Você está na página 1de 7

DIREITO ADMINISTRATIVO

PROFª MSC. NATASHA DONADON

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

✔ Direito Público: • Sociedade e Estado; • Relações das entidades e órgãos; • Desigualdade


das relações jurídicas.

✔ Direito Privado: • Interesses particulares; • Convívio e harmonia social; • Igualdade jurídica.

ESTADO

• O que é o Estado? • E o Estado de Direito? • Tem personalidade jurídica? • Como o vemos?

FUNCIONAMENTO DO ESTADO

• Art. 2º, CF; • Instrumentos para o atingimento dos fins públicos; • atuam com especialização;
• impedem a centralização; • Não têm personalidade jurídica.

NOÇÕES DE GOVERNO

• Direção suprema e geral do Estado; • estabelecer diretrizes e planos governamentais; •


Atribuições constitucionais; • Função política não é objeto de estudo do D. Adm.

✔ Adm em sentido amplo: • Função política/de governo; • Plano de atuação estatal; • “Como
fazer”?

✔ Adm em sentido estrito: • Órgãos e pessoas jurídicas adm; • Natureza adm, técnica,
instrumental, apartidária; • Execução de programas de governo.

CONCEITO DE DIREITO ADM

• Finalidade: Interesse público; • Estruturação e funcionamento da adm; • Relação entre


agentes e adm; • Gestão dos bens públicos.

#OBS: Existente em todos os poderes.

✔ Quem é “administração pública”?

❑ Sentido formal: • Administração Direta; e • Administração Indireta. #Pergunta: Delegatárias


de serviço público integram a administração pública?

❑ Sentido material: • Atividades próprias da função adm: • Serviço público; • Fomento; •


Polícia adm; • Intervenção. #Pergunta: Petrobras, Caixa Econômica, Correios, são
administração pública?

CODIFICAÇÃO E FONTES DO D. ADM

• CF; • Leis; • Decretos; • Medidas Provisórias;

a) Lei: qualquer espécie normativa;

b) Doutrina; c) Jurisprudência;

d) Costumes – prática habitual, acreditando ser ela obrigatória.


#Exemplos: ❑ Lei 8.112/1990 – regime jurídico dos servidores públicos federais estatutários;
❑ Lei 8.666/1993 – normas gerais sobre licitações e contratos administrativos; ❑ Lei
8.987/1995 – lei geral das concessões e permissões de serviços públicos; ❑ Lei 9.784/ 1999 –
normas gerais aplicáveis aos processos administrativos federais; ❑ Lei 11.079/2004 – lei geral
das parcerias público-privadas; ❑ Lei 11.107/2005 – lei geral dos consórcios públicos.

SISTEMA DE CONTROLE

• Através da sociedade e seus representantes; • Mecanismos de controle dos atos


administrativos ilegais: • Sistema francês; e • Sistema inglês.

❑ Sistema francês: • Dualidade de jurisdição; • Justiça Administrativa; • Competência: Adm


em um dos polos; • Faz coisa julgada. • Crítica: possível parcialidade nas decisões

❑ Sistema inglês: • Unidade de jurisdição; • Inafastabilidade da jurisdição; • Jurisdição restrita


ao Poder Judiciário;

❑ Sistema Adm Brasileiro: • Sistema inglês; • Poder de autotutela; • Órgãos adm não fazem
coisa julgada.

#Exemplo: Se uma autoridade da administração tributária, em procedimento de fiscalização,


aplica uma multa a uma empresa comercial, o representante da PJ poderá recorrer ao Poder
Judiciário se entender que a multa não é devida.

⚫ E o mesmo comerciante pode, se desejar, impugnar a multa perante o próprio órgão que o
autuou.

#Para relembrar:

❑ Exceções à Inafastabilidade da Jurisdição: a) Justiça Desportiva: art. 217, §1º, CF; apesar do
nome, trata-se de órgãos de natureza administrativa;

b) Ato ou omissão que contrarie Súmula Vinculante: Só pode ser alvo de Reclamação ao STF
após esgotadas as vias administrativas. (Lei 11.417/2006, art. 7º, §1°)

c) Habeas Data.

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

❑ Entidades políticas e Entidades administrativas:

• Entidades: Pessoas jurídicas;

• Órgãos: Sem personalidade jurídica; • Entidades políticas: Entes federativos – PJ de Direito


Público Interno.

• Entidades administrativas:

✔ Autarquias;

✔ Fundações;

✔ Empresas Públicas; e ✔ Sociedades de Economia Mista.


#Obs: A principal diferença entre entes adm e entes políticos é que estes tem capacidade
legislativa.

ENTIDADES POLÍTICAS:

Possuem autonomia política, têm competências legislativas e administrativas.

Competências recebidas diretamente da Constituição Federal

Edita a lei que diretamente institui a entidade administrativa, ou autoriza a criação dela.
Outorgando-lhe na lei as competências que entendeu por bem descentralizar.

ENTIDADES ADMINISTRATIVAS:

Não possuem autonomia política, só possuem competências administrativas, isto é, de mera


execução de leis.

