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Curso de Pós Graduação de

Fisioterapia em Terapia Intensiva

José Alexandre Pires de Almeida


Fisioterapeuta Mestrando em Imunologia básica e Aplicada pelo PPGIBA – UFAM
Pós Graduado em Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pela Delta – GO
Fisioterapeuta da UTI Oncocirúrgica Adultp da Fcecon/AM
 De acordo com a Portaria n⁰ 895, de 31 de
Março de 2017 do Ministério de estado da
Saúde, UTI é um serviço hospitalar destinado
a usuários em situação clínica grave ou de
risco, clínico ou cirúrgico, necessitando de
cuidados intensivos, assistência médica, de
enfermagem e fisioterapia, ininterruptos,
monitorização contínua durante as 24 (vinte e
quatro) horas do dia, além de equipamentos
e equipe multidisciplinar especializada.
Em uma
unidade de
terapia
intensiva
padrão, existem
múltiplos
dispositivos e
conexões entre
o paciente e
estes aparelhos.
Toda esta
complexidade
passou a
envolver
silenciosamente
o espaço
operacional em
volta do
paciente.
 EQUIPE MÉDICA
 EQUIPE DE ENFERMAGEM
 EQUIPE DE FISIOTERAPIA
 EQUIPES DE APOIO
◦ NUTRIÇÃO
◦ PSICOLOGIA
◦ FARMÁCIA
◦ ODONTÓLOGOS
 DIAGNÓSTICO POR IMAGEM
 LABORATÓRIO
 SERVIÇOS GERAIS
 MAQUEIROS
De acordo com a Resolução nº 402 de 03 de
Agosto DE 2011 do Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional
 I – Realizar consulta fisioterapêutica,
anamnese, solicitar e realizar interconsulta e
encaminhamento;
 II – Realizar avaliação física e
cinesiofuncional específica do paciente crítico
ou potencialmente crítico;
 III – Realizar avaliação e monitorização da via
aérea natural e artificial do paciente crítico ou
potencialmente crítico;
 IV – Solicitar, aplicar e interpretar escalas,
questionários e testes funcionais;
 V – Solicitar, realizar e interpretar exames
complementares como espirometria e outras
provas de função pulmonar, eletromiografia
de superfície, entre outros;
 VI – Determinar diagnóstico e prognóstico
fisioterapêutico;
 VII – Planejar e executar medidas de
prevenção, redução de risco e
descondicionamento cardiorrespiratório do
paciente crítico ou potencialmente crítico;
 VIII – Prescrever e executar terapêutica
cardiorrespiratória e neuro-músculo-
esquelética do paciente crítico ou
potencialmente crítico;
 IX – Prescrever, confeccionar e gerenciar
órteses, próteses e tecnologia assistiva;
 X – Aplicar métodos, técnicas e recursos de
expansão pulmonar, remoção de secreção,
fortalecimento muscular, recondicionamento
cardiorrespiratório e suporte ventilatório do
paciente crítico ou potencialmente crítico;
 XII – Aplicar medidas de controle de infecção
hospitalar;
 XIII – Realizar posicionamento no leito,
sedestação, ortostatismo, deambulação, além
de planejar e executar estratégias de
adaptação, readaptação, orientação e
capacitação dos clientes/pacientes/usuários,
visando a maior funcionalidade do paciente
crítico ou potencialmente crítico;
 XIV – Avaliar e monitorar os parâmetros
cardiorrespiratórios, inclusive em situações
de deslocamento do paciente crítico ou
potencialmente crítico;
 XV – Avaliar a instituição do suporte de
ventilação não invasiva;
 XVI – Gerenciar a ventilação espontânea,
invasiva e não invasiva;
 XVII – Avaliar a condição de saúde do
paciente crítico ou potencialmente crítico
para a retirada do suporte ventilatório
invasivo e não invasivo;
 XVIII – Realizar o desmame e extubação do
paciente em ventilação mecânica;
 XIX – Manter a funcionalidade e
gerenciamento da via aérea natural e
artificial;
 XX – Avaliar e realizar a titulação da
oxigenoterapia e inaloterapia;
 XXI – Determinar as condições de alta
fisioterapêutica;
 XXII – Prescrever a alta fisioterapêutica;
 XXIII – Registrar em prontuário consulta,
avaliação, diagnóstico, prognóstico,
tratamento, evolução, interconsulta,
intercorrências e alta fisioterapêutica;
 XXIV – Emitir laudos, pareceres, relatórios e
atestados fisioterapêuticos;
 XXV – Realizar atividades de educação em
todos os níveis de atenção à saúde, e na
prevenção de riscos ambientais e
ocupacionais.
 Anamnese
 Avaliação do Nível de Consciência e Sedação
 Avaliação de Sinais Vitais
 Aspectos Gerais
 Inspeção Clínica (Inspeção Estática e Dinâmica)
 Palpação Torácica
 Percussão Torácica
 Ausculta Respiratória
 Avaliação Funcional Básica (Avaliação de força Muscular, Avaliação
do Tônus Muscular)
 Avaliação do Equilíbrio Ácido-Básico e das Trocas Gasosas
 Avaliação Cinesiofuncional Respiratória (Manovacuometria)
ROTEIRO PARA ANAMNESE
Identificação:
 Nome do paciente Sexo:
 Data de Nascimento: Estado Civil:
 Procedência: (Nacionalidade)/(Naturalidade):

