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Por que os alunos (não)

aprendem História?
Reflexões sobre ensino,
aprendizagem e
formação de professores
de História.
Aprendem ou não história?
Problema vivenciados: Professores x Alunos

Introdução Professores
Alunos desinteressados
Complexidade dos temas

Alunos
Ensino mais significativo
Professor menos autoritário
.
● 22,2% dos estudantes da 4ª série se encontram
praticamente em situação de analfabetismo;

59% dos estudantes da 4ª série do ensino fundamental


Desempenho ●
ainda não desenvolveram as competências básicas de
leitura;
escolar nacional ● Estudantes brasileiros se encontram em penúltimo
lugar no desempenho em Matemática e Ciências e no
37º lugar em leitura, segundo um teste aplicado em
adolescentes com 15 anos de idade, de 41 países, no
ano de 2001. Na média das três áreas, o país fica em
penúltimo lugar, na frente apenas do Peru.
01
O ensino e a aprendizagem
de história
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, os
objetivos do ensino de História de hoje desqualificam os
propósitos da escola tradicional na qual a quantidade e
extensão do conteúdo não são mais importantes que a
qualidade da aula.

Tanto que adultos têm lembranças de fragmentos


desconexos de fatos, datas, nomes, etc. das aulas de
História devido ao ensino superficial provindo do método
tradicional.
Diretrizes Curriculares dos Cursos de História quer a
soberania do conhecimento histórico sobre a aula de
História;

Diretrizes para a Formação Inicial de Professores quer a


supremacia da orientação pedagógicas nas aulas;

Apontam perspectivas diferentes no que se refere ao


perfil do profissional da História.
Erros de 1. O professor não considera o
mundo de interesse dos alunos
docentes na O interesse consiste, para Piaget, num
sala de aula prolongamento das necessidades, que são
a orientação a todo ato de assimilação

que impedem o mental.

O interesse é uma necessidade, uma lacuna


aprendizagem a ser preenchida, uma busca por um novo
capítulo. Ou seja, levar em conta o universo
de História da criança é resultar em aprendizagens
sólidas.
2. Professor deve se atentar na conceptualização e não assumir posições
estáticas de conceitos

Pois esse verbalismo vazio resulta na passividade dos alunos e à resistência frente à disciplina.

Piaget: conceitos são esquemas de ações. Os esquemas de ações são transponíveis, generalizáveis
ou diferenciáveis de uma situação à outra.

Nessa fase, a criança já tem capacidade de fazer experiências mentais > fazer e refazer suas ações
em pensamento, realizar inclusão de classes, coordenar perspectivas diferentes e contraditórias,
antecipar ações para resolução de problemas reais > a criança pode construir conceitos e aplicá-los a
novas situações desde que a aula não seja puro verbalismo
3. Professor quer "abarcar toda a História" e esquece de metodologias
participativas, dialogadas, de trabalho em grupo, para dar a aula no
tempo escolar
Piaget: a atividade mais importante do professor é a proposição de atividades
desafiadoras que provoquem desequilíbrios e reequilíbrios sucessivos nos processos
de cognição infantil

O conhecimento é resultado de uma interação com o meio físico, social e simbólico,


no qual o sujeito é sempre um elemento ativo, que procura compreender o mundo e
resolver as interrogações dele

A cooperação professor-aluno, para Piaget, não necessariamente é pensar de acordo,


mas pensar em função de uma realidade em comum, deslocar-se em pontos de vista,
criar um ambiente seguro para o aluno expor seus argumentos refutar ou acolher de
outros, examinar e confrontar posições
1 Verbalismo dentro de sala de aula: 4 Capacidade cognitiva da criança;
ensino estático, o qual o professor
deve fugir;

2 Conceitos são esquemas de ações: 5 Operar em comum;


teoria piagetiana;

