-/4

22
Teste Muscular

Graus mistos

Pode-se utilizar esta graduação para o teste dos músculos abdominais (reto do
abdómen e oblíquos), no caso de o músculo apresentar feixes que se podem
individualizar por diferença de força muscular.
Na graduação mista deve limitar-se a 3 o número de graus atribuídos ao mesmo
músculo. Ao anotar uma graduação mista, os graus devem ser escritos considerando
os feixes da parte média para a parte lateral.

Transplantes

Indicar nas observações o grau de teste muscular e o ano em que se fez a cirurgia.
Exemplo: Se o tibial anterior for zero e o peronial tiver sido transplantado para a frente,
como um flexor dorsal, o tibial anterior deve ser graduado com zero, não se lhe
devendo atribuir um grau de transplante.
Está-se a graduar músculos e não movimentos.

Grau de facilitação

O primeiro grau é obtido na posição estabelecida para o teste muscular e o segundo


grau é obtido usando qualquer tipo de técnica de facilitação. O primeiro grau é sempre
zero. Ex: 0//P ou 0//2

PREPARAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DO TESTE MUSCULAR

O examinador e o paciente deverão trabalhar em harmonia para que a sessão de


avaliação seja frutífera. Isto significa que alguns princípios básicos e invioláveis
deverão ser cumpridos.
O paciente deverá estar livre de qualquer tipo de desconforto ou dor durante a
realização de qualquer teste. Poderá ser necessária a alteração de posicionamento do
paciente entre os diferentes testes.

23
Teste Muscular

O ambiente deverá ser calmo e sem distrações constantes. A temperatura deverá ser
confortável para o paciente.
A marquesa deverá estar firmemente apoiada no sentido de facilitar a realização dos
testes. A superfície ideal deverá ser rígida, minimamente acolchoada. A superfície
rígida irá contribuir para a estabilização do tronco ou membros. Não deverá haver
fricção de algum segmento em movimento. A superfície de teste não deverá ter
dimensões pequenas nem estar a uma altura do solo muito elevada, para não assustar
o paciente em teste. Quando um paciente está parético, dever-se-á optar por um
colchão elevado. A altura da superfície de teste deverá ser ajustável, proporcionando
assim ao examinador maior conforto e adaptabilidade na realização dos testes.
A postura do paciente deverá ser minuciosamente organizada para não se alterar na
continuidade do teste. A postura do paciente deverá permitir uma adequada
estabilização das regiões a serem testadas, por virtude da sua carga ou auxílio do
examinador.
Todos os materiais necessários para a realização dos testes deverão estar próximos do
examinador. Este pormenor é particularmente importante quando o paciente está muito
ansioso por alguma razão, ou está bastante fraco para ser deixado sozinho.

Os materiais necessários poderão ser:


- Documentação de registo dos testes a serem realizados;
- Almofadas, toalhas, cunhas e meias-luas;
- Goniómetro;

- Pessoal auxiliar para facilitar as alterações de posicionamento do paciente;

24
Teste Muscular

PRINCÍPIOS TÉCNICOS A OBSERVAR ANTES DA REALIZAÇÃO DE UM BOM


TESTE MUSCULAR

1. Determinar passivamente a amplitude de movimento do segmento ativado pelo


músculo cujo teste se pretende realizar;

2. Colocar o segmento na posição inicialmente correta, em alinhamento com as fibras


do músculo que está a ser examinado;

3. Proporcionar a correta estabilização do segmento proximal e do corpo como um


todo;

4. Localizar a área de palpação – tendão ou massa muscular. A palpação é sempre


necessária no processo de teste muscular, onde constitui por vezes o único meio
possível de graduação. Não usar nunca o polegar na palpação;

5. Estar atento à aparência do músculo em teste e do movimento por ele executado;

6. Estar atento às substituições e procurar controlá-las;

7. Controlar devidamente a quantidade de suporte que se presta ao segmento durante


o movimento;

8. Ter em conta a força muscular do paciente aquando da aplicação da resistência;

9. A aplicação da resistência tem de ser ao mesmo tempo suave e firme e, graduada


de modo a permitir obter os vários graus que vão de Funcional mais a Normal;

10. Anotar qualquer deformidade, limitação de movimento, espasticidade, tremor, etc.


que limite a execução do teste muscular.

25
Teste Muscular

TRAPÉZIO
Base do Occipital a C6;
ORIGEM: De C7 a D3;
De D4 a D12.
No 1/3 lateral do Bordo Posterior da Clavícula e no Acrómio;
INSERÇÃO: Na Espinha da Omoplata (1/3 médio);
No Bordo Superior da Espinha da Omoplata.
Rotação lateral e Elevação da Omoplata;
Adução da Omoplata;
ACÇÃO:
Rotação lateral e Depressão da Omoplata;
Em conjunto realizam Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação
Contralateral da Coluna Cervical.
INERVAÇÃO: C1 (C2) – C4 / Plexo Cervical / Ramo profundo lateral.

TRAPÉZIO SUPERIOR
ORIGEM: Base do Occipital a C6.
INSERÇÃO: No 1/3 lateral do Bordo Posterior da Clavícula e no Acrómio.
ACÇÃO: Rotação lateral e Elevação da Omoplata.
INERVAÇÃO: C1 (C2) – C4 / Plexo Cervical / Ramo profundo lateral. N. Acessório

TESTE: Teste bilateral

I – Teste Fraco

a) Posição – decúbito dorsal ou ventral (Fig. 1).


b) Estabilização – é dada pela própria posição.
c) Região de palpação – na massa muscular, Fig. 1 - Posição inicial de teste fraco

indo do acromion e terço lateral da clavícula


para cima e para dentro em direcção à
protuberância occipital (Fig. 1).
d) Movimento desejado – elevação dos
ombros (Fig. 2).
e) Graus – 0, a 2 → por palpação e amplitude
de movimento. Fig. 2 Posição final de teste fraco

26
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – sentado, pernas fora da


mesa, antebraços relaxados sobre as
coxas (Fig. 3).
b) Estabilização – estabilizar a pélvis e o
tronco, se necessário.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3 → através da
Fig. 3 – Início e fim de movimento na posição de teste forte
amplitude de movimento (Fig. 3).
3+ a 5 → com resistência aplicada
nos ombros, para baixo e para fora,
a contrariar o movimento desejado
(Fig. 4).

III – Substituições
Fig. 4 – Aplicação de
resistência
a) Elevador da omoplata – elevação com rotação inferior;
b) Grande dentado – abdução e rotação superior da omoplata;
c) Tricípite – substituição aparente (só em teste forte). Estando a mão apoiada na
coxa, o doente levantará o ombro sempre que fizer a extensão do cotovelo;
d) Ancónio – substituição aparente (só em teste forte).

27
Teste Muscular

TRAPÉZIO MÉDIO

ORIGEM: De C7 a D3.
INSERÇÃO: Na Espinha da Omoplata (1/3 médio), bordo medial do acrómio
ACÇÃO: Adução da Omoplata.
INERVAÇÃO: C1 (C2) – C4 / Plexo Cervical / Ramo profundo lateral. N. acessório

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral, braço fora da


mesa, um pouco menos do que 90º de
abdução, cotovelo em extensão (Fig. 5).
b) Estabilização – suportar o peso do braço (a
acção do músculo verifica-se na omoplata e não no
úmero). Fig. 5 – Início de movimento na posição de teste forte

c) Região de palpação – toda a região que


vai da espinha da omoplata a C7 e vértebras
torácicas superiores.
d) Movimento desejado – adução da
omoplata (a direito).
e) Graus – 0, a 2 → por palpação.
Fig. 6 – Aplicação de resistência
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na omoplata, tentando levá-la para
abdução (Fig. 6) (contrariar o «movimento desejado»).

III – Substituições

a) Trapézio superior – adução da omoplata (com elevação e rotação superior);


b) Trapézio inferior – adução da omoplata (com elevação e rotação superior);
c) Rombóides – adução da omoplata (com elevação e rotação inferior);
d) Deltóide posterior – substituição aparente: o úmero faz abdução horizontal e
empurra a omoplata em direcção à coluna.

28
Teste Muscular

TRAPÉZIO INFERIOR

ORIGEM: De D4 a D12.
No Bordo Superior da Espinha da Omoplata, no tubérculo do ápice da
INSERÇÃO:
superfície triangular lisa.
ACÇÃO: Rotação lateral e Depressão da Omoplata.
INERVAÇÃO: C1 (C2) – C4 / Plexo Cervical / Ramo profundo lateral. N. acessório

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte).

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral. Braço a 45º de


abdução a partir da cabeça (Fig. 7).
b) Estabilização – suportar o peso do braço.
c) Região de palpação – da raiz da espinha da
omoplata, diagonalmente para baixo, em
direcção às apófises espinhosas das
vértebras torácicas inferiores. Fig. 7 – Posição inicial de teste

d) Movimento desejado – adução e depressão


da raiz da espinha da omoplata.
e) Graus – 0, a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na omoplata, para cima e para fora
(Fig. 8). Fig. 8 – Aplicação de resistência

III – Substituições

a) Trapézio superior – adução (com elevação);


b) Trapézio médio – adução (a direito);
c) Rombóides - adução (com elevação);
d) Deltóide posterior;
e) Grande dorsal – depressão do ombro e, por consequência, da omoplata (faz no
entanto rotação inferior).

29
Teste Muscular

GRANDE DENTADO

ORIGEM: Nas 10 primeiras Costelas.


Ao longo do Bordo Medial da Omoplata, Ângulo Superior
INSERÇÃO:
e Inferior da mesma.
A Porção Inferior realiza Depressão e Rotação Lateral da
Omoplata;
ACÇÃO:
A Porção Superior realiza Abdução e Coaptação da
Omoplata.
INERVAÇÃO: C5 –C7 / Plexo Braquial / Nervo Torácico Longo.

TESTE: (Para se obter um grau exacto é necessário que o deltóide anterior seja funcional. Antes de se
começar o teste, mandar o doente levantar o braço para se observar o ângulo inferior da omoplata; para
ver se faz «asa»).
I – Teste fraco II – Teste forte
(Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte).
a) Posição – sentado, pernas fora da mesa;
braço a 90º de flexão (Fig. 10).
b) Estabilização – suportar o peso do braço
no nosso ombro, mantendo-o a 90º de
flexão. Estabilizar o tronco do doente
com uma mão e com a outra fazer a
adução da omoplata. Fig. 10 – Início de movimento

c) Região de palpação – não se aplica.


d) Movimento desejado – abdução e
rotação lateral da omoplata. (Pede-se ao
doente para chegar com a mão o mais à frente
possível).

Fig. 11 – Aplicação de resistência

28
Teste Muscular

e) Graus – não é possível os graus 1 e 2-.


Dá-se 2 quando há um ligeiro iniciar do movimento

2+ a 3 → através da amplitude
teste.
3+ a 5 → com resistência
aplicada no bordo lateral da
omoplata a contrariar o
movimento desejado (Fig. 11).

III – Substituições

a) Trapézio superior;
b) Trapézio inferior;
c) Peitorais.

29
Teste Muscular

ROMBÓIDES

ORIGEM: Apófises Espinhosas de C7 a T1.


Bordo Medial da Omoplata (acima da Raiz da Espinha
Rombóide INSERÇÃO:
da Omoplata).
menor
ACÇÃO: Adução, Rotação Medial e Elevação da Omoplata.
INERVAÇÃO: C4 – C5 / Plexo Braquial / Nervo Escapular Dorsal.
ORIGEM: Apófises Espinhosas de T2 a T5.
Bordo Medial da Omoplata (abaixo da Raiz da
Rombóide INSERÇÃO:
Espinha da Omoplata).
maior
ACÇÃO: Adução, Rotação Medial e Elevação da Omoplata.
INERVAÇÃO: C4 – C5 / Plexo Braquial / Nervo Escapular Dorsal.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte).

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral; braço em


extensão e rotação medial; antebraço flectido,
apoiando a mão na região glútea (Fig. 12).
b) Estabilização – puxar o ombro para diante e
para dentro, de modo a que o bordo vertebral
da omoplata seja destacado do tórax (Fig. 12).
c) Região de palpação – imediatamente para
Fig. 12 – Posição inicial de teste
dentro e gradualmente para cima do bordo
vertebral da omoplata.
d) Movimento desejado – adução com rotação
medial da omoplata.
e) Graus – 0, a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
(Pede-se ao doente que levante a mão em
direcção ao tecto. A acção completa dos
rombóides produz um movimento cerca de 2 Fig. 13 – Aplicação de resistência

cm).

30
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência, aplicada com ambas as mãos, uma fazendo a


abdução e a rotação lateral da omoplata, e a outra (colocada no ombro)
ajudando a contrariar o movimento da omoplata (Fig. 13).

III – Substituições

a) Trapézio médio;
b) Trapézio inferior;
c) Elevador da omoplata (pela rotação inferior);
d) Pequeno peitoral (pela rotação inferior);
e) Grande dorsal (pela hiper-extensão do braço);
f) Tricípede (pela extensão do cotovelo).

31
Teste Muscular

GRANDE PEITORAL- PORÇÃO CLAVICULAR

ORIGEM: Nos 2/3 mediais do Bordo Anterior da Clavícula.


INSERÇÃO: No Lábio Lateral da Goteira Bicipital do Úmero.
ACÇÃO: Adução horizontal do ombro.
C5 – C7 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Lateral;
INERVAÇÃO:
C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Medial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal; braço a 90º de


abdução e em posição neutra (entre rotação
medial e lateral). Antebraço flectido a 90º (Fig.
14).

b) Estabilização – suportar o braço e o


antebraço para anular a acção da gravidade.
c) Região de palpação – imediatamente abaixo
Fig. 14 – Posição inicial de teste.
da metade medial da clavícula.
d) Movimento desejado – adução horizontal até
90º ( iniciar o movimento com o úmero a 5º de adução
horizontal) (FIG: 15).

e) Graus – 0, a 2 → por palpação e amplitude


teste.

II – Teste forte
Fig. 15 – Fim de movimento.

a) Posição – a mesma.
b) Estabilização – suportar o braço e o antebraço para orientar o movimento. Se o
grau for superior a 3+ é necessário estabilizar o ombro oposto de encontro à mesa.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.

32
Teste Muscular

e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.


3+ a 5 → com resistência aplicada
na porção distal do úmero tentando
levar o braço à abdução horizontal
(Fig. 16).

Fig. 16 – Aplicação de resistência.


III – Substituições

a) Grande peitoral – (porção esternal);


b) Deltóide anterior;
c) Bicípite;
d) Coraco-braquial.

33
Teste Muscular

GRANDE PEITORAL - PORÇÃO ESTERNAL

Ao longo do Esterno e sobre as Cartilagens Costais das 6 primeiras


ORIGEM:
Costelas.
INSERÇÃO: No Lábio Lateral da Goteira Bicipital do Úmero.
ACÇÃO: Adução e extensão do Braço.
C5 – C7 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Lateral;
INERVAÇÃO:
C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Medial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal; úmero a 45º de


abdução a partir da cabeça do doente (em
alinhamento com a direcção das fibras
musculares), entre rotação medial e lateral.
Antebraço a 90º de flexão (Fig. 17).
b) Estabilização – suportar o braço e
antebraço do doente, para anular acção da Fig. 17 – Posição inicial de teste.

gravidade.
c) Região de palpação – na massa muscular
junto à axila, no seu bordo anterior.
d) Movimento desejado – movimento
combinado de adução com extensão. (Iniciar
o movimento com o úmero afastado da mesa cerca
de 5º) (Fig. 18).

e) Graus – 0, a 2 → por palpação e através da Fig. 18 – Posição final de teste

amplitude teste.

II – Teste Forte

a) Posição – a mesma.
b) Estabilização – suportar o braço e antebraço para orientar o movimento. Se o grau
for superior a 3+, é necessário estabilizar a anca oposta de encontro à mesa.

34
Teste Muscular

c) Região de palpação – a mesma.


d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3 → por palpação e amplitude
teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na porção distal do úmero, tentando
levar o braço à posição inicial (Fig.
19). Fig. 19 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Grande peitoral (porção clavicular);


b) Deltóide anterior;
c) Coraco-braquial;
d) Grande dorsal;
e) Pequeno peitoral (substituição à palpação).

35
Teste Muscular

ROTADORES LATERAIS

ORIGEM: Na Fossa Infra-Espinhosa da Omoplata (2/3 mediais).


O tendão passa sobre a cápsula da articulação Gleno-
INSERÇÃO: Umeral e termina na Faceta Média da Grande
Tuberosidade do Úmero.
Rotação lateral e participa na Abdução do Braço;
ACÇÃO:
Abdução Horizontal do Braço.
Infra-Espinhoso INERVAÇÃO: C4 – C6 / Plexo Braquial / Nervo Supraescapular.
Na Fossa Infra-Espinhosa, ao longo do Bordo Lateral da
ORIGEM:
Omoplata.
INSERÇÃO: Na Faceta inferior da Grande Tuberosidade do Úmero.
Rotação Lateral e Adução do Braço;
ACÇÃO:
Abdução Horizontal do Braço.
Pequeno
INERVAÇÃO: C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo Axilar.
Redondo

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito ventral. Braço a 90º de


abdução, fora da mesa e em rotação medial
completa. Antebraço fora da mesa, a 90º de
flexão (amplitude de estiramento) (Fig. 20).
b) Estabilização – estabilizar o ombro para
baixo e suportar o antebraço dando uma
ligeira contra-resistência, para anular a Fig. 20 – Posição inicial de teste fraco

acção da gravidade.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação lateral do úmero até à posição neutra.
e) Graus – 0, a 2 → através da amplitude de estiramento.

36
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral. Braço a 90º de abdução, fora da mesa (e em posição


neutra). Antebraço pendente fora da mesa, a 90º de flexão.
b) Estabilização – estabilizar o ombro para baixo. Segurar o antebraço para orientar o
movimento.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação lateral
(Fig.21). NOTA: a rotação lateral passiva é sempre
superior à amplitude de movimento activa.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude de
teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na parte distal do antebraço,
Fig. 21 – Posição final de teste forte.
contrariando o movimento
desejado.

III – Substituições

a) Bicípite (flexores do cotovelo);


b) Tricípede (extensão do cotovelo);
c) Extensores do punho.

37
Teste Muscular

ROTADORES MEDIAIS

Apófises Espinhosas de D7 a L5, nas Vértebras Sagradas, no


ORIGEM: lábio lateral da Crista Ilíaca e nas 3 últimas Costelas (face
posterior); ângulo inferior da escápula.
INSERÇÃO: Na Goteira Bicipital do Úmero.
Extensão, Hiper-extensão, Adução e Rotação Medial do
Braço;
ACÇÃO:
Depressão, Rotação Medial e Adução da Omoplata;
Os dois são Extensores da Coluna Toracolombar.

