Resumo PA Exame
Guias I e II
(I) Saber o que é Epistemologia (Teoria do Conhecimento);
A epistemologia (teoria do conhecimento, filosofia da ciência
ou sociologia do conhecimento) é o estudo metódico e
reflexivo do saber, de sua organização, formação,
desenvolvimento, funcionamento e produtos intelectuais.
Existem três tipos de epistemologias:
• Global (geral): saber globalmente considerado, virtualidade
e problemas, especulativos ou científicos.
• Particular: consideração de um campo particular do saber,
especulativos ou científicos.
• Específica: consideração de uma disciplina intelectualmente
constituída em unidade definida do saber, estudando-a
detalhada e tecnicamente, em sua organização,
funcionamento e relações que mantém com outras
disciplinas.
(II) dentificar o significado e principais características dos
paradigmas: positivista, funcionalista,
interpretativista e relativista.
Paradigma relativista:
• Teorias são limitadas a épocas e contextos (históricos,
culturais, sociais) específicos.
• A perspectiva relativista crítica defende que a subjetividade
é um aspecto inerente à ciência porque a construção
daciência é um processo social, já que é produzida pelos
seres humanos (PETER e OLSON, 1983).
• A realidade influencia o sujeito e esse irá influenciar a
realidade através de sua ação e, até mesmo, da
simplesobservação.
• As teorias são científicas porque um determinado grupo de
pesquisadores, em um dado momento, assim definiu
• A avaliação da utilidade de uma teoria passa da veracidade
de conteúdo (foco empirista) para a utilidade do conteúdo
(foco relativista)
Paradigma Positivista:
• Visa a medição, a quantificação, a previsão dos fenômenos
e sua generalização.
• Tem intima relação com a pesquisa quantitativa.
• Acredita na objetividade do conhecimento, e recusa a
possibilidade de compreensão subjetiva dos fenômenos.
• O conhecimento só é considerado científico quando gerado
dentro de um processo que cumpre os requisitos
sistemáticos de relevância explicativa e empírica, sejam
essas de caráter dedutivo ou geradas através de explicações
probabilísticas.
• Essa concepção de ciência advoga o "método científico" no
singular, como se houvesse sempre uma única forma
adequada de pesquisa.
• Acredita na neutralidade científica.
• Acredita na verdade absoluta.
• Procura a criação de leis gerais
Paradigma funcionalista:
Originou-se no positivismo e reflete uma posição objetiva
com uma teoria de regulação social.
• É dominante nas ciências sociais e em muitas áreas da
administração.
• Possui uma orientação pragmática, em que a compreensão
da sociedade deve ser posta em termos de conhecimentos
gerais (generalizações e princípios universais) para depois
serem colocados em prática. Assim, é uma abordagem que
se preocupa em prover soluções práticas aos problemas da
sociedade.
Paradigma interpretativista:
• Defende a realidade social não existe em termos concretos,
mas é um produto das experiências intersubjetivas dos seres
humanos.
• Humanos constroem e mantêm simbolicamente a realidade.
• Tem íntima relação com a pesquisa qualitativa.
• A pesquisa interpretativista não procura a criação de leis
universais pois visa o detalhamento de uma situação
específica.
(III) Identificar as ideias centrais das sete teses equivocadas
sobre conhecimento científico.
1º O conhecimento científico é o único conhecimento válido e
confiável porque explica a realidade como ela é.
2º O conhecimento científico retirou a humanidade do
obscurantismo, que antes estava mergulhada no pensamento
mágico.
3º O conhecimento científico é somente aquele que pode ser
provado e reproduzido em laboratório.
4º A ciência é mais confiável porque está livre do senso
comum e da ideologia.
5º A religião propõe dogmas, o conhecimento científico
propõe a libertação.
6º O conhecimento científico é reconhecido pela sua
preocupação com a forma e a sua desvinculação com a
política.
7º O conhecimento científico é indiscutível. Ele é a expressão
da verdade.

Guia III

(I) Entender razões que evidenciam o equívoco da questão que serão testadas ou
“Administração é ciência ou arte? respondidas durante a pesquisa.
Em resumo, a administração é uma disciplina complexa que • Definição do Método de
incorpora elementos tanto da ciência quanto da arte. A Pesquisa: Escolha e descrição
tentativa de categorizá-la exclusivamente como uma ou outra dos métodos e técnicas a serem
pode ser simplista, pois ela envolve uma interação dinâmica utilizados na coleta e análise de
entre princípios científicos e habilidades artísticas na prática dados.
diária. 2. Fase Consolidadora:
(II) Saber o significado das fases antecedente e • Significado: A fase consolidadora ocorre
consolidadora de uma pesquisa científica e reconhecer suas
durante e após a coleta de dados, quando
respectivas partes.
