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Psicologia da

Velhice
Prof. Me. Max Lira
Aspectos biológicos e
psicológicos no envelhecer

• 1 - Conceito de Envelhecimento (não reúne consenso


– Dias, 2005) Para Tomaz, Melo, Pinheiro e Costa
(2002) a velhice é: “O processo normal de
envelhecimento do ser humano implica uma série de
alterações de ordem fisiológica, biológica, psicológica
e social. Essas transformações vão-se acumulando
durante toda a trajectória de vida, de tal forma que o
indivíduo na Terceira Idade apresenta especificidades
e características que o distinguem das pessoas de
outros escalões etários”
• Bochechas se enrugam; aparecem
manchas escuras na pele, perda
da tonicidade tornando-se flácida;
podem surgir verrugas; o nariz
alarga-se; os olhos ficam mais
úmidos; aumento da quantidade de Modificações
pelos nas orelhas e nariz; ombros
ficam mais arredondados; as veias Externas
destacam-se sob a pele dos
membros; encurvamento postural
devido a modificações na coluna
vertebral; diminuição da estatura
pelo desgaste das vértebras.
(Zimerman, 2000)
Modificações Internas
• Ossos endurecem; órgãos internos atrofiam,
reduzindo o seu funcionamento; cérebro perde
neurónios e atrofia-se, tornando-se menos
eficiente; metabolismo fica mais lento; digestão
é mais difícil; insónia aumenta, assim como a
fadiga; visão de perto piora; audição piora;
endurecimento das artérias e seu entupimento
provocam arteriosclerose; olfacto e paladar
diminuem. (Zimerman, 2000)
Alterações
Patológicas
• Surgimento de cataratas; Diminuição nas
sensibilidades visuais, auditivas, térmicas e
dolorosas; Diminuição na intensidade do
reflexo; Modificações do apetite sexual;
Diabetes; Hipertensão arterial; Arteriosclerose;
Bronquite; Insuficiência renal aguda;
Deformações torácicas; Reumatismo;
Aparecimento de cancro nos mais variados
órgãos.
• Dificuldade de se adaptar a novos
papéis;
• Falta de motivação e dificuldade
de planear o futuro;
• Necessidade de trabalhar perdas
Aspectos orgânicas, afectivas e sociais;
• Dificuldade de se adaptar às
Psicológicos mudanças rápidas;
• Baixa auto-estima e auto-
conceito;
• Sinais de patologia. (Zimerman,
2000)
• Segundo Lelord e
Christophe (2002, p.19)
“a emoção é uma

Emoções reação súbita de todo o


nosso organismo, com
componentes

e Velhice
fisiológicas, cognitivas
e comportamentais”
que permite ao sujeito
se libertar das suas
tensões.
Emoções de
Fundo
• São detectadas através de pormenores como a velocidade
dos movimentos ou até a contracção dos músculos faciais,
pois comporta interferências de incitadores internos. Estas
podem ser relatadas como o entusiasmo, tensão, calma,
bem-estar e mal-estar Emoções Primárias São universais e
estão associadas a estados físicos. Podem ser relatadas
como a alegria, tristeza, felicidade, medo, cólera, surpresa,
raiva e repugnância. Emoções Sociais Emergem devido à
relação socio-cultural e podem manifestar-se como a
simpatia, compaixão, embaraço, vergonha, culpa, orgulho,
inveja, ciúme, admiração e desprezo. (Damásio, 2003)
Emoções Negativas
Frequentes
• Raiva;
• Mágoa;
• Ressentimento;
• Angústia;
• Ansiedade;
• Tristeza
• Redução da tolerância a estímulos;
• Vulnerabilidade à ansiedade e
depressão;
• Acentuação de traços obsessivos;
• Sintomas hipocondríacos, depreciativos
Características ou de passividade;
• Conservadorismo de caráter e de ideias
do (rigidez mental) Atitude hostil diante do
envelhecimento •
novo;
Diminuição da vontade, das aspirações,
emocional da iniciativa;
• Estreitamento da afetividade: É
frequente que os idosos associem à
idade avançada a melancolia e a tristeza
devido a perdas afetivas, econômicas,
sociais e doenças cronicas.
Envelhecimento
mal sucedido
• Depressão Muitos autores consideram as
depressões na velhice como atípicas,
podem ser caracterizadas pela falta de
episódios de tristeza, claramente distintos,
mostrando-se o doente apático, com
queixas subjectivas de comprometimento
cognitivo, ansiedade proeminente,
somatização e excesso de preocupação
com o corpo. SIMÕES (1996) afirma que, no
idoso, os sintomas iniciais do quadro
depressivo são relativamente inespecíficos,
tais como a debilidade, perturbações de
sono, tristeza e ansiedade, desinteresse por
hábitos e/ou prazeres habituais. Os
sintomas mais específicos são os que
decorrem da depressão do humor, bem
como a lentidão psicomotora.
Sintomas
Psíquicos:
• nervosismo, irritabilidade e
agressividade. tremor de
extremidade, dificuldade
para se expressar e
descontrolo motor. Sistema
Cardiovascular: taquicardia,
arritmia cardíaca, suor na
mãos, dor no peito,
hipertensão e tontura.
Sintomas
Físicos:
• Tremor de extremidade,
dificuldade para se expressar e
descontrolo motor.
• Sistema Cardiovascular:
taquicardia, arritmia cardíaca, suor
na mãos, dor no peito, hipertensão
e tontura.
• Sistema Respiratório: falta de ar,
tontura, tosses, engasgo, gaguez
e soluço. Sistema Génito-urinário:
aumento da frequência e
quantidade de urina e problemas
sexuais.
A personalidade
sofre modificações
ao longo do processo
de envelhecimento?

