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UNIPINHAL CENTRO REGIONAL UNIVERSITÁRIO

ENFERMAGEM

MATÉRIA: LESÃO TRAUMATICA - AMPUTAÇÃO


NOMES
ALINE SILVA MARIANO

ALINE PIRES BORGES

ÁUREA GABRIELLY LOSANE APOLINÁRIO

LETICIA DE OLIVEIRA GARCIA

NAYARA DELGADO DE OLIVEIRA

VANESSA BIANCHINI COLOGNESI ARRUDA

NIVEL: VI

ESPÍRITO SANTO DO PINHAL/SP


2023
INTRODUÇÃO
As lesões traumáticas são decorrentes de fatores externos, que venham a gerar um
comprometimento importante em nervos, artérias, ossos e partes moles, deixando assim a
retirada cirúrgica do membro ou parte dele como a melhor abordagem a ser realizada.
Acreditou-se que com o fim das guerras e conflitos armados haveria então menor incidência
de amputações decorrentes de lesões traumáticas, mas pode-se observar um aumento nos
números, sendo estes decorrentes de acidentes automobilísticos, perfurações por arma de
fogo, queda da altura, acidentes de trabalho, choque elétrico, queimaduras, entre outros.
O processo de urbanização vem contribuindo de forma ativa para tais acidentes, tendo em
vista que tal processo trouxe consigo o aumento do número de meios de transporte e devido a
rotina acelerada e a falta de tempo se tornou mais promissor o uso do próprio veículo para a
realização dos afazeres do que a utilização dos meios de transporte público.

EPIDEMIOLOGIA
Em um estudo realizado na Unidade de Trabalho e Órteses e Próteses do CREFES de 2012 a
2018, onde foram analisados 509 prontuários, observou-se que 72% da predominância de amputações
era decorrente do sexo masculino e a segunda maior etiologia das amputações foram os acidentes de
trânsito correspondendo a 23%, nesse âmbito ainda vale ressaltar que a incidência de acidentes
automobilísticos é maior em homens do que em mulheres, assim como os acidentes de trabalho
(GABRIEL et al., 2022).
Dados colhidos no Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira (HMRG) de Teófilo Otoni, mostra que
os acidentes mais graves e que ocasionaram amputação são decorrentes do sexo masculino (gráfico 2),
em outro estudo realizado é possível observar que a maior incidência ocorre na faixa etária de 21 a 49
anos (gráfico 1), isso deve pela exposição a riscos como a velocidade excessiva, uso de drogas, álcool,
entre outros fatores.

Gráfico 1
Gráfico 2

Fonte: Prontuários do Hospital Municipal Dr. Raimundo Gobira em Teófilo

NIVEIS DE AMPUTAÇÃO
A amputação primária é aquela realizada na admissão, sem uma tentativa de revascularização,
sendo está uma decisão de grande importância, assim se fez necessária a presença de escalas
para melhor determinação do tratamento em cada caso.
A escala mais utilizada é o MESS (quadro 1), mas também há outras, nem uma delas é
considerada a ideal, a variação depende da situação do paciente, a escala abordada sugere
amputação primaria caso a pontuação da escala for maior ou igual ou maior que sete, a
mesma aborda como fator de avaliação as lesões ósseas e de partes moles, isquemia, choque e
idade, auxiliando assim a tomada de decisão médica.