A pesquisa científica é frequentemente dividida em fases os resultados são analisados,
distintas, sendo duas delas as fases antecedente e interpretados e as conclusões são tiradas.
consolidadora. Vamos entender o significado de cada uma É a etapa em que o pesquisador verifica se
delas e reconhecer suas partes respectivas: as hipóteses foram confirmadas ou
refutadas e discute as implicações de seus
1. Fase Antecedente: achados.
• Significado: A fase antecedente é aquela • Partes Constituintes:
que ocorre antes da execução efetiva da • Coleta de Dados: Implementação
pesquisa. É o estágio de planejamento, do método de pesquisa para
onde o pesquisador define e delimita o reunir informações relevantes.
problema de pesquisa, revisa a literatura • Análise de Dados: Aplicação de
existente, formula hipóteses ou questões técnicas estatísticas ou
de pesquisa e elabora o design interpretativas para examinar os
metodológico. dados coletados.
• Partes Constituintes: • Interpretação dos Resultados:
• Formulação do Problema: Discussão dos resultados à luz
Identificação clara e precisa do das hipóteses ou questões de
problema a ser investigado. pesquisa.
• Revisão de Literatura: Análise • Conclusões e Discussão:
crítica das pesquisas e teorias Apresentação das conclusões da
existentes relacionadas ao tema. pesquisa e discussão das
• Formulação de Hipóteses ou implicações práticas e teóricas.
Questões de Pesquisa: • Recomendações: Sugestões
Proposições ou interrogações para futuras pesquisas ou
 aplicações práticas com base 5. Resenha Crítica:
nos resultados obtidos.
• Características: Análise crítica de um
É importante ressaltar que essas fases são inter- livro, artigo, filme ou outro trabalho,
relacionadas e não necessariamente ocorrem de maneira destacando pontos fortes e fracos.
linear. Durante a execução da pesquisa, ajustes podem ser • Finalidade: Avaliar e sintetizar a
necessários, e a análise de dados pode levar a uma revisão contribuição do trabalho revisado.
das hipóteses iniciais. O rigor metodológico e a coerência ao 6. Relatório Técnico:
longo de todo o processo são fundamentais para garantir a
• Características: Documento que
validade e confiabilidade dos resultados.
descreve detalhes técnicos de um projeto,
(III) Identificar os principais tipos de trabalhos científicos experimento ou processo.
(ou acadêmicos) • Finalidade: Comunicar informações
técnicas de maneira clara e concisa.
Artigo Científico:
7. Resumo:
• Características: Texto breve e focado em
• Características: Sumário conciso de um
um tema específico. Apresenta pesquisa
trabalho maior, apresentando objetivos,
original, revisão bibliográfica, metodologia,
métodos, resultados e conclusões.
resultados e conclusões.
• Finalidade: Permitir a rápida
• Finalidade: Compartilhar descobertas
compreensão do conteúdo de um trabalho
científicas, teorias ou análises.
extenso.
2. Tese:
8. Ensaio Acadêmico:
• Características: Documento extenso que
• Características: Texto argumentativo que
apresenta uma pesquisa original realizada
explora um tópico de forma aprofundada,
como parte de um programa de pós-
apresentando uma tese ou ponto de vista.
graduação.
• Finalidade: Desenvolver habilidades de
• Finalidade: Contribuir significativamente
análise crítica e argumentação.
para o conhecimento em uma área
9. Projeto de Pesquisa:
específica.
3. Dissertação: • Características: Documento que
apresenta a estrutura e os objetivos de
• Características: Similar a uma tese, mas
uma pesquisa a ser realizada.
geralmente mais curta e associada a
• Finalidade: Obter aprovação e orientação
programas de mestrado.
antes do início da pesquisa.
• Finalidade: Demonstrar competência na
10.Relato de Caso:
pesquisa e compreensão aprofundada de
um tema. • Características: Descrição detalhada de
4. Monografia: um caso específico na prática clínica,
educacional ou de pesquisa.
• Características: Documento mais curto
• Finalidade: Compartilhar experiências
que aborda um tópico específico. Pode ser
únicas e informação valiosa.
um requisito de cursos de graduação.
• Finalidade: Desenvolver habilidades de
pesquisa e escrita acadêmica.
 Guia IV
(I) tema de pesquisa: saber o que é
• A escolha do tema é fundamental para a definição
do projeto de pesquisa.
• A escolha do tema é o primeiro passo no
planejamento da pesquisa.
