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Projeto integrador: AVALIAÇÃO DO

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Desenvolvimento Infantil
Centro Universitario Nove de Julho (UNINOVE)
12 pag.

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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO - UNINOVE
GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

AMANDA MORGANA DO NASCIMENTO OLIVEIRA - 420103184


BRENDHA ARAUJO MAIA - 3020103624
CAMILLA MUSSATO FERREIRA - 3020102145
MARIA LUISA DOS SANTOS NOVAES - 3020103548
MILENA SOARES DE OLIVEIRA - 3021106822
ROGÉRIO DE SOUZA SANTOS - 3020108060
VALQUIRIA DA SILVA - 3020111470
VITÓRIA DEFENDE ROSALEM - 3020103590
VITORIA SANTOS DE SOUZA - 3020101261

PROJETO INTEGRADOR: AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO


PARTICULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL: CRIANÇAS DE 2
ANOS DE IDADE

São Paulo
2022

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INTRODUÇÃO
Este trabalho pretende abordar, os processos de desenvolvimento cognitivo
infantil na primeira infância, segundo a perspectiva construtivista de Piaget e a
psicanalítica de Freud e de maneira empírica realizar a observação desses
conceitos através de atividades lúdicas com crianças.
(Koller, 2006) A brincadeira é de suma importância para o desenvolvimento
infantil, sendo essencial para o desenvolvimento da espécie, o lúdico sempre esteve
presente no cotidiano infantil, permitindo a criança a possibilidade de adquirir
habilidades motoras e sociais, desenvolver potencial criativo e significar os
pensamentos dos parceiros através da metacognição, presente nos processos
simbólicos que promovem o desenvolvimento cognitivo infantil.
O desenvolvimento cognitivo é uma área de estudo que busca entender como
se dá o processo de aprendizagem de uma criança, ou seja, como se desenvolve
seu pensamento e sua capacidade de compreensão dos fenômenos.
Aprendizagem é toda mudança de comportamento em resposta a
experiências anteriores porque envolve o sujeito como um todo, considerando todos
os seus aspectos, sendo eles psicológicos, biológicos e sociais. Se algum desses
aspectos estiver em desequilíbrio haverá a dificuldade de aprendizagem.
Gontijo (2009) Para a perspectiva sociocultural construtivista, a criança
seleciona e transforma, não necessariamente de forma intencional, mensagens
provenientes do ambiente onde está inserida e essa interação entre a criança e o
ambiente é chamada de internalização / externalização, formando uma complexa
combinação de influências. Dessa maneira os teóricos construtivistas se opõem às
teorias inatistas, pois essas desprezam o papel do ambiente e dos fatores
maturacionais.
Jean Piaget (1896-1980) é um teórico que defende esse conceito
construtivista, basicamente para ele os fatores responsáveis pela psicogênese do
intelecto infantil são: o fator biológico, principalmente o desenvolvimento orgânico e
a maturação do sistema nervoso, a experiência com o meio, pois acredita que o
sujeito é um ser ativo que relaciona se com o mundo físico e social e que essas
interações acontecem por meio da linguagem e da educação e o fator de
equilibração dessas experiências, onde as experiências anteriores servem de base
para novas construções cognitivas.
(Maciel, et.al 2016) Para Freud a compreensão do infantil é uma referência ao
tempo cronológico do desenvolvimento, considerando a ideia de fases a serem
superadas (fases da libido- oral, anal, fálica, latência e genital), direcionada a uma
possível normalidade sexual, sendo o inconsciente fonte de desejos reprimidos e
depósito de antigas lembranças

