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INSTITUTO DO VERBO ENCARNADO

PROVÍNCIA NOSSA SENHORA APARECIDA

SEMINÁRIO MAIOR “SÃO JOSÉ DE ANCHIETA”

APOSTILA DE:

FILOSOFIA
DA CULTURA

AD USUM PRIVATUM.
I UNIDADE : A CULTURA EM GERAL
Para poder falar de filosofia da cultura, é primeiro necessario ter ideias claras sobre o
que é cultura, por isso na primeiro parte de nosso estudo nos dedicaremos a examinar o
termo “Cultura”.
1) Definição de Cultura :
Diz Santo Tomás que quando se trata um termo se pode falar de dois modos de
concebir este termo, llendo a acepcièon original ou atendendo ao uso que se deu a dito
termo. Aplicando isto ao termo cultura encontramos que:
Etimologicamente, deriva do verbo latino “Colo” e daí “Colis”, “Colere” que significa
cultivar, ou seja, se designa a essência e arte do cultivo da terra e trás implícito em si um
processo ou atividade dirigidos a recolher os melhores frutos partindo da natureza
mesma.
O termo cultura indica originalmente a atividade agrícola, mas em sentido análogo se
pode aplicar ao homem, assumindo o significado de disciplina ou formação, referindo-se
ao cultivo do homem em todas suas dimensões, é um segundo modo de cultivo, imanente
ao homem uma atividade inteligente e livre que esta dirigida à perfeição mesma do
homem por meio de todas suas potências em harmonia com sua natureza.
Para Cícero, na antigüidade, o termo cultura era sinônimo de educação, formação do
corpo e do espírito.
Compreendendo ao homem em sua integridade determina como fim a perfeição do
homem, seguindo um equilibrado desenvolvimento de suas capacidades.
Podemos decir por lo tanto, que la cultura es:
1) Um ato; o de cultivar.
2) Um estrado, como resultado do ato.
3) Um completo instrumental.
No conceito mesmo de cultura está implícito o conceito de perfeição.
Usualmente, o termo cultura sufreu mudanças com o passar dos anos, no latim
clássico, indicava mas bem o processo – estado de formação espiritual, intelectual, moral;
ideais de perfeição humana sob um aspecto pessoal, pelo contrário na idade moderna se
começa a aplicar o termo cultura também às sociedades, no dizer do P. Menvielle, a
cultura em sentido social se pode chamar Civilização. O termo cultura indica as diferentes
atividades do homem aplicadas à natureza humana a fim de que esta alcance os frutos
segundo sua própria capacidade, assinalando preferentemente o aperfeiçoamento da
pessoa humana, enquanto a civilização contempla primeiramente a perfeição da
sociedade, e então é quando a a cultura, em sentido social, é que a podemos chamar
“civilização”, para significar que a cultura surge como uma conquista do esforço livre e
pessoal de cada homem, alcançada com a ajuda da sociedade que pôs os meios para
alcançá-la.
O Concílio Vaticano II, na constituição pastoral “Gaudium et Spes” diz assim:
“Com a palavra cultura se indica, em sentido general, todo aquilo com o que o
homem afina e desarrolla suas inumeráveis qualidades espirituais e corporais; procura
submeter o mesmo círculo terrestre com seu conhecimento e trabalho; faz mais humana a
vida social, tanto na família como em toda a sociedade civil, mediante o progresso dos
costumes e instituições; finalmente, através do tempo expressa, comunica e conserva em
suas obras grandes experiências espirituais e aspirações para que sirvam de proveito a
muitos, e inclusive a todo o gênero humano.

1
Daqui se segue que a cultura humana apresenta necessariamente um aspecto
histórico e social e que a palavra cultura assume com frequência um sentido sociológico e
etnológico. Neste sentido se fala da pluralidade de culturas1”.
São indicados quatro elementos da Cultura, a causa eficiente, ou seja o trabalho espiritual
e corporal dos homens, a causa material, ou seja a natureza do homem e do cosmos, a
causa formal, ou seja as obras nas que se espremem e conservam as grandes experiências e
aspirações espirituais e a causa final, para o progresso e perfeição do gênero humano.
Sobre a base da descrição conciliar podemos dizer que em sentido estático a cultura é o
conjunto de valores produzidos pela colaboração racional do homem com a natureza para
fazer a vida mais perfeita, enquanto em um sentido dinâmico, podemos dizer que a
cultura é o mesmo aperfeiçoamento da vida através da produção de valores, mediante a
colaboração racional do homem com a força da natureza.
Podemos resumir este estudo semântico – etimológico nomeando os significados vêm
aplicados ao termo cultura:
A) Sentido ativo: a cultura é entendida como o trabalho de cultivo da natureza humana em
vista de seu aperfeiçoamento (causa eficiente)
B) Sentido passivo, a cultura é vista de um ponto de vista subjetivo, ou seja a perfeição
mesma do homem, ou o estrado de possuir esse conjunto de perfeições que é o fim da
cultura como ação. Neste sentido a cultura é ao mesmo tempo: a- o resultado, a possessão
ontológica de ordem qualitativo (causa formal intrínseca). b- A meta, (causa final) e c) o
modelo ideal da ação cultural (causa formal extrínseca ou exemplar)
C) Objetivo – Instrumental; o conjunto de meios e de objetos por meio dos quais se obtém,
se conserva, se manifesta se comunica e se transmite a perfeição humana (causa
Instrumental)
A concepção clássica encerra em si implicitamente estes três significados, a
concepção moderna agrega o caráter de social.

