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INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO, INVESTIGAÇÃO E CIÊNCIA (ISFIC)

CURSOS: GESTÃO DE EMPRESAS E CONTABILIDADE E AUDITORIA


DISCIPLINA DE FISCALIDADE
II SEMESTRE (MANHÃ)

EXAME NORMAL – 14/06/2018

Reflexão: A ruína do estudante começa quando a negativa do outro serve de


consolo para ele.

PARTE I – (6,00 valores)

O Mayasuda, um profissional que em resultado do exercício da sua profissão e não


só, obtém rendimentos da prestação de serviços, das suas propriedades e de outras
aplicações. Casado com Fugosa residindo com seu filho Madjolidjo de 10 anos de
idade, Joãozinho de 24 anos que se encontra a frequentar o último ano da faculdade,
Mariazinha de 22 anos frequentando 10 classe e sua mãe viúva que não aufere
rendimentos.

Durante o exercício de 2017, registou os seguintes movimentos:

a) Para o mês de Janeiro teve de salário mensal 35.000,00 e bónus de desempenho


no valor de 60.000,00 meticais. (2,0 valores)

35.000,00 – Rendimento primeira categoria nos termos do número 3 do artigo


2 do CIRPS;
60.000,00 de bônus de desempenho … Nos termos do nº 3 do artigo 2 do CIRPS
Imputados nos termos do artigo 29 do CIRPS.
TOTAL SUJEITO A IRPS: 95.000,00Mt.
Considerando três dependentes teremos 7.275 + (95.000-60.750) x25% = 7.275
+ 8.562.5 = 15.837,50Mt de IRPS a reter nos termos do número 1 do artigo 65
– A do CIRPS, introduzido pela lei 20/2013, de 23 de Setembro e tabela nele
anexa

b) Teve como volume de negócio 1.900.000,00 Meticais em sua tabacaria em nome


individual. (2,0 valores)

1.900.000,00 – Rendimentos de segunda categoria – empresariais, nos termos


da alínea a) do número 2 do artigo 8 do CIRPS. Tributam-se nos termos da alínea
a) do número 3 do artigo 33 do CIRPS. Pelo que, o rendimento colectável sujeito
a imposto é de 1.900.000,00Mtx0,20 = 380.000,00Mt.

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Docente: Simião Ngome, Belmiro Nhassengo, Nino Gonzaga e Cristina Pelembe
1. Pretende-se a classificação sustentando com a base legal os indivíduos que
fazem parte dos seus dependentes e o respectivo agregado familiar. (2,0
valores)

São dependentes do Mayasuda, nos termos do número 4 do artigo 18 do CIRPS,


com as alterações introduzidas pela Lei 20/2013, de 23 de Setembro:

 Seu filho Madjoloidjo, por ser menor não emancipado, alínea a) do


número 4 do artigo 18 do CIRPS;
 Joãozinho, porque tem 24 anos e frequenta estabelecimento do ensino
superior, alínea b) do número 4 do artigo 18 do CIRPS
 A sua mãe viúva nos termos alínea e) do número 4 do artigo 18 do CIRPS;

Fazem parte do agregado familiar do Mayasuda, nos termos do número 3 do


artigo 18 do CIRPS, com as alterações introduzidas pela Lei 20/2013, de 23 de
Setembro:
 Mayasuda, alínea a) do número 3 do artigo 18 do CIRPS;
 Madjolidjo e Joãozinho, alínea a) do número 3 do artigo 18 do CIRPS;
 A sua mãe viúva, alínea a) do número 3 do artigo 18 do CIRPS;

2. Indicar classificando, com base legal, os rendimentos de cada categoria,


quantificar a retenção na fonte quando necessário e quantificar os
rendimentos a englobar na declaração de rendimentos, indicando a base legal.