• Estudos de Havighurst, Neugarten &


Tobin (1968): primeiros dados sobre a
personalidade nos idosos. Estes
autores descobriram 4 grandes tipos de
personalidade presentes em indivíduos
entre os 50 e os 90 anos.
• Integrado: pessoas apresentando um
bom funcionamento psicológico geral,
com uma “vida cheia”, interesses
variados, com as suas competências
cognitivas intactas e retirando um
elevado nível de satisfação dos papéis
desempenhados;
• Defensivo-combativo: pessoas
orientadas para a realização, lutadoras
e controladas, experimentando níveis
de satisfação entre o moderado e o
elevado;
. Tarefas Evolutivas da
Velhice Tarefas de
desenvolvimento
• São aquelas que a pessoa deve cumprir para garantir
o seu desenvolvimento e consequente ajustamento
psicológico e social. São tarefas com as quais as
pessoas satisfazem as suas necessidades pessoais e
garantem o desenvolvimento e manutenção de
padrões sociais e culturais. Desta forma dão
sustentação ao progresso social e cultural e em
consequência ao bem-estar do indivíduo.
• Prioridades / Investimento pessoal
• Expectativas quanto ao futuro/ realizações e metas
Tarefas Evolutivas
da Velhice
• As tarefas não são
estanques em cada etapa,
embora algumas sejam
preferencialmente típicas de
uma determinada fase. Em
cada fase todas se
relacionam entre si e o
prejuízo numa das tarefas
pode comprometer o
desenvolvimento futuro
dessa tarefa ou de outras.
Velhice e as Tarefas
do Desenvolvimento
Psicológico
• As tarefas são básicas em cada sequência do ciclo de
vida; Há uma expectativa social de que as pessoas
em cada sequência cumpram com êxito as suas
tarefas; Na última parte do ciclo também a pessoa
idosa tem tarefas de desenvolvimento a cumprir, de
modo a ser feliz e a ter qualidade na sua vida.
• Recorrendo à teoria de Erikson (1950) Encontram-se
dois conceitos: a) geratividade como tarefa evolutiva
de adultos; b) integridade do ego como tarefa
evolutiva específica de idosos.
– Geratividade significa contribuir para
gerações futuras por meio da produção não só
de aspectos materiais, mas também do
cuidado e da manutenção de outros seres.
– Integridade do ego é a adaptação a triunfos e
desilusões inerentes à condição de criador de
outros seres humanos e gerador de produtos
e ideias. É ter, em suma, dignidade,
sabedoria, aceitação do modo de vida, senso
de completude e unidade.
• As tarefas evolutivas da velhice são
formas de organização da vida que
possibilitam até a aceitação da morte
(Fitch, 1985). Um ambiente agressivo,

Educação assuntos familiares não resolvidos,


ausência de cuidadores adequados
podem dificultar este processo. Cumprir
Para todas as tarefas é importante, como é
importante também que o idosos conte
com o apoio da família, da sociedade e
Envelhecer dos profissionais que actuam na área.
Dessa forma, ele poderá ter uma velhice
bem sucedida e usufruir do prazer de ser
e de viver, contribuindo para o bem de
todos…
• Durante o envelhecimento, os
principais factores de influência
da sociedade sobre o indivíduo
são: a resposta social ao declínio
biológico, o afastamento do
trabalho, a mudança da
identidade social, a
desvalorização social da velhice e
a falta de definição sociocultural
de actividades em que o idoso
possa perceber-se útil e alcançar
reconhecimento social. A vida do
idoso é, portanto, dominada por
um alto nível de stress, devido às
expectativas e obrigações
formalizadas.
Tarefas • Erikson Estágio de Integridade
versus Desespero e Isolamento
(mais de 65 anos): Nessa fase
existe o conflito entre a integridade,

