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Curso Preparatório CEJA

Disciplina: Língua Portuguesa Turma: Escola Militar/ ENEM Professor: Vinicius Zanardi
São cinco os tipos de coesão: por referência, por As crianças foram passear no parque. As
substituição, por elipse, por conjunção e pelo crianças foram acompanhadas de seus pais.
léxico.
Coesão por substituição
São utilizadas palavras e expressões que retomam
termos já enunciados, empregando assim aquilo
que chamamos de anáfora.
Observe o exemplo:
Os alunos foram advertidos pelo mau
comportamento. Caso isso volte a
acontecer, eles serão suspensos.
Em vez de:
Os alunos foram advertidos pelo mau
comportamento. Caso o mau
comportamento volte a acontecer, os
alunos serão suspensos.
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Sem coesão e sem coerência, os sentidos de um
texto podem ser seriamente prejudicados
A coesão textual é um importante elemento que Coesão por elipse
não deve ser esquecido em uma boa redação.
Ocorre por meio da omissão de uma ou mais
Embora o uso de conectivos seja importante, eles
palavras sem comprometer a clareza da oração.
não são considerados indispensáveis, visto que
Observe o exemplo:
existem textos que, apesar de apresentarem pouca
Mariana faz o dever de casa e
ou nenhuma coesão, são dotados de sentido, ou
simultaneamente conversa com as amigas pelo
seja, coerência. Contudo, é fundamental ressaltar
bate-papo.
que tanto a coerência quanto a coesão auxiliam na
Em vez de:
clareza e na construção de argumentos de um
Mariana faz o dever de casa e
texto.
simultaneamente Mariana conversa com as
Para entendermos melhor a coesão, que nada mais
amigas pelo bate-papo.
é do que a conexão estabelecida entre as palavras
de um texto, é importante entendermos que
existem tipos de coesão e que esses tipos são Coesão por conjunção
basicamente cinco: coesão por referência, por
Possibilita relações entre os termos do texto
substituição, por elipse, por conjunção e pelo
através do emprego de conjunções.
léxico. Vamos aprender mais?
Observe o exemplo:
Coesão por referência Como estava doente, não fui à
É um dos principais mecanismos para evitar escola, embora tivesse provas nesse dia.
repetições desnecessárias.
Observe o exemplo:
As crianças foram passear no parque. Elas foram
Coesão lexical
acompanhadas de seus pais. Ocorre por meio do emprego de sinônimos,
Em vez de: pronomes, hipônimos ou heterônimos.

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Observe o exemplo: a) revelação do “sentido-aranha” adquirido pelo
super-herói como um sexto sentido.
Carlos Drummond de Andrade é considerado o
b) caracterização do afeto do público pelo super-
maior poeta brasileiro. O itabirano nasceu no dia
herói marcado pela palavra “querido”.
31 de outubro de 1902 e faleceu no dia 17 de
agosto de 1987. Gênio das letras, deixou c) comparação entre os poderes do super-herói e
imortalizada em seus diversos livros sua as habilidades biológicas das aranhas.
contribuição para a literatura brasileira.
d) pergunta retórica na introdução das causas da
01. (Enem 2019) A ciência do Homem-Aranha eficiência do sistema sensorial das aranhas.
Muitos dos superpoderes do querido Homem- e) comprovação das diferenças entre a
Aranha de fato se assemelham às habilidades constituição física do homem e da aranha por
biológicas das aranhas e são objeto de estudo para meio de dados numéricos.
produção de novos materiais.
Questão 2 (Enem 2018) Certa vez minha mãe
O “sentido-aranha” adquirido por Peter Parker surrou-me com uma corda nodosa que me pintou
funciona quase como um sexto sentido, uma as costas de manchas sangrentas. Moído, virando
espécie de habilidade premonitória e, por isso, soa a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas
como um mero elemento ficcional. No entanto, as costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me,
aranhas realmente têm um sentido mais aguçado. enrolaram-me em panos molhados com água de
Na verdade, elas têm um dos sistemas sensoriais sal – e houve uma discussão na família. Minha
mais impressionantes da natureza. avó, que nos visitava, condenou o procedimento
Os pelos sensoriais das aranhas, que estão da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa,
espalhados por todo o corpo, funcionam como sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o
uma forma muito boa de perceber o mundo e culpado era o nó.
