Você está na página 1de 282

APOSTILA

Porto Real Do Colégio


AL

Cargo: Vigilante

Revenda proibida. Todos os direitos reservados meritoapostilas.com.br


OBRIGADO POR ADQUIRIR UMA APOSTILA

MÉRITO APOSTILAS
Missão
Oferecer educação inovadora, que promova a excelência humana e acadêmica e o desenvol-
vimento de uma sociedade sustentável.

Visão
Sermos reconhecidos como empresa de referência, dinâmica, integrada e comprometida com
a formação de concurseiros, éticos e conscientes do compromisso com a responsabilidade do
serviço público.

Valores
• Comprometimento
• Respeito
• Inovação
• Criatividade
• Melhoramento contínuo

Material protegido, Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Você não pode compartilhar,
revender, fazer rateio ou sorteio das apostilas por nenhum meio, seja de forma parcial ou total,
independente se for de forma gratuita ou com intuito comercial. As apostilas são licenciadas
exclusivamente para o usuário que efetuou a compra em nosso site, você não poderá compar-
tilhar a sua senha do site para outras pessoas efetuarem o download. Podemos incluir seu
número do CPF como marca d’água nas apostilas para assegurar a exclusividade do material.

Encontrou algum erro, precisa de retificação, tem alguma dúvida, crítica ou sugestão? Basta
acessar o site e clicar em “Fale conosco”. Atendimento de Seg. à Sex. das 09hs às 17hs. Não
contém nenhuma legislação específica comentada, caso necessite entre em contato conosco
e disponibilizaremos de forma literal, ou seja, a legislação em si.

Perguntas Frequentes: https://meritoapostilas.com.br/perguntas-frequentes/


Política de privacidade: https://meritoapostilas.com.br/privacidade/
Língua Portuguesa

LÍNGUA PORTUGUESA

MÉRITO
Apostilas 1
Leitura, compreensão e interpretação de textos

Leitura, compreensão e
interpretação de textos

MÉRITO
Apostilas 1
Leitura, compreensão e interpretação de textos

Compreensão e interpretação de texto são duas ações que estão relacionadas,


uma vez que quando se compreende corretamente um texto e seu propósito
comunicativo chegamos a determinadas conclusões (interpretação).
A compreensão de um texto é a análise e decodificação do que está realmente
escrito, seja das frases ou das ideias presentes.

Já a interpretação de texto, está ligada às conclusões que podemos chegar ao


conectar as ideias do texto com a realidade. É o entendimento subjetivo que o
leitor teve sobre o texto.

É possível compreender um texto sem interpretá-lo, porém não é possível


interpretá-lo sem compreendê-lo.

Compreensão de texto

A compreensão de texto significa decodificá-lo para entender o que foi dito. É a


análise objetiva e a assimilação das palavras e ideias presentes no texto.

As expressões que geralmente se relacionam com a compreensão são:

• Segundo o texto…

• De acordo com o autor…

• No texto…

• O texto informa que...

• O autor sugere…

Interpretação de texto

A interpretação do texto é o que podemos concluir sobre ele, após estabelecer


conexões entre o que está escrito e a realidade. São as conclusões que podemos

2
Leitura, compreensão e interpretação de textos

tirar com base nas ideias do autor. Essa análise ocorre de modo subjetivo e está
relacionada com a dedução do leitor.

Na interpretação de texto, as expressões geralmente utilizadas são:

• Diante do que foi exposto, podemos concluir…

• Infere-se do texto que…

• O texto nos permite deduzir que…

• Conclui-se do texto que...

• O texto possibilita o entendimento de...

Item Compreensão Interpretação


Análise objetiva do conteúdo,
A conclusão subjetiva do texto. É o que o leitor entende
Definição compreendendo frases, ideias e
que o texto quis dizer.
dados presentes no texto.
As informações necessárias estão A informação vai além do que está no texto, embora
Informação
dispostas no texto. tenha uma relação direta com ele.
Análise Objetiva. Ligada mais aos fatos. Subjetiva. Pode estar relacionada a uma opinião.

A Importância da Leitura

Tanto a leitura quanto a escrita são práticas sociais de importância fundamental


para o desenvolvimento da cognição humana. Ambas asseguram o
desenvolvimento do intelecto e da imaginação e conduzem à aquisição de
conhecimentos.

Quando lemos, existem várias conexões no cérebro que nos permitem desenvolver
nosso raciocínio. Além disso, por meio dessa atividade, aprimoramos nosso senso
crítico por meio da capacidade de interpretar.

Nesse sentido, vale lembrar que a “interpretação” dos textos é uma das chaves
básicas da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar códigos de linguagem, é
preciso entender e interpretar essa leitura.

3
Leitura, compreensão e interpretação de textos

Exercícios

1 - (Enem-2012)

Figura 1: Fonte: www.ivancabral.com.

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações


visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre
à:

a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para


transmitir a ideia que pretende veicular.

b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.

c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população


pobre e o espaço da população rica.

d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.

e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira


de descanso da família.

4
Leitura, compreensão e interpretação de textos

2. (Enem-2019)

Qual a diferença entre publicidade e propaganda?

Esses dois termos não são sinônimos, embora sejam usados indistintamente no
Brasil. Propaganda é a atividade associada à divulgação de ideias (políticas,
religiosas, partidárias etc.) para influenciar um comportamento. Alguns exemplos
podem ilustrar, como o famoso Tio Sam, criado para incentivar jovens a se alistar
no exército dos EUA; ou imagens criadas para “demonizar” os judeus, espalhadas
na Alemanha pelo regime nazista; ou um pôster promovendo o poderio militar da
China comunista. No Brasil, um exemplo regular de propaganda são as campanhas
políticas em período pré-eleitoral.

Já a publicidade, em sua essência, quer dizer tornar algo público. Com a Revolução
Industrial, a publicidade ganhou um sentido mais comercial e passou a ser uma
ferramenta de comunicação para convencer o público a consumir um produto,
serviço ou marca. Anúncios para venda de carros, bebidas ou roupas são exemplos
de publicidade. VASCONCELOS, Y. Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br.

A função sociocomunicativa desse texto é

a) ilustrar como uma famosa figura dos EUA foi criada para incentivar jovens a se
alistar no exército.

b) explicar como é feita a publicidade na forma de anúncios para venda de carros,


bebidas ou roupas.

c) convencer o público sobre a importância do consumo.

d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum.

e) divulgar atividades associadas à disseminação de ideias.

5
Leitura, compreensão e interpretação de textos

Gabarito

1 - (Enem-2012)

Resposta correta: a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão


“rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.

A questão é um bom exemplo de compreensão e interpretação de texto visual.

O humor gerado pela charge advém da polissemia da palavra "rede", ou seja, dos
diferentes significados que ela carrega.

Na cultura indígena, a rede é um objeto utilizado para dormir. Já rede social, termo
que surgiu por meio do avanço da internet, representa espaços virtuais de
interação entre grupos de pessoas ou de empresas.

Uma interpretação que podemos obter com a observação da charge é sobre a


desigualdade social que atinge muitas pessoas as quais não possuem condições
financeiras de ter acesso à internet.

2. (Enem-2019)

Resposta correta: d) esclarecer dois conceitos usados no senso comum.

Essa é uma questão de compreensão e interpretação de um texto escrito.

Depois da leitura atenta do texto, fica claro entender qual sua finalidade:
esclarecer sobre dois conceitos que são utilizados como sinônimos pelo senso
comum.

Assim, trata-se de um tipo de texto explicativo que utiliza alguns exemplos para
ilustrar os conceitos de publicidade e propaganda.

6
Gêneros e tipos textuais

Gêneros e tipos textuais

MÉRITO
Apostilas 1
Gêneros e tipos textuais

A comunicação é um processo que envolve o uso de signos e regras semióticas¹


entre os interlocutores para a troca de informações entre si. A operação básica de
enviar e receber outra mensagem configura o principal processo social por meio da
linguagem.

Por meio da linguagem, você pode interagir com outras pessoas e alterar as
palavras de acordo com o contexto. Observe que, ao longo do dia, podemos estar
envolvidos em diferentes tipos de situações, cada uma das quais requer um
comportamento de linguagem apropriado.

O resultado é o surgimento do tipo e gênero de texto. Nestes casos, o locutor ou


autor lança os alicerces para a construção de um determinado discurso de forma a
atendê-lo efetivamente.

¹ Semiótica é o estudo dos signos, que consistem em todos os elementos que


representam algum significado e sentido para o ser humano, abrangendo as
linguagens verbais e não-verbais. Fonte: Significados.

Gêneros e tipos textuais


O tipo de texto, ou tipo textual, é configurado como um modelo fixo e abrangente
projetado para distinguir e definir a estrutura, bem como os aspectos linguísticos
da narrativa, ensaio, descrição e explicação. Os tipos de texto têm uma estrutura
definida e possibilidades limitadas, que variam de cinco a nove tipos.

Por outro lado, os gêneros textuais apresentam maior diversidade e


desempenham funções sociais específicas. Além disso, mesmo que as
características principais sejam mantidas, elas estão sujeitas a alterações com o
tempo.

Um exemplo prático: carta. Até recentemente, era um dos principais meios de


comunicação para a escrita à distância.

2
Gêneros e tipos textuais

Gêneros Textuais
Cada texto possuiu uma estrutura e linguagem. Existem inúmeros gêneros textuais
dentro das categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais
são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo,
descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.

Tipos textuais
A tipologia textual é classificada de acordo com a estrutura e a finalidade de um
texto. Cada tipo de texto cumpre uma função e, para isso, possui um modo
específico de enunciar e realizar a comunicação.

1- Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no


espaço. A estrutura da narração é dividida em: apresentação,
desenvolvimento, clímax e desfecho.

Exemplos de gêneros textuais narrativos:

• Romance

• Novela

• Crônica

• Contos de Fada

• Fábula

• Lendas

2- Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa,


objeto, lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos,

3
Gêneros e tipos textuais

os quais descrevem ou apresentam imagens a partir das percepções


sensoriais do locutor (emissor).

Exemplos de gêneros textuais descritivos:

• Diário

• Relatos (viagens, históricos, etc.)

• Biografia e autobiografia

• Notícia

• Currículo

• Lista de compras

• Cardápio

• Anúncios de classificados

3- Texto Dissertativo-argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou


assunto por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto
de vista, ao mesmo tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura
textual é dividida em três partes: tese (apresentação), antítese
(desenvolvimento), nova tese (conclusão).

Exemplos de gêneros textuais dissertativos:

• Editorial Jornalístico

• Carta de opinião

• Resenha

• Artigo

• Ensaio

• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

4
Gêneros e tipos textuais

4- Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por


meio de recursos como: definição, conceituação, informação, descrição e
comparação.

Exemplos de gêneros textuais expositivos:

• Seminários

• Palestras

• Conferências

• Entrevistas

• Trabalhos acadêmicos

• Enciclopédia

• Verbetes de dicionários

5- Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que


indica uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e
persuadir o interlocutor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos
casos, verbos no imperativo.

Exemplos de gêneros textuais injuntivos:

• Propaganda

• Receita culinária

• Bula de remédio

• Manual de instruções

5
Gêneros e tipos textuais

Exercícios
Exercício 1

São Paulo, 18 de agosto de 1929.

Carlos [Drummond de Andrade],

Achei graça e gozei com o seu entusiasmo pela candidatura Getúlio Vargas – João
Pessoa. É. Mas veja como estamos... trocados. Esse entusiasmo devia ser meu e sou
eu que conservo o ceticismo que deveria ser de você. (...). Eu... eu contemplo numa
torcida apenas simpática a candidatura Getúlio Vargas, que antes desejara tanto.
Mas pra mim, presentemente, essa candidatura (única aceitável, está claro) fica
manchada por essas pazes fragílimas de governistas mineiros, gaúchos, paraibanos
(...), com democráticos paulistas (que pararam de atacar o Bernardes) e
oposicionistas cariocas e gaúchos. Tudo isso não me entristece. Continuo
reconhecendo a existência de males necessários, porém me afasta do meu país e
da candidatura Getúlio Vargas. Repito: única aceitável.

Mário [de Andrade] Renato Lemos. Bem traçadas linhas: a história do Brasil em cartas pessoais.
Rio de Janeiro: Bom Texto, 2004, p. 305 (Enem - 200 7)

A carta é um gênero textual em que existe sempre um emissor (remetente) e um


receptor (destinatário). No trecho acima, a carta escrita para Carlos revela um
exemplo de:

a) carta pessoal

b) carta do leitor

c) carta aberta

d) carta argumentativa

e) carta comercial

6
Gêneros e tipos textuais

Exercício 2

Eça de Queirós, um dos maiores escritores do realismo português, é conhecido por


sua prosa onde ele criou novas formas de linguagens, neologismos e mudanças na
sintaxe.

O trecho abaixo é de sua obra mais emblemática “O primo Basílio”

"Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de


fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo
louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-
se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a
brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a
orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis
miudinhos davam cintilações escarlates."

De acordo com os gêneros textuais, a intenção do autor foi

a) relatar sobre a manhã da personagem

b) narrar os fatos habituais daquela manhã

c) descrever aspectos da personagem e de suas ações

d) apresentar o principal jornal lido pela personagem

e) dissertar sobre a roupa utilizada pela personagem

7
Gêneros e tipos textuais

Exercício 3

Qual das alternativas abaixo contém somente gêneros textuais?

a) romance, descrição, biografia

b) autobiografia, narração, dissertação

c) bula de remédio, propaganda, receita culinária

d) contos, fábulas, exposição

e) seminário, injunção, declaração

Exercício 4

"Experimente o nova e deliciosa barrinha de chocolate asteca: com mais de 70%


de cacau e 0% de gordura saturada."

A oração acima faz parte do gênero textual:

a) notícia

b) propaganda

c) editorial

d) bilhete

e) declaração

8
Gêneros e tipos textuais

Exercício 5

Pé de moleque

Ingredientes

3 xícaras de amendoim torrado e moído

3 xícaras de açúcar

1 ½ xícaras de leite

Modo de Fazer

Leve todos os ingredientes ao fogo, mexendo sempre e até desgrudar da panela.


Em seguida, despeje em mármore e espere esfriar e endurecer. Por fim, corte em
pequenos pedaços.

As receitas culinárias são gêneros textuais que instruem as pessoas a fazerem


algo, seguindo um passo a passo. Esse tipo de gênero pertence aos textos

a) prescritivos

b) narrativos

c) descritivos

d) injuntivos

e) expositivos

9
Gêneros e tipos textuais

Gabarito
Exercício 1

Alternativa a) carta pessoal

A carta pessoal é escrita por pessoas que já se conhecem e possuem algum grau de
intimidade.

Nela, o remetente (quem escreve) pode abordar assuntos pessoais demonstrando


sua opinião sobre determinado tema.

Mário revela a Carlos que a candidatura de Getúlio vargas, segundo sua opinião, é
a única aceitável no momento.

Exercício 2

Alternativa c) descrever aspectos da personagem e de suas ações

A intenção do escritor é descrever, detalhar, mostrar alguns aspectos que


caracterizam a personagem naquele momento: a roupa que está usando, o jeito do
cabelo, a cor da pele, a maneira como está apoiada na mesa e os movimentos que
realiza com os dedos.

Exercício 3

Alternativa c) bula de remédio, propaganda, receita culinária

Os gêneros textuais são estruturas peculiares que surgem dos cinco tipos de
textos: narrativo, descritivo, dissertativo, expositivo e injuntivo.

Não devemos confundir os tipos de textos e os gêneros textuais que podem ser:
romance, biografia, autobiografia, bula de remédio, propaganda, receita culinária,
contos, fábulas, seminário e declaração.

10
Gêneros e tipos textuais

Exercício 4

Alternativa b) propaganda

A propaganda é um gênero textual que faz parte dos textos injuntivos. Esse tipo de
texto tem a finalidade de persuadir o leitor, indicando uma ordem. Por isso, grande
parte dos textos de propaganda possuem verbos no imperativo “experimente”.

Exercício 5

Alternativa d) injuntivos

Os textos injuntivos, também chamado de instrucionais, tem como objetivo a


explicação para a concretização de algo. Assim, eles indicam o método, o
procedimento que deverá ser realizado, transmitindo ao receptor explicações,
instruções e indicações de como fazer algo.

Geralmente, eles apresentam verbos no imperativo indicando uma ordem: leve,


despeje, corte.

11
Progressão Temática

Progressão Temática

1
Progressão Temática

Progressão Temática

A progressão do tópico é um procedimento que os falantes usam para ordenar seu texto falado
ou escrito. Trata-se de levar o texto adiante, dando novas informações sobre o que está sendo falado,
qual é o assunto.