1) DEFINICÃO REAL DE CULTURA:

A definição real se divide em dois tipos fundamentais:


A) definição real intrínseca e
B) definição real extrínseca, segundo a assunção do princípio da coisa definida, que
podem lhe ser intrínsecos ou extrínsecos.
La definición real intrínseca pode ser
a) essencial, ou seja segundo os princípios constitutivos da essência e se subdivide
em:
1) física (partes da essência que são realmente diferentes na natureza, enquanto
constituem um composto, ex. corpo e alma)
2) metafisica (o seja por gênero próximo e diferença específica); ou pode ser simplesmente
b) descritiva, ou seja, não construída sobre a base dos princípios constitutivos, senão a
partir daquilo que deriva da essência e que estando em tal modo unido que pode
constituir um critério distintivo suficiente em relação às outras coisas. Temos assim:
1) a definição descritiva sobre a base da propriedade (gênero próximo - acidente
próprio)
2) a definicão descritiva sobre a base de um completo de acidentes não próprios,
mas que tomados em conjunto, servem para identificar com uma certa aproximação uma
determinada coisa.
1
Gaudium et Spes n.53
2
A definição real extrínseca desenvolve-se sobre a base dos princípios extrinsecos, ou seja
a partir da causa final, e por isso a chamaremos definição causal.
Temos também uma definição genética, que explica uma determinada coisa mostrando o
modo de sua produção.

Naturalmente a definição mais perfeita será a essencial metafísica, construída em


razão dos princípios intrínsecos metafísicos (sobretudo a causa formal), mas a ela
chegamos despois de uma analise atenta daquilo que é mais próximo a nosso modo de
conhecer, partindo dos dados da experiência sensível. (nihil est in intellectu quod prius
non fuerit in sensu).
Posteriormente iremos a definição causal, ou seja das causas extrínsecas; eficiente e
sobretudo final, e portanto essencial (causa material e formal).
Neste último passo tem grande importância a determinação da causa final, que
sendo a “Causa Causorum”, em certo sentido determina a priori as demais causas. De fato
da causa final podem-se deduzir as definições que se constituem sobre a base das demais
causas, sobretudo da causa material e formal.

Definicão descritiva ou acidental de Cultura:


O resultado da investigação historico-semântica do termo cultura nos mostra como
o significado clássico da palavra é mais denso.
Se portanto, cultura indica um ideal consciente de perfeição humana e esta
usualmente evoca a ideia de sabedoria, então nossa atenção terá que centrar sobre aqueles
que são comumente considerados sábios.

Descrição da cultura através das causas:


No processo de nos aproximar da determinação “Quidditativa” da cultura, o
segundo passo será descrever as causas extrínsecas, que são a causa eficiente e final.
Como já se há dito, a causa eficiente (prima in acción) constitui-se em sua
formalidade causal somente sobre a base da causalidade final (prima in intentione), por
isso necessitaremos primeiro descrever a cultura através da causa final, e em razão desta
determinar a definição segundo a causa eficiente.
Embora priariamente para determinar o fim da cultura convém ter uma ideia de
qual é o dinamismo intrínseco da cultura mesma, fazendo preceder ao discurso da
casualidade final uma descrição genética do dinamismo cultural.

I DESCRIÇÃO GENÉTICA DA CULTURA:


Em cada processo gerador distinguem-se quatro elementos,
1) o sujeito,
2) a forma que adquire
3) o movimento em se mesmo e
4) os terminos do movimento (a quo y ad quem)
O sujeito primário da generação da cultura é a natureza humana determinada
individualmente. La constituição hilemórfica da natureza humana, que implica
essencialmente a composição de potência e ato, e a tendência dinâmica conseguinte é a
condição da possibilidade do desenvolvimento cultural.
O homem é metafisicamente um animal racional, (definição metafísica), cuja
constituição física vem dada por um corpo organicamente disposto (matéria) e por uma
alma racional, que é a única forma substancial, sendo em si dotada de uma certa

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subsistência metafísica. A natureza humana assim individualizada é assumida como
princípio determinante do suposto, chamado humano, e constitui com o ato de ser que
inere no suposto a primeira perfeição ontológica, ou a substância em seu primeiro ato.
Mas esta primeira perfeição não é definitiva, o sujeito da natureza humana,
entendido assim fica ainda aberto a uma perfeição ulterior que se coloca no âmbito
ontológico da acidentalidade, esta lhe será a segunda perfeição ou segundo ato.
A natureza, como princípio intrínseco de cada movimento, é a raiz desta tensão à
perfeição última, e é por isso início daquelas inclinações que são inatas ao homem.
Em um nível racional nasce no homem a tensão de conhecer a verdade sobre o
mundo e sobre Deus, a viver em sociedade e a determinar com o juízo da razão os meios
que implica tal tensão, segundo as diversas e determinadas circunstâncias.
As distintas disposições que preparam o exercício destas operações em sua ordem
própria constituem em sentido estrito aquela perfeição acidental que é o término da
cultura como ato, realizando-a em si mesma.
Deste modo identificamos também a forma que é término da geração cultural, ela é
o complexo dos hábitos bons e as disposições. Caracteristica própria dos hábitos
operativos é o fazer pronta, fácil e deleitável a ação. Por outra parte se dão também hábitos
de ordem entitativo, por exemplo a saúde, a beleza, que dispõem à perfeição do sujeito em
si mesmo, em seu ser e só indiretamente em seu agir.
Enquanto ao movimento da cultura, se identifica com o mesmo agir humano que tende
com seu exercício a tal fim.
Entre as ações humanas se dá uma quádrupla distinção. O agir simplesmente
humano, (os atos livres do homem); o agir humano enquanto à substância mas não en
quanto ao modo, (os primeiros atos da inteligência e a da vontade); os atos humanos em
quanto ao modo, mas não enquanto à substância (o caminhar...) e por último os atos do
homem materialmente, (vegetativos).
O movimento na cultura se desenvolve formalmente segundo o agir perfeitamente
humano a aquele parcialmente humano, (enquanto à substância). Normalmente a
cualificación do movimento se refere a uma ação transitiva, física (predicamental), mas por
uma certa similitude, o conceito de movimento pode aplicar-se também à ação imanente
(metafísica) conhecitiva-volitiva.
Chegamos assim aos dois términos do movimento gerador da cultura, o “terminus a
quo”, vem dado de fato pela mesma natureza humana em sua estado de perfeição primera,
o “terminus ad quem” , pelo contrário é a segunda perfeição ou acidental que se aperfeiçoa
para o melhor.
Em modo sintético podemos enquadrar esta descrição genética da cultura nestas
palavras, a cultura é o resultado da ação aperfeiçoante do agir humano (livre e deliberado) sobre a
natureza mesma do homem determinada individualmente.
B) Descrição da Cultura através da Causa Final:
A partir da descrição genética da cultura formulada, podemos identificar o próprio
fim da cultura.
Falamos da cultura como “resultado da ação aperfeiçoadora do agir humano” e,
desde este ponto de vista, a cultura se enquadra como “finis effectus”, ou seja, como
resultado último de uma ação. Porém, o que é o último na execução é o primeiro na
intencion; e desde este ponto de vista, o fim reveste plenamente a razão de causa.
Neste sentido se distinguem um fim objetivo (finis qui ou cuius gratia) e um fim
subjetivo (finis quo).