PARTE II – (14,00 valores)

A empresa Timbawene, SA se dedica á prestação de serviços diversos incluindo a


venda de bens. A gestão da entidade resolveu contratar serviços externos de um
consultor para proceder á liquidação do IRPC apurado do exercício de 2017,
considerando que as vendas foram de 1.500.000,00Mt, um resultado líquido
contabilístico de 680.000,00Mt e Pagamento por Conta de 7.640,00Mt. Da análise
do balancete, constatou-se o seguinte:

a) O saldo da 68 – Outros gastos e perda operacional inclui uma diferença de câmbio


não realizada de 5.000,00 (o contabilista detectou a última hora que o montante
que não estava registado na conta 6942 e pelo facto não alterar o resultado
contabilístico não efectuou a sua correção) (2,0 valores)

Primeiro, a contabilidade nos termos do artigo 17, serve de base para o cálculo
do lucro tributável. A alínea a) do número 3 ainda refere que esta deve estar
organizada de acordo com as regras estatuídas no Plano Geral de Contabilidade,
assim sendo, o contabilista deve reclassificar as diferenças de câmbio para a
sua respectiva conta.

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Mais ainda, os custos resultantes das diferenças de câmbio só podem integrar-
se ao lucro tributável quando estas forem realizadas, nos termos da alínea c) do
artigo 22 da lei 34/2007, de 31 de Dezembro, com redacção introduzida pela
lei 20/2009, de 0 de Setembro.

Assim sendo, este custo não é fiscalmente aceite, pelo que deve ser adicionado
a matéria colectável, pelo seu valor correspondente (5.000,00).

b) Da análise ao extracto da conta 63 – fornecimento e serviço de terceiro, deparou-


se com o seguinte: Gastos com combustíveis, manutenção e reparação da viatura
Toyota Corolla: 300.000,00 e Publicidade: 1.500,00. (2,0 valores)

Deve se adicionar 150.000,00 (300.000,00*50%) a matéria colectável,


correspondente a 50% dos encargos com viaturas ligeiras de passageiros, nos
termos do número 4 do artigo 36 do CIRPC.

Mais ainda, as despesas com publicidade não devem exceder 1% do volume de


vendas do respectivo exercício nos termos da alínea n) do número 1 do artigo
6 do CIRPC.

Nestes termos, para o presente exercício, as despesas com publicidade não


devem exceder 15.000,00 (1.500.000,00*1%). Não se efectua nenhuma
correção, pois o valor dos gastos com publicidade esta dentro dos limites legais.

c) Suportou gastos com ajudas de custo1 no valor de 125.000,00Mt; (2,0 valores)

Tendo em conta que as despesas de ajudas custo não foram facturadas a


clientes, Deve se adicionar a matéria colectável o valor de 62.500,00,
correspondente a 50% das ajudas de custo, nos termos da alínea e) do número
1 do artigo 36 da lei 34/2007, de 31 de Dezembro.

d) Da participação dos trabalhadores nos lucros, foi pago ao sócio-gerente o valor


de 268.000,00Mt a título de participação nos lucros, cuja remuneração mensal é
de 38.000,00Mt, no âmbito do seu contrato de trabalho; (2,0 valores)

As gratificações aos membros de órgão sociais e trabalhadores são dedutíveis


para efeitos de determinação do lucro tributável, desde que sejam colocadas a
disposição do titular até ao fim do exercício seguinte, e especificamente para
os órgãos sociais, os montantes não devem ultrapassar o dobro das
remunerações mensais, devendo o excedente assimilado a lucros distribuídos,

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Não facturadas a clientes.
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nos termos do número 2, conjugado com o número 3, ambos do artigo 24 do
CIRPC.

Neste caso, o limite de participação nos resultados a ser atribuído ao sócio-


gerente é de 76.000,00 (38.000,00*2).

Deve se adicionar ao resultado contabilístico o valor de 192.000,00 (268.000-


76.000), correspondente a parte excedentária.

e) A empresa recebeu um subsídio do governo para empregar mais mão-de-obra


intensiva no número de 300 nos próximos três (3) anos, no valor de
3.000.000,00Mt, sendo que em 2017 empregou cerca de 120 trabalhadores. Ela
reconheceu em proveitos do exercício, metade do valor do subsídio; (2,0 valores)

A empresa devia ter reconhecido o proveito correspondente para balançar os


custos suportados com os trabalhadores contratados, no âmbito desse
programa para o qual recebeu benefícios.

