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Universidade Católica de Moçambique

Faculdade de Direito

Licenciatura em Administração Publica

Políticas Publicas e a Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique

Edma da Páscoa Armando

Lurdes Bento

Zakil João Agy

Nampula, Maio de 2023


Edma da Páscoa Armando

Lurdes Bento

Zakil João Agy

Políticas Publicas e a Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Politicas Publicas do 3
ano do 1º semestre orientado pelo
docente‫ ׃‬Dr. Cremildo Yotamo.

Nampula, Maio de 2023


Índice
Introdução ............................................................................................................................. 3

1. Conceito de Política Publica ........................................................................................... 4

1.1. Tipos de políticas públicas ...................................................................................... 5

1.2. Ciclo de políticas públicas ....................................................................................... 6

1.2.1. Formulação da agenda ..................................................................................... 6

1.2.2. Formulação da política ..................................................................................... 7

1.2.3. Tomada de decisão ........................................................................................... 7

1.2.4. Implementação................................................................................................. 7

1.2.5. Avaliação ......................................................................................................... 8

2. Modelos de análise de políticas públicas ........................................................................ 8

3. Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique‫ ׃‬Formulação ................ 9

3.1. Principais actores envolvidos na política ................................................................. 9

3.2. O problema identificado na Política ........................................................................ 9

3.3. Principais objectivos da Política Nacional de Saúde Neonatal ............................... 10

4. Implementação da Política de Saúde Neonatal .......................................................... 11

4.1. Local da implementação da Política de Saúde e Neonatal ...................................... 11

4.2. Teorias usadas na implementação da Política de Saúde Neonatal........................... 11

4.3. Nível de implementação da política de Saúde Neonatal ......................................... 12

5. Monitorização da política de saúde neonatal e infantil .................................................. 12

5.1. Avaliação da política de saúde neonatal e infantil .................................................. 12

5.2. Análise da política neonatal e infantil .................................................................... 13

Conclusão ........................................................................................................................... 14

Referencias Bibliográficas................................................................................................... 15
Introdução
O trabalho fala de políticas públicas e a política de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique
como requisito de ensino e aprendizagem na cadeira de Politicas Publicas. O presente trabalho
contem duas partes, na qual a primeira parte corresponde a parte teoria onde foi debruçado
sobre o conceito de Politicas Publicas, tipos, processos, formulação, implementação,
monitoria, avaliação e modelos de análises de políticas públicas.

A segunda parte corresponde a parte prática fala da Política de Saúde Neonatal e Infantil em
Moçambique, onde destacamos aspectos importantes da política em análise tais como
problema identificado na política, o processo de formulação, teorias usadas na
implementação, níveis de implementação.

Quanto a estrutura do trabalho esta organizado da seguinte maneira‫׃‬

 Capa,
 Introdução,
 Desenvolvimento,
 Conclusão e
 Referências bibliográficas.

Para efeitos de elaboração do trabalho foram usadas as diferentes plataformas digitais que
oferecem um vasto conteúdo que se refere as políticas publicas.

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1. Conceito de Política Publica
De acordo com Souza (2002) Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja
política pública, pós existem varias definições porem todas direccionam – se a mesma visão.

Peters (2015) define as políticas públicas como o conjunto de actividades que os governos
empreendem com a finalidade de mudar sua economia e sociedade.

Lynn (1980) a define como um conjunto específico de acções do governo que irão produzir
efeitos específicos.

A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, decisões e análises sobre
política pública implicam em responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e
que diferença faz.

Outras definições enfatizam o papel da política pública na solução de problemas. Críticos


dessas definições que superestimam aspectos racionais e procedimentais das políticas
públicas, argumentam que elas ignoram a essência da política pública, isto é, o embatem em
torno de ideias e interesses. Pode – se também acrescentar que, por concentrarem o foco no
papel dos governos, essas definições deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites
que cercam as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades de cooperação
que podem ocorrer entre os governos e outras instituições e grupos sociais.