• O tema precede o problema a ser investigado.
• Um tema pode suscitar vários problemas.
• O tema tem caráter mais geral, mais abrangente do
que o problema.
(II) problema de pesquisa: saber o que é?; identificar o que
pode motivar a sua criação; conseguir formulá-lo; diferenciá-
lo de um problema de valor.
Problema de pesquisa
• É algo para o qual se vai buscar resposta, via pesquisa.
• É uma questão não resolvida, referente a:
→ alguma lacuna epistemológica ou metodológica percebida,
→ alguma dúvida quanto à sustentação de uma afirmação
geralmente aceita,
→ alguma necessidade de pôr à prova uma suposição,
→ interesses práticos,
→ vontade de compreender e explicar uma situação do
cotidiano ou outras situações
• É uma questão que evidencia uma necessidade de
discussão, investigação, decisão ou solução.
A definição adequada de um problema, por si só, não garante
o êxito de uma produção científica, mas a definição
inadequada, certamente, garante seu insucesso.
É preciso diferenciar um problema de pesquisa de um
problema de valor:
→ Problemas científicos quase sempre apresentam relações
entre variáveis;
→ Quando a questão é de valor a pergunta é relativa ao que
é melhor ou pior
Regras práticas para a formulação de um problema:
a. Verificar se o que foi pensado é, realmente, um problema
científico.
b. O problema deve ser formulado sob a forma de pergunta.
c. A pergunta deve ser redigida de forma clara e concisa.
d. O problema deve ser definido de tal forma que a solução
seja possível. Descartá-lo caso:
→ não seja possível obter os dados de que se necessita;
→ não dominar a metodologia adequada.
e. O problema deve ser colocado dentro de um tamanho que
contribua para a factibilidade da solução. Assim, é preciso
selecionar variáveis, definir a perspectiva temporal-espacial,
e perceber ‘outros elementos’ com os quais efetivamente se
possa lidar.
(III)objetivos da pesquisa: significados do objetivo geral
(principal) e dos objetivos específicos (secundários);
conseguir formulá-los.
Objetivo é um resultado a alcançar. Objetivo final (geral) dará
resposta ao problema. Objetivos intermediários (específicos)
são metas se alcançadas propiciarão o alcance do objetivo
final.
Os objetivos devem ser redigidos com o verbo no infinitivo
Dicas para Formular Objetivos:
1. Seja claro e conciso: Formule os objetivos de
maneira clara, evitando ambiguidades.
2. Seja mensurável: Certifique-se de que os objetivos
são passíveis de medição ou avaliação para
determinar se foram alcançados.
3. Seja alcançável: Os objetivos devem ser realistas,
considerando os recursos disponíveis.
4. Esteja alinhado com a relevância da pesquisa:
Certifique-se de que os objetivos estão diretamente
relacionados à questão de pesquisa e à contribuição
pretendida.
5. Seja relevante e específico: Evite objetivos
genéricos; eles devem ser específicos o suficiente
para guiar o desenvolvimento da pesquisa.
Ao formular os objetivos, é importante manter uma conexão
lógica entre o objetivo geral e os objetivos específicos,
criando uma estrutura coesa que guie efetivamente a
pesquisa.

(IV) hipóteses/suposições: significado; diferenciar hipótese
de problema de pesquisa
• São a antecipação da resposta ao problema e são
formuladas sob a forma de afirmação.
• Como respostas plausíveis e provisórias que são,
poderão ser confirmadas ou rejeitadas ao final da
pesquisa.
• São diretrizes que orientarão todo o processo de
investigação, pois definem até aonde a pesquisa
quer chegar.
As hipóteses:
• estão mais associadas às investigações positivistas ou
neopositivistas;
• nesse contexto, usa-se procedimentos estatísticos para
testá-las;
Há dois tipos de hipótese:
→ constitutiva - define palavras com outras palavras, como
em dicionário.
→ operacional - especifica operações necessárias para
medir ou manipular um conceito (ou constructo).
- hipóteses estatísticas são formuladas em formas nula (H0)
e alternativa (H1, H2 etc.).
• a redação das hipóteses é feita no capítulo “O Problema”, e
a informação de como elas serão testadas é dada na
“Metodologia” (item tratamento dos dados).
As suposições estão mais associadas a pesquisas
qualitativas.
• não implicam testes; apenas a confirmação, ou não, via
mecanismos não estatísticos
(V) delimitação do estudo: o que é?
• Aponta aquilo que fica dentro e o que fica fora do
estudo.
