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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVIP WYDEN

MEDICINA VETERINÁRIA
Disciplina: Farmacologia Veterinária
Docente: Prof. Dr. Antônio Brito
Discentes: Andrey Fillipe, Alana Giovana, Júlia Ellen, Allyson Davyd, Bárbara Ramos, Hugo
Alexandre, Júlia Uchôa e Geisiele Eunice

Atividade – AVA2
Anestésicos Gerais
1. Anestésicos Gerais
Os anestésicos gerais, são os fármacos que possuem a capacidade de anestesiar,
reversivelmente, e levar o paciente ao estado temporário de inconsciência e insensibilidade à
dor. Seu efeito é, também, associado a um relaxamento muscular com ausência de reações de
defesa e a uma proteção do Sistema Nervoso Autônomo.

1.1. Anestésicos Gerais Injetáveis


Os anestésicos injetáveis são capazes de produzir sedação, analgesia e relaxamento
confiáveis nos animais. São administrados por via endovenosa a fim de induzir o animal a um
estado apropriado de inconsciência que o permita ser intubado por via endotraqueal.
1.1.1. Barbitúricos
Os Barbitúricos, derivados do ácido barbitúrico, são utilizados, na medicina veterinária,
como anticonvulsivantes e anestésicos injetáveis. Apesar de não gerar respostas sedativas e
analgésicas, é capaz de induzir o paciente a um bom estado hipnótico. São classificados em:
Tiobarbitúricos – Tiopental e Tiamilal – e Oxibarbitúricos – Pentobarbital, Fenobarbital e
Metoexital. O mecanismo de ação desta classe de medicamentos consiste na depressão do
Sistema Nervoso Central (SNC) através da ativação dos receptores do GABA que gera a perca
da consciência.
1.1.2. Propofol
O Propofol é um agente de indução anestésica muito popular na medicina veterinária em
virtude da rápida recuperação de consciência com mínimos efeitos residuais quando feito o
seu uso. Esta substância se trata de um Isopropilfenol lipossolúvel que pode ser utilizado para
sedação, indução e manutenção anestésica. O Propofol atua no SNC através da sua interação
com o GABA e da inibição do receptor NMDA. A anestesia realizada com este fármaco deve
ser assistida pela entubação endotraqueal ou pela ventilação mecânica, visto que a apneia pós-
indução costuma ser um efeito adverso comum.
1.1.3. Anestésicos Dissociativos
A classe de fármacos chamada de anestésicos dissociativos se trata de um grupo de
derivados da Fenciclidina que causa é caracterizado por causar uma dissociação dos sistemas
talamocortical e límbico. Os anestésicos dissociativos mais comumente utilizados na medicina
veterinária são a Cetamina e o Cloridrato de Tiletamina. Esta classe de medicamentos age
sobre os receptores NMDA, impedindo a ligação do Glutamato, um neurotransmissor
excitatório. A dose necessária para indução, é dependente da Medicação Pré-Anestésica
(MPA). Sua administração pode ser feita através das vias intramuscular (IM) – tendo um
período de latência de cerca de 10 minutos – e intravenosa (IV) – levando cerca de 45 a 90
segundos para atingir a indução anestésica.
1.1.4. Etomidato
O Etomidato vem sendo utilizado na medicina humana e veterinária devido ao seu
satisfatório poder de indução e manutenção e seus efeitos cardiovasculares serem mínimos.
Trata-se de um derivado do Imidazol que vem na apresentação de 0,2%. Sua ação depressora
do SNC e hipnótica se dá devido ao seu mecanismo de intensificação do GABA. Seu tempo
de indução é rápido, durando cerca de 30 segundos.
1.1.5. Alfaxalona
A Alfaxalona é um esteroide neuroativo capaz de produzir anestesia que se apresenta
comercialmente na concentração de 1%. Atua como um depressor do SNC através da ativação
dos receptores do GABA, inibindo as vias responsáveis pelos estados de vigilância e
consciência. Sua via de administração pode ser IV ou IM, no caso dos animais de pequeno
porte, e são relatados efeitos de ataxia e contrações musculares no momento da recuperação
anestésica.
1.1.6. Outros Fármacos
Existem outros fármacos que são menos comumente utilizados, porém possuem
importância histórica para a medicina veterinária e/ou são de interesse em pesquisas
laboratoriais, como: o Metomidato – um Imidazólico; Hidrato de Cloral – um hipnótico;
Sulfato de Magnésio – relaxante muscular depressor do SNC; e a Cloralose – utilizada em
animais de laboratório.

