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Os fundamentos da ACT: adotando uma abordagem

contextual funcional

Luiz Alves Ferreira Junior


Terapia Cognitivo-Comportamental – Terapia de Aceitação e Compromisso
Introdução

• https://www.youtube.com/watch?v=GnSHpBRLJrQ
• Steven Hayes abordando fundamentos da ACT –
• Mental Brakes to Avoid Mental Breaks (“Freios mentais para evitar
colapsos mentais”) – TEDxDavidsonAcademy
Introdução

• Ciência Comportamental Contextual (CBS)


• Associação para a Ciência Comportamental Contextual (Association
for Contextual Behavioral Science – ACBS)
• Associação Brasileira para a Ciência Comportamental Contextual
(ACBS Brasil)
Filosofia da Ciência: o mainstream

• Critérios de verdade possibilitam análise científica – eles não são o


resultado da análise científica → pressupostos → o que é aceito
como dado? Que unidades organizam melhor o mundo? O que
existe?
• Senso comum → mundo consiste em partes que podem ser
descritas pela linguagem
Filosofia da Ciência: o mainstream

• Verdade é uma questão de mapear essas partes com palavras


• Nomear as coisas, “isto é uma bola”
• Coisas com características reconhecíveis, “é redonda, pode quicar”
• Verdade enquanto questão de correspondência entre as palavras e
a realidade
Filosofia da Ciência: o mainstream

Formismo
• Verdade é a simples correspondência entre as palavras e as coisas
reais às quais elas se referem
• Objetivo da análise: reconhecer as categorias e as classes das
coisas
• Principal questão: o que é isto?
• Exemplo: algumas teorias da personalidade e nosologia
Filosofia da Ciência: o mainstream

Realismo elemental (≈ Mecanicismo)


• Verdade é a correspondência elaborada entre nossos modelos do
mundo e as partes, relações e forças que o mundo real contém
• Objetivo da análise: criar adequadamente um modelo do mundo
• Principal questão: quais elementos e forças fazem este sistema
funcionar?
• Respostas são dadas a partir da capacidade preditiva de um modelo
• Exemplos: Neurociência cognitiva, processamento da informação
Filosofia da Ciência: o mainstream

Exemplo do modelo de Memória de Trabalho que possui características científicas baseeadas na filosofia do realismo elemental. Retirado de Baddeley (2012)
Filosofia da Ciência: o mainstream

• Ontologia → estudo filosófico do ser, da existência ou da realidade


como tal
• Verdade está baseada na correspondência simples (formismo) ou
elaborada (realismo elemental) entre nossas ideias sobre o mundo e
o que existe
• Pressupõe-se que o mundo real é reconhecível e que já está
organizado em partes
Filosofia da Ciência: o mainstream
“Eu sou uma pessoa horrível. Ninguém jamais vai me amar”
[Justificando pensamentos disfuncionais fazendo alegações sobre o que é
real]
“Não estou apenas achando isso”, “É verdade”
[Eles não pretendem dizer que ajuda a ser guiado por esse P → impacto
funcional oposto → suas palavras são verdadeiras porque elas
correspondem à realidade:]
“Em algum sentido material, eu sou uma pessoa terrível e, assim,
preciso evitar desenvolver relacionamentos com outras pessoas
mesmo que fazer isso não leve a uma vida essencial”
Filosofia da Ciência: o mainstream

