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Bioquímica Geral

Licenciatura em Enfermagem

Interrelações Metabólicas em diferentes estados


(hormonais, nutricionais e de doença)

Copyright (c) by W. H. Freeman and Company


Utilização de nutrientes
Regulação hormonal

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Regulação hormonal: glucagon

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Regulação hormonal: insulina

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Regulação hormonal: adrenalina

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Metabolismo nos diferentes órgãos

Tecido Combustível Combustível utilizado Combustível


armazenado preferencialmente exportado

Cérebro Nenhum Glicose Nenhum


C. cetónicos em jejum
Músculo esquelético Glicogénio Ácidos gordos Nenhum
(repouso)

Músculo esquelético Nenhum Glicose Lactato, alanina


(exercício)

Músculo cardíaco Nenhum Ácidos gordos Nenhum

Tecido adiposo Triglicéridos Ácidos gordos Ácidos gordos


glicerol

Fígado Triglicéridos a.a., glicose, Ácidos gordos


Glicogénio ácidos gordos Glicose, c. cetónicos
Especialização metabólica de órgãos:
Cérebro

A glucose é virtualmente o único alimento para o cérebro humano, exceto em


situações metabólicas determinadas.
Responde por 60% da utilização de glicose disponível para o organismo inteiro,
durante o estado de repouso.
Durante o jejum, os corpos cetónicos, gerados pelo fígado, substituem
parcialmente a glicose como alimento para o cérebro.
Os ácidos gordos não servem como alimento para o cérebro porque só são
transportados ligados à albumina no plasma (...) e não atravessam a barreira
hematoencefálica. No entanto, os corpos cetónicos são equivalentes
transportáveis de ácidos gordos.
Perfil metabólico: cérebro

20% dos requerimentos energéticos do corpo são gastos


pelo cérebro, principalmente para manter o potencial de
membrana requerido para a transmissão dos impulsos
nervosos
Normalmente usa a glicose como combustível
Em situação de jejum prolongado, pode adaptar-se à
utilização de corpos cetónicos como fonte de energia
Não contém reservas combustíveis e deve ser
continuamente abastecido de combustível pelo sangue

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Perfil metabólico: cérebro

Glicose é virtualmente sua única fonte de energia


Função: manter mecanismo de transporte (Na+ -K+)
síntese de neurotransmissores e receptores

GLUT 3 : transportador de glicose no cérebro

Ác. Gordos: não são utilizados como fonte de energia

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Especialização metabólica de órgãos:
Músculo

Os principais nutrientes são glicose, ácidos gordos e corpos


cetónicos.
O músculo possui o maior reservatório de glicogénio do organismo
humano. O glicogénio é prontamente convertido em glucose-6-
fosfato para uso das células musculares.
Não realiza a gluconeogénese.
Tecido não sensível ao glucagon. Sensível à epinefrina.
Lactato sintetizado direccionado para o ciclo de Cori.
Alanina formada direccionada para o ciclo da glucose-alanina.
Especialização metabólica de órgãos:
Músculo
Contração muscular depende da disponibilidade e hidrólise do
ATP:

A-EXERCÍCIO INTENSO
1º recurso: reserva de creatinina

Fosfocreatina+ ADP creatina + ATP

2º recurso: glicólise

B- EXERCÍCIO CONTÍNUO

1º recurso: oxidação de ácidos gordos.


corpos cetónicos também podem servir de
combustível.
Especialização metabólica de órgãos:
Músculo
Ação da epinefrina no fígado versus no músculo:

Possuem diferentes formas da enzima (isoenzimas) que catalisa a síntese


de F2,6BP o que permite regulação distinta nos dois órgãos perante a
mesma hormona.
Epinefrina subida de AMPc

Músculo: AMPc .Degradação de glicogénio a glucose


( +F2,6BP) . Estimulação da glicólise

Fígado: AMPc .Degradação de glicogénio


(-F2,6BP) .Estimulação da gluconeogénese
Perfil metabólico: músculo esquelético

A necessidade de combustível depende do grau de


exercício
Contém grandes quantidades de glicogénio armazenado
->serve como fonte de glicose para a obtenção de
energia durante o exercício
O músculo pode usar tanto glicose como ácidos gordos e
ocasionalmente aminoácidos como combustível
A proteína contida no músculo pode ser mobilizada como
fonte de combustível, se não estiver disponível outra fonte

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Especialização metabólica de órgãos:
Músculo
Músculo cardíaco
.Atividade intermitente.
.Metabolismo aeróbico (nº elevado de mitocôndrias).
.Combustíveis metabólicos: glucose (Baixo nível de glicogénio)
ác. gordos
corpos cetónicos
piruvato
lactato
Perfil metabólico: músculo cardíaco

