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Avaliação dos diferentes níveis de Profundidade na Germinação das

sementes de Acácia Magium Wilb


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Proposta de projecto

Mocuba, Outubro de 2023


Índice
I. Introdução ................................................................................................................ 4

1.1. Problema e justificação ....................................................................................... 5

1.2. Objetivos ................................................................................................................... 7

1.2.1. Geral ................................................................................................................... 7

1.2.2. Específicos.......................................................................................................... 7

II. Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 8

2.1. Descrição da espécie ................................................................................................ 8

O Gênero Acácia ......................................................................................................... 8

Acácia mangium .......................................................................................................... 8

2.2. Germinação de Sementes ........................................................................................ 9

2.2.1. Factores que afectam a germinação das sementes ......................................... 9

2.3. Testes e parâmetros a avaliar ............................................................................... 10

2.4. Recipientes para a produção de mudas embaladas ............................................ 10

III. Matérias e Métodos ................................................................................................ 11

3.1. Descrição da área de estudo.................................................................................. 11

3.2. Pré-tratamentos aplicados .................................................................................... 11

3.3. Testes preliminares ................................................................................................ 11

3.3.1. Percentagem de germinação .......................................................................... 11

3.3.2. Velocidade de germinação .............................................................................. 11

3.3.3. Energia de germinação ................................................................................... 11

3.5 Delineamento a usar ............................................................................................... 12

3.6 Desenho Experimental ........................................................................................... 12

3.7. Profundidade a usar .............................................................................................. 12

4. Referencias Bibliográfica ......................................................................................... 13


I. Introdução

Entre as actividades de silvicultura, a produção de mudas florestais, é uma das mais


importantes actividades, pois representam o início de uma cadeia de operações que visam
o estabelecimento de florestas. Desta forma, os sucessos de implantação e de produção
florestal estão diretamente relacionados a qualidade das operações do viveiro e do seu
produto, que são as mudas (Schom e Formento, 2003).

A qualidade das sementes envolve aspetos genéticos, morfológicos, fisiológicos e


sanitários que avaliados de maneira integrada dão conhecimento do valor real e do
potencial de utilização de um lote de sementes. Esta informação permite a identificação
de factores que afectam a qualidade, a preservação de sementes e possibilita a tomada de
medidas que garantem ao utilizador final a aquisição de sementes que produza plantas de
qualidade para o sucesso da plantação (Xavier, 1989).

Os plantios florestais ocuparam cerca de 9,55 milhões de hectares em 2021, destes, mais
de 161.9 mil há possuem plantios de Acácia mangium Willd, que é classificada como uma
das espécies florestais mais plantadas em território brasileiro (IBÁ, 2021). Conhecida
popularmente como acácia ou acácia-australiana, é uma espécie arbórea que pertence à
família Fabaceae, ocorrendo naturalmente no Nordeste da Austrália e destacasse por
possuir grande potencial silvícola (GONÇALVES e LELIS, 2012).

A A. mangium é utilizada em plantios de sistemas agroflorestais, e, por ser uma espécie


adaptável aos mais variados tipos de solo de regiões tropicais, também é empregada na
recuperação de áreas degradadas (LAPAZ et al., 2017).

A produção de mudas de A. mangium com qualidade demanda cuidados, pois suas


sementes apresentam dormência tegumentar, que impede a permeabilidade da água,
interferindo diretamente no processo germinativo, provocando uma baixa taxa de
germinação e disparidade entre as mudas que emergirem (FERNANDES et al., 2018).

A germinação é definida como a emergência e o desenvolvimento das estruturas


essenciais do embrião, manifestando a sua capacidade para dar origem a uma plântula
normal, sob condições ambientais favoráveis (IPEF, 1999).

Segundo Costa (2003), a profundidade que devem ficar as sementes vária na razão directa
das suas dimensões. Uma cobertura mais leve pode não reter a humidade suficiente para
a germinação e pode ocorrer que, depois de começar a germinação a radícula empurra a
semente a superfície em vez de penetrar no solo (Deichmann1967).

Segundo Hartmann & Kester (1975), as profundidades de plantio e seus efeitos na


germinação é influenciado pela temperatura. É o factor mais importante do meio ambiente
que regula a germinação e o crescimento da plântula. Dentro de determinados limites a
velocidade aumenta com o incremento de temperatura, sendo que o valor da germinação,
o crescimento e a diferenciação das plântulas são favorecidos pelas flutuações entre as
temperaturas diurna e nocturna. A emergência das plântulas depende não só da energia
contida no endosperma ou cotilédones, mas também da profundidade em que a semente
é semeada (Hackbart & Cordazzo, 2003).

