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Faculdade de Direito
Licenciatura em Direito
4o Ano
Discente: Docente:
Beira
2022
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
Faculdade de Direito
Licenciatura em Direito
4o Ano
Discente:
Na Universidade Zambeze
___________________________________________ Docente:
Msc. Tamele
Beira
2022
Índice
I. RELATÓRIO ................................................................................................................ 4
I. RELATÓRIO
II. INTRODUÇÃO
Esta polícia, que, pela sua natureza, desenvolve várias actividades, integra
diversos ramos e unidades de polícia, dentre eles o ramo da Polícia de Investigação
Criminal (PIC), integrado no Ministério do Interior, através do Decreto-Lei n.º 25/75,
de 18 de OutubYro. Esta polícia trabalha juntamente com outros órgãos na
investigação dos processos-crimes, na óptica de prevenção e repressão ao crime, âmbito
em que foram criados vários dispositivos legais, concretamente na temática de
Violência Doméstica, como por exemplo, Lei de Família, criada pela Lei n.º 10/2004,
de 24 de agosto, de forma à melhora adequação à realidade do país.
facto até à decisão final. Identificar o papel dos Agentes Policiais, especialmente os que
estão ligados ao Gabinete de Atendimento Policial, e a relevância na instrução
preparatória dos processos crime na PIC. Analisar as principais dificuldades e
problemas encontrados na aplicação da Lei de violência doméstica em Moçambique e
Identificar os factores que possam contribuir eficazmente para as acções de prevenção e
repressão da violência doméstica contra as mulheres.
Antigamente a Violência Doméstica não era visto como um acto social violento.
Via-se como um assunto meramente familiar. As pessoas não sabiam que estavam a
praticar actos que consubstanciavam um crime. Aliás, ignoravam. Contudo, estes factos
implicavam a tomada de certas medidas punitivas, isto é, qualquer sanção nesse sentido
era aplicada ao nível da família, descorando-se a legitimidade do fórum judicial. O
fenómeno de violência doméstica envolve vários fatores, como por exemplo, culturais,
económicas, psicológicas, dentre outros.
Deste modo incutindo-se a ideia de que o que acontecia entre as quatro paredes
do lar tinha carácter privado, ou “entre marido e mulher não se mete colher” sabendo-
se que cada vez mais as pessoas (vítimas) estavam inseridas naquele ambiente
doméstico, puramente familiar, mais expostas e dependentes do seu agressor. Por sua
vez a violência doméstica destruía as “afecções da família” e rompia os costumes.
Evidenciou-se posteriormente que a preocupação de pôr termo ao flagelo de violência
que assolava a camada feminina e não só, aos mais vulneráveis.
De acordo com a al. c) do n.º 1 do artigo 182.º conjugado com o n.º 1 do artigo
179.º, ambos da Constituição da República de Moçambique (CRM), a Assembleia da
República aprovou a Lei n.º 29/2009, de 29 de setembro, cujo objecto versa sobre A
Violência Praticada Contra a Mulher, no âmbito das relações domésticas e familiares e
de que não resulte a morte. No caso em que dos actos da violência resulte a morte, são
aplicadas as disposições do Código Penal.
Pelo que passou a ser uma grande preocupação para a sociedade moçambicana,
uma vez que este fenómeno tem-se destacado muito nos últimos tempos. O conceito da
violência doméstica não é consensual, cada autor define a violência atendendo a
tipologia, sentido lexical, natureza e não só, como também o meio em que é
praticada e sua abrangência na sociedade.
fazer abordagem deste conceito, visto que a violência pode ser considerada por lei como
crime.
contra a mulher inclui qualquer acto, omisso ou comportamento ilegais que conduzam a
morte ou a prática directa de danos físicos, sexuais ou mentais na vítima, pelo agressor.
Neste caso os maus tratos físicos consistem em qualquer acção não acidental, por parte
de pessoa com responsabilidade, poder ou confiança, que provoque ou passa provocar
dano físico na vítima.
Ainda neste pensamento, temos a violência física grave, aquele que afetar-lhe
gravemente a possibilidade de usar o corpo, os sentidos, a fala e as suas capacidades de
procriação, de trabalho manual ou intelectual, é punido na pena prevista no artigo 172.º
do presente Código, sendo a pena mínima elevada a um terço e multa nunca inferior a
um ano; causar-lhe dano grave e irreparável a algum órgão ou membro do corpo;
causar-lhe doença ou lesão que ponha em risco a vida. Neste âmbito refere-se a vida de
mulher.