Difere do músculo esquelético das seguintes formas:


O trabalho muscular é menos variável do que o do
músculo esquelético
É um tecido completamente aeróbico, enquanto que o
músculo esquelético tem uma capacidade limitada de
funcionar anaerobicamente
Contém poucas reservas combustíveis e deve ser
continuamente abastecido de combustível pelo sangue

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Especialização metabólica de órgãos:
Tecido adiposo

Duas funções metabólicas:


a) depósito de reservas
b) regulação da homeostase metabólica
Quando os alimentos são abundantes os ácidos gordos derivados da dieta ou
sintetizados pelo fígado são esterificados e secretados no sangue
transportados por lipoproteínas. As VLDL e os quilomicrons são a principal
fonte de AG usada pelo tecido adiposo para sintetizar TG. Para a síntese de
TG também é necessária disponibilidade em glucose para síntese do glicerol
3 fosfato.
Quando há necessidade de mais substratos energéticos disponíveis, os
triglicéridos armazenados são hidrolisados, sendo os ác. gordos libertados
na corrente sanguínea.
Perfil metabólico: tecido adiposo

Especializado no armazenamento de
combustível metabólico na forma de
triglicéridos
No estado pós-prandial sintetiza
triglicéridos a partir de glicose e ácidos
gordos
No jejum os triglicéridos são
convertidos em glicerol e ácidos gordos,
os quais são exportados para o fígado e
outros tecidos

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Especialização metabólica de órgãos:
Fígado

Principal unidade de processamento metabólico.


Recebe primariamente todos os nutrientes da dieta, com exceção dos ác. gordos.
Pode captar grandes quantidades de glicose e convertê-lo em glicogénio.
O fígado pode libertar glucose de volta para a corrente sanguínea por diminuir os
seus depósitos de glicogénio e poder realizar gluconeogénese. Possui a enzima
glucose 6 fosfatase que permite desfosforilar a glucose e assim possibilitar a
libertação.
Principais substratos para a gluconeogénese são o lactato e alanina formados no
músculo, glicerol oriundo do tecido adiposo e aminoácidos glicogénicos da dieta.
Especialização metabólica de órgãos:
Fígado

FÍGADO: FUNÇÕES ESPECÍFICAS ADICIONAIS


- Degradação de porfirinas
- Degradação de bases azotadas de ácidos nucleicos
-Armazenamento de ferro
-Síntese de ácidos biliares
-Detoxificação de medicamentos
drogas
venenos
hormonas
Perfil metabólico: fígado

Metabolismo dos aminoácidos e proteínas


 sintetiza proteínas plasmáticas
produz ureia →metabolismo da amonia

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Perfil metabólico: fígado

Metabolismo dos lípidos


sintetiza ácidos gordos
 sintetiza lipoproteínas
 sintetiza corpos cetónicos durante o jejum
hidroxila a vitamina D
 sintetiza ácidos biliares

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Perfil metabólico: fígado

Metabolismo dos hidratos de carbono


converte o excesso de glicose em ácidos gordos
no estado pós-prandial
a gluconeogénese e a glicogenólise hepáticas são
as principais fontes de glicose no jejum
utiliza o lactato
metaboliza a galactose

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Especialização metabólica de órgãos:
Rim
Veículo de excreção de produtos metabólicos.
Órgão regulador da quantidade de água, da osmolaridade correcta dos
fluidos orgânicos.

Dois tipos de metabolismo:


-aeróbico no córtex renal
- anaeróbico na medula renal

Em jejum, torna-se um órgão importante na realização da gluconeogénese e


na eliminação de NH4+, complementando a função hepática a esses níveis.
Estado pós-prandial

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Adaptação metabólica ao jejum

JEJUM Sobrevivência depende do uso de


combustíveis armazenados

EXERCÍCIO Necessidade de energia


subitamente aumentada
Reservas energéticas



E QUAIS SÃO ESSAS RESERVAS?
Reservas energéticas

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Reservas energéticas
1. Hidratos de carbono
Glucose livre (circulação, fluido extracelular) ~ 12 g

Capaz de suportar metabolismo cerebral durante 2 h (situação


teórica)

Glicogénio

 Muscular (~350-400 g) – uso local, embora o músculo possa exportar


lactato/piruvato/alanina que é utilizado pelo fígado para a gluconeogénese

 Hepático (50-120 g)
Reservas de HC: Sobrevivência
durante 24 h (sem necessidades extremas de
energia, ex. exercício físico intenso)
Reservas energéticas
2. Lípidos
~ 10-20 Kg (+ 15-30% do peso total)
Reservas de lípidos: utilizado em + 50 dias (cerca de 500 MJ)
se taxa metabólica  (adaptação metabólica)
> tempo de sobrevivência
teoricamente...

