Você está na página 1de 25

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE GENÉTICA E EVOLUÇÃO

RELATÓRIO LABORATÓRIO DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR


AULA 5: REAÇÕES GERAIS E PRECIPITAÇÃO DE PROTEÍNAS

Discentes:
Grupo 4
Ana Caroline Reis de Camargo; RA: 770438
Caroline Santos de Oliveira; RA: 790987
Gabriela Siviero Erra; RA: 800807
Giovana Martins Campos Simioni; RA: 801049
Isabella Vitória Alonso; RA: 794824
Letícia Piazentin Dantas; RA: 791005
Natália Ribeiro Crispim; RA: 790706

Docentes:
Profa. Dra. Andrea S. da C. Fuentes
Prof. Dr. Iran Malavazi

São Carlos
2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................3
2. OBJETIVOS.....................................................................................................................4
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................4
3.1 Materiais................................................................................................................... 4
3.2. Métodos.................................................................................................................... 5
3.2.1. Reação de Ninidrina...................................................................................... 5
3.2.2. Determinação utilizando o reagente de Biureto.......................................... 6
3.2.3. Determinação utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau.......................... 6
3.2.4. Reação xantoproteica.....................................................................................7
3.2.5. Precipitação irreversível................................................................................7
3.2.5.1. Desnaturação pelo calor....................................................................... 8
3.2.5.2. Desnaturação por ácidos...................................................................... 8
3.2.5.3. Desnaturação por metais pesados........................................................8
3.2.5.4. Desnaturação por solventes orgânicos................................................ 8
3.2.6. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas.......................8
3.2.6.1. Solubilização por “salting-in”.............................................................. 9
3.2.6.2. Precipitação por “salting-out”........................................................... 10
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................................10
4.2.1. Reação de Ninidrina.................................................................................... 10
4.2.2. Determinação utilizando o reagente de Biureto........................................ 11
4.2.3. Determinação utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau........................ 12
4.2.4. Reação xantoproteica...................................................................................14
4.2.5. Precipitação irreversível..............................................................................15
4.2.5.1. Desnaturação pelo calor..................................................................... 15
4.2.5.2. Desnaturação por ácidos.................................................................... 16
4.2.5.3. Desnaturação por metais pesados......................................................17
4.2.5.4. Desnaturação por solventes orgânicos.............................................. 18
4.2.6. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas.....................21
4.2.6.1. Solubilização por “salting-in”............................................................ 21
4.2.6.2. Precipitação por “salting-out”........................................................... 22
5. CONCLUSÃO................................................................................................................ 23
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................24

2
1. INTRODUÇÃO
A estrutura primária de proteínas está associada à presença de 20 monômeros
diferentes combinados de diversas formas, denominados aminoácidos. Estes aminoácidos,
quando ligados através de ligações peptídicas, recebem o nome de proteína, e atuam em
múltiplas funções do organismo, desde formação de estruturas até replicação de material
genético. Os estudos associados à estrutura química de aminoácidos vem sendo realizado
desde a antiguidade, dada toda a importância e oportunidades associadas ao conhecimento
e elucidação de formações proteicas. Os aminoácidos são compostos por um carbono
denominado α, que faz ligações com um grupamento amina (NH2), um grupamento
carboxila (COOH), uma molécula de hidrogênio e um grupamento que diferencia as
moléculas, chamado de grupamento R (Walsh, 2014).
Para estudos de proteína, é necessário remover as proteases que estão presentes na
amostra, a fim de obter a proteína isolada de forma íntegra sem que ocorra degradação
desta, de preferência rapidamente ao início do procedimento. A precipitação de proteínas
para a purificação deve ser realizada de forma delicada e cuidadosa, porém eficiente e de
maneiras econômicas, para que seja possível replicar o processo quantas vezes forem
necessárias sem grandes gastos. Além da separação das proteases, a precipitação de
proteínas possibilita que estas se acumulem em maiores concentrações, aumentando a
eficácia do isolamento. Ao decorrer dos anos, com o desenvolvimento de estudos, diversas
formas de precipitação de proteínas foram desenvolvidas, variando de acordo com as
propriedades específicas das proteínas que estão sendo estudadas e suas interações com
outros componentes (Burgess, 2009).
No geral, essas formas podem ser divididas em reações de precipitação
irreversíveis e reações de precipitação reversíveis. As reações de precipitação irreversíveis
se baseiam na desnaturação das estruturas tridimensionais das proteínas por métodos
físico-químicos, como a diferença de temperatura e pH, além da possível formação de
complexos insolúveis com metais pesados ou desidratação por solventes orgânicos.
Entretanto, tais métodos não são indicados para estudos estruturais ou funcionais das
proteínas, visto que estes dependem da tridimensionalização das moléculas; porém, podem
ser empregados na sua quantificação. Já as reações reversíveis são indicadas para tais
finalidades, uma vez que podem atingir a separação das proteínas sem modificar
definitivamente suas estruturas e funções.
Um exemplo de precipitação de proteínas é a reação de ninidrina, um método
utilizado para quantificar proteínas ou identificar componentes em alimentos, fármacos, e
3
outros. O uso desta reação se baseia na reação da ninidrina com o α-amino livre dos
aminoácidos. A detecção se inicia quando a ninidrina realiza um ataque nucleofílico a
aldeídos e cetonas, adicionando um nitrogênio e formando uma imina. Por conta da
presença de um grupo carboxilato associado ao carbono α do aminoácido, ocorre uma
descarboxilação. A substância que é produto desta reação é capaz de realizar uma ligação
com outra molécula de ninidrina, formando como produto uma imina, que apresenta uma
coloração violeta.
A velocidade da reação é relativamente alta, apresentando um resultado eficiente
sobre a concentração dos compostos localizados na amostra através de uma análise de cor.
Ainda, pode reagir de forma distinta para com aminoácidos que apresentam amina
secundária, como a prolina, formando enamina ao invés de uma imina e se tornando
incapaz de reagir com outras moléculas de ninidrina, apresentando uma coloração
amarelada distinta do tom violeta presente em aminoácidos com apenas um α-amino livre
(Yemm, 1955).