Um requisito da construção do texto conhecido por todos os falantes é que o texto tenha
unidade temática (apoie o 'fio do fio') e ao mesmo tempo traga novas informações sobre o tópico.
Por exemplo, um texto sobre gripe não pode mudar de assunto acidentalmente e começar a falar
sobre furacões ou celulares. Mas para ser aceito como um texto, ele deve falar sobre os diferentes
aspectos da gripe: o que é, quais os riscos que traz para o paciente, quais são as formas de
transmissão, o que fazer para prevenir, qual o tratamento, o que é a propagação desta doença, o que
está associado a esta doença. etc. Assim, do ponto de vista funcional, a organização e hierarquização
das unidades semânticas do texto se dá por meio de dois eixos de informação denominado s topic
(tema) e reme (comentário). O assunto do enunciado é o que se considera como base da
comunicação, o que está sendo falado e como esse assunto está sendo falado. Normalmente, o
sujeito recebe informações que já foram apresentadas ao ouvinte ou leitor ou que ele pode
facilmente deduzir do contexto ou do próprio texto. Reme traz novas informações que são
introduzidas no texto.

O texto avança pela articulação entre esses eixos de informação. É possível que mantenha um
tema e introduza diferentes rimas, diferentes novas informações sobre ele. Mas também é possível
que um tema ou tema principal se desenvolva em subtemas ou subtemas de acordo com os quais o
texto progride.

A progressão temática pode ser pensada no nível geral do texto - qual é o tema geral, como está
dividido em partes ou seções, de que aspecto trata cada uma delas, introduz novos subtemas ou não.
Mas a progressão temática também pode ser vista em como os temas e as rimas estão ligados nas
frases que se sucedem no texto. Por exemplo, quando o sujeito de uma frase se torna a rima da
próxima frase, e essa rima se torna o sujeito da próxima frase, ocorre uma progressão temática linear,
como no trecho: Coelho lembra da Páscoa. A Páscoa é como o chocolate (a Páscoa, que é o suj eito da
primeira frase, passa a ser o assunto da segunda). Se o mesmo tema continua em frases sucessivas do
texto, a progressão temática ocorre com um tema contínuo, como na sequência: O peixe-boi é o
único mamífero aquático herbívoro. Eles vivem em águas rasas de regiões subtropicais e estão
ameaçados de extinção. O assunto deste parágrafo são os peixes-boi, que é continuado pelo pronome
eles e as reticências na terceira frase: [eles, os peixes-boi] estão em perigo.

Essas formas de progressão geralmente parecem estar inter-relacionadas e articuladas com


procedimentos destinados a preservar o tema do texto. Manter o tema e avançar são condições
necessárias para a coerência e unidade do texto. Na prática pedagógica, deve-se trabalhar tanto com
textos bem estruturados, que sejam uma fonte de referência para o aluno, quanto com textos
problemáticos do ponto de vista do andamento temático, situação em que devem ser apresentadas

2
Progressão Temática

alternativas de sua adequação. Essa prática promove o desenvolvimento do texto e da comunicação


do aluno.

3
Reescrita de frases e parágrafos do texto

Reescrita de frases e
parágrafos do texto

MÉRITO
Apostilas 1
Reescrita de frases e parágrafos do texto

Para fazer uma reescrita de frases e parágrafos de um texto, nós devemos ter
muita atenção na gramática, ou seja, nos erros de pontuação, concordância verbal
e nominal, regência verbal e nominal, o uso da crase e a colocação pronominal.

Uma troca de posição da vírgula, por exemplo, pode alterar o sentido da fra -
se.

As frases reescritas devem manter a informação essencial do texto utilizando


vocabulários e expressões do texto original e a ordem das palavras para que o
texto mantenha seu sentido.

Deve-se prestar a atenção na ordem das palavras para que o texto não mude
de sentido.

Devemos também prestar atenção no tempo verbal

A Reescrita pode ser feita através de substituição de palavras ou de trechos


de textos utilizando:

Sinônimos, antônimos, locução verbal, verbos por substantivos e vice-versa,


voz verbal, conectivos de mesmo valor semântico:

Sinônimos: palavras que possuem significados iguais ou semelhantes

Ex.:

Aquele carro está com problema

Aquele automóvel está com defeito.

Antônimos: palavras que possuem significados diferentes, ou seja, significa-


dos opostos

Ex.:

O homem estava bravo

O sujeito não estava tranquilo

2
Reescrita de frases e parágrafos do texto

Locução verbal: É a união de verbos com a função de apenas um.

Ex.:

Vou ler este livro para meu filho

Lerei este livro para meu filho

Verbo por substantivo e vice-versa: Você transforma uma oração verbal


em oração nominal ou vice-versa.

Caminhar = caminho

Resolver = resolução

Trabalhar = trabalho

Estudar = estudos

Beijar = beijo

Ex.:

O trabalho é essencial para a vida

Trabalhar é essencial para a vida

Voz verbal: A voz assumida pelo verbo indica se o sujeito é agente ou paci-
ente da ação.

Ex.:

Eu vi a mulher no supermercado

A mulher foi vista por mim no supermercado

Conectivos com mesmo valor semântico: Os conectivos como conjunção,


preposição e advérbio ajudam a dar sentido às orações.

Conectivos de adição: Além disso, ainda mais, também, e…

Conectivos de certeza: Por certo, certamente, com certeza…

3
Reescrita de frases e parágrafos do texto

Conectivos de condição: Caso, eventualmente, se.

Conectivos de conclusão: Em suma, em conclusão, enfim…

Conectivos de tempo: Enfim, logo, então, logo depois, logo após…

Dentre outros conectivos.

Ex.:

Por certo, eu vencerei esta partida.

Certamente, eu vencerei esta partida.

4
Reescrita de frases e parágrafos do texto

Anotações:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________

5
Sintaxe da oração

Sintaxe da oração

1
Sintaxe da oração

Sintaxe da oração

A sintaxe é a parte da gramática que estuda a estrutura da frase, analisando as funções que as
palavras desempenham numa oração e as relações que estabelecem entre si. A sintaxe estuda
também as relações existentes entre as diversas orações que formam um período.

Estudo da relação entre os termos da oração

Segundo uma análise sintática, a oração se encontra dividida em:

• termos essenciais;

• termos integrantes;

• termos acessórios.

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado.


Os termos integrantes da oração são o objeto direto, o objeto indireto, o predicativo do sujeito, o
predicativo do objeto, o complemento nominal e o agente da passiva.
Os termos acessórios da oração são o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

Exemplos de análise sintática

Amanhã, a Madalena pagará suas dívidas ao banco.

Sujeito: a Madalena
Predicado: pagará suas dívidas ao banco
Objeto direto: suas dívidas
Objeto indireto: ao banco
Adjunto adverbial: amanhã
Adjunto adnominal: a, suas

O diretor está livre de compromissos.

Sujeito: o diretor
Predicado: está livre de compromissos
Predicativo do sujeito: livre
Complemento nominal: compromissos

A roupa foi passada pela vizinha, uma senhora trabalhadora.

Sujeito: a roupa
Predicado: foi passada pela vizinha
Agente da passiva: vizinha
Aposto: uma senhora trabalhadora

Ela acusou-a de fofoqueira.


2
Sintaxe da oração

Sujeito: ela
Predicado: acusou-a de fofoqueira
Objeto direto: a
Predicativo do objeto: fofoqueira

Período Simples e Composto

O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por isso, pode ser
simples ou composto.

Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração absoluta.

Exemplos:

• Já acordamos.

• Hoje está tão quente!

• Preciso disto.

Período Composto - apresenta duas ou mais orações.

Exemplos:

• Conversamos quando eu voltar.

• É sua obrigação explicar o que aconteceu.

• Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias.

O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado.

Período simples e composto - Coordenação e subordinação

1) Composto por coordenação, com orações “sócias” (coordenadas), que possuem autonomia, mas se
unem para tornar a informação mais completa e significativa;

Exemplo:

Ele sabia a verdade, mas ela negou tudo.

3
Sintaxe da oração

2) Composto por subordinação, com orações “funcionárias” (subordinadas), que servem para comple-
tar uma oração principal, exercendo ou a função de um substantivo, ou a de um adjetivo, ou a de um
advérbio;

Exemplos:

Ele sabia que ela negaria tudo. O crime que ela cometeu ainda não apareceu na mídia. Quando
ela chegasse, ele deixaria a sala.

3) Composto por coordenação e subordinação, com a mescla dos tipos anteriores (coordenadas e su-
bordinadas).

Exemplo:

Quando ela chega

4
Sintaxe da oração

Anotações:
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
5
Pontuação

Pontuação

MÉRITO
Apostilas 1
Pontuação

Sinais de pontuação são recursos prosódicos¹ que conferem às orações ritmo,


entoação e pausa, bem como indicam limites sintáticos e unidades de sentido. Na
escrita, substituem, em parte, o papel desempenhado pelos gestos na fala,
garantindo coesão, coerência e boa compreensão da informação transmitida.

Prosódia é a parte da linguística que estuda a entonação, o ritmo, o acento


(intensidade, altura, duração) da linguagem falada e demais atributos correlatos na
fala.

Ponto (.)
O ponto pode ser utilizado para:

a) Indicar o final de uma frase declarativa:

Acho que Pedro está gostando de você.

b) Separar períodos:

Ela vai estudar mais tempo. Ainda é cedo.

c) Abreviar palavras:

V. Ex.ª (Vossa excelência)

Dois-pontos (:)
Deve ser utilizado com as seguintes finalidades:

a) Iniciar fala de personagens:

Ela gritou:

– Vá embora!

2
Pontuação

b) Anteceder apostos ou orações apositivas, enumerações ou sequência de


palavras que explicam e/ou resumem ideias anteriores.

Esse é o problema dessa geração: tem liberdade, mas não tem responsabilidade.

Anote meu número de telefone: 1233820847.

c) Anteceder citação direta:

É como disse Platão: “De todos os animais selvagens, o homem jovem é o mais
difícil de domar.”

Reticências (...)
Usa-se para:

a) Indicar dúvidas ou hesitação:

Sabe... preciso confessar uma coisa: naquela viagem gastei todas as minhas
economias.

b) Interromper uma frase incompleta sintaticamente:

Talvez se você pedisse com jeitinho...

c) Concluir uma frase gramaticalmente incompleta com a intenção de estender a


reflexão:

Roubos, pessoas sem ter onde morar, escândalos ligados à corrupção... assim
caminha a humanidade.

d) Suprimir palavras em uma transcrição:

“O Cristo não pediu muita coisa. (...) Ele só pediu que nos amássemos uns aos
outros.” (Chico Xavier)

3
Pontuação

Parênteses ( )
Os parênteses são usados para:

a) Isolar palavras, frases intercaladas de caráter explicativo, datas e, também,


podem substituir a vírgula ou o travessão:

Rosa Luxemburgo nasceu em Zamosc (1871).

Numa linda tarde primaveril (meu caçula era um bebê nessa época), ele veio nos
visitar pela última vez.

Ponto de exclamação (!)


Em que situações utilizar:

a) Após vocativo:

Juliana, bom dia!

b) Final de frases imperativas:

Fuja!

c) Após interjeição:

Ufa! Graças a Deus!

d) Após palavras ou frases de caráter emotivo, expressivo:

Que lástima!

Ponto de interrogação (?)


Quando utilizar:

a) Em perguntas diretas:

Quando você chegou?

4
Pontuação

b) Às vezes, pode ser utilizada junto com o ponto de exclamação para enfatizar o
enunciado:

Não acredito, é sério?!

Vírgula (,)
Esse é o sinal de pontuação que exerce o maior número de funções, por isso
aparece em várias situações. A vírgula marca pausas no enunciado, indicando que
os termos por ela separados não formam uma unidade sintática, apesar de estarem
na mesma oração.

Situações em que se deve utilizar vírgula.

a) Separar o vocativo:

Marília, vá à padaria comprar pães para o lanche.

b) Separar apostos:

Camila, minha filha caçula, presenteou-me com este relógio.

c) Separar o adjunto adverbial antecipado ou intercalado:

Os políticos, muitas vezes, visam somente os próprios interesses.

d) Separar elementos de uma enumeração:

Meus bolos prediletos são os de chocolate, coco, doce de leite e nata com
morangos.

e) Isolar expressões explicativas:

Faça um bolo de chocolate, ou melhor, de chocolate e morangos.

f) Separar conjunções intercaladas:

Os deputados não explicaram, porém, o porquê de tantas faltas.

g) Separar o complemento pleonástico antecipado:

Havia no rosto dela ódio, uma ira, uma raiva que não possuía justificativa.

5
Pontuação

h) Isolar o nome do lugar na indicação de datas:

São Paulo, 10 de Dezembro de 2016.

i) Separar termos coordenados assindéticos:

Vim, vi, venci. (Júlio César)

j) Marcar a omissão de um termo:

Maria gosta de praticar esportes, e eu, de comer. (omissão do verbo gostar)

Antes da conjunção, como nos casos abaixo:

k) Quando as orações coordenadas possuem sujeitos diferentes:

Os políticos estão cada vez mais ricos, e seus eleitores, cada vez mais pobres.

l) Quando a conjunção “e” repete-se com o objetivo de enfatizar alguma ideia


(polissíndeto):

Eu alerto, e brigo, e repito, e faço de tudo para ela perceber que está errada,
porém nunca me escuta.

m) Utilizamos a vírgula quando a conjunção “e” assume valores distintos que não
retratam sentido de adição (adversidade, consequência, por):

Teve febre a noite toda, e ainda está muito fraca.

Entre orações:

n) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas:

Amélia, que não se parece em nada com a Amélia da canção, não suportou seu
jeito grosseiro e mandão.

o) Para separar as orações coordenadas sindéticas e assindéticas, com exceção das


orações iniciadas pela conjunção “e”:

Pediu muito, mas não conseguiu convencer-lhe.

6
Pontuação

p) Para separar orações subordinadas adverbiais (desenvolvidas ou reduzidas),


principalmente se estiverem antepostas à oração principal:

A casa, tão cara que ela desistiu da compra, hoje está entregue às baratas.

q) Para separar as orações intercaladas:

Ficou doente, creio eu, por conta da chuva de ontem.

r) Para separar as orações substantivas antepostas à principal:

Quando me formarei, ainda não sei.

Ponto e vírgula (;)


a) Utiliza-se ponto e vírgula para separar os itens de uma sequência de outros
itens:

Para preparar o bolo vamos precisar dos seguintes ingredientes:

1 xícara de trigo;

4 ovos;

1 xícara de leite;

1 xícara de açúcar;

1 colher de fermento.

b) Utilizamos ponto e vírgula, também, para separar orações coordenadas muito


extensas ou orações coordenadas nas quais já se tenha utilizado a vírgula:

“O rosto de tez amarelenta e feições inexpressivas, numa quietude apática, era


pronunciadamente vultuoso, o que mais se acentuava no fim da vida, quando a
bronquite crônica de que sofria desde moço se foi transformando em opressora
asma cardíaca; os lábios grossos, o inferior um tanto tenso." (O Visconde de
Inhomerim - Visconde de Taunay)

7
Pontuação

Travessão (—)
O travessão deve ser utilizado para os seguintes fins:

a) Iniciar a fala de um personagem no discurso direto:

Então ela disse:

— Gostaria que fosse possível fazer a viagem antes de Outubro.

b) Indicar mudança do interlocutor nos diálogos:

— Querido, você já lavou a louça?

— Sim, já comecei a secar, inclusive.

c) Unir grupos de palavras que indicam itinerários:

O descaso do poder público com relação à rodovia Belém—Brasília é


decepcionante.

d) Substituir a vírgula em expressões ou frases explicativas:

Dizem que Elvis — o rei do rock — na verdade, detestava atuar.

Aspas (“”)
As aspas são utilizadas com os seguintes objetivos:

a) Isolar palavras ou expressões que fogem à norma culta, como gírias,


estrangeirismos, palavrões, neologismos, arcaísmos e expressões populares:

A aula do professor foi “irada”.

Ele me pediu um “feedback” da resposta do cliente.

b) Indicar uma citação direta:

“Ia viajar! Viajei. Trinta e quatro vezes, às pressas, bufando, com todo o sangue
na face, desfiz e refiz a mala.” (O prazer de viajar - Eça de Queirós)

8
Pontuação

Observação: Quando houver necessidade de utilizar aspas dentro de uma


sentença onde ela já esteja presente, usa-se a marcação simples ('), não dupla (").

Exercícios
Exercício 1

Indique qual conjunto de sinais de pontuação completa as lacunas de forma


correta.

Na realidade__ nada mais havia para fazer__ Os assuntos foram falados__ as


dúvidas foram esclarecidas__ os problemas foram evitados__ Apesar disso__ um
enorme clima de mal-estar continuava a existir__

a) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de interrogação;

b) vírgula, vírgula, ponto final, ponto final, ponto final, vírgula, ponto final;

c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências;

d) vírgula, ponto de exclamação, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, ponto de


exclamação.

Exercício 2

Indique a opção que apresenta erros de pontuação.

a) Você quer vir comigo ao parque?

b) Pare imediatamente com isso!

c) Quem sabe, um dia, você não aprende?

d) O estudante levava, o pão, na mochila.