captar informações do ambiente. Em muitas RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998.
espécies, esse tato por meio dos pelos tem papel
mais importante que a própria visão, uma vez que Num texto narrativo, a sequência dos fatos
muitas aranhas conseguem prender e atacar suas contribui para a progressão temática. No
presas na completa escuridão. E por que os pelos fragmento, esse processo é indicado pela
humanos não são tão eficientes como órgãos a) alternância das pessoas do discurso que
sensoriais como os das aranhas? Primeiro, porque determinam o foco narrativo.
um ser humano tem em média 60 fios de pelo em
cada cm² do corpo, enquanto algumas espécies de b) utilização de formas verbais que marcam
aranha podem chegar a ter 40 mil pelos por cm²; tempos narrativos variados.
segundo, porque cada pelo das aranhas possui até c) indeterminação dos sujeitos de ações que
3 nervos para fazer a comunicação entre a caracterizam os eventos narrados.
sensação percebida e o cérebro, enquanto nós,
seres humanos, temos apenas 1 nervo por pelo. d) justaposição de frases que relacionam
semanticamente os acontecimentos narrados.
Disponível em: http://cienciahoje.org.br. Acesso
em: 11 dez. 2018 (adaptado). e) recorrência de expressões adverbiais que
organizam temporalmente a narrativa.
Como estratégia de progressão do texto, o autor
simula uma interlocução com o público leitor ao Questão 3 (Enem 2017) Essas moças tinham o
recorrer à: vezo de afirmar o contrário do que desejavam.

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Notei a singularidade quando principiaram a
elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam- Questão 5 (Enem 2016) O senso comum é que só
no sérias, achavam o pano e os aviamentos de os seres humanos são capazes de rir. Isso não é
qualidade superior, o feitio admirável. Envaideci- verdade?
me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas Não. O riso básico — o da brincadeira, da
os gabos se prolongaram, trouxeram-me diversão, da expressão física do riso, do
desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e movimento da face e da vocalização — nós
não me susceptibilizei. Longe disso: achei curiosa compartilhamos com diversos animais. Em ratos,
aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das já foram observadas vocalizações ultrassônicas —
grosserias a que me habituara. Em geral me que nós não somos capazes de perceber — e que
diziam com franqueza que a roupa não me eles emitem quando estão brincando de "rolar no
assentava no corpo, sobrava nos sovacos. chão". Acontecendo de o cientista provocar um
RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: dano em um local específico no cérebro, o rato
Record,1994. deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira
Por meio de recursos linguísticos, os textos vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está
mobilizam estratégias para introduzir e retomar sendo atacado. O que nos diferencia dos animais é
ideias, promovendo a progressão do tema. No que não temos apenas esse mecanismo básico.
fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o
introduzido pela expressão senso de brincadeira, como nós, mas não têm
a) “a singularidade”. senso de humor. O córtex, a parte superficial do
b) “tais vantagens”. cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso.
c) “os gabos”. Temos mecanismos corticais que nos permitem,
d) “Longe disso”. por exemplo, interpretar uma piada.
Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31
e) “Em geral”. maio 2012 (adaptado).

Questão 4 (Enem 2016) Quem procura a essência A coesão textual é responsável por estabelecer
de um conto no espaço que fica entre a obra e seu relações entre as partes do texto. Analisando o
autor comete um erro: é muito melhor procurar trecho “Acontecendo de o cientista provocar um
não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, dano em um local específico no cérebro", verifica-
mas justamente no terreno que fica entre o texto e se que ele estabelece com a oração seguinte uma
seu leitor. relação de:
OZ, A. De amor e trevas. São Paulo: Cia. das a) finalidade, porque os danos causados no
Letras, 2005 (fragmento). cérebro têm por finalidade provocar a falta de
vocalização nos ratos.
A progressão temática de um texto pode ser b) oposição, visto que o dano causado em um
estruturada por meio de diferentes recursos local específico do cérebro é contrário à
coesivos, entre os quais se destaca a pontuação. vocalização dos ratos.