1.1. Problema e justificação

Uma germinação rápida e uniforme das sementes, seguida por imediata emergência das
plântulas são características altamente desejáveis na formação de mudas, pois quanto
mais tempo a plântula permanecer nos estádios iniciais de desenvolvimento e demorar
para emergir do solo, mais vulnerável estará às condições adversas do meio em que esta
plântula se desenvolve (Martins et al, 1999).

A profundidade de germinação depende de ar, calor e humidade. Uma sementeira


profunda acarreta em maior tempo de germinação, gasto de energia, apodrecimento de
sementes e ataque de fungos. A sementeira a lanço torna a germinação mais fácil,
entretanto as sementes ficam mais expostas e são mais atacadas por pássaros e roedores
e ficando com pouca humidade são levadas facilmente pela água e pelo vento. A
profundidade de sementeira deve ser igual a duas vezes a espessura da semente (GTZ,
1986 e Lamprecht, 1974).

A profundidade dos sulcos deve ser de cerca de 2 a 3 vezes o diâmetro mais pequeno da
semente (Bunderson & Bodnar, 1995). Para o Monteiro (2005), a profundidade de
sementeira deve ser sensivelmente igual a 1,5 vezes a maior dimensão da semente.

Para além da recomendação da profundidade mais adequada, é fundamental avaliar


diferentes níveis de profundidades de sementeira sobre a percentagem, a energia e a
velocidade de germinação durante a produção das mudas vigorosas no viveiro. Face a
diferente argumentação apresentada pelos autores acima citados, este estudo poderá servir
de base para se recomendar diferentes níveis de profundidade de sementeira adequada
para as sementes de Acácia Mangium.
1.2. Objetivos
1.2.1. Geral
 Avaliar diferentes níveis de Profundidade na Germinação das sementes de Acácia
Magium Wilb

1.2.2. Específicos
 Avaliar a percentagem de germinação das sementes de Acácia Mangium em
diferentes níveis de profundidades;
 Determinar a velocidade de germinação das sementes de Acácia Mangium em
diferentes níveis de profundidades, no viveiro;
 Comparar a energia de germinação das sementes da Acácia Mangium em
diferentes níveis profundidades;
 Indicar o melhor nível de profundidade de sementeira para a germinação das
sementes de Acácia Mangium em estudo no viveiro
II. Revisão Bibliográfica

2.1. Descrição da espécie


O Gênero Acácia
O gênero Acácia está incluído na família Leguminosae, subfamília Mimosoideae. A
família Leguminosae é uma das maiores dentre as dicotiledóneas, compreendendo mais
de 13.000 espécies reunidas em mais de 600 gêneros distribuídos mundialmente,
principalmente nas regiões tropicais e subtropicais (ANDRADE, et al., 2003).

O gênero Acácia é considerado o segundo maior da família Leguminosae, com cerca de


1.350 espécies catalogadas e com distribuição cosmopolita, ou seja, são espécies que
podem ser encontrada praticamente em qualquer lugar do mundo, porém apenas dentro
de condições adequadas para o seu desenvolvimento (BOCAGE, et al., 2008).

Acácia mangium
A Acácia mangium é uma leguminosa pioneira que vem despertando a atenção dos
técnicos e pesquisadores pela rusticidade, rapidez de crescimento e, principalmente, por
ser espécie nitrificadora (VEIGA et al., 2000).

É uma espécie nativa do noroeste da Austrália, de Papua Nova-Guiné e do oeste da


Indonésia. Apresenta potencial para cultivo nas zonas baixas e úmidas, apresentando usos
variados, entre eles a construção civil, móveis, energia e recuperação de áreas degradadas
(DUBOIS et al., 1996).

Tem sido utilizada em grande escala na recuperação de áreas degradadas em razão da


possibilidade de ocorrência de associação simbiótica com microrganismos tais como a
bactéria do gênero Rhizobium e o fungo Thelephora ramarioides e à elevada deposição
de folhas no solo, favorecendo a ciclagem de nutrientes (SMIDERLE et al., 2005).

