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NOME MARY GONÇALVES PEREIRA RGM 22419535

CURSO PRÁTICA DE ENSINO EM ED. INFANTIL POLO LORENA

PRÁTICA DE ENSINO - ATIVIDADE REFLEXIVA Unidade 1

A importância do estágio na formação docente e a sua contribuição para a


construção da identidade do professor de educação infantil.

INTRODUÇÃO
A maior dificuldade na prática da licenciatura, é sentida pelos alunos em lidar com a
realidade da sala de aula e os diversos meios de saberes, entre eles, a relação aluno e professor,
os diversos conteúdos e demais ações da rotina do professor que são necessárias e contribuem
em sua formação.

Os saberes são uma união de conhecimentos que articulam entre a teoria e a prática.
Somente a partir da prática que o estagiário poderá refletir diante do novo, agregando sentidos
na teoria aprendida, ou vice-versa.

A prática profissional é construída por saberes teóricos e experienciais na


vivência da prática e por meio da constante reflexão dessa prática. Portanto, durante
a formação acadêmica, o aluno também precisa vivenciar situações da prática
docente, e o estágio é um importante momento para que a relação entre teoria e prática
aconteça. No decorrer do estágio, o futuro professor observará a prática docente e
será capaz de relacioná-la com as discussões teóricas trazidas nas disciplinas do
curso, como também fazer o movimento inverso de trazer as situações e
aprendizagens do campo de estágio para a sala de aula na Universidade (MATERIAL
DE ESTUDO PG.8-9)

Desta forma o conhecimento adquirido na formação se trata de um conhecimento pessoal


e não sistemático. Por esse motivo a prática se torna insubstituível, pois somente ela manifesta
as reflexões ligadas ao agir para transformar, assim se torna de grande relevância na conciliação
entre as disciplinas do curso e as atividades pedagógicas. Com isso, o estágio torna-se condição
para promover o saber e o fazer sobre a educação das crianças pequenas.

DESENVOLVIMENTO
Para que haja mais esclarecimentos sobre a importância do estágio na educação
infantil é necessário conhecer um pouco a história da educação infantil no Brasil. Assim
sendo, se confirma os valores e saberes que se devem adquirir ao entrar em contato com as
crianças desta fase, evitando o retrocedência do futuro docente.

É necessário entender que os valores e saberes que hoje é evidente na educação infantil,
nem sempre foi assim. A princípio as creches e pré-escolas eram de caráter assistencialista,
visando o guardar e o cuidar da criança em falta da família. Um longo caminho ainda estava a
ser percorrido.

A educação infantil foi reconhecida como um direito de todas as crianças a partir de


1988, com a promulgação da Constituição Federal, havendo uma expansão do número de
escolas e uma melhoria na formação dos profissionais. Concretizando com a promulgação do
ECA (Estatuto da criança e do adolescente).

E finalmente, com a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, a LDB de 1996,


a educação infantil é reconhecida como etapa inicial da educação básica.

A seguir, o que diz a LDB, na seção II, sobre a inclusão da Educação Infantil na
Educação Básica:

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus
aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família
e da comunidade.

Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I – creches, ou entidades


equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – pré-escolas, para as crianças
de quatro a seis anos de idade.

Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante


acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394/96 – foi muito


importante para a educação infantil, fazendo com que os profissionais envolvidos com esse
nível de ensino reivindicassem mais verbas e mais programas de formação profissional para os
professores da Educação Infantil.

Professor passa a assumir um papel novo, o de mediador entre a criança e o mundo,


valorizando a criança e a sua cultura, considerando-a ativa e capaz de construir seu próprio
conhecimento. A família é co-participante do processo de ensino aprendizagem. Os conteúdos
passam a ser desenvolvidos de forma lúdica, respeitando a bagagem cultural de cada um. Foi
criado, inclusive, um Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, de maneira a
levar a todas as escolas, novas propostas pedagógicas diretamente voltadas para a criança tal
como ela é.

Assim se torna indispensável a construção do docente que valorize, se transforme para


poder transformar, que saiba problematizar o cotidiano e promover saberes, respeitando cada
faixa etária da criança.