• Dificuldade principal na mudança: abandonar o questionamento do


status da realidade ou a solidez lógica dos pensamentos se formos
formistas ou realistas elementais
• Verdade é uma questão de correspondência entre as palavras e o
que é real → precisamos saber o que é real e ensinar nossos
clientes a fazerem o mesmo
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• ACT baseada na filosofia pragmática da ciência → contextualismo
funcional
• Contextualismo [Stephen Pepper(1942)] = pragmatismo [Willian
James]
• Unidade de análise: ação contínua no contexto, isto é, a ação do
organismo situada no senso comum. É fazer como está sendo feito,
em um contexto histórico e situacional, como ao caçar, fazer
compras ou fazer amor
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Contextualismo é holístico ≠ formismo ou realismo elemental
• Todo o evento é primário e as partes são derivadas ou abstraídas
quando for útil fazer isso
• Todo entendido em referência ao contexto em vez de formado a
partir dos elementos
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• “Ir ao mercado para fazer compras” → evento inteiro
• História proximal (comida está acabando, jantar se aproximando)
• Contexto situacional (estou virando à esquerda)
• Evento inteiro implica em: lugar de onde você está vindo e para
onde está indo, uma razão para ir e um propósito a ser cumprido
• Natureza do ato definida por suas consequências pretendidas, não
pela sua forma (você pode ir andando, pedalando etc.)
• Você sabe o que está feito quando chegar lá
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Exemplo geral da forma de pensar no contextualismo
• “Ir ao mercado para comprar comida” é “bem-sucedido” quando
chego ao mercado e consigo comprar o que é necessário
• Verdade é, assim, pragmática: definida pelo fato de uma atividade
particular (ou conjunto de atividades) ter ajudado – ou não – a atingir
um objetivo declarado
• Conceituação de caso “verdadeira” = você sabe que está feita
quando chega lá
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Clareza quanto aos objetivos da análise se torna essencial para os
contextualistas porque os objetivos especificam como um critério de
verdade pragmático pode ser aplicado → sem objetivo declarado
verbalmente = qualquer comportamento moldado pelas
consequências seria “verdadeiro”
• Após um objetivo declarado verbalmente, podemos avaliar até que
ponto as práticas analíticas nos ajudam a atingi-los
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Trabalho bem-sucedido → meio pelo qual os contextualistas avaliam
os eventos; os objetivos permitem que esse critério seja aplicado.
Entretanto, os objetivos analíticos não podem, em última análise, ser
avaliados ou justificados – eles só podem ser declarados
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Exemplo: cliente falando que seu objetivo é “se livrar da ansiedade”.
Mas, se você perguntar o que aconteceria então, ele diz “se eu fosse
menos ansioso, conseguiria fazer amizades”. Logo, livrar-se da
ansiedade não era um objetivo final por si só, mas um meio
presumido para chegar a um fim
• Objetivos do processo associados aos objetivos do resultado
• Hierarquia de objetivos
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• Relação entre os meios e os fins pode ser avaliada, mas os
objetivos finais não podem ser avaliados – apenas declarados
• Os objetivos dos resultados precisam simplesmente ser declarados
e assumidos – de forma nua e crua, por assim dizer
• “Se ter amigos tem um valor para o cliente, então ter amigos tem um
valor para o cliente”
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• “Contextualismo descritivo” = objetivo de apreciação pessoal das
características que participam do todo (pós-modernismo, construtivismo
social, dramaturgia etc.)
• “Contextualismo funcional” = diferencia-se pelos objetivos únicos:
• Previsão-e-influência dos eventos psicológicos com precisão, escopo e
profundidade
• Organismos inteiros dentro e com um contexto considerado histórica e
situacionalmente
• “Não adianta apenas explicar e prever coisas – também temos que
saber como mudar as coisas”
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
• “Contextualismo funcional” = diferencia-se pelos objetivos únicos:
• Precisão = especificidade em identificar variáveis relevantes
• Escopo = economia intelectual de uma teoria – até que ponto ela é
capaz de realizar mais com menos conceitos
• Profundidade = grau de coerência possível de ser atingido com
conceitos úteis desenvolvidos em outros níveis de análise (sociológico
ou biológico, por exemplo)
• Ciência de análises aplicadas e intervenções sejam claras, simples, de
aplicação geral e integrada à estrutura mais ampla das ciências úteis
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
O evento inteiro: ação em um contexto
• Eventos psicológicos/inteiros = interações/atos de organismos
inteiros dentro e com um contexto considerado histórica e
socialmente
• Determinado pelo propósito das pessoas que estão fazendo a
análise e pelo propósito do organismo em ação