Produtores da Amazônia Oriental Brasileira acreditam no potencial de se utilizar essa


espécie como estaca viva para maracujá, além de sua utilização para lenha e carvão. A
espécie pode ser utilizada em sistemas silvipastoris, onde muitos produtores de leite se
interessam pelo plantio de arvores em pastagens, devido à produção de sombra, que na
qual proporciona um maior conforto térmico para os animais, que gera efeitos benéficas
para a produção de leite e para reprodução, além da produção de madeira na propriedade
(MILARÉ, 2007).
2.2. Germinação de Sementes
A germinação é um fenómeno biológico que pode ser considerado botanicamente como
a retomada do crescimento do eixo embrionário, com o consequente rompimento do
tegumento pela radícula. Entretanto, para os tecnólogos de sementes, a germinação é
reconhecida como tal, desde que as plântulas apresentem tamanho suficiente para que se
possam avaliar a normalidade de suas partes e a sua possibilidade de sobrevivência
(LABOURIAU, 1983).

A semente (do latim seminilla, diminutivo de semen, esperma) é o órgão responsável pela
dispersão e perpetuação das espermatófitas, as plantas que as produzem. O termo semente
é utilizado para designar um óvulo maduro, possuindo um eixo embrionário em algum
estágio de desenvolvimento, material de reserva alimentar (raramente ausente) e um
envoltório protector, o tegumento. As funções das sementes relacionam-se com a
dispersão e a sobrevivência de plantas sob condições favoráveis como também
desfavoráveis, tais como extremos de temperatura (até certos limites) e de seca
(DAMIÃO FILHO & MÔRO, 2001).

2.2.1. Factores que afectam a germinação das sementes


Muitas espécies florestais possuem sementes que mantém o seu poder germinativo
durante um período limitado denominados por sementes ortodoxas, isto é, podem ser
secas até um conteúdo de humidade baixo (cerca de 5 - 10%) e são armazenadas a baixa
temperatura (3º C) durante períodos longos e armazenados em recipientes a prova de
humidade (Staiss, 1999) e as que não conseguem manter o seu poder germinativo
chamam-se recalcitrantes. Minimizando-se os factores que reduzem a qualidade
fisiológica das sementes na fase do campo (após a maturação fisiológica e antes da
colheita) e durante as operações de colheita, secagem e beneficiamento, a preservação da
qualidade depende das condições de armazenamento da semente (Popinigis, 1977).
Os factores que afectam a germinação das sementes são: genótipo das plantas, condições
climáticas predominantes durante a maturação, grau de injúrias mecânicas, condições
ambientais de armazenamento, sementes atacadas por microrganismos e insectos,
densidade e tamanho das sementes, idade das sementes, disponibilidade de água e
temperatura durante a embebição (Carvalho & Nakagawa, 2000).
Dentre os factores ambientais que influenciam a germinação encontram-se cinco
condições imprescindíveis: a disponibilidade de água, a temperatura, oxigénio, luz
(Marcos Filho, 1986), além do substrato. Dentre as condições ambientais que afectam o
processo germinativo, a temperatura é um dos factores que tem influência significativa
(Mayer & Poljakoff-Mayber, 1989). A absorção de água pelas sementes é indispensável
para o início do processo de germinação.

2.3. Testes e parâmetros a avaliar


Segundo o Msanga (1999), antes dos testes de germinação devem ser realizados alguns
testes preliminares para a determinação da percentagem de pureza, conteúdo de humidade
e o número de sementes por kg e o peso de mil sementes. Estes testes permitem determinar
a perda de qualidade da semente ao longo de tempo, permitindo assim que as sementes
deterioradas e de baixa qualidade sejam descartadas, não sendo armazenadas para a sua
posterior utilização.

A eficiência e o êxito de produção de plantas no viveiro e o seu estabelecimento posterior


nas plantações florestais dependem em grande medida da qualidade de sementes. Com
poucas excepções, todos ensaios de germinação efectuam-se com sementes puras
separadas mediante o ensaio de pureza.

A qualidade da semente compreende tanto a sua viabilidade fisiológica e seu vigor como
qualidade genética, sua capacidade para produzir mudas sãs que se adaptam bem ao lugar
em que plantam e aos seus produtos e serviços que se pretendem obter dos mesmos (FAO,
1985).

2.4. Recipientes para a produção de mudas embaladas


Os sacos plásticos de polietileno são os recipientes mais comuns usados na produção de
mudas embaladas em muitas partes do mundo (De Macedo, 1993). Estes sacos
apresentam a vantagem de dispensar grandes investimentos em infra-estruturas e tem
custos relativamente baixos, mas em contrapartida, com este tipo de recipiente, a
produção não pode ser mecanizada devido a necessidade de as embalagens estarem em
perfeito alinhamento nos canteiros (Schorn & Formento, 2003). Para além desta
desvantagem, incluem ainda a operação de plantio que retardada pela necessidade da
retirada da embalagem (Campinhos & Ikemori, 1983).
III. Matérias e Métodos

3.1. Descrição da área de estudo

3.2. Pré-tratamentos aplicados


As sementes de Acácia Mangium será submetido a pré-tratamento por imersão em água
quente 72°C por 24horas e posteriormente serram levadas diretamente ao viveiro para a
sua germinação. Salientar que as sementes dessa espécie se não forem submetidas a
nenhum pré-tratamento estas podem levar um período longo para germinar.

