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PSICOLOGIA DA VELHICE
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Índice
Introdução.........................................................................................................................2
Âmbito do manual.............................................................................................................2
I. GERONTOPSICOLOGIA
1.1.1 Emoções……………..…..........………………………………..…………………………………………………..3
1.1.2. Motivação………..………………………………………………………………………………………………….. 5
1.1.3. Personalidade……………………………………………………………………………………………………….9
Bibliografia...................................................................................................................... 22
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Introdução
Âmbito do manual
Objetivos
Conteúdos programáticos
1 – Gerontopsicologia
2 – A sexualidade na velhice
I - GERONTOPSICOLOGIA
1.1.
1.1. Aspetos biológicos e psicológicos no envelhecer
1.1.1. Emoções
A emoção é uma reação fisiológica de todo o nosso organismo, com componentes
fisiológicas e comportamentais que permite ao sujeito se libertar das suas tensões.
São programas de ação programadas pelo cérebro que geram alterações em todo o corpo
– ações – microscópicas (ex. secreção de hormonas) ou secreção de neurotransmissores
nas sinapses dos neurónios ou mais complexas como movimentação das vísceras ou com-
portamentos. São uma forma inteligente da natureza fazer com que um ser vivo aja sem-
perder tempo; são automáticas; e têm o propósito de gerar ação - gerar comportamentos
biologicamente vantajosos frente a uma necessidade imediata. As emoções são uma for-
ma de garantir a nossa sobrevivência. A eficácia da nossa emoção deriva do facto de
ser automática. E estão sempre associadas a estímulos. Podem derivar de acontecimentos
externos ou conteúdos mentais. Por exemplo, pensar numa pessoa que se gosta ou que
não se gosta, pensar numa situação desagradável ou agradável, provoca uma reação
emocional – o comportamento altera-se.
Etimologicamente a palavra “emoção” vem do verbo “emovere”, que significa “pôr em mo-
vimento”. Nesta palavra está também contido o termo “moção”, que possui a mesma raiz
que a palavra “motor”. Podemos dizer que as nossas emoções nos põem em movimento,
que elas nos fazem agir de determinada forma. As investigações indicam que cada emo-
ção prepara o corpo para um tipo de resposta muito diferente.
Alegria – ativa zonas do cérebro que ativam sentimentos positivos. Gera um estado
geral de contentamento, facilitando a cooperação;
A idade pode trazer experiências emocionais. Várias são as emoções que podem surgir,
dependendo das experiências positivas ou negativas pelas quais os idosos passam. Os
idosos podem sentir-se felizes e realizados, com sentimento de integridade, valorizando
quem se encontra à sua volta; ou, pelo contrário, podem sentir-se desvalorizados e ter a
sua autoestima afetada. Neste aspeto, as pessoas que trabalham com esta faixa etária têm
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1.1.2. Motivação
Ciclo Motivacional
Necessidades fisiológicas
Necessidades como sede, fome e sono, que devem ser satisfeitas. Essas necessidades
surgem repetidas vezes, seja diariamente ou em intervalos curtos.
Necessidades de Segurança
As necessidades de déficit também incluem necessidades de segurança. Eles incluem o
desejo de saúde, o medo de perder (incluindo perder o emprego) e ameaças indiretas.
e interação social. A necessidade de amor está firmemente ancorada nas pessoas. Mas
isso não deve ser entendido com a necessidade de sexo. Essa necessidade pode ser
para satisfazer necessidades como dinheiro, poder, reconhecimento e status. Mas essas
Auto-realização (atualização)
Essa necessidade está no topo da hierarquia de necessidades de Maslow. Para isso, no
entanto, todas as outras necessidades devem ter sido satisfeitas. Para muitas pessoas,
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1.1.2. Personalidade
Cada pessoa tem a sua singularidade, a sua personalidade. Havighurst, Neugarten &
Tobin (1968) fizeram os primeiros estudos sobre a personalidade dos idosos. Os autores
descobriram 4 grandes tipos de personalidades presentes em indivíduos entre os 50 e os
90 anos: integrado, defensivo-combativo, passivo-dependente e desintegrado.
do tempo e que, quando se entra na casa dos 70 e 80 anos, se passa por uma
transformação significativa.
As pesquisas sugerem também que as pessoas se tornam mais conscientes, agradáveis e
menos neuróticas. Os níveis dos traços de personalidade da chamada "tríade obscura" —
maquiavelismo, narcisismo e psicopatia — tendem a diminuir e, com eles, o risco de
comportamentos antissociais, como crimes e uso abusivo de substâncias. Embora nossa
personalidade mude em certa direção à medida que envelhecemos, quem somos em
relação a outras pessoas na mesma faixa etária tende a permanecer bastante estável. Por
exemplo, é provável que o nível de neurose de uma pessoa diminua como um todo, mas
os mais neuróticos aos 11 anos de idade geralmente ainda são os mais neuróticos aos 81
anos.