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REFERENCIAL TEÓRICO
 Jean Piaget
Jean Piaget (1896-1980), biólogo e epistemólogo suíço, construiu sua teoria
ao longo de mais de 50 anos de pesquisa, voltada para a capacidade do
conhecimento humano e o seu desenvolvimento
Segundo Piaget (1973), a aprendizagem só se dá com a desordem e ordem
daquilo que já existe dentro de cada sujeito. É necessário obter contato com o difícil,
com o incômodo para desestruturar o já existente e em seguida estruturá-lo
novamente, com a pesquisa e também motivações tanto intrínsecas como
extrínseca para obter a aprendizagem, ressaltando que a motivação intrínseca é
mais importante porque o sujeito tem que estar interessado em aprender, sendo que
a junção dos dois (intrínseca e extrínseca) formam importantes aliados para a
melhor aprendizagem do sujeito.
O processo do conhecimento se dá na interação entre sujeito e objeto, esta
interação Piaget (1973) chama de assimilação e acomodação.
Assimilação para Piaget (1973) é “(...) uma integração a estruturas prévias,
que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta
própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem
serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação”.
Simplificando, o processo de assimilação é a articulação das ideias já existentes
com as que estão sendo aprendidas de forma que adapta o novo conhecimento com
as estruturas cognitivas existentes.
Acomodação é toda mudança de comportamento, alteração do sujeito, isto só
acontece quando o sujeito se transforma, amplia ou muda os seus esquemas.
Esquema é a estrutura da ação, ou seja, nós vamos integrando uma determinada
coisa com outra coisa que já entramos em contato anteriormente, assim vamos
articulando o já conhecido com o que está sendo apresentado, mudando ou
ampliando o esquema já existente.
Não há assimilação sem acomodação e vice-versa, mas pode acontecer o
predomínio de uma ou de outra, para ocorrer este processo é preciso que o sujeito
tenha situações problemas que desafiem sua inteligência.
Para Piaget (1973) o desenvolvimento cognitivo é dividido em quatro estágios.
O estágio Sensório motor vai aproximadamente entre 0 à 24 meses. Aqui a criança
vai percebendo aos poucos o seu meio e age sobre ele, o bebê age puramente
através de reflexos, com o tempo ele percebe que certos movimentos e atitudes
movem o seu externo, por exemplo, o choro, ela percebe que ao chorar vai vir
alguém acudi-la, neste período há várias assimilações e acomodações que criam

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esquemas de ação. Há algumas características neste estágio: a primeira é o reflexo,
na qual ela não se diferencia do mundo exterior; a segunda são as primeiras
diferenciações, existe uma coordenação entre mão e boca, uma diferenciação entre
pegar e sugar, surgem os primeiros sentimentos como a alegria, a tristeza, o prazer
e desprazer, que estão ligados a ação; a terceira é a reprodução de eventos
interessantes; a quarta é a coordenação de esquemas, ou seja, ela começa a usar
um esquema em outras coisas para ver se obtém o mesmo resultado, por exemplo,
a criança balançar um chocalho e vê que aquilo faz barulho, ao pegar outro objeto
ela vai balançar para ver se aquilo também fará barulho; a quinta é a
experimentação, invenção de novos meios, a criança passa a inventar novos
comportamentos, ações a partir da tentativa e erro, consegue a inteligência quando
consegue solucionar problemas; a sexta é a representação, ela começa a ter um
sentimento de escolha, o que quer ou não fazer.
O estágio Pré – operatório vai aproximadamente entre 2 a 6 anos. Aqui a
criança possui uma capacidade simbólica, uso de símbolos mentais como a
linguagem e imagens, nesta fase há uma explosão da linguística, algumas
características deste estágio são: primeira – a imitação diferida ou imitação de
objetos distantes; segunda – jogo simbólico é também imitativo, a criança não se
preocupa se o outro irá entendê-la, ela se preocupa com o seu entendimento, é uma
forma de se autoexpressar; terceira – desenho, é a sua forma de deixar uma marca,
ela desenha o que quer, sendo ou não real; quarta – imagem mental, as imagens
são estáticas, são imagens que representa o interno, algo que já foi passado; quinta
– linguagem falada, a criança começa a falar uma palavra como se fosse uma frase,
aos pouco ela vai aumentando o seu repertório vocábulo.
Neste estágio há também as características do pensamento infantil, que são:
egocentrismo – é a incapacidade de se colocar no ponto de vista do outro (por volta
dos 4 ou 5 anos), a criança acha que todo mundo pensa como ela, então ela não
questiona ninguém, por volta dos 6 ou 7 anos ela começa a ceder às pressões das
pessoas que vivem a seu redor, ela começa a se questionar porque gera um conflito,
assim ela começa a perceber que cada um pensa de um jeito; raciocínio
transformacional – é a incapacidade para raciocinar com sucesso sobre
transformações, a criança não focaliza a transformação; centração – a criança
centra alguma coisa limitadamente, não a vê como um todo, ela é incapaz de
explorar todos os aspectos, ela leva em consideração a percepção e não o
raciocínio. Após os 6 ou 7 anos o pensamento da criança toma uma posição
apropriada.
O estágio Operatório Concreto vai aproximadamente entre 7 a 11 anos. Aqui
a criança desenvolve processos de pensamento lógico, não apresenta dificuldades
na solução de problemas de conservação e apresenta argumentos corretos para
suas respostas, a criança descentra suas percepções e acompanha as
transformações, ela também começa a ser mais social saindo da sua fase
egocêntrica ao fazer o uso da linguagem, a fala é usada com a intenção de se
comunicar, ela percebe que as pessoas podem pensar e chegar a diferentes
conclusões, sendo elas diferentes das suas, ela interage mais com as pessoas,
quando aparece um conflito ela usa o raciocínio para resolver.