• “E isso está a serviço de...?” → foco nas consequências, terapeuta
tenta avaliar e destacar a sua totalidade
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
O evento inteiro: ação em um contexto
• Comportamento = ação em um contexto = comportamento aberto,
emocional ou cognitivo
• Atividade aqui é toda e qualquer atividade que qualquer um [pode
ser apenas 1] pode observar, predizer e influenciar → excluir ações
hipotéticas que ninguém pode detectar diretamente
• Trata-se de todas as formas de ação humana como ações em um
contexto → comportamento em um sentido psicológico
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
O evento inteiro: ação em um contexto
• Contexto = fluxo de eventos mutáveis que podem exercer uma
influência organizadora sobre o comportamento
• Contexto e comportamento são definidos reciprocamente por
constituírem a unidade de análise do contextualismo funcional
• AC → não é possível ter uma resposta sem estimulação ou
estimulação sem uma resposta
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Verdade pragmática: operacionalidade prática
• Metas diferentes implicam em verdades diferentes → pragmatismo
• Importância de uma única forma de pensar consistentemente acerca
de uma situação começa a desaparecer
• A flexibilidade cognitiva, guiada pela operacionalidade, não apenas
pela demanda social por consistência, se torna muito mais
importante do que a obtenção de uma resposta verdadeira, seja lá o
que isso representa
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Verdade pragmática: operacionalidade prática
• Versões diferentes de um prédio – desenho em perspectiva vs.
planta do prédio – qual é o “desenho verdadeiro”?
• Análises clínicas precisam ser iniciadas com o contexto mutável do
comportamento
• Para influenciarem significativamente as ações do cliente, os
profissionais precisam ser capazes de manipular o contexto
(ambiente verbal ou outro) já que nunca é possível manipular as
ações de outra pessoa diretamente
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Verdade pragmática: operacionalidade prática
• Todos os princípios comportamentais contextuais têm esta
qualidade: eles são relações funcionais entre características
contextuais mutáveis e o comportamento ao qual estão integrados
• Grande ênfase na especificação dos valores no nível individual →
objetivos mais amplos e valores do cliente
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Verdade pragmática: operacionalidade prática
• Todas as interações terapêuticas são avaliadas na sua relação com
os valores e objetivos escolhidos do cliente, e a questão é sempre a
operacionalidade – ou seja, se elas funcionam na prática – e, não a
verdade objetiva. A não ser que os valores e objetivos sejam
claramente especificados, não há como avaliar o que é
funcionalmente verdadeiro ou falso
• Previsão-e-influência → devem estar em sintonia com os valores e
objetivos do cliente para que façam algum sentido
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Abrindo mão da ontologia, um dia de cada vez
• Quatro principais características filosóficas do CF até aqui: evento
inteiro, contexto, verdade e objetivos
• Teorias da verdade como correspondência ≠ teoria pragmática
(critério não contém nenhum elemento da ontologia)
• Uma coisa “verdadeira” = ela facilita as consequências desejadas.
Não há acréscimo nas consequências nem algo a “isso funciona
porque com o que existe ou é real”
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Abrindo mão da ontologia, um dia de cada vez
• “Abrir mão dos pressupostos ontológicos arraigados na concepção
do senso comum da linguagem e da cognição. Esse alheamento da
ontologia é parte de por que a ACT é desafiadora, mas também é
parte de por que ela pode ser transformacional”
• Mente humana, no senso comum, pensa ontologicamente → “as
partes são reais e elas se unem para criar complexidade”
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Abrindo mão da ontologia, um dia de cada vez
• Contextualistas pressupõem apenas um mundo – o mundo em que
vivemos → chama-lo de real, ok; mas separar em categorias é
outras ação distinta do CF
• Analogia → “existe uma lua, um sol e a terra” → onde
verdadeiramente?
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Abrindo mão da ontologia, um dia de cada vez
• “Aprender a abrir mão de conclusões ontológicas é um aliado poderoso
na conexão com a ACT. A ACT foca no processo de pensamento em si,
portanto clínicos e clientes são encorajados a reavaliar o pensamento à
medida que ele se revela e examinar a sua operacionalidade prática em
determinada situação. Encarar o pensamento do ponto de vista da
operacionalidade em vez da verdade literal insere o pensamento em um
contexto social/verbal alternativo – um contexto em que saúde, vitalidade
e propósito podem mais prontamente desempenhar papéis centrais”
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Abrindo mão da ontologia, um dia de cada vez
• A ACT é a-ontológica, não antiontológica
• Não é dizer que o mundo não é real, mas tentar tratar toda a
linguagem como ações em um contexto que possamos assumir a