Competências recebidas da lei que a cria ou que autoriza sua criação, editada pela pessoa
política que recebeu da CF essas competências.

Recebem autonomia administrativa, isto é, não são hierarquicamente subordinadas à pessoa


política instituidora.

Têm capacidade para editar regimentos internos dispondo acerca de sua organização e
funcionamento, gestão de pessoas, gestão financeira, gestão de seus serviços, nos termos da
lei.

#OBS: Entidades administrativas são criadas ou têm sua autorização de criação por meio de lei.
#OBS2: Possuem apenas capacidade de autoadministração:

• Não são subordinadas às entidades políticas;

• Editam seus regimentos (org. e func.);

• Submetidas ao controle administrativo.

NOÇÕES DE CENTRALIZAÇÃO, DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO:

• O Estado exerce a função administrativa por meio de órgãos, pessoas jurídicas e agentes
públicos;

• adota-se duas formas básicas de organização: centralização e descentralização.

✔ Centralização: Ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos
órgãos e agentes integrantes da denominada adm direta.

✔ Descentralização: ocorre quando o Estado desempenha algumas atribuições por meio de


outras pessoas, e não pela administração direta.

• Pressupõe duas figuras: o Estado (U, E, DF, M) e a pessoa que executará o serviço, por ter
recebido do Estado essa atribuição.

• Pode ocorrer mediante outorga (por serviços) e delegação (por colaboração).

❑ Outorga: ocorre quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere
determinado serviço público;
#Por que isso é feito? Funda-se no princípio da especialidade:

• A lei é editada pela pessoa política, na qual contém competências específicas que passarão a
ser exercidas por uma pessoa jurídica distinta (entidade da adm indireta) pressupondo-se que
essa especialização propiciará maior capacitação para o desempenho daquelas competências.

❑ Delegação: transfere por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) a


execução do serviço. #OBS: A concessão de serviço público só é possível para pessoas jurídicas,
ao passo que pode haver permissão e autorização de serviços públicos para pessoas físicas e
jurídicas.

✔ Desconcentração:

• mesmo na execução direta de serviços;

• em busca da eficiência, busca-se uma divisão interna de competências;

• mais comum na adm direta;

• controle hierárquico.

#Exemplo: órgãos, departamentos, seções

✔ Concentração administrativa:

• fenômeno inverso;

• extinção de órgãos;

#Exemplo: Secretaria da fazenda de um município que tivesse em sua estrutura


superintendências, agências e postos de atendimento. Caso a adm municipal decidisse, em
face de restrições orçamentárias, extinguir postos de atendimento, teria ocorrido
concentração administrativa.

Desconcentração

- Distribuição interna de competências entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica;

- A prestação não é transferida para outra entidade;

- Não há criação de uma nova pessoa jurídica;

- Há manifestação do poder hierárquico.

A desconcentração viabiliza a especialização da função dentro da sua estrutura estatal, sem


que isso implique a criação de uma nova pessoa jurídica. Criação de centros de competências
denominados de órgãos públicos.

Descentralização

- Transferência dos serviços públicos a pessoas jurídicas diversas.

- A prestação é transferida para pessoa jurídica diversa, sendo essa quem realiza a atividade;
- É criada uma nova pessoa jurídica diversa, que possuirá autonomia; pressupõe a existência de
duas pessoas;

- Não há manifestação do poder hierárquico, havendo apenas vinculação, em virtude do qual é


feito o chamado “controle finalístico”.

Transferência da atividade administrativa para outra pessoa.

ORGANIZAÇÃO LEGAL DO SERVIÇO PÚBLICO:

• Cargos, empregos e funções públicas, bem como ministérios e órgãos públicos, devem ser
criados e extintos por meio de lei.

#OBS: a CF confere a decretos a atribuição de dispor sobre organização da administração


pública e até de extinguir funções e cargos públicos.

• Art, 48, X, CF;

• Art. 51, IV e 52, XIII (CD e SF).

• Art. 96, II, “b” e “c”, CF

⚫ Alteração também por meio de lei:

⚫ Cargo público: mudança de atribuições e lei formal A alteração de atribuições de cargo