INERVAÇÃO: C6 – C8 / Plexo Braquial / Nervo Toracodorsal.


Grande dorsal
ORIGEM: Bordo Lateral da Omoplata (junto ao Ângulo Inferior).
INSERÇÃO: No Lábio Medial da Goteira Bicipital do Úmero.
ACÇÃO: Rotação Medial, Adução e Extensão do Braço.

INERVAÇÃO: C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo sub-escapular Inferior.


Grande redondo
ORIGEM: Na Face Anterior da Omoplata (Fossa sub-escapular).
INSERÇÃO: Na Pequena Tuberosidade do Úmero.
ACÇÃO: Rotação Medial do Braço.
C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo sub-escapular
INERVAÇÃO:
Sub-escapular Superior/inferior.
Nos 2/3 mediais do Bordo Anterior da Clavícula ao longo do
ORIGEM: Esterno e sobre as Cartilagens Costais das 6 primeiras
Costelas.
INSERÇÃO: No Lábio Lateral da Goteira Bicipital do Úmero.
Grande Peitoral Rotação Medial, Adução e Flexão até 60º (a partir dos 90º
ACÇÃO: torna-se Extensor) do Braço;
Abdução e Rotação Medial da Omoplata.
C5 – C7 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Lateral;
INERVAÇÃO:
C5 – D1 / Plexo Braquial / Nervo Peitoral Medial.

38
Teste Muscular

ROTADORES MEDIAIS

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito ventral. Braço a 90º de abdução, fora da mesa e em rotação


lateral completa. Antebraço fora da mesa, a 90º de flexão (amplitude de
estiramento).
b) Estabilização – estabilizar o ombro para baixo, suportar o antebraço e mão, dando
uma ligeira contra-resistência para anular a acção da gravidade.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação medial do braço até à posição neutra.
e) Graus – 0, a 2 → através da amplitude de estiramento.

II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral. Braço a 90º de abdução, fora da mesa (úmero em


posição neutra). Antebraço pendente fora da mesa a 90º de flexão.
b) Estabilização – estabilizar o ombro para baixo. Segurar o antebraço para orientar o
movimento.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação medial. NOTA: a rotação medial passiva do braço, é sempre
superior à amplitude de movimento desejado.

e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.


3+ a 5 → com resistência aplicada na parte distal do antebraço,
contrariando o movimento desejado.

III – Substituições

a) Bicípite (flexores do cotovelo);


b) Tricípede (extensores do cotovelo);
c) Flexores do punho.

39
Teste Muscular

DELTÓIDE ANTERIOR

ORIGEM: No 1/3 Lateral da Clavícula.


Na Impressão Deltóideia do Úmero (V Deltoideu
INSERÇÃO:
do Úmero).
Flexão, Rotação Medial e Adução Horizontal do
ACÇÃO:
Braço.
INERVAÇÃO: C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo Axilar.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Braço a 45º de


abdução e em rotação medial. Antebraço a
90º de flexão (Fig. 22).
b) Estabilização – suportar o braço e
antebraço do doente, para anular a acção
da gravidade.
Fig. 22 – Posição inicial de teste fraco
c) Região de palpação – entre a apófise
coracóide e o terço lateral da clavícula.
(Abaixo da apófise coracóide, pode-se palpar o
Coraco-braquial, se o deltóide anterior for fraco).
d) Movimento desejado – flexão até 90º (Fig.
23).

e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude


teste.

Fig. 23 – Posição final de teste fraco.

40
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – sentado, pernas fora da mesa.


Braço a 45º de abdução e em rotação
medial. Antebraço a 90º de flexão (Fig. 24).
b) Estabilização – dar suporte ao doente, na
posição de sentado. Suportar o braço e
antebraço do doente, para orientar o
movimento. Se a cintura escapular posterior
for fraca deve-se estabilizar a omoplata de
Fig. 24 – Posição inicial de teste forte
encontro ao tórax para evitar, tanto quanto
possível as «asas».
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3- → através da amplitude
teste (Fig. 25).
3 → completa a amplitude teste
com o braço em extensão.
Fig. 25 – Posição final de teste forte. Grau 3-
3+ a 5 → com resistência aplicada
na extremidade distal úmero
(continuando o antebraço em
extensão) (Fig. 26).

III – Substituições

a) Grande peitoral (porção clavicular);


b) Bicípite (curta porção);
Fig. 26 – Aplicação de resistência.
c) Coraco-braquial;
d) Trapézio superior (aparente);
e) Fibras inferiores do trapézio médio.

41
Teste Muscular

CORACO-BRAQUIAL

ORIGEM: Na Apófise Coracóide da Omoplata.


Na Face Anterior do Úmero, ao nível do seu 1/3
INSERÇÃO:
médio.
Flexão e Adução do Braço;
ACÇÃO:
Adução Horizontal do Braço.
INERVAÇÃO: C5 – C7 / Plexo Braquial / Nervo Musculocutâneo.

O teste do Coraco-braquial faz-se do mesmo modo que o teste do Deltóide anterior. Se


o Deltóide anterior for funcional, não é possível palpar o Coraco-braquial.
Região de palpação – imediatamente para baixo da apófise coracóide.

Substituições
a) Grande peitoral;
b) Bicípite – (curta porção);
c) Deltóide anterior.

NOTA: só se palpa quando o deltóide anterior não é funcional. Caso contrário gradua-se com o mesmo grau do

deltóide anterior.

42
Teste Muscular

DELTÓIDE MÉDIO

ORIGEM: No Bordo Lateral do Acrómio.

INSERÇÃO: Na Impressão Deltóideia do Úmero (V Deltoideu do Úmero).

ACÇÃO: Abdução.

INERVAÇÃO: C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo Axilar.

TESTE

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Braço em


posição neutra, antebraço a 90º de flexão
(Fig. 27).

b) Estabilização – suportar o braço e o


peso do antebraço. (Não deixar que o
braço arraste pela mesa).
c) Região de palpação – imediatamente Fig. 27 – Posição inicial de teste fraco

abaixo do acrómio.
d) Movimento desejado – abdução do
úmero até 90º (Fig. 28).
e) Graus – 0 a 2 → Por palpação e
amplitude teste.

Fig. 28 – Posição final de teste fraco.

43
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – sentado, pernas fora da mesa.


Braço em posição neutra, antebraço a 90º
de flexão (Fig. 29).
b) Estabilização – estabilizar o tronco do
doente e manter a omoplata contra o tórax
se necessário. Estabilizar o ombro para
Fig. 29 –
baixo. Suportar o antebraço para o manter Posição inicial
de teste forte.
na posição de teste.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo (Fig.30).
e) Graus – 2+ a 3- → através da amplitude
teste.
3 → o doente completa a amplitude
teste com o antebraço em
extensão.
3+ a 5 → com resistência aplicada Fig. 30 – Posição final de teste forte. Grau 3-.

na extremidade distal do úmero a


contrariar o movimento. Estabilizar
o ombro oposto.

III – Substituições

a) Trapézio superior; Fig. 31 – Aplicação de resistência.

b) Deltóide anterior e posterior – (Trabalhando ao mesmo tempo);


c) Supra-espinhoso.

44
Teste Muscular

DELTÓIDE POSTERIOR

ORIGEM: No Bordo Inferior da Espinha da Omoplata.

INSERÇÃO: Na Impressão Deltóideia do Úmero (V Deltoideu do Úmero).

ACÇÃO: Extensão, Rotação Lateral e Abdução Horizontal do Braço.

INERVAÇÃO: C5 – C6 / Plexo Braquial / Nervo Axilar.

TESTE (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral. Braço pendente do


bordo da mesa, a 90º de flexão, cotovelo em
extensão.
b) Estabilização – suportar o braço. Se a cintura
escapular for fraca, deve-se estabilizar a
omoplata em adução (para ter ponto fixo).
c) Região de palpação – do bordo inferior da
espinha da omoplata, ao longo da massa
muscular, até à inserção.
d) Movimento desejado – abdução horizontal do
Fig. 32 – Posição inicial de
úmero, feita a partir de 90º de flexão. teste.

e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude


teste (suportando o peso do braço).
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência
aplicada na extremidade distal
do úmero a contrariar o Fig. 32 – Aplicação de resistência

movimento.
NOTA: sempre que se aplica a resistência, deve-se estabilizar a omoplata.

45
Teste Muscular

III – Substituições

a) Tricípite (longa porção);


b) Trapézio médio e Rombóides – se a omoplata não estiver estabilizada. (No caso de
a cintura ser forte);
c) Rotadores laterais (infra-espinhoso e pequeno redondo).

46
Teste Muscular

TRICIPETE
No Tubérculo Infra-Glenoideo da Omoplata;
ORIGEM: Na Face Posterior do Úmero (acima do Sulco do Nervo Radial); Na
Face Posterior do Úmero (abaixo do Sulco do Nervo Radial).
INSERÇÃO: No Olecrânio (Face Superior).
Adução e Extensão do Braço;
ACÇÃO:
Extensão do Cotovelo.
INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal, cotovelo flectido


a 90º e em supinação (Fig. 33).
b) Estabilização – suportar o antebraço e a
mão dando uma ligeira contra-resistência
Fig. 33 –
para anular a acção da gravidade. Posição
inicial de
c) Posição de palpação – imediatamente teste fraco

acima do olecrâneo.
d) Movimento desejado – extensão do
cotovelo (Fig. 34).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e
amplitude teste.

II – Teste forte Fig. 34 – Posição final de teste fraco.

a) Posição – 1ª - decúbito dorsal. Ombro a 90º


de flexão e em rotação medial. Antebraço
em flexão completa e em supinação, com a
mão descansando no ombro do lado oposto
(Fig. 35).

Fig. 35 – Posição inicial de teste forte.


Braço em rotação medial.

47
Teste Muscular

2ª- decúbito dorsal. Ombro a 90º de


flexão, em rotação lateral. Antebraço em flexão
completa e supinação. A mão repousa no
ombro do mesmo lado (Fig. 37).
b) Estabilização – estabilizar o braço a 90º de
flexão e dar suporte ao antebraço e mão,
para orientar o movimento.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
Fig. 36 – Fim de Fig. 37 – Inicio
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude movimento
posição de teste
movimento posição
de teste forte.. Braço
forte. Braço em em rotação lateral.
teste (Fig. 36). rotação medial.

3+ a 5 → com resistência aplicada


no terço distal do antebraço. NOTA:
Antes de aplicar a resistência, deve-se
flectir ligeiramente o antebraço para evitar
o «lock» cerca de 5º (Fig. 38).

III – Substituições
a) Extensores do punho;
b) Rotadores do ombro;
c) Bicípite (contracção excêntrica – só em
teste fraco).
Fig. 38 – Aplicação de resistência nas
duas posições de teste forte.

NOTA: Fazer o teste nas duas posições de teste forte, e se houver alguma diferença na força muscular, atribuir o

grau mais baixo.

48
Teste Muscular

BICIPETE

No Tubérculo Supra-Glenoideo da Omoplata, por intermédio


de um Tendão, que penetra na Cápsula Articular da
ORIGEM: Articulação Gleno-Umeral, até se alojar na Goteira Bicipital
do Úmero;
Na Apófise ou Processo Coracóide da Omoplata;
Na Tuberosidade bicipital do Rádio.
INSERÇÃO: *Expansão Aponevrótica do Bicípite, que vai cobrir os
músculos que se inserem na Epitroclea do Úmero.
Estabilizador da Articulação Gleno-Umeral;
Abdução do Braço / Adução do Braço;
ACÇÃO:
Flexão do Braço / Flexão do Cotovelo e Supinação do
Antebraço.
INERVAÇÃO: C5 – C7 / Plexo Braquial / Nervo Musculocutâneo.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Antebraço a 5º de


flexão e em supinação (Fig. 39).
b) Estabilização – suportar o antebraço e a mão
para anular a acção da gravidade, e estabilizar,
de encontro à mesa, o ombro se este for fraco.
c) Região de palpação – na massa muscular ou no
tendão, na superfície anterior da articulação do
Fig. 39 – Posição inicial de teste.
cotovelo, imediatamente para dentro do
braquiorradial.
d) Movimento desejado – flexão do cotovelo até
90º (Fig. 40).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude teste.

Fig. 40 – posição final de teste.

49
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – a mesma.
b) Estabilização – suportar o antebraço para orientar o movimento.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
extremidade distal do antebraço (Fig. 41).

Fig. 41 – Aplicação de resistência.


III – Substituições

a) Braquiorradial;
b) Braquial anterior;
c) Flexores do punho;
d) Extensores do punho;
e) Redondo pronador.

50
Teste Muscular

BRAQUIORADIAL
LONGO SUPINADOR

Na Crista Supra-Epicondilar (Bordo Lateral do Corpo do


ORIGEM:
Úmero, no seu 1/3 Inferior).
INSERÇÃO: Na Base da Apófise Estilóide do Rádio.
Flexão do Cotovelo;
Pronação a partir de Supinação Máxima até à Posição
ACÇÃO: Neutra;
Supinação a partir de Pronação Máxima até à Posição
Neutra
INERVAÇÃO: C5 – D1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Braço em posição


neutra. Antebraço em posição neutra e
cotovelo em 5º de flexão (Fig. 42).
b) Estabilização – suportar o antebraço e a
mão para anular a acção da gravidade.
c) Região de palpação – na região do cotovelo,
do lado lateral do tendão do bicípite.
d) Movimento desejado – flexão do cotovelo
até 90º, com o antebraço em posição neutra.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude Fig. 42 – Posição inicial de teste.

teste.

II – Teste forte

a) Posição – a mesma.

51
Teste Muscular

b) Estabilização – do ombro, se este for fraco. Manter o antebraço em posição neutra


e suportar a mão.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
região distal do antebraço (Fig. 43).

III – Substituições

a) Bicípite;
Fig. 43 – Aplicação de
b) Braquial anterior; resistência.

c) Extensores do punho;
d) Redondo pronador.

52
Teste Muscular

SUPINADORES

No Epicôndilo Lateral do úmero e na Face Posterior do


ORIGEM: Cúbito (no seu1/3 Superior); ligamento anular e ligamento
colateral lateral

As Fibras enrolam-se na Extremidade Superior do Rádio e


INSERÇÃO:
inserem-se na Face Lateral do mesmo osso.

ACÇÃO: Supinação do Antebraço.

C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial – Nervo Cutâneo


INERVAÇÃO:
Curto Supinador Posterior do Antebraço.

Na Crista Supra-Epicondilar (Bordo Lateral do Corpo do


ORIGEM:
Úmero, no seu 1/3 Inferior).
INSERÇÃO: Na Base da Apófise Estilóide do Rádio.
Flexão do Cotovelo;
Braquiorradial Pronação a partir de Supinação Máxima até à Posição
ACÇÃO: Neutra;
Supinação a partir de Pronação Máxima até à Posição
Neutra
INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Antebraço a 90º


de flexão e em pronação completa
(amplitude de estiramento). Punho numa
posição neutra entre flexão e extensão (Fig.
44).

b) Estabilização – estabilizar a porção distal


do braço; suportar o antebraço e a mão;
manter o cotovelo a 90º de flexão.
c) Região de palpação – não tem. Fig. 44 – Posição inicial de
teste.

53
Teste Muscular

d) Movimento desejado – supinação do antebraço até à posição neutra.


e) Graus – 0 a 2 → através da amplitude de estiramento.

II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Antebraço a 90º de flexão e em posição neutra (entre


pronação e supinação). Punho em posição neutra.
b) Estabilização – a mesma.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – supinação do antebraço.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude de
movimento (Fig. 45).
3+ a 5 → com resistência aplicada na
extremidade distal do antebraço (a
contrariar o movimento desejado), nunca
na mão.

Fig. 45 – Posição final de teste.

III – Substituições

a) Bicípite;
b) Outros flexores do cotovelo;
c) Extensores do punho;
d) Rotadores laterais do ombro;
e) Flexores do punho.

54
Teste Muscular

PRONADORES

Na Face Anterior da Epitróclea do Úmero e da


ORIGEM:
Apófise Coracóide do Cúbito.
Redondo
INSERÇÃO: Na Face Lateral do Rádio, na sua parte média.
Pronador
ACÇÃO: Pronação do Antebraço e Flexão do Cotovelo.
INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.
ORIGEM: Na Face Anterior do Cúbito, no seu 1/3 Inferior.
Quadrado INSERÇÃO: Na Face Anterior do Rádio, no seu 1/3 Inferior.
Pronador ACÇÃO: Pronação do Antebraço.
INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo flectido a 90º e em completa supinação,


(amplitude de estiramento). Punho em posição neutra.
b) Estabilização – estabilizar a porção distal do braço; suportar antebraço e mão;
manter o cotovelo a 90º de flexão.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – pronação do antebraço até à posição neutra.
e) Graus – 0 a 2 → através da amplitude de estiramento.

II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 90º de flexão e em posição neutra (entre


pronação e supinação).
b) Estabilização – a mesma.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – pronação a partir da posição neutra.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na extremidade distal do antebraço (a contrariar
o movimento desejado), nunca na mão.

55
Teste Muscular

III – Substituições

a) Flexores do punho;
b) Rotadores mediais do ombro;
c) Tricípede;
d) Extensores do punho.

56
Teste Muscular

FLEXOR CUBITAL DO CARPO


CUBITAL ANTERIOR

Na Epicôndilo Medial do Úmero, no Bordo Medial do


ORIGEM: Olecrânio e nos 2/3 Superiores do Bordo Posterior do
Corpo do Cúbito.
No Pisiforme; prolongamentos para o pisiforme e face
INSERÇÃO:
palmar da base do 5º metacarpo
Flexão e Desvio Cubital do Punho;
ACÇÃO:
Flexão do Cotovelo.
INERVAÇÃO: C7 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)
I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e em supinação (Fig. 46).
b) Estabilização – estabilizar a porção distal
do antebraço e suportar a mão na posição
anatómica.
c) Região de palpação – na parte anterior do
punho, acima do pisiforme, prolongamento
Fig. 46 – Posição inicial de teste
do 5º metacarpo.
d) Movimento desejado – flexão do punho
com desvio cubital.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude
de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
no bordo cubital da mão, tentando
leva-la à extensão com desvio
Fig. 47 – Aplicação de resistência.
radial (Fig. 47).

57
Teste Muscular

III – Substituições

a) Flexor radial do carpo;


b) Longo palmar;
c) Flexores dos dedos;
d) Abdutor do 5º dedo;
e) Extensor cubital do carpo.

58
Teste Muscular

LONGO PALMAR
ORIGEM: Na Epicôndilo Medial do Úmero.