Contudo as definições de políticas públicas, mesmo as minimalistas, guiam o nosso olhar para
o locus onde os embates em torno de interesses, preferências e ideias se desenvolvem, isto é,
os governos. Apesar de optar por abordagens diferentes, as definições de políticas públicas
assumem, em geral, uma visão holística do tema, uma perspectiva de que o todo é mais
importante do que a soma das partes e que indivíduos, instituições, interacções, ideologia e
interesses contam, mesmo que existam diferenças sobre a importância relativa desses factores.

Podemos então resumir que as políticas públicas são o campo do conhecimento que busca, ao
mesmo tempo, colocar o governo em acção e ou analisar essa acção (variável independente) e
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas acções (variável dependente).
Em outras palavras o processo de formulação de política pública é aquele através do qual os
governos traduzem seus propósitos em programas e acções, que produzirão resultados ou as
mudanças desejadas no mundo real.

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Contudo a política pública é um campo holístico, isto é, uma área que situa diversas unidades
em totalidades organizadas, isso tem duas implicações. A primeira é que a área torna-se
território de várias outras disciplinas, teorias e modelos analíticos. Assim, apesar de possuir
suas próprias modelagens, teorias e métodos, a política pública, embora seja um ramo da
ciência política, a ela não se resume, podendo também ser objecto da filosofia, psicologia,
sociologia, economia e da econometria, esta última no que se refere a uma das sub – áreas da
política pública, a da avaliação, que recebe grande influência de técnicas quantitativas e
modelos econométricos.

A segunda é que o carácter holístico da área não significa que ela careça de coerência teórica
e metodológica, mas sim que ela comporta vários olhares. Por último, políticas públicas, após
desenhadas e formuladas, se desdobram em planos, programas, projectos, bases de dados ou
sistema de informação e pesquisas. Quando postas em acção, são implementadas dai ficam
submetidas a sistemas de acompanhamento e avaliação.

1.1. Tipos de políticas públicas


Theodor Lowi (1964) desenvolveu a talvez mais conhecida tipologia sobre política pública,
elaborada através de uma máxima: a política pública faz a política.
Com essa máxima Lowi quis dizer que cada tipo de política pública vai encontrar diferentes
formas de apoio e de rejeição e disputas em torno de sua decisão passam por arenas
diferenciadas.

Para Lowi, a política pública pode assumir quatro formatos nomeadamente‫׃‬

 Políticas distributivas,
 Políticas regulatórias,
 Políticas redistributivas, e
 Políticas constitutivas.

Lowi (1964) descreve cada uma delas da seguinte maneira, primeiro é políticas distributivas
que são decisões tomadas pelo governo que desconsideram a questão dos recursos limitados,
gerando impactos mais individuais do que universais, ao privilegiar certos grupos sociais ou
regiões em detrimento do todo. Políticas públicas que favorecem o clientelismo e o
patrimonialismo, políticas regulatórias que são mais visíveis ao público, envolvendo
burocracia, políticos e grupos de interesse.

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Políticas redistributivas que atinge maior número de pessoas e impõe perdas concretas e no
curto prazo para certos grupos sociais e ganhos incertos e futuro para outros são em geral, as
políticas sociais universais, o sistema tributário e o sistema previdenciário e são as de mais
difícil encaminhamento e políticas constitutivas que lidam com procedimentos. Cada uma
dessas políticas públicas vai gerar pontos ou grupos de vetos e de apoios diferentes,
processando – se, portanto, dentro do sistema político de forma também diferente.

1.2. Ciclo de políticas públicas


De acordo com Melo et al (2022) a produção e formalização de uma política pública passa por
diversas etapas. Elas estão inseridas dentro de um ciclo que se inicia antes mesmo de qualquer
acção formal, conhecida como Formação da Agenda, e percorre à formulação da Política,
tomada de decisão, implementação e avaliação.

