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Conceito:
Carlos R. Gonçalves, Maria Helena Diniz, Caio Mário da Silva Pereira, Orlando Gomes , e outros
autores destacam na coação o emprego da pressão moral ou psicológica a viciar a vontade.
Ou seja:
É o temor despertado pela coação que torna defeituosa a vontade, incidindo diretamente na
inteligência da vítima.
Elpidio Donizetti conceitua coação como “a violência psicológica ou física que força o agente a
emitir uma declaração de vontade que não emitiria se não temesse sofrer um dano”
O Prof. Nehemias, “ coação é a pressão moral ou pressão psicológica com ameaça de causar
um mal grave ao próprio individuo, sua família ou seus bens, com a finalidade de obriga-lo,
contra a sua vontade, a realizar determinado negocio”
Espécies de coação:
a) ABSOLUTA OU FISICA _ vis absoluta_;
b) RELATIVA OU MORAL _ vis compulsiva_
a) Coação absoluta ou fisica ( vis absoluta) na visão do Prof. Nehemias “é aquela que
tolhe totalmente a vontade do individuo, de forma a se poder afirmar que não há
vontade” ( MELLO, 2016, p. 217)
Exemplifica o autor:
O assaltante aponta arma para a cabeça da vitima e a obriga a assinar um documento.
Pelo visto, a vantagem é obtida pelo coator mediante emprego de força física pelo coator
sobre a vitima.
Ex. a colocação da impressão digital do analfabeto no contrato, agarrando com força o seu
braço (Carlos R. Gonçalves)
Em verdade, inexiste aí qualquer consentimento ou manifestação de vontade.
Alguns autores, dentre eles o Prof. Nehemias, consideram tal ato como nulo, porque
inexistente aí a vontade que é elemento essencial do negócio jurídico.
Para o autor, este tipo de coação é o que nos interessa, porque trata-se de vicio de vontade
propriamente dito.
Na sua preleção, neste, existe para o coagido uma certa possibilidade de escolha entre:
a) expor-se ao mal resultante da ameaça......... ou ................... b) concluir o negocio.
Ou seja: “ a vontade é cerceada, mas não é totalmente excluída” afirma ele a pág. 217
Exemplifica: “alguém ameaça sequestrar seu filho se a vitima não assinar um documento”
OBSERVAÇÃO:
Neste tipo de coação, o coator deixa o coagido em uma situação tal que ele acaba praticando
o ato que, na verdade, não queria praticar.
1. Deve ser a causa determinante do ato_ há que se ter uma causalidade entre a
coação e o ato realizado;
4. A intenção de coagir;
REVISÃO:
Vejamos:
Analise do código civil sobre os requisitos da coação:
I. No art. 151:
“ A coação, para viciar a declaração de vontade, há de ser tal que incuta ao
paciente fundado temor de dano iminente e considerável, a sua pessoa, a sua
família, ou aos seus bens.
II. No § único do art. 151:.
“Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com
base nas circunstancias, decidirá se houve coação”
Na coação deve haver a relação de causalidade entre a coação exercida e o ato extorquido, de
forma que provocou na vítima fundado temor de grave ameaça ou violência de dano moral
ou patrimonial a sua pessoa, a sua família ou aos seus bens.
Ex.: Se, Caio, ameaça Silvio de contar à noiva deste sobre a amante de Silvio, o temor é
reverencial, e Silvio não pode alegá-lo para se dizer coagido ( Elpidio Donizetti)
Dano atual e iminente, significa nas lições de Clóvis Beviláqua: “atual e inevitável” e
não dano impossível, remoto ou evitável, mediante auxílio de outras pessoas.
VI. Igualmente pode ocorrer ameaça aos bens da vítima a provocação de dano
patrimonial, como incêndio, depredação, greve.....
Ou seja:
A coação exercida por terceiro só vicia e permite sua anulação se, a outra parte a que
se beneficiou, dela teve, ou devesse ter conhecimento.
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Há, portanto aí cumplicidade do beneficiário, que responderá perante à vítima pelas
perdas e danos devidas àquele.
Se, contudo, a parte beneficiária não tinha conhecimento da coação exercida por
terceiros em seu beneficio, o negocio valerá e a pessoa que foi coagida terá direito de
ação contra o coator para ser indenizado de todos os prejuizos que o ato lhe causou,
leciona o Prof. Nehemias ( p. 220)