• A realidade é histórica e muito complexa, e não é
possível analisá-la em seu todo; assim, cuida-se de
parte dessa realidade
.
Trata de fronteiras relativas:
→ a variáveis;
→ aos pontos que serão abordados;
→ ao corte (transversal ou longitudinal);
→ ao período de tempo objeto da investigação (ex.: séries
históricas, períodos de mudança planejada e outros).
Não pode ser confundida com a definição do universo e da
amostra da pesquisa.
(VI) justificativa (relevância) do estudo: o que é?; quais
argumentos podem ser usados na sua elaboração
É a argumentação do autor do projeto sobre a importância do
estudo indicando as contribuições práticas e teóricas:
→ para sua área de atuação (ou em que busca formação
acadêmica);
→ para a sociedade em geral.
Argumentos para elaborar a justificativa:
1. Lacunas no Conhecimento:
• Identificar brechas ou lacunas na
literatura existente relacionada ao tema
da pesquisa.
• Mostrar como a pesquisa contribuirá para
preencher essas lacunas e avançar o
conhecimento na área.
2. Problema Prático ou Social:
• Destacar problemas práticos ou questões
sociais que a pesquisa visa abordar.
• Demonstrar a relevância do estudo na
resolução de problemas do mundo real ou
na melhoria de determinadas condições.
3. Contribuição Acadêmica:
• Explicitar como a pesquisa contribuirá
para a teoria existente na área de estudo.
• Destacar possíveis avanços conceituais,
metodológicos ou práticos.
4. Aplicações Práticas:
• Mostrar como os resultados da pesquisa
podem ser aplicados na prática.
• Destacar possíveis benefícios para a
sociedade, organizações ou grupos
específicos.
5. Relevância Atual:
• Argumentar sobre a atualidade e a
importância do tópico, destacando
eventos, mudanças ou desenvolvimentos
recentes que tornam a pesquisa relevante.
6. Contribuição para a Comunidade Científica:
 • Apresentar como os resultados da
pesquisa podem contribuir para o avanço
da comunidade científica.
• Destacar a importância de preencher
lacunas específicas no conhecimento
existente.
7. Impacto Potencial:
Guia V
(I) Entender a importância do referencial teórico para um
projeto de pesquisa;
É o capítulo do projeto que tem por objetivo apresentar os
estudos sobre o problema (ou tema) já realizados por outros
autores.
• Autor e leitor - cada um em seu tempo – tomam
conhecimento do que já existe sobre o assunto (o estado da
arte).
O autor do projeto:
→ analisa a literatura no que diz respeito:
− ao acervo de teorias e a suas críticas;
− a trabalhos realizados.
→ revela suas preocupações e preferências;
→ aponta para o leitor as lacunas (ou discordâncias) que
percebe na bibliografia consultada, oferecendo
contextualização e consistência à investigação;
→ assinala os pontos que considera que precisam ser
confirmados.
Na construção do referencial teórico:
→ é interessante levantar as posições teóricas do que já foi
publicado sobre o objeto de sua investigação;
→ apresentar o referencial não significa fazer o resumo de
várias obras;
→ as posições teóricas não devem ser apenas relatadas de
forma resumida, devem ser analisadas e confrontadas;
→ é instigante dialogar (por escrito) com os autores
apresentados;
→ a argumentação direcionada para o problema deve ser
construída com profundidade, coerência e clareza;
→ o uso econômico de metáforas, de histórias ou de poesias
é interessante para ilustrar dada ideia, pois essas quebram a
aridez da linguagem científica e tornam mais inteligíveis
pontos destacados;
• Antecipar o impacto potencial da pesquisa
e suas implicações.
• Demonstrar como os resultados podem
influenciar políticas, práticas profissionais
ou futuras pesquisas.
O referencial teórico desempenha um papel fundamental em
um projeto de pesquisa, pois serve como a base conceitual
que fundamenta e orienta a investigação. Compreender a
importância do referencial teórico é crucial para a qualidade
e relevância de um estudo.
(II) Reconhecer as partes de um método que pode ser
estruturado mediante metodologias quali, quanti ou mistas;
O método de pesquisa é uma parte essencial de qualquer
projeto de pesquisa, e sua estrutura pode ser adaptada com
base em metodologias qualitativas, quantitativas ou mistas,
dependendo dos objetivos e da natureza do estudo. Vamos
analisar as partes comuns de um método e como elas podem
ser abordadas em cada abordagem metodológica:
Partes Comuns do Método de Pesquisa:
1. População e Amostra:
• Qualitativo: Foco em selecionar
participantes que possam fornecer
insights ricos e detalhados sobre o
fenômeno em estudo. A amostragem
muitas vezes é intencional ou por critérios
específicos.