público somente pode ocorrer por intermédio de lei formal. Ao reafirmar essa orientação, o
Plenário concedeu mandado de segurança para que servidores públicos originariamente
empossados no cargo de Assistente de Vigilância do Ministério Público Federal possam ocupar
o atual cargo de “Técnico de Apoio Especializado/Segurança”, conforme o Anexo I da Portaria
PGR/MPU 286/2007, assegurando-lhes a continuidade da percepção da gratificação de
atividade de segurança, prevista no art. 15 da Lei 11.415/2006. Tratava-se, na espécie, de writ
impetrado contra ato do Procurador-Geral da República, consubstanciado na Portaria
286/2007, que teria modificado as atribuições dos cargos para os quais os impetrantes fizeram
concurso público. Preliminarmente, assentou-se o cabimento da ação mandamental, haja vista
os efeitos concretos e instantâneos do ato questionado. No mérito, salientou-se, inicialmente,
que a portaria adversada “fixou as atribuições dos cargos, as áreas de atividades, as
especialidades e os requisitos de escolaridade e habilitação legal específica para ingresso nas
Carreiras de Analista, Técnico e Auxiliar do Ministério Público da União”. Em seguida,
registrou-se que os impetrantes teriam comprovado a falta de identidade entre as atividades
que configuravam os cargos nos quais foram investidos e as funções que atualmente
desempenhariam por força do ato impugnado. Aduziu-se que a mudança de atribuições dos
cargos ocupados pelos impetrantes se dera por edição de portaria, meio juridicamente
impróprio para veicular norma definidora de atividades inerentes e caracterizadoras de cargo
público. Nesse sentido, explicitou-se a necessidade de edição de lei para a criação, extinção ou
modificação de cargo público. O Min. Gilmar Mendes enfatizou a repercussão deste
julgamento, tendo em conta que a mudança de atribuições por portaria seria prática comum
na Administração Pública. Precedentes citados: ADI 951/SC (DJU de 29.4.2005); ADI 1591/RS
(DJU de 16.6.2000) e ADI 2713/DF (DJU de 7.3.2003).

• Quando se tratar de cargos ou funções vagos, a extinção será feita mediante decreto (Art.
84, VI, “b”, CF).
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante decreto,
sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de


despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”

#OBS: o chamado “decreto autônomo”, não depende de lei alguma por estar diretamente
autorizado na própria Constituição.

❑ Criação e extinção de ministérios e órgãos: • Art. 48, XI e 61, §1º, “e”.

❑ Criação de cargo, emprego e função pública • Art. 61, §1º, “a”.

A criação, a transformação e a extinção de cargos, funções e empregos públicos são de


competência do CN, exercida por meio de lei, exceto os da CD e SF, que são criados, transf., e
extintos mediante resolução legislativa.

A extinção de funções ou cargos públicos vagos é de competência privativa do PR, exercida por
meio de decreto autônomo (art. 84, VI, “b”, CF).

Dispor sobre a organização e o funcionamento da adm federal, quando não implicar aumento
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, é competência privativa do PR,
exercida por meio de decreto autônomo (art. 84, VI, “a”, CF).

A iniciativa das leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na
adm direta e autárquica é privativa do PR (art. 61, §1º, II, “a”).

A criação e a extinção de ministérios e órgãos da adm pública federal são de competência do


CN, exercida por meio de lei de iniciativa privativa do PR (art. 48, XI e 61, §1º, II, “e”.

A criação e a extinção dos cargos do PJ são efetuadas por meio de lei de iniciativa privativa do
STF, Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça, conforme o caso (CF, art. 96, II, “b”).

CRIAÇÃO DE ENTIDADES DA ADM INDIRETA:

• Previsão legal: art. 37, XIX;

• Pressupõe-se que essa descentralização permitirá um desempenho melhor dessas


competências do que aquele que se obteria caso elas permanecessem sob incumbência de
órgãos da adm direta;

• Autarquias: basta a criação da lei ordinária. Início da PJ da autarquia = início da vigência da lei
• Fund, EP e SEM: ínicio da PJ = quando o poder executivo elabora o ato constitutivo e
providencia a inscrição no registro público competente (corporificado em decreto).

#OBS: jurisprudência, STF e doutrina, admitem que fundações públicas sejam criadas com PJ
de direito público.

❑ E a extinção?

• Princípio da simetria.
#OBS: A lei que cria ou autoriza a criação e que extingue ou autoriza a extinção é de iniciativa
privativa do Chefe do Executivo (art. 61, §1º, II, “e”, CF).

❑ Subsidiárias:

• Art 37, XX: XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias
das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada;

#OBS: Intuito de proporcionar maior especialização no desempenho de uma das áreas


abrangidas pelos fins institucionais da empresa controladora.

• Na prática: apenas em EP e SEM;

• Possuem personalidade jurídica própria;

-Quando a entidade-matriz detém a totalidade do capital da subsidiária, temos uma


subsidiária integral;

-Quando a entidade-matriz detém apenas o controle societário, mas não a integralidade do


capital, temos uma subsidiária controlada.

❑ Pertencem à Adm Pública formal?

❑ Qual o regime jurídico?

#Exemplos: art. 37, XVII (acumulação); art. 37, XI c/c §9º (teto); Exigência de licitação para a
realização de contratações em geral (Lei 8.666/1993, art. 1º, parágrafo único).

❑ Há exigência de concurso público para contratação?

Súmula 231 do TCU: A exigência de concurso público para admissão de pessoal se estende a
toda a Administração Indireta, nela compreendidas as Autarquias, as Fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, as Sociedades de Economia Mista, as Empresas Públicas e, ainda,
as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, mesmo que visem a
objetivos estritamente econômicos, em regime de competitividade com a iniciativa privada.

❑ Autorização legislativa:

• lei ordinária.

#STF: também admite que satisfaz a exigência do inciso XX do art. 37, a existência, na própria
lei que deu origem à entidade da administração indireta, de um dispositivo conferindo
genericamente a autorização para ele criar subsidiárias.

Você também pode gostar