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As operações lógicas é a ocorrência mais importante neste estágio porque as
ações cognitivas internalizadas permitem que a criança chegue a conclusões
lógicas, sendo elas controladas pela atividade cognitiva e não mais pela percepção e
construídas a partir das estruturas anteriores como uma função de assimilação e
acomodação.
O estágio do Pensamento formal acontece após os 12 anos, a criança ou
adolescente começa ter um pensamento hipotético – dedutivo, ou seja, começa a
levantar hipóteses e deduzir conclusões. O adolescente usa esquemas aprendidos
dos estágios anteriores para fortalecer as hipóteses deste estágio, assim ele vai
aprimorando cada vez mais os estágios anteriores. Deste estágio em diante o que
ocorre é o aperfeiçoamento dos estágios passados.
 Sigmund Schlomo Freud
Sigmund Schlomo Freud (1856-1939), médico neurologista, psiquiatra e
criador da teoria psicanalítica, que é o estudo dos comportamentos e sentimentos
humanos regidos através do inconsciente.
A infância é uma das partes principais na história da psicanálise. Na
psicanálise, infância e infantil estão remetidos a estruturas conceituais diversas.
Enquanto a infância refere-se a um tempo da realidade histórica, o infantil é
atemporal e está remetido a conceitos como pulsão, recalque e inconsciente.
Podemos dizer que a principal característica da compreensão psicanalítica da
infância consiste em resgatar na fala de seus pacientes o seu modo de se lembrar
dos fatos ocorridos na infância. O infantil estabelece um duplo movimento, ao
mesmo tempo que constitui, ele próprio oferece modos de interpretação desta
constituição.
A construção infantil sempre esteve na teoria de Freud, desde seus primeiros
escritos é possível se depara com teorias sobre a infância. Freud não leva em
consideração apenas a memória da lembrança, mas também dos fatos da infância
que foi esquecida.
O que mantinha Freud interessado pela infância era o infantil recalcado,
porém, para o mesmo, a sustentação metapsicologia da compreensão dos primeiros
anos de vida exigiu um permanente trabalho de elaboração. O modo de tomar o
infantil na constituição do psiquismo, na formação dos sintomas ou no trabalho de
análise não se apresenta placidamente em seus escritos. Revendo os escritos
freudianos, percebemos que não é exatamente uma precisa delimitação conceitual
das noções de infância e de infantil que caracteriza o modo como Freud fez uso das
mesmas para explicar a importância dos primeiros anos de vida na constituição
psíquica. Pensar o infantil como um conceito psicanalítico passa pela compreensão
de uma infância que passa da simples cronologia e das experiências passíveis de
narração à realidade psíquica, e da fantasia como um elemento irrevogável da
constituição do psiquismo. Desse modo, na psicanálise, a infância cronológica não
pode ser confundida com o infantil reconstruído no discurso. O infantil não se dá a
ver, mas se faz presente no discurso e no modo como o analisando se põe em
análise.