• Quantitativo: Envolvimento de uma
amostra representativa da população para
generalizações estatísticas. O processo de
seleção é geralmente baseado em
métodos probabilísticos.
• Misto: Combinação de estratégias de
amostragem, usando critérios específicos
para parte qualitativa e métodos
probabilísticos para a parte quantitativa.
2. Instrumentos de Coleta de Dados:
• Qualitativo: Uso de entrevistas,
observações, análise de documentos,
entre outros métodos que permitem a
obtenção de dados descritivos e
contextuais.
• Quantitativo: Utilização de questionários,
testes, medições, escalas e outras
ferramentas estruturadas para coletar
dados numéricos.
• Misto: Combinação de instrumentos,
permitindo uma abordagem abrangente
que inclui dados descritivos e
quantitativos.
3. Procedimentos de Coleta de Dados:
• Qualitativo: Ênfase na flexibilidade e
interação direta com os participantes para
explorar a complexidade do fenômeno.
• Quantitativo: Procedimentos
estruturados, muitas vezes envolvendo
técnicas padronizadas para garantir a
consistência na coleta de dados.
• Misto: Sequência de procedimentos que
incorpora métodos qualitativos e
quantitativos, permitindo uma análise mais
abrangente.
4. Procedimentos de Análise de Dados:
• Qualitativo: Análise de dados textual e
interpretativa, muitas vezes usando
métodos como codificação, categorização
e teorização fundamentada.
• Quantitativo: Análise estatística, incluindo
testes de hipóteses, análise de variância,
regressão, entre outros, para extrair
padrões e relações.
• Misto: Integração de métodos de análise
qualitativa e quantitativa para uma
compreensão mais completa do fenômeno
estudado.
5. Considerações Éticas:
• Qualitativo, Quantitativo, Misto: Todas as
abordagens devem seguir princípios
éticos, como consentimento informado,
confidencialidade e considerações sobre o
bem-estar dos participantes.
6. Plano de Amostragem (no caso quantitativo):
• Quantitativo: Descrição detalhada do
processo de seleção da amostra,
garantindo representatividade estatística.
• Qualitativo, Misto: Estratégias de
amostragem descritas, muitas vezes
destacando critérios de seleção e
justificativas.
7. Materiais e Recursos:
• Qualitativo, Quantitativo, Misto:
Descrição dos materiais e recursos
necessários para a implementação da
pesquisa.
Ao estruturar o método de pesquisa, é essencial escolher
abordagens e técnicas alinhadas aos objetivos da pesquisa,
garantindo que a coleta e análise de dados sejam
apropriadas para responder às perguntas de pesquisa. A
escolha entre abordagens qualitativas, quantitativas ou
mistas dependerá da natureza e do escopo da pesquisa.
(III) Saber os significados de cada metodologia que fazem
parte da classificação de Vergara (2000)
Metodologia Experimental:
• Significado: A pesquisa experimental
busca identificar relações de causa e
efeito entre variáveis controlando fatores
externos que podem influenciar os
resultados. É caracterizada pelo controle
rigoroso das condições experimentais,
manipulação de variáveis independentes e
observação de efeitos em variáveis
dependentes.
• Aplicação: Principalmente utilizada em
estudos em que é possível realizar
experimentos controlados para testar
hipóteses.
2. Metodologia Descritiva:
 • Significado: A pesquisa descritiva tem
como objetivo descrever características
ou fenômenos em detalhes, sem a
manipulação de variáveis. Ela se concentra
na observação, registro, análise e
correlação de eventos ou fenômenos.
• Aplicação: Utilizada quando se deseja
obter uma compreensão mais profunda de
uma situação, comportamento, processo
ou fenômeno, sem interferir neles.
3. Metodologia Exploratória:
• Significado: A pesquisa exploratória visa
proporcionar uma maior familiaridade
com o problema de pesquisa e pode
envolver revisão de literatura, entrevistas,
observação e outras técnicas. É utilizada
quando o pesquisador precisa
compreender um tópico pouco explorado
ou para formular hipóteses preliminares.
• Aplicação: Útil no início de uma
investigação quando o objetivo é
identificar questões relevantes ou
compreender a complexidade de um
fenômeno.
4. Metodologia Explicativa:
• Significado: A pesquisa explicativa tem
como objetivo identificar as razões ou
causas de um fenômeno. Ela vai além da
GUIA VII
(I) Entender significados dos tipos de pesquisa: estudo de
caso; etnográfica, pesquisa documental.