Nesse texto, o emprego dos dois pontos
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão
caracteriza uma operação textual realizada com a
específica no cérebro para que não haja
finalidade de:
vocalização dos ratos.
a) comparar elementos opostos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não
b) relacionar informações gradativas. haver mais vocalização dos ratos é o dano
c) intensificar um problema conceitual. causado no cérebro.
d) introduzir um argumento esclarecedor. e) proporção, já que à medida que se lesiona o
e) assinalar uma consequência hipotética. cérebro não é mais possível que haja
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vocalização dos ratos.
Há elementos de coesão textual que retomam
Questão 6 (Enem 2016) informações no texto e outros que as antecipam.
L.J.C. Nos trechos, o elemento de coesão sublinhado que
— 5 tiros? antecipa uma informação do texto é
— É. a) “Gostar daquilo que é gostável é fácil [...]”.
— Brincando de pegador? b) “[...] tudo isso a gente tem em estoque [...]”.
— É. O PM pensou que… c) “[...] na hora em que conhece uma pessoa
— Hoje? [...]”.
— Cedinho. d) “[...] resolve conquistá-la.”
COELHO, M. In: FREIRE, M. (Org.). Os cem e) “[...] para resolver essa encrenca.”
menores contos brasileiros do século. São Paulo:
Ateliê Editorial, 2004. Questão 8 (Enem PPL 2016) Certa vez, eu jogava
Os sinais de pontuação são elementos com uma partida de sinuca, e só havia a bola sete na
importantes funções para a progressão temática. mesa. De modo que a mastiguei lentamente
Nesse miniconto, as reticências foram utilizadas saboreando-lhe os bocados com prazer. Refiro-me
para indicar: à refeição que havia pedido ao garçom. Dei-lhe
a) uma fala hesitante. duas tacadas na cara. Estou me referindo à bola.
b) uma informação implícita. Em seguida, saí montando nela e a égua, de que
c) uma situação incoerente. estou falando agora, chegou calmamente à
d) a eliminação de uma ideia. fazenda de minha mãe. Fui encontrá-la morta na
e) a interrupção de uma ação. mesa, meu irmão comia-lhe uma perna com prazer
e ofereceu-me um pedaço: “Obrigado”, disse eu,
Questão 7 (Enem PPL 2016) Apesar de “já comi galinha no almoço”.
Não lembro quem disse que a gente gosta de uma Logo em seguida, chegou minha mulher e deu-me
pessoa não por causa de, mas apesar de. Gostar na cara. Um beijo, digo. Dei-lhe um abraço. Fazia
daquilo que é gostável é fácil: gentileza, bom calor. Daí a pouco minha camisa estava
humor, inteligência, simpatia, tudo isso a gente inteiramente molhada. Refiro-me a que estava na
tem em estoque na hora em que conhece uma corda secando, quando começou a chover. Minha
pessoa e resolve conquistá-la. Os defeitos ficam sogra apareceu para apanhar a camisa.
guardadinhos nos primeiros dias e só então, com a Não tive remédio senão esmagá-la com o pé.
convivência, vão saindo do esconderijo e Estou falando da barata que ia trepando na
revelando-se no dia a dia. Você então descobre cadeira.
que ele não é apenas gentil e doce, mas também Malaquias, meu primo, vivia com uma velha de
um tremendo casca-grossa quando trata os oitenta anos. A velha era sua avó, esclareço.
próprios funcionários. E ela não é apenas segura e Malaquias tinha dezoito filhos, mas nunca se
determinada, mas uma chorona que passa 20 dias casou com uma mulher que durasse mais de um
por mês com TPM. E que ele ronca, e que ela diz ano. Agora, sentado à nossa frente, Malaquias fura
palavrão demais, e que ele é supersticioso por o coração com uma faca. Depois corta as pernas e
bobagens, e que ela enjoa na estrada, e que ele não o sangue do porco enche a bacia.