1.2.1. Formulação da agenda


De acordo com Melo et al (2022) é na etapa de Formação da Agenda em que há o
levantamento das necessidades e demandas da sociedade, ou seja, onde é constatado o
“problema”. É de extrema importância que a problemática seja identificada para a
formulação de uma solução adequada, para que seja possível monitorar e avaliar o impacto
gerado pela política pública.

São através de movimentos sociais, manifestações, mídia, audiências públicas, redes sociais
e demais ferramentas da tecnologia da comunicação e informação que o governo obtém as
informações que irão compor a agenda. Os indivíduos ou grupos que participam da
formação, modificação ou extinção da política pública são conhecidos como atores. Eles
possuem grande influência e participam de todo o ciclo.

Com o conjunto de problemas considerados relevantes, cabe ao poder público seleccionar as


que terão prioridade na formulação de uma política pública, visto que os recursos públicos são
extremamente limitados diante da grande demanda da sociedade.

Na fase da definição da agenda, o gestor tem um papel importante.


Ele pode utilizar seus conhecimentos e suas experiências
acumulados para auxiliar na articulação dos atores, fornecendo
informações que assegurem interpretações mais adequadas, ante os
problemas e suas potenciais soluções (WU et al., 2014). Pode, ainda,
auxiliar os políticos eleitos em relação aos cursos de ação mais
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adequados, além de apontar as iniciativas que já estejam sendo
desenvolvidas, que podem contribuir para enfrentar o problema
social em destaque. Tudo isso, no entanto, depende da qualidade da
informação que tenha disponível. A estruturação de um bom sistema
de informação e a gestão do conhecimento são fundamentais para a
gestão pública. (Lima; D’Ascenzi 2018, p.59).

1.2.2. Formulação da política


É nesta fase que de acordo com Melo et al (2022) que é apresentada as possíveis soluções
para determinado problema social. Nela, há a participação de diversos atores como, por
exemplo, servidores públicos, pesquisadores, académicos, ONGs, Organizações da Sociedade
Civil, parlamentares e seus assessores, associações, sindicatos, etc. que irão contribuir na
elaboração das acções que serão definidas para resolver a problemática. Para que isso ocorra
de forma eficaz, as causas do problema devem ser investigadas e elencadas para que se possa
ter noção dos objectivos e a forma de actuar, evitando que no decorrer da execução a política
perca o sentido por conta de um diagnóstico equivocado do problema.

Segundo Kingdon (2006) a definição das alternativas é uma arena na qual convivem uma
série de propostas que, para alcançarem o status de solução mais adequada para um dado
problema, passam por um processo de selecção que obedece a alguns critérios. São eles:
viabilidade técnica e financeira, conformidade com os valores da sociedade e receptividade da
sociedade política.

1.2.3. Tomada de decisão


Com as propostas em mãos, cabe aos gestores decidirem qual delas serão implementadas, para
solucionar os problemas identificados. É na etapa de tomada de decisão que isso ocorre. Nela
são definidos os objectivos a serem alcançados

1.2.4. Implementação
A etapa de implementação compreende a execução da política pública escolhida para
enfrentar determinado problema. Nessa fase, já se sabe quais são os objectivos, as metas e
resultados esperados, os recursos necessários para operacionalização e quem são os
executores e suas responsabilidades. É importante que haja constante monitoramento da
execução para identificar possíveis gargalos que comprometam o produto final e façam com
que a execução custe mais do que inicialmente previsto.

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1.2.5. Avaliação
A fase de avaliação da política pública consiste em verificar se houve o alcance dos objectivos
e metas estabelecidos, se ela pode ser extinta (visto que já cumpriu com o que foi definido), se
precisa ser reformulada e também serve como experiência no processo de retroalimentação do
planeamento governamental. É uma fase de grande aprendizado em que todas as informações,
no que diz respeito a política pública, servirá aos gestores e demais atores como fonte para
conhecer as deficiências da organização desde o planeamento até a execução, subsidiará
futuras reformulações e elaborações de novas políticas públicas.

A avaliação deve levar em consideração a eficiência (optimização na utilização dos recursos),


eficácia (atingimento das metas estabelecidas) e efectividade (impacto social da política
pública).