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O primeiro representa o término ao qual tende o desejo, ou também a coisa na qual
se reconhece a razão de bem e que como tal é desejável.
O fim subjetivo, pelo contrário, é a ação mesma pela qual se esta na posse do fim
objetivo.
A bem-aventurança natural objetiva do homem é Deus mesmo, não considerado em
si mesmo, mas enquanto causa primeira criadora e fim último da ordem natural. A bem-
aventurança naturae subjetiva, pelo contrário, consiste na operação com a qual o homem
conhece e ama a Deus, sempre entendido como primeira causa e fim último da ordem
natural. A perfeição última da criatura racional esta na contemplação teorética da ordem
universal, da qual o Deus criador e consumador representa o eixo fundamental.
Assim se expressa também S. Tomás: «Considerando a perfeição natural do
homem, os Filósofos disseram que a felicidade última do homem consiste nisto, ou seja,
que em sua alma venha descrita toda a ordem do universo» sendo Deus a causa
fundamental escondida desta ordem universal, fica no coração da criatura racional o
desejo de conhecer a essência, segundo a possibilidade de sua natureza (conhecimento
analógico).
Temos assim os dois passos fundamentais da ciência metafísica: a ontologia e a
teologia racional.
Por outra parte o homem - como toda criatura, e também segundo uma especial
modalidade - é levado a amar.
Se isto é o fim último natural da criatura humana, existem também fins secundários
ou intermediários e subordinados. Eles correspondem ao cumprimento das outras
inclinações conaturais do homem.
Do ponto de vista da bem-aventurança formal, em sua consistência primária e
essencial (conhecimento e amor de Deus criador), estes mesmos bens se apresentam como
dispositivos.
Se a bem-aventurança natural do homem nesta vida consiste no conhecimento
teorético do mundo e de Deus, segundo o exercício das várias ciências, e no amor de Deus,
com o exercício das virtudes éticas, a ela corresponde a boa disposição física do mesmo
homem. Não somente coopera a saúde, mas também um certo aperfeiçoamento da
corporeidade mesma e de toda seu organização sensorial. Nosso conhecimento,
efetivamente, parte dos sentidos e no estado de união da alma com o corpo nosso intelecto
necessita sempre da conversão ao fantasma.
A causa final então da cultura é a bienaveturança integral do homem, assim como é
possível nesta vida.
Ela encontra seu centro na alegria e gozo especulativo-comtemplativo da verdade
das coisas e no honesto e virtuoso exercício da vida humana, dirigida - ao mesmo tempo -
a este deleite comtemplativo e por ele nutrida e guiada.
Neste complexo da felicidade humana entram ademais os bens de ordem material,
segundo diversos títulos, mas sempre dispositivamente, sendo finalisticamente ordenados
a aquele “primum essenziale” que é a atividade intelectual in summo sui. «Assim vemos
que segundo o curso natural das coisas - diz S. Tomás - a substância intelectual usa todas
as outras realidades em ordem a si mesma: ou pelo aperfeiçoamento do intelecto, porque
nelas considera especulativamente a verdade; ou pelo exercício de sua capacidade e a
tradução operativa da ciência, como o artesão traduz na matéria corpórea aquilo que
concebeu com sua arte; ou também pelo sustento do corpo que esta unido à alma
intelectual, como é evidente nos homens.

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Do ponto de vista da causa final, a cultura é aquilo por cuja possessão o homem
pode alcançar a bem-aventurança natural que lhe é possível nesta vida.

C) DESCRIÇÃO DA CULTURA ATRAVÉS DA CAUSA EFICIENTE

No âmbito da casualidade eficiente, ou seja, do primeiro princípio do qual depende


o movimento que conduz à realização do fim (em execução), distinguem-se uma causa
eficiente principal e uma causa eficiente instrumental.
A primeira atua por virtude própria, a segunda, enquanto instrumental, só pela
virtude que lhe vem comunicada pela causa principal. Na causalidade instrumental se
distinguem o instrumento unido e o instrumento separado - segundo pertença ou não ao
sujeito do agente principal.
De quanto viemos dizendo, o fim da cultura é a bem-aventurança humana, assim
como é naturalmente acessível ao homem nesta vida; a causa eficiente principal, ut quae,
deste movimento aquisitivo é o homem mesmo, segundo a totalidade de seus fatores
fisicamente constitutivos; a causa principal ut que, pelo contrário, é a razão prática, na
qual se unem dinamicamente o intelecto e a vontade em ordem às operações e a cujo
império estão sujeitas em seu exercício todas as outras faculdades do homem.
O intelecto prático, de fato, não é outro que o intelecto especulativo que se
«estende» à ação, enquanto ordena a si os próprios conhecimentos.
A causa instrumental unida serão as diversas faculdades que se encontram no
sujeito humano.
A causa instrumental separada serão os instrumentos diretos da cultura, por ex. os
livros… e os instrumentos indiretos, como a indústria…