Os tipos de pesquisa, como estudo de caso, pesquisa
etnográfica e pesquisa documental, diferem em suas
abordagens e metodologias, sendo adequados para
diferentes contextos e objetivos de pesquisa. Vamos
entender o significado de cada um deles:
1. Estudo de Caso:
Significado:
descrição e busca entender por que um
determinado fenômeno ocorre.
• Aplicação: Utilizada quando se procura
explicar relações de causa e efeito, muitas
vezes utilizando métodos mistos para
combinar elementos descritivos e
experimentais.
Essas categorias fornecem uma estrutura para os
pesquisadores escolherem a abordagem mais adequada com
base nos objetivos de sua pesquisa. É importante notar que,
em muitos casos, os estudos podem incorporar elementos de
diferentes metodologias, formando assim pesquisas mistas
que combinam abordagens qualitativas e quantitativas
(IV) Saber como fazer citações diretas e indiretas; e
identificar o significado do termo “in” nas referências.
-Citação Direta: transcrever textualmente parte da obra do
autor consultado. O texto deverá
vir entre aspas duplas. Além do autor e data também deverá
ser indicada a página da consulta.
- Citação Indireta: é quando se expressa a ideia de um outro
autor com suas próprias palavras,
sem alterar ou deturpar. Também é conhecida como
paráfrase. Não é obrigatória a colocação
do número da página. (apenas se dá a referência)
- Termo In significa: em ou dentro de. Indicação de página (ou
outra forma de individualizar a
parte de referência). Autor do capítulo
• O estudo de caso é uma abordagem de pesquisa que
se concentra em investigar profundamente um
fenômeno específico em seu contexto real.
• Envolve uma análise detalhada e intensiva de uma
situação, organização, evento ou indivíduo.
• Busca compreender as complexidades do fenômeno
em seu ambiente natural.
Características:
• Utilização de várias fontes de dados, como
entrevistas, observações, documentos e registros.
 • Ênfase na contextualização e na compreensão
profunda, em vez de generalizações amplas.
• Pode ser aplicado em situações complexas, únicas
ou em casos em que é difícil controlar variáveis.
Exemplo:
• Um estudo de caso pode ser conduzido para
analisar as práticas de gestão de uma empresa
específica durante um período de mudanças
significativas.
2. Pesquisa Etnográfica:
Significado:
• A pesquisa etnográfica envolve a imersão do
pesquisador na comunidade, organização ou
ambiente que está sendo estudado.
• O pesquisador busca compreender a cultura,
comportamentos e interações sociais por meio de
observação participante e interação direta.
• É comumente aplicada em contextos socioculturais.
Características:
• Observação participante, onde o pesquisador se
envolve ativamente na vida cotidiana do grupo
estudado.
• Uso de entrevistas, diários de campo e outras
técnicas para coletar dados.
• Ênfase na compreensão em profundidade da
perspectiva dos participantes.
Exemplo:
• Um pesquisador etnográfico pode passar vários
meses vivendo em uma comunidade indígena para
entender sua cultura, tradições e modos de vida.
3. Pesquisa Documental:
Significado:
• A pesquisa documental envolve a análise de
documentos, registros, arquivos, textos e outras
fontes escritas para obter informações e insights
sobre um tópico específico.
• Não envolve a coleta de dados diretamente dos
participantes; em vez disso, utiliza fontes
documentais existentes.
Características:
• Revisão de documentos históricos, relatórios,
cartas, artigos, entre outros.
• Análise crítica e interpretativa dos documentos
para responder às questões de pesquisa.
• Pode ser usada para investigar eventos passados,
políticas, mudanças ao longo do tempo, entre
outros.
Exemplo:
• Uma pesquisa documental pode envolver a análise
de registros oficiais de uma organização para
entender sua evolução ao longo das décadas.
Cada tipo de pesquisa tem suas próprias vantagens e
limitações, e a escolha entre eles dependerá dos objetivos
específicos da pesquisa e da natureza do fenômeno a ser
investigado.
 GUIA VIII
-Reconhecer os possíveis alvos da pesquisa quali: pessoas
(atores), locais, documentos;
Ocorre em um cenário natural;
- Usa métodos múltiplos de coleta que são interativos e
humanísticos;
- É emergente em vez de estritamente pré-configurada;
- É fundamentalmente interpretativa.
As características do pesquisador qualitativo:
- Vê os fenômenos sociais holisticamente.
- Reflete sistematicamente sobre quem é ele na investigação
e é sensível a sua biografia pessoal e à maneira como ela
molda o estudo.
- Usa um raciocínio complexo multifacetado, interativo e
simultâneo.