𝐒𝐮𝐛𝐬í𝐝𝐢𝐨 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐛𝐢𝐝𝐨
𝐏𝐫𝐨𝐯𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐮𝐭𝐚𝐫 = 𝐱 𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐝𝐨𝐬
𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐚𝐝𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐫
𝟑.𝟎𝟎𝟎.𝟎𝟎𝟎,𝟎𝟎
𝐏𝐫𝐨𝐯𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐮𝐭𝐚𝐫 = 𝐱𝟏𝟐𝟎 𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐚𝐝
𝟑𝟎𝟎 𝐭𝐫𝐚𝐛𝐚𝐥𝐡𝐚𝐝.

𝐏𝐫𝐨𝐯𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐚 𝐢𝐦𝐩𝐮𝐭𝐚𝐫 = 𝟏. 𝟐𝟎𝟎. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎𝐌𝐭 em 2017

Tendo registado a metade do valor do subsídio, 1.500.000,00, deve-se Deduzir


do lucro tributável o valor em excesso correspondente a de 300.000,00Mt
(1.500.000,00Mt – 1.200.000,00Mt), nos termos do nº9 do Art.18 conjugado
com nº 4 do Art.19, ambos do CIRPC, em função do nível de contratação.

Pretende-se que:

1. Analise as diversas operações da entidade, verificando se são ou não


custos/proveitos fiscalmente aceites ou tributáveis no exercício;
2. Indicar a base legal das suas conclusões, indicando a alínea, número, artigo,
código da legislação usada para essa análise e conclusão;
3. Proceda ao preenchimento da Declaração de rendimentos - M/22 de 2017 (2,5
valores), para a empresa, apurando os impostos a serem pagos ao longo de
2018 (1,5 valores): Pagamento do IRPC à final, Pagamento por Conta e
Especial por Conta.

Cálculo do Pagamento por conta (PPC)

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Docente: Simião Ngome, Belmiro Nhassengo, Nino Gonzaga e Cristina Pelembe
80%∗(𝐼𝑅𝑃𝐶 𝑙𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎𝑑𝑜−𝑟𝑒𝑡𝑒𝑛çõ𝑒𝑠 𝑛𝑎 𝑓𝑜𝑛𝑡𝑒)
PPC = 3

80%∗(252.640,00− 0,00)
PPC = 3

PPC = 67.370,67Mt @ prestação.

Cálculo do pagamento especial por conta (PEC)


0.5% ∗ 𝑉𝑁 (𝑛−1)−𝑃𝑃𝐶(𝑛−1)
PEC= 3
= 7.500 [30.000;100.000]

30.000,00−7.640,00
PEC= 3

PEC = 7.453,33Mt @ prestação.

8- Apuramento do Lucro Tributável


Resultado do exercício 201 680.000,00
Variações patrimoniais positivas não reflectidas no resultado líquido (art. 21 do CIRPC) 202
Variações patrimoniais negativas não reflectidas no resultado líquido (art. 24 do CIRPC) 203 192.000,00

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Resultado apos variações patrimoniais (Campos 201+202-203) 204 872.000,00
Diferenças de câmbios não realizadas (art. 22 c) do CIRPC) 208 5.000,00
Reintegrações e amortizações não aceites como custo (art. 27 do CIRPC) 209
Provisões ou perdas por imparidade não dedutíveis ou para além dos limites legais (arts 28 e 29 do CIRPC) 211
Variação do valor do mercado de activos e passivos financeiros quando não comprovável por referencia a uma 213
bolsa de valores (art. 36 nº 1 k) do CIRPC)
Donativos não previstos ou além dos limites legais (art. 34 do CIRPC) 219
A ACRESCER