Do ponto de vista da causa eficiente e da causa final, entre elas conectadas, a cultura
pode ser definida como aquilo que o homem com suas forças espirituais e fisicas, sob o domínio
diretivo da razão prática e com a colaboração de seus semelhantes, adquire com o fim de conseguir a
própria bem-aventurança natural nesta vida.
Ao fim da última lição havíamos dito que o fim da cultura é a última e completa
perfeição que o homem pode conseguir naturalmente com suas forças. É a felicidade
natural imperfeita possível nesta vida. Esta felicidade é a consideração especulativa atual
da ordem universal, da qual Deus é a primeira causa e o fim último e no exercício das
virtudes éticas que ordenam prudencialmente a praxe humana.
POR ISSO - a perfeição última do homem naturalmente possível nesta vida é o exercício
pratico-especulativo da sabedoria e isto será o fim da cultura. A cultura será então, a
mesma sabedoria humana cultivada em sua dimensão dispositivo-habitual.
Aqui chegamos ao que podemos chamar a essência metafísica:
“a cultura é sabedoria humana (especulativo - prática) possuída de modo habitual
(contemplação especulativa atual da ordem universal e exercício das virtudes)”
Distingamos assim dois planos:
1- a sabedoria humana, em contraste com aquela angélica ou animal;
2- possuída de modo habitual; diversa da bem-aventurança que se dá como um exercício
operativo.
Destes dois planos surgem as causas formal e material da cultura: a causa formal
será em relação à sabedoria humana, pelo contrário a causa material se encontra na mesma
natureza humana.

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Causa Material: (in qua) é o sujeito que produz a ação.
Na cultura é nossa natureza humana determinada individualmente, ou seja a pessoa
humana, o homem que constituído de corpo e alma ao modo de matéria e forma possui
operações adequadas à forma, à alma, então tanto os órgãos como as faculdades da alma
são sujeitos da cultura.
Pode-se ampliar também a um grupo de sujeitos, por isso podemos falar de cultura
enquanto a uma sociedade, como sujeito secundário.
Uma vez especificado o sujeito da cultura passemos a dizer que o termo cultura é
um conceito análogo por analogia de atribuição, o primeiro analogado é a pessoa humana,
à qual a cultura insere formalmente e da qual a cultura se predica intrinsecamente.
A sociedade e a natureza humana manipulada pelo homem são os analogados
secundários de inerência e de pregação; a sociedade se pode dizer “culta” por participação
intrínseca; a natureza somente por atribuição extrínseca.
Mas dentro do homem e seus faculdades a analogia que se dá é aquela de
proporcionalidade própria, as faculdades do homem são sujeitos de inerência, mas não de
predicação, “culto” se diz de todo o homem e não de suas faculdades.

Causa Formal: (na qual) no âmbito da sabedoria, divide-se em intrinseca e extrinseca:


Intrínseca: é o princípio atuante e determinante da matéria ou sujeito, serão os
hábitos bons que aperfeiçoam o homem, a divisão, a ordem da sabiduria.
Extrínseca: o modelo que se deve encontrar no ideal objetivo de perfeição humana
que se chama sabedoria. O ideal em abstrato e em concreto se distinguem, por isso
podemos entender o constituir-se de diversas culturas.
O ideal da cultura em abstrato é aquilo que o mundo clássico chamou “humanitas” em sua
acepção axiológica, fazendo referência à dignidade humana. Na história se desenvolveram
diversos modelos deste ideal; recentemente o positivismo (homem técnico), o marxismo
(homem econômico), o liberalismo (homem que possui), porém somente sobre uma
verdadeira metafísica do ser se podem fundamentar os valores culturais, porque somente
ali se podem tirar à luz as verdadeiras raízes da pessoa humana, que encontra seu vértice
de exemplaridade em Deus, ser que transcende à pessoa humana e que é a plenitude do
ser e das perfeições. Cada coisa imita a Deus segundo a medida e o modo que lhe convém,
assim também a pessoa humana segundo o modo excelente da “imagem” ou seja da razão,
por isso a sabedoria Divina é o supremo exemplar da razão humana.

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II UNIDADE: A CULTURA ENQUANTO CRISTÃ

FUNDAMENTAÇÃO:
O princípio fundamental que regulamenta a relação entre o natural e o sobrenatural
se encontra ilustrado nestas brilhantes palavras de Santo Tomás;
"A graça pressupõe a natureza e a aperfeiçoa”2
A graça é sobrenatural em sentido estrito, distingue-se da natureza porque é a
participação à mesma vida divina, ao mistério de Deus Uno e Trino, transcendendo
absolutamente a ordem criada.
A criação não é a comunicação da vida divina, não se pode criar uma substância
sobrenatural, (II-II 110,2 a 2 e ad 3) portanto, para que seja possível uma participação à
vida íntima de Deus, esta tem que ser concebida em um nível acidental e de modo
gratuito. Enquanto que comunicada à criatura inteligente, único destinatário possível, a
graça é um acidente criado que qualifica de modo absolutamente novo o sujeito que a
recebe.
Naturalmente a dimensão acidental e seu aspecto acidental concernem a seu
modo de ser, mas no que diz respeito à essência, é a mesma participação da vida de Deus,
portanto infinita. Isto se comprova na intencionalidade de conhecer e de amar, Deus se faz
presente ao espírito da criatura como objeto de conhecimento e amor, assim a graça é uma
participação finita de um bem infinito.
No tocante à essência, a graça é desomogenea à natureza, mas enquanto ao modo
de ser acidental ela já supõe um sujeito substancial da parte da natureza.
Como a graça é um dom, pede que exista um ser que possa recebê-lo sem exigi-lo, por isso
não há exigência da parte do sujeito natural, mas há absoluta exigência de um sujeito
substancial da parte da graça.
A prioridade da natureza no que diz respeito ao sobrenatural, não se impõe só a
nível entitativo, mas também a nível operativo, "a fé supõe o conhecimento natural como a
graça supõe a natureza… ".
Enfim o aperfeiçoamento realizado pela graça à natureza tem uma dupla finalidade;
elevante, porque é a participação à vida divina, e sanante, do pecado original.
Assim; embora o sobrenatural seja inomogêneo à natureza, entretanto a ela convém
segundo a potência obediencial, que é a condição pela que a relação entre natureza e
sobrenatureza é de transcendencia da segunda sobre a natureza, mas ao mesmo tempo
não de exclusão.
A realização sobrenatural não destrói a identidade substancial da criatura porque se
coloca na ordem da acidentalidade, e por outro lado temos o abrir-se das faculdades
espirituais a todo o ente e a todo o bem, que prova a não - indiferença da natureza para a
proposta sobrenatural.
Entre as duas ordens há distinção, mas também harmonia. Assim, a graça é
realmente um aperfeiçoamento conveniente, mas não devido.