Este tipo de crime ocorre quando o agressor recusa partilhar as decisões sobre
dinheiro com a companheira com quem divide o mesmo espaço habitacional, quando a
impede de ir trabalhar, confisca os seus rendimentos, ou retém os proveitos partilhados
para uso próprio. Contudo o agressor promove a “recusa de conta bancária separada;
recusa do acesso a conta bancária da família; incumprimento das obrigações
alimentares; recusa partilhar informações sobre determinadas situações financeiras
conjuntas; remoção ou destruição de haveres; esperar que a companheira justifique
todos os cêntimos ou que consiga fazer mais do que é possível”.
Num panorama geral a mulher tem sofrido muito este tipo de acto no seu lar
onde reside com o seu companheiro, onde a obriga manter relações sexuais contra a sua
vontade, tendo ela a obrigação de obedecer ao seu marido, ou seja, é obrigada a ceder.
Saliente-se em tempos, este tipo de acto não era visto como crime. Era considerado
como um facto cultural que varia de família para família. A mulher, quando casava, a
família dizia-me que tinha de aceitar tudo o que o homem quer, e de como manter
relações sexuais com ele mesmo contra a sua vontade.
Tinha que estar sempre a sua disposição. Actualmente este acto íntegra uma
subespécie do crime de violência doméstica. Este acto está tipificado na Lei n.º
29/2009, de 29 de setembro, como violência sexual: qualquer conduta que constrange a
praticar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação,
ameaça, coação ou o uso da força; que induza a comercializar ou utilizar de qualquer
modo a sua sexualidade, que a impressa de usar qualquer método contraceptivo ou que a
force ao matrimónio, á gravidez, ao abordo ou a prostituição, mediante coação,
chantagem, suborno ou á manipulação; ou que limite ou anule o exercício dos seus
direitos sexuais reprodutivos.
Por vezes são traficadas para trabalhar no estrangeiro ou, até mesmo, no próprio
país, mas distante dos familiares. Correm um risco elevado de violência física, assim
como um maior risco de exposição ao VIH/SIDA. O abuso sexual prejudica a saúde
física e mental da criança, o seu desenvolvimento, a sua habilidade para aprender e
estudar, a sua relação com outras pessoas e, até mesmo, pode causar a morte. A mulher
ou a criança muita das vezes participam, colaboram por medo do abuso físico se
recusarem, medo de lhes ser negado abrigo ou alimentação, ou alguns casos medo de
serem assassinadas. Consiste no “envolvimento da criança ou jovem em práticas que
visam a gratificação do adulto ou jovem mais velho, numa posição de poder ou de
autoridade sobre aquele”.
Carolina
Carolina e o marido são naturais de Manica, ele é militar e mudaram-se para a cidade da Beira logo que se
casaram.
Carolina retomou em parte o controlo da sua vida quando entrou para a associação e com a ajuda dos
filhos adultos.
Nasci em 1955.
Para casar o meu pai falou com o pai desse homem que eu tenho. Sentaram e disseram que os nossos
filhos têm que casar em Junho e por fim juntamos em 1971. E de 71 para hoje tivemos mesmo muitos
problemas, muitos, muitos, muitos problemas. Porque os nossos pais, como morreram, ficamos nós, os
filhos. Eu talvez não era amor dele, nem ele talvez não era meu amor, não era do meu gosto. Sempre eu
digo, você faz isto porque não sofreu para me namorar, você foi mandado, assim como eu também fui
mandada e ficamos sempre em problemas. Nascemos o primeiro filho, nasceu com problemas porque era
porrada, sempre era porrada.
Não sei quanto mas como a gente era só o que fazer? Vou dizer a quem? O meu pai morreu. Depois,
como me levou da terra para aqui, como voltar? Já voltar para onde? Também tem que ficar aguentar
mesmo, até aguentei mesmo de verdade.
Até hoje que eu falo, nasci 11 filhos e duas grávidas de aborto. Eu sempre digo, estou a explicar os meus
filhos, eu até neste tempo estou aqui graças que eu amo do vosso pai, mas ele não me ama. Sempre
vivemos assim com problemas como vocês estão a ver. Agora vocês estão a corrigir papá também: “papá,
isso não se faz, papá, isso não se faz”.
Sobre de comer me dava, mas só porrada, só. De onde vinha essa porrada eu não sabia nada, nem para
dizer que eh, pá, vai deixar. Também deixar, como ele também não tem pai, ele não tem pai porque não
temos família, somos órfãos. Nós todos somos órfãos. Não tenho irmão, não tenho ninguém, só estou
sozinha.
