NEOPLASIA I

INTRODUÇÃO: Exemplo clássico de câncer de boca. Mais

especificadamente:Carcinoma espinocelular
Caso Clinico 1:
Caso Clinico 2:

Paciente de 19 anos, mulher, há 9 meses

Paciente de 66 anos, fumante de 7 cigarros fumando 3 cigarros convencionais por dia.
(paieros) por dia há mais de 30 anos e há 20
anos bebendo todos os dias. Relatando que Ulcera no mesmo local do 1º caso clinico,
há quatro meses havia passado por outros com bordas invertidas, leito esbranquiçado/
profissionais da área da saúde que amarelado, com partes escurecidas.
receitaram antibióticos, bochecho, e anti-
 Exemplo clássico de câncer de boca.
inflamatório.
Mais especificadamente: Carcinoma
A principal queixa do paciente foi quanto a espinocelular
mobilidade da língua, visto que tem
Esse é o tipo de câncer de boca mais
dificuldade para deglutir e conversar.
comum e que acomete mais pessoas.
Na foto observamos o rebordo alveolar
Não é estranho fazerem uso de cigarro por
(gengiva) sem dentes.
tempos tão distantes e terem a mesma
Observamos uma ulcera/ferida= que é uma lesão?
solução de continuidade. Não tem
Imaginem que eu fique batendo por uma
continuidade do tecido. A pele normal tem
semana no meu braço sem parar, eu terei
uma continuidade, se tem ulcera essa
câncer? Não. Primeiro teremos um processo
continuidade é rompida e a isso damos o
inflamatório do tipo aguda. Passando 72
nome de solução de continuidade.
horas, teremos uma inflamação crônica.
Observamos assim que o assoalho de boca
Permanecendo a agressão, poderemos ter
tem uma descontinuidade por conta da
uma lesão de adaptação que seria a
ulcera.
hiperplasia (aumento do numero de células
No fundo conseguimos ver que a borda da para defender da agressão).
ulcera é para fora, invertida e o leito
Respondendo a uma pergunta se uma lesão
esbranquiçado/ amarelado, sendo alguns
(como por ex. morder a boca) poderia
pontos marrons.

1
 NEOPLASIA I

colaborar para o aparecimento de um E se tiver um gene suscetível? Neoplasias são

câncer, respondeu:
Quando batemos (mordemos)
repetidamente em um mesmo local vamos
gerar um processo Inflamatório que vai
estimular a proliferação celular, chamar
células, fazer reparo, destruir agente
agressor. Qual a finalidade? Estimulação de
proliferação celular .
caracterizados como doenças de alteração
e genes. Se tiver o gene/fator de pré-
disposição, pode ser que tenha, mas vai
depender da somatória de outros fatores
para o seu desenvolvimento.
A multifatoriedade é um monte de coisas
dando errado para uma célula produzir
neoplasia e não só um fator.

Quando fica batendo na pele, o que está Caso clinico 3:

fazendo? Lesão. Estimulando proliferação
celular.

E ai temos a célula celular, em que todas as

células do tecido são células celulares.
Ocorrendo um monte de coisas errada, a
célula irá mutar, supomos que ela vire um
“controle remoto”, ela terá a mesma
função? Não. Ela será uma célula diferente.

A célula “controle-remoto” será uma célula

mutada, logico que por ser uma célula
mutada, virão substancias/ proteínas, que
genes específicos fazem para fazer a Paciente de idade avançada, que fuma a
checagem e o reparo delas. muito tempo.

Se não conseguirem fazer a reparação, a Nesse caso, trata-se de uma úlcera/ferida?

célula mutada será marcada para fazer
apoptose.
Se tudo isso falhar, e já estando essa célula
mutada no meio das células celulares em um
lugar que esteja tendo uma inflamação (por
exemplo na boca de quem morde), o que
vai acontecer? O processo inflamatório vai
estar estimulando a proliferação
celular/crescimento celular, que vai estimular
essa “célula controle”, a ter 2, 3, 4, 8, e aí
onde deveria ter 1.000 células celulares,
agora vai ter 300 “células controle”.
Então, ele não foi o desencadeador inicial,
mas auxiliou na proliferação daquilo que já
estava mutado.
1ª info. Importante: AS NEOPLASIAS SÃO
MULTIFATORIAIS .
Não. Trata-se de um nódulo (quando tem
formação arredondada, maior que 5 mm).
Câncer.
A impressão é que vem da língua e não do
epitélio (epitélio de revestimento). Dentro da
língua temos tecido conjuntivo, vaso
sanguíneo, musculo.
Esse amarelo na foto é sujeira e chamamos
esse tipo de língua de “língua saburrosa”.
Aqui, não é câncer de epitélio de
revestimento, não é carcinoma. Aqui é uma
neoplasia maligna de tecido mesenquimal,
neste caso, é o musculo que está com
neoplasia, exteriorizando para fora da língua.
Caso clinico 4:

2
 NEOPLASIA I
Aqui temos outro padrão.
Paciente que nunca fumou
Trata-se de um tumefação, que vem de
dentro para fora, brotando em espaço onde
foi retirado um dente.
Não é câncer, é Neoplasia benigna.
Como saber? Através da biopsia. Sem ser por
biopsia, dá pra ter uma noção pela analise
de padrão.
A célula neoplásica perde o freio de
controle de proliferação, e começa a
proliferar muito, perdendo também o
controle da apoptose, porque se tem uma
célula que está se dividindo muito, o tecido
irá marca-la para morrer. Se não for pela via
intrínseca da célula, será pela via extrínseca.
Como a célula prolifera? pela mitose a
célula está crescendo. O que perda não é a
proliferação e sim o freio que regula o
crescimento e a proliferação.
Células permanentes fazem hipertrofia e
células lábeis/estáveis hiperplasia.
A Hiperplasia e a hipertrofia não é de uma
única célula, é de todo aquele conjunto de
células que estão sendo estimuladas
funcionalmente a aumentar a sua
capacidade funcional.
Todos que vimos vieram de uma única célula
que ficou maluca, ela que era pra ser
celular, virou controle. Não está nem aí, tá
doidona. Uma única célula, que viro duas,
que virou quatro e ela vai se proliferado
porque ela faz o que quiser, por isso que tem
esse crescimento.
Em nenhum momento a célula neoplasica
foi estimulada a aumentar/proliferar porque
aumentou o estimulo funcional dela, não foi
isso. Ela não tem regulação, vai fazer mitose,
mitose, mitose até onde ela quiser, e ela
quer, o objetivo dela é esse.
O câncer é a segunda causa de morte mais
comum nos Estados Unidos; somente as
doenças cardiovasculares atingem taxas
mais altas. No Brasil e em países em
desenvolvimento a primeira causa de morte
é doenças infecciosas.
Ainda mais perturbadora do que a taxa de
mortalidade é o sofrimento emocional e
físico infligido pelo câncer. Os pacientes e o
público frequentemente perguntam,
“Quando haverá uma cura para essa
doença?” A resposta a essa simples questão
é difícil, pois o câncer não é uma doença,
mas muitos distúrbios com várias histórias
naturais diferentes e respostas aos
tratamentos.
Em 10 milhões de lindas células que formam
uma pessoa, existem 206 tipos de células
diferentes, com funções especificas. Quando
a célula vai se diferenciando, vai tendo
funções muito especificas e adquire uma
morfologia compatível com aquela função.
Temos 206 tipos de células diferentes que
podem virar neoplasias.
As células irão mutar (se tornarão diferentes-
morfologia e funções diferentes) e criar
subtipos.
3
 NEOPLASIA I
Em tecidos normais as células se proliferam,
fazem mitose, e algumas morrem. Isso é
equilíbrio. No entanto, as células neoplásicas
não têm equilíbrio, elas proliferam. Não tem
apoptose? Tem, mas muito menor que o
crescimento e proliferação da célula.
Chamamos isto de proliferação constitutiva,
porque não tem regulação.
Primeira informação importante foi de que a
neoplasia é multifatorial, a segunda é que
neoplasia é um crescimento desordenado e
autônomo de células.
Autônomo- ela faz o que quer.
Desordenada- ela vai pra qualquer lugar. Por
exemplo célula do epitélio que vai crescer
pro conjuntivo.
A célula neoplásica não tem nada que
regula ela, ela faz o crescimento e a
diferenciação por conta delas.
A “célula controle” formou 1.000 de células
controle, que proliferou e se diferenciou em
“estojo colorido”, a partir desse momento, os
“estojos coloridos” acabaram se
sobressaindo e proliferando mais e agora
serão 2.000.000 de células “estojo colorido” e
500.000 “células controle”. As outras 500.000
morreram durante o processo, não
conseguiram continuar.
Esse processo é tão complexo que faz os
tratamentos também serem complexos.
Varias coisas dando errado, começou a
proliferação, as células “controle remoto”
são as células em rosa, que passando o
período de proliferação, começou a povoar
outro tipo de povoação celular que também
veio da célula inicial, da “célula controle”.
Todo mundo veio dela.
Só que teve mais mutações e aí virou um
conjuntinho de células azul, um conjuntinho
de células amarelo e um conjuntinho de
células roxas. Mas ainda tinha uma
população de células rosas. Tem um cinza
mas que chegou e desapareceu pois não se
sobressaiu.
Vai se sobressair quem proliferar mais.
A célula rosa que antes estava se
sobressaindo, mudou o padrão e a amarela
passou a se sobressair (maior proliferação),
mas todas elas vieram de uma única célula
inicial, que chamamos de célula clone.
Temos a célula clone inicial (rosa) e do lado
temos outra célula clone inicial (amarela)
que é diferente da primeira.
Temos a célula controle que perdeu o
regulador de crescimento, perdeu os
mecanismos de apoptose e agora está
tendo um crescimento (ver crescimento na
neoplasia como proliferação/mitose)
desordenado e autônomo. Quando a célula
“controle remoto” prolifera, ela cria uma
população inteira de “células controle
remoto”, que em uma dessas divisões
celulares, ela criou subclones: “caneta azul,
lápis e um estojo” (que seria a amarela que
acaba predominando).
Esses subclones vieram da célula clone
inicial.
As subclones terão a mesma identidade do
clone inicial? Sim. Mas estará mais mutada. A
população prevalecente será do sublcone
que conseguir proliferar mais.
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 NEOPLASIA I

Tratamento: O ideal seria fazer remoção

cirúrgica, mas nem sempre é possível. Em
alguns caso é preciso fazer quimioterapia
antes da cirurgia para poder estabilizar as
células e poder retirar.

Vamos supor que o paciente esteja com

carcinoma espinocelular de língua, e esse
carcinoma tenha 4 cm, com cadeia de
linfonodos submandibulares do mesmo lado
comprometido e do outro lado não, não tem
metástase. Através da biópsia tirou-se um
fragmento e descobriu-se que esse
carcinoma celular apresenta mais células
diferenciadas. O tratamento (se cirurgia,
radio, etc) vai variar, mas levará em conta a
estatística do que é usualmente feito para o
tratamento de lesões semelhantes que possa
gerar uma sobrevida maior para o paciente.