Totalidade da História: o ensino em


3 Relações entre os esquemas; 6 detrimento da metodologia?
02
A formação de professores de História
Percursos da formação de professores no
Brasil
1960: Conhecimentos 1970: Tecnologias de ensino
específicos; aprendizagem ;

1980: “Redemocratização” do 1990: Professores reflexivos


país Professor roteirizado x
Debates e críticas; Professor reflexivo;
Elementos fundamentais Ponto de partida
para a formação de Professor precisa compreender o
conteúdo específico que vai ensinar
professores
Conteúdo específico

Conhecimento pedagógico
Conhecimento específico Conhecimento pedagógico

Saber reconhecer como os Saber realizar uma


conhecimentos se adequada transposição
estruturam e se relacionam didática, considerando-se
do ponto de vista teórico, o lugar da escola, a série,
historiográfico e a turma, a faixa etária dos
metodológico. alunos, dentre outros
aspectos.
Práticas escolares
1 Conhecer os 2 Conhecer diversas 3 Conhecer os estudos
interlocutores em aula, possibilidades de produção sobre desenvolvimento
reconhecer seu lugar e de expressão do cognitivo e
social, suas experiências conhecimento histórico, de aprendizagem no campo
prévias, suas práticas modo a operacionalizar da sociologia, da psicologia
cotidianas, suas diferentes estratégias para e da antropologia, para
referências culturais, viabilizar as aprendizagens entender como as
seus saberes cognitivos, em sala de aula e fora dela, crianças e os
para constituir uma superando os limites adolescentes pensam,
proposta de trabalho impostos pelo uso aprendem, se comportam,
que lhes seja exclusivo do livro didático constroem conceitos e
significativa; e pelo verbalismo vazio; noções espaço-temporais.
Saberes provenientes dos
O saber docente programas desenvolvidos e
como plural dos livros didáticos utilizados
na sala de aula;

Saberes pessoais dos Saberes da formação


professores; profissional;

Saberes da formação escolar Saberes da sua própria


anterior; experiência na profissão.
Conclusão
O ano é 2004. Amanda tem 22 anos, é acadêmica do Curso de História – Licenciatura Plena,
freqüentando a disciplina de Prática de Ensino I, no penúltimo semestre, 7º nível de graduação.
Dentre as propostas de trabalho da disciplina, a mais instigante: fazer o acompanhamento de uma
turma do ensino fundamental ou médio, por meio de observações e monitoria, como atividade
preparatória do estágio de regência a ser realizado no semestre seguinte. Amanda escolhe uma
turma de 7ª série numa escola pública da rede municipal, na periferia, num dos bairros mais pobres
e violentos do município. Nos registros que semanalmente compartilha com seus colegas de
graduação, algumas constatações: a idade dos 38 alunos que freqüentam a classe varia entre 13 e
18 anos; a escola é assaltada constantemente, não disponibilizando retroprojetor, televisão ou
videocassete, em virtude de esses aparelhos já terem sido furtados inúmeras vezes; os alunos
manifestam graves dificuldades no que concerne à proficiência da escrita e da leitura, mostram-se
agitados e alheios às atividades propostas; a professora titular é muito esforçada, procura
desenvolver atividades variadas, utilizando recursos financeiros próprios para viabilizar xerox e
outros materiais pedagógicos, encurtando ainda mais o já insuficiente salário mensal. Em uma das
aulas a que assistiu no semestre, sentada na extremidade da sala, Amanda ouve uma aluna de 16
anos dizer baixinho para sua colega: “preferia estar faxinando três casas e não presa aqui, nessa
aula chata!”
Referências
CAIMI, F. E.. Por que os alunos (não) aprendem História? Reflexões sobre
ensino, aprendizagem e formação de professores de História. Tempo, v. 11,
n. 21, p. 17–32, jun. 2006.

André Luiz
Guilherme Moretti
Luciana dos Santos Claúdio
Samira Gonçalves Farath Menin
Metodologia do ensino de história I - História Noturno, 2º ano

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