2. OBJETIVOS
O relatório tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre algumas das
principais reações empregadas na análise de proteínas, visando compreender os princípios
fundamentais que sustentam esses métodos. Além disso, pretende-se investigar o impacto
da precipitação de proteínas, abordando tanto os processos reversíveis quanto irreversíveis,
e identificar os principais agentes químicos e físicos que desempenham papéis cruciais
nesses processos. Por fim, busca-se identificar os grupos reativos presentes nas proteínas e
aminoácidos.

3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
- Pipetas
a. p1000
b. Graduada de 10 mL
- Pipetador Pi-Pump
- Tubos falcon (15 mL)
- Soro diluído (1:3)
- (NH4)2SO4 saturado (4 mol/L)
- (NH4)2SO4 sólido

4
- Água destilada
- NaOH (2 mol/L)
- CuSO4 (0,5%)
- Béquer
- Bastão de vidro
- NaCI (1 mol/L)
- Solução de ovoalbumina (1:3)
- Solução de ovoalbumina (1:1)
- Vórtex
- Banho-maria
- TCA (20%)
- HNO3 (2 mol/L)
- AgNO3 (1 mol/L)
- Acetona 100%
- Etanol absoluto

3.2. Métodos
3.2.1. Reação de Ninidrina
Foram adicionadas em tubos de ensaio 2 mL de água destilada, 2 mL de glicina 0,1
mol/L, 2 mL de histidina 0,1 mol/L, 2 mL de prolina 0,1 mol/L e 2 mL de solução de
ovoalbumina (1:3), sendo cada amostra adicionada em um tubo distinto, enumerados,
respectivamente, 1, 2, 3, 4 e 5. Em cada um dos tubos preparados, foram adicionadas 5
gotas de ninidrina. A tabela abaixo, presente no protocolo de experimento, ilustra o
conteúdo dos tubos:

5
Em seguida, os tubos foram homogeneizados em agitação com vórtex, e
posteriormente depositados em banho maria fervente por um período de duração de 2
minutos. Por fim, as cores das amostras foram observadas e documentadas.

3.2.2. Determinação utilizando o reagente de Biureto


Inicialmente, adicionou-se 2 ml de ovoalbumina (1:3), gelatina 2%, glicina 0,1
mol/L, tirosina 0,1 mol/L, água destilada, cada substância foi adicionado em um tubo
diferente, denominados respectivamente, 6, 7, 8, 9, 10. Em todos os tubos foram
adicionados 2 ml de NaOH 2 mol/L e 0,5 ml CuSO4 0,5%. Como protocolado na tabela
abaixo:

Posteriormente, todos os tubos foram agitados, com auxílio de um vórtex, e


observou-se as colorações das amostras.

3.2.3. Determinação utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau


Para a determinação de fenóis através da utilização do reagente Folin-Ciocalteau,
foram utilizados quatro tubos que receberam diferentes compostos no decorrer do
processo. No primeiro tubo (de numeração 11) foram adicionados: 0,2 mL de tirosina (0,1
mol/L); 0,6 mL de NaOH (2 mol/L); 8,0 mL de água destilada e 0,3 mL do reagente de
Folin. O segundo tubo (de numeração 12) recebeu: 0,2 mL de ovoalbumina (1:3); 0,6 mL
de NaOH (2 mol/L); 8,0 mL de água destilada e 0,3 mL do reagente de Folin. Já no
terceiro tubo (de numeração 14), foram inseridos: 0,2 mL de glicina (0,1 mol/L); 0,6 mL
de NaOH (2 mol/L); 8,0 mL de água destilada e 0,3 mL do reagente de Folin. O quarto e
último tubo (de numeração 14), funcionou como controle negativo para o experimento,
sendo assim, nele foram adicionados apenas 0,6 mL de NaOH (2 mol/L); 8,0 mL de água
destilada e 0,3 mL do reagente de Folin. Todo esse procedimento pode ser acompanhado
na tabela abaixo:

6
Todas as adições foram realizadas lentamente, e depois de cada tubo conter todos
os componentes indicados, foi realizada a agitação dos mesmos no vórtex para que fosse
possível analisar a coloração apresentada por cada um.