2. Modelos de análise de políticas públicas


Modelo sequencial as políticas públicas são tomadas como resultado de um processo que se
desenvolve por etapas, num ciclo político que se repete. Importante não é explicar como
funciona o sistema político, mas compreender os modos da acção pública, demonstrar as
continuidades e as rupturas, bem como as regras gerais de funcionamento que são específicas
das políticas públicas.

Lasswell é um dos primeiros autores a propor, no fim da década de 1950, uma análise
estruturada do processo político, sugerindo a sua decomposição em fases sucessivas,
relacionadas entre si de uma forma lógica e sequencial.

Fluxos múltiplos procurando explicar como é que os problemas se transformam em problemas


políticos, isto é, como captam a atenção do público e dos políticos e entram na agenda da
acção pública. Nem todas as questões se transformam em problemas políticos suscitando a
intervenção do governo, apenas algumas.

O modelo Punctuated Equilibrium, desenvolvido por Frank Baumgartner e Bryan Jones, é


construído com base no seguinte princípio: os processos políticos são geralmente
caracterizados por estabilidade e incrementalismo, pontuado ou interrompido, ocasionalmente,
por mudanças de larga escala. A estabilidade, mais que as crises, caracterizam a maioria das
áreas de política, mas as crises ocorrem. Compreender o processo político implica analisar as
condições de estabilidade e simultaneamente as condições da mudança.

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O modelo Advocacy Coalition Framework (ACF), proposto na década de 1980 por Paul
Sabatier e Jenkins-Smith, constitui uma das mais importantes formas alternativas de pensar o
processo político. O objectivo foi disponibilizar uma explicação coerente sobre os principais
factores e dinâmicas que afectam o processo político.

3. Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil em Moçambique‫ ׃‬Formulação


Criada após a independência (1976) a Política Nacional de Saúde (PNS) assenta na provisão
de Cuidados de Saúde Primários (CSP) onde as mulheres e crianças são uma prioridade no
contexto da vulnerabilidade.

Em 1978, na sequência da declaração da Conferência de Alma Ata, Moçambique reorienta os


serviços de saúde para os CSP, com ênfase nos Programas de Saúde Materna e Infantil, PAV
e Planeamento Familiar, actividades de Vigilância e Controlo da Higiene e Saneamento do
meio ambiente. Foi estabelecida a gratuidade dos serviços dirigidos à mulher grávida e a
criança. A presente política foi formulada no ano de 2006.

3.1. Principais actores envolvidos na política


Os intervenientes na política nacional de saúde neonatal são o Ministério da Saúde (MISAU),
a comunidade, organizações não Governamentais e outros sectores e intervenientes de modo a
optimizar a base multi sectorial para a promoção da Saúde Neonatal e Infantil.

3.2. O problema identificado na Política


Tomando em conta o conceito amplo de saúde, preconizado pela OMS, que implica, não
apenas na ausência de doenças, mas no estado de completo bem-estar físico, mental e social,
podemos considerar que, apesar dos avanços registados, a garantia da saúde das crianças
constitui-se ainda um grande desafio para Moçambique.

O conceito de acesso universal aos cuidados de saúde, compromisso internacional assumido


pelo governo, requer a prestação de cuidados de saúde efectivos a todos que o necessitem. Do
ponto de vista da população, isto implica na utilização de serviços de saúde efectivos pelos
que deles necessitam.

Na Região Africana, tem se registado por dia 1,2 milhões de mortes neonatais. Destas 50%
ocorrem nas primeiras 24h de vida e 75% na primeira semana de vida. A mortalidade infantil
tem como principais causas a pneumonia, malária, diarreia e desnutrição. É importante notar
que mais de 50% do manejo de casos ocorrem fora do sistema de saúde e muitas vezes por
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automedicação, e que cerca de 50 -70% das mortes infantis ocorrem sem contacto com a
Unidade Sanitária.