Sobre o Retináculo Flexor do Carpo e Aponevrose


INSERÇÃO:
Palmar Superficial da Mão.
Flexão do Punho;
ACÇÃO:
Flexão do Cotovelo.

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte


a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º
de flexão e em supinação (Fig. 48).
b) Estabilização – estabilizar a porção distal
do antebraço e suportar a mão.
c) Região de palpação – na região média do
punho, no prolongamento do 3º metacarpo,
(é o único tendão da superfície palmar que Fig. 48 – Posição inicial de teste.
não passa debaixo do ligamento transverso
do carpo - é por lhe faltar este apoio que
não desenvolve a força necessária para a
flexão completa).
d) Movimento desejado – flexão do punho a
direito, com a mão em concha.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
Fig. 49 – Posição final de teste.
2+ a 3 → através da amplitude
teste (metade da amplitude de
movimento) (Fig. 49).
3+ a 5 → com resistência
aplicada nos metacarpos, a
contrariar o movimento desejado
(Fig. 50). Fig. 50 – Aplicação de resistência.

59
Teste Muscular

III – Substituições

a) Flexores dos dedos;


b) Flexor radial do carpo;
c) Flexor cubital do carpo;
d) Extensores do punho - após relaxamento.

60
Teste Muscular

FLEXOR RADIAL DO CARPO

ORIGEM: Na Face Anterior do Epicôndilo Medial do Úmero.

INSERÇÃO: Na face palmar da base do 2.º Metacarpiano.

Flexão e Desvio Radial do Punho;


ACÇÃO:
Flexão do Cotovelo.

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste forte e para teste fraco)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e em supinação (Fig. 51).
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e
suportar a mão em posição anatómica.
c) Região de palpação – na base do 2º
metacarpo, do lado lateral do Longo palmar.
d) Movimento desejado – flexão do punho Fig. 51 – Posição inicial de teste.

com ligeiro desvio radial (Fig. 52).


e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na palma da mão, em direcção a Fig. 52 – Posição final de teste.

extensão com desvio cubital (Fig.


53).

Fig. 53 – Aplicação de resistência.

61
Teste Muscular

III – Substituições

a) Longo palmar;
b) Flexor cubital do carpo;
c) Flexores dos dedos;
d) Extensores do punho – após relaxamento;
e) Longo e curto extensores radiais do carpo.

62
Teste Muscular

CURTO EXTENSOR RADIAL DO CARPO


2º RADIAL EXTERNO

No Epicôndilo Lateral do Úmero, na sua Face


ORIGEM:
Posterior.

INSERÇÃO: Face Posterior (Dorsal) da base do 3.º Metacarpiano.

Extensão do Punho;
ACÇÃO:
Extensão do Cotovelo.

C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial / Nervo


INERVAÇÃO:
Cutâneo Posterior do Antebraço.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e em pronação (Fig. 54).
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e
suportar a mão com o punho a 0º de
extensão. Fig. 54 – Posição inicial de teste.
c) Região de palpação – superfície dorsal do
punho, na base do 3º metacarpo.
d) Movimento desejado – extensão do punho
a direito (Fig. 55).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento. Fig. 55 – Posição final de teste.

3+ a 5 → com resistência aplicada


nas costas da mão, contrariando o
movimento desejado (Fig. 56).

Fig. 56 – Aplicação de resistência.


63
Teste Muscular

III – Substituições

a) Longo extensor radial do carpo;


b) Extensor cubital do carpo;
c) Extensores dos dedos;
d) Longo extensor do polegar;
e) Flexores do punho – após relaxamento.

64
Teste Muscular

LONGO EXTENSOR RADIAL DO CARPO


1º RADIAL EXTERNO

No Epicôndilo Lateral do Úmero. Crista


ORIGEM:
supracondiliana lateral.
Na Face Dorsal (Posterior) da Base do 2.º
INSERÇÃO:
Metacarpiano.
Extensão e Desvio Radial do Punho;
ACÇÃO:
Extensão do Cotovelo.

INERVAÇÃO: C5 – D1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e em pronação (Fig. 57).
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e
suportar a mão com o punho a 0º de
extensão.
c) Região de palpação – na base do 2º
metacarpo (imediatamente antes de passar
Fig. 57 – Posição inicial de teste.
por baixo do tendão do longo extensor do
polegar).
d) Movimento desejado – extensão do punho
com desvio radial (Fig. 58).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada Fig. 58 – Posição final de teste.

no bordo radial em direcção a


flexão com desvio cubital (Fig. 59).

65
Teste Muscular

III – Substituições

a) Curto extensor radial do carpo;


b) Extensor cubital do carpo;
c) Extensores dos dedos;
d) Longo extensor do polegar;
e) Flexores do punho – após relaxamento.

Fig. 59 – Aplicação de
resistência.

66
Teste Muscular

EXTENSOR CUBITAL DO CARPO


CUBITAL POSTERIOR
No Epicôndilo Lateral do Úmero e no Bordo Posterior
ORIGEM:
do Cúbito.
Na Face Dorsal (Posterior) da Base do 5.º
INSERÇÃO:
Metacarpiano.
Extensão e Desvio Cubital do Punho;
ACÇÃO:
Extensão do Cotovelo.
C.5 – T.1 / Plexo Braquial / Nervo Radial / Nervo
INERVAÇÃO:
Cutâneo Posterior do Antebraço.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte


a) Posição – decúbito dorsal. cotovelo a 45º
de flexão e em pronação (Fig. 60).
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e
suportar a mão com o punho em 0º de
extensão.
c) Região de palpação – na superfície dorsal
do punho, abaixo da apófise estilóide do Fig. 60 – Posição inicial de teste.

cúbito, no prolongamento do 5º metacarpo.


d) Movimento desejado – extensão do punho
com desvio cubital (Fig. 61).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
no bordo cubital da mão, em
Fig. 61 – Posição final de teste.
direcção a flexão com desvio radial
(Fig. 62).

67
Teste Muscular

III – Substituições

a) Curto extensor radial do carpo;


b) Longo extensor radial do carpo;
c) Extensores dos dedos;
d) Flexor cubital do carpo.

Fig. 62 – Aplicação de resistência.

68
Teste Muscular

EXTENSOR COMUM DOS DEDOS

ORIGEM: Na Face Posterior do Epicôndilo Lateral do Úmero.


Forma 4 tendões terminais para o 2.º,3.º,4.º e 5.º Dedos.
Cada tendão termina subdividindo-se em 3 linguetas: uma
INSERÇÃO:
Central que termina na Base da Falange Proximal e Média;
e duas Laterais que se inserem na Base da Falange Distal.
Extensão das Metacarpofalângicas e Interfalângicas,
ACÇÃO: actuando em sinergia com os Lumbricóides e Interósseos;
Extensão do Cotovelo.
INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 90º de


flexão e antebraço em supinação ou posição
neutra. Dedos em flexão (Fig. 63).
b) Estabilização – estabilizar o punho em
posição neutra (entre flexão e extensão), e as
articulações inter-falângicas em flexão.
c) Região de palpação – nos tendões, quando Fig. 63 – Posição inicial de
teste
se dirigem individualmente para o punho,
(imediatamente acima da articulação
metacarpo-falângica).
d) Movimento desejado – extensão das
articulações metacarpo-falângicas dos quatro
últimos dedos, mantendo as inter-falângicas
em flexão (Fig. 64).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
Fig. 64 – Posição final de teste.

69
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada,


momentaneamente na 1ª falange, a
contrariar o movimento desejado.

III – Substituições

a) Extensores dos dedos indicador e mínimo; Fig. 64 – Aplicação de


resistência.
b) Lumbricóides;
c) Flexão do punho – extensão dos dedos por acção «tenodesis».

NOTA: o extensor comum dos dedos, faz extensão das articulações metacarpo-falângicas sem assistência dos

lumbricóides, que assistem na extensão das inter-falângicas. Limitando o teste à extensão das metacarpo-falângicas,

diferencia-se a acção deste músculo da dos lumbricóides e interósseos palmares.

O teste fraco pode ser feito numa posição alternativa permitindo a palpação e a estabilização do punho com se mostra na figura 65.

Fig. 65 – Início e fim de movimento na posição


alternativa para teste fraco.

70
Teste Muscular

FLEXOR COMUM PROFUNDO DOS DEDOS

Nos 2/3 Superiores das Faces Anterior e Medial do Cúbito


ORIGEM:
e na Membrana Interóssea.
Forma 4 tendões que passam pelo Canal Cárpico e dirigem-
INSERÇÃO: se para os 4 últimos Dedos, onde cada um deles, termina na
Base da Falange Distal (3.ª Falange), do Dedo respectivo.
Flexão das Metacarpofalângicas e Interfalângicas dos 4
ACÇÃO: últimos Dedos;
Flexão do Punho.
C.5 – T.1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano – Nervo
INERVAÇÃO:
Cubital inerva a sua metade medial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 90º de flexão


e antebraço em posição neutra (Fig. 66).
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e o punho.
Estabilizar as duas primeiras falanges em extensão.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – flexão da falange distal.
e) Graus – 2 → iniciar lento do movimento. Fig. 66 – Posição inicial de teste.

2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na 3ª
falange do dedo em teste, a contrariar o
movimento desejado, e contra pressão na
face dorsal da 2ª falange (Fig. 67).

III – Substituições
a) Extensão seguida de relaxamento.
Fig. 67 – Aplicação de
b) Evitar acção tenodesis resistência.

71
Teste Muscular

FLEXOR COMUM SUPERFICIAL DOS DEDOS

Na Epicôndilo Medial do Úmero, na Apófise Coronóide do Cúbito e no


ORIGEM:
Bordo Anterior do Rádio.
Forma 4 tendões que passam pelo Canal ou Túnel Cárpico e dirigem-se
para os 4 últimos Dedos. Cada tendão divide-se, na Falange Proximal,
INSERÇÃO: em dois, deixando passar o Tendão do Flexor Profundo, terminando na
Face Palmar (Anterior), em ambos os lados, da Base da Falange Média
(2.ª Falange).
Flexão da Metacarpo-falângicas e Interfalângicas Proximais dos 4
ACÇÃO: últimos Dedos;
Flexão do Punho.
INERVAÇÃO: C.5 – T.1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 90º de


flexão e antebraço em posição neutra.
b) Estabilização – estabilizar o antebraço e o
punho. Estabilizar em extensão todas as
falanges de todos os dedos que não estão em
teste (para eliminar a acção do flexor profundo
dos dedos). Estabilizar em flexão a 1ª falange
do dedo em teste (Fig. 68).
c) Região de palpação – não tem.
Fig. 68 – Posição inicial de teste.
d) Movimento desejado – flexão da 2ª falange.
O teste é feito dedo por dedo, separadamente.
e) Graus – 2 → iniciar lento do movimento.
2+ a 3 → através da amplitude de
teste.

72
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada na


2ª falange do dedo em teste, a
contrariar o movimento desejado (Fig.
69).

III – Substituições

a) Flexor comum profundo dos dedos – pela possibilidade Fig. 69 – Aplicação de


resistência.
De flexão da falange distal.
b) Extensão seguida de relaxamento – das articulações interfalângicas
c) Acção tenodesis.

73
Teste Muscular

LONGO EXTENSOR DO POLEGAR

No 1/3 médio da Face Posterior do Cúbito e na Membrana


ORIGEM:
Interóssea.

INSERÇÃO: Na Face Dorsal (posterior) da Base da 2.ª Falange do Polegar.

ACÇÃO: Extensão da Metacarpofalângica e Interfalângica do Polegar.

C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial / Nervo Cutâneo


INERVAÇÃO:
Posterior do Antebraço.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e antebraço em posição neutra.
Inicia-se o teste com a 2ª falange do
polegar em flexão completa.
b) Estabilização – suportar a mão e
estabilizar o primeiro metacarpo e a
articulação metacarpo-falângica em
Fig. 70 – Posição inicial de teste.
extensão.
c) Região de palpação – no tendão ao lado
do longo extensor radial do carpo,
constituindo o limite medial da tabaqueira
anatómica.
d) Movimento desejado – extensão da 2ª
falange do polegar (Fig. 71).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude
teste.
Fig. 71 – Posição final de teste.

74
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada


na falange distal do polegar a
contrariar o movimento desejado
(Fig. 72).

Fig. 72 – Aplicação de resistência

NOTA: devido ao facto de os músculos extensores dos dedos serem muito mais fracos que os músculos
flexores dos dedos, a resistência deve ser aplicada momentaneamente. Avalia-se o grau da força
muscular pela rapidez com que o segmento retorna à posição de extensão após a aplicação da
resistência.

III – Substituições

a) Longo flexor do polegar – flexão da 2ª falange do polegar, seguida de relaxamento.


b) Os músculos da região tenar (curto abdutor polegar, curto flexor polegar, e adutor
do polegar) podem fazer extensão das articulações interfalângicas pela acção
(extensora) tenodesis, isto é, fazendo flexão da trapézio-metacarpiana.

75
Teste Muscular

CURTO EXTENSOR DO POLEGAR

Na Face Posterior do Rádio (abaixo do Longo Abdutor do


ORIGEM:
Polegar) e na Membrana Interóssea.

INSERÇÃO: Na Face Dorsal (posterior) da Base da 1.ª Falange do Polegar.

Extensão da Metacarpofalângica do Polegar;


ACÇÃO:
Abdução do Polegar.
C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial / Nervo Cutâneo
INERVAÇÃO:
Posterior do Antebraço.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e antebraço em posição neutra.
b) Estabilização – estabilizar o punho em
posição neutra. Estabilizar o 1º metacarpo
no mesmo plano dos restantes
metacarpos. O movimento inicia-se com a
1ª falange do polegar em flexão (Fig. 73). Fig. 73 – Posição inicial de teste.

c) Região de palpação – imediatamente para


dentro do longo abdutor do polegar; na
tabaqueira anatómica entre o longo abdutor
e o longo extensor do polegar.
d) Movimento desejado – extensão da 1ª
falange do polegar.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude Fig. 74 – Posição final de teste.

teste.

76
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada


na falange proximal, do polegar a
contrariar o movimento desejado
(Fig. 75).

III – Substituições
Fig. 75 – Aplicação de
resistência.

a) Curto flexor do polegar – flexão da 1ª falange do polegar, seguida de relaxamento;


b) Longo extensor do polegar – fazendo extensão da art IF do polegar, com adução da
trapézio-metacarpiana em simultâneo com a extensão da art MF.

77
Teste Muscular

LONGO ABDUCTOR DO POLEGAR

Nas Faces Posteriores do Cúbito e do Rádio (no seu 1/3 médio) e


ORIGEM:
na Membrana Interóssea.

INSERÇÃO: Na Base do 1.º Metacarpiano (Face Lateral).

Abdução do Polegar;
ACÇÃO:
Flexão e Desvio Radial do Punho

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Radial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º de


flexão e antebraço em supinação. Deixar que o
polegar descanse na superfície palmar do
indicador.
b) Estabilização – estabilizar a 1ª e a 2ª falanges
do polegar em extensão.
c) Região de palpação – superfície radial da base
do 1º metacarpo, para fora do curto extensor do
polegar. É o tendão mais lateral do punho.
d) Movimento desejado – abdução do 1º
metacarpo, num plano de 90º com a palma da Fig. 76 – Posição inicial
de teste.
mão.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada no
1º metacarpo, a contrariar o movimento
desejado. (Deve-se estabilizar o 1º
metacarpo, caso contrário vai para extensão).
Fig. 77 – Posição final de teste.
78
Teste Muscular

III – Substituições

a) Curto abdutor do polegar;


b) Curto extensor do polegar;
c) Longo extensor do polegar.

Fig. 78 – Aplicação de resistência

79
Teste Muscular

LONGO FLEXOR DO POLEGAR

Na Face Anterior do Rádio (acima do Quadrado Pronador) e na


ORIGEM: Membrana Interóssea (o seu tendão passa sob o Retináculo
Flexor do Carpo).

INSERÇÃO: Na Base da Falange Distal do Polegar (face palmar).

Flexão da Interfalângica do Polegar;


ACÇÃO:
Flexão e Desvio Radial do Punho.

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º de


flexão e antebraço em supinação (Fig. 78).
b) Estabilização – estabilizar o 1º metacarpo e a 1ª
falange em extensão. Suportar a mão.
c) Região de palpação – palpa-se o tendão na
altura em que atravessa a 1ª falange ou na
articulação inter-falângicas, na superfície ventral
Fig. 78 – Posição inicial de teste.
do polegar.
d) Movimento desejado – flexão da 2ª falange do
polegar (Fig. 79)
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
falange distal a contrariar o movimento
desejado (Fig. 80). Fig. 79 – Posição final de teste.

80
Teste Muscular

Fig. 80 – Aplicação de resistência.


III – Substituições

a) Longo extensor do polegar – extensão seguida de relaxamento.

81
Teste Muscular

OPONENTE DO POLEGAR

ORIGEM: No Trapézio e no Retináculo Flexor do Carpo.

INSERÇÃO: Na Face Palmar, lateralmente do 1.º Metacarpiano.

ACÇÃO: Oponência do Polegar.

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º de


flexão e antebraço em supinação (Fig. 81).
b) Estabilização – estabilizar o 1º metacarpo e
estabilizar as articulações do polegar em
extensão.
c) Região de palpação – lado radial do 1º
metacarpo.
d) Movimento desejado – rotação do 1º metacarpo
Fig. 81 – Posição inicial de teste.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada no 1º
metacarpo, tentando desfazer a rotação.

Fig. 82 – Posição final de teste.

Fig. 83 – Aplicação de resistência.

82
Teste Muscular

III – Substituições

a) Curto abdutor do polegar – mas sem haver o componente de rotação.


b) Longo abdutor e Longo flexor do polegar – quando trabalham em conjunto,
aparentemente fazem a oposição, no entanto apenas ocorre flexão com adução,
sendo que a ponta do polegar toca na base do 5º dedo.

83
Teste Muscular

CURTO ABDUTOR DO POLEGAR

No Tubérculo do Escafóide e no Retináculo Flexor do


ORIGEM:
Carpo.
INSERÇÃO: Na Base da Falange Proximal (1.ª Falange) do Polegar.
ACÇÃO: Abdução do Polegar.

INERVAÇÃO: C5 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Mediano.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a


45º de flexão e antebraço em supinação.
Inicia-se o teste com o polegar colocado
no bordo radial do 2º metacarpo (Fig. 84).
b) Estabilização – suportar a mão e
estabilizar a 1ª e 2ª falanges em
extensão. (Colocar o polegar do doente em
Fig. 84 – Posição inicial de teste.
Sandwich, entre o polegar e o dedo médio).
c) Região de palpação – na eminência
tenar, entre o oponente e o curto flexor
do polegar.
d) Movimento desejado – abdução do
polegar num plano de 45º em relação à
palma da mão.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude
Fig. 85 – Posição final de teste.
teste.
3+ a 5 → com resistência
aplicada no polegar, a contrariar
o movimento desejado.