Comecei já grande com esta idade, começo arranjar trabalho. É sofrimento porque se fosse eu estive bom
eu não poderia arranjar trabalho, ficava a cuidar os meus filhos. Mas com sofrimento, eu comecei a ver
que o meu marido não está me ligar bem, agora ficar aqui eu já apanhei a doença de tensão. Pensar muito
porque chegava mesmo tempo de você estar a comer, vir falar aqui: “você nada, porque você não sabe
quê, quê, quê”. Muita coisa que falava, você não pode comer bem.
Eu cheguei um ponto de, foi em 1991: eu levei petróleo, me deitei no meu corpo para querer morrer,
porque não tem solução. Não tinha mesmo solução, de que vou dizer a quem? Porque eu quando tenho
problemas não tenho com quem falar.
Até estou a falar contigo porque me abriram a vista aqui. Aqui na associação. Eu estava mesmo tapada, o
que pensava é aquilo só. Eu só pensava que vale pena eu me matar, porque não tem ninguém que vê-me.
Está a ver, eu usei petróleo, me deitei fósforo. Comecei a acender fósforo, acabou toda a caixa e não
ardeu o fósforo. As crianças estragaram a porta de casa de banho, foram-me puxar, eu toda molhada com
petróleo. “Papá, o que estás a fazer com a mamã? Há-de ir aonde esta senhora? Você viu essa senhora, ela
não tinha ninguém de verdade. Agora você está a maltratar. Há-de ir aonde que não estamos a ver? Papá,
se você não quer, deixa a nós com a nossa mãe e o senhor sai”.
Porque já tenho filhos grandes, prometeram dar porrada ao pai. E eu para sair e ir queixar não dava. Só
vamos resolver. Como já tenho vocês, vocês sentam com papá aconselhar a ele, porque primeiro lugar ele
é que me viu como crescemos, namoramos eu tinha 11 anos, e crescemos juntos. Ele a crescer eu também
a crescer. Então viu que meu pai morreu, ele já começa a me maltratar. Isso já não serve. Mas agora com
as crianças parece que está a recuperar. Eu vou na igreja, querendo ele ou não. E quando ele começa a
falar, eu vou na igreja na mesma (risos).
Agora ele é que está emagrecer, porque ele está ver que eu já não lhe atendo. Até ele já está a imaginar
que talvez já tenho um amigo. Mas desde a minha a vida só conheço a ele, era porrada, porrada, porrada.
Eu sofri mesmo! Mas graças ao trabalho, embora que quase não recebe nada, mas estou a divertir já.
Estou aqui nem parece que tenho muitos problemas, mas (risos) parece que não tenho muitos problemas!
Chegou ponto de eu também querer matar. A pistola dele (o marido é militar) quero-lhe disparar, porque,
eh, pá, eu vi que aqui não tem outro meio. Quando uma pessoa fica chateada é catana, é tudo, está a ver?
Satanás já tinha entrado, é que levava a arma dele para querer disparar. Porque Satanás já estava em cima
da minha cabeça e eu já não aguentava…
Agora já não me bate porque aquelas crianças já lhe prometeram porrada, já lhe prometeram! São filhos
grandes, já lhe prometeram: “papá, um dia nós, quando bater esta senhora, nós vamos te bater bem e tirar
da casa” (risos). Por isso agora não tenho problemas, estou a ver que já tenho apoio, tenho as minhas
filhas e os meus filhos, gostam de mim e ele está sozinho. Já não tem com quem conversar. Quando ele
fazer confusão há-de ouvir os filhos: “Papá, está bêbado? Está grosso? Tem problemas no seu serviço?
Vai dormir, não incomoda a nossa mãe, não incomoda a nossa mãe”.
Carla
Carla é viúva e vive de maneira independente na sua casa. Teve problemas com o cunhado que queria
ficar-lhe com a casa, mas foi ajudada e isso não aconteceu. Com o falecido marido viveu numa relação
muito violenta.
levantava o barulho. Levantava o barulho e já me bateu por muitas vezes até em 92 o nosso caso foi parar
no Tribunal porque eu já estava cansada, queria fazer divórcio, casamos mesmo oficialmente.
O caso foi até à Polícia, já estivemos quase para fazer o divórcio, mas não fiz, porque quando eu me
zanguei fui a casa dos meus pais, a minha filha estava grávida e estava aqui em casa. E durante a gravidez
ela andava sempre doente e a gravidez tinha já uns seis meses e começou a ter hemorragia. Então quando
ela foi-me dizer isso eu tinha que vir em casa para acompanhar a doença da minha filha. Quando veio o
papel do Tribunal a chamar para irmos resolver o nosso problema e eu já estive aqui em casa. Então
quando já fomos resolver o problema eu disse “ah, eu estou a perdoar o meu marido”.