3.2.4. Reação xantoproteica


Durante o procedimento experimental cinco tubos foram utilizados, sendo os tubos
16, 17 e 18 contendo aproximadamente 10 mg de tirosina, triptofano e glicina em pó,
respectivamente, previamente pesados pela equipe técnica do laboratório. No tubo 15, foi
adicionada uma solução de ovoalbumina (1:3) em um volume de 2 mL, enquanto o tubo 19
foi designado como o grupo de controle "branco". O protocolo pode ser observado na
tabela abaixo:

Para cada um dos tubos, com exceção do tubo 15, foram acrescentados 0,25 mL de
ácido nítrico (HNO3) concentrado e 2 mL de água. Os tubos foram submetidos à fervura
em banho-maria por um período de 2 minutos. Após o resfriamento dos tubos, 0,25 mL de
NaOH 12 mol/L foi adicionado gota a gota com o auxílio de uma pipeta P1000. Em
seguida, as soluções foram cuidadosamente misturadas e as cores observadas em cada tubo
foram registradas.

3.2.5. Precipitação irreversível


Para a precipitação irreversível, alguns métodos diferentes foram utilizados,
descritos abaixo.

7
3.2.5.1. Desnaturação pelo calor
Esta reação foi montada no tubo de ensaio de número 20, no qual pipetou-se 2 mL
de ovoalbumina diluída (1:3). O tubo foi incubado no banho fervente por 5 minutos, e o
resultado foi observado após.

3.2.5.2. Desnaturação por ácidos


Para a precipitação realizada pela desnaturação por ácidos, dois tubos foram
montados. No primeiro, de número 21, pipetou-se 1 mL de solução de ovoalbumina (1:1),
e adicionou-se 1 mL de TCA (20%). No segundo tubo, de número 22, pipetou-se também
1 mL de solução de ovoalbumina (1:1), porém adicionou-se 1 mL de HNO3 (2 mol/L).
Homogeneizou-se as soluções e o resultado foi observado.

3.2.5.3. Desnaturação por metais pesados


Outro procedimento de precipitação irreversível realizado foi a desnaturação por
metais pesados. Para isto, montou-se um tubo, de número 23, contendo 1 mL de solução
de ovoalbumina (1:1) e 1 mL de AgNO3 (1 mol/L). A solução foi homogeneizada e o
resultado foi observado.

3.2.5.4. Desnaturação por solventes orgânicos


Para a desnaturação a partir de solventes orgânicos, foram montados também dois
tubos. O de número 24 continha 1 mL de solução de ovoalbumina (1:1) e 1 mL de etanol
absoluto. O tubo de número 25 continha 1 mL de solução de ovoalbumina (1:1) e 1 mL de
acetona 100%. Ambas as soluções foram homogeneizadas e os resultados foram
observados.

3.2.6. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas


Nesse procedimento, em um tubo Falcon de 15mL (tubo 26) contendo 5mL de soro
diluído (1:3), foram adicionados 5mL de uma solução saturada de (NH4)2SO4 4 mol/L.
Essa solução foi tratada conforme o fluxograma disposto no roteiro (Figura 1).

Figura 1. Fluxograma de tratamento da solução preparada no tubo 26.

8
Nos tubos Falcon 26 e 27, contendo os precipitados I e II, respectivamente, foram
adicionados 2 mL de água destilada; posteriormente, esses tubos foram levados para
ressuspensão no vórtex. No tubo 28, foi utilizado 2 mL do próprio sobrenadante obtido.
Além disso, em um tubo Falcon, adicionou-se 2 mL de água destilada para controle do
experimento (branco).
Para os testes de Biureto, em cada tubo (26, 27, 28, branco), adicionaram-se 2 mL
de NaOH (2 mol/L) e 0,5 mL de CuSO4 (0,5%).

3.2.6.1. Solubilização por “salting-in”


Inicialmente, foram pipetados 5 mL de clara de ovo em um béquer de 250 mL. Em
seguida, adicionou-se 25 mL de água destilada ao béquer contendo a clara de ovo, e a
mistura foi agitada suavemente com auxílio de um bastão de vidro até ser possível notar
uma leve precipitação. Na etapa seguinte, visando à ressolubilização do precipitado
formado, utilizou-se um conta-gotas para adicionar NaCl (1 mol/L) gradualmente, até que
o precipitado se dissolvesse completamente.