O saber experiencial dos professores, ou seja, o saber experimentado no trabalho,


segundo Tardif (2014) é pouco formalizado e ao mesmo tempo é um saber social proveniente
de várias fontes:

[…] um trabalho que tem como objeto o ser humano e cujo processo de
realização é fundamentalmente interativo, chamando o trabalhador a apresentar-se
pessoalmente, com tudo o que ele é, com sua história e sua personalidade, seus
recursos e seus limites (Tardif, 2014, p. 111).

Diante disso, o desafio é promover espaços de formação e pesquisa que possam


constituir-se como espaços de enunciação dos professores sobre suas experiências.

A medida em que o futuro professor se aprofunda na realidade da sala de aula, em


referência a prática, fará com que estabeleça um exercício de reflexão, sensibilizando e
possibilitando um olhar mais centrado e intenso sobre quanto é complexo a realidade escolar.
Contudo o saber docente também deve ser retocado pelas teorias da educação, não sendo
formado apenas na prática, sujeitando uma visão contextualizada, oferecendo perspectivas e
análises em que os profissionais compreendam os diversos contextos vivenciados por eles. A
respeito da experiência do estágio na formação acadêmica e profissional de futuros(as)
professores(as), Silva (2011, p. 08) considera que:

[...] As idas dos alunos a campos de estágio representam um esforço dos


projetos curriculares na direção da valorização de uma experiência de conhecimento
que não está localizada apenas em conteúdos disciplinares pertencentes à grade
curricular. Elas se pautam por uma visão que as vê como ocasião de formação.
Experiência de estranhamento. Exploração da alteridade. Encontro com o que é
diferente daquilo que se tem no cotidiano. [...] Um conjunto no qual aquele que olha
não se insere por justaposição, mas por inter-relação, interpelação

A medida em que o profissional se atualiza, busca o conhecimento, se adapta ao


pensamento que para atuar na educação infantil, o professor deve ter habilidades específicas,
como saber lidar com as emoções das crianças, ter paciência, criatividade e capacidade de
adaptação. Ser uma ponte, entre o conhecimento e os alunos, incentivando-os a explorar e
descobrir o mundo ao seu redor. O que deve estar em evidência é o protagonismo das crianças.

CONCLUSÃO

Durante muito tempo, a criança não foi considerada como um indivíduo com
direitos, vivendo as margens da família e da sociedade. O assistencialismo era o objetivo
concreto, não havendo necessidade de formação adequada ao profissional que “cuidava” do
aluno. Hoje pode-se observar que já é considerada um cidadão pensante e com direitos,
possuindo uma identidade própria.

A educação infantil está em construção permanente, nunca foi igual, variando em toda
sua história, a escola não pode mais ser considerada como um lugar de cuidados básicos de
higiene e boa educação, como um curso preparatório para o ensino fundamental. A educação
infantil deve preparar o aluno para ser um cidadão consciente e participativo, a criança deixou
de ser um objeto que precisa de ter cuidado maternal, para ser um protagonista do próprio saber.

Enquanto o futuro professor da educação infantil precisa ter consciência do seu trabalho
enquanto uma função social também, valorizando a infância como é, conhecendo suas fases de
maneira a oferecer uma educação adequada e compatível com a criança. Percebendo que sua
formação é constante e permanente.

REFERÊNCIAS
DRUMOND, Viviane. ESTÁGIO E DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: QUESTÕES
TEÓRICAS E PRÁTICAS. Olhar de Professor, Universidade Estadual de Ponta Grossa, vol.
22, 2019. Disponível em:
https://www.redalyc.org/journal/684/68462591002/68462591002.pdf
TOLEDO, Adriane. Estabelecer uma rotina produtiva. Nova Escola, 2015. Disponível em:
Estabelecer uma rotina produtiva... | Nova Escola. Acesso em: 28, de abril de 2023.

MARTINS, Sandra Mara Cardoso. Resumo: A trajetória da Educação Infantil no Brasil.


Pedagogia ao Pé da Letra, 2013. Disponível em: Resumo: A trajetória da Educação Infantil
no Brasil (pedagogiaaopedaletra.com). Acesso em: 28, de abril de 2023.

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. São Paulo: Saraiva, 1996.
BRASIL.

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