Multas, coimas, juros compensatórios, e demais encargos pela prática de infracções (art. 36 nº1 c) do CIRPC) 222
50% Das ajudas de custo e compensação pela utilização de viat. do trabalhador (art. 36 nº1 e) do CIRPC) 224 62.500,00
80% Despesas de representação (art. 36 nº1 f) do CIRPC) 225
Despesas confidenciais e/ou não documentadas (art. 36 nº1 g) do CIRPC) 226
50% Encargos com viaturas ligeiras de passageiros (art. 36 nº4 do CIRPC) 229 150.000,00
Correções referentes a campanhas publicitárias (art. 36-A nº1 do CIRPC) 236
239
240
Soma (campos 204 a 240) 241 1.089.500
Anulação do efeito do método de equivalência patrimonial (art. 18 nº 8 do CIRPC) 249
A DEDUZIR

Diferenças de câmbios não realizadas (art. 20 nº 1 c) do CIRPC) 250


Correções referentes a subsídios governamentais (art. 18, nº 9 do CIRPC) 253 300.000,00
Reposição de perdas estimadas em obras de carácter plurianual (art. 36 nº 1 m) do CIRPC) 256
Soma (campos 242 a 265) 266 300.000,00

Prejuízo para efeitos fiscais (se 266> 241) a transportar para campo 269,279 e/ou 289 do quadro 9 267
Lucro tributável (se 241> =266) a transportar para o campo 270, 280 e/ou 290 do quadro 9 268 789.500,00

9 - Apuramento da Matéria colectável/Deduções de Prejuízos (art. 48 do CIRPC)


A- entidades com contabilidade organizada, que exercem, a titulo principal, actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola
A transportar do quadro 8, ou Regime geral Com redução de taxa Com isenção
do quadro 4 do M20 G
1 - Prejuízo Fiscal 269 0,00 279 289
2 - Lucro tributável 270 789.500,00 280 290
Exercício N-5 271 281 291
Exercício N-4 272 282 292
Exercício N-3 273 283 293
Exercício N-2 274 284 294
Exercício N-1 275 285 295
3 - Prejuízos fiscais deduzidos 276 286 296
4 - Benefícios Fiscais 277 - 287 297
deduzidos
Matéria Colectável (2-3-4) 278 789.500,00 288 298
B - de outras entidades Matéria Coletável 299
10 - Cálculo do Imposto
Imposto a taxa normal Campo 278 ou 299 do quadro 9*32% (art. 61 nº 1 do CIRPC) 300 252.640,00
Imposto a taxa reduzida Campo 288 ou 299 do quadro 9* % (art. 61 nº 2 do CIRPC) 301 0,00
IRPC LIQUIDADO (300+301) 302 252.640,00
Dupla tributação económica (art. 64 do CIRPC) 303 0.00
Dupla tributação internacional (art. 65 do CIRPC) 304 0.00
Benefícios fiscais (art. 21, nº 2, al. c) do Regulamento do CIRPC) 305 0.00
Pagamentos especial por conta (art. 66 do CIRPC) 306 0,00
307
TOTAL DAS DEDUCOES (303+304+…+307) 308 0,00
COLECTA (302-308)> =0 Se (302-308) <0 inscreva "0" (zero) 309 252.640,00
Retenções na fonte (art. 67 do CIRPC) 310 0,00
Pagamentos por conta (art. 70 do CIRPC) 311 7.640,00
312
Reporte de anos anteriores 313
IRPC A PAGAR (309-310-311-312-313)> 0 314 245.000,00
IRPC A RECUPERAR (309-310-311-312-313) <0 315 0,00
Tributação a taxa autónoma (art. 61, nº 4) 316 0,00
IRPC de exercícios anteriores 317 0.00
Juros compensatórios 318 0,00
Juros de mora 319
TOTAL A PAGAR [(314 ou -315)+316+317+318+319]>0 320 245.000,00
TOTAL A RECUPERAR (-315+316+317+318+319) <0 321 0,00

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Docente: Simião Ngome, Belmiro Nhassengo, Nino Gonzaga e Cristina Pelembe

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