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Em “A interpretação dos sonhos”, Freud (1900/1980) consolida a sua
compreensão sobre o lugar da infância na constituição do psiquismo. Mas, muito
anteriormente, nos chamados escritos pré-psicanalíticos, Freud já havia lançado e
estabelecido as marcas constituintes da noção do infantil. Freud começa pelos
acontecimentos da infância e sua importância na constituição dos sintomas da
histeria. Persegue cada fato da infância de seus pacientes na busca da experiência
cuja lembrança ficou recalcada e que, em sua efetividade, tornou-se traumática e
originou os sintomas.
Freud constituiu em sua teoria que as crianças passam por cinco fases
psicossexuais, sendo elas, a fase oral, fase anal, fase fálica, fase de latência e fase
genital, esta última sendo instalada na puberdade. É também, na fase de latência,
que Freud instituiu o Complexo de Édipo. Considera que as três primeiras fases
cruciais para o desenvolvimento da personalidade. Segundo ele, se as crianças
receberem pouca ou muita gratificação em qualquer uma dessas fases correrão o
risco de desenvolverem fixação.
Dos 18 meses aos 3 anos a criança passa pela fase anal, onde ela obtém
prazer sensual
retendo e expelindo as fezes, essa etapa também se caracteriza pelos primeiros
movimentos de independência do bebe. Segundo Freud, 1905, algumas crianças
nessa fase têm satisfação com as próprias fezes, sendo no ato de pegar, sentir
cheiro e em algumas vezes sentir o gosto, essas crianças não consideram algo sujo
ou algo que não se deve mexer pois é algo que faz parte da mesma e lhe dá prazer.
O ato de reter as fezes para ter certas estimulações se caracteriza como algo
masturbatório. Essa fase é também muitas vezes a “fase das birras”, onde a criança
se testa até o seu limite.

OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo verificar particularidades do desenvolvimento
infantil de crianças de 2 anos de idade, com base nas teorias de Piaget e de Freud.

JUSTIFICATIVA
A psicologia do desenvolvimento é uma disciplina que tem como foco estudar
as mudanças, ou ausência delas, que atingem as pessoas durante suas vidas.
Serve como tela de fundo para se compreender a contínua interação entre as
mudanças que ocorrem no organismo e no seu ambiente imediato.
O desenvolvimento infantil depende de uma complexa inter-relação entre
fatores de ordem familiar, social, educacional e cultural, além de processos

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cognitivos, afetivos e motivacionais que permeiam as experiências de socialização
às quais a criança é exposta.
A família tem uma série de tarefas a serem cumpridas em função dos
períodos específicos do seu desenvolvimento enquanto grupo e do desenvolvimento
individual de seus membros (Kreppner, 2003).
A disciplina enfatiza o aprendizado de seus alunos sobre o processo de
desenvolvimento em diferentes fases da vida, aplicando teorias e descobertas para
mudar comportamentos no dia a dia de pacientes, clientes e etc. Visando a
compreensão das interações complexas, dinâmicas e multifacetadas entre a pessoa
e o seu ambiente, em um determinado contexto social, histórico e cultural,
requerendo uma perspectiva crítica de investigação sistêmica e interdisciplinar.
Diante disso, este estudo tem como relevância acadêmica e social, o intuito de no
processo de formação de graduandos, o desenvolvimento de capacitação dos
futuros profissionais, além do senso comum.