Sempre tive as minhas machambas, mas quando eu me casei com ele eu trabalhava, mas depois ele
começou a proibir para ir trabalhar. Eu trabalhava em casa de uma senhora, ia fazer costura em casa dela.
Ele não queria que trabalhasse, mas não dava o suficiente para casa.
Casamos por amor. A violência começou passados uns 2 anos. Começou por essa coisa de ele ter uma
amante lá fora, ter uma mulher lá fora. Essa mulher já era amiga dele há anos mas depois vieram a
recomeçar enquanto eu já estive ali dentro do lar, porque essa mulher às vezes vinha aqui dentro da casa.
Mesmo na minha presença ela vinha, vinha porque na altura que o meu marido me levou estava casa dos
pais dele e tinha feito uma casinha ali a frente para nós. Agora aquela mulher tinha possibilidade de entrar
porque vendiam bebida ali na casa do meu genro, e ela vinha como se fosse para beber.
Fui falar com a família, tinha irmãos, tios. Ele disse a eles que eu quero drogar a ele. Um enteado da
minha mãe que é filho do meu padrasto disse-lhe: “eu tenho que acompanhar o vosso problema, desde há
muito tempo que eu oiço que você anda a maltratar a minha irmã, agora eu quero saber porquê. Porque é
que você anda a maltratar a ela? Porque é que vocês não podem falar bocalmente em vez de andar a
bater?”
Ele avisou-me para não ir à OMM: “se você ir queixar à OMM é para quê? Eu não te encontrei na OMM,
fica sabendo que a gente vamos separar”. E como tinha pena dos meus filhos que ainda eram menores, eu
não queixava.
Daquela vez que fui queixar à polícia já estava cansada, já estive cansada de andar sempre a levar porrada
porque eu comecei a contar os anos que estamos juntos. Os nossos filhos já são grandes, agora já temos
netos e ainda continua a me dar porrada. Por isso já estou cansada, agora tenho que ir queixar.
Na polícia comecei a contar tudo, toda a minha historia, depois eles andaram a dizer que vocês já não dá
para separar, não sei o quê… Então, o meu irmão, na primeira chamada que me chamaram lá na polícia o
meu irmão foi comigo e disse “quero que este processo vai até ao Tribunal, tem que entrar no Tribunal.
Se é que é para aconselhar a eles hão-de aconselhar juntos lá. Mas eu não quero que o caso termine aqui
na esquadra, tem que ir para a frente”. E o caso foi terminar lá no Tribunal.
Para acabar com a violência, pelo menos para melhorar, eu acho que a mulher tem o mesmo direito que o
homem. Quer dizer, se um homem vem com uma mulher aqui à frente da esposa, ela não pode gostar.
Agora se eu também venho com um homem à frente dele, acho que ele também não pode gostar. Agora se
ele sabe que aquilo é uma ofensa para a mulher, ele também deve corrigir-se e saber comportar-se, saber
comportar-se como deve ser à frente da mulher.
Esta lei vem tipificar o crime de violência doméstica como crime público,
oferendo às vítimas a protecção e apoio, como também estabelece parâmetros e
reconhecimento que é tarefa do Estado garantir o apoio às vítimas. Contudo, esta Lei
deve ter sempre em conta a salvaguarda da família, e o bem jurídico protegido que é a
vida previsto no CRM no artigo 40.º, A Lei sobre a Violência Doméstica Praticada
Contra a Mulher surge na senda do compromisso assumido pelo Estado moçambicano,
ao ratificar, dentre vários instrumentos internacionais, a Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação da Mulher, através da Resolução n.º 4/93, de 2
de junho; o Protocolo Opcional à Convenção sobre a Eliminação de Todas Formas de
Discriminação contra as Mulheres, pela Resolução n.º 3/2008, de 30 de maio, bem
assim como o Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos relativo
aos Direitos da Mulher em África, através da Resolução n.º 28/2005 de 30 de maio.
Em suma, a existência desta lei veio melhorar de uma forma geral a prevenção da
violência doméstica em Moçambique. No âmbito jurídico constitucional protege a
vítima, dando-lhe uma segurança de que a justiça deve ser feita e os culpados devem ser
punidos. Como a própria lei refere, casos da morte da vítima não é objecto da presente
lei. Outro instrumento paralelo à lei de violência doméstica é a Lei n. º 10/2004, de 25
de agosto, aplicada segundo a realidade sociocultural moçambicana e “tendo em vista
adequar a Lei da família vigente à Constituição e aos demais instrumentos de Direito
Internacional, e consequentemente eliminar as disposições que sustentam a
desigualdade de tratamento nas relações familiares...”.