9
3.2.6.2. Precipitação por “salting-out”
Primeiramente, 3 mL de clara de ovo (ovoalbumina) foram pipetados e transferidos
para um tubo de ensaio grande (tubo 29). Em sequência, procedeu-se à adição de 5 mL de
solução saturada de (NH4)2SO4 (4 mol/L) ao tubo 29. Após essa etapa, 5 mL de água
destilada foram adicionados ao mesmo tubo, e, com cuidado, realizou-se a inversão do
tubo de forma lenta, permitindo a observação do processo de ressolubilização do
precipitado de proteínas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.2.1. Reação de Ninidrina
Ao entrar em contato com outras substâncias, a ninidrina é capaz de detectar a
presença de α-amino livre dos aminoácidos. Na reação, a ninidrina realiza um ataque
nucleofílico a aldeídos e cetonas, adicionando um nitrogênio e formando uma imina. Por
conta da presença de um grupo carboxilato associado ao carbono α do aminoácido, ocorre
uma descarboxilação. A substância advinda desta reação é capaz de adicionar à outra
molécula de ninidrina, formando como produto uma imina, que apresenta uma coloração
violeta.
Nos resultados obtidos pelo grupo, obteve-se com sucesso a presença de tubos com
intensa coloração roxa, sendo a cor proporcional à concentração do produto da reação, com
exceção dos tubos 1, que diz respeito ao tubo de controle, realizado com água destilada, e
o tubo 4, que contém prolina.

Figura 2: Tubos de ensaio contendo resultado de misturas de ninidrina 5 gotas com 2 mL de,
respectivamente: 1. água destilada; 2. glicina (0,1 mol/L); 3. histidina (0,1 mol/L); 4. prolina (0,1 mol/L); 5.
solução de ovoalbumina (1:3). Fonte: Imagem autoral.

10
A coloração amarelada no tubo 4 se dá pela diferença estrutural da prolina em
relação aos outros aminoácidos utilizados no experimento, pois este aminoácido é uma
amina secundária, formando uma enamina. A enamina é incapaz de reagir com outra
molécula de ninidrina, mantendo sua própria coloração, que é amarelada.

4.2.2. Determinação utilizando o reagente de Biureto


O reagente de biureto é uma solução que contém sulfato de cobre (CuSO4) e
tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6), tendo como principal função a
quantificação proteica e de peptídeos com mais de dois aminoácidos. Isto é possível
devido à formação de um complexo entre o Cu 2+ e os átomos de nitrogênio disponíveis
das proteínas, as quais são ligações do tipo amida. Desta maneira, o par de elétrons do
nitrogênio presentes nas ligações amida pode interagir com os íons de cobre. Em contato
em meio alcalino (para atingir essa condição básica utilizou-se NaOH), o sulfato de cobre
apresenta uma coloração azul. Entretanto, na presença de proteínas ocorre a formação
deste complexo de coordenação entre o cobre e os átomos de nitrogênio das ligações
peptídicas adjacentes, agindo como um ligante bidentado (Figura 3). resultando em uma
coloração violeta.

Figura 3: Complexo formado entre o cobre II e peptídeos ou proteínas. Fonte: (Barreiros, André, 2015)

No experimento foram realizados testes de biuretos em 5 amostras diferentes,


denominadas 6, 7, 8, 9 e 10, sendo a última um controle negativo.
A amostra 6 era composta por ovoalbumina, proteína que está presente na
composição da clara do ovo. Em contato com o sulfato de cobre apresentou uma
coloração bifásica, sendo elas transparente e violeta (tubo 6, figura 4), isto pode ter
ocorrido pela dificuldade de homogeneização e por haver outras substâncias não proteicas.
A amostra 7 era formada por gelatina, na qual é constituída a partir do colágeno,
que é uma proteína presente em tecidos conectivos de animais, como ossos e pele. Esta

11
amostra apresentou a cor violeta após o contato com o sulfato de cobre, como pode ser
visto na figura.
As amostras 8, 9 e 10, em contato com apresentaram uma cor azulada, como pode
ser observado na imagem 4. Os tubos de ensaio 8 e 9 continham aminoácidos, glicina e
tirosina, respectivamente, visando que só há a formação de complexo de cobre em ligações
peptídicas, vale ressaltar que aminoácidos não apresentam estas ligações, ademais, os
grupos amino livres não coordenam com o cobre, pois em pH 7,0 encontram-se protonados
na forma de -NH3+, não tendo elétrons disponíveis para doar. O controle negativo, tudo de
ensaio 10, como esperado, também não apresentou formação de complexo, mantendo
assim uma coloração azulada. Destarte, o resultado do experimento foi satisfatório.

Figura 4: Testes de biureto. Fonte: imagem autoral.