Problema: Alguns tecidos/órgãos dependem EXCLUSIVAMENTE de glucose para obter


energia: não oxidam ácidos gordos (eritrócitos, medula renal, sistema nervoso...).
Em células nervosas existe como única alternativa à glucose os corpos cetónicos que
se formam em determinadas situações (ex. jejum prolongado) a partir de acetil CoA
Reservas energéticas

3. Proteínas
~ 10-15 Kg (+ 20 % do peso total)

Aminoácidos: Na teoria equivalem a cerca de 200 MJ de energia biológica, mas muitos aa estão
incorporados em proteínas com funções estruturais, enzimáticas, .... etc  Não são utilizados na
produção de energia
A utilização de proteína para obtenção de energia só ocorre significativamente em condições
extremas  perda de proteínas musculares principalmente. As outras proteínas são poupadas,
devido a desempenharem funções vitais.

O organismo não suporta perdas superiores a ½ da proteína muscular:


Fraqueza muscular extrema ...
 Infecções pulmonares- pneumonia (má ventilação, sistema imune enfraquecido...)
Morte
Adaptação metabólica ao estado de nutrição

Variação na concentração
de enzimas

Alteração da expressão Compartimentaliz


génica de enzimas
ação celular
Regulação dos processos
metabólicos

Modificação covalente Modificação alostérica


de enzimas de enzimas
Regulação
hormonal
Metabolismos dos diferentes nutrientes após alimentação (estado pós-
prandial)

E em jejum?
Metabolismos dos diferentes nutrientes numa situação de jejum

Jejum

[glucose] plasmática
 Insulina/glucagon
Jejum: fase inicial

[glucose]

 [insulina]/ [glucagon]

 Glicogenólise hepática
Glucose Cérebro
eritrócitos

 Libertação de ácidos
gordos do tecido adiposo
AG

proteólise
tecidos como o músculo usam
gordura como combustível
metabólico e dispensam glucose
Quando os níveis de glucose baixam…
Jejum

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Até 2-3 dias: fase gluconeogénica

Glicogénio hepático (apenas para 24 h)

 Gluconeogénese para formar glucose para fornecer ao cérebro e


aos eritrócitos

 [ glucagon]

 Proteólise muscular  alanina e glutamina substratos


gluconeogénicos para
 Lipólise no tecido adiposo  Glicerol o fígado
Homeostasia da glicose

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Jejum prolongado

MAS…
A gluconeogénese à custa de
proteína muscular põe em risco
a sobrevivência!!!!

PORQUÊ? 

Jejum prolongado

Entrave à sobrevivência (5 kg de proteína disponível)

❖ Gasto de 1.75 g de proteína para obter 1 g de glucose


❖ Necessidades diárias cerebrais: 100-120 g glucose
❖ O balanço de azoto negativo pode levar a subnutrição
❖ Perdas superiores a 2.5 Kg de proteína muscular  MORTE 

Adaptações metabólicas para poupança de proteína muscular em jejum prolongado:

1. Uso de ácidos gordos como combustível energético


2. Utilização do glicerol proveniente da lipólise para a gluconeogénese
3. Estímulo da gluconeogénese (uso de outros precursores...)
4. Aumento da cetogénese
5. Diminuição da taxa metabólica (poupança de reservas) – Regulação hormonal (triiodotironina ou
T3 – ativadora geral do metabolismo  baixa de taxa metabólica)
Jejum prolongado

 oxidação lipídica  acetil-CoA


 catabolismo glicídico  oxaloacetato

 ciclo de Krebs

acetil-CoA é desviado para a


síntese de corpos cetónicos:
❖ β-hidroxibutirato
❖ Acetona
❖ Acetoacetato


- Substratos energéticos importantes
para o cérebro em condições de
jejum prolongado
Jejum prolongado
❖ Inibição da degradação de proteína muscular

❖ Poupança no gasto de glucose pois algumas células (ex. sistema nervoso) passam a
utilizar corpos cetónicos

cérebro
[corpos cetónicos] no plasma ~ 0.2 mM (normal)

cérebro 6-7 mM
outros tecidos (jejum prolongado)

Poupança de 70-80 g de glucose/dia

Nota: eritrócitos e medula renal, células sem capacidade oxidativa, continuam


dependentes de glucose.
Jejum
Alteração dos níveis de glucose, ácidos gordos e
corpos cetónicos numa situação de jejum
Jejum: fase terminal
Enfraquecimento dos músculos respiratórios
Enfraquecimento do sistema imune


Pneumonia


Morte 

Se alimentado de novo na fase terminal,


pode haver intolerância


Mudanças adaptativas dos níveis enzimáticos
Processo que requer igualmente adaptação
Desnutrição proteica/Energética
Kwashiorkor

Doença provocada por uma dieta com valor calórico normal, mas
extremamente pobre ao nível proteico.