A situação em Moçambique não difere da que é observada na Região Africana. As principais


doenças que afectam as crianças, menores de 5 anos, são atribuídas em geral a causas
previníveis e incluem: malária, IRA, diarreia, sarampo, anemia, meningite, parasitoses
intestinais, tuberculose, malnutrição e HIV/Sida.

No que diz respeito ao recém-nascido as principais causas de morbi-mortalidade neste grupo


são: prematuridade/baixo peso ao nascer, asfixia, sepsis, pneumonia, HIV/Sida, malária,
diarreia, sífilis e outras infecções congénitas. Estima-se que por cada 100 bebés que nascem, 4
a 5 morrem nos primeiros 28 dias de vida. Sendo que a maioria dessas mortes ocorrem nos
primeiros 7 dias de vida. A mortalidade neonatal representa 40 % da mortalidade em menores
de 5 anos no país.

Contribuem para essas mortes, para além de outros factores, a baixa cobertura de parto
institucional que é de 48%, a baixa qualidade das consultas pré-natais e a baixa cobertura das
consultas pós natal.

3.3. Principais objectivos da Política Nacional de Saúde Neonatal


Constitui como objectivo geral da política como sendo a de promover a saúde dos recém-
nascidos e crianças e reduzir a morbi-mortalidade neonatal e infanto-juvenil em Moçambique.

E quanto aos objectivos específicos destacam – se os seguintes‫׃‬

 Fortalecer a coordenação inter e multi sectorial para abordagem dos factores


determinantes e promoção da saúde da criança,
 Promover o desenvolvimento harmonioso da criança escolar e a adopção de
comportamento e estilos de vida saudáveis,
 Empoderar a comunidade para a promoção da saúde e o desenvolvimento pleno das
crianças,
 Melhorar os cuidados ao recém-nascido, ao nível da comunidade e das unidades
sanitárias,
 Melhorar os cuidados às crianças, ao nível da comunidade e das unidades sanitárias,
 Fortalecer o Sistema Nacional de Saúde.

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4. Implementação da Política de Saúde Neonatal
O período da implementação da política de saúde neonatal foi de 2006 – 2010.

4.1. Local da implementação da Política de Saúde e Neonatal


A Política de Saúde Neonatal e Infantil foi implementada sob a coordenação da Secção de
Saúde Infantil, parte da Repartição de Saúde Familiar inserida no Departamento de Saúde da
Comunidade, que depende da Direcção Nacional de Saúde do MISAU, em colaboração com
outros sectores do MISAU e outros sectores nacionais como a Justiça, Educação, Juventude,
Mulher e Acção Social, Parceiros e Comunidade. Ela foi implementada em todas áreas
desfavorecidas de Moçambique.

4.2. Teorias usadas na implementação da Política de Saúde Neonatal


Foi usada a implementação da presente política foi a teoria do Top – down que é aquela
baseada na ideia de que as políticas públicas são formuladas no topo da hierarquia
governamental e, em seguida, implementadas em níveis inferiores. De acordo com essa teoria,
o governo central define os objectivos da política pública e os repassa às autoridades locais
para que elas possam implementá-los.

Contudo dado ao facto de que a formulação de políticas a nível central é apenas o começo da
mudança sócio-cultural e que alguns dos valores sócio-culturais estão profundamente
enraizados na mente das pessoas, e no intuito de obter a mais vasta aderência possível à nova
legislação facilitadora, é imperioso que todas as instituições e todos os representantes
comunitários abrangidos participem nas discussões que antecedem esta revisão e formulação
de políticas. É também importante sensibilizar as autoridades a nível distrital e local sobre a
necessidade de implementar novas políticas e novos regulamentos.

No que respeita às comunidades, toda a boa legislação, os bons regulamentos e programas


continuariam a ser alheios a essas comunidades se não fossem divulgados junto das pessoas
nas suas próprias línguas e dialectos. A este respeito, as agências de implementação da
Política deverão elaborar glossários de vários termos sobre Saúde Neonatal e Infantil e
direitos afins com tradução nas línguas locais, com vista a aumentar a consciência das pessoas
acerca de questões referentes à saúde.