9
Pontuação

Exercício 3

Assinale as hipóteses que indicam funções corretas da vírgula.

a) Separar elementos coordenados em enumerações com a mesma função


sintática.

b) Isolar o aposto e outros elementos explicativos.

c) Separar os advérbios sim e não em respostas.

d) Separar o sujeito do predicado e o objeto direto do objeto indireto.

e) Isolar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Exercício 4

Indique os sinais de pontuação usados para…

a) Introduzir uma enumeração.

b) Indicar a suspensão ou interrupção de uma ideia ou pensamento.

c) Destacar citações e transcrições.

d) Substituir a vírgula na separação do vocativo.

e) Finalizar uma frase declarativa com sentido completo.

10
Pontuação

Gabarito
Exercício 1

Resposta: c) vírgula, ponto final, vírgula, vírgula, ponto final, vírgula, reticências.

Exercício 2

Resposta: d) O estudante levava, o pão, na mochila.

Exercício 3

Respostas:

a) Separar elementos coordenados em enumerações com a mesma função


sintática.

b) Isolar o aposto e outros elementos explicativos.

c) Separar os advérbios sim e não em respostas.

e) Isolar orações subordinadas adjetivas explicativas.

Exercício 4

Respostas:

a) dois pontos;

b) reticências;

c) aspas;

d) ponto de exclamação;

e) ponto final.

11
Coesão e coerência textual

Coesão e coerência textual

MÉRITO
Apostilas 1
Coesão e coerência textual

Coerência e coesão são mecanismos fundamentais para a produção de texto.


Para que um texto transmita sua mensagem com eficácia, ele deve fazer sentido
para o leitor. Além disso, deve ser harmonioso para que a mensagem flua com
segurança, naturalidade e seja agradável ao ouvido.

Coesão textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que
propiciam a ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora
com sua organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.
A coesão cria relações entre as partes do texto de modo a guiar o leitor
relativamente a uma sequência de fatos.
Uma mensagem coesa apresenta ligações harmoniosas entre as partes do texto.

Elementos de coesão textual


1- Substituições
Garantem a coesão lexical. Ocorrem quando um termo é substituído por
outro termo ou por uma locução como forma de evitar repetições.
Exemplos:
Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação
saudável. As frutas também.
Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação
saudável. As frutas também são importantes para manter uma alimentação
saudável.
Explicação: "também" substitui "são importantes para manter uma
alimentação saudável".

2
Coesão e coerência textual

2- Conectores
Esses elementos são responsáveis pela coesão interfrásica do texto. Criam
relações de dependência entre os termos e geralmente são representados
por preposições, conjunções, advérbios, etc.
Exemplos:
Coesão correta: Elas gostam de jogar bola e de dançar.
Erro de coesão: Elas gostam de jogar bola. Elas gostam de dançar.
Explicação: sem o conectivo "e", teríamos uma sequência repetitiva.

3- Referências e reiterações
Nesse tipo de coesão, um termo é usado para se referir a outro, para reiterar
algo dito anteriormente ou quando uma palavra é substituída por outra com
ligação de significados.
Coesão correta: Hoje é aniversário da minha vizinha. Ela está fazendo 35
anos.
Erro de coesão: Hoje é aniversário da minha vizinha. Minha vizinha está
fazendo 35 anos.
Explicação: observe que o pronome "ela" faz referência à vizinha.

4- Correlação verbal
É a utilização dos verbos nos tempos verbais corretos. Esse tipo de coesão
garante que o texto siga uma sequência lógica de acontecimentos.
Coesão correta: Se eu soubesse eu te avisaria.
Erro de coesão: Se eu soubesse eu te avisarei.
Explicação: note que "soubesse" é uma flexão do verbo "saber" no pretérito
imperfeito do subjuntivo e isso indica uma situação condicional que poderia
dar origem a uma outra ação.

3
Coesão e coerência textual

Para a frase fazer sentido, o verbo "avisar" tem de estar conjugado no futuro do
pretérito para indicar um fato que poderia ter acontecido se uma ação no passado
tivesse se concretizado.

Coerência textual
A coerência textual está diretamente relacionada com a significância e com a
interpretabilidade de um texto.
A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido e é comunicada de
forma harmoniosa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias
apresentadas, onde umas complementem as outras.

Conceitos da coerência textual


1- Princípio da não contradição
Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto.
Coerência correta: Ele só compra leite de soja pois é intolerante à lactose.
Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca pois é intolerante à lactose.
Explicação: quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca.
Por esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz
sentido.

2- Princípio da não tautologia


Ainda que sejam expressas através do uso de diferentes palavras, as ideias
não devem ser repetidas, pois isso compromete a compreensão da
mensagem a ser emitida e muitas vezes a torna redundante.
Coerência correta: Visitei Roma há cinco anos.
Erro de coerência: Visitei Roma há cinco anos atrás.
Explicação: "há" já indica que a ação ocorreu no passado. O uso da palavra
"atrás" também indica que a ação ocorreu no passado, mas não acrescenta
nenhum valor e torna a frase redundante.

4
Coesão e coerência textual

3- Princípio da relevância
As ideias devem estar relacionadas entre si, não devem ser fragmentadas e
devem ser necessárias ao sentido da mensagem.
O ordenamento das ideias deve ser correto, pois, caso contrário, mesmo que
elas apresentem sentido quando analisadas isoladamente, a compreensão do
texto como um todo pode ficar comprometida.
Coerência correta: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro
na carteira e por isso foi ao banco e sacou uma determinada quantia para
utilizar. Em seguida, foi a um restaurante e almoçou.
Erro de coerência: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro
na carteira. Foi a um restaurante almoçar e em seguida foi ao banco e sacou
uma determinada quantia para utilizar.
Explicação: observe que, embora as frases façam sentido isoladamente, a
ordem de apresentação da informação torna a mensagem confusa. Se o
homem não tinha dinheiro, não faz sentido que primeiro ele tenha ido ao
restaurante e só depois tenha ido sacar dinheiro.

4- Continuidade temática
Esse conceito garante que o texto tenha seguimento dentro de um mesmo
assunto. Quando acontece uma falha na continuidade temática, o leitor fica
com a sensação de que o assunto foi mudado repentinamente.
Coerência correta: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria
fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre
troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no
curso de inglês. Foi confuso assim também para você?"
"Na verdade foi fácil pois eu já tinha decidido há algum tempo que assim que
tivesse a oportunidade de pagar um curso, faria um de inglês."
Erro de coerência: "Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria
fazer. Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre
troquei para um curso de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no
curso de inglês. Foi confuso assim também para você?"

5
Coesão e coerência textual

"Quando eu me matriculei aqui no curso, eu procurei me informar sobre a


metodologia, o tipo de recursos usados, etc. e acabei decidindo rapidamente
por este curso."
Explicação: note que no último exemplo, o segundo interlocutor acaba por
não responder exatamente ao que foi perguntado.
O primeiro interlocutor pergunta se ele também teve dificuldades de decidir
que tipo de curso fazer e a resposta foi sobre características que ele teve em
conta ao optar pelo curso de inglês onde se matriculou.
Apesar de ter falado de um curso, houve uma alteração de assunto.

5- Progressão semântica
É a garantia da inserção de novas informações no texto, para dar seguimento
a um todo. Quando isso não ocorre, o leitor fica com a sensação de que o
texto é muito longo e que nunca chega ao objetivo final da mensagem.
Coerência correta: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o
suspeito apertaram o passo. Ao notarem que estavam sendo perseguidos,
começaram a correr.
Erro de coerência: Os meninos caminhavam e quando se depararam com o
suspeito continuaram caminhando mais um pouco. Passaram por várias
avenidas e ruelas e seguiram sempre em frente. Ao notarem que estavam
sendo perseguidos, continuaram caminhando em direção ao seu destino,
percorreram um longo caminho...
Explicação: note que a frase onde a coerência está correta apresenta uma
sequência de novas informações que direcionam o leitor à conclusão do
desfecho da frase.
No exemplo seguinte, a frase acaba por se prolongar demais e o receptor da
mensagem fica sem saber, afinal, o que os meninos fizerem.

6
Coesão e coerência textual

Diferença e exemplos
A coesão está mais diretamente ligada a elementos que ajudam a estabelecer uma
ligação entre palavras e frases que unem as diferentes partes de um texto.
A coerência, por sua vez, estabelece uma ligação lógica entre as ideias, de forma
que umas complementem as outras e, juntas, garantam que o texto tenho sentido.
Em outras palavras, a coerência está mais diretamente ligada ao significado da
mensagem.
Apesar de os dois conceitos estarem relacionados, eles são independentes, ou seja,
um não depende do outro para existir.
É possível, por exemplo, uma mensagem ser coesa e incoerente ou coerente e não
apresentar coesão.

Mensagem coerente que não apresenta coesão:


"Para de mexer nessa tinta. Vá já para o banheiro! Não toque em nada. Lave bem as
mãos. Vá para o seu quarto."
Explicação: A mensagem é compreensível, porém não existe uma ligação
harmoniosa entre as ideias. Faltam as ligações entre as frases para que a
mensagem soe natural.

Mensagem coesa e incoerente:


"Aberto todos os dias, exceto sábado."
Explicação: A mensagem tem uma ligação harmoniosa entre as frases, porém não
faz sentido: se existe uma exceção, então o estabelecimento não está aberto todos
os dias.

7
Coesão e coerência textual

Exercícios
1- (Enem - 2013)
Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série
de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que
disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o
italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim
medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O
segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se
que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo
infectado.

RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para se entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor
reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída
predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O
fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”
b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...]”.
c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava
‘influência dos astros sobre os homens’.”
d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...]”.
e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do
organismo infectado.”

8
Coesão e coerência textual

2- (Enem – 2011)
Cultivar um estilo de vida saudável é extremamente importante para diminuir o
risco de infarto, mas também de problemas como morte súbita e derrame. Significa
que manter uma alimentação saudável e praticar atividade física regularmente já
reduz, por si só, as chances de desenvolver vários problemas. Além disso, é
importante para o controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol e de
glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o estresse e aumentar a capacidade
física, fatores que, somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-se, nesses
casos, com acompanhamento médico e moderação, é altamente recomendável.

ATALIA, M. Nossa vida. Época. 23 mar. 2009.

As ideias veiculadas no texto se organizam estabelecendo relações que atuam na


construção do sentido. A esse respeito, identifica-se, no fragmento, que

a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação de ideias.


b) o conectivo “mas também” inicia oração que exprime ideia de contraste.
c) o termo “como”, em “como morte súbita e derrame”, introduz uma generalização.
d) o termo “Também” exprime uma justificativa.
e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de colesterol e de glicose no
sangue”.

9
Coesão e coerência textual

3- Sobre a coesão textual, estão corretas as seguintes proposições:

I. A coesão textual está relacionada com os componentes da superfície textual, ou


seja, as palavras e frases que compõem um texto. Esses componentes devem estar
conectados entre si em uma sequência linear por meio de dependências de ordem
gramatical.

II. A coesão é imaterial e não está na superfície textual. Compreender aquilo que
está escrito dependerá dos níveis de interação entre o leitor, o autor e o texto. Por
esse motivo, um mesmo texto pode apresentar múltiplas interpretações.

III. Por meio do uso adequado dos conectivos e dos mecanismos de coesão,
podemos evitar erros que prejudicam a sintaxe e a construção de sentidos do
texto.

IV. A coesão obedece a três princípios: o princípio da não contradição; princípio da


não tautologia e o princípio da relevância.

V. Entre os mecanismos de coesão estão a referência, a substituição, a elipse, a


conjunção e a coesão lexical.

a) Apenas V está correta.


b) II e IV estão corretas.
c) I, III e V estão corretas.
d) I e III estão corretas.
e) II, IV e V estão corretas.

10
Coesão e coerência textual

Gabarito
1- Alternativa correta: “e”. A forma verbal “fizesse” tem seu sujeito oculto, fazendo
referência ao vocábulo viral grippe, que significa agarrar. Caso o fragmento fosse
reescrito com o sujeito explícito, teríamos: “Supõe-se que o vocábulo grippe
fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo
infectado.”
2- Alternativa correta: “a”. A expressão “Além disso” estabelece coesão, dando
sequência às ideias ditas anteriormente.
3- Alternativa correta: “c”. As proposições II e IV fazem referência à coerência
textual, elemento indispensável para a construção de sentidos de um texto.

11
Formas De Tratamento E Autoridades E Público Em Geral

Formas De Tratamento E Autoridades


E Público Em Geral

1
Formas De Tratamento E Autoridades E Público Em Geral

Formas De Tratamento E Autoridades E Público Em Geral

Forma de tratamento

As formas senhor e senhora só devem usadas em reproduções de falas ou em entrevistas. Assim,


nesses casos, quando seguidas de nome próprio, prefira abreviá-las: sr. e sra. (use com inicial minús-
cula).

Agência: Qual o papel que o senhor vê para as mídias sociais, as novas mídias, neste maior enga-
jamento da sociedade civil?

— O Sr. Bernardo Figueiredo (sr. Bernardo Figueiredo) transita do privado para o público, depois
de transitar do público para o privado — disse Requião.

Não use o título de doutor ou doutora como forma de tratamento. Use-o apenas para identifica-
ção de pessoas que tenham o título acadêmico. Médicos devem ser identificados como os demais
profissionais. Para reproduzir falas, prefira as abreviaturas dr. e dra. Quando seguidas do nome.

Para Elizabeth Tunes, doutora em psicologia educacional e professora da Universidade de Brasí-


lia (UnB), ainda há muito preconceito na sociedade e nas escolas devido à padronização do currículo
e do ritmo de ensino.

A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) lamentou em Plenário a morte do médico e professor Fran-
cisco Ludovico de Almeida Neto.

O médico Drauzio Varella esclarece que o autismo pode afetar pessoas de todas as classes soci-
ais e etnias, mais meninos do que meninas.

— Esse doutor Tourinho Neto (dr. Tourinho Neto), ao meu juízo, não está cumprindo o que diz a
Constituição — afirmou.

Usa-se dona, para mulher, e seu, para homem, quando a pessoa se popularizou assim: Dona
Neuma (da Mangueira), Dona Ivone Lara. Nesses casos, use com inicial maiúscula, porque a forma
dona incorporou-se ao nome.

O senador, que se encontra acompanhado da esposa, dona Ivone, passa bem e deve deixar hoje
a Unidade de Terapia Intensiva.

O senador, que se encontra acompanhado da esposa, Ivone, passa bem e deve deixar hoje a Uni-
dade de Terapia Intensiva.

Use dom em inicial minúscula. A forma de tratamento deve ser usada quando tiver "se incorpo-
rado" ao nome da pessoa, como em nome de monarcas e autoridades da Igreja Católica:

A língua brasileira de sinais remonta a meados do século 19, quando dom Pedro II autorizou o
francês Eduard Huet a criar no Rio de Janeiro o Colégio Nacional para Surdos-Mudos.

2
Formas De Tratamento E Autoridades E Público Em Geral

Tem como presidente o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, e como vice, o
diretor da Secretaria Especial de Comunicação do Senado (Secom), Fernando Cesar Mesquita.

Abrevie os pronomes de reverência apenas quando seguidos de nome. Nesse caso, no entanto,
use iniciais maiúsculas: V. Exa., S. Ema., S. Sa.

— Faço um apelo a que Vossa Excelência assine o requerimento que pede a instalação da CPI do
Ministério dos Transportes. Essa assinatura, certamente, sinalizará que está, efetivamente, disposto a
permitir que as investigações aconteçam para que os esclarecimentos sejam oferecidos ao país —
afirmou Alvaro Dias.

— O tratamento que V. Exª tem me dado, desde que cheguei nesta Casa, renovou a esperança
na minha alma — afirmou.

Autoridade

Autoridade (do termo latino auctoritate) é um sinônimo de poder. É a base de qualquer tipo de
organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. É uma espécie de poder continuado no
tempo, estabilizado, podendo ser caracterizado como institucionalizado ou não, em que os subordina-
dos prestam obediência ao indivíduo ou à instituição detentores da autoridade.

3
Variantes linguísticas

Variantes linguísticas

1
Variantes linguísticas

Variantes linguísticas

As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos homens e são
reinventadas a cada dia.

Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos históricos, sociais,
culturais, geográficos, entre outros.

No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, na linguagem regional.

Nas falas do Chico bento e de seu primo Zé Lelé notamos o regionalismo

Tipos e exemplos de variações linguísticas

Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação:

1. Variação geográfica ou diatópica

Está relacionada com o local em que é desenvolvida, tal como as variações entre o português do
Brasil e de Portugal, chamadas de regionalismo.

Exemplo de regionalismo

2. Variação histórica ou diacrônica

2
Variantes linguísticas

Ela ocorre com o desenvolvimento da história, tal como o português medieval e o atual.