gosta de criança, e que ela não gosta de cachorro, Nos bons tempos passeávamos juntos. Eu tinha
e agora? Agora, convoquem o amor para resolver um carro. Malaquias tinha uma namorada. Um dia
essa encrenca. rolou a ribanceira. Me refiro a Malaquias. Entrou
MEDEIROS, M. Revista O Globo, n. 790, 12 jun. pela pretoria adentro arrebentando porta e parou
2011 (adaptado). resfolegante junto do juiz pálido de susto. Me
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refiro ao carro. E a Malaquias. em questão que
FERNANDES, M. Trinta anos de mim mesmo. São Paulo: a) a expressão “pouco depois”, em “Pouco
Abril Cultural, 1973.
depois, o rapper Emicida”, indica
Nesse texto, o autor reorienta o leitor no processo
permanência de estado de coisas no mundo.
de leitura, usando como recurso expressões como
b) o vocábulo “também”, em “e também rapper
"refiro-me/me refiro", "estou me referindo", "de
MV Bill”, retoma coesivamente a expressão
que estou falando agora", “digo”, “estou falando
“o rapper Emicida”.
da”, “esclareço”, “isto é”. Todas elas são
expressões linguísticas introdutoras de paráfrases, c) o conectivo “se”, em “Se cenas como essa”,
que servem para: orienta o leitor para conclusões contrárias a
uma ideia anteriormente apresentada.
a) confirmar.
d) o pronome indefinido "isso", em "isso se
b) contradizer.
deve", marca uma remissão a ideias do texto.
c) destacar.
e) as expressões “a cantora de tecnobrega Gaby
d) retificar.
Amarantos, a ‘Beyoncé do Pará'", “ambos” e
e) sintetizar.
“a dupla” formam uma cadeia coesiva por
retomarem as mesmas personalidades.
Questão 9 (Enem PPL 2016) “Ela é muito diva!”,
Questão 10 (Enem PPL 2015)
gritou a moça aos amigos, com uma câmera na
Da timidez
mão. Era a quinta edição da Campus Party, a feira
Ser um tímido notório é uma contradição. O
de internet que acontece anualmente em São
tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser
Paulo, na última terça-feira, 7. A diva em questão
notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem
era a cantora de tecnobrega Gaby Amarantos, a
que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é
“Beyoncé do Pará”. Simpática, Gaby sorriu e
essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório
posou pacientemente para todos os cliques. Pouco
apesar de ser tímido, talvez estivesse se
depois, o rapper Emicida, palestrante ao lado da
enganando junto com os outros e sua timidez seja
paraense e do também rapper MV Bill, viveria a
apenas um estratagema para ser notado. Tão
mesma tietagem. Se cenas como essa hoje em dia
secreto que nem ele sabe. E como no paradoxo
fazem parte do cotidiano de Gaby e Emicida,
psicanalítico, só alguém que se acha muito
ambos garantem que isso se deve à dimensão que
superior procura o analista para tratar um
suas carreiras tomaram através da internet — o
complexo de inferioridade, porque só ele acha que
sucesso na rede era justamente o assunto da
se sentir inferior é doença.
palestra. Ambos vieram da periferia e são
[...]
marcados pela disponibilização gratuita ou a
O tímido tenta se convencer de que só tem
preços muito baixos de seus discos, fenômeno que
problemas com multidões, mas isto não é
ampliou a audiência para além dos subúrbios
vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma
paraenses e paulistanos. A dupla até já realizou
multidão. Quando não consegue escapar e se vê
uma apresentação em conjunto, no Beco 203, casa
diante de uma plateia, o tímido não pensa nos
de shows localizada no Baixo Augusta, em São
membros da plateia como indivíduos. Multiplica-
Paulo, frequentada por um público de classe
os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos
média alta.
e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber
Disponível em: www.cartacapital.com.br. Acesso
suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar
em: 28 fev. 2012 (adaptado).
os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para
As ideias apresentadas no texto estruturam-se em
cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada
torno de elementos que promovem o
adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa
encadeamento das ideias e a progressão do tema
convencida de que é o centro do Universo, e que
abordado. A esse respeito, identifica-se no texto
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seu vexame ainda será lembrado quando as Como escrevi há muitos anos e continua sendo a
estrelas virarem pó. minha verdade: palavras são meu jeito mais
VERISSIMO, L. F. Comédias para se ler na escola. Rio secreto de calar.