APLICAÇÃO À CULTURA:

Nível físico: Conforme vimos a cultura humana individual, a nível ontológico, se


coloca na ordem dos acidentes.

2
Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, Edição Estudos Dominicanos, Bolonha, 1996, I Q. 1, a 8 ad 2.

8
Também a graça, enquanto preparação à cultura, situa-se no mesmo âmbito da
acidentalidade perceptiva; pois também no sobrenatural se dá uma dimensão cultural, tal
como existem os "hábitus bons" naturais, igualmente na ordem sobrenatural encontramos
um complexo de hábitos sobrenaturais. São justamente este complexo de hábitos que
aperfeiçoam à pessoa humana segundo a dimensão divina ao que chamaremos "Cultura
Cristã", cultura sobrenatural que se deve estar encharcada em Cristo.

Nível Essencial: É certo que a ordem da fé transcende a ordem da natureza, como


também é certo que a cultura cristã transcende a cultura humana. Mas é justamente por
este motivo que são compatíveis entre si e, por isso, podemos afirmar que a cultura cristã é
compatível com cada cultura humana em tudo o que esta tem de conformidade com a reta
razão e a boa vontade. A graça de Cristo supõe a natureza humana elevando-a, a cura do
pecado levando a natureza a uma plenitude de perfeição.
Tenemos así dos niveles para calificar la Cultura en cuánto Cristiana; En cuánto a la
Sustancia, por si, y en cuánto al modo, por accidens, como presupuesto o consecuencia.

En cuánto a la sustancia:
Si bien es verdadero que el cristianismo transciende la cultura humana, sin embargo
la naturaleza humana se encuentra envuelta en un dinamismo y en una finalidad que la
llevan sobre él mismo, y es el cristianismo el cultivo del hombre en esta nueva dimensión.

1 - Descrição complexa da Cultura Cristã:


Para explicar em linhas geral o que entendemos pela cultura Cristã seguimos o
comentário de São Tommaso a, Gv 15, 1-8.
Jesus diz de ser a verdadeira videira a qual são atacados sarmentos bons e maus, o
Pai é apresentado como o vinicultor.
Em dois modos podemos cultivar uma coisa, para melhorar a coisa mesma, ao
modo que se trabalha a terra do campo para agarrar frutos, ou para melhorar nós mesmos
por meio dela, por exemplo quando aprendemos uma ciência.
Deus cultiva para que de sua obra nós resultemos melhorados, mas também nós
cultivamos para melhorar nós mesmos por meio Dele.
Enquanto incorporados a Cristo os discípulos fazem parte daquela unidade vivente
do que Cristo é o chefe e o Espírito Santo a alma; a Igreja.
A um primeiro nível de leitura resulta que a Cultura Cristã:
- In fieri, é a atividade Divina com a que Deus aperfeiçoa o espírito humano
através da graça.
- In fato seja-se, é o resultado lhe elevem do espírito humano enraizado em Cristo
atravès de
sua graça.

a) Presupuesto
El primeiro passo para o cultivo Cristão é sua radicação em Cristo, tal justificação
serà considerado pelo movimento da justiça que está no homem pelas retas disposições
interiores, o termino "a quo", (do qual se parte), é o estado de pecado, o termino"a quem",
(fim) é o estado de graça.
Este movimento tem três momentos, o agente que corresponde à infusão mesma da
graça lhe santifiquem, o movimento mesmo, que será a disposição positiva para a graça e
negativamente para o pecado e o término, que será a remissão da culpa.
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b) Determinação da justificação:
Vejamos as casualidades:
A causa final será a glória de Deus e a vida eterna.
A causa eficiente é Deus misericordioso.
A causa meritória será Cristo.
A causa instrumental o sacramento do batismo e todos os outros, que impulsionam
dispositivamente o ato de fé.
A causa formal será a justiça de Deus que nos justifica.
En el proceso de la justificación el hombre recibe por infusión la fe, la esperanza y la
caridad esto constituye el organismo sobranatural, de modo que podemos decir que casi es
una nueva naturaleza, ya que en el orden del accidentalidad se abre a una perfección
ulterior.
Del punto de vista antropológico la justificación implica este organismo
sobranatural, pero del punto de vista teológico es el introducirse en Cristo para ser por la
gracia, hijos de Dios.