Evolutivas
o senso de satisfação que se tem
ao refletir sobre uma vida
produtiva, e o desespero no
sentimento de que a vida teve
pouca finalidade ou significado. A

da Velhice
integridade permite uma aceitação
do próprio lugar no ciclo vital e o
reconhecimento de que somos
responsáveis por nossas vidas.
Com a não aceitação, predomina o

Erikson
medo da morte e um sentimento de
desespero e angústia.
• Aceitação do corpo que envelhece;
Aceitação da limitação do tempo e

Tarefas da morte pessoal; manutenção da


intimidade; relacionamentos com os
filhos: deixar ir, atingir igualdade,
integrar novos membros; relação

Evolutivas
com seus pais: inversão de papéis,
morte e individuação; .) o
afastamento do trabalho; a
mudança da identidade social; a
desvalorização social da velhice; a

da Velhice
falta de definição sociocultural de
actividades em que o idoso possa
perceber-se útil e alcançar
reconhecimento social; preparação
para a morte.
Medidas
Preventivas
• Manter a saúde física com a prevenção das doenças
degenerativas;
• Independência económica;
• Ter seu próprio espaço físico ou moradia;
• Ter laços de amizade e vínculos fortes com a família;
• Manter um relacionamento íntimo com um(a)
companheiro(a);
• Ter um vínculo com a comunidade;
• Manter-se sempre ocupado e com planos para o futuro;
• Se possível, manter um vínculo com seu antigo
trabalho ou profissão;
• Procurar ajuda na comunidade;
• Praticar exercícios, manter uma actividade física
regular.
• Envelhecer bem requer
ajustamento pessoal e social, que
pode ser comprometido por
condições deficitárias de saúde e
educação ao longo do curso de
vida. Se o indivíduo tiver alguma
deficiência física congénita ou
Ajustamentos adquirida antes da velhice, suas
condições de desenvolver-se e
Psicossociais envelhecer com sucesso irão
da Velhice sofrer prejuízo maior ou menor e
mais ou menos controlável,
dependendo da extensão e da
natureza da sua deficiência, dos
recursos de apoio que o ambiente
sociocultural lhe oferecer ao
longo de toda a vida e de seus
recursos psicológicos.
• Para Silva e Varela (1999), adaptação significa maximizar as
possibilidades individuais reorganizando a vida frente às
limitações percebidas, ajustando-se às diversas situações
individualmente ou com a ajuda de outros. É um processo
contínuo de actualização das potencialidades pessoais e de
aprender a viver com as limitações explorando e utilizando
ao máximo seus recursos disponíveis
• Para Davies (1996), as variáveis mais significativas
envolvidas na adaptação são o suporte social, o coping e o
controle percebido Antonucci (2001), o suporte social ajuda
os indivíduos a enfrentar e se recuperar das exigências da
vida. Segundo a autora, pessoas com amplas redes sociais
têm mais ajuda nos tempos de doenças e as pessoas que
percebem mais suporte enfrentam melhor as doenças, o
stress e outras experiências difíceis da vida. Para Handen
(1991), o suporte social aumenta a auto-estima e o
sentimento de domínio sobre o próprio ambiente, tem a
função de coping ao amenizar o impacto das doenças e
provavelmente modera o efeito das crises inesperadas.
Segundo Antonucci (1994), o suporte social estimula o
senso de controle e auto-eficácia
.

Fase final da vida/reflexão sobre a


morte e o luto

• Só pensamos na velhice
quando ficamos velhos. A
morte é parte obrigatória da
velhice. Na cultura ocidental, é
característico que a morte seja
excluída dos nossos
pensamentos pelo tempo mais
longo possível. Isso pode
aumentar o medo inconsciente
da morte, mas tanto a velhice
quanto a morte são processos
pelos quais todos os seres
humanos passam.
Conceitos de morte

• Morrer é o cessar irreversível:


1- da função de todos órgãos,
tecidos e células;
2- do fluxo de todos os fluídos do
corpo incluindo o sangue e o ar;
3- do funcionamento do coração e
do pulmão;
4- do funcionamento espontâneo do
coração e do pulmão;
5- do funcionamento de todo o
cérebro, incluindo o tronco
cerebral;
A MORTE
SOBRE DUAS
CONCEPÇÕES

• A morte do outro: o medo do


abandono, consciência da
ausência e da separação.
• A própria morte: a consciência
da própria finitude, a fantasia
de como será o fim e quando
ocorrerá.
• (Kastenbaum, 1983) Medo de
morrer: surge o medo do
sofrimento, da indignidade pessoal.
Em relação à morte do outro é
difícil ver o seu sofrimento e
desintegração, o que origina
sentimentos de impotência por não
se poder fazer nada; Medo do que
vem após a morte: quando se trata
da própria morte é o medo do
julgamento, do castigo divino e da
rejeição. Em relação à morte do
outro, surge o medo da retaliação e
da perda da relação; ) Medo da
extinção: diante da própria morte
existe a ameaça do desconhecido,
o medo básico da sua extinção. Em
relação ao outro, a extinção evoca
a vulnerabilidade pela sensação de
abandono. Acontecem múltiplas
perdas, na velhice, e num curto
espaço de tempo: são as mortes do
cônjuge, de amigos e familiares da
mesma faixa etária; as alterações
no corpo, perdas fisiológicas e
funcionais; a reforma, as perdas
financeiras e o isolamento social; o
surgimento de doenças crónicas e
a situação de dependência, entre
outras.