4.2.3. Determinação utilizando o reagente de Folin-Ciocalteau


A utilização do reagente de Folin-Ciocalteau para a identificação de compostos
fenólicos no meio, se dá através de um processo de redução que ocorre com o mesmo a
partir da presença desses compostos no meio. O reagente de Folin-Ciocalteau é composto
por ácido fosfotúngstico (H3PW12O40) e ácido fosfomolíbdico (H3PMo12O40), que
originalmente apresentam uma coloração amarela.
Em um meio alcalino, substâncias redutoras, como as substâncias fenólicas,
dissociam um próton, fazendo com que seja gerado um ânion fenolato. Esse ânion será

12
responsável por reduzir o reagente de Folin-Ciocalteau, gerando óxido de tungstênio
(W8O23) e óxido de molibdênio (Mo8O23), que possuem coloração azul detectável dentro
do espectro de 760 nm. Sendo assim, quanto mais intensa for a coloração azul apresentada,
maior a quantidade de substância redutora no meio, essa característica é essencial para a
quantificação dessas substâncias através da análise espectrofotométrica.
É importante ressaltar que a adição de NaOH proporcionou um caráter básico para
o meio, tornado-o mais estável para que a reação acontecesse, e assim possibilitando uma
observação mais rápida da conclusão do processo.
Ao realizar a análise dos resultados apresentados pelo experimento, é possível
identificar a coloração azul nos tubos 11 e 12, que continham a tirosina e a proteína
albumina. O fato de existir coloração aponta a presença de componentes fenólicos na
estrutura das substâncias adicionadas em ambos, o que ocasionou a redução do reagente de
Folin.
O tudo de número 13 não apresentou nenhuma coloração, o que indica que a
glicina não é um aminoácido passível de interação com o reagente utilizado. Isso ocorre
pois em sua estrutura não há presença de componentes fenólicos. Sendo assim, esse
resultado é importante para concluir que a reação de Folin-Ciocalteau, apesar de acessível
e relativamente simples de ser realizada, não é efetiva para todos aminoácidos, pois
aminoácidos livres não são capazes de interagir com o reagente.
Por fim, o tubo de número 14, utilizado como controle para o experimento, não
apresentou nenhum tipo de coloração. Tal resultado já era esperado pois o mesmo recebeu
apenas NaOH, água destilada e o reagente de Folin, ou seja, nenhum tipo de substância
capaz de gerar a redução do reagente e consequentemente proporcionar a coloração azul
para o meio.

Figura 5: Tubos de ensaio contendo o resultado do experimento de determinação de proteínas e aminoácidos utilizando
o reagente de Folin-Ciocalteau. Os tubos 11 e 12 apresentam coloração azul intensa, devido a presença de estruturas
fenólicas. O tubo 13, contendo glicina, se manteve translúcido devido a ausência de composto fenólico. Tubo 14,
controle, translúcido pois contém apenas os componentes do reagente. Fonte: imagem autoral.

13
4.2.4. Reação xantoproteica

Após ferver os tubos em banho-maria foram observadas as seguintes colorações (figura 6):

Figura 6: tubos 15, 16, 17, 18 e 19 (esquerda para direita) após etapas da reação xantoproteica. Fonte:
Imagem autoral

No tubo 15 nota-se uma coloração levemente amarelada. Tal situação ocorre


devido ao fato do triptofano, aminoácido presente na ovoalbumina, possuir um anel
benzênico em sua cadeia lateral. Ao entrar em contato com o ácido nítrico e ser colocado
em fontes de calor, ocorre a formação de nitrobenzeno, composto amarelo que confere à
cor amarela a solução. Sendo assim, foi observado que ocorreu uma reação xantoproteica.

14
No tubo 16 nota-se uma cor amarelada também, afirmando que também ocorreu a
reação xantoproteica. Como o tubo possuía o aminoácido tirosina, que possui um anel
benzênico em sua cadeia lateral, já era esperado que ocorresse a mudança de cor. Também
foi notado que o tubo 17 estava com uma cor alaranjada, indicando que ocorreu a reação
assim como no tubo 16. O tubo possuía triptofano, que, como explicado anteriormente,
possui um anel benzênico em sua cadeia lateral. O fato do tubo 17 possuir uma coloração
mais forte do que o tubo 16 pode indicar que a concentração de aminoácidos do tubo 17
estava maior.

No tubo 18 foi observado que a solução se manteve transparente. Como a glicina é


um aminoácido que não possui anel benzênico em sua cadeia lateral, já era esperado que
não ocorresse a reação xantoproteica, ou seja, que a solução não mudasse de cor. A mesma
situação foi observada no tubo 19, já que não possuía aminoácidos e foi utilizado como
“branco”.

4.2.5. Precipitação irreversível


4.2.5.1. Desnaturação pelo calor
Quando o calor é aplicado sobre proteínas, sua estrutura tridimensional é afetada,
uma vez que a energia térmica é capaz de quebrar ligações intermoleculares fracas,
consequentemente fazendo com que a proteína perca sua estrutura terciária e secundária.
Deste modo, apenas a estrutura primária de ligações peptídicas é mantida, um processo
conhecido como desnaturação, que consiste no desdobramento das proteínas, de forma que
aminoácidos mais hidrofóbicos, previamente no interior da estrutura proteica, ficam agora
expostos no meio aquoso. O efeito hidrofóbico desses aminoácidos faz com que a proteína
perca sua solubilidade em água e se agrupe, o que causa a formação de coágulos brancos
no meio.
Este processo pode ser irreversível devido a alguns fatores, como por exemplo, a
perda da conformação de modo que alguns aminoácidos se desenrolam e se liguem de
maneira não específica a outras moléculas, o que pode levar a estruturas não funcionais.
Além disso, a exposição ao calor pode levar a degradação de cadeias polipeptídicas que
não podem ser reconstruídas.
Na Figura 7, é possível observar o resultado do aquecimento da solução de
ovoalbumina, bem como a formação dos coágulos brancos.