de Janeiro: Objetiva, 2001. LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de Janeiro:
Entre as estratégias de progressão textual Record, 2004.
presentes nesse trecho, identifica-se o emprego de Os textos fazem uso constante de recursos que
elementos conectores. Os elementos que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à
evidenciam noções semelhantes estão destacados construção do fragmento, o elemento
em: a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na
a) "Se ficou notório por ser tímido" e "[...] então janela em crônica de jornal”.
tem que se explicar". b) “assim” é uma paráfrase de “é como me
b) "[...] então tem que se explicar" e "[...] quando botarem no colo”.
as estrelas virarem pó". c) “isso” remete a “escondia em poesia e
c) "[...] ficou notório apesar de ser tímido [...]" e ficção”.
"[...] mas isto não é vantagem [...]”. d) “alguns” antecipa a informação “É isso que
d) “[...] um estratagema para ser notado [...]” e digo para meus pais”.
“Tão secreto que nem ele sabe”. e) “essa” recupera a informação anterior “janela
e) “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]” e do jornal”.
“[...] porque só ele acha [...]”.
Questão 12 (Enem 2014) Tarefa
Questão 11 (Enem 2014) Há qualquer coisa de Morder o fruto amargo e não cuspir
especial nisso de botar a cara na janela em crônica Mas avisar aos outros quanto é amargo
de jornal — eu não fazia isso há muitos anos, Cumprir o trato injusto e não falhar
enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica Mas avisar aos outros quanto é injusto
algumas vezes também é feita, intencionalmente, Sofrer o esquema falso e não ceder
para provocar. Além do mais, em certos dias Mas avisar aos outros quanto é falso
mesmo o escritor mais escolado não está lá grande Dizer também que são coisas mutáveis...
coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo E quando em muitos a não pulsar
para reclamar: moderna demais, antiquada demais. — do amargo e injusto e falso por mudar —
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso Então confiar à gente exausta o plano
compartilhar ideias. Há os textos que parecem De um mundo novo e muito mais humano.
passar despercebidos, outros rendem um montão CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização
de recados: “Você escreveu exatamente o que eu Brasileira, 1981.
sinto”, “Isso é exatamente o que falo com meus Na organização do poema, os empregos da
pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, conjunção “mas” articulam, para além de sua
“Comentei com minha namorada”. Os estímulos função sintática,
são valiosos pra quem nesses tempos andava meio a) a ligação entre verbos semanticamente
assim: é como me botarem no colo — também eu semelhantes.
preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo b) a oposição entre ações aparentemente
por leitores como na janela do jornal. De modo inconciliáveis.
que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com c) a introdução do argumento mais forte de uma
alguns textos que iam acabar neste livro, outros sequência.
espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser
d) o reforço da causa apresentada no enunciado
sério... mesmo quando parece que estou
introdutório.
brincando: essa é uma das maravilhas de escrever.
e) a intensidade dos problemas sociais presentes
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no mundo.

Questão 13 (Enem 2013) Gripado, penso entre


espirros em como a palavra gripe nos chegou após
uma série de contágios entre línguas. Partiu da
Itália em 1743 a epidemia de gripe que
disseminou pela Europa, além do vírus
propriamente dito, dois vocábulos virais: o
italiano influenza e o francês grippe. O primeiro
era um termo derivado do latim medieval
influentia, que significava “influência dos astros
sobre os homens”. O segundo era apenas a forma
nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”.
Supõe-se que fizesse referência ao modo violento
como o vírus se apossa do organismo infectado.
RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São
Paulo, 30 nov. 2011.
Para se entender o trecho como uma unidade de
sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação
entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é
construída predominantemente pela retomada de
um termo por outro e pelo uso da elipse. O
fragmento do texto em que há coesão por elipse
do sujeito é:
a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma
série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe
[...]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim
medieval influentia, que significava
‘influência dos astros sobre os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do
verbo gripper [...]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo
violento como o vírus se apossa do organismo
infectado.”

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