2 - Causas Extrínsecas:
a) Según la causa final:
El objetivo del cutura Cristiano tiene un doble aspecto, el objetivo último
incondicional que es la gloria de Dios y el fin próximo de la cultura que es la santificación
del alma a través de ella en la habitación trinitaria, lo que el hombre posee para glorificar
sopranaturalmente Dios y santificarse a sí mismo.
b) la Causa eficiente; Será el Espíritu Santo, por apropiación, ya que es imposible
que
una cosa actúe más allá de los límites de la misma especie, un hombre no puede causar la
participación de la naturaleza divina, por esto solo Dios es la causa eficiente aunque es
observado el concurso del libre albedrío, subordinandose la libertad a Dios.
Dios en el ejercicio de la causalidad usa instrumentos, el instrumento conjunto es la
humanidad de Cristo y el instrumento separado son los sacramentos.
Del punto de vista final y eficiente, podemos decir que la cultura cristiana sea; lo
que Dios infunde sobranaturalmente en el alma y crece con el concurso meritorio del
actuar humano para reflejar su gloria encerada en la santidad de los que son plasmados en
tal modo.
3 - descripción esenziale:
a) La esencia metafísica:
En analogía de proporcionalidad la cultura Cristiana se define esencialmente como:
"sabiduría cristiana especulativa - práctica poseída de modo habitual."
Sabiduría, porque tiene por objeto el orden sobranatural, el objetivo de la cultura cristiana
está en la perfección sobranatural que se realiza en la comunión con Dios y esta unión es
permitida por la caridad que nos une a Dios y consigue el don de la sabiduría sobre la
caridad dando forma al entero organismo cultural cristiano.
Especulativa y práctica, no sólo porque cubre el conocer y el actuar, pero también porque
en Dios encuentra el objeto de contemplación y el motivo de la acción, y como la sabiduría
que es don es más alta que aquélla que es virtud por esto puede conducir en la
contemplación y también en la acción.
Poseída de modo habitual; para señalar el nivel ontológico, es por si la cultura un
complejo de hábitos buenos, y se distingue de la beatitud mística que es de ello el ejercicio
actual.
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b) La esencia física:

1. Causa Material o sujeto de la cultura es la misma de la cultura humana, la


naturaleza
humana, pero es necesario precisar bien que;
A) el sujeto primario de la cultura cristiana es la persona humana, lo secundario
formal es el alma a la cual esencia adhiere la gracia santificante como abbito entitativo.
B) La facultades formalmente interesadas son el intelecto, la voluntad y el apetito
sensitivo.
C) El sujeto secundario indirecto, o sea la sociedad, en el orden sopranaturale será la
Iglesia. D) En el orden de los medios, que son al mismo tiempo pero bajo diferente
aspecto, instrumento y señal de la cultura cristiana, se colocan los sacramentos.

2. Causa formal:
Formal intrínseca, (principio actuante y determinante de la materia o sujeto), la
gracia santificante habitual, que realiza nuestra elevación al plano sobranatural, pero ella
no es operativa por lo que tiene necesidad de potencias o facultades operativas, las
virtudes infusas son esta primera realización que si bien no son de las mismas potencias si
no de los abitus operativos, insertan a las facultades o a las potencias del alma.
De acá el orden de emanación de las potencias, en primer grado se encuentran las
virtudes infusas, emanan de la gracia como las potencias del alma, y de ellas tenemos
algunas que obran en relación inmediata con el objetivo último sopranaturale (virtudes
teologales), otras en el actuar en relacion a los medios en orden al fin último, (las virtudes
morales infusas).

Causa formal extrínseca: El modelo de la cultura cristiana es el propio Cristo.


Se trata de una conformidad a Cristo en el ser y en el obrar.

EN CUANTO A. EL MODO: (per accidens) como presupuesto o consecuencia, presupone


las condiciones de posibilidad, en el orden natural se trata de las nociones y en orden
metafísico o cultural de las verdades que se valen de sostén al contenido revelado.
Presupuesto: La gracia cristiana si injerta sobre la naturaleza.
Plano ontológico: Pertenecen indirectamente las perfecciones habituales de la
cultura humana, se trata de lo que el cristianismo favorece e incluso estimula reconociendo
su autonomía, "Aunque se tenga que distinguir esmeradamente el progreso terrenal del
desarrollo del reino de Cristo, sin embargo en la medida en que puede contribuir a mejor
ordenar la humana sociedad, tal progreso es de gran importancia por el reino de Dios 3."
Plano gnoseologico: Pertenecen a la cultura cristiana indirectamente todos aquellos
contenidos de verdad racional que anuncian a aquellas verdades reveladas: como
preámbulo, como instrumento, con un papel apologético y también los contenidos de la
cultura humana que se introducen en la revelación, y esto, porque no necesariamente los
contenidos de fe son de prominencia divina, si no que también Dios se sirve de imagenes o
de ciertas realidades de la cultura humana para revelar verdades trascendentales.

CONCLUSIÓN: La cultura Cristiana no destruye ni desprecia la cultura humana, mas la


eleva y lleva a cumplimiento.

3
Gaudium et Spes, n. 39

11
III UNIDADE: CRISE DA CULTURA MODERNA:

1) Característicos e necessários conocimento:


Ou homem contemporâneo escolheu por aquilo que pode ser imediatamente
comprovado, instrumentalmente controlado e experimentalmente verificado, desligou-se
do que É significativo sobre ou plano religioso e filosófico, e se pôs como fundamento e
norma de sua vida, há-se automóvel determinado como medida lhe mesurem de todas ás
coisas, e É efeito desta arrogância que encontremos na consciência contemporânea ou
sentido dou extravio.
denuncia--se como absurda aquela visão do mundo que propõe a religião do Deus
que se feito "homem", lhe opondo aquela "do homem que se feito deus".

2) Bens da Cultura Moderna:


Na cultura moderna se desenvolveu um verdadeiro incremento das ciências
naturais e sociais, também um progresso da técnica e um desenvolvimento no emprego e
organização dos instrumentos de comunicação, produzindo o homem com sua inteligência
mudanças profundas, que débiton ser postos ao serviço do Evangelho.
O crescimento das ciências positivas movem a exercer o julgamento crítico, os
estudos psicológicos ajudam a compreender mais precisamente as atividades do homem,
etc. todos este incrementos nas ciências humanas empurram ao homem a penetrar mais no
conhecimento das riquezas do próprio ser, alargando o poder do homem sobre a natureza
e contribuindo com novos benefícios a ela.
Em vista à cultura este progresso dá os homens de nosso tempo muitas
oportunidades de educação permitiéndo o acesso às riquezas intelectuais e culturais de
outros povos, através dos meios de comunicación,se participa a uma maior quantidade de
pessoas dos fatos e a ideias nascentes, colaborando de modo grandioso na criação de uma
cultura universal que será uma fiel espresion da unidade do gênero humano quanto mais
respeite a particularidade de cada cultura.