84
Teste Muscular

III – Substituições

a) Oponente;
b) Longo abdutor do polegar – se o plano
de movimento não for perpendicular à
palma da mão.

Fig. 86 – Aplicação de resistência.

85
Teste Muscular

CURTO FLEXOR DO POLEGAR

No Trapézio e no Retináculo Flexor do Carpo;


ORIGEM:
No Trapezóide e Grande Osso.
Na Base da Falange Proximal do Polegar por duas linguetas nos
INSERÇÃO:
lados cubital e medial.
ACÇÃO: Flexão da Metacarpofalângica do Polegar.
C5 – T1 / Plexo Braquial
INERVAÇÃO: Nervo Mediano – porção lateral
Nervo cubital – porção medial

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º


de flexão e antebraço em supinação (Fig.
87).

b) Estabilização – suportar a mão e


estabilizar a 1º metacarpo em extensão e a
2ª falange do polegar em extensão.
c) Região de palpação – de ambos os lados
do longo flexor do polegar, na articulação
metacarpo-falângica. Fig. 87 – Posição inicial de teste.

d) Movimento desejado – flexão da 1ª


falange do polegar (Fig. 88).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
Fig. 88 – Posição final de teste.
na falange proximal, a contrariar o
movimento desejado (Fig. 89).

86
Teste Muscular

III – Substituições

a) Longo flexor do polegar – apenas após


iniciada a flexão da art IF. Não permitir a
flexão da IF.
b) Adutor do polegar – porção oblíqua.
Fig. 89 – Aplicação de resistência.

87
Teste Muscular

ADUTOR DO POLEGAR
No Trapezóide e Grande Osso;
ORIGEM: No 2.º e 3.º Metacarpianos e das Articulações Metacarpofalângicas
correspondentes.
INSERÇÃO: Na Base da 1.ª Falange do Polegar.
ACÇÃO: Adução do Polegar.

INERVAÇÃO: C7 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo a 45º de


flexão e antebraço em supinação (Fig. 90).
b) Estabilização – estabilizar as falanges do
polegar em extensão.
c) Região de palpação – profundamente, entre o
polegar e o indicador. Fig. 90 – Posição inicial de teste.

d) Movimento desejado – aproximação do polegar,


em direcção ao indicador (Fig. 91).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento em relação à posição
anatómica.
Fig. 91 – Posição final de teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
base da 1ª falange, a contrariar o
movimento desejado, fazendo
contrapressão no 2º metacarpo (Fig. 92).

III – Substituições

a) Longo extensor do polegar – através da extensão


da articulação trapézio-metacarpiana. Fig. 92 – Aplicação de resistência.

88
Teste Muscular

b) 1º interósseo dorsal – (palpação).


c) Curto flexor do polegar – porção oblíqua – faz flexão da art metacarpo-falangica
Efectuam a flexão do polegar
d) Longo flexor polegar – faz flexão art IF

89
Teste Muscular

LUMBRICÓIDES

Estes 4 Músculos têm origem nos Tendões do Flexor


ORIGEM:
Profundo dos Dedos.

INSERÇÃO: Nos Tendões do Extensor Comum dos Dedos.

Flexão das Metacarpofalângicas e Extensão das


ACÇÃO:
Interfalângicas dos 4 últimos Dedos.
C5 – T1 / Plexo Braquial
INERVAÇÃO: Nervo Mediano – 3º e 4º lumbricóides
Nervo cubital – 1º e 2º lumbricóides

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo em 90º


de flexão e antebraço em posição neutra. O
movimento é iniciado estando a 1ª falange
em extensão e as outras duas em flexão (Fig.
93).

b) Estabilização – estabilizar o antebraço e a


mão.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – movimento
combinado de flexão da metacarpo- Fig. 93 – Posição inicial
falângica, com extensão das articulações
de teste.
inter-falângicas (Fig. 94).
e) Graus – 0 a 2- → não se podem graduar.
2 → movimento lento e impreciso.
2+ a 3 → através da amplitude teste.

Fig. 94 – Posição final de teste.

90
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada


nas pontas dos dedos, em direcção
a flexão das inter-falângicas e
extensão das metacarpo-falângicas
(Fig. 95).

Fig. 95 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Flexores dos dedos – podem tentar o movimento, encaracolando os dedos; não


havendo no entanto, extensão das falanges distais.

91
Teste Muscular

INTERÓSSEOS DORSAIS

O 1.º Interósseo Dorsal - Na Face Medial do 1.º Metacarpiano e Face


Lateral do 2.º Metacarpiano;
O 2.º Interósseo Dorsal - Na Face Medial do 2.º Metacarpiano e Face
Lateral do 3.º Metacarpiano;
ORIGEM:
O 3.º Interósseo Dorsal - Na Face Medial do 3.º Metacarpiano e Face
Lateral do 4.º Metacarpiano;
O 4.º Interósseo Dorsal - Na Face Medial do 4.º Metacarpiano e Face
Lateral do 5.º Metacarpiano.
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 2.º Dedo;
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 3.º Dedo;
INSERÇÃO:
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 3.º Dedo;
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 4.º Dedo.
Abdução de 4 dedos excluindo o polegar;
ACÇÃO: Flexão das Metacarpo-falângicas e Extensão das Inter-falângicas dos 4
últimos Dedos.
INERVAÇÃO: C7 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Antebraço em


pronação (Fig. 96).
b) Estabilização – estabilizar o punho em
posição neutra, suportar a mão e manter os
dedos em extensão.
c) Região de palpação –
1º interósseo dorsal: face radial do 2º
metacarpo.
2º interósseo dorsal: face radial da base da
falange proximal do 3º dedo.
Fig. 96 – Posição inicial de teste.
3º interósseo dorsal: face cubital da base da
falange proximal do 3ºdedo.

92
Teste Muscular

4º interósseo dorsal: face cubital da base da


falange proximal do 4º dedo.
d) Movimento desejado – abdução dos dedos
(Fig. 97).

e) Graus – 0 a 2 → por palpação.


2+ a 3 → através da amplitude
de movimento.
Fig. 97 – Posição final de teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na porção distal da 1ª falange a
contrariar o movimento desejado
(Fig. 98).

III – Substituições

a) Extensores dos dedos;


Fig. 98 – Aplicação de resistência.
b) Flexores dos dedos (aparente)
c) Lumbricóides – podem facilitar a abdução

93
Teste Muscular

INTERÓSSEOS PALMARES

O 1.º Interósseo Palmar - Na Face Medial do 2.º Metacarpiano;


ORIGEM: O 2.º Interósseo Palmar - Na Face Lateral do 4.º Metacarpiano;
O 3.º Interósseo Palmar - Na Face Lateral do 5.º Metacarpiano.
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 2.º Dedo;
INSERÇÃO: No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 4.º Dedo;
No tendão do Extensor Comum dos Dedos, para o 5.º Dedo.
Adução do 2º, 4º e 5º dedo;
ACÇÃO: Flexão das Metacarpo-falângicas e Extensão das Inter-falângicas dos 4
últimos Dedos.
INERVAÇÃO: C7 – T1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Cotovelo em


extensão, antebraço em pronação (Fig. 99).
b) Estabilização – estabilizar o punho em
posição neutra, suportar a mão e estabilizar
as articulações metacarpo-falângicas e
interfalângicas em extensão.
c) Região de palpação – Fig. 99 – Posição inicial de teste.

1º interósseo palmar: lado cubital da base da


falange proximal do 2ºdedo.
2º interósseo palmar: lado radial da base da
falange proximal do 4ºdedo.
3º interósseo palmar: lado radial da base da
falange proximal do 5ºdedo.
d) Movimento desejado – adução dos dedos
(Fig. 100).
Fig. 100 – Posição final de teste.
e) Graus – 0 a 2- → por palpação.
2 → iniciar do movimento.

94
Teste Muscular

2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na porção distal da 1ª falange, a
contrariar o movimento desejado
(Fig. 101).

Fig. 101 – Aplicação de resistência.


III – Substituições

a) Extensores dos dedos (aparente)


b) Flexores dos dedos.
c) Lumbricóides – podem facilitar o movimento de adução

95
Teste Muscular

ABDUTOR DO 5º DEDO

ORIGEM: No Pisiforme e no Retináculo Flexor do Carpo.

INSERÇÃO: Na Base da 1.ª Falange do 5.º Dedo.

Abdução do 5.º Dedo;


ACÇÃO:
Flexão da Metacarpofalângica do 5.º Dedo.

INERVAÇÃO: C.(7) – T.1 / Plexo Braquial / Nervo Cubital.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Antebraço em


pronação (Fig. 102).
b) Estabilização – estabilizar o punho e
suportar a mão. Estabilizar em extensão as
articulações metacarpo-falângicas e
Fig. 102 – Posição inicial de teste.
interfalângicas.
c) Região de palpação – ao longo da face
cubital do 5º metacarpo.
d) Movimento desejado – abdução do 5º
dedo (Fig. 103).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
Fig. 103 – Posição final de teste.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
na porção distal da 1ª falange do 5º
dedo, a contrariar o movimento
desejado (Fig. 104).

Fig. 104 – Aplicação de resistência.

96
Teste Muscular

III – Substituições

a) Extensores dos dedos;


b) Flexores dos dedos;
c) Extensor próprio do 5º dedo;
d) Flexor cubital do carpo – substituição à palpação, por enviar uma expansão para o
abdutor do 5º dedo.

97
Teste Muscular

PSOAS-ILIACO

Na Face Anterior das Apófises Transversas de T12 a


ORIGEM: L5 e nos Discos Intervertebrais que separam os
Corpos dessas Vértebras.
INSERÇÃO: Na Face Posterior do Pequeno Trocanter.
Flexão, Inclinação Homolateral e Rotação
Contralateral da Coluna Lombar;
ACÇÃO:
Anteversão da Pelve;
Flexão, Rotação Lateral e Adução da Coxa.
INERVAÇÃO: T12 - L4 / Plexo Lombar.
Na Face Medial do osso Ilíaco e nos 2/3 superiores da
ORIGEM:
Fossa Ilíaca Medial.
No Pequeno trocânter, lateralmente ao Tendão do
INSERÇÃO:
Psoas Maior.
Anteversão da Pelve;
ACÇÃO:
Flexão, Rotação Lateral e Adução da Coxa.
T12 - L4 / Plexo Lombar ; L1-L4 / Plexo Lombar
INERVAÇÃO:
/Nervo Femural.

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Anca e joelho


flectidos a 90º (Fig. 105).
b) Estabilização – suportar a perna. (Não
permitir que o doente ultrapasse os 90º de flexão do
joelho, pois provocaria flexão da anca).
c) Região de palpação – na virilha, para
Fig. 105 – Posição inicial de teste fraco
dentro do costureiro, profundamente.
d) Movimento desejado – flexão da coxa para
além dos 90º de flexão, correspondentes à
posição inicial (Fig. 106).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude
teste.

Fig. 106 – Posição final de teste fraco


98
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – sentado no bordo da mesa, com


as pernas pendentes. O doente agarra com
Fig. 106 – Posição final de teste fraco.
as mãos o bordo da mesa, para estabilizar a
bacia (Fig. 107).
b) Estabilização – estabilizar quando
necessário a bacia e o tronco.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – flexão da coxa a
direito, contra gravidade (Fig. 108).
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude
teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na Fig. 107 – Posição inicial de teste forte.

extremidade distal da coxa a contrariar o


movimento.

Fig. 108 – Posição final de teste forte. Fig. 109 – Aplicação de resistência.

99
Teste Muscular

III – Substituições

a) Abdominais – inclinação posterior da bacia;


b) Recto anterior – pela flexão da anca
c) Flexão do joelho – na posição de teste fraco (posição de estiramento para o recto
anterior);
d) Costureiro – por fazer rotação externa e abdução da anca, e por ser superficial pode
ser facilmente palpado.
e) Tensor da fáscia lata – por fazer rotação medial e abdução.

100
Teste Muscular

COSTUREIRO

ORIGEM: Na Espinha Ilíaca Ântero-Superior.


Desce ao longo da Coxa, contornando-a pela parte
medial, inserindo-se abaixo do côndilo Medial da
INSERÇÃO: Tíbia, por um tendão comum aos músculos
Semitendinoso e Grácil (Recto Interno), designando-
se, esta zona da Tíbia, por "Pata de Ganso ".
Flexão, Rotação Lateral e Abdução da Coxa;
ACÇÃO: Flexão e Rotação Medial da Tíbia;
Anteversão da Pelve.
INERVAÇÃO: L2 - L4 / Plexo Lombar / Nervo Femural.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Coxa flectida a 45º


e joelho a 90º de flexão (Fig. 110).
b) Estabilização – suportar a perna.
c) Região de palpação – imediatamente abaixo
e para dentro da espinha ilíaca antero-
superior, para fora do psoas-ilíaco. (O costureiro
Fig. 110 – Posição inicial de teste fraco.
atravessa a articulação da anca em diagonal e o recto
femural vem da espinha ilíaca antero-inferior e vai a
direito para baixo).
d) Movimento desejado - movimento combinado
de flexão, abdução e rotação lateral (Fig. 111).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude
teste.

Fig. 111 – Posição final de teste fraco.

101
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – sentado, pernas pendentes do bordo da mesa. O doente agarra com as


mãos o bordo da mesa, para estabilizar a bacia (Fig. 112).
b) Estabilização – estabilizar a pélvis e o tronco quando necessário.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo. (Pede-se ao doente para trazer o calcanhar ao longo da
perna oposta, até ao joelho) (Fig. 113).

e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.


3+ a 5 → com resistência aplicada na extremidade distal da coxa e na parte
medial do tornozelo em direcção a extensão, adução e rotação medial (Fig.
114).

Fig. 113 – Posição final de teste Fig. 114 – Aplicação de resistência.


forte.

Fig. 112 – Posição inicial de


teste forte.

III – Substituições

a) Psoas-ilíaco – pela flexão da coxo-femural


b) Rotadores da coxa – no inicio do movimento.
c) Recto anterior e abdutores – movimento não simultâneo de flexão e abdução da
coxa.

102
Teste Muscular

ADUTORES

No osso Púbis, entre a Crista Púbica e a Sínfise


ORIGEM:
Púbica.
Longo adutor INSERÇÃO: Na Linha Áspera do Fémur, no seu 1/3 médio.
ACÇÃO: Adução, Flexão e Rotação Lateral da Coxa.
INERVAÇÃO: L1 - L4 / Plexo Lombar / Nervo Obturador.
Situado posteriormente ao Longo Adutor, na Face
ORIGEM:
Anterior do corpo do osso Púbis.
Curto adutor INSERÇÃO: Na Linha Áspera do Fémur, no seu 1/3 superior.
ACÇÃO: Adução, Flexão e Rotação Lateral do Fémur.
INERVAÇÃO: L1 - L4 / Plexo Lombar / Nervo Obturador.
Na Tuberosidade Isquiática e no ramo Ísquio-
ORIGEM:
Púbico.
Em toda a extensão da Linha Áspera e na parte
INSERÇÃO: superior do Condilo Medial do Fémur (Tubérculo do
Adutor).
Adutor magno Adução da Coxa;
A Porção Profunda participa na Rotação Lateral e
ACÇÃO: na Flexão da Coxa;
A Porção Superficial participa na Rotação Medial
da Coxa
INERVAÇÃO: L1 - L4 / Plexo Lombar / Nervo Obturador.

TESTE:

I - Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Joelho em


extensão, coxa em 45º de abdução e em
posição neutra, entre rotação medial e lateral
(Fig. 115).

b) Estabilização – suportar o membro inferior


para evitar a fricção na mesa, estabilizar o
joelho em extensão.
c) Região de palpação – superfície medial da Fig. 115 – Posição inicial de teste fraco.

coxa.

103
Teste Muscular

d) Movimento desejado – adução da coxa até


à posição anatómica (Fig. 116).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude
teste. (Com o joelho e anca flectido e o pé
apoiado na mesa, coxa em abdução. Pedir
ao doente para fazer a adução nesta
posição).

II – Teste forte Fig. 116 – Posição final de teste fraco.

a) Posição – decúbito lateral, (sobre o lado do


membro em teste). A terapeuta suporta o
membro de cima a 45º de abdução. Membro
em teste em alinhamento com o corpo (Fig.
117).

b) Estabilização – suportar o membro de cima


Fig. 117 – Posição inicial de teste forte.
e estabilizar o tronco.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – adução da coxa até
45º. (Pedir ao doente para levantar o
membro de baixo, até tocar na de cima).
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude de
teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada
Fig. 118 – Aplicação de resistência na posição final
na parte medial da coxa, de teste forte.

imediatamente acima do joelho (Fig.


118).

III – Substituições

a) Isquiotibiais mediais – efectuando o “tilt” anterior da bacia, promovem a rotação


lateral da anca.
b) Flexores da coxa – promovem o “tilt” posterior da bacia, aparentemente rodando a
anca medialmente.

104
Teste Muscular

c) Grande glúteo (Estas substituições só se verificam em teste fraco);


d) Abdominais.

105
Teste Muscular

ABDUTORES

Na parte média da Fossa Ilíaca Lateral (encontrando-se


ORIGEM:
situado anteriormente ao Grande Glúteo).
INSERÇÃO: Na Face Lateral do Grande Trocanter do Fémur.
Abdução e Rotação Medial da Coxa;
Fibras Anteriores - Flexão da Coxa e Anteversão da
Pélvis;
Fibras Posteriores - Extensão da coxa e Retroversão da
ACÇÃO:
Pélvis;
Se actua da um só lado realiza Inclinação Lateral e
Equilíbrio Transversal da Pélvis (quando se está apoiado
sobre uma só perna).
INERVAÇÃO: L4 – S1 / Plexo Sacral / Nervo Glúteo Superior.
Na Porção Anterior da Crista Ilíaca e na parte anterior da
ORIGEM: Fossa Ilíaca Lateral (encontra-se situado anteriormente ao
Glúteo Médio).
INSERÇÃO: Na Face Antero-Lateral do Grande Trocanter do Fémur.
Abdução e Rotação Medial da Coxa;
Fibras Anteriores - Flexão da Coxa (muito débil);
ACÇÃO: Anteversão da Pélvis (os dois lados ao mesmo tempo);
Se actuar num só lado produz Inclinação Lateral com
Rotação para o mesmo lado.
INERVAÇÃO: L4 – S1 / Plexo Sacral / Nervo Glúteo Superior.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal, membro em teste


em posição neutra entre rotação medial e
lateral, joelho em extensão (Fig. 119).
b) Estabilização – suportar a perna para evitar a
fricção na mesa, manter o joelho em extensão. Fig. 119 – Posição inicial de teste

c) Região de palpação – entre o grande trocanter fraco.

e a crista ilíaca.