Sintomas:
Atraso no crescimento, perda de massa muscular e peso, inflamação
generalizada, edema, diminuição da imunidade, dermatites, baixo
coeficiente de inteligência, fígado gordo

Marasmo

Doença provocada por uma insuficiência grave tanto ao nível calórico como proteico.
Outros estados metabólicos/nutricionais:
Obesidade

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Gravidez

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Lactação

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Exercício físico

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Exercício físico : aeróbico

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Exercício físico

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Exercício físico

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Situações de stress fisiológico e patológico

(trumatismos, infecções,queimaduras, etc)

• Cortisol, glucagon, catecolaminas e


factor do crescimento
•Resistência à insulina
•Níveis elevados de glicose
Diabetes insulino-dependente (tipo I)

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Diabetes insulino-dependente (tipo I)
Alterações metabólicas na Diabetes
insulino-dependente

Captação de glicose pelos tecidos é deficiente


A glicólise está diminuída
A gluconeogénese está aumentada
A lipólise está estimulada
A síntese de ácidos gordos e triglicéridos está diminuída
A oxidação de ácidos gordos está aumentada

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Manifestações clínicas da Diabetes não
tratada

Hiperglicemia
Aumento da excreção urinária
Desidratação e desequilíbrio electrolítico
Acidose
[-hidroxibutirato]
[Acetoacetato]
pH

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Manifestações clínicas da Diabetes não
tratada

Neuropatia
devida à acumulação de sorbitol nas células de
schwann e subsequente lesão celular
Disfunção renal
Retinopatia e cegueira
Outras

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Manifestações clínicas da Diabetes não
tratada

TRATAMENTO
Administração de insulina
Administração de fluidos e electrólitos
Terapia dietética
Uso de agentes orais hipoglicemiantes

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Diabetes não insulino-dependente
(tipo II)

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Diabetes não insulino-dependente
(tipo II)

Obesidade vs diabetes tipoII

➢ As células do tecido adiposo produzem hormonas e citoquinas designadas por


➢ adipoquinas incluindo a leptina e o TNFα.

➢ Estas substâncias induzem resistência à insulina interferindo com a fosforilação


➢ do receptor da insulina

➢ Os adipócitos também diminuem a síntese da hormona adiponectina que


➢ normalmente aumenta a resposta à insulina

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Metabolismo do Etanol

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Metabolismo do etanol
Produção endógena

1) Piruvato
Treonina Acetaldeído Etanol
Desoxirribose
-alanina

2) Fermentação bacteriana

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Características do etanol (álcool)

O álcool encontrado nas bebidas alcoólicas é uma substância lipossolúvel e


hidrossolúvel. É facilmente absorvido a través da membrana celular, tanto a nível do
estômago como no intestino, e passa rapidamente para o sangue.

O álcool etílico ou etanol não é considerado um produto nutritivo, embora forneça 7Kcal/g
.
Interfere com outros nutrientes energéticos.
Forma-se por fermentação dos hidratos de carbono existentes nos frutos, cereais e
tubérculos

Conteúdo energético

✓ 1 Litro de vinho de mesa (12%(v/v) etanol)


contém 700kcal
Produção do etanol

Fermentação alcoólica

Diversas espécies de levedura têm a capacidade de produzir etanol a


partir de açúcar.
A espécie de levedura mais usada nas destilarias é a Saccharomyces
cerevisiae
A eficiência de fermentação hoje chega até 18% de concentração de
etanol nos processos industriais.
Etanol : absorção

A absorção do álcool inicia-se logo após a ingestão, por difusão


passiva e ocorre em 15 a 20 minutos, se as bebidas forem
consumidas isoladamente, e até um máximo de 3h se forem ingeridas
com alimentos
➢~30% é absorvido na mucosa gástrica
➢~65% no duodeno
➢~5% no cólon

A concentração máxima no sangue atinge-se entre 30-60 min após a


ingestão. O álcool distribui-se no organismo de acordo com o teor em
água e vascularização. Atinge principalmente:
➢Fígado
➢Cérebro
➢Rins
➢Coração
➢Músculos
Metabolismo do etanol