Exemplo de português arcaico

"Elípticos", "pega-la-emos" são formas que caíram em desuso

3. Variação social ou diastrática

É percebida segundo os grupos (ou classes) sociais envolvidos, tal como uma conversa entre um
orador jurídico e um morador de rua. Exemplo desse tipo de variação são os socioletos.

Exemplo de socioleto

3
Variantes linguísticas

A linguagem técnica utilizada pelos médicos nem sempre é entendida pelos seus pacientes

4. Variação situacional ou diafásica

Ocorre de acordo com o contexto, por exemplo, situações formais e informais. As gírias são
expressões populares utilizadas por determinado grupo social.

Exemplo de gíria

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) também tem as suas gírias

Tipos de variações linguísticas

Há quatro tipos de distinção dentro das variações linguísticas. Vamos aprender um pouco sobre
cada um deles.

• Variações históricas (diacrônicas)

As variações históricas tratam das mudanças ocorridas na língua com o decorrer do tempo.
Algumas expressões deixaram de existir, outras novas surgiram e outras se transformaram com a ação
do tempo.

Um clássico exemplo da língua portuguesa é o termo “você”: no português arcaico, a forma


usual desse pronome de tratamento era “vossa mercê”, que, devido a variações inicialmente sociais,
passou a ser mais usado frequentemente como “vosmecê”. Com o passar dos séculos, essa expressão
reduziu-se ao que hoje falamos como “você”, que é a forma incorporada pela norma-padrão (visto
que a língua adapta-se ao uso de seus falantes) e aceita pelas regras gramaticais. Em contextos
informais, é comum ainda o uso da abreviação “cê” ou, na escrita informal, “vc” (lembrando que estas

4
Variantes linguísticas

últimas formas não foram incorporadas pela norma-padrão, então não são utilizadas na linguagem
formal).

Vossa mercê → Vosmecê → Você → Cê

Outras mudanças comuns são as de grafia, as quais as reformas ortográficas costumam regular.
Assim, a partir de 2016, a palavra “consequência” passou a ser escrita sem trema, sendo que antes
era escrita desta forma: “conseqüência”. Do mesmo modo, a palavra “fase” é hoje escrita com a letra
f devido à reforma ortográfica de 1911, sendo que antes era escrita com ph: “phase”.

Conseqüência → Consequência

Phase → Fase

Vale, ainda, comentar a respeito de palavras que deixam de existir ou passam a existir. Isso
acontece frequentemente com as gírias: se antes jovens costumavam dizer que algo era “supimpa” ou
que “aquele broto é um pão”, hoje é mais comum ouvir deles que algo é “da hora” ou que “aquela
mina é mó gata”.

• Variações geográficas (diatópicas)

As variações geográficas naturalmente falam da diferença de linguagem devido à região. Essas


diferenças tornam-se óbvias quando ouvimos um falante brasileiro, um angolano e
um português conversando: nos três países, fala-se português, mas há diferenças imensas entre cada
fala.

Não é preciso que a distância seja tão grande: dentro do próprio Brasil, vemos diferenças de
léxico (palavras) ou de fonemas (sons, sotaques). Há diferenças entre a capital e as cidades do
interior do mesmo estado. Observemos alguns exemplos de diferenças regionais:

“Mandioca”, “aipim” ou “macaxeira”? Os três nomes estão corretos, mas, dependendo da região
do Brasil, você ouvirá com mais frequência um ou outro. O mesmo vale para a polêmica disputa entre
“biscoito” e “bolacha”, que se estende para todo o território nacional.

As gírias também variam bastante regionalmente: cerveja pode ser conhecida como “bera” em
regiões do Paraná, “breja” em São Paulo e “cerva” no Rio de Janeiro.

• Variações sociais (diastráticas)

As variações sociais são as diferenças de acordo com o grupo social do falante. Embora
tenhamos visto como as gírias variam histórica e geograficamente, no caso da variação social, a gír ia
está mais ligada à faixa etária do falante, sendo tida como linguagem informal dos mais jovens (ou
seja, as gírias atuais tendem a ser faladas pelos mais novos).

Há, ainda, expressões informais ligadas a grupos sociais específicos. Um grupo de futebolistas,
por exemplo, pode usar a expressão “carrinho” com significado específico, que pode não ser

5
Variantes linguísticas

entendido por um falante que não goste de futebol ou que será entendido de modo distinto por
crianças, por exemplo.

Um grupo de capoeiristas pode facilmente falar de uma “meia-lua”, enquanto pessoas de fora
desse grupo talvez não entendam imediatamente o conceito específico na capoeira. Do mesmo
modo, capoeiristas e instrumentistas provavelmente terão mais familiaridade com o conceito de
“atabaque” do que outras pessoas.

Como vimos, as profissões também influenciam bastante nas variações sociais por meio dos
termos técnicos (jargões): contadores falam dos termos “ativo” e “passivo” para remeter a conceitos
diferentes daqueles usados por linguistas. No entanto, em ambos os casos, ativo e passivo são
conceitos muito mais específicos do que seu uso geral em outros grupos.

• Variações estilísticas (diafásicas)

As variações estilísticas remetem ao contexto que exige a adaptação da fala ou ao estilo dela.
Aqui entram as questões de linguagem formal e informal, adequação à norma-padrão ou
despreocupação com seu uso. O uso de expressões rebuscadas e o respeito às normas-padrão do
idioma remetem à linguagem tida como culta, que se opõe àquela linguagem mais coloquial e
familiar. Na fala, o tom de voz acaba tendo papel importante também.

Assim, o vocabulário e a maneira de falar com amigos provavelmente não serão os mesmos que
em uma entrevista de emprego, e também serão diferentes daqueles usados para falar com pais e
avós. As variações estilísticas respeitam a situação da interação social, levando-se em conta
ambiente e expectativas dos interlocutores.

6
Variantes linguísticas

Anotações:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
7
Ortografia 2.0

Ortografia 2.0

1
Ortografia 2.0

Ortografia 2.0

Mau ou mal

Alguns questionamentos são bem insistentes (ou será que nós é quem insistimos em errar?), entre
eles, o uso correto de mau e mal. Quem nunca se perguntou quando e como usar cada um dos termos,
não é mesmo? Essa é certamente uma das perguntas que sondam nosso particular universo linguístico,
mas nada como pensar um pouquinho para chegar a uma resposta. Se você ainda não sabe qual é o
correto, mau ou mal, fique atento às dicas para nunca mais errar.

Em primeiro lugar, devemos deixar bem claro que as duas formas existem, mau com “u” e mal
com “l”. Apesar de serem foneticamente idênticas, semanticamente são bem diferentes, o que facilita
na hora de escolher a grafia correta. Para usarmos corretamente essas duas palavrinhas-problema,
basta fazer a oposição entre seus antônimos. Observe:

Mal é advérbio, antônimo de bem.

Mau é um adjetivo, antônimo de bom.

Exemplos:

Os governantes fizeram mau uso do dinheiro público. (mau ≠ bom)

O aluno foi embora porque estava sentindo-se mal. (mal ≠ bem)"

Quando se usa há?

A palavra há é uma conjugação do verbo “haver” quando este é impessoal, por isso seus
significados mais comuns são no sentido de “existir” (nesse sentido, “ter”) ou, no caso de tempo
decorrido, “fazer”. Se você substituir o verbo há por um dos verbos citados acima e isso não alterar o
sentido da frase, você já sabe qual a forma correta de escrever.

Veja alguns exemplos:

A meteorologista disse que há muita probabilidade de chuva amanhã.

(A meteorologista disse que existe muita probabilidade de chuva amanhã.)

Há vários livros no meu quarto.

(Tem vários livros no meu quarto.)

2
Ortografia 2.0

Não nos vemos há muitos anos.

(Não nos vemos faz muitos anos.)

O uso de “há” e “a” pode gerar muitas dúvidas.

Quando se usa a?

A palavra “a” pode ter diversas classificações dependendo do contexto. Costuma estar em várias
locuções e, por isso, seu uso é muito versátil.

Usamos “a” como artigo definido feminino singular, ou seja, para especificar um substantivo
feminino em determinado contexto. Já as preposições conectam uma palavra a outra, gerando sentido
e estabelecendo uma relação de dependência entre elas. A preposição “a” costuma ser regida por
alguns verbos, isto é, eles necessitam dessa preposição para que o enunciado tenha sentido.

Além dos verbos, muitas vezes a preposição “a” aparece em locuções, que são duas ou mais
palavras com a mesma função, cujo sentido surge a partir da junção desses termos, e não da palavra
isolada.

Quando não há sentido de “existir” ou de tempo passado, use a palavra “a”.

Observe os exemplos a seguir:

Estivemos em consulta com a pediatra.

(Artigo)

Eu disse a ela que estava tudo bem.

(Preposição)

Daqui a pouco vai chover.

(Locução adverbial)"

Diferenças entre “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de”

As expressões “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” costumam causar dúvidas por causa da
sua semelhança. Porém, elas significam coisas totalmente distintas. Vejamos, então, quando usá -las e
o significado de cada uma.

3
Ortografia 2.0

Quando se usa “acerca de”?

A expressão “acerca de” é o que chamamos locução prepositiva, situação em que duas ou mais
palavras têm valor morfológico de preposição. Essa expressão tem o significado de “sobre”, “quanto a”,
“a respeito de”. Observe os exemplos:

Na reunião de ontem, foi falado acerca do comportamento dos funcionários.

Assim, conforme o exemplo, na reunião foi falado sobre o comportamento dos funcionários.

Quero tratar acerca dos lucros da empresa. / Quero tratar a respeito dos lucros da empresa.

Atenção: Ressalta-se que, nesse caso, é possível a contração da preposição “de” com o artigo, ou
seja, acerca do — de + o / acerca da — de + a, de modo a concordar com o substantivo posterior.

Quando se usa “a cerca de”?

Primeiramente, é importante lembrar que existe, na língua portuguesa, a expressão “cerca de”,
que significa “perto”, “aproximado”, “junto”, “nas aproximações”. Essa expressão, quando
preposicionada, torna-se “a cerca de”, que mantém o seu significado original. Dessa forma, “a cerca
de” marca distância aproximada no espaço e no tempo futuro.

Exemplos:

O mercado está a cerca de três quilômetros de distância. / O mercado está aproximadamente a


três quilômetros de distância.

A cerca de dois quilômetros, você terá que virar à direita. / Mais ou menos em dois quilômetros,
você terá que virar à direita.

Quando se usa “há cerca de”?

Em “há cerca de”, percebemos a presença do verbo haver na sua forma impessoal: há. Isso faz
com que a expressão ganhe a conotação de tempo passado, como em “há dois anos” = “faz dois anos”,
ou seja, dois anos atrás. Por isso, a expressão marca algum evento acontecido próximo a determinado
tempo passado.

Exemplos:

Há cerca de quatro anos, retornei à cidade. / Aproximadamente há quatro anos, retornei à cidade.

Essa guerra aconteceu há cerca de 200 anos. / Essa guerra aconteceu aproximadamente há 200
anos.

4
Ortografia 2.0

Atenção: Vale lembrar que quando ocorre o uso de “há”, este já estabelece a marcação de um
tempo passado, dispensando o uso de “atrás”. Logo, utilizar a expressão “há cerca de dois anos atrás”
configura pleonasmo ou redundância, uma vez que é desnecessário marcar o tempo passado duas
vezes.

Quando se usa “onde”?

“Onde” é um advérbio de lugar e também pode exercer a função de pronome relativo (quando se
refere a um lugar mencionado anteriormente na frase).

Exemplo

“Onde há fumaça, há fogo. ”

Nessa expressão popular, a palavra “onde” indica o lugar em que há fumaça e fogo.

Exemplo

Onde coloquei a minha carteira?

Nessa frase interrogativa, a palavra “onde” indica o lugar (ainda desconhecido) em que o
enunciador colocou sua carteira.

Já na próxima frase, perceba que o pronome relativo “onde” retoma o substantivo “país”:

Angola foi o país onde vivi durante os anos 90.

Portanto, “onde”, nesse exemplo, refere-se ao país Angola, mencionado anteriormente.

Angola é um país onde há belas paisagens.

Mas atenção! Não confunda lugar com tempo. É comum algumas pessoas usarem “onde”
equivocadamente, como em:

Estávamos todos tristes naquele dia, foi onde percebi que ele fazia falta.

Note que o uso da palavra “onde”, nessa frase, não faz sentido, pois essa palavra indica lugar. A
que lugar o enunciador ou enunciadora se refere então? Na verdade, a sua intenção era esta:

Estávamos todos tristes naquele dia, foi quando percebi que ele fazia falta.

5
Ortografia 2.0

Agora sim, o termo “quando” se refere ao dia (portanto, indica tempo) em que todos estavam
tristes.

Quando se usa aonde?

A bicicleta é o lugar onde os ciclistas estão, para ir aonde eles querem.

A palavra “aonde” é formada pela união da preposição “a” e do advérbio ou pronome relativo
“onde”. Portanto, só usamos esse termo quando ele vem acompanhado de outro termo que exija a
preposição “a”, como é o caso do verbo “chegar” no exemplo seguinte:

Aonde você quer chegar com essa atitude?

Desse modo, quem chega, chega a algum lugar: chegar aonde.

Ou ainda este exemplo:

Vou aonde você quiser.

Nessa frase, o verbo “ir” exige a preposição “a”; portanto, quem vai, vai a algum lugar: vou aonde."

5 hábitos para escrever melhor e não errar mais a fim de ou afim

1. Leia mais

A leitura estimula o cérebro e contribui com o aprendizado.

Embora seja fundamental conhecer as regras da língua portuguesa, a compreensão delas pode
ser facilitada ao assimilar os exemplos aplicados.

2. Troque a ligação por uma mensagem

A ideia aqui é fazer com que a escrita seja mais presente na sua vida.

Você não precisa se concentrar apenas em construir textos longos.

Ao redigir mensagens, e-mails ou cartas, por exemplo, você acaba treinando, além da ortografia,
a sua capacidade criativa.

6
Ortografia 2.0

3. Dê uma folga para o corretor ortográfico

Você é daqueles que vive com o corretor sempre ligado?

Então, que tal desativá-lo um pouco?

A ferramenta é, de fato, uma aliada do mundo moderno, mas você não pode ficar refém dela.

4. Pesquise sempre que houver dúvidas

Na hora de escrever, incertezas sempre vão surgir.

Por isso, nesses casos, não hesite em fazer algumas pesquisas para descobrir a escrita correta.

Você pode consultar, por exemplo, o sistema de busca do Vocabulário Ortográfico da Língu a
Portuguesa.

Lá, é possível digitar uma palavra e verificar se ela, realmente, existe no nosso idioma e se está
com a grafia certa.

5. Continue estudando

Para melhorar o aprendizado em qualquer área, é fundamental se manter sempre atualizado,


buscando novos conhecimentos.

A educação continuada é uma alternativa excelente para desenvolver habilidades como o


vocabulário, a comunicação, a criatividade e a visão estratégica, dentre outras.

Mais ou Mas?

O “mais” e o “mas” são duas palavras que tem um som parecido, no entanto, são utilizadas em
contextos distintos. Confira abaixo a diferença entre elas e suas regras de uso.

Mais

A palavra “mais” possui como antônimo o “menos”. Nesse caso, ela indica a soma ou o aumento
da quantidade de algo.

7
Ortografia 2.0

Embora seja mais utilizada como advérbio de intensidade, dependendo da função que exerce na
frase, o “mais” pode ser substantivo, preposição, pronome indefinido ou conjunção.

Exemplos:

Quero ir mais vezes para a Europa.

Hoje vivemos num mundo melhor e mais justo.

Jonatas foi à festa com seu amigo mais sua namorada.

Dica: Uma maneira de saber se você está usando a palavra corretamente é trocar pelo seu
antônimo “menos”.

Mas

A palavra, “mas” pode desempenhar o papel de substantivo, conjunção ou advérbio.

1. Como substantivo, o, “mas” está associado a algum defeito.

Exemplo: Nem, mas, nem meio, mas, faça já seus deveres de casa.

2. Como conjunção adversativa, o, “mas” é utilizado quando o locutor quer expor uma ideia
contrária a que foi dita anteriormente.

Exemplo: Sou muito calmo, mas estou muito nervoso agora.

Nesse caso, ela possui o mesmo sentido de: porém, todavia, contudo, entretanto, contanto que,
etc.

3. Como advérbio, o “mas” é empregado para enfatizar alguma informação.

Exemplo: Ela é muito dedicada, mas tão dedicada, que trabalhou anos vendendo doces.

Não confunda!

A palavra "más" com acento é o plural de "má", ou seja, é um adjetivo sinônimo de ruim, por
exemplo:

Nesse semestre suas notas estão muito más.

8
Ortografia 2.0

Exercícios

Mais ou Mas

1. (Cesgranrio) para estar de acordo com a norma-padrão, a frase abaixo deve ser completada.

Esperamos que, daqui ____ alguns anos, não tenhamos de lidar ____ com os mesmos problemas
que enfrentamos já ____ duas décadas no Brasil.