Fonte: Artigo amputação primária no trauma


A amputação deve ser realizada no ponto mais distal, o qual irá cicatrizar de forma bem-
sucedida, sem este determinado por dois fatores, a circulação e a parte funcional, assim se faz
necessário o exame físico para avaliação do estado circulatório, a perfusão do musculo e da
pele é de grande importância vendo que a mesma irá contribuir para uma boa cicatrização
local.
O objetivo principal da cirurgia é sempre preservar o máximo do membro amputado,
consequentemente preservando a função e melhor adequação do encaixe protético, sendo que
deve ser sempre que possível preservado o joelho e o cotovelo, sendo que a amputação
abaixo do joelho é preferível a de cima do joelho, em decorrência da importância dessa
articulação para a marcha, sendo que a desarticulação do mesmo é mais bem sucedida em
jovens visto a maior facilidade de adaptação da prótese. A amputação dos dedos e partes do
pé pode causar alterações na marcha e no equilíbrio. As amputações de membros superiores
são realizadas com o objetivo de preservar o comportamento funcional máximo. A prótese é
ajustada precocemente para garantir a função máxima.
A amputação pode ser realizada em estágios em caso de gangrena e infecção, inicialmente se
realiza uma amputação em forma de guilhotina com intenção de retirada do tecido necrótico e
infectado, sendo então desbridada e deixada para drenar se necessário, é realizado o
tratamento com antibióticos sistêmicos, e depois da estabilização do paciente e a infecção ter
se controlado, é então realizada a amputação definitiva com o fechamento da pele. As
complicações que podem ocorrer com a amputação incluem a hemorragia, infecções, lesões
de pele, dor de membro fantasma e a contratura da articulação. A irritação causada pela
prótese pode resultar em ruptura da pele, o que requer atenção redobrada da enfermagem.
A assistência de enfermagem a pacientes amputados engloba cuidados e avaliações constates,
abrangendo os cuidados com a ferida operatória, orientação ao próprio paciente e com a
família, apoio emocional, preparação do coto para possível utilização de prótese, promoção
do autocuidado do paciente, e tratamento da dor fantasma, sabendo avaliá-la e diferenciar a
dor residual decorrente da ferida operatória e a dor do membro fantasma, consistindo essa na
dor provenienete do segmento corpóreo amputado.
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
 Risco de infecções
 Integridade tissular prejudicada
 Risco de líquido deficiente
 Dor aguda

PRESCRIÇÃO DE ENFERMAGEM PRÉ-OPERATÓRIO


 Conferir checklist.
 Aferir SSVV no momento da admissão até ida para CC
 Orientar sobre o procedimento – M
 Preparar a área da cirurgia, garantindo que a pele esteja limpa – M
 Administrar medicações conforme prescrição médica.

PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM TRANS-OPERATÓRIO


 Manter monitorização contínua
 Observar, comunicar e relatar sinais de hemorragia na amputação
 Aquecer paciente para evitar uma hipotermia
 Oferecer oxigeno se necessário
 Administrar analgésico e antibiótico CPM

PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM PÓS-OPERATÓRIO


 Aferir SSVV de 6 em 6 horas – 08 14 20 02
 Observar e comunicar dispneia – M T N
 Observar e relatar sinais fisiológicos – M T N
 Observar e comunicar dor em membro amputado – M T N
 Observar e relatar nível de consciência – M T N
 Realizar curativo compressivo CPM
 Manter grades elevadas.
No pós-operatório, ao se depara com o ocorrido, o paciente se sente agitado e ansioso, não
aceitando a amputação ou a forma como ocorreu, cabendo assim a instituição fornecer uma
equipe multiprofissional, sendo essencial para o acolhimento tanto dele mesmo quanto da
família. No dia de sua alta, orientá-lo quanto a continuidade do tratamento, a realização do
curativo todos os dias na unidade básica mais próxima de sua casa ou então que os
profissionais de saúde deem o suporte em sua casa.

REFERÊNCIAS
COSTA, A. C. S. V. C. S. V. D. AMPUTAÇÕES DECORRENTES DE ACIDENTES DE
TRÂNSITO NA REGIÃO DE TEÓFILO OTONI, NORDESTE DE MINAS GERAIS
(2012-2019). Saúde e Ambiente, Aracaju, v. 9, n. 1, p. 1-13, 2022. Disponível em:
https://periodicos.set.edu.br/saude/article/view/10620/4996. Acesso em: 8 set. 2023.
FERREIRA, Gabriel Pinto; GONCALVES, Jessica Vaz; LIPOSCKI, Daniela Branco. Perfil
epidemiológico de pacientes amputados atendidos em um centro público de reabilitação.
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, v. 1, n. 1, p. 15, dez./2022. Disponível em:
https://www.portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/view/502
7/8270. Acesso em: 10 set. 2023.
HINKLE, Janice L.; CHEEVER, Kerry H.; Brunner e Suddarth: Tratado de Enfermagem
Médico-Cirurgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. p. 656-1190.
JORGE, A. R. F. Dados Epidemiológicos Nacionais de Amputação e Proposta de Dispositivo
para Treinamento de Usuários de Próteses de Membro Superior. UNIVERSIDADE
FEDERAL DE UBERLÂNDIA, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 1-84, 2020.
Disponível em:
https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/30505/3/DadosEpidemiologicosAmput a
%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 11 set. 2023.
SENEFONTE1, F. R. D. A. et al. Amputação primária no trauma: perfil de um hospital da
região centro-oeste do Brasil. Scielo, Campo Grande, v. 11, n. 4, p. 1-8, 2012. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jvb/a/VM7QyQHbKkyPm6757bNyBjB/?format=pdf. Acesso em: 10
set. 2023.

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