Ao pensar a morte cada pessoa pode


relaciona-la a um dos seguintes aspectos:
O que é o
Processo de Luto?
• Face a qualquer perda significativa,
de uma pessoa ou até de um objecto
estimado, desenrola-se um processo
necessário e fundamental para que o
vazio deixado, com o tempo, possa
voltar a ser preenchido. Esse
processo é denominado de luto e
consiste numa adaptação à perda,
envolvendo uma série de tarefas ou
fases para que tal aconteça. Sanders
(1999) considera que o luto
representa o estado experiencial que
a pessoa sofre após tomar
consciência da perda, sendo um
termo global para descrever o vasto
leque de emoções, experiências,
mudanças e condições que ocorrem
como resultado da perda.
Sentimentos
comuns no
processo de luto
• Tristeza: O sentimento mais comum
encontrado no enlutado, muitas vezes
manifestando - se através do choro;
• Raiva: a raiva advém de duas fontes: da
sensação de frustração por não haver nada
que se pudesse fazer para prevenir a morte
e de um tipo de experiência regressiva que
ocorre após a perda de alguém próximo em
que a pessoa se sente indefesa, incapaz
de existir sem o outro; formas ineficazes de
lidar com a raiva são deslocá-la ou
direccioná-la erradamente para outras
pessoas, culpabilizando-as pela morte do
ente querido ou virá-la contra o próprio,
podendo, no extremo, desenvolver
comportamentos suicidas;
Quando termina o
processo de luto?
• Segundo Worden (1991), o processo de luto
termina quando as tarefas descritas supra são
completadas. Quanto à duração do processo, não
existe uma resposta conclusiva, sendo impossível
definir uma data precisa. No entanto, quando se
perde uma relação próxima é muito improvável
levar menos de um ano e para muitos casos dois
anos ou até mais não é muito tempo. Para além
disso, cada nova estação, feriado ou férias e
aniversário são prováveis de reevocar a perda
(Walsh e McGoldrick, 1998). Assim, verifica-se que
o luto não é um processo que progride de forma
linear, podendo reaparecer para ser novamente
trabalhado. Um sinal de uma reacção de sofrimento
finalizada é quando a pessoa consegue pensar no
falecido sem dor e quando consegue reinvestir as
suas emoções na vida e nos vivos.
Luto
• O termo de luto complicado é usado quando
determinados factores perturbam o
processo de luto normal,. Estas variáveis
fazem com que o luto seja mais severo e

Complicado
duradouro do que seria de esperar ou, pelo
contrário, fazem com que o enlutado evite
ou nem sequer reconheça a sua dor, o que
impede que ela se possa resolver. Rando

(adaptado
(cit. por Sanders, 1999) identificou 7
variações ou síndromes de luto complicado:
1) luto ausente; 2) luto atrasado (não
demonstra reacções de luto durante

de Sanders,
semanas ou mais tempo, podendo
transportar consigo uma dor não resolvida
que pode emergir mais tarde como
"reacções distorcidas" - e.g. hiperactividade

1999 )
sem um sentimento de perda, adquirir
sintomas que pertenciam à última doença
do falecido);
• Obrigado, querido 4ºP.

Fim! • Vocês são muito especiais


pra mim
• BARRETO, João. (2005). Envelhecimento
e qualidade de vida: o desafio actual.
Revista Faculdade Letras: Sociologia I
(15), 289-302.
• DIAS, Isabel (2005). Envelhecimento e
violência contra os idosos. Revista
Faculdade Letras: Sociologia I (15), 249-
273.
• SEQUEIRA, Carlos (2007). Cuidar de
Idosos Dependentes. Coimbra: Editora
Quarteto
• SOUSA, Liliana. FIGUEIREDO, Daniela.

Bibliografia CERQUEIRA, Margarida (2004).


Envelhecer em Família. Porto: Edições
Ambar
• TEIXEIRA, João (1999). Envelhecimento
e Depressão. Saúde Mental, Vol I (2), 51-
63.
• TOMAZ, C., MELO, F., PINHEIRO, L. &
COSTA, M. (2002). Dar e Receber. Viana
do Castelo: Edição Projecto de Luta
Contra a Pobreza.
• ZIMERMAN, Guite (2000). Velhice:
aspectos biopsicossociais. Porto Alegre:
Artmed Editora.

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