 Profissão Atual: Há quanto tempo:


 Profissão Anterior: Durante quanto tempo:
 Escolaridade:

 Endereço: Telefone:
 Diagnóstico/Médico Responsável/Clínica de Origem :

 Fisioterapeuta Responsável/Data da
Avaliação/Enfermaria/Leito/Registro do Hospital:
 Queixa Principal
 História da Moléstia Atual (HMA)
 Sinais e Sintomas
 Antecedentes Pessoais e Familiares
 Hábitos e Vícios
 As principais alterações do nível de
consciência incluem:

- Coma: ausência ou redução da capacidade de despertar ou


responder a estímulos
- Torpor: letargia não acentuada, com diminuição da
sensibilidade e movimentos corporais
- Confusão: perda de atenção e/ou diálogo coerente
- Delirium: quadro confusional associado à oscilação entre
agitação psicomotora e quietude
- Obnubilação: redução e lentidão na percepção e na
compreensão associadas à sonolência e à desorientação
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf
 Nova Escala de Coma de Glasgow

Verifique: Perda auditiva, diferenças culturais e


de linguagem, déficit intelectual, TOT ou TQT,
sedação excessiva, entre outros.
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf
 Nova Escala de Coma de Glasgow

Observe: a abertura ocular, conteúdo do


discurso e movimentos dos hemicorpos.
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/downloads/GCS-Assessment-Aid-Portuguese.pdf
 Nova Escala de Coma de Glasgow

Estimule:
o estimulação sonora com ordem em tom de
voz normal ou em voz alta;
o Estimulação física com pressão na
extremidade dos dedos, trapézio ou incisura
supraorbitária.
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/
 Nova Escala de Coma de Glasgow

https://www.glasgowcomascale.org/
Nova Escala de Coma de Glasgow
Estimule:

https://www.glasgowcomascale.org/
Nova Escala de Coma de Glasgow
Pupilas
Critério Verificado Pontuação
Ambas as
pupilas não √ 2
reagem ao
estímulo de
luz
Uma pupila
não reage ao √ 1
estímulo de
luz

Nenhuma
pupila reage √ 0
ao estímulo
de luz

https://www.glasgowcomascale.org/
 Nova Escala de Coma de Glasgow

ATENÇÃO: Se houver uma impossibilidade de


aplicar algum dos estímulos, não se informar
um número e sim “NT”, ou seja, “não testado”.
 Nova Escala de Coma de Glasgow

Pontue: atribuição de uma numeração a partir


da resposta observada.

https://www.glasgowcomascale.org/
 Richmond Agitation Sedation Scale (RASS)

Sessler CN, Gosnell M, Grap MJ, Brophy GT, O'Neal PV, Keane KA et al. The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and
reliability in adult intensive care patients. Am J Respir Crit Care Med 2002; 166:1338- 1344.
* Ely EW, Truman B, Shintani A, Thomason JWW, Wheeler AP, Gordon S et al. Monitoring sedation status over time in ICU
patients: the reliability and validity of the Richmond Agitation Sedation Scale (RASS). JAMA 2003; 289:2983-2991.
 Richmond Agitation Sedation Scale (RASS)

O objetivo é manter o paciente num nível de -2


"Sedação Leve: acorda rápido e mantém contacto" a 0
"Alerta calmo", uma vez que um indivíduo neste
condições é muito mais suscetível de colaborar no
seu tratamento, bem como existe uma
maior facilidade de ser colocado em ventilação
espontânea.