A sequência de palavras que completa as lacunas acima de acordo com a norma-padrão é:

a) a – mas – há

b) a – mais – a

c) a – mais – há

d) há – mas – há

e) há – mais – a

Alternativa c: a – mais – há

Exercícios resolvidos sobre “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de”

Questão 1

Analise o uso das expressões “acerca de”, “a cerca de” e “há cerca de” nas proposições a seguir e
marque a alternativa correta:

I - Meu carro está estacionado a cerca de 100 metros daqui.

II - Conversamos muito acerca do divórcio.

III - A cerca de 300 anos, iniciou-se a jornada do grande homem.

Onde ou aonde

"Questão 1 - Todas as orações a seguir apresentam o uso correto dos termos “onde” e “aonde”,
exceto:

9
Ortografia 2.0

a) Não sei onde está o meu caderno e nem onde coloquei meu lápis.

b) Não se esqueça de que aonde você estiver, eu estarei com você.

c) O mundo onde você vive é mais do que especial, é fantasioso.

d) Levarei o dinheiro aonde você quiser, mas só quando eu puder.

e) Na cidade onde moro, não tenho segurança para ir aonde quero.

Resolução

Alternativa “b”. Nesse período, o verbo “estar” não exige preposição. Portanto, o correto, segundo
a norma-padrão, é “onde você estiver”, ou seja, o lugar em que “você estiver”."

a) Apenas a proposição I está correta.

b) Apenas a proposição II está correta.

c) Apenas a proposição III está correta.

d) Estão corretas as proposições I e II.

e) Estão corretas as proposições I e III.

Resolução:

Alternativa correta: letra D

A proposição I apresenta uma conotação de proximidade. Isso justifica o uso da expressão “a cerca
de”.

A proposição II apresenta o significado “conversar sobre algo”, por isso “acerca de” é a proposição
correta.

A proposição III está incorreta, uma vez que referencia tempo passado. Assim, “há cerca de” seria
a opção correta.

10
Ortografia 2.0

2. (FGV-SP) Assinale a alternativa em que as formas mal ou mau estão utilizadas de acordo com a
norma culta:

a) Mau agradecidas, as juízas se postaram diante do procurador, a exigir recompensas.

b) Seu mal humor ultrapassa os limites do suportável.

c) Mal chegou a dizer isso, e tomou um sopapo que o lançou longe.

d) As respostas estavam mau dispostas sobre a mesa, de forma que ninguém sabia a sequência
correta.

e) Então, mau ajeitada, desceu triste para o salão, sem perceber que alguém a observava.

Alternativa c: Mal chegou a dizer isso, e tomou um sopapo que o lançou longe.

A ou há

1 – Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas:

Explicamos ___ ela que não seria possível ___ devolução hoje, pois fecharíamos dali ___ cinco
minutos. Mas vamos avisar que ___ possibilidade de devolução amanhã.

a) a; a; há; há.

b) há; a; a; a.

c) a; a; há; a.

d) a; a; a; há.

2 – Assinale a alternativa que apresenta uso correto do termo “há” de acordo com a norma-padrão
da língua portuguesa:

a) Há tempos que queria fazer isso.

b) Demos presentes há várias crianças.

c) Esperava há entrega por muito tempo.

d) Há dez horas atrás, ocorreu um acidente.

11
Ortografia 2.0

Respostas

1 – d)

Explicamos a ela = preposição

Não seria possível a devolução = artigo

Dali a cinco minutos = preposição, tempo futuro

Avisar que há possibilidade = verbo haver no presente do indicativo

2 – a)

No item b), o correto seria a, pois trata-se de preposição.

No item c), o correto seria a, pois trata-se de artigo.

No item d), o correto de fato é há, porém, a construção “há ... atrás” não está de acordo com a
norma-padrão da língua portuguesa."

12
Acentuação

Acentuação

1
Acentuação

Acentuação

A acentuação é um tema inerente aos postulados gramaticais que, indiscutivelmente, concebe-


se como um fator relevante, em se tratando da linguagem escrita. Trata-se do fenômeno relacionado
com a intensidade em que as sílabas se apresentam quando pronunciadas, podendo ser em maior ou
menor grau. Quando proferidas com mais intensidade, classificam-se como tônicas, e quando soadas
de maneira mais sutil, como átonas.

Ainda enfatizando acerca da importância do assunto em pauta, há outro detalhe pertinente: o fato de
ter havido algumas mudanças em decorrência da implantação da Nova Reforma Ortográfica.
Cabendo ressaltar, portanto, que os referidos postulados, abaixo descritos, encontram-se condizentes
a esta. Para tanto, analisemos cada caso a seguir.

• Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica

De acordo com a posição da sílaba tônica, as palavras classificam-se em:

Oxítonas – aquelas em que a sílaba tônica se encontra demarcada na última sílaba.

Exemplos: café, cipó, coração, armazém...

Paroxítonas – a sílaba tônica é penúltima sílaba.

Exemplos: caderno – problema – útil – automóvel...

Proparoxítonas – a sílaba tônica é a antepenúltima sílaba.

Exemplos: lâmpada – ônibus – cárcere – cônego...

• Monossílabos átonos e tônicos

Os vocábulos que possuem apenas uma sílaba – ora caracterizados como monossílabos – também
são proferidos de modo mais e/ou menos intenso. De modo a compreendermos como se efetiva tal
ocorrência, analisemos:

Que lembrança darei ao país que me deu


tudo o que lembro e sei, tudo quanto senti?

2
Acentuação

(Carlos Drummond de Andrade)

Atendo-nos a uma análise, percebemos que os monossílabos “que”, “ao”, “me”, “o”, “e” são átonos,
visto que são pronunciados tão fracamente que se apoiam na palavra subsequente. Já os
monossílabos representados por “deu” e “sei” demonstram ser dotados de autonomia fonética,
caracterizando-se, portanto, como tônicos.

Regras fundamentais:

• Monossílabos tônicos

Graficamente, acentuam-se os monossílabos terminados em:

-a(s): chá, pá...


-e(s): pé, ré,...
-o(s): dó, nó...

Entretanto, os monossílabos tu, noz, vez, par, quis, etc., não são acentuados.

Observações:

Os monossílabos tônicos formados por ditongos abertos -éis, -éu, -ói recebem o acento.
Exemplos: réis, véu, dói.

No caso dos verbos monossilábicos terminados em-ê, a terceira pessoa do plural termina em
eem. Essa regra se aplica à nova ortografia. Perceba:

Ele vê - Eles veem


Ele crê – Eles creem
Ele lê – Eles leem

Forma verbal que antes era acentuada agora é grafada sem o sinal gráfico.

Diferentemente ocorre com os verbos monossilábicos terminados em “-em”, haja vista que a
terceira pessoa termina em “-êm”, embora acentuada. Perceba:

Ele tem – Eles têm


Ela vem – Elas vêm

• Oxítonas:
3
Acentuação

Acentuam-se todas as oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas ou não de “s”.

Pará, café, carijó, armazém, parabéns

• Paroxítonas:

Acentuam-se todos os vocábulos terminados em:

-l: amável, fácil, útil.


-r: caráter, câncer.
-n: hífen, próton.
Observação: Quando grafadas no plural, essas palavras não recebem acento.

Exemplos: polens, hifens.

-x: látex, tórax.


-ps: fórceps, bíceps.
-ã(s): ímã, órfãs.
-ão(s): órgão, bênçãos.
-um(s): fórum, álbum.
-on(s): elétron, nêutron.
-i(s): táxi, júri.
-u(s): Vênus, ônus.
-ei(s): pônei, jóquei.
-ditongo oral (crescente ou decrescente), seguido ou não de “s”: história, série, água, mágoa.

Observações importantes:

a) De acordo com a nova ortografia, os ditongos terminados em –ei e –oi não são mais
acentuados. Perceba como eram antes e como agora são grafados:

Antes Depois

Coréia Coreia

plebéia plebeia

idéia ideia

Odisséia Odisseia

4
Acentuação

jibóia jiboia

asteróide asteroide

paranóia paranoia

heróico heroico

Entretanto, o acento ainda permanece nas oxítonas terminadas em –éu, -ói e éis:

chapéu – herói - fiéis...

b) Não serão mais acentuados o “i” e “u” tônicos quando, depois de ditongo, formarem hiato.

Note:

Antes Depois

Sauípe Sauipe

bocaiúva bocaiuva

feiúra feiura

boiúna boiuna

No entanto, o acento permanece se a palavra for oxítona e o “i” ou “u” estiverem seguidos de “s”
ou no final da palavra. Confira:

Piauí – tuiuiú(s) – sauí(s).

O mesmo acontece com o “i” e o “u” tônicos dos hiatos, não antecedidos de ditongos:

saída – saúde – juíza – saúva – ruído.

• As formas verbais que possuem o acento na raiz com o “u” tônico precedido das letras “q” e
“g” e seguido de “e” ou “i” não serão mais acentuadas. Veja:

Antes Depois

apazigúe (verbo apaziguar) apazigue

5
Acentuação

argúi (verbo arguir) argui

Atenção:

- Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando “a” ou “i” tônicos, essas vogais serão
acentuadas:
Exemplos:

eu águo, eles águam, eles enxáguam (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas, que eles apazíguem.

- Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o u, ele não será acentuado:


Exemplos:

Eu averiguo, eu aguo.

• Não será mais usado o acento agudo para diferenciar determinados vocábulos, tais como:

Antes Depois

para = preposição/ pára = verbo parar para

pela = preposição/ péla = verbo pelar pela

pólo = substantivo/ polo = combinação antiga e


polo
popular de "por" e "lo"

pêlo = substantivo/ pelo = combinação da


pelo
preposição com o artigo

pêra = substantivo/ pera = preposição referente


pera
ao português arcaico

Contudo, o acento permanece para diferenciar algumas palavras, representadas por:

pôde = 3ª pessoa do pretérito perfeito do indicativo (verbo poder)


pode = 3ª pessoa do presente do indicativo (verbo poder)

pôr = verbo
por = preposição

6
Acentuação

Anotações:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
7
Crase

Crase

MÉRITO
Apostilas 1
Crase

A crase caracteriza-se como a fusão de duas vogais idênticas, relacionadas ao


emprego da preposição “a” com o artigo feminino a (s), com o “a” inicial referente
aos pronomes demonstrativos – aquela (s), aquele (s), aquilo e com o “a”
pertencente ao pronome relativo a qual (as quais). Casos estes em que tal fusão se
encontra demarcada pelo acento grave (`): à(s), àquela, àquele, àquilo, à qual, às
quais.

Quando usar crase


Antes de palavras femininas

Fui à escola.

Fomos à praça.

Quando acompanham verbos que indicam destino (ir, voltar, vir)

Vou à padaria.

Fomos à praia.

Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas

Saímos à noite.

À medida que o tempo passa as amizades aumentam.

Exemplos de locuções: à medida que, à noite, à tarde, às pressas, às vezes, em


frente a, à moda de.

2
Crase

Antes dos Pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele

No verão, voltamos àquela praia.

Refere-se àquilo que aconteceu ontem na festa.

Antes da locução "à moda de" quando ela estiver subentendida

Veste roupas à (moda de) Luís XV.

Dribla à (moda de) Pelé.

Uso da crase na indicação das horas

Utiliza-se a crase antes de numeral cardinal que indicam as horas exatas:

Termino meu trabalho às cinco horas da tarde.

Saio da escola às 12h30.

Por outro lado, quando acompanhadas de preposições (para, desde, após, perante,
com), não se utiliza a crase, por exemplo:

Ficamos na reunião desde as 12h.

Chegamos após as 18h.

O congresso está marcado para as 15h.

Quando não usar crase


Antes de palavras masculinas

Jorge tem um carro a álcool.

Samuel comprou um jipe a diesel.

3
Crase

Antes de verbos que não indiquem destino

Estava disposto a salvar a menina.

Passava o dia a cantar.

Antes de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo

Falamos a ela sobre o ocorrido

Ofereceram a mim as entradas para o cinema.

Os pronomes do caso reto são: eu, tu, ele, nós, vós, eles.

Os pronomes do caso oblíquo são: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, o, lhe.

Antes dos pronomes demonstrativos isso, esse, este, esta, essa

Era a isso que nos referíamos.

Quando aderir a esse plano, a internet ficará mais barata.

Crase facultativa
1. Depois da preposição “até”

Exemplos:

Vou até a faculdade agora. OU Vou até à faculdade agora.

Vamos até a feira? OU Vamos até à feira?

Fui até a loja de manhã. OU Fui até à loja de manhã.

Explicação:

4
Crase

A crase é a junção da preposição "a" com o artigo "a". Para não escrever “Vou a a
praia”, usamos o acento grave para indicar essa soma (a + a).

Bem, “até” é preposição e, sendo assim, não há soma de “a + a”: Vou até a faculdade.

Mas, também podemos dizer “até a”. “Até a” é uma locução prepositiva e, neste
caso, há a soma de “a + a”: “Vou até a a faculdade” é o mesmo que “Vou até à
faculdade”.

Por isso, as duas formas estão corretas: “até a” ou “até à”.

1.1. “Até” antes de horas

Antes da indicação de um horário usamos crase, mas se antes das horas vier a
preposição “até”, o seu uso é facultativo.

Exemplos:

Chegarei ao restaurante até as 20h. OU Chegarei ao restaurante até às 20h.

O médico atenderá o paciente até as 14h. OU O médico atenderá o paciente


até às 14h.

Até as 11h devo ligar para você. OU Até às 11h devo ligar para você.

2. Antes dos nomes próprios femininos

Exemplos:

Custa a Maria ver o filho sofrer. OU Custa à Maria ver o filho sofrer.

Obedeça a Joana! OU Obedeça à Joana!

Informou a Ana. OU Informou à Ana.

Explicação:

O uso do artigo é facultativo antes de nomes próprios femininos:

Maria é uma simpatia. OU A Maria é uma simpatia.

5
Crase

Joana é inglesa. OU A Joana é inglesa.

Ana está atrasada. OU A Ana está atrasada.

Uma vez que não haja artigo “a” haverá apenas a presença da preposição “a”, logo,
não há crase.

No entanto, se considerarmos a preposição e o artigo (a + a), então há crase.


Ambas opções estão corretas.

3. Antes dos pronomes possessivos

Exemplos:

Não iremos a tua casa. OU Não iremos à tua casa.

Querem assistir a nossa reportagem? OU Querem assistir à nossa reportagem?

Vamos a minha casa! OU Vamos à minha casa!

Explicação:

O uso do artigo também é facultativo antes dos pronomes possessivos. É por isso
que antes deles o uso ou não da crase está correto:

Tua casa é bonita. OU A tua casa é bonita.

Nossa reportagem está ótima. OU A nossa reportagem está ótima.

Minha casa está uma bagunça! OU A minha casa está uma bagunça!

Para lembrar: os pronomes possessivos femininos são: minha(s), tua(s), sua(s),


nossa(s), vossa(s).

6
Crase

Anotações:
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

7
Crase

Exercícios
Exercício 1

(ESAN - Escola Superior de Administração de Negócios de São Paulo) Das frases


abaixo, apenas uma está correta, quanto à crase. Assinale-a:

a) Devemos aliar a teoria à prática.

b) Daqui à duas semanas ele estará de volta.

c) Dia à dia, a empresa foi crescendo.

d Ele parecia entregue à tristes cogitações.

e) Puseram-se à discutir em voz alta.

Exercício 2

(FCC - Fundação Carlos Chagas) É preciso suprimir um ou mais sinais de crase em:

a) À falta de coisa melhor para fazer, muita gente assiste à televisão sem sequer
atentar para o que está vendo.

b) Cabe à juventude de hoje dedicar-se à substituição dos apelos do mercado por


impulsos que, em sua verdade natural, façam jus à capacidade humana de sonhar.

c) Os sonhos não se adquirem à vista: custa tempo para se elaborar dentro de nós a
matéria de que são feitos, às vezes à revelia de nós mesmos.

d) Compreenda-se quem aspira à estabilidade de um emprego, mas prestem-se


todas as homenagens àquele que cultiva seus sonhos.

e) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu pragmatismo
não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma geração.

8
Crase

Gabarito
Exercício 1

Alternativa A) Devemos aliar a teoria à prática.

Exercício 2

Alternativa E) Quem acha que agracia à juventude de hoje com elogios ao seu
pragmatismo não está à salvo de ser o responsável pela frustração de toda uma
geração.

9
Classes gramaticais

Classes gramaticais

MÉRITO
Apostilas 1
Classes gramaticais

Classe gramatical

É a classificação das palavras em grupos de acordo com a sua função na lín -


gua portuguesa. Elas podem ser variáveis e invariáveis, dividindo-se da seguinte
forma:

Palavras variáveis - aquelas que variam em gênero, número e grau: subs -


tantivo, verbo, adjetivo, pronome, artigo e numeral.

Palavras invariáveis - as que não variam: preposição, conjunção, interjeição


e advérbio.