MÉTODO
Caracterização da pesquisa
Trata-se de uma pesquisa de campo exploratória, explicativa e qualitativa.
Sujeitos
Participaram dessa atividade de observação duas crianças, com 2 anos cada
uma, sendo as duas do sexo feminino, que estudam na série infantil G2.
Materiais
Caça ao brinquedo: para a realização dessa atividade, foram utilizados uma
bola de vinil inflável.
Chute ao gol: cadeira de plástico para simbolizar as traves no chute ao gol e
giz para marcação do chão.
Circuito no sofá: foram utilizadas duas almofadas, duas cadeiras e um tapete
de EVA para que ela fizesse o circuito em volta do sofá, e massinha modeladora
para a caça ao brinquedo.
Procedimento
CAÇA AO BRINQUEDO (CRIANÇA 1):
A brincadeira foi realizada em uma sacada ampla na casa da criança 1. Nela,
havia a mãe da criança, o tio, e a criança. A atividade durou em torno de 20 minutos.
O procedimento era: A criança tinha que fechar os olhos, e só abrir quando a mãe
permitisse, enquanto isso, o tio escondia a bola no campo de visão da criança e
pedia para a mesma ir procurar.
O objetivo da atividade é a criança encontrar a bola escondida o mais rápido
que conseguir. A brincadeira viabiliza habilidades cognitivas e psicomotoras.

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CHUTE AO GOL (CRIANÇA 1):
A brincadeira também foi realizada na sacada da criança 1 e durou em torno
de 30 minutos. O objetivo da atividade era a criança chutar a bola e conseguir fazer
a bola passar por debaixo da cadeira. As regras estabelecidas eram para a criança
esperar na linha marcada no chão (feito por um giz), esperar o comando, e chutar a
bola embaixo da cadeira. Esta atividade viabiliza habilidades psicomotoras e
intelectuais.
CAÇA AO BRINQUEDO (CRIANÇA 2):
A brincadeira foi realizada dentro da sala na casa da criança, durante a
realização da brincadeira a criança estava acompanhada de um tio e do avô. A
atividade foi realizada por aproximadamente 10 minutos e o objeto de procura era
uma massinha modeladora colorida.
O procedimento consistia em esconder a massinha em algum lugar da sala
sem que a criança visse onde estava, e enquanto isso a menina permaneceu com
os olhos fechados, e depois pedir pra criança procurar até encontrá-la, dando as
dicas de quente ou frio, quando a criança estivesse perto ou longe de cumprir com o
objetivo.
O desenvolvimento dessa atividade avalia e viabiliza na participante,
habilidades psicomotoras e cognitivas.
CIRCUITO NO SOFÁ (CRIANÇA 2):
Essa brincadeira também foi realizada dentro da sala, durou
aproximadamente 20 minutos e o objetivo era percorrer o circuito o mais rápido que
conseguisse.
O procedimento consistia em pular duas almofadas, passar por baixo de duas
cadeiras e dar uma cambalhota ou escorregar sobre o tapete de EVA até a linha de
chegada.
O desenvolvimento dessa atividade alivia e viabiliza na participante,
habilidades motoras, cognitivas e foco para cumprir o exercício até o final.