3) Defeitos da Cultura Moderna:


Embora São muitos vos benefic ios que o homem recebeu que este desenvolvimento
devemos ser conscientes das sombras que este desenvolvimento levou sobre o homem,
quando o emprego dos meios não foi enquadrado para o objetivo último, e disposto a
corrigi-los.
Não faz falta esquecer que a vida humana esta marcada pelo pecado original, como
verdad integral sobre el homem, e por isso é que podemos falar da realidade do mal no
mundo. Também se deve assinalar que o mundo contemporâneo tem desequilíbrios que
não sempre são superficiais, para falar disto seguiremos a descrição da “Gaudium et Spes”
n.10.
“Em realidade de verdade, os desequilíbrios que fatigam ao mundo moderno estão
conectados com esse outro desequilíbrio fundamental que afunda suas raízes no coração
humano. São muitos os elementos que se combatem no próprio interior do homem.
A fuer de criatura, o homem experimenta múltiplos limitações; sente-se, entretanto,
ilimitado em seus desejos e chamado a uma vida superior. Atraído por muitas solicitações,
tem que escolher e que renunciar. Mais ainda, como doente e pecador, não raramente faz o
que não quer e deixa de fazer o que quereria levar a cabo. Por isso sente em si mesmo a
divisão, que tantas e tão graves discórdias provoca na sociedade. São muitíssimos os que,
tarados em sua vida pelo materialismo prático, não querem saber nada da clara percepção
12
deste dramático estado, ou, oprimidos pela miséria, não têm tempo para ficar a considerá-
lo. Outros esperam do só esforço humano a verdadeira e plena liberación de la humanidad
y abrigan el convencimiento de que el futuro del hombre sobre la tierra saciará
plenamente todos sus deseos. Y no faltan, por otra parte, quienes, desesperando de poder
dar a la vida un sentido exacto, alaban la insolencia de quienes piensan que la existencia
carece de toda significación propia y se esfuerzan por darle un sentido puramente
subjetivo. Sin embargo, ante la actual evolución del mundo, son cada día más numerosos
los que se plantean o los que acometen con nueva penetración las cuestiones más
fundamentales: ¿Qué es el hombre? ¿Cuál es el sentido del dolor, del mal, de la muerte,
que, a pesar de tantos progresos hechos, subsisten todavía? ¿Qué valor tienen las victorias
logradas a tan caro precio? ¿Qué puede dar el hombre a la sociedad? ¿Qué puede esperar
de ella? ¿Qué hay después de esta vida temporal?.
Cree la Iglesia que Cristo, muerto y resucitado por todos, da al hombre su luz y su
fuerza por el Espíritu Santo a fin de que pueda responder a su máxima vocación y que no
ha sido dado bajo el cielo a la humanidad otro nombre en el que sea necesario salvarse.
Igualmente cree que la clave, el centro y el fin de toda la historia humana se halla en su
Señor y Maestro. Afirma además la Iglesia que bajo la superficie de lo cambiante hay
muchas cosas permanentes, que tienen su último fundamento en Cristo, quien existe ayer,
hoy y para siempre. Bajo la luz de Cristo, imagen de Dios invisible, primogénito de toda la
creación, el Concilio habla a todos para esclarecer el misterio del hombre y para cooperar
en el hallazgo de soluciones que respondan a los principales problemas de nuestra época.”
Señalaremos algunos de estos males, que toman generalmente tres direcciones que
se entrelazan entre ellas:
1) Scientismo: dónde todo el saber es reducido a los criterios del saber empírico -
experimental, solamente es verdadero lo que puedo experimentar, se parte del progreso
de las ciencias y la técnica, y el estudio más particular de las ciencias llegando asì a el
peligro de no tener una visión completa y sintética de la realidad reduciendo la realidad a
un mero utilitarismo práctico, el hecho de ser capaz de "producir" es considerado por
mucho cómo un motivo suficiente para no cuestionarse sobre la legitimidad del proceso y
el resultado, dejando evidentemente fuera cualquier espacio por un valor ético supremo o
también para la misma noción de verdad.
Siguiendo esta dirección el hombre moderno mete en juego la moralidad y la
verdad, dando solo valor a el éxito.
El criterio que debe inspirar las actividades científicas tiene que ser al servicio de
todo el hombre y a su fin último, para poder proceder en armonía, no es la actividad que
concierne la sola esfera intelectual, ella implica al hombre entero", cf. J. P II p. 98.
Solo la ciencia no es capaz de dar una respuesta exhaustiva al problema del sentido
fundamental de la vida y la actividad humana. Su sentido es revelado cuando la razón
yendo más allá del dato físico se sirve de métodos metafísicos para llegar a la
contemplación de las "causas finales" y justo aquí descubrirá las explicaciones que pueden
echar luz sobre los hechos humanos y darles significado.
La búsqueda del sentido último es compleja par naturaleza y expuesta al error, por
esto el hombre a menudo quedaría en la oscuridad si no es ayudado por la luz de la fe.