responsabilidade sobre as nossas ações cognitivas e ampliar a
flexibilidade comportamental para que as práticas operacionais
possam ser selecionadas com base nas relações das ações e dos
resultados que experimentamos
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
A adequação entre o contextualismo funcional e a agenda clínica
• Análise clínica → (1) explique o porquê as pessoas estão sofrendo;
(2) permita predição do que as pessoas em sofrimento farão; e (3)
como mudar o curso para melhores resultados
• Interpretação, previsão e influência
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• Realista elemental → o porquê de estar em pânico ou como pode
ser aliviado
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• ACT:
1. Pensar nessa declaração como um fazer – como uma ação em si –
e examinar o contexto em que o cliente diria algo assim (ex.: “Há
alguma coisa que você espera que aconteça ao me contar esse
pensamento?”)
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• ACT:
2. Observar a demarcação do mundo em unidades (sair = pânico)
sem atribuir status de realidade aos eventos descritos ou a sua
suposta ligação causal (ex.: “Esse é um pensamento interessante”)
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• ACT:
3. Procurar contextos ambientais em que o “pânico” está
funcionalmente relacionado à incapacidade, com uma visão voltada
para a alteração desses contextos, em vez de necessariamente tentar
alterar o pânico em si (ex.: “Humm. Vamos fazer isso e ver o que
acontece. Diga em voz alto: ‘Não posso me levantar ou terei um
ataque de pânico’ e enquanto faz isso, levante-se lentamente”)
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• ACT:
4. Procurar contextos ambientais em que o “pânico” não está
funcionalmente relacionado à incapacidade, com uma visão voltada
para o fortalecimento desses contextos (ex.: “E você alguma vez teve
esse pensamento e mesmo assim saiu de casa? Fale-me sobre esses
momentos”).
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• “Não posso sair de casa ou terei um ataque de pânico”
• ACT:
5. Ver essa declaração como parte de múltiplas vertentes de ação e,
assim, procurar vertentes em que essa mesma declaração possa ser
integrada a um processo positivo (ex.: “Se uma criança pequena que
você amasse muito lhe dissesse que não podia ser de casa, o que
você faria?”).
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• Em vez de entrar imediatamente no conteúdo dos pensamentos,
declarações e ideias do cliente, um contextualistas funcional olha
para a ação e seu contexto e, então, aproveita a análise funcional
dos objetivos pragmáticos do clínico e do cliente
• Exame do impacto dos pensamentos ou das emoções sobre outras
ações
Filosofia da ciência: os fundamentos contextuais
funcionais da ACT
Partindo da filosofia para a teoria e para a terapia
• Não se foca apenas na mudança da forma da experiência privada por
pressuposto de causalidade
• Ênfase na mudança das funções das experiências privadas
• Alterar as funções modificando contextos em que certos tipos de
atividades (ex.: pensamentos e sentimentos) estão geralmente
relacionados a outras formas (ex.: ações explícitas)
• Extensão dos métodos e princípios comportamentais, mas incluindo uma
explicação comportamental e contemporânea sobre a cognição (TMR)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
• ACT está conectada a uma explicação básica da “teoria das
molduras relacionais” (RFT; Hayes, Barnes-Holmes & Roche, 2001)
• RFT é uma teoria contextual funcional da linguagem e da cognição
humana
• Foco em contextos mutáveis → associação com preocupações
diárias
• Busca entender as raízes cognitivas das realizações humanas e o
sofrimento humano
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
• Questões iniciais: como é possível que uma conversa entre um
cliente e um terapeuta possa levar a mudanças generalizadas na
vida do cliente?
• Busca compreender aspectos pragmáticos, como as regras verbais
do comportamento humano
• Década de 1970 → na tradição cognitivo-comportamental, os
clientes começaram a ser questionados sobre o que pensavam e
seus pensamentos/estilos cognitivos organizados em teorias clínicas
da cognição
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
• Ênfase recai nas relações entre eventos mentais e nas relações
entre cérebro e comportamento → consideração menor sobre os
fatores históricos e contextuais mutáveis nas cognições e ações e
suas várias inter-relações → “modularização massiva” da psicologia
e ciência neurocognitiva
• O objetivo foi construir um modelo abrangente orientado para
processos para a explicação da linguagem e cognição humanas,
bem como a forma que isso se relaciona a comportamentos
clinicamente relevantes
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Linguagem e cognição envolvem sistemas de símbolos
• Skinner → definiu estímulo verbal como produto do comportamento
verbal que foi definição de uma maneira que não o distingue de
outros comportamentos operantes animais → não consegue abordar
de forma clara a cognição
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Relações “explicitas”:
