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John Dewey e o ensino da arte no Brasil

Resenha do texto de Ana Mae Barbosa

A sinopse abrange o capítulo três, Cronologia da dependência, onde a autora escreve


sobre a questão da lentidão de mudança no ensino da arte, causada pela falta de formação
de arte-educadores competentes.

Segundo a autora, a falta de formação adequada e de informação por parte de professores


que lecionam a disciplina de artes, incorre numa série de erros como, em primeiro lugar,
a busca e aceitação de algo dado como novo, mas que continua a perpetuar o velho e
ultrapassado de maneira mascarada.

Técnicas inclusive, do século XIX, que perduram até hoje e são comprovadamente
ineficazes, incompatíveis com estéticas atuais. Que concebem a arte como mera
reprodução de formas.

“O sistema educacional é dependente como conseqüência da dependência geral da


sociedade a que serve, e torna-se um instrumento da manutenção da situação de
dependência. Pág. 36”

A educação de moldes capitalistas, forma consumidores acríticos de cultura massificada,


sem capacidade de discernimento e valorização da diversidade cultural de cada
localidade. Sendo os professores os principais difusores destas idéias no cotidiano.

A autora propõe uma retomada nacionalista no âmbito do conhecimento histórico e social


da realidade nacional e da consciência pessoal da responsabilidade para com a nação.
Denuncia a reforma autoritária da LDB de 1971, e da repressão no período da ditadura
militar, além da implantação de sistema educacional importado dos Estados Unidos sem
o menor questionamento crítico e discussão. Esta mesma falta de consciência histórica
tem levado professores e intelectuais a supervalorizarem a influência francesa ou inglesa
como forma de minimizar a influência americana, sem contudo, perceberem que
distinguem qualitativamente as culturas nacionais das européias, perpetuando as idéias de
primeiro e terceiro mundo, que em si já é degeneradora da cultura nacional.

A autora propõe uma síntese histórica do ensino da arte-educação no país e faz breves
análises dos períodos transitórios e significativos. Ressaltando a importância do
florescente período do início da década de sessenta, com relação ao desenvolvimento de
pensamentos filosóficos e intelectuais voltados para uma busca de identidade nacional e
valorização histórica, de reflexão e mobilização social. Onde segundo a autora no campo
da educação, “pretendia-se começar as pesquisas e estudos de educação, refletindo uma
abordagem fiel à idéia de educação através da arte. (pág. 46)”.

Cita ainda, a Universidade de Brasília e a influência renovadora dos pensamentos


libertadores de conscientização de Paulo Freire. Critica a “formação” de arte-educadores
pela licenciatura curta e a polivalência do ensino de arte, como uma deturpação do
princípio da interdisciplinaridade.

Expõe alguns aspectos da influência de John Dewey, entre 1927 e 1935, no país, tais
como, a valorização do desenho de observação e a expressão corporal.

Fonte:Cronologia da dependência In John Dewey e o ensino da arte no Brasil. 3 ed. rev.


São Paulo Cortez, 2001

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