As pesquisas mostram que nos tornamos pessoas mais altruístas e confiantes. A força
de vontade pode tender a aumentar e acontece um desenvolvimento de um sentido de
humor melhor. Ou seja, é possível que os idosos tenham mais controlo das suas emoções
em comparação daquela que tinham quando eram mais novos.
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Padrões de comportamento
Negação: Não aceitar que se está a envelhecer ou que está mais velho. Manifesta-se
através de comportamentos exuberantes que podem ser excessivos e colocar em risco a
saúde do idoso. Este tipo de comportamento requer muita sabedoria e competência por
parte de quem lida com o idoso, porque se por um lado por ser necessário acalmar alguns
excessos, por outro, corremos o risco de ofender o idoso e prejudicar a autoestima.
Isolamento:A pessoa idosa pode tender a evitar o contato com os outros. Essa tendência
pode não corresponder a uma procura intencional de solidão mas a uma dificuldade de se
confrontar com sentimentos que as relações lhe produzem. O isolamento pode ser
acompanhado de sentimentos de profunda tristeza, baixa autoestima, inutilidade, menos
valia e, paradoxalmente, da sensação de abandono e rejeição pelos outros. Ou seja, não é
incomum a pessoa idosa sentir que os outros a rejeitaram. Nestes casos, é preciso
mostrar-lhes que são valiosas, válidas e a sua presença é apreciada e desejada.
As tarefas evolutivas são formas de organização da vida que possibilitam até a aceitação
da morte. Um ambiente agressivo, assuntos familiares não resolvidos, ausência de
cuidadores adequados podem dificultar esse processo. Cumprir todas as tarefas é
importante, assim como é importante que o idoso conte com o apoio da família, da
sociedade e dos profissionais que trabalham na área. Desta forma, ele poderá ter uma
velhice bem sucedida e usufruir do prazer de viver, contribuindo para o bem de todos.
A vida do idoso é, portanto, dominada por um alto nível de stress, devido às expectativas e
obrigações formalizadas. Assim, as tarefas passam pela aceitação do corpo, manutenção
da intimidade, relacionamento com os filhos, afastamento do trabalho, definição
sociocultural de atividades em que o idoso possa sentir-se útil e reconhecido socialmente.
Envelhecer bem requer ajustamento pessoal e social, que pode ser comprometido por
condições deficitárias de saúde e educação ao longo do curso da vida.
Medidas preventivas:
Manter a saúde, prevenindo doenças;
independência económica;
Ter o seu próprio espaço físico ou morada;
Criar/manter laços de amizade;
Manter vínculos fortes com a família;
Ter um relacionamento íntimo com um(a) companheiro(a);
vínculo com a comunidade;
Manter-se ocupado e com planos para o futuro;
Praticar atividade física regular (exemplo: caminhadas, ginástica, etc.)
Lidar com o luto é doloroso! Geram-se sentimentos de tristeza, raiva, choque, ansiedade,
angústia e incompreensão. Cada pessoa vive o luto de forma diferente, mas, tipicamente, o
luto assume 5 fases: negação, raiva, negociação, depressão, aceitação.
Direcionar a raiva aos que são próximos. Inclui sentimento de raiva de si próprio por não
ter feito as coisas de forma diferente, com culpabilização.
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Nesta fase, compreendemos que a raiva que sente não muda o que aconteceu. Começa a
adquirir mais paz interior e serenidade e é a altura de retomar a rotina. É natural que, nesta
fase, se criem reflexões em que a pessoa se compromete a ser melhor para consigo
própria e tenta ter uma vida mais calma e saudável, para que tudo volte a ser como era
antes.
Depois de uma perda, é normal que haja a sensação de cansaço extremo. Muita tristeza e
choro fácil. Ficar mais silencioso, ter alterações no apetite ou no sono são sintomas
característicos desta fase. De uma forma geral, a pessoa fica emocionalmente mais
fragilizada.
A tristeza e a saudade poderão ainda estar presentes nesta fase, porém já começa a ser
possível pensar no futuro e sentir que mudanças positivas poderão ocorrer. Pode ainda
não ser o momento de total felicidade, mas é a fase em que já há diminuição/ausência da
depressão e se consegue voltar a sentir emoções serenas e a estar predisposto para a
mudança.
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1.3.