15
Figura 7. Solução de ovoalbumina após desnaturação pelo calor. Fonte: imagem autoral

4.2.5.2. Desnaturação por ácidos


Outro processo de precipitação irreversível de proteínas pode ser feito a partir de
ácidos, com base em mudanças na carga elétrica das proteínas e nas interações
eletrostáticas. É de conhecimento que os aminoácidos apresentam pelo menos um
grupamento alfa carboxílico e um grupamento alfa amínico, além de que podem apresentar
cadeias laterais diversas, que influenciam diretamente na sua estrutura e função. Esses
grupos funcionais podem ser protonados ou desprotonados, a depender do pH do meio em
que se encontram.
Ao adicionar um ácido a uma solução, íons H+ são transferidos para o meio,
tornando-o mais ácido, ou seja, com um pH menor. Desta forma, os grupamentos
carboxílicos das proteínas podem se tornar negativamente carregados, e os grupos amino
se tornam positivamente carregados. Assim, de acordo com suas cadeias laterais, a carga
líquida da proteína pode se tornar positiva, negativa ou próxima de zero, o que pode alterar
a estrutura da proteína devido a repulsões eletrostáticas formadas, consequentemente
ocasionando sua desnaturação e a formação de coágulos, assim como explicado no item
anterior. Alguns ácidos, como o tricloroacético (TCA) e o ácido nítrico (HNO3), utilizados
na prática, podem precipitar as proteínas que possuam cargas positivas, formando
complexos insolúveis, que podem ser observados na Figura 8, por meio da turvação.

16
Figura 8. Solução de ovoalbumina após desnaturação por ácidos, sendo que o tubo 21 continha TCA (20%)
e o tubo 22 continha HNO3 (2 mol/L). Fonte: imagem autoral.

As bases fortes também podem produzir o efeito de precipitação de proteínas por


meio da alteração de suas cargas, neste caso, entretanto, por meio da desprotonação dos
grupamentos dos aminoácidos, com consequente alteração da carga líquida final destas
moléculas. Apesar disso, este método não é comum de ser utilizado em laboratórios, assim
como ocorre com a precipitação ácida, visto que proteínas podem ser sensíveis à
alcalinização.
Por fim, é importante destacar que, como os ácidos podem interagir com grupos
positivamente carregados das proteínas, a precipitação com ácidos será mais eficiente em
um pH abaixo do ponto isoelétrico das proteínas, uma vez que nestas condições a carga
líquida da proteína é positiva, o que facilita a interação com os ácidos.

4.2.5.3. Desnaturação por metais pesados


A desnaturação de proteínas por metais pesados, por sua vez, ocorre pela
perturbação da estrutura tridimensional proteica devido a ligação de íons destes metais à
grupamentos específicos dos aminoácidos, quando estes possuem alta afinidade. Alguns
dos grupamentos funcionais que apresentam maior afinidade por metais pesados, como o
chumbo e o mercúrio, são os grupos sulfidrilos da cisteína e os grupos aminos da lisina.
Desta forma, os íons dos metais pesados se ligam covalentemente, de modo a
impedir as interações intramoleculares naturais dos aminoácidos da proteína. Tal

17
perturbação leva à desnaturação, além da formação de agregados, que podem ser
observados na Figura 9, que consiste na solução de ovoalbumina após a adição de AgNO3,
que causou sua desnaturação, agregação e turvação.

Figura 9. Solução de ovoalbumina após desnaturação por AgNO3 (1 mol/L). Fonte: imagem autoral.

É importante ressaltar que os íons de metais pesados (cátions) tendem a formar


ligações iônicas com grupos de proteínas que apresentam cargas negativas. Desta forma, a
precipitação com metais pesados é mais eficiente em um pH acima do ponto isoelétrico da
proteína, uma vez que nesta condição a carga líquida será negativa.
Por fim, uma abordagem que pode auxiliar no entendimento da interações de íons e
proteínas provém da “série de Hofmeister”, que descreve, em ordem decrescente, os ânions
com base em sua capacidade de afetar a solubilidade e estabilidade de proteínas e colóides
em solução. Essas interações são mediadas principalmente por interações de carga e
hidrofóbicas, uma vez que íons que tendem a formar interações fortes com as proteínas
podem alterar sua solubilidade, estabilidade ou agregação.