Estas medidas “o meio de obtenção de prova, impõe que não basta que o meio
de obtenção de prova esteja prevista na lei”, rege também na “comunicação da notícia
do crime, providências cautelares e urgente dependendo do caso do crime. A saber o
exame, recolha de informações, apreensões, identificação, revistas e buscas não
domiciliaria, suspensão de correspondência, esta avaliação é feita pela Polícia de
Relatório Sobre da Violência Doméstica Praticada contra a Mulher 22
UNIVERSIDADE ZAMBEZE FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES
Em cada esquadra tem uma brigada de IC, que recebe os processos vindo da
própria esquadra, elaboram o auto de denúncia de violência doméstica e por sua vez
mandam para a PIC, de lá os processos são encaminhados para o Ministério Público,
este é tutelar da ação penal.
Por sua vez estas devem constar no auto de denúncia e devem ser requeridas
imediatamente pela vítima ou pelo Ministério Público para que o juiz possa as decretar.
Estas medidas cautelares de polícia em que a Lei acima refere que podemos destacar as
seguintes: aprender a arma encontrada na posse do agressor; suspensão do poder
parental, tutela e curadoria do agressor no âmbito das relações doméstica; proibição
do agressor de celebrar contrato sobre bens móveis e imóveis comuns, salvo com a
expressa autorização judicial; restituição de bens extraídos pelo agressor à vítima,
como fiel depositário.
Saliente-se que está disposição leva a questão de saber em que fase do processo
o juiz, a requerimento do MP ou da vítima, aplica as diferentes medidas cautelares ali
previstas e qual deve ser a duração daquelas medidas, em face do princípio da
presunção de inocência e dos limites das penas e das medidas de segurança, plasmados
nos artigos 59.º n.º 2 e 61.º n.º 1 da CRM. Com efeito, dispõe o artigo 59.º n.º 2 que os
arguidos gozam da presunção de inocência até decisão judicial definitiva.
VI. CONCLUSÃO
Branco António Guévél, (2002) Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia.
Colecção Jurídica- Lisboa. p. 31
Costa, M.E., & Vale, D. (1998) A violência nas escolas. Lisboa: instituto de Inovação
Educacional,
Débora Bianca Xavier Carreira, Violência nas Escolas: qual é o papel da Gestão?
Ferreira, A.B. De H, (1999). Ano Aurélio século XXI. 3ª Ed. Rio Janeiro. Nova fronteira.
Luís Elias, In, Valente, Manuel Monteiro Guedes (Coord.), (2009). Reuniões e
Manifestações- Atuação Policial-Perspectivas Policiais Sobre Violência Doméstica.
Marcelo Caetano, Manual de Direito (1990.…, Vol. II, 10ª.Ed., 4ª reimpressão, p. 1150.
Nilo Odalia, (1989). O que é a violência. Colecção Primeiros Passos.4ª ed, São Paulo:
Editora
Teresa Beleza, (998). Direito Penal, (2ª edição revista e actualizada), associação
Académica da Faculdade Direito de Lisboa.
Yolanda Sitoe, (2012). A Importância de ter uma lei que Combate à Violência
Doméstica, Ed: WLSA Moçambique.
Legislação
➢ Código Civil
➢ Código de Processo Penal e Legislação Complementar de Moçambique, 2014, 2ª.
Ed.
➢ Código do Registo Civil, aprovado pela Lei 12/2004, 8 de dezembro
➢ Código Penal de Moçambique - Aprovado pela Lei nº. 35/2014 De 31 de dezembro,
1ª. Ed.
➢ Constituição da Republica de Moçambique 2004
• Lei nº. 29/2009, de 29 de setembro- que aprova a Lei sobre a Violência Doméstica
Praticada Contra Mulher.
• Lei nº 10/2004, de 25 de agosto- que aprova a Lei de Família
• Lei nº. 7/2008, de 9 de julho- que aprova a Lei de Protecção dos Direitos da Criança
• Lei nº. 8/2008, de 15 de julho- que aprova a Lei da Organização Jurisdicional de
menores.
• Lei n.º 16/2013, de 12 de agosto, lei da Polícia da República de Moçambique e
Revoga a Lei n.º 5/88, de 27 de agosto
• Lei n.º 19/92, de 31 de dezembro.
• Resolução n.º 4/95 de 11 de julho de 1995.
• Conselho de Ministros (2007).
• Resolução do Conselho de Ministro n.º 19/2007 de 15 de maio.