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AULA 20 | 04/10/2022

DECADÊNCIA.

Considerando as informações acima, responda:

1. A postura do Fiscal, relativa à lavratura do Auto de Infração, está correta? Por


quê?

Parcialmente correta: visto que a revisão do lançamento apenas poderá ser


iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública e, assim, dentro do
prazo decadencial.

Art. 149, parágrafo único do CTN.

2. Sendo o ICMS um tributo lançado por homologação, é possível haver


lançamento de ofício a posteriori? Há fundamento legal para tanto?

Sim: necessidade de correção de ato praticado pelo particular no sentido de


constituição da RJT (lançamento substitutivo).

Art. 149, II a VII CTN.

3. As GIAs entregues pelo sujeito passivo são hábeis a constituir o crédito


tributário? Por quê? Nesse caso, como você classificaria o comportamento do
sujeito passivo? Há licitude ou ilicitude?

Na hipótese de a administração discordar da declaração entregue pelo


contribuinte, esta não se prestará a constituir a RJT, em razão da existência de
erro (sem dolo), fraude (com dolo) ou omissão.

Nesse caso, sendo a declaração instrumento ineficaz para declarar a ocorrência


do fato jurídico tributário, caberá a autoridade administrativa realizar o lançamento
de ofício e impor a devida correção ao comportamento do SP.

4. O Fiscal poderia ter lançado o ICMS considerando o prazo de 10 anos? Nesse


caso, deveríamos de cogitar de decadência ou prescrição? Qual seria
(numericamente) o prazo aplicável? Justifique.

Não. O lançamento deve ser feito dentro do prazo decadencial de cinco anos (art.
150, §4º ou art. 173, I, ambos do CTN).

Pode-se cogitar de prescrição em relação ao crédito declarado (já constituído) e


decadência em relação aos créditos omitidos.
A forma de contagem do prazo decadencial dependerá se considerada na forma
do art. 150, §4º, do CTN (como início na ocorrência do fato gerador), ou conforme
o art. 173, I, do CTN (primeiro dia do exercício seguinte ao qual poderia ser
lançado).

Se considerarmos a decadência regida pelo art. 150, §4º, do CTN, por se tratar de
tributo sujeito ao lançamento por homologação, e considerando que houve
pagamentos de ICMS em todos os meses pelos quais se estende o período
autuado, chega-se a conclusão de que houve a decadência parcial dos créditos
tributários relativos a fatos geradores anteriores a 23.04.2017, pois a notificação
do lançamento deu-se apenas em 28.04.2022.

Se adotarmos como termo inicial o prazo de cinco anos contados do primeiro dia
do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, por
se tratar de hipótese de lançamento de ofício, nos termos do art. 173, I, do CTN –
temos a seguinte situação:

Se o FG ocorreu em 30.03.2012, pela regra, o prazo decadencial começaria a


contar em 01.01.2013. Portanto, o último dia para o fisco lançar é no dia
31.12.2017, pois no dia 01.01.2018 a decadência produzirá seus efeitos.

5. Na hipótese de defesa administrativa ao presente Auto de Infração, quais


seriam suas alegações centrais?

Tratando-se de tributo sujeito a lançamento por homologação, a decadência é


regida pelo art. 150, §4º, do CTN. Apenas em casos de inexistência de qualquer
pagamento – ainda que com boa-fé do contribuinte – ou da prática de dolo,
fraude ou simulação é que a decadência passa a reger-se pelo art. 173, inciso I,
do mesmo diploma.

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