4.2.5.4. Desnaturação por solventes orgânicos


Por fim, a precipitação irreversível testada foi a partir de solventes orgânicos, como
a acetona e o etanol absoluto. O princípio desta reação decorre da capacidade desses
solventes de quebrar as interações entre moléculas de água e proteínas, o que impacta
diretamente na solubilidade dessas proteínas por ação desidratante. Para isso, o solvente

18
penetra na estrutura proteica, e deslocam as moléculas de água que circundam as proteínas
em solução, o que altera o equilíbrio de interações hidrofílicas e hidrofóbicas, responsáveis
por estabilizar a estrutura tridimensional da proteína.
Para entender este procedimento, deve-se considerar a diferença entre as constantes
dielétricas da água e dos solventes. A constante dielétrica é uma medida da capacidade de
um solvente para reduzir a força das interações eletrostáticas entre íons ou cargas elétricas
em solução. A água possui uma constante dielétrica muito alta (D = 80), por ser um
solvente altamente polar capaz de solvatar de maneira eficaz íons e moléculas com cargas
elétricas. Entretanto, a maioria dos solventes orgânicos possuem constantes dielétricas
muito menores, ou seja, são menos polarizados e têm uma capacidade reduzida de
solvatação de cargas elétricas.
Como resultado, as interações eletrostáticas entre as moléculas de proteína não são
efetivamente neutralizadas nos solventes orgânicos, o que pode levar à formação de
agregados proteicos. Esses agregados resultam da atração entre as cargas opostas das
moléculas de proteína, que não são eficazmente separadas e solvatadas pelo solvente
orgânico. Além disso, o efeito hidrofóbico dos aminoácidos também geram impactos na
agregação dessas proteínas. Com isso, ocorre a desnaturação da estrutura proteica, que
formam aglomerados insolúveis e precipitam após a remoção da água de solvatação.
Na Figura 10 pode-se observar os tubos 24 e 25 antes da adição dos solventes
orgânicos, com uma aparência límpida e clara. Já na Figura 11, observa-se o tubo 24 após a
adição do solvente, com aglomerados brancos das proteínas precipitadas. O mesmo
processo ocorreu no tubo 25, apesar de serem solventes diferentes, entretanto, não foram
capturadas imagens.

Figura 10. Solução de ovoalbumina antes da adição dos solventes orgânicos. Fonte: imagem autoral.

19
Figura 11. Solução de ovoalbumina após a desnaturação com solvente orgânico Fonte: imagem autoral.

Um exemplo de aplicação de precipitação proteica por solventes orgânicos muito


utilizada em laboratórios, especialmente de biotecnologia, consiste na purificação de
ácidos nucleicos feita a partir de soluções de fenol e clorofórmio. O fenol, por possuir uma
constante dielétrica menor que a da água, permite a relação desse composto com as cadeias
laterais dos aminoácidos, de modo a desestabilizar as interações proteína-ácido nucleico.
Com isto, ocorre a desnaturação da proteína, com consequente efeito hidrofóbico que
induz a agregação das moléculas e a perda de solubilidade. Desta forma, a proteína fica

20
retida na porção fenólica da amostra, enquanto o DNA e RNA são retidos na parte aquosa,
o que permite uma fácil separação entre eles.

4.2.6. Precipitação fracionada por soluções salinas concentradas


Através da observação da cor, é viável realizar algumas inferências sobre a
solubilidade das proteínas em uma solução saturada de (NH4)2SO4, o que resulta na
desnaturação das proteínas e, consequentemente, na precipitação. No tubo 26, esperava-se
uma coloração intensamente violeta. No entanto, devido a um equívoco durante o
experimento, obteve-se uma coloração azul translúcida. Dessa forma, o resultado não
correspondeu às expectativas, indicando que as primeiras proteínas desnaturadas estavam
em pequena quantidade nesse precipitado inicial. No tubo 27, é possível perceber uma
coloração que transita entre tons de violeta e azul. Por fim, no tubo 28, a coloração é
principalmente azul translúcida, sugerindo uma presença muito limitada de proteínas na
última precipitação.

Figura 12. Tubos após teste de biureto. Fonte: imagem autoral.

4.2.6.1. Solubilização por “salting-in”


Os sais neutros apresentam a capacidade de influenciar a solubilidade das proteínas
devido à sua força iônica. Dessa forma, é possível realizar a solubilização e a precipitação
das proteínas de maneira reversível, sem causar desnaturação.
O efeito "salting-in" consiste no aumento da solubilidade das proteínas, devido à
presença de sais como NaCl, NH4Cl e KCl em concentrações reduzidas. No experimento
21
em questão, esse efeito foi reproduzido ao adicionar 25 mL de água a 5 mL de clara de ovo
em um béquer de 250 mL, resultando em uma solução leitosa (Figura 13). Posteriormente,
foi adicionado NaCl 1 mol/L gradualmente até que a solução se tornou transparente (
Figura 14), indicando que a proteína foi solubilizada.

Figura 13. Béquer contendo clara de ovo e água. Fonte: imagem autoral.

Figura 14. Béquer contendo clara de ovo e água após a adição gota a gota de NaCl. Fonte: imagem autoral.