106
Teste Muscular

d) Movimento desejado – abdução a direito.


(Pedir ao doente para trazer o membro para fora,
mantendo-o na posição neutra) (Fig. 120).

e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude de


movimento.

II – Teste forte

a) Posição – decúbito lateral (do lado oposto ao


membro em teste); flexão da coxa e joelho do
Fig. 120 – Posição final de
membro não em teste. Rodar a anca do teste fraco.

membro em teste para a frente, para impedir


que a fáscia ilio-tibial cubra o grande trocanter.
Deste modo o médio glúteo fica mais próximo
da superfície (Fig. 121).
b) Estabilização – manter a rotação da anca.
Quando os oblíquos do abdómen são fortes
estabiliza-se para baixo a crista ilíaca; se fracos
estabiliza-se para cima a crista ilíaca. Fig. 121 – Posição inicial de teste forte.

c) Região de palpação – a mesma.


d) Movimento desejado – o mesmo. (Trazer para cima o membro em teste) (Fig. 122).
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na extremidade distal da coxa em
direcção a adução (Fig. 123).

Fig. 122 – Posição final de teste forte. Fig. 123 – Aplicação de resistência.

107
Teste Muscular

III – Substuições

a) Oblíquos do abdómen – pela aproximação do tórax à pélvis.


b) Tensor da fáscia lata – se se permitir flexão da coxo-femural
c) Grande glúteo – promovendo a rotação lateral do segmento durante o movimento
de abdução.
d) Fáscia ilio-tibial – se pelo facto de não se rodar a anca para diante, se permitir que a
fáscia ilio-tibial passe a cobrir o grande trocanter. Esta proeminência provoca uma
tensão na fáscia lata, responsável por certa abdução da coxa.

108
Teste Muscular

TENSOR DA FASCIA LATA

Na Espinha Ilíaca Antero-Superior e no Lábio Lateral da


ORIGEM: Crista Ilíaca (o tendão deste músculo entrelaça-se na Fáscia
Lata, com a qual forma o Trato Ílio-Tibial).
INSERÇÃO: No Tubérculo da Face Lateral do Côndilo Lateral da Tíbia.
Flexão, Abdução e Rotação Medial da Coxa;
Extensão e Rotação Lateral do Joelho (se este estiver
ACÇÃO:
flectido);
Anteversão da Pélvis.
INERVAÇÃO: L4 – S1 / Plexo Sacral / Nervo Glúteo Superior.

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal (Fig. 124).


b) Estabilização – suportar o membro na posição anatómica, de modo a eliminar a
ação da gravidade.
c) Região de palpação – imediatamente para fora da espinha ilíaca
ântero-superior.
d) Movimento desejado – flexão, abdução e rotação medial, num plano de 45º com a
mesa (Fig. 125). Alternativa: colocar o paciente em posição de long-siting (ficando
com os 45º de flexão da anca sem ser contra a acção da gravidade).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude teste.

Fig. 124 – Posição inicial de teste fraco. Fig. 125 – Posição final de teste fraco.

NOTA: Na impossibilidade de se obter qualquer movimento na posição indicada, tenta-se uma graduação por palpação. Para isto,
coloca-se o membro numa posição mais favorável: posição intermédia para a flexão e abdução, joelho em extensão, na amplitude
teste. Pede-se ao doente que faça rotação medial da coxa.

109
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – decúbito lateral (lado oposto ao


membro em teste). Membro não em teste:
coxa e joelho flectidos. Membro em teste:
rodar o ilíaco para trás, para permitir que o
tensor da fáscia lata fique mais próximo da
superfície e para impedir a fáscia ilio-tibial de
cobrir o grande trocanter. Coxa de 10 a 20º
Fig. 126 – Posição inicial de teste forte.
de flexão e em rotação medial (Fig. 126).
b) Estabilização – manter o ilíaco em posição. Quando os oblíquos do abdómen são
fortes estabiliza-se para baixo a crista ilíaca; se fracos, estabiliza-se para cima.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – abdução da coxa, mantendo a posição inicial de 10 a 20º de
flexão e em rotação medial (Fig. 127).
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na extremidade distal da coxa, tentando
levar o membro à posição anatómica. (Para baixo, para trás e para rotação
lateral) (Fig. 128).

Fig. 127 – Posição final de Fig. 128 – Aplicação


teste forte. de resistência.

110
Teste Muscular

III – Substituições

a) Médio glúteo – (se o ilíaco rodar para diante);


b) Oblíquos do abdómen – encolhem a anca (substituição aparente);
c) Flexores da coxa;
d) Fáscia ilio-tibial – se pelo facto de não se rodar o ilíaco para trás, permitir que a
fáscia ilio-tibial venha cobrir o grande trocanter.

111
Teste Muscular

ROTADORES LATERAIS

Na Face Anterior das 2.ª, 3.ª e 4.ª Vértebras Sagradas


ORIGEM:
(S.2 a S.4).
Os feixes saem da Bacia pela Incisura Isquiática Maior
Piriforme INSERÇÃO: do Ilíaco e inserem-se na Face Superior do Grande
Trocanter.
ACÇÃO: Rotação Lateral, Abdução e Flexão da Coxa.
INERVAÇÃO: S1 – S2 / Plexo Sacral / Nervo para o músculo Piriforme.
Na Face Lateral do Ilíaco e em todo o contorno externo
ORIGEM:
do Buraco Obturado.
Obturador As suas fibras passam sob o Colo do Fémur e inserem-se
INSERÇÃO:
externo no Grande Trocanter.
ACÇÃO: Rotação Lateral, Abdução e Flexão da Coxa.
INERVAÇÃO: L2 - L4 / Plexo Lombar / Nervo Obturador.
Na Face Medial do Ilíaco em redor e sobre o Buraco
ORIGEM:
Obturado.
As suas fibras contornam a Incisura Isquiática Menor,
Obturador INSERÇÃO:
inserindo-se na face medial do Grande Trocanter.
interno
ACÇÃO: Rotação Lateral, Flexão e Abdução da Coxa.
L5 – S2 / Plexo Sacral / Nervo para o músculo Obturador
INERVAÇÃO:
Interno e Gémeo Superior.
Na Face Lateral da Tuberosidade Isquiática
ORIGEM:
(porção posterior da articulação Coxo-Femural).
Quadrado
INSERÇÃO: Na Linha Intertrocantérica do Fémur.
femural
ACÇÃO: Rotação Lateral da Coxa e Retroversão da Pelvis.
INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral.

TESTE:

I – Teste fraco
a) Posição – decúbito dorsal. Membro não em teste - anca e joelho flectidos, com o
calcanhar apoiado sobre a mesa. Membro em teste - joelho a 90º de flexão, com a
perna pendente no bordo da mesa. O teste é iniciado com a coxa em máxima
rotação medial (amplitude de estiramento).

112
Teste Muscular

b) Estabilização – estabilizar a porção distal da coxa, para evitar a adução ou abdução


desta; suportar a perna na região do tornozelo, para evitar a acção da gravidade.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação lateral desde a posição de estiramento até à
posição neutra.
e) Graus – 0 a 2 → através da amplitude de estiramento.

II – Teste forte
a) Posição – a mesma. Membro em teste - coxa em posição neutra, perna pendente no
bordo da mesa.
b) Estabilização – estabilizar a coxa, para evitar a abdução ou adução desta.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação lateral da coxa, a partir da posição neutra.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na parte distal da perna, a contrariar o
movimento desejado.

III – Substituições

a) Tibial anterior; tibial posterior; longo flexor dos dedos - inversão do pé pode dar ideia
de rotação lateral do fémur. Evitar dar resistência no pé;
b) Adutores da anca - pode dar ideia de rotação lateral;
c) Quadricípite – pela extensão do joelho
d) Isquiotibiais – pela flexão do joelho

113
Teste Muscular

ROTADORES MEDIAIS

Músculos – Glúteo Médio e Mínimo e o Tensor da Fáscia Lata

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Membro não em teste - anca e joelho flectidos, com o
calcanhar apoiado sobre a mesa. Membro em teste - joelho a 90º de flexão, com a
perna pendente no bordo da mesa. O teste é iniciado com a coxa em máxima
rotação lateral (amplitude de estiramento).
b) Estabilização – estabilizar a porção distal da coxa, para evitar a adução ou abdução
desta; suportar a perna na região do tornozelo, para eliminar a acção da gravidade.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação medial desde a posição de estiramento até à
posição neutra.
e) Graus – 0 a 2 → através da amplitude de estiramento.

II – Teste forte

a) Posição – a mesma. Membro em teste - coxa em posição neutra, perna pendente no


bordo da mesa.
b) Estabilização – estabilizar a coxa, para evitar a abdução ou adução desta.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – rotação medial da coxa, a partir da posição neutra.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na parte distal da perna, a contrariar o
movimento desejado.

114
Teste Muscular

III – Substituições

a) Peroneais – eversão do pé pode dar ideia de rotação medial;


b) Quadricípite – pela extensão do joelho
c) Abdutores da anca;
d) Isquiotibiais (combinados com inclinação da bacia);
e) Encolher da anca – pela aproximação do tórax à bacia através dos músculos
abdominais oblíquos.

115
Teste Muscular

GRANDE GLÚTEO
Na Face Dorsal do Sacro e Cóccix e na parte posterior da
ORIGEM:
Fossa Ilíaca Lateral (Linha Glútea).
Os feixes musculares têm uma direcção infero-lateral,
inserindo-se em dois planos:
Superficial - No Tensor da Fáscia Lata (Fáscia Ilío-
INSERÇÃO:
Tibial);
Profundo – No Lábio Lateral da Linha Áspera
(superiormente) Tuberosidade Glútea do Fémur.
Superficial - Extensão, Rotação Lateral e Abdução da
Coxa
ACÇÃO:
Profundo – Extensão, Rotação Lateral e Adução da Coxa
Retroversão da Pélvis
INERVAÇÃO: L5 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Glúteo Inferior.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito ventral. Joelho flectido a


90º; a terapeuta agarra o membro inferior do
doente. Pede-se ao doente que «traga a
coxa para cima» ou «aperte as nádegas»:
Fig. 129 – posição inicial de teste fraco.
graus assistidos (Fig. 129).
b) Estabilização – suportar a coxa e a perna
para anular a acção da gravidade.
c) Região de palpação – na região glútea.
d) Movimento desejado – hiper-extensão da
anca. Este movimento é impossível, quando
o grande glúteo tem um grau muito fraco,
mas a tentativa para o realizar parece ser a
mais eficaz para provocar a contracção
deste músculo, e consequentemente permitir Fig. 130 – posição final de teste fraco.

a graduação por palpação (Fig. 130).

116
Teste Muscular

NOTA: consegue-se por vezes a contracção do grande glúteo quando se pede ao doente:
- aperte as nádegas uma contra a outra;
- levante a cabeça e os ombros da mesa (neste caso o grande glúteo entra em acção
como estabilizador do tronco).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude de movimento.

II – Teste forte

a) Posição – a mesma do teste fraco.


b) Estabilização - estabilizar a bacia e manter o joelho do membro em teste a 90º
de flexão, para evitar a intervenção dos isquiotibiais.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na extremidade distal da coxa, a
contrariar o movimento desejado. Nota: A amplitude pode estar limitada
devido a retracção dos flexores da anca ou recto anterior, e neste caso
o doente quer fazer extensão do joelho. Pode-se utilizar, nestes casos,
uma posição alternativa: decúbito ventral, anca a 90º de flexão
pendente no bordo da mesa e joelho e 90º flexão.

III – Substituições

a) Isquiotibiais – pela flexão do joelho e extensão da anca


b) Grande adutor (aparente)
c) Extensores lombares – quando fortes podem provocar inclinação da bacia e
consequentemente uma extensão aparente da coxa. Neste caso é preciso
estabilizar a bacia. O doente apoiando-se no chão com o pé do membro oposto, faz
extensão do joelho e coxa desse lado, o que provoca um movimento da bacia que
dá ideia de extensão do membro em teste.

117
Teste Muscular

QUADRICÍPETE

Músculo muito volumoso, constituído por 4 porções:


Na Espinha Ilíaca Antero-Inferior (Recto Anterior);
No Grande Trocanter e no Lábio Lateral da Linha
Áspera do Fémur;
ORIGEM:
Na parte distal da linha Intertrocantérica e no Lábio
Medial da Linha Áspera do Fémur;
Na Face Anterior e Lateral dos 2/3 superiores da
Diáfise do Fémur (Porção mais profunda).
Os Tendões das terminações das 4 porções deste
músculo reúnem-se por cima da Rótula, constituindo o
INSERÇÃO: Tendão do Quadricípite, que se insere na Base e nos
Bordos Laterais da Rótula e na Tuberosidade Anterior
da Tíbia.
Flexão da Coxa (é mais eficiente na Flexão da Coxa,
com o Joelho em Flexão);
Extensão do Joelho (é mais eficiente na Extensão do
ACÇÃO:
Joelho, quando a Coxa se encontra em Extensão);
Rotação Lateral do Joelho, quando este está flectido;
Rotação Medial do Joelho, quando este está flectido.
L2 – L4 / Plexo Lombar / Nervo Femural; L4 – S1 /
INERVAÇÃO: Plexo Sacral / Nervo para os músculos Quadricípite e
Gémeo Inferior.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal. Coxa e perna


flectidas de modo a que a planta do pé,
repouse sobre a mesa (Fig. 131).
b) Estabilização – suportar a porção distal da
coxa com o antebraço, de modo a poder
palpar com a mão. Suportar a perna para Fig. 131 – Posição inicial de teste fraco.

anular a acção da gravidade.

118
Teste Muscular

c) Região de palpação – no tendão ao inserir-


se na tuberosidade anterior da tíbia, ou na
face anterior da coxa imediatamente acima
da rótula.
d) Movimento desejado – extensão do joelho
(Fig. 132).

e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude


de teste.

Fig. 132 – Posição final de teste


fraco.

NOTA: se for necessário graduar unicamente por palpação, procura-se obter uma contracção estática do quadricípite

- Pede-se para levantar o calcanhar da mão do fisioterapeuta quando tem o membro inferior estendido; ou tentar

puxar a rótula para cima quando o fisioterapeuta a empurra para baixo; ou empurrar a mão do fisioterapeuta quando

esta está sob o joelho.

Alternativa: Pode-se ainda colocar o dt em decúbito lateral com o membro em teste


supra-lateral com o joelho a 90º de flexão e anca em extensão.

II – Teste forte

a) Posição – sentado, pernas fora da mesa, o


doente agarra com as mãos o bordo da
mesa, para estabilizar a bacia (Fig. 133).
NOTA: o recto anterior trabalha
melhor, em teste forte, se o doente
estiver em decúbito dorsal, com as
pernas fora da mesa, porque está
estirado na anca.
b) Estabilização – a bacia e o tronco se
necessário. (A mão da terapeuta deve estar
Fig. 133 – Posição
colocada sobre a parte terminal da coxa, para inicial de teste forte.

manter o joelho a 90º de flexão).


119
Teste Muscular

c) Região de palpação – a mesma.


d) Movimento desejado – extensão do joelho, de 90º de flexão até 0º de extensão
(Fig. 134).

e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste.


3+ a 5 → com resistência aplicada na região do tornozelo a contrariar o
movimento desejado (Fig. 135).

Fig. 134 – Posição final de teste forte. Fig. 135 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Isquiotibiais – (oscilação da perna para diante, provocada por flexão seguida de relaxamento
repentino);
b) Flexão dorsal do pé ou rotação da coxa - substituição aparente.

120
Teste Muscular

ISQUIOTIBIAIS

Na Tuberosidade Isquiática;
ORIGEM:
Na Linha Áspera do Fémur (lábio lateral).
As duas porções dão origem a um tendão
INSERÇÃO: comum, que se insere na Cabeça do Perónio e
no Condilo Lateral da Tíbia.
Extensão da Coxa (principalmente se esta
estiver em Flexão);
Flexão do Joelho e Retroversão da Pelvis
ACÇÃO:
(Bacia);
Rotação Lateral do Joelho;
Adução da Coxa.
Bicípite femural INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral / Nervo Isquiático.
ORIGEM: Na Face Posterior da Tuberosidade Isquiática.
Abaixo do Condilo Medial d Tíbia, por
intermédio de um tendão comum com os
INSERÇÃO:
músculos Costureiro e Grácil, na zona
denominada por "Pata de Ganso".
Semi-tendinoso Extensão da Coxa (principalmente se esta
estiver em Flexão);
ACÇÃO: Flexão do Joelho e Retroversão da Pelvis
(Bacia);
Rotação Medial do Joelho.
INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral / Nervo Isquiático.
Na Face Lateral da Tuberosidade Isquiática (é
ORIGEM:
mais profundo que o Semi-tendinoso).
Na Face Postero-Medial do Condilo Medial da
INSERÇÃO:
Tíbia.
Extensão da Coxa (principalmente se esta
estiver em Flexão);
ACÇÃO: Flexão do Joelho e Retroversão da Pelvis
(Bacia);
Rotação Medial do Joelho.
Semi-membranoso INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral / Nervo Isquiático.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)
121
Teste Muscular

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito ventral; joelho a 5º de


flexão para evitar a acção dos gémeos (Fig.
136).

b) Estabilização – suportar a perna na região


do tornozelo.
c) Região de palpação – imediatamente acima
do joelho, de um e outro lado da região Fig. 136 – Posição inicial de teste.

posterior da coxa.
d) Movimento desejado – flexão do joelho até
90º (fig. 137).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude
teste.
NOTA: se for necessário graduar por palpação, coloca-se a perna a
90º de flexão e procura-se obter uma contracção estática dos
isquiotibiais.

Alternativa: colocar o dt em decúbito lateral


com o membro em teste supra-lateral, joelho Fig. 137 – Posição final de teste.

em extensão. Suportar a coxa e pedir flexão do


joelho.

II – Teste forte

a) Posição – a mesma (Fig. 136).


b) Estabilização – se necessário estabilizar a
bacia, suportar a extremidade distal da perna
para orientar o movimento.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado - o mesmo (Fig. 137).
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude teste. Fig. 138 – Aplicação de resistência.

122
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada no


tornozelo a contrariar o movimento
desejado (Fig. 138).

