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TRILHA DE APRENDIZAGEM – JECRIM.

PAULO ROBERTO DE CARVALHO – Mat. 201903510961


LIVE NO INSTRAGRAM – 01/03/2023
O Dr. Sandro Saraiva, advogado criminalista, foi o convidado a falar sobre
o tema, o qual iniciou dizendo que o JECRIM tem fundamento
constitucional e foi instituído pela Lei federal 9.099/1995. Os autores do
projeto dessa Lei foram Michel Temer e Nelson Jobim, deputados federais
a época. A lei foi idealizada para desafogar o judiciário, ao julgar com mais
celeridade os casos de menos complexidade, O grande personagem dessa
lei é a transação penal. Esse instituto tem alguns requisitos para ser
aplicado, por exemplo, não ter feito nenhuma transação nos últimos 5
anos.
Depois o Dr. Sandro passou a descrever como funciona o JECRIM, como
ele é acionado. Depois mencionou que na audiência preliminar pode se
chegar a uma composição ou a transação. E que a lei não nomeia assim,
ela chama de pena restritiva. Como exemplo o palestrante mencionou que
no acordo de transação havia os termos de aquisição de grampeadores
para uma delegacia de polícia. Se não houver o aceite da proposta da
transação, o processo seguirá. E nova audiência é marcada. A aceitação
da transação implicará na extinção do processo e nenhuma anotação é
feita na Ficha de Antecedência Criminal, e nada contará para determinar a
reincidência. O aceite não é uma confissão de culpa e não impede os
reparos na esfera civil.
Se o acordo não for cumprido pelo autor, o Ministério Público retorna a
ação. Outra informação importante passada pelo Dr. Sandro é que a
transação prevista na Lei 9.099/1995 não se aplica à violência doméstica.
Na sequência, o Dr. Sandro elucidou outros casos que é aplicado
determinações legais previstas no Art. 89 e em que há um instituto
processual no qual a ação fica suspensa por 2 anos. Não havendo nova
infração por parte do réu nesse período, o processo é extinto.
Dr. Sandro compartilhou que busca na transação fazer um acordo de
cordialidade que é uma conciliação entre as partes que passa pelo pedido
de desculpas pelo autor do fato. Ele acha que essa medida é mais
satisfativa. O acordo de cordialidade mencionado tem natureza de título
executivo. Logo em seguida Dr. Sandro falou sobre a determinação legal
da sustentação orais no fim do processo, mas que isso não ocorre na
prática.
Dr. Dimas, trouxe um exemplo de um caso de concorrência desleal, mas
que a pena era muito ínfima e que ficou o sentimento de impunidade. O
Dr. Sandro retomou a palavra e chamou atenção para o prazo de 6 meses
na ação penal privada e o cuidado para não prescrição.
Dr. Sandro contou aos participantes sobre duas ocasiões em que o
Ministério Público ofereceu acordo de não persecução penal, mas ele
conseguiu convencê-los de não seguir com a ação porque não havia
elementos probatórios. Na sequência ele ressaltou que a transação penal
veio em um momento muito importante porque o volume de processos
sufocava as varas. E a preferência é para os processos de réus presos.
O Dr. Dimas participou dizendo que era muito incoerente ter uma mesma
dinâmica processual para crimes tão variados. Logo após o Dr. Sandro
trouxe uma informação desconhecida por muitas é que no pagamento de
fiança e depois foi beneficiada pela extinção processual, pode se solicitar a
restituição da fiança que foi dada como garantia. E muita gente esquece
de requerer a devolução.
Por fim o Dr. Sandro finalizou dizendo que diferente do rito ordinário, no
JECRIM, a interposição de recurso e as razões são colocadas em uma peça
única.

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