Sessler CN, Gosnell M, Grap MJ, Brophy GT, O'Neal PV, Keane KA et al. The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and
reliability in adult intensive care patients. Am J Respir Crit Care Med 2002; 166:1338- 1344.
* Ely EW, Truman B, Shintani A, Thomason JWW, Wheeler AP, Gordon S et al. Monitoring sedation status over time in ICU
patients: the reliability and validity of the Richmond Agitation Sedation Scale (RASS). JAMA 2003; 289:2983-2991.
 FC
 FR
 TEMPERATURA
 PRESSÃO ARTERIAL
 OXIMETRIA
 CAPNOGRAFIA
 FC: 50 – 100bpm ₁
 PAS:

1 - III Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre


Análise e Emissão de Laudos Eletrocardiográficos, 2016
2 - 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 2017
 FR: 12-20 rpm
 Temperatura: 36 – 37,5⁰C
 Oximetria SapO₂/SatO₂ : > 90%
 Capnografia ETCO₂: 35 – 40mmHg

Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica 2013 -AMIB


 Observar: via de acesso, débito,
aberto/fechado, o que está sendo
administrado.

Sessler CN, Gosnell M, Grap MJ, Brophy GT, O'Neal PV, Keane KA et al. The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and
reliability in adult intensive care patients. Am J Respir Crit Care Med 2002; 166:1338- 1344.
* Ely EW, Truman B, Shintani A, Thomason JWW, Wheeler AP, Gordon S et al. Monitoring sedation status over time in ICU
patients: the reliability and validity of the Richmond Agitation Sedation Scale (RASS). JAMA 2003; 289:2983-2991.
 Invasiva ou não invasiva?
 Prótese Ventilatória (TQT, TOT)
 Modo Ventilatório
 Parâmetros:
- FiO2
- FR Mandatória
- PEEP
- Pinsp
- I:E
- Fluxo Inspiratório
- Tempo Inspiratório
- Ppico

Sessler CN, Gosnell M, Grap MJ, Brophy GT, O'Neal PV, Keane KA et al. The Richmond Agitation-Sedation Scale: validity and
reliability in adult intensive care patients. Am J Respir Crit Care Med 2002; 166:1338- 1344.
* Ely EW, Truman B, Shintani A, Thomason JWW, Wheeler AP, Gordon S et al. Monitoring sedation status over time in ICU
patients: the reliability and validity of the Richmond Agitation Sedation Scale (RASS). JAMA 2003; 289:2983-2991.
 Posição da fixação do TOT ou Cânula de TQT
 Tamanho do tubo ou cânula
 Pressão intra-cuff
 Posicionamento seletivo
 Tipo de dispositivo

o Baixo ou alto Fluxo: Máscaras de Nebulização


(tenda), cânula nasal de baixo e alto fluxo,
sistema venturi, MNR, entre outros.
 O Fisioterapeuta limita-se à observação.

 Detectar e correlacionar características


observadas à sintomatologia do paciente.

 Inspeção Estática e Inspeção Dinâmica

Forma do tórax e suas Movimentos respiratórios,


anormalidades suas características e
alterações
 Grau de Hidratação,
 Perfusão tecidual,
 Edema (a intensidade do edema referindo-se
à profundidade da fóvea graduada em cruzes
(+, + +, + + + e + + + +).
 Incisão Cirúrgica
 Presença de cicatrizes
 Coloração da pele (Eritema, palidez, cianose,
icterícia, equimose)

Central Periférica
 Formas do Tórax

Fonte: Adaptada do site Central do Técnico de Enfermagem.


http://www.tecnoenf.com.br/examefi sico.htm
 Alterações na parede abdominal
Anormalidades abdominais encontradas em quadros de
hepatoesplenomegalia, ascite ou distensão gástrica, podem
levar à restrição na expansibilidade torácica, com consequente
redução dos volumes e das capacidades pulmonares e aumento
do trabalho muscular respiratório.