III – Substituições

a) Costureiro – pode assistir na flexão do joelho, mas também efectua flexão e rotação
lateral da anaca
b) Recto medial – pela flexão da anca
c) Se os isquiotibiais mediais forem mais fortes haverá rotação medial da perna; se os
laterais forem mais fortes haverá rotação lateral. Utilizar a palpação para
estabelecer a diferença entre os graus.

123
Teste Muscular

TRICIPEDE SURAL

Na Face Posterior do Condilo Lateral do Fémur;


Na Face Posterior do Condilo Medial do Fémur;
ORIGEM: É a porção mais profunda. Na Face Posterior da Cabeça
do Perónio, na Linha Solear e no 1/3 Médio da Tíbia
(posteriormente).
Contribuem na formação do Tendão de Aquiles,
INSERÇÃO: tendão este, que se insere na Tuberosidade do
Calcaneo (face posterior).
Os Gémeos realizam a Flexão do Joelho;
Flexão Plantar com tendência à Inversão do Pé, devido
ACÇÃO: à forma das superfícies articulares da articulação Sub-
astragalina.

INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito dorsal, calcanhares fora


da mesa, pé em posição neutra (entre flexão
plantar e dorsal) (Fig. 142).

b) Estabilização – estabilizar a perna


imediatamente acima do tornozelo, suportar Fig. 142 – Posição inicial de teste fraco.
o pé ao nível da articulação de Chopart para
eliminar a acção da gravidade.
c) Região de palpação – na massa muscular
na região posterior da perna ou no tendão de
Aquiles, na região do calcanhar.
d) Movimento desejado – flexão plantar (Fig.
143).
Fig. 143 – Posição final de teste
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude de movimento. fraco.

124
Teste Muscular

II – Teste forte

a) Posição – deve-se utilizar a posição de pé. Membro


não em teste – perna em flexão, com o pé destacado
do solo (Fig. 144).
b) Estabilização – para seu equilíbrio o doente deve
apoiar as mãos levemente, de preferência nas mãos
do terapeuta. Quando necessário suportar o membro
não em, teste.
c) Região de palpação – não se palpa.
d) Movimento desejado – o mesmo(Fig. 145).
Fig. 144 – Posição inicial de
e) Graus – teste forte.

2+ a 3 → através da amplitude de movimento.


3 + → calcanhar destaca-se do
solo duas vezes seguidas.
G - → 3 a 4 vezes.
G → 5 vezes.
G + → 6 a 7 vezes.
5 - → 8 a 9 vezes.
Fig. 145 – Posição final de
5 → 10 vezes. teste forte.

Nota: Para realizar o teste forte na posição de pé, o tibial posterior e os peroniais devem apresentar-se
com um nível de força capaz de manter a estabilidade da articulação tíbio-társica.

Na impossibilidade de o doente assumir a posição bípede faz-se o teste numa posição


alternativa:
a) Posição – em decúbito ventral, com os pés fora da marquesa (Fig. 146).
b) Estabilização – estabilizar a perna imediatamente acima do tornozelo.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – o mesmo (Fig. 147).
e) Graus –
2+ a 3 → através da amplitude de movimento.

125
Teste Muscular

3+ a 4 → com resistência aplicada na região do calcanhar a contrariar o movimento


desejado (Fig. 148).

NOTA: Todos os graus de teste forte obtidos nesta posição, devem ser escritos a
vermelho, e o maior grau que se dá é BOM.

Fig. 146 – Posição inicial de teste forte Fig. 147 – Posição final de teste forte Fig. 148 – Aplicação de resistência.
alternativa. alternativa.

III – Substituições

a) Aparente – o doente lança o corpo para a frente e aproveita o impulso resultante


para flectir a coxa sobre a perna, que por sua vez leva o calcanhar para cima.
Retorna à posição por novo impulso, desta vez na direcção oposta.
b) Tibial posterior – ocorre uma inversão durante o movimento de flexão plantar.
c) Peroniais – quando substituem o tricípede sural, observa-se uma eversão do pé.
d) Longo flexor do hálux e dos dedos – observa-se uma flexão dos dedos com um
movimento incompleto a nível do calcâneo.

126
Teste Muscular

TIBIAL ANTERIOR

No Condilo Lateral da Tíbia e nos 2/3 Superiores


ORIGEM: da sua Face Lateral e na Membrana Interóssea
adjacente.

INSERÇÃO: No 1.º Cuneiforme e na Base do 1.º Metatarsiano.

Flexão Dorsal, Supinação e Adução do Pé;


ACÇÃO:
Inversão do Pé.

INERVAÇÃO: L4 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em


extensão, calcanhar fora da mesa. Pé em
adução e supinação e dedos em flexão (Fig.
149).

b) Estabilização – estabilizar a perna


imediatamente acima do tornozelo. Suportar o
pé.
c) Região de palpação – o tendão mais medial
Fig. 149 – Posição inicial de teste.
da face anterior da articulação tibiotársica,
para dentro do tendão do extensor do halux.
d) Movimento desejado – flexão dorsal do
tornozelo (Fig. 150).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada no
bordo medial do pé, contrariando o
movimento desejado (Fig. 151). Fig. 150 – Posição final de teste.

127
Teste Muscular

Fig. 151 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Longo extensor dos dedos;


b) Longo extensor do halux;
c) Tibial posterior;

128
Teste Muscular

TIBIAL POSTERIOR

Linha oblíqua da Tíbia, na sua face posterior, no


ORIGEM:
ligamento interósseo e na face medial do perónio.
O tendão contorna o maléolo medial, vai-se inserir no
INSERÇÃO:
tubérculo de Escafóide.
Flexão Plantar;
ACÇÃO:
Adução e Supinação do pé.
INERVAÇÃO: L4 – S3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, calcanhares fora


da mesa, joelho em extensão. Manter o pé
em posição neutra, entre flexão plantar e
dorsal (Fig. 152).
b) Estabilização – estabilizar a perna,
imediatamente acima do tornozelo. Suportar
o pé.
Fig. 152 – Posição inicial de teste.
c) Região de palpação – por detrás e acima
do maléolo medial, ou abaixo do maléolo
medial.
d) Movimento desejado – adução do pé (Fig.
153).

Fig. 153 – Posição final de teste.

129
Teste Muscular

e) Graus – 0 a 2 → por palpação.


2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência no bordo medial do pé, a contrariar o movimento
desejado (Fig. 154).

III – Substituições

a) Tibial anterior;
b) Tricípite sural.
c) Longo flexor dos dedos e do hálux - em caso de
compensação por parte destes músculos constata-se,
aquando da aplicação da resistência, uma flexão dos dedos.
Fig. 154 – Aplicação de resistência.

130
Teste Muscular

PERONEAIS

Na Cabeça e nos 2/3 Superiores da Face Lateral do Perónio e


ORIGEM:
por vezes no Condilo Lateral da Tíbia (é o mais superficial).
O tendão passa atrás do Maléolo Lateral, desliza sobre a Face
Longo INSERÇÃO: Lateral do Calcaneo, atravessando a planta do Pé, e acaba por se
peroneal inserir no 1.º Metatarsiano e 1.º Cuneiforme.
Flexão Plantar, Pronação e Abdução do Pé;
ACÇÃO:
Eversão do Pé.
INERVAÇÃO: L4 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.
Nos 2/3 Inferiores da Face Lateral do Perónio (é mais profundo
ORIGEM:
que o Longo Peroneal).
O tendão, depois de passar atrás do Maléolo Lateral, ocupa a
Curto INSERÇÃO: Face Lateral do Calcaneo e insere-se na Apófise da Base do 5.º
peroneal Metatarsiano.
Flexão Plantar, Pronação e Abdução do Pé;
ACÇÃO:
Eversão do Pé.
INERVAÇÃO: L4 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em


extensão, calcanhares fora da mesa, pé
em ligeira flexão plantar. Dedos relaxados
(Fig. 155).

b) Estabilização – estabilizar a perna


imediatamente acima do tornozelo.
c) Região de palpação – por detrás do
maléolo lateral, ou para o curto peroneal,
Fig. 155 – Posição inicial de teste.
no bordo lateral do pé.

131
Teste Muscular

d) Movimento desejado – eversão do pé. A acção isolada do longo peroneal tem a


característica de provocar a depressão da cabeça do 1º metatarso. A elevação da
cabeça do 5º metatarso é característica da acção isolada do curto peroneal (Fig. 156).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada no bordo lateral do pé, a contrariar o
movimento desejado (Fig. 157).

Fig. 156 – Posição final de teste. Fig. 157 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Tricípite sural;
b) Extensor comum dos dedos.
c) Tibial anterior;
d) Tibial posterior.

132
Teste Muscular

EXTENSOR DO HALUX

No 1/3 Médio da Face Medial do Perónio e na Membrana


ORIGEM:
Interóssea adjacente.
INSERÇÃO: Na Base da Falange Distal do Halux.
Extensão do Hálux: curto extensor – extensão da
metatarsofalângica e longo extensor – extensão da
ACÇÃO: metatarsofalângica e da interfalângica.
Flexão Dorsal, Supinação e Adução do Pé;
Inversão do Pé.
INERVAÇÃO: L4 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão,


calcanhar fora da mesa (Fig. 158).
b) Estabilização – estabilizar o tornozelo e a articulação
metatarsofalângica em posição neutra. Manter a
articulação inter-falângicas em extensão e aplicar uma
contra pressão na face plantar do 1º metatarso.
c) Região de palpação – no tendão, na altura em que
Fig. 158 – Posição inicial de
atravessa o tornozelo, entre o tibial anterior e o longo
teste. Região de palpação.
extensor dos dedos (Fig. 158).
d) Movimento desejado – extensão da articulação
metatarsofalângica da halux. Apesar da acção
principal ser extensão da falange distal, o teste está
dirigido para a acção secundária e mais poderosa, da
extensão da falange proximal (Fig. 159).
e) Graus – 0 a 2- → por palpação.
2 → iniciar do movimento duma forma imprecisa.
2+ a 3 → através da amplitude de movimento. Fig. 159 – Posição final de teste e
resistência.

133
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada na face dorsal da


falange proximal (Fig. 159).

III – Substituições

a) Curto extensor dos dedos;


b) Flexão do halux e relaxamento

Nota: A paralisia ou fraqueza do curto extensor do hálux não é passível de ser detectada quando o longo
extensor é forte. Caso este último se apresente fraco, a falange distal não estende e a acção do curto
torna-se evidente e possível de graduar.

134
Teste Muscular

LONGO EXTENSOR DOS DEDOS


EXTENSOR COMUM DOS DEDOS

No Condilo Lateral da Tíbia, nos 3/4 Superiores da Face


ORIGEM:
Medial do Perónio e na Membrana Interóssea adjacente.
Forma 4 tendões, ao passar o Retináculo Flexor do Tarso,
que se dirigem para os 4 últimos Dedos. Cada tendão
INSERÇÃO: termina dividido em 3: uma parte Central que se insere na
2.ª Falange de cada um dos Dedos e duas fitas colaterais
que se inserem na 3.ª Falange.
Extensão dos 4 últimos Dedos;
ACÇÃO: Flexão Dorsal, Pronação e Abdução do Pé;
Eversão do Pé.
INERVAÇÃO: L4 – S2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em


extensão, calcanhar fora da mesa.
b) Estabilização – pé estabilizado numa
posição neutra, entre flexão plantar e
dorsal, dedos em flexão.
c) Região de palpação – no tendão, na face
dorsal do tornozelo, para dentro do maléolo
lateral e para fora do extensor do halux.
d) Movimento desejado – extensão de todas
Fig. 160 – Posição inicial de teste.
as articulações dos 2º, 3º, 4º e 5º dedos (Fig.
161).

e) Graus – 0 a 2- → por palpação.


2 → iniciar impreciso do movimento.
2+ a 3→ através da amplitude teste.

135
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência aplicada na falange proximal, em direcção a


flexão (Fig. 162).

NOTA: Se o doente usa o longo extensor como um flexor dorsal, com muito pequena acção nos dedos, gradua-se no tornozelo como flexor
dorsal, escrevendo-se no fim do teste uma nota sobre isto.

Fig. 162 – Aplicação de resistência.

Fig. 161 – Posição final de

teste.

III – Substituições

a) Curto extensor dos dedos – (identifica-se por palpação);


b) Flexão dos dedos seguida de relaxamento.
c) Tibial anterior

136
Teste Muscular

CURTO EXTENSOR DOS DEDOS


PEDIOSO

ORIGEM: Na Face Supero-Latero-Anterior do Calcâneo.


Divide-se em 4 Ventres finos que se prolongam por meio
de tendões. O 1.º insere-se na 1.ª Falange do Halux e os
INSERÇÃO: restantes, ao alcançarem a articulação Metatarsofalângica,
confundem-se com os tendões do Longo Extensor dos
Dedos do 2.º, 3.º e 4.º Dedos.
Extensão dos Dedos, principalmente da 1.ª Falange,
ACÇÃO:
reforçando a acção do Longo Extensor dos Dedos.
INERVAÇÃO: L.4 – S.2 / Plexo Sacral / Nervo Peroneal Comum.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I - Teste fraco II - Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em


extensão, calcanhar fora da mesa (Fig.
163).

b) Estabilização – estabilizar o pé em
posição neutra.
c) Região de palpação – na massa
muscular imediatamente abaixo do
Fig. 163 – Posição inicial de teste.
maléolo lateral, entre os tendões dos
peroneais e a 5ª digitação do extensor
comum dos dedos.
d) Movimento desejado – extensão do
halux e dos três dedos seguintes, com
desvio lateral. Pede-se ao doente um
movimento conjunto (Fig. 164).
e) Graus – 0 a 2- → por palpação.
2 → iniciar impreciso do Fig. 164 – Posição final de teste.

movimento.

137
Teste Muscular

2+ a 3 → através da amplitude
teste.
3+ a 5 → com resistência
aplicada simultaneamente nas
falanges dos dedos, a contrariar
o movimento desejado.

Fig. 165 – Aplicação de resistência.

III – Substituições

a) Longo extensor dos dedos


b) Extensor do halux
c) Flexão seguida de relaxamento
d) Tibial anterior

138
Teste Muscular

LUMBRICÓIDES

ORIGEM: Nos tendões do Longo Flexor dos Dedos.

Na Face Medial da Base da 1.ª Falange do respectivo


INSERÇÃO:
Dedo(2.º, 3.º, 4.º e 5.º Dedos).
É mínima. Flexão das metatarsofalângicas e auxilia na
ACÇÃO:
extensão das interfalângicas do 2º ao 5º dedos.
L.4 – S.3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial /Nervo Plantar
INERVAÇÃO:
Medial / Lateral.
NOTA: Encontram-se abaixo dos Ligamentos Metatarsianos profundos.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I - Teste fraco II - Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão, calcanhar fora da mesa.


b) Estabilização – estabilizar o pé na posição neutra. Aplicar pressão na planta do pé
sob as cabeças dos metatarsos.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – movimento combinado de flexão dos quatro dedos na
articulação metatarsofalângica, extensão das inter-falângicas.
e) Graus – 2 → primeiro grau que se atribui - movimento iniciado de uma forma
imprecisa.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na superfície plantar da falange
proximal, a contrariar o movimento desejado.

Nota: A sua avaliação torna-se importante nos casos em que estejamos perante dedos em martelo.

III - Substituições
a) Flexores dos dedos

139
Teste Muscular

CURTO FLEXOR DO HALUX

ORIGEM: Na Face Inferior do Cubóide e no 3.º Cuneiforme.

Origina 2 tendões que se inserem em ambos os lados da


INSERÇÃO:
Base da1.ª Falange do Halux.

ACÇÃO: Flexão da articulação Metatarsofalângica.

L.4 – S.3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial / Nervo Plantar


INERVAÇÃO:
Medial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão,


calcanhar fora da mesa (fig. 166).
b) Estabilização – pé estabilizado na posição
neutra e a cabeça do 1º metatarso estabilizada.
Manter a articulação inter-falângicas em
extensão.
c) Região de palpação – não tem.
Fig. 166 – Posição inicial de teste.
d) Movimento desejado – flexão da articulação
metatarsofalângica do halux (fig. 167).
e) Graus – 2 → primeiro grau que se atribui
movimento iniciado de forma imprecisa.
2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na 1ª
falange a contrariar o movimento
desejado.

III – Substituições Fig. 167 – Posição final de teste.

a) Longo flexor do halux

140
Teste Muscular

CURTO FLEXOR DOS DEDOS

ORIGEM: Na Tuberosidade Medial da Face Inferior do Calcaneo.


Os seus feixes musculares originam 4 tendões, que se inserem na 2.ª Falange dos
INSERÇÃO: 4 últimos Dedos. Estes bifurcam-se, para dar passagem ao tendão do Longo
Flexor dos Dedos.
Flexão da inter-falângica Proximal e da Metatarsofalângica dos4
ACÇÃO:
últimos Dedos.
INERVAÇÃO: L.4 – S.3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial /Nervo Plantar Medial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão, calcanhares fora da mesa.


b) Estabilização – estabilizar o pé em posição neutra. Manter as articulações
metatarsofalângica em extensão, bem como as inter-falângicas distais.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – flexão das articulações inter-falângicas proximais dos
últimos 4 dedos. Graduar cada dedo separadamente.
NOTA: pedir ao doente em primeiro lugar para encaracolar os dedos. Se houver
depressão das articulações metatarsofalângica, existem lumbricóides. Se houver
flexão das outras falanges há também os dois flexores dos dedos. Pode-se depois,
se possível fazer os três testes separados.

e) Graus - 2 → primeiro grau que se atribui - movimento iniciado de uma forma


imprecisa.
2+ a 3 → através da amplitude de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na superfície plantar da 2ª falange a
contrariar o movimento desejado.

III - Substituições

a) Longo flexor dos dedos


b) Extensão dos dedos seguida de relaxamento

141
Teste Muscular

LONGO FLEXOR DO HALUX

Nos 2/3 Inferiores da Face Posterior do Perónio e na Membrana


ORIGEM:
Interóssea.
O tendão passa pelo Astrágalo (posteriormente), pela Face
INSERÇÃO: Medial do Calcaneo e insere-se na Base da Falange Distal do
halux (passa profundamente no Retináculo dos Flexores).
Flexão do Halux;
ACÇÃO:
Flexão Plantar, Supinação e Adução do Pé - Inversão do Pé.
INERVAÇÃO: L.4 – S.3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão,


calcanhares fora da mesa.
b) Estabilização – estabilizar o pé na posição neutra.
Manter a 1ª falange em extensão.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – flexão da articulação inter-
falângicas do 1º dedo.
Fig. 168 – Posição inicial de
e) Graus - 2 → primeiro grau que se atribui - teste.

movimento iniciado de uma forma imprecisa.