3.3. Testes preliminares


3.3.1. Percentagem de germinação
𝐍° 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐠𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐚𝐝𝐚𝐬
𝑮= × 𝟏𝟎𝟎%
𝐍° 𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬

Onde: G é a percentagem de germinação

3.3.2. Velocidade de germinação


A velocidade de germinação (VG) é calculada segundo Maguire (1962) pela fórmula:

𝐺1 𝐺2
𝑉𝐺 = + + ⋯ + 𝐺𝑛/𝑁𝑛
𝑁1 𝑁2

Onde: G1, G2, Gn = número de plântulas contabilizadas na primeira, na segunda e na


última contagem; e N1, N2, Nn = número de dias de sementeira à primeira, segunda e
última contagem.

3.3.3. Energia de germinação


Para cada espécie a energia de germinação é calculada com a seguinte fórmula

∑ 𝐺
𝐸 =
𝑁

Onde: E – é a Energia de germinação e

∑𝑛𝑖=1 𝐺 - É o somatório da % acumulativa da germinação diária desde o início até ao pico

N - É o número total de sementes da amostra


3.5 Delineamento a usar
O esquema experimental obedecera o delineamento de blocos completamente causalizado
(DBCC) em blocos, 4 tratamentos (profundidades de plantio) e 3 repetições. Por cada
bloco serram alocadas 75 bolsas, totalizando cerca de 225 bolsas no viveiro.

A escolha desde delineamento deve-se ao facto de que ensaio será feito no viveiro e as
condições são muito variadas tais como a humidade, temperatura, insolação.

3.6 Desenho Experimental

Bloco I Bloco II Bloco III

T4 T1 T2
T3 T4 T1
T2 T3 T4
T1 T2 T3

Na casualização inicialmente enumerei cada tratamento consecutivamente de cima para


como apresenta-se para o bloco 1, em seguida usarei piquetes enumerados de 1 a 4 e farei
o sorteio para cada bloco

3.7. Profundidade a usar

Profundidade (cm) Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3


2 T4 T1 T2
4 T3 T4 T1
6 T2 T3 T4
8 T1 T1 T3
4. Referencias Bibliográfica
GONÇALVES, F. G.; LELIS, R. C. C. Caracterização tecnológica da madeira de
Acacia mangium em plantio consorciado com eucalipto. Floresta e Ambiente, [s.l.],
v. 19, n. 3, p. 286-295, 2012.

HACKBART, V. C. S.; CORDAZZO, C. V. (2003) Ecologia das Sementes e


Estabelecimento das Plântulas de Hydrocotyle bonariensis Lam. Atlântica, Rio
Grande, n. 25, v. 1, 61-65pp.

HARTMANN, H. T. and KESTER D. E. (1983) Plants Propagation: Principles and


Practices 4ed New Jersey. Preentice-Hall 727pp.

PEF (1998) Factores Externos (Ambientais) que Influenciam na Germinação de


Semente, Informativo Sementes. Brasil

IPEF. (1999) Informativas sementes IPEF Abril/98.2 p.


Disponívelno:http://www.ipef.br/especies/germinacaoambiental.html. Acesso em: 9
Maio 2010.

ISTA (1993) Seed Science and Technology: International Rules for Seed testing. Zurich,
Switzerland. 335pp.

LAMPRECHT, H. (1990) Silvicultura Nos Trópicos RFA. Eschborn 334pp. Maguire,


J. D. (1962) Speed of Germination-Aid In Selection and Evaluation for Seedlings
Emergence and Vigor. Crop Science, Madison. V2 177pp.

LAPAZ, A. M; PASCOALOTO, I. M.; FIGUEIREDO, P. A. M; SANTOS, L. F. M.


LISBOA, L. A. M. Superação da dormência de sementes de Acacia mangium (Willd)
em diferentes substratos. Revista Mirante, Anápolis, v. 10, n. 5, p. 172-183, 2017.

MARCOS FILHO, J. (1986) Germinação de sementes; Actualização em produção de


sementes. Campinas: Fundação Cargill. 11-39pp

SCHMIDT, P.B. (1974) Sobre a profundidade ideal de sementeira do mogno (aguano)


Swietenia macrophylla King. Brasil Florestal, Brasília. v.5, n.17, 42-47pp.

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