- Forma: Abdômen globoso ou distendido (panículo adiposo ou


ascite), abdômen escavado.
 Avaliam-se:

- Padrão Respiratório
- Frequência Respiratória
- Ritmo Respiratório
- Expansibilidade Torácica
- Esforço Muscular Respiratório
 Respiração torácica ou costal

Movimento predominantemente na porção superior da caixa


torácica.

 Respiração diafragmática ou abdominal

Movimentação da metade inferior do tórax e do abdome


superior.
 Respiração Paradoxal

Caracteriza-se por retração da parede abdominal e projeção


externa do tórax durante a inspiração. Ocorre na presença de
fadiga ou paralisia diafragmática. Podem existir movimentos
respiratórios paradoxais entre os dois hemitórax secundários à
instabilidade unilateral da caixa torácica (fraturas múltiplas de
arcos costais).
 12-20 rpm em um adulto durante o repouso
 Bradipnéia: FR =< 10rpm (TCE, Oversdose)
 Taquipnéia: FR => 20-24rpm ( ↑ carga resistiva,
Hipoxemia arterial grave copm PaO2 < 50mmHg,
exercício intenso, ansiedade, dor)
 Apnéia: parada temporária da respiração após a
expiração
 Os ritmo respiratórios anormais associam-se as
alterações da FR, intervalos entre as fases dos
ciclos ventilatórios e amplitude dos movimentos
respiratórios.
 Os ritmo respiratórios anormais associam-se as
alterações da FR, intervalos entre as fases dos
ciclos ventilatórios e amplitude dos movimentos
respiratórios.
 Respiração Cheyne-Stokes

- Caracteriza-se por aumento e diminuição da frequência e


profundidade da respiração, seguidos de períodos de pausas
respiratórias. As causas mais frequentes são a IC, a hipertensão
intracraniana, o AVE e o TCE;

Fonte: Adaptada do site Escuela de Medicina.


http://escuela.med.puc.cl/
 Respiração Cheyne-Stokes
 Respiração de Biot

- Apresenta-se com duas fases – a primeira constituída de apneia, e a


segunda composta por movimentos inspiratórios e expiratórios
anárquicos quanto ao ritmo e à amplitude. Quase sempre indica grave
comprometimento cerebral.

Fonte: Adaptada do site Escuela de Medicina.


http://escuela.med.puc.cl/
 Respiração de Biot
 Respiração de Kussmaul

- Caracteriza-se por respirações profundas e rápidas, seguidas ou


não de pausas inspiratórias e expiratórias. A acidose metabólica é a
sua principal causa.

Fonte: Adaptada do site Escuela de Medicina.


http://escuela.med.puc.cl/
 Respiração de Kussmaul
 Normalmente, a expansibilidade torácica é
simétrica e equivalente nos dois hemitórax.

 Qualquer doença que afete a caixa torácica, sua


musculatura, o diafragma, a pleura ou o pulmão
unilateralmente pode ser precocemente percebida
pela redução da expansibilidade torácica do lado
comprometido.
 As doenças que acometem ambos os pulmões ou
a caixa torácica provocam redução bilateral da
expansibilidade, o que é comumente observado
nas DNMs, DPOC e patologias restritivas.
 O aumento do trabalho respiratório pode ser
caracterizado pela presença de:
- Contração de musculatura acessória (esternocleidomastóideo e
escalenos)

- Contração de musculatura expiratória (abdominal)

- Batimento de asa de nariz

- Tiragens costais (grande redução da pressão intratorácica)