2+ a 3 → através da amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
superfície plantar da 2ª falange, fazendo
contrapressão na superfície dorsal da
extremidade distal da 1ª falange, a
contrariar o movimento desejado.
Fig. 169 – Posição final de teste.

142
Teste Muscular

III – Substituições

a) Curto flexor do halux


b) Extensor do halux seguido de relaxamento
c) Flexão dorsal (os dedos são levados para flexão)

143
Teste Muscular

LONGO FLEXOR DOS DEDOS

ORIGEM: No 1/3 Médio da Face Posterior da Tíbia.


O tendão passa atrás do Maléolo Medial, cruza-se, na
Planta do Pé, com o tendão do Longo Flexor do Halux e
INSERÇÃO: divide-se em 4 tendões que se inserem na Base da 3.ª
Falange dos 4 últimos Dedos, Perfurando o tendão do
Curto Flexor dos Dedos.
Flexor dos Dedos, possuindo, por isso, cada tendão, uma
bainha sinovial.
ACÇÃO: Flexão dos 4 últimos Dedos;
Flexão Plantar, Supinação e Adução do Pé – Inversão do
Pé.
INERVAÇÃO: L.4 – S.3 / Plexo Sacral / Nervo Tibial.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, joelho em extensão, calcanhares fora da mesa.


b) Estabilização – pé na posição neutra. Manter a 1ª e 2ª falanges na posição neutra.
c) Região de palpação – não tem.
d) Movimento desejado – flexão das articulações inter-falângicas distais dos quatro
últimos dedos. O teste deve ser feito a cada dedo individualmente
e) Graus – 2 → primeiro grau que se atribui - movimento iniciado de uma forma
imprecisa.
2+ a 3 → através da amplitude de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada na superfície plantar da falange distal, a
contrariar o movimento desejado.

III – Substituições
a) Extensão dos dedos seguida de relaxamento;
b) Intrínsecos do pé - eliminam-se se as falanges estiverem bem estabilizadas.

144
Teste Muscular

ESTERNO-CLEIDO-MASTÓIDEU

Na Face Anterior do Manúbrio Esternal;


ORIGEM:
Na Extremidade Esternal da Clavícula.
Na Face Lateral da Apófise Mastóide e na Linha Nucal
INSERÇÃO:
Superior do Occipital.
Extensão, Flexão, Flexão Homolateral e Rotação
Contralateral;
ACÇÃO:
Elevação do Esterno e da Extremidade Esternal da
Clavícula na Inspiração forçada.
INERVAÇÃO: C2 – C4 / Plexo Cervical.

FIBRAS ESTERNAIS

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Colocar a cabeça


do doente apoiada na marquesa, de modo a
Fig. 170 – Posição inicial
que a orelha oposta ao músculo em teste de teste.

assente sobre a mesma (Fig. 170).


b) Estabilização – suportar a cabeça. Na
ausência ou fraqueza dos abdominais, deve
estabilizar-se a caixa toráxica para baixo, de
encontro à mesa.
c) Região de palpação – na região do
pescoço, imediatamente acima do esterno.
Fig. 171 – Posição final de
d) Movimento desejado – flexão lateral da teste.

cabeça, mantendo a orelha correspondente


ao músculo em teste virada para cima (Fig.
171).

e) Graus – 0 a 2 → por palpação.


2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada Fig. 172 – Aplicação de
resistência
na cabeça, na região da orelha, a
145
Teste Muscular

contrariar o movimento desejado


(Fig. 172).

III – Substituições

a) Cutâneo do pescoço;
b) Esterno-cleido-mastóideu - porção clavicular.

146
Teste Muscular

ESTERNO-CLEIDO-MASTÓIDEU
FIBRAS CLAVICULARES

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, face virada para


o lado oposto fazendo um ângulo de 45º
com a mesa (Fig. 173).
b) Estabilização – suportar a cabeça para
eliminar a acção da gravidade. Na ausência
ou fraqueza dos abdominais, deve
estabilizar-se a caixa toráxica para baixo, de
encontro à mesa.
Fig. 173 – Posição inicial de teste.
c) Região de palpação – imediatamente
acima do terço medial da clavícula.
d) Movimento desejado – flexão da cabeça
em diagonal. Pede-se ao doente para levar
a orelha na direcção da axila do mesmo
lado (Fig. 174).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada Fig. 174 – Posição final de teste.

na cabeça, a contrariar o movimento


desejado (Fig. 175).

III – Substituições

a) Esterno-cleido-mastóideu - porção esternal;


b) Cutâneo do pescoço;
c) Trapézio. Fig. 175 – Aplicação de resistênia

147
Teste Muscular

FLEXORES CERVICAIS PROFUNDOS

(Grande recto anterior da cabeça, recto anterior menor da cabeça e recto lateral da cabeça)

Grande recto anterior da cabeça ou longus colli


ORIGEM: Processo transverso de C3 a C6
INSERÇÃO: Superficie inferior do occipital
ACÇÃO: Flexão da cervical superior, rotação anterior do crânio
INERVAÇÃO: C2 – C6 / Plexo Cervical.

Recto anterior menor da cabeça ou longus capitis


Tubérculo anterior dos processos transversos de C3 a
ORIGEM:
C6
INSERÇÃO: Superficie basilar do occipital
Flexão da cervical superior, rotação anterior do crânio
ACÇÃO:
(atlanto-occipital)
INERVAÇÃO: C1-C3 – C4 / Plexo Cervical.

148
Teste Muscular

Recto lateral da cabeça ou multifidus cervical


ORIGEM: Superfície superior do processo transverso do Atlas
INSERÇÃO: No processo jugular do occipital
ACÇÃO: Flexão da cervical superior, flexão lateral
INERVAÇÃO: C1 - Plexo Cervical.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, occipital apoiado


na marquesa, braços ao lado do tronco.
b) Estabilização – ombros na marquesa e
afastados das orelhas, evitar hiper-extensão da
cervical superior.
c) Região de palpação – não se aplica.
d) Movimento desejado – flexão da cervical
superior (rotação anterior do crânio). Pede-
se ao doente para levar o queixo na
direcção do pescoço, “dizer um pequeno
sim com a cabeça” .
e) Graus – 1 → ligeiro iniciar do movimento.
2→ completa metade da
amplitude de movimento.

149
Teste Muscular

3 → completa a amplitude de
movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada
com ambas as mãos na mandíbula
a contrariar o movimento efectuado
(Fig. 176).

Fig. 176 – Aplicação de resistência

III – Substituições
d) Escalenos
e) Esterno-cleido-mastóideu;
f) Cutâneo do pescoço;
g) Trapézio.

150
Teste Muscular

ABDOMINAIS

Antes de iniciar o teste dos abdominais deve-se:


1. Verificar se existem os flexores do pescoço - se não houver o terapeuta deve
suportar a cabeça do doente.
2. Verificar se existem flexores da anca - se não houver, o doente não conseguirá vir à
posição de sentado.
3. Verificar a amplitude de movimento passivamente.

Para se ter uma ideia geral dos abdominais deve-se pedir ao doente para:
1. Tossir
2. Levantar a cabeça da mesa
3. Fazer uma expiração forçada
4. Rir ou/e chorar
5. Extensão e adução da extremidade superior (adução horizontal do grande peitoral
esternal).

Enquanto faz isto o terapeuta palpa os abdominais:


1. Se verificar elevação das últimas costelas poderá significar fraqueza dos oblíquos
externos.
2. Desvio do umbigo - desvia-se para o lado mais forte.
3. Nível e distância entre a pélvis e a caixa toráxica - se a caixa toráxica estiver mais
baixa de um lado, pode indicar que os abdominais laterais estão fracos.
4. Verificar qualquer deformidade em rotação - endireitar o doente tanto quanto
possível.
5. Se os flexores da anca estiverem fracos o examinador deverá estabilizar a pélvis.

O ponto fulcral para uma avaliação dos abdominais o mais precisa possível é o
conhecimento do alinhamento das suas fibras, assim como os seus locais de
inserção. Contudo, a avaliação dos abdominais é bastante difícil, dada a dificuldade
em isolar as diferentes porções que compõem os abdominais. Durante os diferentes
testes há determinadas posições que o segmento assume que favorece a acção
das diferentes porções, pelo que a avaliação nunca é específica de uma porção.
151
Teste Muscular

Para informação mais detalhada consultar Kendall et al. e Hislop and Montgomery.

152
Teste Muscular

GRANDE RECTO DO ABDOMEN

ORIGEM: Na 5.ª, 6.ª e 7.ª Costelas e no Processo Xifóide.

INSERÇÃO: No Corpo do osso Púbis (Crista Ilíaca ➔ Sínfise Púbica).

ACÇÃO: Flexão do Tronco.

INERVAÇÃO: L5 – L12 / Nervos Torácicos.

NOTA: Apresenta, normalmente, 3 Interdigitações Tendinosas.

TESTE: Bilateral (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal. Braços ao longo


do corpo (Fig. 177).
b) Estabilização – suportar a cabeça do
doente no braço do terapeuta.
c) Região de palpação – abaixo do esterno.
d) Movimento desejado – flexão do tronco a Fig. 177 – Posição inicial de teste.
direito.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação enquanto o
doente tenta erguer-se.
2+ → Levanta a cabeça sem
destacar a omoplata e há
depressão da caixa toráxica.
3 → flexão para a frente, de modo a
que a omoplata se destaque por
completo da marquesa com os Fig. 178 – Posição final de teste. Grau 3.

braços ao longo do corpo (Fig. 178).

153
Teste Muscular

4 → a omoplata destaca-se por completo da marquesa com os braços


cruzados sobre o peito (Fig. 179 a,b ).
5 → a omoplata destaca-se por completo da marquesa, com as mãos
cruzadas atrás da cabeça e cotovelos para os lados (Fig. 180 a,b).

Fig. 179a – Posição inicial. Fig. 179b – Posição final.

Fig. 180a – Posição inicial.

Fig. 180b – Posição final.

III – Substituições

a) Parte medial do oblíquo externo;


b) Parte inferior do grande recto – se for mais forte, puxa a parte superior e pode
alterar a graduação por palpação;
c) Fraqueza dos ombros e limitação do movimento - afecta os graus «3» e superiores.
d) Oblíquo interno

Nota: No caso dos abdominais se encontrarem fracos, a acção dos flexores da anca induz lordose lombar. Quando
isto acontece, o doente deverá ser posicionado com a coxo-femural em flexão com os pés apoiados na marquesa.

154
Teste Muscular

Durante a realização do teste devem ser observados possíveis desvios do umbigo, pois
caso se verifique significa que uma das partes se encontra mais forte.

Existem testes para diferenciar a porção superior e inferior do grande Recto, consultar
Kendall et al. e Hislop and Montgomery.

155
Teste Muscular

OBLÍQUO EXTERNO

Na Face Lateral e no Bordo Inferior das 8 últimas


ORIGEM: Costelas, interdigitando-se com o Grande Dentado e
Grande Dorsal.
Na Crista Ilíaca, no Ligamento Inguinal e na Linha
Alba (as fibras aponevróticas do Oblíquo Externo,
Porção A INSERÇÃO:
Interno e do Transverso contribuem para a constituição
da Linha Alba).
Porção B
Flexão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral
ACÇÃO:
do Tronco.
INERVAÇÃO: L(5) – L12 / Nervos Torácicos.

OBLÍQUO INTERNO

Na Crista Ilíaca, nos 2/3 laterais do Ligamento


ORIGEM:
Inguinal e na Fáscia Toracolombar.
No Bordo Inferior das 3 ou 4 últimas Costelas, no
Tendão Conjunto com o músculo Transverso do
INSERÇÃO:
Abdómen, no osso Púbis e na Aponevrose do Oblíquo
Porção C
Porção B Interno oposto ao nível da Linha Alba.

Porção A ACÇÃO: Flexão, Inclinação e Rotação Homolateral do Tronco.

INERVAÇÃO: T7 – T12 / Nervos Torácicos.

NOTA: Tendão Conjunto - insere-se no osso Púbis (Espinha do Púbis e a Crista Pectínea) e na Sínfise Púbica.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte, assim como a mesma posição
para ambos os oblíquos)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito dorsal, membros


inferiores em extensão (Fig. 181).
b) Estabilização – suportar a cabeça e os
ombros.
Fig. 181 – Posição inicial de teste.

156
Teste Muscular

c) Região de palpação – imediatamente abaixo da caixa toráxica, entre o esterno e o


ângulo inferior da grelha costal.
d) Movimento desejado – movimento combinado de flexão e rotação do tronco para o
lado oposto ao oblíquo externo a ser testado e para o mesmo lado no caso do
oblíquo interno. Pede-se ao doente para levar o braço na direcção da anca oposta.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ → depressão da grelha costal.
3- → inicio do movimento desejado.
3 a 5 – a resistência vai variar consoante a posição dos MS:
3 → a omoplata destaca-se por completo da marquesa com os braços
ao longo do corpo.
4 → a omoplata destaca-se completamente com os braços cruzados
sobre o peito
5 → a omoplata destaca-se por completo com as mãos cruzadas atrás
da cabeça e cotovelos para os lados

III – Substituições

a) Peitorais - o doente trás o ombro para a frente sem usar os abdominais;


b) Flexores do pescoço;
c) Recto abdominal, principalmente porção superior.

157
Teste Muscular

EXTENSORES CERVICAIS

Músculo: ELEVADOR da ESCÁPULA (Angular da Escápula)


Na Apófise Transversa do Atlas e nos Tubérculos Posteriores
ORIGEM: das Apófises Transversas do Áxis e das 3.ª e 4.ª Vértebras
Cervicais.
INSERÇÃO: No ângulo superior da Escápula.
Elevação e Rotação Interna da Escápula;
ACÇÃO:
Extensão da Coluna Cervical.
C3 – C4 / Plexo Cervical / Ramo Muscular; C5 / Plexo Braquial /
INERVAÇÃO:
Nervo Escapular Dorsal (ocasionalmente).

Músculo: ESPLÉNIO DA CABEÇA


ORIGEM: No Ligamento da Nuca e nas Apófises Espinhosas de C7 a D1.
INSERÇÃO: No 1/3 Lateral da Linha Nucal Superior e na Apófise Mastóide.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 2.º Ramo Dorsal Cervical / Nervo Occipital Maior.

Músculo: ESPLÉNIO DO PESCOÇO


ORIGEM: Nas Apófises Espinhosas de D2 a D5.
INSERÇÃO: Nas Apófises Transversas das Vértebras Cervicais Superiores.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 2.º Ramo Dorsal Cervical / Nervo Occipital Maior.

Músculo: LONGUÍSSIMO DA CABEÇA


ORIGEM: Nas Apófises Transversas das Vértebras Cervicais Superiores.
INSERÇÃO: Na Apófise Mastóide do osso Occipital.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais, Torácicos e
INERVAÇÃO:
Lombares.

Músculo: LONGUÍSSIMO DO PESCOÇO (Cervical)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas das Vértebras Dorsais Superiores.
Nos Tubérculos Posteriores das Apófises Transversas das
INSERÇÃO:
Vértebras Cervicais Inferiores.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais, Torácicos e
INERVAÇÃO:
Lombares.

Músculo: ESPINHAL DO PESCOÇO (Cervical)


Nas Apófises Espinhosas das Vértebras Cervicais Inferiores e de
ORIGEM:
D.1.
Na Apófise Espinhosa do Áxis e Tubérculo Posterior do Arco
INSERÇÃO:
Posterior do Atlas.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais Inferiores e
INERVAÇÃO:
Torácicos.

158
Teste Muscular

Músculo: SEMI-ESPINHAL DA CABEÇA


Nas Apófises Transversas das Vértebras Cervicais Inferiores e
ORIGEM:
Vértebras Dorsais Superiores.
INSERÇÃO: No osso Occipital entre a Linha Nucal Superior e Inferior.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Cervical.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais e Torácicos.

Músculo: SEMI-ESPINHAL DO PESCOÇO (Cervical)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas das Vértebras Dorsais Superiores.
Nas Apófises Espinhosas das Vértebras Cervicais, excepto em
INSERÇÃO:
C.1 – Atlas.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Cervical.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais e Torácicos.

Músculo: ÍLIO COSTAL (Parte Cervical)


ORIGEM: No Ângulo da 6.ª à 1.ª Costela.
INSERÇÃO: Nas Apófises Transversas de C.4 a C.6.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Lombares Superiores,
INERVAÇÃO:
Torácicos e Cervicais.

Músculo: MULTÍFIDOS
Nas Apófises Transversas das Vértebras Lombares, Dorsais e
ORIGEM:
últimas Cervicais.
Nas Lâminas das Apófises Espinhosas das Vértebras situadas
INSERÇÃO:
mais de duas Vértebras acima.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Vertebral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: RECTO POSTERIOR MAIOR DA CABEÇA


ORIGEM: Na Apófise Espinhosa do Áxis.
INSERÇÃO: Abaixo da Linha Nucal Inferior.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 1.º Ramo Dorsal (Posterior) Cervical / Nervo Suboccipital.

Músculo: RECTO POSTERIOR MENOR DA CABEÇA


ORIGEM: No Tubérculo Posterior do Atlas.
INSERÇÃO: Abaixo da Linha Nucal Inferior, medialmente ao anterior.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 1.º Ramo Dorsal (Posterior) Cervical / Nervo Suboccipital.

Músculo: OBLÍQUO SUPERIOR DA CABEÇA


ORIGEM: Na Apófise Transversa do Atlas.
INSERÇÃO: Entre a Linha Nucal Superior e Inferior (lateralmente).
Extensão, Inclinação e Rotação Contralateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 1.º Ramo Dorsal (Posterior) Cervical / Nervo Suboccipital.

Músculo: OBLÍQUO INFERIOR DA CABEÇA


ORIGEM: Na Apófise Espinhosa do Áxis.
INSERÇÃO: Na Apófise Transversa do Atlas.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
INERVAÇÃO: 1.º Ramo Dorsal (Posterior) Cervical / Nervo Suboccipital.

159
Teste Muscular

Músculo: INTERTRANSVERSÁRIOS (ligam as Apófises Transversas umas às outras)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas (abaixo).
INSERÇÃO: Nas Apófises Transversas, imediatamente a seguir às de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.
Nota: São mais desenvolvidos ao nível Cervical.