• Bola → Martelo
• Bola → Folha
• Relações derivadas:
• Martelo → Bola
• Folha → Bola
• Martelo → Folha
• Folha → Martelo
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Classe de equivalência de estímulos
• Criança aprende a relação entre palavra escrita → nome oral →
outras relações emergem como o triângulo anterior (relação com o
objeto, função etc.)
• Estímulo verbal = tem seus efeitos devido às relações derivadas
entre ele e outras coisas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Classe de equivalência de estímulos é clinicamente relevante devido
às funções dadas a um membro de uma classe de equivalência
tenderem a ser transferidas para outros membros
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Ao fim, o medo do gato é despertado por um nome oral, mas a função do nome
oral, nesse caso, é derivada. Não é suficiente que a criança aprenda objeto →
palavra escrita → nome oral. Ela tem que derivar a relação:
• Palavra escrita → objeto
• Nome oral → palavra escrita
• Objeto → nome oral
• Nome oral → objeto
• Função de ser arranhado (ex.: medo e esquiva), então, transferida do gato para
o nome oral
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Processos de generalização incorporados na aprendizagem por
contingências não explicam adequadamente nas situações que não
há semelhança formal (ex.: animal real/gato não é semelhante na
forma oral/“/gato/”
• Gradientes de generalização de estímulos baseados na semelhança
formal ≠ equivalência de estímulos
• Exemplo: agorafobia e a palavra “preso”→ crises de pânico por tudo
ser uma possível fonte
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Uma abordagem inicial dos eventos verbais e cognitivos
• Equivalência de estímulo seria um resultado, não um processo
• RFT propõe explicações para os processos subjacentes à
equivalência de estímulos
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Núcleo essencial da linguagem e da cognição superior é a
habilidade de aprender e aplicar “molduras relacionais”
• Enquadramento relacional é um comportamento aprendido que
apresenta três propriedades principais sob controle contextual
arbitrário
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Implicação mútua: relação aprendida e uma direção também implica
outra na direção oposta
• A→B
• Logo, B → A
• Umidade <-> Molhado
• Bruno mais alto que Fred → Fred é mais baixo que Bruno
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Implicação combinatória: relações mútuas podem se combinar
• A→ B
•B→C
• Logo, C → A
• Bruno é mais forte que Fernando e Clara é mais forte que Bruno;
logo Clara é mais forte que Fernando
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Transformação de função do estímulo: funções dos eventos em
redes relacionais podem ser transformadas em termos das relações
subjacentes
• Você precisa movimentar um equipamento pesado e sabe que
Bruno é bom nisso, você irá derivar que Fernando será menos útil
que Clara → derivação sem que necessariamente nada novo seja
ensinado sobre Fernando ou Clara
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Na RFT, qualidades como essas são características de um quadro
de resposta abstraída que é inicialmente adquirida e controlada por
características contextuais arbitrárias por meio do reforçamento de
aproximações no treinamento exemplas múltiplo
• Muitos eventos são baseado em propriedades formais (maior que,
menor que, ex.) → relações não arbitrárias
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• O tipo particular de relação é abstraído de múltiplos exemplos → fica
sob o controle de pistas relacionais arbitrárias como “___ é maior
que ___” → relações arbitrárias, não envolve apenas elementos
físicos do que vai ser comparado
• Pistas relacionais fazem com que qualquer coisa possa ser
comparada e, assim, relações mútuas e combinatórias serão
derivadas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Nomear é um exemplo simples de enquadramento relacional – é a
ação que corresponde diretamente à equivalência de estímulos e ela
ocorre primeiro no treinamento da linguagem → na RFT, “moldura de
coordenação”
• Em outras palavras, aprender uma relação verbal em uma direção
prediz o reforçamento por responder em outra direção (triângulo da
equivalência de estímulo ou as implicações da RFT)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Após a implicação mútua estar robusta, a implicação combinatória
pode ocorrer prontamente com formas simples de enquadramento.
Exemplo: leite → “milk” → propriedades do leite
• Pode até ocorrer um treinamento direto no início, mas é
relativamente fácil
• A transformação das funções do estímulo está implícita em todas as
relações derivadas → criança ver ou sentir o gosto do leite ao ouvir
a palavra
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Controle contextual mais rigoroso → necessita de treinos adicionais
→ focar apenas no gosto do leite e não na sua cor, por exemplo
• As pistas que controlam a transformação das funções do estímulo
(ex.: provar milk) são diferentes daquelas que controlam o tipo de
relação (ex.: leite é milk)