 A palpação torácica consiste em utilizar o tato para
a percepção das estruturas da caixa torácica, sejam
elas partes moles ou estruturas ósseas, visando a
avaliar a presença de anormalidades como edemas,
enfisemas subcutâneos, desvios de traquéia,
alterações de sensibilidade, expansibilidade
torácica e temperatura, além da obtenção do
frêmito toracovocal.
 Frêmito Tóraco Vocal (FTV): sons e vibrações
gerados pelas cordas vocais durante a fala e
transmitidos por vias aéreas, pulmões e parede
torácica.
 Torna-se mais perceptível em condições como
condensações, neoplasias e derrame pleural,
estando reduzido na presença de pneumotórax ou
hiperinsuflação.
 O crépito é um som ou sensação tátil semelhante a
um estalido, percebido na presença do enfisema
subcutâneo.
 A percussão torácica produz um som grave (baixa frequência)
de baixa intensidade (fraco) e, por consequência, denominada
vibração.
 A percussão torácica é um exame pouco utilizado
em condições normais, sendo reservada a
pacientes com suspeita de:

- Aumento da densidade pulmonar (condensações,


preenchimento alveolar, derrame pleural).

Macicez
 A ausculta é um componente semiológico básico e essencial
do exame físico do SR, que permite a obtenção rápida e
pouco dispendiosa de numerosas informações acerca de
diferentes patologias broncopulmonares.

 Deve ser realizada durante todo o ciclo respiratório,


descrevendo a presença e a distribuição normal dos sons da
respiração, assim como a presença de anormalidades na
localização desses sons.
 Algumas recomendações da força-tarefa da European
Respiratory Society (ERS) de 2016, denominada “Towards the
standardisation of lung sound nomenclature”, merece
destaque sobre a não utilização do termo “murmúrio
vesicular”. A substituição da terminologia “murmúrio
vesicular” por “sons pulmonares (ou respiratórios) normais” é
recomendada, pois, diferentemente do que se acreditava no
passado, atualmente, é incorreto afirmar que sons
“vesiculares” são produzidos pelo ar entrando nos alvéolos
(vesículas) .
 Os sons respiratórios dividem-se em:

- Normais ou fisiológicos (sons pulmonares e ruídos


traqueais)
- Adventícios contínuos (roncos e sibilos)
- Adventícios descontínuos (crepitações e atrito
pleural)
 Mais valiosa ferramenta diagnóstica
 Tem como objetivo confirmar achados
anteriores, identificação de ruídos
pulmonares característicos, avaliar os efeitos
da terapia (foi eficiente?)
 Ruídos Adventícios (RA):
- Roncos: mucos nas VA de grosso calibre
- Sibilos: obstrução de VA por edema ou
espasmo. Expiratório (broncoespasmos) ou
inspiratório (hipersecreção brônquica)
- Estertores Crepitantes: alta tonalidade e curta
duração, denotam líquido intra-alveolar ou
abertura alveolar
 Ruídos Adventícios (RA):
- Atrito Pleural: “roçar de uma pleura na outra”
durante insp e exp, audível nas faces laterais do
tórax, presente em inflamações do parênquima
pulmonar, neoplasias e trauma nas pleuras.
 Ruídos Adventícios (RA):
- Atrito Pleural: “roçar de uma pleura na outra”
durante insp e exp, audível nas faces laterais do
tórax, presente em inflamações do parênquima
pulmonar, neoplasias e trauma nas pleuras.
 Dentre as técnicas não invasivas destinadas a
monitorizar as trocas gasosas no paciente
criticamente enfermo, destacam-se a oximetria de
pulso e a capnografia.
 Saturação de Oxigênio (SatO2/SpO2)

- Hemácias contém Hb
- Cada molécula de Hb carrega até 4 moléculas de O2
(Saturada de O2)
- Se todos os sítios de ligação na molécula de hemoglobina
estão carregando oxigênio, a saturação é 100%.
- Ideal em indivíduos criticamente enfermos Saturação de O2
92-96%.
 Fatores que podem impedir leituras acuradas de
leitura da Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2)

- Meta-hemoglobinemia (Hb que não se liga ao O2 devido


baixa concentração de Ferro);
- Carboxi-hemoglobina (Hb que não se liga ao O2 por ter em
sua estrutura ligante CO);
 Fatores que podem impedir leituras acuradas de leitura
da Saturação Periférica de Oxigênio (SpO2)

- Hiperbilirrubinemia (bilirrubina da bile degrada glóbulos


vermelhos no baço);
- Luz ambiente excessiva;
- Mau posicionamento do sensor;
- Redução da perfusão em extremidades (DVAs vasoconstritoras,
frio)
- Esmalte
- Edema
 Pletismografia de pulso (Oximetria de pulso)