1.2. Anestésicos Gerais Inalatórios


Os anestésicos inalatórios são administrados por via inalatória – e levados ao SNC através
de difusão passiva – e eliminados do organismo através dos pulmões. São largamente
utilizados na medicina e na medicina veterinária devido ao seu efeito previsível e ação rápida.
Para o uso desta modalidade anestésica, é necessária a presença de um equipamento
específico e da intubação endotraqueal com respiração assistida. Esta classe de medicamentos
pode ser dividida em inorgânicos – Óxido Nitroso – ou orgânicos, sendo os orgânicos
subdivididos em gasosos – Ciclopropano e Etileno – ou voláteis, sendo os voláteis ainda
subdivididos em não halogenados – os Éteres – e halogenados – Clorofórmio, Cloreto de
Etila, Halotano, Enflurano, Isoflurano, Desflurano e Sevoflurano. Os principais anestésicos
inalatórios na rotina são: Óxido Nitroso; Halotano; Isoflurano; Desflurano; e Sevoflurano.
1.2.1. Óxido Nitroso
O Óxido Nitroso é comumente utilizado como adjuvante na indução anestésica, pois não
sua utilização na forma isolada não é segura o suficiente. Sua ação antagonista aos receptores
NMDA é essencial para seu efeito analgésico. Pode causar depressão respiratória e no débito
cardíaco.
1.2.2. Halotano
O Halotano é utilizado na rotina como um agente de manutenção, após a indução
anestésica com agentes injetáveis. Seu efeito vasodilatador pode causar um aumento da
pressão intracraniana (PIC) e uma diminuição do débito cardíaco. É um potente
broncodilatador e relaxante muscular, causando tremores no momento da recuperação
anestésica do paciente.
1.2.3. Isoflurano
O Isoflurano é utilizado principalmente como um anestésico de manutenção, no entanto,
pode também ser usado como um indutor. Seu uso, frequentemente, causa apneia nos
pacientes e possui um odor forte característico. Possui menos efeitos adversos que os demais
anestésicos inalatórios e pode ser utilizado como potencializador de agentes bloqueadores
neuromusculares não despolarizantes.
1.2.4. Desflurano
O Desflurano trata-se de um anestésico inalatório moderno e de recente introdução na
medicina veterinária. Seus efeitos adversos são dose-dependentes e a recuperação anestésica
costuma ser rápida e sem intercorrências.
1.2.5. Sevoflurano
O Sevoflurano, assim como o Desflurano, é um anestésico recém introduzido na medicina
veterinária e com um efeito bastante potente. Seu uso é recomendado através de máscaras
inalatórias e deve-se tomar cuidado com seu elevado potencial nefrotóxico.

2. Neuroleptoanalgesia
A neuroleptoanalgesia (NLA) é uma técnica anestésica que associa o uso de neurolépticos
– capazes de promover relaxamento muscular e sedação – e analgésicos/opioides – alterando a
percepção dolorosa. Esta técnica é capaz de levar o paciente a um estado de tranquilização e
sonolência associadas a uma analgesia intensa, sem causar a perca da consciência/narcose.
Ocorre também um “desligamento” psicológico do indivíduo em relação ao ambiente que o
cerca, podendo causar amnésia.

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