Foi usada também a teoria do Fluxo de Eventos que é aquela baseada na ideia de que a
implementação de políticas públicas é influenciada por uma série de eventos que ocorrem ao

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longo do tempo. Não obstante disso a política de Saúde também foi influenciada por uma
série de eventos que decorreram nos anos anteriores.

4.3. Nível de implementação da política de Saúde Neonatal


Na implementação da política de saúde neonatal foram postos em prática todos os níveis de
implementação de políticas publica, primeiramente foi o nível central que formulou a política
e posteriormente repassa para o nível provincial e municipal para por em prática.

5. Monitorização da política de saúde neonatal e infantil


A monitorização é feita a partir do departamento de Informação para a Saúde no MISAU
que coordena todas funções estatísticas sanitárias, mantendo em funcionamento e
desenvolvendo o SIS abrange todos os níveis do sistema de saúde, colhendo dados e
indicadores epidemiológicos, promovendo e coordenando a criação de subsistemas
complementares em áreas específicas (tais como farmácia, formação gestão financeira,
investimentos, logística, manutenção, recursos humanos), produzindo informação estatística
e efectuando a monitoria e avaliação periódica do PESS.

O sistema integrado de vigilância de doenças de notificação obrigatória denominado BES,


recolhe dados com periodicidade semanal, de 11 doenças através de todas US existentes no
país. Os resultados são depois compilados no Boletim Epidemiológico Semanal. No âmbito
destas doenças, só estão notificadas as idades pediátricas para diarreia (0-4 anos, e 5-15
anos), sarampo (0-9 meses, 9-23 meses e mais de 24 meses).

Para além dos dados semanais, o sistema também recolhe dados mensais ao nível dos postos
sentinelas que se encontram nos 7 hospitais provinciais e 3 hospitais centrais. Para a recolha
de dados referentes as actividades de neonatologia, o MISAU está em processo de
elaboração da ficha de registo de internamento na referida área para os níveis distrital,
provincial e nacional. Monitorizar a implementação das actividades e avaliar indicadores
específicos

5.1. Avaliação da política de saúde neonatal e infantil


A política de saúde neonatal e infantil foi avaliada com base nos seguintes modelos‫ ׃‬modelo
de avaliação participativa, modelo de avaliação de outcome.

No modelo de avaliação participativa foram feitas diversas campanhas de modo a


consciencializar a comunidade bem como os profissionais de saúde acerca da saúde neonatal e
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infantil como promover a formação contínua e a disponibilização de bolsas para formação e
especialização no país ou no estrangeiro, incluindo a pós-graduação de profissionais
nacionais, realizações de capacitação em serviço do pessoal existente.

O modelo de avaliação outcome espelha – se na advocacia onde salienta – se na política


neonatal e infantil que deve ser realizada a todos os níveis. Há necessidade de criar
consciência para a melhoria da saúde da comunidade em colaboração com outros sectores do
Governo, ONG’s locais e internacionais, sector privado, religiosos, médicos tradicionais com
vista a redução da taxa de mortalidade neonatal dos 48 por mil registados em 2003 para
menos, através da melhoria da qualidade da atenção ao parto.

5.2. Análise da política neonatal e infantil


A política de saúde neonatal e infantil foi analisada sob diversas perspectivas. Primeiramente
foi analisada sob ponto do modelo do equilíbrio interrompido pois visa garantir a estabilidade
ou redução do problema identificado na nossa política.

No modelo sequencial ou ciclo político foi analisada a nossa política, pois ela foi
desenvolvida por etapas de modo a prestar os melhores cuidados de saúde. O governo
moçambicano desenvolve esta política sempre nos seus planos quinquenais e outras políticas
relacionadas com a política de saúde neonatal e infantil como a política de saúde reprodutiva,
baseia – se principalmente nos relatórios das supervisões efectuadas e nos inquéritos pontuais.