A absorção varia com o pulso, de forma periódica e


constante, em função das modificações do volume de
sangue contido na extremidade avaliada.
 Índice de Perfusão Periférica (IPP) ou Perfusion
Index (PI) na Oximetria de pulso

- O índice de perfusão (PI) é calculado como a razão


entre o fluxo sanguíneo pulsátil e o sangue não
pulsátil no tecido periférico. PI pode ser usado para
avaliar a dinâmica de perfusão periférica devido a
mudanças no tônus ​vascular periférico.
 Índice de Perfusão Periférica (IPP) ou Perfusion
Index (PI)

- Valores ideais:

0,02% 20%

Pulso fraco Pulso forte


 Capnografia

- A capnografia é a representação gráfica da curva da pressão


parcial de CO2 na mistura gasosa expirada em relação ao
tempo, permitindo a avaliação da ventilação alveolar de forma
não invasiva.
 Capnografia

- A melhor expressão de uma adequada ventilação alveolar é


aquela em que se observam níveis imperceptíveis de CO2
durante a inspiração e valores elevados, próximos aos da
pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial
(PaCO2) ao final da expiração.
 Capnografia (Traçado capnográfico) – ETCO2 (End
tidal CO2)

A-B: Início da expiração


B-C: Platô Alveolar (exalação máxima gás alveolar)
C-D: Inspiração
D: Platô Inspiratório

Fonte: Amaral e colaboradores (1992)


 Capnografia (Traçado capnográfico) – ETCO2 (End
tidal CO2)

A) Curva capnográfica apresentando redução súbita da pressão parcial de


CO2 ao final da expiração (PETCO2), sugestiva de apneia, desconexão do
circuito ventilatório ou extubação acidental.

Fonte: Adaptada de Amaral e colaboradores (1992).


 Gasometria Arterial

- A gasometria arterial é um exame invasivo que


permite analisar os gases sanguíneos e avaliar o
equilíbrio acidobásico e a oxigenação.

- A interpretação desse exame permite identificar


alterações ventilatórias e de troca gasosa,
estabelecer objetivos terapêuticos e nortear o
emprego de modalidades de tratamento

AULA ESPECÍFICA
 Manovacuometria

- A manovacuometria consiste na mensuração das pressões


respiratórias estáticas máximas, da pressão inspiratória
máxima (PImáx) e da pressão expiratória máxima (PEmáx), as
quais expressam, respectivamente, a força máxima dos
músculos inspiratórios e expiratórios.
 Manovacuometria - Indicações

- Pacientes sob VM prolongada (>48h)


- Antes da interrupção da VM como índice preditivo do sucesso
do desmame ventilatório
- Durante desmame difícil ou prolongado da VM
- Pré e pós operatório de cirurgias tóraco-abdominais
 Manovacuometria – Contra-Indicações ABSOLUTAS

- IAM ou Angina instável recente;


- HAS grave descompensada;
- Aneurisma da Aorta;
- Fístulas pleurocutâneas ou broncopleurais;
- Hérnias abdominais;
- Glaucoma ou problemas de retina;
- hidrocefalia, meningocele e processos neurológicos que
favoreçam a herniação das amídalas cerebelares.
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação

- As medidas da respiração espontânea só devem ser


realizadas nos pacientes alertas e capazes de cooperar com a
realização da manobra.
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação em respiração
espontânea

- A PImáx é rotineiramente medida por meio de um esforço


inspiratório máximo contra a via aérea ocluída (manobra de
Muller) a partir de uma expiração máxima até o volume
residual – VR (PImáx-VR).
- A PEmáx é geralmente medida por meio de um esforço
expiratório máximo contra a via aérea ocluída (manobra de
Valsalva) a partir de uma inspiração máxima até a capacidade
pulmonar total – CPT (PEmáx-CPT).
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação em Ventilação
Mecânica

- Em pacientes intubados ou traqueostomizados, inconscientes


e incapazes de cooperar, a PImáx pode ser realizada a partir
da CRF acoplando-se o manovacuômetro diretamente na via
aérea artificial.
- A utilização de um sistema de válvulas unidirecionais permite
uma aferição mais acurada e a obtenção de maiores valores,
pois a oclusão da válvula unidirecional inspiratória possibilita
a realização da manobra próxima ao VR.
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação em Ventilação
Mecânica

- A oclusão da via aérea por 40 segundos e o registro do maior


valor obtido após três manobras sucessivas garantem maior
acurácia e reprodutibilidade à manovacuometria.