Músculo: INTERESPINHAIS (ligam as Apófises Espinhosas umas às outras)


ORIGEM: Na Apófise Espinhosa.
INSERÇÃO: Na Apófise Espinhosa, imediatamente a seguir à de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)
I – Teste fraco II – Teste forte
a) Posição – decúbito ventral, cabeça pendente no
bordo da mesa.
b) Estabilização – estabilizar o tórax e suportar a
cabeça para eliminar acção da gravidade
(Fig.182).

c) Região de palpação – na região cervical


posterior, de cada lado das apófises espinhosas.
Graduar os dois lados ao mesmo tempo e anotar
qualquer diferença na palpação.
d) Movimento desejado – pedir ao doente para por Fig. 182 – Posição inicial de teste.

o queixo contra o peito e depois trazer a cabeça


para cima até à posição neutra. Este movimento
gradua o longo extensor do pescoço. Para
graduar os curtos extensores pede-se ao doente
para levantar a cabeça para além da posição
neutra.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 5 → com resistência aplicada na
parte posterior da cabeça, a contrariar o Fig. 183 – Aplicação de resistência.

movimento desejado (Fig. 183).


III – Substituições
a) Se não houver os curtos extensores, o doente só usa os longos.

160
Teste Muscular

EXTENSORES DORSAIS

Músculo: SEMI-ESPINHAL DO TÓRAX (Dorsal)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas das Vértebras Dorsais Inferiores.
Nas Apófises Espinhosas das Vértebras Dorsais Superiores e
INSERÇÃO:
Cervicais Inferiores.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Dorsal.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais e Torácicos.

Músculo: ÍLIO COSTAL (Parte Dorsal)


ORIGEM: Da 12.ª à 7.ª Costela.
No Ângulo das Costelas Superiores e na Apófise Transversa de
INSERÇÃO:
C.7...
ACÇÃO: Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna Dorsal.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Lombares Superiores,
INERVAÇÃO:
Torácicos e Cervicais.

Músculo: LONGUÍSSIMO DO TÓRAX (do Dorso)


ORIGEM: No Sacro e nas Apófises Transversas das Vértebras Lombares.
Nas Apófises Transversas das Vértebras Dorsais e Costelas
INSERÇÃO:
Inferiores.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Cervical.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais, Torácicos e
INERVAÇÃO:
Lombares.

Músculo: ESPINHAL DO TÓRAX (Dorsal)


ORIGEM: Nas Apófises Espinhosas das Vértebras Dorsais Inferiores.
INSERÇÃO: Nas Apófises Espinhosas das Vértebras Dorsais Superiores.
Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna
ACÇÃO:
Vertebral.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Cervicais Inferiores e
INERVAÇÃO:
Torácicos.

Músculo: MULTÍFIDOS
Nas Apófises Transversas das Vértebras Lombares, Dorsais e
ORIGEM:
últimas Cervicais.
Nas Lâminas das Apófises Espinhosas das Vértebras situadas
INSERÇÃO:
mais de duas Vértebras acima.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Vertebral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: INTERTRANSVERSÁRIOS (ligam as Apófises Transversas umas às outras)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas (abaixo).
INSERÇÃO: Nas Apófises Transversas, imediatamente a seguir às de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: INTERESPINHAIS (ligam as Apófises Espinhosas umas às outras)


ORIGEM: Na Apófise Espinhosa.
INSERÇÃO: Na Apófise Espinhosa, imediatamente a seguir à de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

TESTE: Bilateral (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

161
Teste Muscular

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral, braços ao longo do


corpo (Fig. 184).
b) Estabilização – estabilizar a bacia
principalmente em caso de fraqueza dos grandes
glúteos, e suportar a cabeça se necessário.
c) Região de palpação – de um e outro lado da
coluna dorsal, desde C7 até à última costela.
Graduar os dois lados ao mesmo tempo e anotar
Fig. 184 – Posição inicial de teste.
qualquer diferença à palpação.
d) Movimento desejado – extensão da coluna dorsal, elevação da parte superior do
tórax até à zona dos mamilos. Os membros relaxados destacam-se da mesa.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude de movimento.
3+ a 5 → com resistência aplicada entre
as omoplatas a contrariar o movimento
desejado (Fig. 185).

III – Substituições

a) Adutores da omoplata.
Fig. – 185 – Aplicação de resistência.

NOTA: observar a amplitude de movimento passivamente. Mandar o doente fazer a extensão dorsal e
depois relaxar os ombros. Se houver diminuição da amplitude de movimento diminui um grau.

162
Teste Muscular

EXTENSORES LOMBARES

Músculo: ÍLIO COSTAL (Parte Lombar)


ORIGEM: Na Crista Ilíaca.
INSERÇÃO: No Ângulo da 5.ª à 12.ª Costela.
ACÇÃO: Extensão, Inclinação e Rotação Homolateral da Coluna Lombar.
Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Lombares Superiores,
INERVAÇÃO:
Torácicos e Cervicais.

Músculo: MULTÍFIDOS
Nas Apófises Transversas das Vértebras Lombares, Dorsais e
ORIGEM:
últimas Cervicais.
Nas Lâminas das Apófises Espinhosas das Vértebras situadas
INSERÇÃO:
mais de duas Vértebras acima.
Extensão, Inclinação Homolateral e Rotação Contralateral da
ACÇÃO:
Coluna Vertebral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: INTERTRANSVERSÁRIOS (ligam as Apófises Transversas umas às outras)


ORIGEM: Nas Apófises Transversas (abaixo).
INSERÇÃO: Nas Apófises Transversas, imediatamente a seguir às de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: INTERESPINHAIS (ligam as Apófises Espinhosas umas às outras)


ORIGEM: Na Apófise Espinhosa.
INSERÇÃO: Na Apófise Espinhosa, imediatamente a seguir à de origem.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais.

Músculo: ERECTOR da ESPINHA


Apófises Espinhosas das Vértebras Lombares, Crista Sagrada e
ORIGEM:
Tuberosidade Ilíaca (através da Aponevrose Espinhal).
Dá origem a dois músculos:
INSERÇÃO: - um lateral o Ilío-Costal;
- outro medial o Longuíssimo do Tórax.
ACÇÃO: Extensão e Inclinação Homolateral da Coluna Lombar.
INERVAÇÃO: Ramos Dorsais dos Nervos Espinhais Lombares.

163
Teste Muscular

TESTE: Bilateral (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral, braços ao longo do


corpo (Fig. 186).
b) Estabilização – estabilizar a bacia
principalmente em caso de fraqueza dos grandes
glúteos, e suportar a cabeça se necessário.
c) Região de palpação – de ambos os lados da
coluna lombar. Graduar os dois lados ao mesmo
tempo e anotar qualquer diferença à palpação.
Fig. 186 – Posição inicial de teste fraco
d) Movimento desejado – pedir ao doente para:
I - levantar a cabeça e os ombros.
II - aguentar em hiper-extensão o membro inferior.
e) Graus – 0 a 2 → por palpação e amplitude de
movimento.

II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral, braços em


flexão, com as mãos na nuca.
b) Estabilização – estabilização distal nos
membros inferiores; se necessário
estabilizar a bacia (evitar trabalho dos
glúteos).
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – extensão da
coluna lombar.
e) Graus – 2+ a 3 → através da amplitude
de movimento.

164
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência
aplicada a contrariar o
movimento desejado .

III – Substituições

a) Grande dorsal;
b) Quadrado lombar;
c) Grande glúteo.

NOTA: Podem testar-se os extensores dorsais e lombares em simultâneo, consultar


Hislop and Montgomery.

165
Teste Muscular

QUADRADO LOMBAR

ORIGEM: Na Crista Ilíaca.


No Bordo Inferior da 12.ª Costela e nas Apófises
INSERÇÃO:
Transversas de L.1 a L.4.
Inclinação ou Flexão Homolateral do Tronco;
ACÇÃO:
Elevação da Pélvis.

INERVAÇÃO: T(12) – L4 / Plexo Lombar.

TESTE: (Utiliza-se a mesma posição para teste fraco e para teste forte)

I – Teste fraco II – Teste forte

a) Posição – decúbito ventral; tronco em extensão, mantido quer por almofada sobre o
peito, quer pelo doente, apoiando-se nos cotovelos (Fig. 187).

Fig.187 – Posição inicial de teste.


Fig. 188 – Posição final de teste.

b) Estabilização – suportar o membro inferior em extensão.


c) Região de palpação – para fora dos extensores lombares, profundamente sob o
grande dorsal.
d) Movimento desejado – elevação da pélvis (na
posição vertical) (Fig. 188).
e) Graus – 0 a 2 → por palpação.
2+ a 3 → através da amplitude
de teste.

Fig. 189 – Aplicação de resistência.

166
Teste Muscular

3+ a 5 → com resistência
aplicada no ilíaco, a contrariar o
movimento desejado (Fig. 189).

III – Substituições

a) Grande dorsal;
b) Extensores lombares;
c) Abdominais laterais.

167
Teste Muscular

GRANDE DORSAL

Apófises Espinhosas de D7 a L5, nas Vértebras


ORIGEM: Sagradas, na Crista Ilíaca e nas 3 últimas Costelas
(face posterior).

INSERÇÃO: Na Goteira Bicipital do Úmero.

Extensão, Hiper-extensão, Adução e Rotação Medial


do Braço;
ACÇÃO:
Depressão, Rotação Medial e Adução da Omoplata;
Os dois são Extensores da Coluna Toracolombar.
INERVAÇÃO: C6 – C8 / Plexo Braquial / Nervo Toracodorsal.

TESTE:

I – Teste fraco

a) Posição – decúbito ventral, braço em


rotação medial (Fig. 190).
b) Estabilização – dada pela posição.
c) Região de palpação – parte lateral do
tronco, desde a pélvis à sua inserção no
Fig. 190 – Posição inicial de teste fraco.
úmero.
d) Movimento desejado – extensão lateral do tronco. Pede-se ao doente que aponte
para os pés com a mão tentando lá chegar.
e) Graus – 0 a 2 – por palpação.

II – Teste forte
Na posição de sentado
a) Posição – deve utilizar-se a posição de sentado, com as pernas fora da mesa.
Estabilização – dar suporte ao tronco à frente e atrás quando necessário.
b) Região de palpação – nesta posição não se palpa.
c) Movimento desejado – o doente faz pressão na mesa com as mãos, e consegue
levantar o tronco da mesa, por depressão dos ombros.
168
Teste Muscular

d) Graus – 2+ → o doente mal levanta o tronco da mesa.


3- → quase completa a amplitude teste.
3 → amplitude completa (Fig. 191).
3+ → executa o movimento 2 vezes.
4- → executa o movimento 3 a 4 vezes.
4 → executa o movimento 5 a 6 vezes.
4+ → executa o movimento 7 a 8 vezes.
5 → executa o movimento 9 a 10 vezes.

Fig. 191 – Posição final de teste forte.

Em decúbito ventral
a) Posição – Na impossibilidade de o doente
assumir a posição de sentado, pode prosseguir-
se o teste, com o doente na posição de teste
fraco (em DV).
b) Estabilização – estabilizar a pélvis quando
necessário.
Fig. 192 – Posição final de teste forte em DV.
c) Região de palpação – a mesma.
d) Movimento desejado – extensão lateral do tronco. Pede-se ao doente que aponte
para o joelho oposto, tentando lá chegar (Fig. 192).
e) Graus –
2+ a 3 → através da amplitude teste.
3+ a 4 → com resistência aplicada na
parte superior e lateral do tórax, e no
úmero a contrariar o movimento
desejado (Fig. 193).
NOTA: Todos os graus obtidos na posição de
teste fraco são escritos a encarnado. Fig. 193 – Aplicação de resistência em DV. Grau 4.

169
Teste Muscular

III – Substituições

a) Tricípite – há elevação do tronco que não é acompanhada de depressão dos


ombros;
b) Abdominais – elevação da pélvis (sem depressão dos ombros);
c) Flexores da coxa – só as coxas levantam da mesa (substituição aparente);
d) Extensores da coxa – o doente empurra o bordo da mesa com a região posterior da
coxa, e consegue elevar o tronco (não há depressão dos ombros);
e) Peitorais – depressão dos ombros (não há elevação da pélvis).

170
Teste Muscular

TESTES ESPECIAIS de Palpação/Activação


Transverso Abdominal & Multífidus

Diversos estudos têm evidenciado o papel fundamental dos músculos que


proporcionam a estabilidade segmentar vertebral.
Foi observado que o músculo transverso abdominal (TrA) e as fibras profundas do
multífidus (MF) são responsáveis pela estabilização segmentar.
Além disso, vários estudos demonstraram correlação entre a disfunção destes
músculos com o desenvolvimento de dor lombar.
Os testes que se descrevem abaixo pretendem familiarizar o aluno para a necessidade
de avaliar a capacidade do paciente em activar estes músculos profundos.
Assim sendo, apenas se atribui graduação 0 para músculos que não activem/ausência
de contracção e 1 para contracção suave, mas firme, por palpação. Pode-se graduar
até cinco mantendo a contracção pelo menos dez segundos e pedindo movimentos dos
membros inferiores e/ou dos superiores mantendo essa contracção, para informação
mais detalhada consultar Richardson et al.
De realçar o facto de contraírem em co-contracção entre eles (MF e TrA) (Fig.194) e ainda
com os músculos do pavimento pélvico. Esta característica poderá facilitar a sua
activação.

Figura 194 – Co-contracção MF & TrA


(Adaptado de Richardson et al., 2004)

171
Teste Muscular

Por serem profundos, posturais, de activação inconsciente dever recorrer-se a visuais


para explicar ao paciente o que se pretende.
Existem alternativas ao teste de palpação, como sejam a ultra-sonografia em tempo
real (Fig.195) e o Pressure Biofeedback Unit (PBU) (Fig.196).

Figura 195 – Ultra-sonografia em tempo real Figura 196 - Pressure Biofeedback Unit (PBU)

172
Teste Muscular

Transverso Abdominal

Face superior das cartilagens das 6 ultimas vértebras,


inter digitações com o Diafragma, Fáscia
ORIGEM:
toracolombar; ¾ anteriores do bordo interno da crista
ilíaca e terço lateral do ligamento inguinal.

INSERÇÃO: Linha alva e crista púbica.

Compressão das vísceras abdominais, diminuição do


ACÇÃO: ângulo infraesternal na expiração, estabilização da
coluna lombar.
INERVAÇÃO: T7-T12 – Iliogastrico, Ilioinguinal, divisões ventrais

a) Posição – decúbito dorsal, ou em quadrupedia, ou em lateral para teste


unilateral.
b) Estabilização – dada pela posição.
c) Região de palpação –medial e inferior(±1cm) ás EIAS, na direcção do púbis.
Com os polegares ou três dedos lateralmente ao recto abdominal, palpando
gentilmente, mas em profundidade (Fig.197).

173
Teste Muscular

Figura 197 - Palpação do TrA

d) Movimento desejado – puxar suavemente a parede abdominal inferior.


Recorrendo a visuais:
- imagine que quer apertar mais dois furos no cinto;
- afaste ligeiramente a zona abdominal inferior das calças;
- imagine que está a fechar o fecho das calças com a parede abdominal inferior;
Comandos: Inspire, expire, inspire, expire e no final da expiração contrai/puxe
suavemente a parede abdominal inferior. Mantém e respire normalmente.
NOTA: A contracção é correcta quando o examinador sente tensão suave, firme e
continua. Não deve ocorrer movimento da coluna, contracção súbita (oblíquos e
recto, mais superficiais) ou o abdómen tornar-se saliente.
e) Graus – por palpação
0 - Ausência de contracção.
1 - Contracção suave, mas firme.

Anotar existência de assimetrias.

174
Teste Muscular

MULTIFIDUS

Sacro, aponevrose do erector da espinha, espinha


ORIGEM:
ilíaca postero-superior e crista ilíaca.

INSERÇÃO: Processos espinhosos.

Estabiliza as vértebras, por segmento, durante os


ACÇÃO:
movimentos da coluna vertebral
T2-T12, L1-L3, S1-S3/ Ramo posterior do nervo
INERVAÇÃO:
espinal.

NOTA: mede a capacidade do individuo activar/contrair (contracção isométrica) a nível segmentar.

a) Posição – decúbito dorsal, de pé (Fig.198) ou em lateral para teste em simultâneo


com TrA (Fig.199).
b) Estabilização – evitar movimentos do trono quando de pé ou em lateral.
c) Região de palpação – palpar ambos os lados das apófises espinhosas de cada
segmento lombar/torácico. Ambos os lados com os polegares ou indicador e
polegar (Fig.200). Pode palpar-se ambos os lados em simultâneo ou apenas direito
e/ou esquerdo, anotando assimetrias.
Colocar os dedos suaves, mas firmes, sem pressionar demasiado sob pena de
induzir contracção imediata dos músculos mais superficiais o que poderá
dificultar o teste por inibição da contracção.

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Teste Muscular

Figura 198 - Palpação do multifidus com polegar e indicador Figura 199 – Palpação em simultâneo do TrA& MF

Figura 200 – Palpação unilateral do MF com os polegares

d) Movimento desejado – pedir ao paciente que tente “empurrar”, fazer força


contra os dedos do examinador, sem mover a coluna.
Pode-se pedir a co-contracção do TrA e/ou dos músculos do pavimento pélvico.
Comandos: Inspire, expire, aguente e contraia (empurre) suavemente de encontro
aos meus dedos. Mantém e respire normalmente.
NOTA: A contracção é correcta quando o examinador sente tensão suave, firme e
continua. Não deve ocorrer movimento da coluna, contracção súbita (músculos mais
superficiais). Esta contracção é sentida de forma indirecta, isto é, sente-se pelo
“empurrar” do músculos relativamente aos mais superficiais (Fig.201)

Figura 201 – Contracção do MF e sua localização

e) Graus – por palpação


0 - Ausência de contracção.
1 - Contracção suave, mas firme

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Teste Muscular

Bibliografia

Cole J H, Furness A L, Twomey LT, 1988 – Muscles in action, an approach to


manual testing. Churchill Livingstone, Edinburgh.

Hislop H, Montgomery J, 1995 – Daniels and Worthingham’s muscle testing,


techniques of manual examination. 7th edn. W B Saunders, Philadelphia.

Kendall F P, McCreary EK, Provance P G, 1993 – Muscles testing and function.


4th edn. Williams & Wilkins, Baltimore, MD.

Petty N, Moore A, 1998 – Neuromusculoskeletal Examination and Assessment,


a hand book for therapists. Churchill Livingstone. Londres.

Pitt-Brooke J , 1998 - Rehabilitation of Movement – Theorectical Basis of


Clinical Practice, Ed. UB Saunders, London.

Magee, D J, 1997 – Orthopaedic physical assessment, 3rd edn. W B Saunders,


Philadelphia.

Richardson C, Hodges P W, Hides J, 2004 – Therapeutic exercise for


lumbopelvic stabilization. A motor control approach for the treatment and
prevention of low back pain, 2nd edn. Churchill Livingstone, Edinburgh.

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