RESULTADOS
CAÇA AO BRINQUEDO (CRIANÇA 1):
De início se mostrou muito empolgada para a realização dessa atividade,
respeitou as regras estabelecidas, sempre colocava as mãos no rosto para fechar os
olhos, e só abria quando era pedido. Ficava irritada quando não encontrava a bola,
mas quando encontrava, sempre comemorava gritando e batendo palmas, pedindo
para que todos ao redor comemorassem com ela.
A criança 1 conseguiu encontrar a bola todas as vezes, tinha mais facilidade
para encontrar quando a bola ficava perto do chão, as vezes que a bola estava

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escondida em uma altura um pouco mais alta que a criança, ela demorava mais para
encontrar, e se mostrava frustrada.
CHUTE AO GOL (CRIANÇA 1):
Nesta atividade, a criança 1 teve dificuldade para se posicionar na linha
demarcada no chão, tentando sempre ir mais para frente, para ficar mais próxima da
cadeira. A criança corria e chutava a bola com o pé esquerdo, embora sempre
come, escreve e escova os dentes com as mãos direitas.
De 12 tentativas, 2 a bola passou por debaixo da cadeira. A criança 1 comemorou
todas as vezes que chutava, mesmo a bola não entrando ou sequer passando perto
da cadeira, ela batia palmas e celebrava o chute.
Brincadeira Comportamentos Sim Não
observados
Caça ao brinquedo Foco X
Atenção X
Percepção visual X
Paciência
X

Chute ao gol Chutar X


Correr X
Persistência X
Paciência X
Controle da
impulsividade X

CAÇA AO BRINQUEDO (CRIANÇA 2):


Os resultados superaram as expectativas impostas e a criança dois
conseguiu realizar a atividade do começo ao fim todas as vezes que foram
repetidas.
No começo ela estava ansiosa e queria encontrar o objeto logo, então não
queria fechar os olhos, mesmo assim as regras foram repetidas e ela compreendeu,
fechou os olhos e aguardou a dinâmica ser realizada. A brincadeira foi feita na sala e
o objeto na maioria das vezes era escondido pelo tio, em cima do sofá, no chão ou
em cima e dentro da rack, então facilitou de encontrar a massinha, já que sempre
estava perto do seu campo de visão.
Ficou muito feliz todas as vezes que encontrou a massinha e pedia ajuda
quando não encontrava com facilidade, então o tio indicava se estava quente ou frio,
perto ou longe da massinha.
CIRCUITO NO SOFÁ (CRIANÇA 2):
No circuito a criança apresentou um pouco mais de dificuldade, já que
precisava pular para passar as almofadas, as vezes se desequilibrava para pular a
almofada e dava risada, não desistiu de brincar e conforme foram realizadas várias

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vezes a dinâmica, no final ela conseguiu pular as almofadas sem cair ou se
desequilibrar. Passou muito atenciosa embaixo das cadeiras para não bater a
cabeça e se rastejava pelo chão para passar pelo tapete. Sempre que chegava no
final, saia correndo pra começar de novo. A participante gostou muito dessa
dinâmica e mostrou-se muito habilidosa. Atenção, habilidades motoras e cognitivas,
persistência e foco foram observados.

Brincadeira Comportamentos Sim Não


observados
Caça ao brinquedo Foco X
Atenção X
Persistência X
Escuta
X
Circuito no sofá Pular X
Agachar X
Arrastar/rastejar o X
corpo X
Persistência
Paciência X

DISCUSSÃO
O período pré-operatório, acontece entre dois a sete anos de idade. A criança
nesta fase, ainda é egocêntrica, tendo a noção de que o mundo é feito para ela, e
voltado para seus desejos para o diálogo, irritando-se, limitando-a a realizar trocas
intelectuais, visto que ainda não possui referências facilmente quando contrariada
(LA TAILLE, 1992).
Conseguimos observar este comportamento na criança 1, onde ela ficava
irritada quando a bola não se encontrava ao alcance dela, e ao invés de buscar
meios de achá-la, a criança se frustrava por não ter conseguido encontrar. A criança
2 apresentou um comportamento similar no início da atividade, onde não conseguia
esperar e fechar os olhos como solicitado, tendo uma certa dificuldade para
compreender as regras estabelecidas.
Uma característica também analisada na criança 1, é o animismo, no qual ela
acredita que a natureza é viva, e age juntamente com ela (PIAGET, 1964). A criança
1 culpava a bola quando não a encontrava, ela acreditava que a culpada era a bola,
por estar se escondendo. “No nível em que a criança anima os corpos exteriores
inertes, ela materializa, em compensação, o pensamento e os fenômenos mentais”
(PIAGET, 1964, p.325), no entendimento de Piaget (1964), estes episódios
acontecem devido à falta de noção do eu.