• Um estímulo que tem efeitos porque ele participa de um
enquadramento relacional é um estímulo verbal (um “símbolo”)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• Verbal ou cognitivo = via treinamento resultando em relações
derivadas
• Exemplo A < B < C → reações de apreensão/temor maiores a C
mesmo que não tivessem experimentado o choque em C
• Outra pergunta: “O que irá impedir que ‘grande sucesso’ seja
pequeno em comparação com um ideal?”
• Exemplo do pânico do SCH → grupo menor
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Molduras relacionais
• O enquadramento relacional é arbitrariamente aplicável nas
situações citadas, portanto não há nada no mundo das propriedades
formais (ex.: o real tamanho da multidão) que impeça que ocorram
esses tipos de desfechos, apesar do sofrimento que possam causar
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Duas características contextuais distintas:
• Contexto relacional = determina como e quando os eventos estão
relacionados
Ex.: “Sarah é mais esperta do que Sam” [mais esperta do que é um
contexto relacional de comparação entre Sarah e Sam]
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Duas características contextuais distintas:
• Contexto funcional = determina quais funções serão
transformadas em termos de uma rede relacional
Ex.: “Imagine o gosto do leite coalhado” [imagine o gosto
provavelmente ser como um contexto funcional que ativa as
experiências perceptuais de leite coalhado → moldura de
coordenação entre leite coalhado e os nomes escritos/falados]
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Intervenções terapêuticas orientadas mais verbalmente são
manipulações do contexto relacional
• Necessária para informações do cliente ou quando manipulações
estão apropriadamente associadas a esforços para criar mais
flexibilidade da resposta cognitiva (ex.: reavaliação cognitiva)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Limitações das manipulações do contexto relacional:
• Impossível controlar o contexto ao ponto de evitar que relações
inúteis sejam derivadas;
• Difícil reestruturar redes cognitivas de modo eficiente
• Crianças podem derivar crenças de não serem atraentes,
merecedoras de amor, inteligentes ou dignas → “não sou
merecedora de amor”
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Contexto funcional determina o impacto da resposta relacional e isso
é mais fácil de regular na maioria dos casos
• Imaginação → posso sentir o cheiro da laranja, da laaaaaaa
raaaaaan jaaaaaa
• Impacto psicológico é diferente nas situações
• Desfusão cognitiva se pauta nesse aspecto
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Focar no contexto relacional pode inadvertidamente modificar o contexto
funcional de uma forma inútil
• “Estou sendo perseguido pela máfia” → [após modificar o contexto
relacional pela Reav. Cog.] “Não, eu não estou sendo perseguido pela
máfia – sou uma pessoa sem-teto na Filadélfia” → [relação bidirecional
das molduras relacionais / pensamento racional enquadrado em oposição
ao irracional pode gerar efeitos não esperados] “sou uma pessoa sem-
teto na Filadélfia – mas, então, por que a máfia está me perseguindo?”
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Caso da TCC → o esforço para a flexibilização cognitiva pode ser
benéfico, mas pode trazer efeitos inesperados
• Intervenções no contexto relacional podem elaborar, ampliar ou
interconectar redes relacionais, mas não podem eliminar relações
cognitivas previamente aprendidas
• Psicoeducação é um exemplo que pode ser benéfica à medida que
estabelece relações-chave, gerar mais alternativas de resposta para
ser mais flexível cognitivamente
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• Não é necessário taxar como regra não tentar mudar cognições
• Terapeutas podem elaborar a cognição, torna-la mais adaptável e de
fato torna-la menos provável de acontecer (ex.: tratar certos
pensamentos como menos importantes)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
O papel das características contextuais
• ACT trabalha com intervenções no contexto relacional, mesmo que
não puramente
• “Eu sou mau” → [acréscimo de formas verbais] “Estou tendo os
pensamentos de que sou mau”; “eu sou mau?”; “eu sou mau...
Exceto quando não sou”
• Não apaga acréscimos, mas expande o conjunto de respostas
relacionais que ocorrem e que são relevantes
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
A natureza autoperpetuante do enquadramento relacional
• Coerência e utilidade são suficientes para manter relações verbais
depois que elas estão estabelecidas
• Enquadramento é um comportamento operante aprendido e as
contingências que o controlam se tornam tão amplas que são
difíceis de regular
• Crianças → linguagem, pensamento, regras sociais, costumes
• Crenças e práticas difíceis de serem detectadas (mesmo inúteis)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
A natureza autoperpetuante do enquadramento relacional
• Detectar que estamos derivando redes relacionais coerentes e
explicáveis (ex.: saber que estamos “certos” ou “encontrando o