Já no modelo de fluxos múltiplos pode ser avaliada a política de saúde neonatal porque este
era um problema comum da sociedade durante um tempo, mas devido a facto das mortes das
crianças ter vindo a aumentar nos últimos anos chamou a atenção do governo central dai que
logo entrou na agenda do governo e foi discutido de modo a resolver este problema. Como
forma de resolver este problema o governo tem desenvolvido nos últimos anos politicas para
colmatar este evento que tem assolado as crianças recém- nascidas com maiores incidências
nas periferias.

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Conclusão
Ao fim da elaboração do trabalho, o grupo chegou as seguintes conclusões‫׃‬

Existem varias definições de políticas públicas, cabe a nos escolher qualquer delas vamos
usar. Políticas públicas são o campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, colocar o
governo em acção e ou analisar essa acção e quando necessário, propor mudanças no rumo ou
curso dessas acções.

Existem 4 tipos de políticas publicas que são políticas regulativas, distributivas,


redistributivas e constitutivas. Cada uma delas visa resolver um determinado problema.

O ciclo das políticas são formulação da agenda, formulação da política, tomada de decisão,
implementação e avaliação. Quanto aos modelos de analise de politicas publicas por nos
estudados foram 4 que são modelo sequencial, fluxos múltiplos, equilíbrio interrompido e
quadro teórico das coligações de causa e de interesse.

Quanto a nossa política compreendemos os seguintes aspectos, que ela foi formulada no ano
de 2006. O período da implementação da política de saúde neonatal foi de 2006 – 2010. O
problema identificado foi o elevado número de mortes de crianças recém – nascidas.

Nas últimas décadas, tem se registado, no país, uma redução contínua das taxas de
mortalidade neonatal, infantil e infanto-juvenil, contudo, essas taxas continuam ainda bastante
altas. De acordo com o IDS de 2003, a taxa de mortalidade neonatal é de 48 por 1000 NV, a
de mortalidade infantil de 125 por 1000 NV e a de mortalidade infanto-juvenil de 178 por
1000 NV. Notam-se também grandes disparidades nessas taxas entre as províncias, sendo as
províncias da Região norte as que apresentam taxas mais elevadas.

Apesar da limitação de dados sobre a mortalidade neonatal, infantil, infanto-juvenil, bem


como de crianças mais velhas, na comunidade, há indicações que ela deve-se em parte à rede
sanitária insuficiente e ao fraco sistema de referência. Tem-se sentido necessidade de
conhecer melhor a situação de saúde das crianças até aos 10 anos, as principais causas de
morbilidade e os problemas sócio-psicológicos que afectam essas crianças.

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Referencias Bibliográficas

Kingdon, J. (1984) Agendas, Alternatives, and Public Policies. Boston: Little Brown.

Lima, L. L. D’Ascenzi, L. (2018). Políticas Públicas, Gestão Urbana e Desenvolvimento


Local. Porto Alegre: Metamorfose Académica.

Lowi, T. (1964). American Business, Public Policy, Case Studies and Political Theory.

Lynn, L. E. (1980) Designing Public Policy: A Casebook on the Role of Policy Analysis.
Santa Monica

Melo, A. R. et al (2022). Manual de políticas públicas. Rondónia.

Peters, B. G. (2015). Advanced introduction to public policy. Massachusetts: Edward Elgar.

Política de Saúde Neonatal e infantil de 2006.

Rosa, J. G. L. Lima, L. L. Aguiar, R. B. (2021). Politicas Publicas. Jacarta‫ ׃‬Porto Alegre.

Sabatier, P. A. (2007). Theories of the Policy Process. (2ªed). Cambridge:Westview Press.

Souza, C. (2002). Politicas Públicas‫ ׃‬Conceito, tipologias e sub – áreas. USP.

Wu, X. Ramesh, M.; Howlett, M.; Fritzen, S. et al. (2014). Guia de Políticas Públicas:
gerenciando processos. Brasília: ENAP.

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