- A hiperoxigenação prévia por, pelo menos, 2 minutos é


recomendada para evitar possível queda de SpO2, oferecendo
maior segurança para a realização da técnica.
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação em Ventilação
Mecânica

- O posicionamento com decúbito elevado, a pelo menos 60º,


oferece uma melhor vantagem mecânica ao diafragma e
também contribui para a obtenção de maiores valores
pressóricos.

- Sugere-se a realização de técnicas de hiperinsuflação


pulmonar para reverter o provável colapso alveolar causado
pela redução de volume pulmonar.
 Manovacuometria – Técnica de Avaliação em Ventilação
Mecânica

- A função ventilatória e o mecanismo de tosse estarão quase


sempre prejudicados quando a PImáx for maior do que
- 50cmH2O.
- Valores maiores do que -25cmH2O são invariavelmente
compatíveis com a necessidade, em algum grau, de suporte
ventilatório.
 Manovacuometria – Treinamento com Carga Linear

-↑Força: 40-60% da PiMAX com séries de


repetições menores (3x5)

-↑Resistência: 30-50% da PiMAX com séries de


repetições maiores (3x10 ou até 3x15)
 Pico de Fluxo Expiratório

- O pico de fluxo expiratório (PFE) representa o máximo volume


de ar exalado por unidade de tempo. Pode ser medido
utilizando-se dispositivos portáteis ou por meio dos sensores
presentes em alguns modelos de ventiladores mecânicos.
 Pico de Fluxo Expiratório (PFE)

- A redução do PFE pode caracterizar a presença de obstrução


de vias aéreas e/ou disfunção muscular expiratória, sendo
bastante útil durante a avaliação de pacientes portadores de
patologias pulmonares obstrutivas (asma, DPOC), pacientes
hipersecretivos e portadores de DNM.
- A obtenção de valores de PFE voluntário > 60Lpm ou de PFE
assistido > 160Lpm aumenta a probabilidade de sucesso na
extubação ou decanulação.
 Pico de Fluxo Expiratório (PFE)
 A força muscular periférica pode ser avaliada
utilizando-se a escala Medical research Council
Sum-Score (MRC-SS), assim como por meio da
força de preensão palmar (FPP) por dinamometria.

 Na escala MRC-SS, uma pontuação < 48 é


sugestiva de déficit motor grave.
 Avaliação de 12
Grupos musculares

Flexão do quadril
0-5

Extensão do Joelho
0-5

Dorsiflexão do tornozelo
0-5
 Avaliação de 12 Abdução do ombro
Grupos musculares 0-5

Flexão do cotovelo
0-5

Extensão do punho
0-5
Fonte: Adaptado de De Jonghe et al (2005).
 Quando e como aplicar?

 Antes de sua aplicação a sedação deve ser suspenso e o


paciente estar desperto.

 Score de pelo menos três em cinco dos critérios de


compreensão de Jonghe. Solicitar ao paciente que:

- Abra e feche os olhos


- “Olhe para mim”
- Abra a boca e mostre sua língua
- Acene com a cabeça
- Levante as sobrancelhas quando eu contar até 5

 De Jonghe B. et al (2002)
 O tônus muscular define o estado de tensão
permanente do músculo estriado mesmo quando
em repouso, ou seja, trata-se da resistência
oferecida ao movimento passivo dos membros. Os
distúrbios do tônus muscular incluem a hipertonia
e a hipotonia.
 O tônus muscular pode ser avaliado de várias
formas, com base na análise da resistência ao
movimento passivo com realização de
movimentos articulares em diferentes velocidades
e angulações, sempre comparando-se com o
membro equivalente contralateral.

Sheean G. The pathophysiology of spasticity. Eur J Neurol. 2002 May;9 Suppl 1:3-9
Proposta de algoritmo para
estabelecer níveis de
progressão da mobilização
do doente crítico.
Fonte: FRANÇA et al, 2012.

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