- Adota e usa uma ou mais estratégias de investigação como
um guia para os procedimentos no estudo qualitativo
Decisões de um Método de Pesquisa Qualitativa
Após definir (1) o tipo de pesquisa, as próximas etapas do
método são referentes aos procedimentos de coleta de
dados e, genericamente, incluem as seguintes decisões: (2)
identificar o(s) local(is) de pesquisa e/ou a(s)
grupo/pessoa(s) e a forma de seleção; (3) indicar as
variáveis (categorias de análise) que serão necessárias e,
consequentemente, definir a(s) técnica ou as múltiplas
técnicas de coleta de dados, e seu(s) respectivo(s)
instrumento(s) de coleta de dados; (4) revelar os passos
para a coleta de dados; (5) descrever a forma de análise e
interpretação dos dados; as estratégias para validação; de
precisão dos resultados; e a estrutura da narrativa
-Compreender os princípios que norteiam a seleção dos
entrevistados em estudos qualitativos, bem como as
considerações gerais que guiam a decisão sobre a
quantidade de entrevistados.
-Compreender os princípios que norteiam a seleção dos
entrevistados em estudos qualitativos,
bem como as considerações gerais que guiam a decisão
sobre a quantidade de entrevistados.
Escolha e seleção: de locais e grupos/atores do estudo:
A ideia por trás da pesquisa qualitativa é selecionar
propositalmente participantes oulocais (ou documentos ou
materiais gráficos) mais indicados para ajudar o pesquisador
a entender o problema de pesquisa. Isso não sugere uma
amostragem aleatória ou seleção de grande número de
participantes e locais, como geralmente ocorre na pesquisa
quantitativa (CRESWELL, 2007).
A decisão sobre participantes e local deve incluir quatro
aspectos:
→ o cenário (onde a pesquisa vai ocorrer),
→ os atores (quem serão os observados ou entrevistados),
→ os eventos (o que os atores estarão fazendo enquanto
forem observados ou como serão entrevistados)
→ o processo (a natureza evolutiva dos eventos vividos
pelos atores dentro do cenário).
Também é importante comentar as conexões entre o
pesquisador, os locais de pesquisa e os participantes. Na
pesquisa “no quintal” (GLESNE e PESHKIN, 1992 apud
CRESWELL, 2007), que envolve o estudo de ambientes
próximos ao pesquisador:
- A coleta de dados pode ser conveniente e fácil;
Mas também pode:
− Tolher a capacidade do pesquisador de revelar
informações e levantar questões difíceis de poder.
− Fazer com que os dados se tornem viesados, incompletos
ou comprometidos.
Assim, o pesquisador deve empregar estratégias múltiplas de
exatidão para criar confiança no leitor em relação à
validação dos resultados.
Procedimentos para a seleção de entrevistados:
O termo "seleção” é usado, ao invés de "amostragem", pois a
amostragem carrega conotações dos levantamentos que, a
partir de uma amostra estatística da população, busca a
generalização dos resultados dentro de limites específicos de
confiabilidade. A finalidade real da pesquisa qualitativa não é
contar opiniões ou pessoas, mas ao contrário, explorar o
espectro de opiniões, as diferentes representações sobre o
assunto em questão.
A seleção pode envolver situações menos e mais complexas:
1ª) Tema/assunto envolvendo um meio social específico É
preciso descobrir/explorar a variedade de pontos de vista
no assunto em questão. Considerando que, normalmente,
existe um número relativamente limitado de pontos de vista,
ou posições, sobre um tópico dentro de um meio social
específico, a seleção deve maximizar a oportunidade de
compreender as diferentes posições tomadas pelos
membros do meio social. O pesquisador precisa considerar
como esse meio social pode ser segmentado com relação ao
tema.
2ª) Tema/assunto relevante para mais de um meio social: É
preciso definir ambientes relevantes dentre os quais se fará
a seleção. As opções para a seleção dos entrevistados são:
a) opção tradicional é usar as variáveis padrão
sociodemográficas (sexo, gênero, idade, classe social e
alguma variável geográfica);
b) opção alternativa é basear a seleção em grupos naturais,
nessa as pessoas interagem conjuntamente e formam um
meio social (pessoas podem partilhar um passado comum, ou
ter um projeto futuro comum; podem ter os mesmos hábitos
de mídia, ter interesses e valores semelhantes). Nesse
contexto, será necessário considerar se as características
sociodemográficas são relevantes ou não.
“Uma vez mais o pesquisador terá de tomar algumas
decisões entre os benefícios de se pesquisar determinados
segmentos e os custos de ignorar outros. Para tais escolhas,
é indispensável uma imaginação social científica. Não existem
respostas corretas.”