As classes de palavras ou classes gramaticais são dez: substantivo, verbo, ad-


jetivo, pronome, artigo, numeral, preposição, conjunção, interjeição e advérbio.

1. Substantivo

Substantivo é a palavra que nomeia os seres em geral, desde objetos, fenô-


menos, lugares, qualidades, ações, dentre outros, tais como: Ana, Brasil, beleza.

Exemplos de frases com substantivo:

• A Ana é super inteligente.

• O Brasil é lindo.

• A tua beleza me encanta.

Há vários tipos de substantivos: comum, próprio, concreto, abstrato, coletivo.

2. Verbo

Verbo é a palavra que indica ações, estado ou fenômeno da natureza, tais


como: sairemos, corro, chovendo.

Exemplos de frases com verbo:

• Sairemos esta noite?

• Corro todos os dias.

• Chovendo, eu não vou.

2
Classes gramaticais

Os verbos são classificados em: regulares, irregulares, defectivos e abundan-


tes.

3. Adjetivo

Adjetivo é a palavra que caracteriza, atribui qualidades aos substantivos, tais


como: feliz, superinteressante, amável.

Exemplos de frases com adjetivo:

• A criança ficou feliz.

• O artigo ficou superinteressante.

• Sempre foi amável comigo.

4. Pronome

Pronome é a palavra que substitui ou acompanha o substantivo, indicando a


relação das pessoas do discurso, tais como: eu, contigo, aquele.

Exemplos de frases com pronome:

• Eu aposto como ele vem.

• Contigo vou até a Lua.

• Aquele tipo não me sai da cabeça.

Há vários tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relati-


vos, indefinidos e interrogativos.

5. Artigo

Artigo é a palavra que antecede o substantivo, tais como: o, as, uns, uma.

Exemplos de frases com artigo:

• O menino saiu.

• As meninas saíram.

• Uns constroem, outros destroem.

• Uma chance é o que preciso.

3
Classes gramaticais

Os artigos são classificados em: definidos e indefinidos.

6. Numeral

Numeral é a palavra que indica a posição ou o número de elementos, tais


como: um, primeiro, dezenas.

Exemplos de frases com numeral:

• Um pastel, por favor!

• Primeiro as damas.

• Dezenas de pessoas estiveram presentes.

Os numerais são classificados em: cardinais, ordinais, multiplicativos, fracio-


nários e coletivos.

7. Preposição

Preposição é a palavra que liga dois elementos da oração, tais como: a, após,
para.

Exemplos de frases com preposição:

• Entreguei a carta a ele.

• As portas abrem após as 18h.

• Isto é para você.

As preposições são classificadas em: preposições essenciais e preposições


acidentais.

8. Conjunção

Conjunção é a palavra que liga dois termos ou duas orações de mesmo valor
gramatical, tais como: mas, portanto, conforme.

Exemplos de frases com conjunção:

• Vou, mas não volto.

• Portanto, não sei o que fazer.

4
Classes gramaticais

• Dançar conforme a dança.

As conjunções são classificadas em coordenativas (aditivas, adversativas, al-


ternativas, conclusivas e explicativas) e subordinativas (integrantes, causais, com -
parativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, temporais, fi -
nais e proporcionais).

9. Interjeição

Interjeição é a palavra que exprime emoções e sentimentos, tais como: Olá!,


Viva! Psiu!.

Exemplos de frases com interjeição:

• Olá! Sou a Maria.

• Viva! Conseguimos ganhar o campeonato.

• Psiu! Não faça barulho aqui.

10. Advérbio

Advérbio é a palavra que modifica o verbo, o adjetivo ou outro advérbio, ex-


primindo circunstâncias de tempo, modo, intensidade, entre outros, tais como:
melhor, demais, ali.

Exemplos de frases com advérbio:

• O melhor resultado foi o do atleta estrangeiro.

• Não acha que trouxe folhas demais?

• O restaurante é ali.

Os advérbios são classificados em: modo, intensidade, lugar, tempo, negação,


afirmação e dúvida.

5
Classes gramaticais

Anotações:
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

6
Classes gramaticais

Exercícios
Exercício 1

Indique a que classe de palavras pertencem as palavras em negrito.

a) As meninas são tão corajosas quanto os meninos.

b) Coragem!

c) Falta a coragem…

d) Com seus trinta anos já era para ter juízo.

e) Há uns anos não sabia o que fazer da vida.

f) Fazer o bem sem olhar a quem.

7
Classes gramaticais

Gabarito
Exercício 1

A) Adjetivo - classe de palavras que atribui característica ao substantivo. Na


oração, temos: meninas (substantivo), corajosas (adjetivos).

B) Interjeição - classe de palavras que expressa sensações e é sempre


acompanhada de ponto de exclamação. "Coragem!" é uma interjeição de
ânimo.

C) Substantivo - classe de palavras que nomeia seres, fenômenos, entre muitos


outros. Na oração, "coragem" é um substantivo abstrato.

D) Pronome - classe de palavras que substitui ou acompanha os substantivos.


Na oração, "seus" é um pronome possessivo.

E) Artigo - classe de palavras que acompanham o substantivo de forma a


determinar seu número (singular ou plural) e seu gênero (feminino ou
masculino). Na oração "uns" é um artigo indefinido plural, masculino.

F) Substantivo - classe de palavras que nomeia seres, fenômenos, entre muitos


outros. Na oração, "bem" é um substantivo abstrato, porque foi
substantivada em decorrência da utilização do artigo "o" (o bem). Em outros
contextos, essa mesma palavra pode assumir a função de advérbio, tal
como na alternativa seguinte, em que "bem" é um advérbio de modo: "Os
trabalhos ficaram muito bem feitos.".

8
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

Formação De Palavras: Prefixos


E Sufixos

1
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

As palavras que compõem o léxico da língua são formadas principalmente por dois proces-
sos morfológicos:

 Derivação (prefixal, sufixal, parassintética, regressiva e imprópria)

 Composição (justaposição e aglutinação)

Palavras Primitivas e Derivadas

Antes de mais nada, vale ressaltar dois conceitos importantes para o estudo de formação
das palavras.

Os vocábulos “primitivos” são as palavras que originam outras. Já as palavras “derivadas”


são aquelas que surgem a partir das palavras primitivas

Exemplos:

 Dente (primitiva) e dentista (derivada)

 Mar (primitiva) e marítimo (derivada)

 Sol (primitiva) e solar (derivada)

Prefixo e Sufixo são morfemas que se juntam às palavras a fim de formar novas palavras.
Ambos são, na verdade, afixos.

O nome prefixo ou sufixo é dado dependendo do lugar que ocupam na palavra. Ou seja, se
estiver antes do radical é prefixo, mas se estiver depois do radical é sufixo.

Exemplos:

 Antipatia (anti = prefixo)

 Retroceder (retro = prefixo)

 Tolerante (ante = sufixo)

 Realismo (ismo = sufixo)

Prefixos

Os prefixos são afixos que formam palavras a partir de um morfema que antecede o radi-
cal. Assim, eles modificam o seu sentido, mas, geralmente, mantêm a classe gramatical a qual
pertencem.

A maior parte dos prefixos da língua portuguesa são de origem latina ou grega. Confira as
listas com os respetivos significados e exemplos:

2
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

Lista de Prefixos Latinos

Prefixos Significados Exemplos


ab- afastamento abdicar
ambi- duplicação ambidestro
ante- anterioridade antepor
bem-, ben- bem bendito, beneficente
bi-, bis- dois biênio, bisneto
contra- oposição contradizer
in-, i- negação ingrato, ilegal
pos- posição posterior
semi- metade semicírculo
tri- três triângulo

Lista de Prefixos Gregos

Prefixos Significados Exemplos


anti- oposição antipatia
arce- superioridade arcebispo
cata- movimento para baixo cataclismo
dis- dificuldade dispneia
en- posição interior encéfalo
epi- posterioridade epílogo
eu- bem, bom eufonia
hiper- excessivo hipertensão
para- proximidade paralelo
pro- anterioridade prólogo

Sufixos

Os sufixos são afixos que formam palavras a partir de um morfema que sucede o radical.
Assim, eles modificam o seu sentido e, principalmente, alteram a classe gramatical a qual per-
tencem.

3
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

Os sufixos podem ser nominais, verbais e adverbiais.

Sufixos Nominais

Os sufixos nominais se juntam ao radical para formar substantivos e adjetivos.

Sufixos Nominais Sufixos Exemplos

-ão paredão
-aço ricaço
-alhão grandalhão
-aréu povaréu
Sufixos Aumentativos
-arra bocarra
-(z)arrão homenzarrão
-eirão boqueirão
-uça dentuça

-inho Pedrinho
-zinho avozinho
-acho riacho
-icho (a) barbicha
Sufixos Diminutivos
-eco soneca
-ela viela
-ote velhote
-isco chuvisco

Confira na tabela abaixo outros exemplos de sufixos nominais:

Sufi-
Exemplos Significado
xos

-dor
causador
-tor
tradutor
-sor
professor
-eiro agente, profissão, instrumento
padeiro
-ista
dentista
-nte
estudante
-rio
bibliotecário

-dade credibilidade qualidade, estado


-ência paciência

4
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

Sufi-
Exemplos Significado
xos

-ez sensatez
-eza beleza
-ice meiguice
-ície imundície
-ismo patriotismo
-or frescor
-ude amplitude
-ume azedume
-ura formosura

-ado principado
-ato orfanato
-aria padaria
lugar, ramo de negócio
-douro matadouro
-tório dormitório
-tério cemitério

-ia geometria
-ismo cristianismo
ciência, técnica, doutrina
-ica física
-tica política

-al cafezal
-agem ferragem
-ada boiada
-ama dinheirama
-ame vasilhame
-ário mobiliário
coletivo
-aria gritaria
-edo arvoredo
-eiro formigueiro
-eira fumaceira
-ena dezena

-az sagaz
-ento ciumento
-lento sonolento qualidade em abundância, intensidade
-into faminto
-enho ferrenho
-onho medonho
5
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

Sufi-
Exemplos Significado
xos

-oso jeitoso
-udo barrigudo

-eo ósseo
-aco demoníaco
-iaco paradisíaco
-aco polaco
-aico hebraico
-ano paraibano
-ão catalão
natureza, origem, que tem a qualidade de
-enho panamenho
-eno chileno
-ense cearense
-ês francês
-eu europeu
-ino argentino
-ista paulista

-ável
amável
-ível
audível
-óvel
móvel possibilidade, tendência
-úvel
solúvel
-iço
movediço
-ivo
lucrativo

-ada cabeçada
-agem aprendizagem
-ança esperança
-aria pirataria
-eria selvageria
-ata passeata
-ção correção ação, resultado de ação
-ura formatura
-ela olhadela
-ença parecença
-ência continência
-mento juramento
-or temor

6
Formação De Palavras: Prefixos E Sufixos

7
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

Sinônimos, antônimos, homônimos


e parônimos

MÉRITO
Apostilas 1
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

Semântica é a classe gramatical que estuda a significação das palavras e as


relações que elas têm umas com as outras por meio das classificações como si -
nônimos, antônimos, homônimos e parônimos.

Sinônimos
A sinonímia é o nome dado ao que ocorre quando usamos palavras diferen -
tes, mas com o significado igual ou parecido, estabelecendo uma relação de proxi-
midade. Essas palavras de mesma significação são chamadas de sinônimos, e uti -
lizá-las evita que sentenças e argumentos se tornem repetitivos e desinteressan-
tes.

Importante notar que sinônimos não são equivalentes e é raro encontrar


aqueles que são perfeitos, como no caso de “belo” e “bonito”, dependendo do
contexto (“este rapaz é belo” é muito semelhante a “este rapaz é bonito”, mas nem
sempre a relação é tão próxima).

Exemplos:

• Casa/lar/moradia/residência

• Longe/distante

• Delicioso/saboroso

• Carro/automóvel

• Triste/melancólico

• Resgatar/recuperar

Antônimos
A antonímia, ao contrário da sinonímia, é o que acontece quando duas pala -
vras são usadas para indicar o oposto uma da outra, estabelecendo uma relação
de contrariedade.

Exemplos:

2
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

• Amor/ódio

• Luz/trevas

• Mal/bem

• Ausência/presença

• Fraco/forte

• Bonito/feio

• Cheio/vazio

Polissemia e monossemia
Quando uma palavra tem vários significados, temos uma polissemia. O con-
trário, que é quando uma palavra tem somente um significado, é chamado de mo -
nossemia. Para entender esses significados, é fundamental observar o contexto
no qual essas palavras estão inseridas.

Exemplo:

Gato: animal, homem atraente, instalação elétrica irregular.

• Adotei um gato na semana passada.

• Conheci seu amigo ontem na festa. Que gato!

• Aquela instalação elétrica da vizinha é um gato.

Homônimos
Homônimos são aquelas palavras que têm som igual, escrita igual, mas signifi -
cados diferentes. Dentro dessa classificação, temos ainda as palavras homófonas
(mesmo som, mas com escrita e significado diferentes) e as homógrafas (escrita
igual, mas com som e significado diferentes).

Exemplos:

3
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

• Vou colocar “extrato” de tomate no molho do macarrão.

• Vou ao banco retirar o “extrato”.

• Eu “rio” tanto.

• Da minha casa posso ver o “rio”.

Homônimos perfeitos: são palavras que possuem a mesma grafia e o mesmo


som. Exemplo: Esse homem é são (saúde), São Pedro (título), Como vai? (sauda-
ção), Eu como feijão (verbo comer).

Homônimos homófonos: são as palavras que possuem o mesmo som, porém


a grafia é diferente. Exemplo: sessão (reunião), seção (repartição), cessão (ato de
ceder), concerto (musical) e conserto (ato de consertar).

Homônimos homógrafos: são palavras que possuem a mesma grafia e sons


diferentes. Exemplo: almoço (ô) substantivo – almoço (ó) verbo; jogo (ô) substanti -
vo – jogo (ó) verbo; para (preposição) – para (verbo)

Parônimos
são aquelas que são escritas e pronunciadas de maneira semelhante, mas têm
significados distintos.

• coro e couro;

• cesta e sesta;

• eminente e iminente;

• osso e ouço;

• sede e cede;

• comprimento e cumprimento;

• tetânico e titânico;

• degradar e degredar;

4
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

• infligir e infringir;

Formas variantes
As formas variantes se referem a palavras que possuem mais do que uma gra -
fia correta, sem que haja alteração do seu significado.

Exemplos de formas variantes:

• abdome e abdômen;

• bêbado e bêbedo;

• embaralhar e baralhar;

• enfarte e infarto;

• louro e loiro.

5
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

Exercícios
Exercício 1

Levando em consideração o contexto atribuído pelos enunciados, empregue


corretamente um dos termos propostos pelas alternativas entre parênteses.

a – O atacante aproveitou a jogada distraída e deu o ___________ no adversário.


(cheque/xeque)

b – O visitante pôs a _____________ no cavalo, despediu-se de todos e seguiu


viagem. (cela/sela)

c – No presídio, todos os ocupantes foram trocados de _____________. (cela/sela)

d – O filme a que assisti pertence à ______ das dez. (seção/sessão/cessão)

Exercício 2

(FMPA- MG) - Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamente


aplicada:

a) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes .

b) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros.

c) Promoveram uma festa beneficiente para a creche.

d) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever.

e) A cessão de terras compete ao Estado.

Exercício 3

CEITEC 2012 - FUNRIO - Advogado - AAO-ADVOGAD

Fotografia divulgada na internet mostra a placa com o nome de um bar. Nela se


lê: “BAR ÁLCOOL ÍRIS”. Pode-se criticar a suposta originalidade, mas não há
dúvida de que a escolha do nome baseou-se na relação que há entre as palavras
“álcool” e “arco”, o que caracteriza um caso de:

6
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

a. ambiguidade.

b. homonímia.

c. paráfrase.

d. paronímia.

e. polissemia.

Exercício 4

CEITEC 2012 - FUNRIO - Administração/Ciências Contábeis/Direito/Pregoeiro


Público AAO-COMNACI

Os vocábulos Emergir e Imergir são parônimos: empregar um pelo outro acarreta


grave confusão no que se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma
apresenta uma frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos,
selecionando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
Assinale-a.

a A descoberta do plano de conquista era eminente.

b O infrator foi preso em flagrante.

c O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.

d O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.

e Os culpados espiam suas culpas na prisão.

7
Sinônimos, antônimos, homônimos e parônimos

Gabarito
Exercício 1

Resposta:

a – xeque

b – sela

c – cela

d – sessão

Exercício 2

Resposta: Alternativa “c”.

Exercício 3

Resposta: ( D ) paronímia.

Exercício 4

Resposta: ( B ) O infrator foi preso em flagrante.

8
Formação de tempos compostos dos verbos

Formação de tempos compostos dos


verbos

1
Formação de tempos compostos dos verbos

Formação de tempos compostos dos verbos

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar (ter ou haver) e um verbo
principal, no qual será conjugado.