sentido”) ou que relacionar os eventos está levando a resultados
efetivos (ex.: saber que “resolvemos o problema”) e processos
similares fornece reforçamento contínuo para o processo de
enquadramento relacional
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
A natureza autoperpetuante do enquadramento relacional
• Quanto mais se pensou a respeito, mais relações derivadas estão
disponíveis para manter e restabelecer determinada rede se práticas
mais novas enfraquecerem
• Tendência que ajuda a explicar porque as redes cognitivas são
extraordinariamente difíceis de romper mesmo com treinamento
contraditório direto
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
A natureza autoperpetuante do enquadramento relacional
• RFT pesquisa → quando antigos pensamentos são extintos, eles
rapidamente voltarão a emergir se novas formas de pensamento
encontrarem dificuldades
• Molduras relacionais se desenvolvem na infância a partir do
treinamento direto que vai sendo derivado
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• Estímulos verbais podem ser combinados em regras verbais elaboradas
que têm a capacidade de regular o comportamento
• O comportamento governado por regras não precisa estar baseado no
contato refletindo consequências diretas face a face com o mundo; ao
contrário, ele está em grande parte baseado em formulações verbais dos
eventos e das relações entre eles
• Skinner (1969) CGR é o comportamento governado pela especificação de
contingências em vez de pelo contato direto com elas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• Skinner (1969) CGR é o comportamento governado pela
especificação de contingências em vez de pelo contato direto com
elas
• Facilita o estabelecimento de um padrão comportamental com
recompensas muito tardias/futuras, ou seja, consequências
enormemente adiadas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• Custos do CGR:
• Tende a ser insensível a mudanças no ambiente que não estão
descritas na própria regra
• Monitorar mudanças com menos precisão
• Efeito de insensibilidade → comportamentos [privados ou
públicos] persistem apesar das consequências negativas
diretamente experimentadas ou do seu potencial
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Pliance (derivado de compliance): envolve uma regra verbal
baseada na história das consequências para a correspondência
socialmente monitorada entre a regra e o comportamento anterior
“Vista o casaco, está frio lá fora” → vestir para agradar o pai, não
para ficar agasalhado
Clínico: fazer para agradar o terapeuta, ex. Mas, não “possui” o
comportamento e sua associação a valores pessoais
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Pliance (derivado de compliance)
Pliance tende a ser relativamente rígida, em geral predominando
em pessoas com padrões comportamentais inflexíveis
É importante para crianças porque contingências rígidas podem
levar ao cumprimento de regras
Em adultos, pliance é superestimada como uma forma útil de
regulação verbal e frequentemente deve ser manejada na clínica
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Tracking é seguir uma regra verbal com base em uma ligação
histórica entre tais regras e contingências naturais (ex.: aquelas
produzidas pela forma exata do comportamento naquela situação
particular)
“vista um casaco, está frio lá fora” → vestir porque realmente está
frio
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Tracking
Coloca o cliente em contato direto com o impacto do
comportamento → produz formas mais flexíveis do comportamento
do que o pliance, possibilitando que as pessoas se adaptem ao
ambiente em vez de apenas se curvarem às consequências sociais
do cumprimento de regras não relacionadas a repercussões diretas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Augmenting é o comportamento governado por regras que altera
em que medida algum evento irá funcionar como uma
consequência
Clinicamente → augmenting fornece incentivos verbalmente
formulados para o cliente se comportar de uma forma particular.
Uma das principais fontes de motivação para adultos → importante
na terapia
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras
• RFT distingue três tipos de cumprimentos de regras:
• Augmentals formativos que estabelecem novas consequências
Ex.: bom é reforçador → bueno também ser
• Augmentals motivadores alteram a força de uma consequência
funcional existente (ex.: anunciantes em propagandas)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de pliance
• A insensibilidade induzida pelas regras tem alta correlação com
formas indesejáveis de rigidez psicológica como um padrão
comportamental disseminado
• Pliance é uma fonte especial dessa rigidez
• “Não!” → uma das primeiras palavras aprendidas → pliance
desse tipo tende a reduzir a sensibilidade a outras contingências
ambientais
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de pliance
• Em crianças, faz com que elas sigam regras e evitem
comportamentos não esperados pelos pais (“não vá para a rua”)
• Em adultos, no entanto, a maioria dos comportamentos efeitos
deriva mais eficientemente do tracking e do augmenting