4.2.6.2. Precipitação por “salting-out”


Outra maneira de fazer a precipitação reversível dessas proteínas solubilizadas é
através da adição de sais como MgCI2 e (NH4)2SO4. Quando esses compostos são

22
introduzidos em altas concentrações, eles retiram a água que envolve as moléculas
proteicas. A alta força iônica resultante então provoca a precipitação das proteínas, em um
fenômeno conhecido como efeito de "salting-out". O experimento em questão comprova
esse efeito ao introduzir 5 mL de clara de ovo em um tubo de ensaio grande (tubo 29) e,
em seguida, adicionar 5 mL de (NH4)2SO4 saturado. Nesse momento, é possível observar
a formação de um precipitado composto por proteínas que não foram desnaturadas.
Posteriormente, ao adicionar 5 mL de água destilada ao mesmo tubo e verter suavemente,
é possível notar a ressolubilização do precipitado de proteínas, conforme ilustrado na
Figura 15.

Figura 15. Tubo de ensaio depois da adição de água. Fonte: imagem autoral.

5. CONCLUSÃO
No experimento 1, o resultado esperado foi alcançado, mostrando que a ninidrina
possui a capacidade de detectar a presença de α-amino livre dos aminoácidos. Essa técnica
foi eficaz e precisa para a determinação de alguns aminoácidos e proteínas, levando em
consideração sua conformação química.
No experimento 2, o resultado foi extremamente satisfatório, comprovando a
eficiência da metodologia de reação de biureto. Essa técnica assegurou a determinação e
qualificação protéica com uma alta sensibilidade e precisão, através da formação de
complexos entre o cobre II e a proteína ou peptídeo.

23
Já no experimento 3 se mostrou eficaz para a identificação de compostos fenólicos
no meio, sendo possível uma determinação visual e de fácil compreensão.
O experimento 4 se mostrou funcional, visto que seu objetivo era a determinação
de aminoácidos que possuem anéis aromáticos (benzênico). Através da técnica é possível
a identificação de aminoácidos que possuem esses anéis, sendo assim, uma metodologia de
qualificação.
Quanto ao experimento 5, foi possível observar que as precipitações irreversíveis
são relativamente fáceis de serem visualizadas, e diferentes métodos podem ser
empregados, a depender da necessidade e objetivo do estudo, visto que cada método
emprega um princípio específico para ocorrer.
No experimento 6, embora os resultados não tenham sido perfeitamente
concordantes, o método do biureto mostrou ser uma ferramenta de grande valor na
determinação da concentração de proteínas em soluções altamente salinas. Este método
permitiu a avaliação da precipitação seletiva das proteínas, destacando como as soluções
salinas influenciam a formação de complexos biureto e afetam os níveis de precipitação.
Esta técnica oferece uma abordagem precisa e sensível para a quantificação de proteínas
em contextos complexos.
Além disso, foi observado que a variação das quantidades de sal provocou a
precipitação de proteínas em momentos distintos. Este efeito é resultado da influência nos
diferentes níveis de solvatação causados pela adição de sal, o que resulta na precipitação
inicial das proteínas de maior tamanho. À medida que a concentração de sal aumenta, as
proteínas de menor tamanho também começam a precipitar. Esta diferenciação nos
momentos de precipitação possibilita a aplicação dos métodos de "salting in" e "salting
out" para separar proteínas com base no peso molecular, seja de uma mistura ou de um
extrato bruto. Assim, ao identificar a proteína alvo e consultar fontes confiáveis sobre os
valores ideais de sal para sua precipitação, torna-se viável separar o componente desejado
de uma mistura.
Portanto, pode-se concluir que os experimentos atingiram o seu objetivo de
embasar o conhecimento dos alunos acerca das reações gerais e precipitações de proteínas,
seguindo diferentes métodos.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURGESS, Richard R. Protein precipitation techniques. Methods in enzymology, v. 463, p.
331-342, 2009.

24
Ensaio em microplaca de matéria redutora pelo método do Folin-Ciocalteu para extratos de algas
Janaína S. Pires1 , Priscila B. Torres2 , Déborah YAC dos Santos3 . (nd).

LEHNINGER, T. M., NELSON, D. L. & COX, M. M. Princípios de Bioquímica. 6ª Edição, 2014.


Ed. Artmed.

WALSH, G. Proteins: Biochemistry and Biotechnology. Wiley Blackwell, 2014.

WINGFIELD, Paul. Protein precipitation using ammonium sulfate. Current protocols in


protein science, v. 13, n. 1, p. A. 3F. 1-A. 3F. 8, 1998.

YEMM, E. W.; COCKING, E. C.; RICKETTS, R. E. The determination of amino-acids with


ninhydrin. Analyst, v. 80, n. 948, p. 209-214, 1955.

GORNALL AG, BARDAWILL CJ, DAVID MM. Determination of serum proteins by means of
the biuret reaction. J Biol Chem. 1949 Feb;177(2):751-66.
JOUD, A, and TACUSSEL. “Dosage des protides par la réaction dite du biuret”
[Determination of proteins by the so-called biuret reaction]. Annales de biologie clinique vol.
8,4 (1950): 498-500.

25

Você também pode gostar