Quantidade de entrevistados:
O número de entrevistados é necessariamente pequeno nas
pesquisas qualitativas, assim a imaginação social científica
deve ser usada para montar a seleção dos entrevistados.
Para guiar a decisão sobre a quantidade de entrevistados, é
preciso lembrar que, permanecendo todas as coisas iguais,
mais entrevistas não melhoram, necessariamente, a
qualidade das informações ou levam a uma compreensão
mais detalhada do tema em questão, porque:
a) há um número limitado de interpelações, ou versões, da
realidade: embora as experiências possam parecer únicas ao
indivíduo, as representações de tais experiências não
surgem das mentes individuais; em alguma medida, elas são
o resultado de processos sociais;
b) há a questão do tamanho do corpus a ser analisado: uma
quantidade extensa de entrevistas e, depois, de transcrições
e análise dos textos extraídos das entrevistas impossibilita a
lembrança de cada ambiente entrevistado, os temas-chave
de cada entrevista, o tom emocional do entrevistado, tudo
isso pode resultar em perda de informação no relatório
escrito
- Saber que as variáveis (temas, categorias), com o suporte do referencial teórico, são importantes para a obtenção dos
dados que possibilitarão a resposta do problema de pesquisa / o alcance do objetivo do projeto.

- Reconhecer os significados das técnicas de coleta de dados da pesquisa quali e de seus respectivos
instrumentos de coleta de dados.

-Saber que, no contexto da pesquisa quali, os documentos podem ser uma técnica de coleta de dados, bem como um tipo de
estudo

Observação: É destinada a obter notas de campo sobre comportamento e atividades das pessoas no local de pesquisa e pode
ser realizada de forma não- estruturada ou semiestruturada; e o pesquisador pode se envolver em papéis que variam de não-
participante até participante integral. Essa técnica tem como instrumento de coleta o protocolo (formulário) observacional
que servirá para registrar as notas descritivas, as notas reflexivas e as informações descritivas.

Entrevista: O pesquisador realiza perguntas para que entrevistado fala longamente sobre elas, pode ser individual ou em
grupo; não estruturadas e semiestruturadas; em profundidade, projetivas, narrativa, etnográfica. Essa técnica tem como
instrumentos de coleta o roteiro (protocolo) de entrevista (ou tópico guia) não estruturados ou semiestruturados, e o registro
de informações das entrevistas usando bloco de notas e gravação.

Grupos de foco (focus group): Dependem da presença de um moderador e de observadores para coletar informações de um
pequeno grupo de participantes. O moderador/pesquisador fará perguntas aos participantes e a interação entre eles
conduzirá à geração de ideias e/ou descobertas que podem não emergir quando na presença de única pessoa. A técnica
também adota como instrumentos de coleta roteiro de entrevista e o registro de informações usando bloco de notas e,
necessariamente, a gravação.
Conversas de cotidiano: Surgem de interações sociais informais e permitem que um participante utilize repertórios
interpretativos que não utilizaria em uma entrevista. Essa técnica tem como instrumentos de coleta as notas manuscritas.

Fontes de documentos: Documentos públicos ou privados. Os documentos podem ser uma técnica de coleta de dados, assim
como podem ser um tipo de pesquisa quali. O documento como técnica será um procedimento complementar de coleta de
dados, como tipo de estudo será a forma principal de concretizar um estudo quali. Como instrumentos podem ser usados: os
registros via notas, transcrição, tradução; e as cópias via microfilmagem e a digitalização, fotocopia.

Imagens e áudios: Sobre as imagens, essas podem ser oportunas, chamam a atenção visualmente, podem ser mais eloquentes
do que as palavras, podem revelar a realidade de participantes; já, com os sons podem revelar momentos importantes,
situações diárias vividas no presente ou no passado. Registro de material visual e de áudio constitui a forma pela qual o
pesquisador poderá trabalhar com as imagens e sons.

Técnica de coleta de dados: É comum e recomendável a adoção de múltiplas técnicas de coleta de dados, que podem ou não ser
adotados concomitantemente. Isso se justifica pela necessidade de detalhamento e aprofundamento, que são inerentes aos
estudos de natureza qualitativa
Resumo do guia da semana 9:

- Reconhecer os cuidados que envolvem o trabalho de campo em uma pesquisa quali;

- Saber o que é análise dos dados e o que é interpretação dos dados;
- Identificar passos genéricos para análise dos dados qualitativos;

- Saber a sequência “genérica” de decisões do método de um projeto de pesquisa.