Seguem abaixo os tempos verbais compostos:

Modo Indicativo

Pretérito Perfeito Composto

É formação do Presente do Indicativo do verbo ter ou verbo haver com o particípio do verbo
principal.

Usa-se para retratar um fato repetido que tem ocorrido no passado, e que se prolongou até o
presente.

Exemplo:

Eu tenho cantado muito atualmente.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se que essa frase retrata um fato que tem ocorrido frequentemente.

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto

É a formação do Pretérito Imperfeito do Indicativo do verbo ter ou verbo haver com


o particípio do verbo principal.

Usa-se para retratar uma ação que aconteceu antes de outra ação passada, também pode ser
usado para retratar um fato situado que não se tem certeza, no passado.

Exemplo:

Eu já tinha viajado para longe, quando você chegou ao aeroporto.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se que nessa frase ocorreu uma ação antes de outra passada.

Futuro do Presente Composto

É a formação do Futuro do Presente Simples do verbo ter ou verbo haver com o particípio do
verbo principal.

Usa-se para retratar uma ação futura que estará terminada antes de outra ação futura, isto é,
antes de acontecer.

Essa ação pode indicar certeza como incerteza.

2
Formação de tempos compostos dos verbos

Exemplo:

Amanhã, quando você acordar, eu já terei partido para bem longe.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se que nessa frase a ação já estará terminada antes da outra realmente acontecer.

Futuro do Pretérito Composto

É a formação do Futuro do Pretérito Simples do verbo ter ou haver com o particípio do verbo
principal.

Usa-se para retratar um fato que poderia ter ocorrido depois de um outro fato no passado.
Também pode indicar um fato no passado, que transmite incerteza, surpresa e indignação.

Exemplo:

Eu teria vendido o carro, se você não tivesse quebrado o motor.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se uma ação que aconteceu no passado, e que transmite indignação.

Modo Subjuntivo

Pretérito Perfeito Composto

É a formação do Presente do Subjuntivo do verbo ter ou haver com o particípio do verbo


principal.

Usa-se para retratar um fato anterior concluído, referindo-se a um fato que ocorreu no passado
ou que vai ocorrer no futuro.

Exemplo:

Eu espero que você tenha comparado as passagens a tempo, para viajarmos.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se nessa frase o desejo de que as passagens tenham sido compradas a tempo, isto é, que o
fato já tenha ocorrido com o objetivo de acontecer a viagem.

Pretérito Mais-que-Perfeito Composto

É a formação do Pretérito Imperfeito do Subjuntivo do verbo ter ou haver com o particípio do


verbo principal.

Usa-se para retratar um fato que aconteceu antes de outro fato já terminado.

Exemplo:

3
Formação de tempos compostos dos verbos

Se você não tivesse quebrado o motor, eu teria vendido o carro.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se que nessa frase aconteceu uma ação anterior que impediu a venda do carro, isto é, que
outra ação tenha sido finalizada.

Futuro Composto

É a formação do Futuro Simples do Subjuntivo do verbo ter ou haver com o particípio do verbo
principal.

Usa-se para retratar um fato que estará concluído antes de outro fato futuro.

Exemplo:

Quando você chegar em casa, já terei jantado.


Verbo ter + verbo principal

Nota-se que nessa frase o indivíduo concluiu a ação antes de outra acontecer no futuro.

Formas Nominais

Infinitivo Impessoal Composto

É a formação do Infinitivo Impessoal do verbo ter ou haver com o particípio do verbo principal.

Usa-se quando o verbo exigir regência de uma preposição, sem sujeito definido e se caso
o sujeito da segunda oração for igual.

Exemplo:

Ter ganhado
Verbo ter + verbo principal

Ter viajado
Verbo ter + verbo principal

Infinitivo Pessoal Composto

É a formação do Infinitivo Pessoal do verbo ter ou haver com o particípio do verbo principal.

Usa-se para retratar uma ação passada já concluída.

Exemplo:

Ter comprado

Verbo ter + verbo principal

4
Formação de tempos compostos dos verbos

Ter amado

Verbo ter + verbo principal

Gerúndio Composto

É a formação do Gerúndio do verbo ter ou haver com o particípio do verbo principal.

Usa-se para retratar um fato prolongado que foi finalizado antes do fato da oração principal.

Tendo vendido
Verbo ter + verbo principal

5
Formação de tempos compostos dos verbos

Anotações:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
6
Modos verbais

Modos verbais

1
Modos verbais

Modos verbais

Os modos verbais estão relacionados ao estudo dos verbos, classe de palavras variável que
admite flexão de número (singular e plural), pessoa (primeira, segunda e terceira), tempo (presente,
pretérito e futuro), voz (ativa, passiva e reflexiva) e modo (indicativo, subjuntivo e imperativo). Os
modos verbais estão relacionados com as atitudes de quem fala ou escreve, exprimindo a posição do
falante diante de uma posição verbal. Graças aos modos verbais o enunciador pode explicitar
intenções e juízos de valores.

Observe as definições dos modos verbais indicativo, subjuntivo e imperativo, assim como suas
situações de uso:

Modo indicativo: É empregado quando a atitude do enunciador revela ser aquele fato sobre o
qual se escreve ou fala algo real, verdadeiro:

Trabalho no escritório da empresa.

A mãe fazia lindos vestidos para complementar a renda familiar.

O trem partiu da estação às três horas da tarde de domingo.

O modo indicativo possui os seguintes tempos verbais:

→ Presente;

→ Pretérito perfeito;

→ Pretérito imperfeito;

→ Pretérito mais-que-perfeito;

→ Futuro do presente;

→ Futuro do pretérito.

Modo subjuntivo: É empregado quando a atitude do enunciador revela conteúdos emocionais


que expressam ideias de dúvida ou incerteza:

Se tudo der certo, viajaremos na sexta-feira à tarde.

Talvez eu vá na festa da escola.

O modo subjuntivo possui os seguintes tempos verbais:

→ Presente;

→ Pretérito imperfeito;

2
Modos verbais

→ Futuro.

Modo imperativo: É empregado quando a atitude do enunciador exprime ideia de ordem ou


pedido:

Faça o favor de se comportar na escola!

Fique quieto!

O modo imperativo, diferentemente do que acontece com os outros modos verbais, é


indeterminado em relação ao tempo. Por se tratar de uma ordem ou pedido, infere-se que a ação
ocorrerá no futuro. Não possui a 1ª pessoa do singular e nem a 3ª pessoa, a representação é feita
pelo pronome você. Possui duas formas distintas:

→ Imperativo afirmativo;

Não diga nada aos meus pais!

→ Imperativo negativo.

Chegue cedo em casa.

3
Modos verbais

Anotações:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
4
Estrutura morfossintática do período

Estrutura morfossintática do período

MÉRITO
Apostilas 1
Estrutura morfossintática do período

Período Composto

Período composto é aquele formado por duas ou mais orações. Há dois tipos de
períodos compostos:

1) Período composto por coordenação: quando as orações não mantêm rela-


ção sintática entre si, ou seja, quando o período é formado por orações sintatica-
mente independentes entre si.

Ex. Estive à sua procura, mas não o encontrei.

2) Período composto por subordinação: quando uma oração, chamada subor-


dinada, mantém relação sintática com outra, chamada principal.

Ex. Sabemos que eles estudam muito. (oração que funciona como objeto direto)

Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração.

Período Composto por Subordinação

A uma oração principal podem relacionar-se sintaticamente três tipos de ora-


ções subordinadas: substantivas, adjetivas e adverbiais.

I. Orações Subordinadas Substantivas: São seis as orações subordinadas subs-


tantivas, que são iniciadas por uma conjunção subordinativa integrante (que, se)

A) Subjetiva: funciona como sujeito da oração principal. Existem três estruturas


de oração principal que se usam com subordinada substantiva subjetiva: verbo de li-
gação + predicativo + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. É necessário que façamos nossos deveres.


2
Estrutura morfossintática do período

verbo unipessoal + oração subordinada substantiva subjetiva. Verbo unipessoal


só é usado na 3ª pessoa do singular; os mais comuns são convir, constar, parecer,
importar, interessar, suceder, acontecer.

Ex. Convém que façamos nossos deveres.

Verbo na voz passiva + oração subordinada substantiva subjetiva.

Ex. Foi afirmado que você subornou o guarda.

B) Objetiva Direta: funciona como objeto direto da oração principal. (sujeito) +


VTD + oração subordinada substantiva objetiva direta.

Ex. Todos desejamos que seu futuro seja brilhante.

C) Objetiva Indireta: funciona como objeto indireto da oração principal. (sujeito)


+ VTI + prep. + oração subordinada substantiva objetiva indireta.

Ex. Lembro-me de que tu me amavas.

D) Completiva Nominal: funciona como complemento nominal de um termo da


oração principal. (sujeito) + verbo + termo intransitivo + prep. + oração subordinada
substantiva completiva nominal.

Ex. Tenho necessidade de que me elogiem.

E) Apositiva: funciona como aposto da oração principal; em geral, a oração su-


bordinada substantiva apositiva vem após dois pontos, ou mais raramente, entre vír-
gulas. oração principal + : + oração subordinada substantiva apositiva.

3
Estrutura morfossintática do período

Ex. Todos querem o mesmo destino: que atinjamos a felicidade.

F) Predicativa: funciona como predicativo do sujeito do verbo de ligação da ora-


ção principal. (sujeito) + VL + oração subordinada substantiva predicativa.

Ex. A verdade é que nunca nos satisfazemos com nossas posses.

Nota: As subordinadas substantivas podem vir introduzidas por outras palavras:

Pronomes interrogativos (quem, que, qual…)

Advérbios interrogativos (onde, como, quando…)

Perguntou-se quando ele chegaria. Não sei onde coloquei minha carteira.

II. Orações Subordinadas Adjetivas

As orações subordinadas adjetivas são sempre iniciadas por um pronome relati-


vo.

São duas as orações subordinadas adjetivas:

A) Restritiva: é aquela que limita, restringe o sentido do substantivo ou prono-


me a que se refere. A restritiva funciona como adjunto adnominal de um termo da
oração principal e não pode ser isolada por vírgulas.

Ex. A garota com quem simpatizei está à sua procura.

Os alunos cujas redações foram escolhidas receberão um prêmio.

4
Estrutura morfossintática do período

B) Explicativa: serve para esclarecer melhor o sentido de um substantivo, expli-


cando mais detalhadamente uma característica geral e própria desse nome. A expli-
cativa funciona como aposto explicativo e é sempre isolada por vírgulas.

Ex. Londrina, que é a terceira cidade da região Sul do país, está muito bem cui-
dada.

III. Orações Subordinadas Adverbiais

São nove as orações subordinadas adverbiais, que são iniciadas por uma conjun-
ção subordinativa

A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa.

Conjunções: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como, que.

Ex. Saímos rapidamente, visto que estava armando um tremendo temporal.

B) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente,


o verbo fica subentendido

Conjunções: (mais) … que, (menos)… que, (tão)… quanto, como.

Ex. Diocresildo era mais esforçado que o irmão(era).

C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão.

Conjunções: embora, conquanto, inobstante, não obstante, apesar de que, se-


bem que, mesmo que, posto que, ainda que, em que pese.

5
Estrutura morfossintática do período

Ex. Todos se retiraram, apesar de não terem terminado a prova.

D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição.

Conjunções: se, a menos que, desde que, caso, contanto que.

Ex. Você terá um futuro brilhante, desde que se esforce.

E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade.

Conjunções: como, conforme, segundo.

Ex. Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.

F) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência.

Conjunções: (tão)… que, (tanto)… que, (tamanho)… que. Ex. Ele fala tão alto, que
não precisa do microfone.

G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo.

Conjunções: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo que,
mal.

Ex. Fico triste, sempre que vou à casa de Juvenildo.

H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade.

6
Estrutura morfossintática do período

Conjunções: a fim de que, para que, porque.

Ex. Ele não precisa do microfone, para que todos o ouçam.

I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção.

Conjunções: à proporção que, à medida que, tanto mais. À medida que o tempo
passa, mais experientes ficamos.

IV. Orações Reduzidas

Quando uma oração subordinada se apresenta sem conjunção ou pronome rela-


tivo e com o verbo no infinitivo, no particípio ou no gerúndio, dizemos que ela é
uma oração reduzida, acrescentando-lhe o nome de infinitivo, de particípio ou de
gerúndio.

Ex. Ele não precisa de microfone, para o ouvirem.

Período Simples e Composto

O período pode ser caracterizado pela presença de uma ou de mais orações, por
isso, pode ser simples ou composto.

Período Simples - apresenta apenas uma oração, a qual é chamada de oração


absoluta.

Exemplos:

Já acordamos.

Hoje está tão quente!

7
Estrutura morfossintática do período

Preciso disto.

Período Composto - apresenta duas ou mais orações.

Exemplos:

• Conversamos quando eu voltar.

• É sua obrigação explicar o que aconteceu.

• Descansou, passeou e fez o que mais quis nas férias.

O número de orações depende do número de verbos presentes num enunciado.

Classificação do Período Composto

Conforme a sua formação, o período composto é classificado em:

Período Composto por Coordenação - quando as orações são independentes


entre si, ou seja, cada uma delas têm sentido completo.

Exemplos:

Levantou e começou a trabalhar.

Assaltou a loja e correu pela porta dos fundos.

Período Composto por Subordinação - quando as orações relacionam-se entre


si.

Exemplos:

8
Estrutura morfossintática do período

Espero terminar os enfeites até que os convidados comecem a chegar.


Fi a receita mesmo sem saber quais ingredientes levava.

Período Misto- quando há a presença de orações coordenadas e subordinadas.

Exemplos:

Levantei, embora ainda estivesse cheio de sono.


Enquanto ele falar, nós vamos escutar.

Orações Coordenadas

As orações coordenadas podem ser sindéticas ou assindéticas, respectivamente,


conforme são utilizadas ou não conjunções.

Exemplos: Ora fala, ora não fala. (oração coordenada sindética, marcada pelo
uso da conjunção “ora...ora”).
As aulas começaram, os deveres começaram e a preguiça deu lugar à determinação.
(orações coordenadas assindéticas: “As aulas começaram, os deveres começaram”,
oração coordenada sindética: “e a preguiça deu lugar à determinação”.)

As orações coordenadas sindéticas podem ser:

Aditivas: quando as orações expressam soma. Exemplo: Gosta de praia, mas


também gosta de campo.

Adversativas: quando as orações expressam adversidade. Exemplo: Gostava do


curso, contudo não havia vaga na sua cidade.

Alternativas: quando as orações expressam alternativa. Exemplo: Vai ele ou vou


eu.

Conclusivas: quando as orações expressam conclusão. Exemplo: Estão de acor-


do, então vamos.

9
Estrutura morfossintática do período

Explicativas: quando as orações expressam explicação. Exemplo: Fizemos o tra-


balho hoje porque tivemos tempo.

Orações Subordinadas

As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais, con-


forme a sua função.

Exemplos:

Substantivas: quando as orações têm função de substantivo. Exemplo: Espero


que vocês consigam.

Adjetivas: quando as orações têm função de adjetivo. Exemplo: Os concorrente


que dormem mais têm um desempenho melhor.

Adverbiais: quando as orações têm função de advérbio. Exemplo: À medida que


crescem, aumentam as preocupações.
________________________________________________________________________________

________

________________________________________________________________________________

________

________________________________________________________________________________

________

________________________________________________________________________________

________

________________________________________________________________________________

________

10
Estrutura morfossintática do período

________________________________________________________________________________

________

________________________________________________________________________________

________

Exercícios:

1. (UNIRIO) No período “Ah, arrulhou de repente a pomba, quando distinguiu,

indignada, o pombo que chegava (...)”, as duas orações subordinadas são

respectivamente:

a) adjetiva e adverbial temporal

b) substantiva predicativa e adjetiva

c) adverbial temporal e adverbial temporal

d) adverbial temporal e adverbial consecutiva

e) adverbial temporal e adjetiva

________________________________________________________________________________

________

2. (FGV) Leia atentamente: “O vigilante guarda-noturno e o seu valente auxiliar,

nunca esmoreceram no cumprimento do dever.” No período acima, a vírgula está

mal colocada, pois separa:

a) o sujeito e o objeto direto

b) o sujeito e o predicado

c) a oração principal e a oração subordinada

11
Estrutura morfossintática do período

d) o sujeito e o seu adjunto adnominal

e) o predicado e o objeto direto

________________________________________________________________________________

________

Gabarito

1 – Alternativa e: adverbial temporal e adjetiva.

2 – Alternativa b: o sujeito e o predicado

3 – Alternativa b: subordinada adverbial consecutiva

12
Termos da oração

Termos da oração

MÉRITO
Apostilas 1
Termos da oração

Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno des -


ses dois elementos que as orações são estruturadas.

O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na estrutura da


oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por
sua vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito.

Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa.

Predicado = o que se declara sobre o sujeito.