2) Liberalismo - Materialismo: Dónde es afirmada la individualidad libre y el


incondicional
desarrollo del racionalismo empirismo y protestantismo del siglo XVI, laicismo y
capitalismo son sus resultados específicos.
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a) El hombre admite como norma suprema de la investigación de la verdad la
ciencia, caeendo en un fenomenismo y gnosticismo, creyéndose suficiente a él mismo.
Negando las realidades supremas, afirmando así un humanismo puramente terrenal,
haciendo culto del hacer y del producir, aceptando el primizia de las cosas sobre la
persona construyendo una civilización materialística emborrachada por el consumo y
búsqueda de los placeres.
También aquí se ocasiona un eclipse de las conciencias, los valores morales pierden
su lugar, perdiendo hasta el sentido los fundamentos y los criterios de una aptitud moral
dejando fuera muchos valores fundamentales de la moral humana como el respeto de la
vida, el matrimonio, la responsabilidad, el bien común y la desacralización que acaba de
destruir al hombre.
Se ha realizado una división radical entre lo que es sustancialmente humano y lo
que es transcendente.
b) La consecuencia que lleva el apartarse de Dios es necesariamente el materialismo
en el que se ve sumergido el hombre y los pueblos de nuestro tiempo, la economía
contemporánea es caracterizada por el dominio creciente del hombre sobre la naturaleza,
el progreso en la eficiencia productiva en los mejores cambios, han hecho a la economía
instrumento eficaz para satisfacer las exigencias de la familia humana, sin embargo no
pocos hombres viven casi únicamente sujetos por las exigencias de la economía, así que
casi toda su vida personal y social es penetrada a una mentalidad economista que se
difunde.
Esto puede y lleva a una fractura de las disparidades sociales, produciendo en
algunos lugares el retroceso de las condiciones sociales de las debilidades y el desprecio de
los pobres. Este desarrollo económico no tiene que buscar como fin completo el aumento
de los bienes producidos en la sola búsqueda del provecho o predominio económico sino
el bien y el servicio del hombre integralmente considerado.
Como denuncia la “Gaudium et Spes” en el n. 65: “El desarrollo económico no
puede quedar abandonado al solo desarrollo casí mecanico de las actividades económicas
de los individuos ni a la sola decisión de la pública autoridad. Por ésto hace falta
denunciar los errores tanto de las doctrinas que en nombre de un falso concepto de
libertad, se oponen a las reformas necesarias, cuánto de las que sacrifican los derechos
fundamentales de las individuales personas y los grupos a la organización colectiva de la
producción"

3) El Ateísmo:
La razón más alta de la dignidad humana consiste en la vocación del hombre a la
unión con Dios. Desde su mismo nacimiento, el hombre es invitado al diálogo con Dios.
Muchos de nuestros contemporáneos, no perciben para nada o explícitamente rechazan
esta íntima y vital unión con Dios. Es este ateísmo uno de los fenómenos más graves de
nuestro tiempo. Y tiene que ser analizado con mucha atención.
La palabra "ateísmo" puede designar realidades muy diferentes. Algunos niegan
expresamente a Dios. Otros afirman que nada se puede decir acerca de Dios. Hay algunos
que someten la cuestión teológica a un análisis metodológico que reputa como inútil el
propio proyecto de la cuestión. Muchos, superando injustamente los límites sobre esta
base puramente científica o pretenden sólo explicar todo de este punto de vista, o no
admiten ya alguna verdad absoluta. Otros exaltan muchos el hombre que dejan sin
contenido la fe en Dios, ya que les interesa más, la afirmación del hombre que la negación
de Dios. Hay quien se crea una representación de Dios que no tiene nada tiene a que ver
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con el Dios del Evangelio. Otros tampoco se ponen la cuestión de la existencia de Dios,
porque, aparentemente, no oyen inquietud religiosa alguna y no perciben el motivo de
preocuparse. Además, el ateísmo nace a veces como protesta contra la existencia del mal
en el mundo o como adjudicación indebida del carácter absoluto a algunos bienes
humanos que es considerada prácticamente como subrogados de Dios. La misma
civilización actual, no en si mismo, pero sí por su sobrecarga de apego a la tierra, puede
obstaculizar en grado notable el acceso del hombre a Dios.
Quien pretende voluntariamente alejar de su corazón a Dios y esquivar las
cuestiones religiosas, desatiende el juicio de su conciencia y, por tanto, tienen culpa. Sin
embargo, también el creyente tienen en esto su parte de responsabilidad. Porque el
ateísmo, considerado en su total integridad, no es un fenómeno originario sino un
fenómeno derivado de varias causas, entre los que tiene que contarse la reacción crítica
contra las religiones, y, ciertamente en algunas zonas del mundo, sobre todo contra la
religión cristiana. Por cuyo, en este génesis del ateísmo pueden tener parte no pequeña los
mismos creyentes, no en cuanto que, con la desatención de la educación religiosa, o con la
exposición inadecuada de la doctrina, o hasta con los defectos de su vida religiosa, moral y
social, han velado antes que revelado la auténtica cara de Dios y la religión.
El hombre emborrachado por las conquistas científicas y técnicas, afascinado por la
tentación siempre recurrente de deseo ser como Dios, (Gn 3,5) per medio de una libertad
sin límites, talla sus raíces y se olvida de Dios, ateísmo que lleva como resultado necesaria
la destrucción del hombre que queda al no reconocerse como la imagen de Dios desplazo a
las formas más humillantes de "instrumentalización" que lo convierte en esclavo del más
fuerte, o sea la ideología reinante, el poder económico o político.
El hombre realiza la opción por la sola dimensión horizontal, negando la
transcendencia, olvidándose de aquella vertical que da sentido a toda su existencia. La
filosofía moderna con la identificación contradictoria y dialéctica, del ser y habido
olvidado el ser como fundamento produce la caída del pensamiento especulativo, cayendo
en el nada, privándose así de cualquier pensamiento ya que la nada nos priva de todo.
Giovanni Paolo II decia que el hombre moderno, partiendo de sistemas y elecciones que
entendian absolutizar al hombre y sus conquistas terrenales ha llegado hoy a poner
precisamente en tela de juicio al hombre mismo"
En el Gaudium et Spes n. 7 encontramos esta afirmación; a diferencia de los tiempos
pasados negar Dios y la religión o hacer prácticamente de ello a menos, ya no es un hecho
insólito e individual, hoy en efecto no raramente viene presenta como exigencia del
progreso científico o un nuevo tipo de humanismo. Todo esto en muchos países no se
manifiesta sólo en las argumentaciones de los filósofos, pero invade tambièn la mente, el
campo de las letras, de las artes, de las interpretaciones de las ciencias humanas y la
historia, más bien también de las mismas leyes civiles, de modo que muchos quedan
desorientados.

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