Conteúdo em álcool de algumas


bebidas comuns

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Metabolismo do etanol
Metabolismo hepático

(Citoplasma)

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Metabolismo do etanol

Metabolismo hepático

Mitocondria NAD+ NADH

Acetaldeído -------------→ Acetato


Tóxico – liga-se a proteínas , lípidos e DNA
Estas moléculas alteradas podem ser reconhecidas como estranhas
e originar resposta imunológica

Desequílibrio redox
NAD+ / NADH 1000 NAD+ / NADH 250

Após ingestão de etanol

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Metabolismo do etanol

Desequílibrio redox

NAD+ / NADH 1000 NAD+ / NADH 250

O desequilíibrio redox gerado explica grande parte das alterações metabólicas no alcoolismo:
▪ Hiperlacticidemia
▪ Hiperuricemia
▪ Hipoglicemia
▪ Aumento da lipogénese
▪ Diminuição da β-oxidação dos ácidos gordos
▪ Distúrbios na resposta dos tecidos às hormonas

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Metabolismo do etanol

NAD+ NADH NAD+ NADH


Desequilíbrio redox

Etanol-------------->Acetaldeído -------------→ Acetato


CH3CH2COH CH3CHO CH3COOH

Reacções favorecidas
NADH NAD+

Piruvato-------------->Lactato Inibição da gluconeogénese


NADH NAD+

oxaloacetato-------------->malato
NADH NAD+
Aumento da síntese de TG
Dihidroxiacetona-P------------->Glicerol-P
Metabolismo do etanol

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Etanol : ingestão

Não sendo um nutriente, a sua ingestão é dispensável e, devido aos seus efeitos nocivos no
organismo em desenvolvimento não é aconselhável o consumo de etanol por:
➢Grávidas
➢Lactantes
➢Crianças
➢Adolescentes

Nos adultos saudáveis o consumo de quantidades moderadas e no decorrer da ingestão de


alimentos é tolerável
-Homens, em média : 200-250ml/ dia
-Mulheres em média cerca de metade
Metabolismo do etanol

Colapso bioquímico do alcoólico

• Gluconeogénese
Carências
Etanol • Hormonas lipolíticas Ácidos gordos energéticas

• Acidose metabólica Corpos cetónicos


Lactato
Acetato

Coma
Colapso
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Metabolismo do etanol

➢A ingestão crónica de etanol induz a síntese do sistema citocromo P450

Comentário: ingestão simultânea de etanol e fármacos

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Metabolismo do etanol

Fígado gordo

• NADPH ( síntese de ácidos gordos)

• -oxidação ( carnitina palmitoil transferase)

• Esterificação ( Glicerol-P)

• secreção de lípidos (deficiência de síntese de lipoproteínas)

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Etanol : intoxicação a longo prazo

A ingestão crónica e excessiva de álcool afecta


praticamente todos os orgãos.

A consequência mais conhecida é a cirrose hepática

Cirrose

Fígado gordo Reacção Necrose


inflamatória

Infiltração p/
Hiperactividade do linfócitos
Fibrose Sistema imune

Esclerose
Etanol : intoxicação a longo prazo

A nível cerebral interfere com o abastecimento de


nutrientes especialmente vitaminas.
Para além do fígado no aparelho digestivo afecta :
➢ Boca- aumenta a secreção salivar
➢ Esófago-irritação-esofagite
➢ Estomâgo-gastrite crónica
➢ Intestino- diminui a motilidade intestinal
➢ Pâncreas- pancreatite
Também afecta o coração- cardiomiopatia

Diminui o transporte de nutrientes:


➢ Glicose
➢ Aminoácidos
Malnutrição
➢ Vitaminas (B6, B12, Ácido fólico)

Diversos estudos associam o consumo excessivo de bebidas alcoólicas a diferentes


tipos de cancro (cavidade oral, faringe, laringe esófago, e fígado)
Metabolismo do etanol

Diminuição da síntese proteica

Alteração da função testicular


 [testosterona]
 Frutose ?
(frutose +NADH→sorbitol + NAD+)

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Metabolismo do etanol

Alterações do sistema nervoso central Carbolinas


 Afecta os lípidos
 Bombas de Na+/K+
 Afinidade de PGs para os receptores Acção tremorigénica
 O acetaldeído inibe enzimas
 Síntese de TIQs e carbolinas

Catecolaminas
+ TIQs Receptores opiáceos
Acetaldeído

Dependência
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Metabolismo do etanol

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