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de pliance
• Exemplo da compaixão = pode até demonstrar se baseando no
elogio parental, mas pode ser como uma expressão de valores
pessoais escolhidos (augmenting) e fazer o que funciona melhor
com esses valores (tracking)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de tracking
• Pode produzir problemas quando as pessoas estão seguindo regras
que não são testáveis, preditivas, autorrealizáveis ou são aplicadas a
situações que podem somente ser influenciadas por contingências
• Podem haver situações interessantes para fazer os clientes testarem
as regras verbais e desenvolverem tracks que fazem um melhor
trabalho de previsão das consequências (teste de utilidade das regras
verbais pela detecção das consequências)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de augmenting
• ACT tenta fortalecer principalmente tal regulação verbal que pode
ajudar o comportamento a ficar sob controle de consequências
tardias ou probabilísticas
• Valores principais do cliente → escolhidos, declarados e
esclarecidos por suas funções de aumento, sejam elas
formativas, sejam elas motivadoras
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de augmenting
• Mais prontamente aprender ações novas e mais efetivas quando
estiver baseado em valores do cliente, como amar, participar,
compartilhar ou contribuir com os outros
• Regras com augmentals motivadores do tipo “apenas não pense
no seu diabetes e você vai se sentir melhor” contribuem para
resultados “indesejáveis”
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Comportamento governado por regras e rigidez psicológica
• Impacto clínico de augmenting
• Na ACT, aumentos associados a resultados baseados em valores
devem ser fortalecidos; aqueles ligados a objetivos de processos
(ex.: remover a ansiedade, aumentar a autoconfiança) deve ser
fortalecidos ou enfraquecidos com base no seu impacto nos
objetivos de resultados (ie.: aqueles baseados na
operacionalidade)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Extensão excessiva dos processos verbais
• RFT é uma teoria contextual e os contextos são o foco da ACT
• “Contexto de literalidade” = circunstâncias sociais/verbais em que as
pessoas são encorajadas a interagir com estímulos verbais com
base em seu significado convencional ou suposta correspondência
com o que é “real”
• Este contexto é central para muitos usos na linguagem → dar
razões, fazer narrativas, encontrar sentido ou solucionar problemas
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Extensão excessiva dos processos verbais
• Operações para solução de problemas são um dos maiores usos
benéficos da linguagem → contexto de literalidade como “um modo
de solução de problemas”
• Molduras envolvidas: molduras que coordenam as palavras dos
eventos; molduras de antes e depois; e molduras comparativas
• Um modo de solução de problemas é restrito, orientado para o futuro
e o passado, algumas vezes rígido, crítico e altamente literal
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Extensão excessiva dos processos verbais
• Com facilidade, solução de problemas se torna excessivamente
estendido
• As contingências evolutivas (ie.: aprender como fazer o que
funciona) não podem operar na ausência de variação funcional e as
vidas humanas rapidamente ficam travadas na falta de variação,
incapazes de seguir em frente
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Extensão excessiva dos processos verbais
• Modo de solução de problemas da mente inflexível e indiscriminado
para lidar com situações aversivas é: excessiva governança por
regras e a esquiva experiencial
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Relevância clínica das descobertas da ACT
• Molduras relacionais contribuem para compreender o sistema
verbal/cognitivo
• Alguns problemas clínicos do cliente podem ser atribuídos a
repertórios relacionais pouco desenvolvidos (ex.: fraca solução de
problemas, habilidades intelectuais deficientes, falta de empatia,
falha em ver a perspectiva dos outros)
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Relevância clínica das descobertas da ACT
• Redes relacionais funcionam por adição, não por subtração
• À medida que se desenvolve, o enquadramento relacional
predomina sobre outras fontes de regulação comportamental porque
sua utilidade e ubiquidade no mundo real e o contexto generalizado
de literalidade e solução de problemas são mantidos, em parte, pela
comunidade social/verbal
A visão da cognição subjacente à ACT: Teoria das
Molduras Relacionais
Relevância clínica das descobertas da ACT
• As mesmas propriedades das molduras relacionais que permitem a
efetiva solução de problemas dos humanos também contribuem
para o cumprimento rígido das regras e para a esquiva experiencial,
os quais são processos poderosos de limitação do repertório
Referências

• Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2021). Terapia de


aceitação e compromisso: O processo e a prática da mudança
consciente (2o ed). Artmed.
OBRIGADO!

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