1.3. Aspetos cognitivos do envelhecimento
1.3.1. Aprendizagem
A avaliação funcional do idoso é a base da avaliação geriátrica ampla (AGA), onde são
medidos os fatores físicos, psicológicos e sociais que afetam a saúde do idoso.
Memória a curso prazo e memória a longo prazo. A memória a curto prazo é também
designada de memória de trabalho. É a memória que permite fazer tarefas complexas.
Este tipo de memória envolve muita atenção e com a idade, a atenção pode ficar
prejudicada. A memória a longo prazo refere-se ao armazenamento de acontecimentos
antigos.
Outra memória que pode ficar bastante afetada é a memória prospetiva (ou memória “de
agenda”), dirigida para acontecimentos futuros. A memória semântica (que guarda o
significado de objetos e factos) parece resistir muito mais com o avenço da idade. Para
ajudar os idosos a manter o seu bem-estar, as suas funções cognitivas saudáveis, é
preciso motivá-lo a fazer atividades, tais como (exemplos): - Xadrez - Palavras cruzadas -
A leitura - Os jogos - A arte - A bricolage – Etc.
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A menopausa é o momento que marca o fim dos ciclos menstruais. É diagnosticado depois
de 12 meses sem menstruação. A menopausa pode acontecer antes dos 50 anos, mas a
idade média é de 51 anos.
A menopausa é um processo biológico natural. Mas os sintomas físicos, como ondas de
calor e sintomas emocionais da menopausa, podem atrapalhar o sono, diminuir a energia
ou afetar a saúde emocional. Existem muitos tratamentos eficazes disponíveis, desde
ajustes no estilo de vida até terapia hormonal.
• Períodos irregulares
• Secura vaginal
• Ondas de calor
• Arrepios
• Suor noturno
• Problemas de sono
• Mudanca de humor
• Ganho de peso e metabolismo lento
• Cabelo ralo e pele seca
• Perda de plenitude mamária
Até a década de noventa, o climatério feminino era tema raramente abordado, tanto na
literatura científica quanto na leiga. A maior parte das mulheres entrevistadas afirmou que
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Sintomas da Andropausa
•diminuição da libido (desejo sexual)
•disfunção erétil
A menopausa e andropausa, como crise, envolve potencial para superação. Esse potencial
inclui a oportunidade de novas experiências e a aquisição de novas habilidades e
comportamentos. Qualquer que seja o fator desencadeante da crise, seja a menopausa, a
andropausa ou outro, o potencial para mudança varia de pessoa para pessoa,
dependendo, naturalmente, da história de vida de cada uma e de seus padrões cognitivos.
Fator psicológico:
marcado por uma série de fatores que influenciam diretamente a sexualidade do idoso. Há
evidências de que a psique desempenha um papel de grande importância na determinação
do amor e do impulso sexual dos idosos.
Fator cultural
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Fator religioso
Nos dias atuais, o discurso sobre sexualidade tornou-se mais amplo e passível
de discussão, entretanto, ainda é possível perceber resistência por parte dos idosos
em relação ao sexo de maneira geral. Algumas pessoas, apoiadas nas suas crenças
religiosas podem sublimar ou desviar esta para outras atividades ou apetências, praticando
e desfrutando de uma sexualidade sem conflitos. Entretanto, se nos ativermos às
investigações sociais, a maioria deles vive sentindo-se culpada por transgredir esses
códigos que não lhes abrem a porta da sexualidade digna, própria da sua idade. Os
aspetos religiosos que orientam a conduta de algumas pessoas grande influência na vida
da população de modo geral, podendo-se citar com grande ênfase
as pessoas da terceira idade e muitos autores defendem que os líderes religiosos podem
transmitir o ensinamento de que a sexualidade é um dom para que as pessoas sejam
felizes.
A partir da ideia de que a sexualidade é percebida como algo necessário e inerente ao ser
humano, entende-se que o ato sexual e a sexualidade estão presentes em todos os
momentos da vida, não devendo ser excluídos durante a terceira idade, que é um
momento de contato e prazer importante para o ser humano em todas as etapas da vida.
A expressão “vou viver tudo e aproveitar enquanto não fico velho”, é muito comum nos
diálogos de jovens e adultos que colocam na terceira idade o rótulo de inutilidade e
enfraquecimento. Essa inverdade acaba por se propagar e traz a ideia errada de que a
sexualidade na terceira idade é errada ou não acontece. Entretanto, para os idosos, esse
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momento de vida pode ser percebido de forma mais afetiva, tornando a relação sexual
mais carinhosa, afetuosa.
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Bibliografia
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Sites Consultados
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http://cassiopeia.esel.ipleiria.pt/esel_eventos/files/
1808_Celia_Simoes__Painel_3__427f842fab6c6.pdf