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Já para Freud, do olhar da teoria psicanalítica, as crianças analisadas neste
projeto estão na fase anal, período que ocorre dos 18 meses aos 3 anos de vida da
criança. Nesta fase, temos a função excretora em evidência, e é nesse momento
que construímos os valores pessoais, “O modo como a criança é educada e o jeito
que a mãe encara as situações de proscrição das fezes pode produzir nas crianças
efeitos que dizem respeito à formação de valores da criança.” (HALL;
LINDZEY,1984, p.41). Nessa fase a criança começa a compreender a realidade, ela
vai entendendo que não é o centro do universo, e assim consegue seguir regras e
obedecer aos adultos, e este ponto é chamado de ego ideal.
Assim conseguimos relacionar Freud a criança 2 quando na brincadeira de
caça ao tesouro quando o adulto pede pra ela fechar os olhos e fala as regras
mesmo que no começo ela tenha ficado ansiosa pra começar ao ser repetida as
regras ela seguiu. Como a criança 1 também seguiu as ordens assim que foram
passadas, e assim se ligando totalmente a teoria de Freud.

CONCLUSÃO
Como nos mostra o método, duas crianças foram observadas, ambas com
idades de 2 anos e do sexo feminino, e estudam na série infantil G2.
Foram realizadas 3 brincadeiras diferentes, sendo o objetivo observar o
Desenvolvimento Cognitivo delas. A caça ao brinquedo foi realizada com as duas
crianças, chute ao gol com a criança 1 e circuito no sofá com a criança 2.
Na brincadeira Caça ao Brinquedo, ambas conseguiram realizar as regras e
concluir o que se havia pedido. Apresentaram-se empolgadas e pouco ansiosas,
mas o objetivo foi alcançado de acordo com os comportamentos observados, e o
resultado ficou dentro do esperado.
Chute ao Gol foi realizada com a criança 1, que de início mostrou uma certa
dificuldade em se posicionar, na linha demarcada, porém se observou o chute, a
forma como ela corria, a persistência e paciência, com isso o objetivo foi alcançado
tendo resultado dentro do esperado.
Circuito no Sofá realizada agora com a criança 2, que também mostrou um
pouco mais de dificuldade por ser uma brincadeira mais difícil, contudo ela
conseguiu realizar a etapas, onde ela teve que pular, agachar, arrastar/rastejar o
corpo, foi persistente e teve paciência, conseguindo alcançar o objetivo proposto
com resultados esperado.
Diante disso as crianças observadas nos apresentam um ótimo
desenvolvimento cognitivo, de acordo com as teorias apresentadas no projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Desenvolvimento Humano (Diane E. Papalia e Ruth Duskin Feldman, pág 59 e 64).

PIAGET, J. A psicologia. 2. Ed. Lisboa: Livraria Bertrand, 1973.

PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4ª ed. Rio de janeiro: Zahar,


1973.

PIAGET, J. (1896 – 1980) A Teoria do desenvolvimento cognitivo de Piaget – Capítulo


06 do Livro de Texto Teorias de Aprendizagem.

LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl De; DANTAS, Heloysa. Piaget Vygotsky Wallon:
Teorias Psicogenéticas em discussão. 26º ed. São Paulo: SUMMUS, 1992.

PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: Imitação, jogo e sonho, imagem e


representação. 3º ed. Rio de Janeiro: LTC, 1964.

HALL, Calvin Springer; LINDZEY, Gardner. Teorias da personalidade. São Paulo, E.P.U.,
1984.

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