Na oração, sujeito e predicado funcionam assim:

Exemplo 1:

As ruas são intransitáveis.

Sujeito: as ruas

Verbo: são

Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai


entender o porquê!)

Exemplo 2:

Os alunos chegaram atrasados novamente.

Sujeito: os alunos

Verbo: chegaram

Predicado: chegaram atrasados novamente

Sujeito
Núcleo do sujeito

Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujei -


to. Quando o sujeito é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com
maior importância semântica.

2
Termos da oração

Exemplo:

O garoto logo percebeu a festa que o esperava.

Sujeito: O garoto

Núcleo do sujeito: garoto

Predicado: logo percebeu a festa que o esperava

O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo,


numeral substantivo ou qualquer palavra substantivada.

Exemplo de substantivo:

A casa foi fechada para reforma.

Sujeito: A casa

Núcleo do sujeito: casa

Predicado: foi fechada para reforma.

Exemplo de pronome substantivo:

Eles não gostam de carne vermelha.

Sujeito: Eles

Núcleo do sujeito: Eles

Predicado: não gostam de carne vermelha.

Exemplo de numeral substantivo:

Três excede.

Sujeito: Três

Núcleo do sujeito: Três

Predicado: excede.

3
Termos da oração

Exemplo de palavra substantivada:

Um oi foi expresso rapidamente.

Sujeito: Um oi

Núcleo do sujeito: oi

Predicado: foi expresso rapidamente.

Tipos de sujeito

O sujeito pode ser determinado (simples, composto, oculto), indeterminado ou


inexistente.

Sujeito simples

Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só subs-


tantivo ou um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada.

Exemplo:

O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada.

Sujeito: O desenho em nanquim

Núcleo: desenho

Predicado: será sempre uma expressão admirada.

Sujeito composto

Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas por
mais de um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão
substantivada ou mais de uma oração substantivada.

4
Termos da oração

Exemplo:

Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal.

Sujeito: Cristina, Marina e Bianca

Núcleo: Cristina, Marina, Bianca

Predicado: fazem balé no Teatro Municipal.

Sujeito oculto

Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas


pode ser identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo.

Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou implícito.

Exemplo:

Estávamos à espera do ônibus.

Sujeito oculto: nós

Desinência verbal: estávamos

Sujeito indeterminado

O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento identifi -


cado de maneira clara. É observado em três casos:

• quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita


identificar o sujeito;

• quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome


(se);

• quando o verbo está no infinitivo pessoal.

5
Termos da oração

Sujeito inexistente

A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado


está centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e
verbo.

Exemplo:

Choveu muito em Manaus.

Predicado: Choveu muito em Manaus

Predicado
O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.

Predicado Verbal

O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo pre -


dicado está contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransi-
tivo. Nesse caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.

Exemplo:

O entregador chegou.

Predicado verbal: chegou.

Predicado Nominal

O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do su -


jeito.

6
Termos da oração

Exemplo:

O entregador está atrasado.

Predicado nominal: está atrasado.

Predicado Verbo-nominal

O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou in -


transitivo + o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.

Exemplo:

A menina chegou ofegante à ginástica.

Sujeito: A menina

Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica.

7
Termos da oração

Exercícios

1. (EMM) Há predicado verbo-nominal em:

a) Ela descansava em casa.

b) Todos cumpriram o juramento

c) Ele vinha preocupado.

d) Ele está abatido

e) Ela marchava alegremente.

2. (EMM) A única oração com sujeito simples é:

a) Existem algumas dúvidas.

b) Compraram-se livros e revistas.

c) Precisa-se de ajuda.

d) Faz muito frio.

e) Há alguns problemas.

3. (PUC-SP) – O verbo ser, na oração:

“Eram cinco horas da manhã...”, é:

a) pessoal e concorda com o sujeito indeterminado.

b) impessoal e concorda com o objeto direto.

c) impessoal e concorda com o sujeito indeterminado.

d) Impessoal e concorda com a expressão numérica.

e) Pessoal e concorda com a expressão numérica.

8
Termos da oração

Gabarito

1- Alternativa c: Ele vinha preocupado.

2- Alternativa a: Existem algumas dúvidas.

3- Alternativa d: Impessoal e concorda com a expressão numérica.

9
Termos da oração

Anotações:
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

10
Coordenação e Subordinação

Coordenação e
Subordinação

MÉRITO
Apostilas 1
Coordenação e Subordinação

Para compreender a estrutura sintática de uma frase, ou seja, a análise em


relação à organização da mesma, que é dividida em coordenação e subordina-
ção; primeiramente deve-se entender o que é frase; e, de acordo com Mattoso
Câmara, nada mais é do que “unidade de comunicação linguística, caracterizada
[...] do ponto de vista comunicativo – por ter um propósito definido e ser suficien -
te pra defini-lo –, e do ponto de vista fonético – por uma entonação [...] que lhe
assinala nitidamente o começo e o fim.”.

Seguindo a linha de definição acerca de frase escrita, Perini diz que se inicia
com letra maiúscula e finaliza com algum sinal de pontuação (ponto final, ponto
de interrogação, ponto de exclamação etc), todavia, outros gramáticos não delimi -
tam a necessidade de pontuação para a constituição de frase.

O vocábulo definido acima ainda pode ser uma oração, mas a última não é si -
nônimo de frase; isto é, uma oração possui verbo, mas uma frase não precisa de
verbo para ser denominada como tal, sendo assim, toda oração (ou conjunto de
orações = período) é uma frase (exemplo: Abra o livro na página 4 e Faça um bolo
e entregue a Maria), porém, nem toda frase é uma oração (exemplo: O caderno
amarelo da filha de João da Silva).

Quanto a período (ou enunciado) – que é a soma dos elementos estruturais da


frase e tem a necessidade da pontuação –, este pode ser simples ou composto;
sendo por composição, será subdividido em coordenação (semântica + sintática)
e subordinação (“... é o emprego de um nível mais elevado no lugar de outro de
nível inferior”, BACK). Outro ponto a ser frisado é que composição por aposição di -
fere-se de composição por coordenação, pois a primeira admite expressões expli -
cativas (isto é; quero dizer) e expressões retificadoras (minto; aliás).

Ainda em relação à composição por aposição, Back enumera dois tipos de


aposição: identificadora (“Pedro Álvares Cabral, um almirante português , desco-
briu o Brasil.”) e retificadora (“João, minto, Pedro veio até a sala.”), e ambas exer-
cem a mesma função sintática.

A locução subordinante também tem duas classificações, podendo ser com-


plexa ou unitária. A primeira refere-se a uma locução verbal (Ex. Amanhã, todos
os alunos irão fazer o teste), enquanto a segunda, como o próprio nome diz, é
composta por um único verbo (Ex. Ontem, Pedro fez o exame).

A explanação de alguns termos, como hipotaxe (subordinação) – estrutura


muito complexa que pode ser reduzida – e parataxe – termo equivalente para a
coordenação –, hipertaxe – palavra que exerce um grande significado, como, por
exemplo, um substantivo com significado maior – é também bastante válida para
uma compreensão clara e coerente. Além disso, vale ressaltar que pronome sem -
pre tem função sintática.

2
Coordenação e Subordinação

Anotações:
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

3
Regência verbal e nominal

Regência verbal e nominal

MÉRITO
Apostilas 1
Regência verbal e nominal

Regência verbal
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece com o
seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma preposição. Na
regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem preposição) e o objeto
indireto (preposicionado).

Exemplos de regência verbal preposicionada

• assistir a;

• obedecer a;

• avisar a;

• agradar a;

• morar em;

• apoiar-se em;

• transformar em;

• morrer de;

• constar de;

• sonhar com;

• indignar-se com;

• ensaiar para;

• apaixonar-se por;

• cair sobre.

Regência verbal sem preposição

Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido,


não sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal.

2
Regência verbal e nominal

Exemplos de regência verbal sem preposição:

• Você já fez os deveres?

• Eu quero um carro novo.

• A criança bebeu o suco.

O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?, indicando


o elemento que sofre a ação verbal.

Regência verbal com preposição

Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo regido,


sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a regência
verbal.

Exemplos de regência verbal com preposição:

• O funcionário não se lembrou da reunião.

• Ninguém simpatiza com ele.

• Você não respondeu à minha pergunta.

O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de


quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação
verbal.

Preposições usadas na regência verbal

As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma simples,


bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.

Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...

3
Regência verbal e nominal

Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa, nisto,
pela, pelo,...

As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e por.

• Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...

• Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...

• Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...

• Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,...

• Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...

• Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,…

Regência nominal
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece com
o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição.

Exemplos de regência nominal

• favorável a;

• apto a;

• livre de;

• sedento de;

• intolerante com;

• compatível com;

• interesse em;

• perito em;

• mau para;

4
Regência verbal e nominal

• pronto para;

• respeito por;

• responsável por.

Regência nominal com preposição

A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de uma


preposição para se ligar ao seu complemento nominal.

Exemplos de regência nominal com preposição:

• Sempre tive muito medo de baratas.

• Seu pai está furioso com você!

• Sinto-me grato a todos.

Preposições usadas na regência nominal

Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma


simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.

As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com, em,
para, por.

Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,...

Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,...

Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...

Preposição em: negligente em, versado em, parco em,...

Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,...

Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,...

5
Colocação Pronominal

Colocação Pronominal

MÉRITO
Apostilas 1
Colocação Pronominal

A colocação pronominal indica a posição dos pronomes átonos - me, nos, te, vos,
se, o(s), a(s), lhe(s) - em relação ao verbo, do que resulta a próclise, a mesóclise e a
ênclise.

Antes de entender como cada um dos casos deve ser usado, a primeira regra é: a
colocação pronominal é feita com base em prioridades. O caso que tem mais
prioridade é a próclise, e se nenhuma das situações satisfizer o seu uso, é utilizada
a ênclise. Lembrando que a mesóclise somente é utilizada com verbos no futuro do
presente e no futuro do pretérito

Próclise

Na próclise, o pronome é colocado antes do verbo. Isso acontece quando a oração


contém palavras que atraem o pronome:

1. Palavras que expressam negação tais como “não, ninguém, nunca”:

Não o quero aqui.

Nunca o vi assim.

2. Pronomes relativos (que, quem, quando...), indefinidos (alguém, ninguém, tudo…)


e demonstrativos (este, esse, isto…):

Foi ela que o fez.

Alguns lhes deram maus conselhos.

Isso me lembra algo.

3. Advérbios ou locuções adverbiais:

Ontem me disseram que havia greve hoje.

Às vezes nos deixa falando sozinhos.

2
Colocação Pronominal

4. Palavras que expressam desejo e também orações exclamativas:

Oxalá me dês a boa notícia.

5. Conjunções subordinativas:

Embora se sentisse melhor, saiu.

Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.

6. Palavras interrogativas no início das orações:

Quando te deram a notícia?

Quem te presenteou?

Mesóclise

Na mesóclise, o pronome é colocado no meio do verbo. Isso acontece com verbos


do futuro do presente ou do futuro do pretérito, a não ser que haja palavras que
atraiam a próclise:

• Orgulhar-me-ei dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do presente:


orgulharei)

• Orgulhar-me-ia dos meus alunos. (verbo orgulhar no futuro do pretérito:


orgulharia)

Ênclise

Na ênclise, o pronome é colocado depois do verbo. Isso acontece quando a oração


contém palavras que atraem esse tipo de colocação pronominal:

1. Verbos no imperativo afirmativo:

Depois de terminar, chamem-nos.

3
Colocação Pronominal

Para começar, joguem-lhes a bola!

2. Verbos no infinitivo impessoal:

Gostaria de pentear-te a minha maneira.

O seu maior sonho é casar-se.

3. Verbos no início das orações:

Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.

Surpreendi-me com o café da manhã.

Colocação pronominal nas locuções verbais

Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome.

Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais.


Lembrando que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser
seguidas.

1. Usa-se a ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas


locuções verbais em que o verbo principal esteja no infinitivo ou no gerúndio:

Devo-lhe explicar o que se passou. (ênclise depois do verbo auxiliar, “devo”)

Devo explicar-te o que se passou. (ênclise depois do verbo principal, “explicar”)

2. Caso não haja palavra que atraia a próclise, usa-se a ênclise depois do verbo
auxiliar em que o verbo principal esteja no particípio:

Foi-lhe explicado como deveria agir. (ênclise depois do verbo auxiliar, “foi”, uma
vez que o verbo principal “explicar” está no particípio, “explicado”)

Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado. (ênclise depois do
verbo auxiliar, “tinha”, uma vez que o verbo principal “fazer” está no particípio,
“feito”)

4
Figuras de linguagem

Figuras de linguagem

MÉRITO
Apostilas 1
Figuras de linguagem

Figuras de linguagem são formas de expressão que destoam da linguagem comum


ou denotativa. Elas dão ao texto um significado que vai além do sentido literal,
portanto permitem uma plurissignificação do enunciado.

Figuras de linguagem consistem em “fugas” discursivas da língua, uma vez que nem
sempre uma ideia pode (ou precisa) ser comunicada literalmente.

Exemplo: “A pedra chorou de tristeza.”

Nesse exemplo, o sentido denotativo (original) é que uma pedra verteu lágrimas de
seus olhos porque estava triste. Porém, sabemos que pedras não têm olhos e,
portanto, não podem chorar. Assim, essa expressão afasta-se das regras da
linguagem denotativa para assumir outro sentido.

Figuras de palavras ou semântica


Comparação

Uma relação de comparação explícita entre dois termos, marcada pela presença de
conjunção comparativa.

Exemplo: O pensamento é tal qual um diamante bruto.

Uso da comparação por meio do conectivo "como": "o amor é como uma flor" e "o
amor é como o motor do carro".

2
Figuras de linguagem

Metáfora

Representa uma comparação de palavras com significados diferentes e cujo termo


comparativo fica subentendido na frase. Comparação implícita.

Muito utilizada em textos poéticos, ela pode tornar o discurso mais elegante.

Uso da metáfora em "meu amor é uma caravana de rosas vagando num deserto
inefável"

Outros exemplos:

Gabriel é um gato. (subentende-se beleza felina)

Lucas é um touro. (subentende-se a força do touro)

Fernando é um anjo. (subentende-se a bondade dos anjos)

Metonímia

Substituição de um termo por outro, desde que haja uma relação entre eles.

Uso da metonímia que substitui o vocábulo boi por "cabeças de gado".

3
Figuras de linguagem

Catacrese

Emprego inadequado de um termo devido à perda de seu sentido original.

Exemplo: Embarcou há pouco no avião.

Embarcar é colocar-se a bordo de um barco, mas como não há um termo específico


para o avião, embarcar é o utilizado.

O uso da expressão "bala perdida" é utilizada por não ter outra mais específica.

Perífrase ou antonomásia

É a substituição de um termo por outro que o caracterize, como se fosse uma


espécie de apelido.

O rei das selvas ainda não é uma espécie em extinção.

O Boca do Inferno não tinha papas na língua.

No primeiro exemplo, “rei das selvas” é uma expressão que se refere ao leão. Já
“Boca do Inferno”, no segundo exemplo, era como o poeta barroco Gregório de
Matos (1636-1695) era chamado.

É importante fazer uma distinção: a perífrase refere-se a coisas ou animais, já a


antonomásia refere-se a pessoas. Nessa perspectiva, o primeiro exemplo é uma
perífrase; e o segundo, uma antonomásia.

4
Figuras de linguagem

Sinestesia

Combinação de dois ou mais sentidos, ou seja, visão, olfato, audição, paladar e


tato.

No doce caminho que percorri, ouvi cantarem os pássaros no calor da manhã.

Perceba que a palavra “doce” aciona o paladar; o verbo “cantarem”, a audição; e o


substantivo “calor”, o tato.

Figuras de sintaxe ou construção


Elipse

Ocultação de palavra ou expressão na estrutura do enunciado.

— Vou te ligar. Qual o seu número?

Nesse exemplo, foi omitida a expressão “de telefone”: Qual o seu número de
telefone?

Zeugma

Um tipo de elipse caracterizado pela omissão de um termo mencionado


anteriormente.

Preferia os caminhos difíceis aos fáceis.

Ou seja: Preferia os caminhos difíceis aos (caminhos) fáceis.

Anáfora

Repetição de uma ou mais palavras no início dos versos ou orações.

Eu não devo ter medo. Eu não devo parar. Eu não devo retroceder.

5
Figuras de linguagem

Pleonasmo

É o uso de algum termo dispensável, repetitivo, com o objetivo de enfatizar


determinada ideia.

— Vi a abdução com meus próprios olhos — ele afirmou. — Você precisa acreditar
em mim!

Atenção! Esse tipo de ênfase é aceitável quando utilizado para melhor expressar
uma ideia; do contrário, é apenas uma redundância, um vício de linguagem.

Anacoluto

Falta de conexão sintática entre o início de uma frase e a sequência de ideias.

Aquela atriz não sei de quem você está falando.

Silepse

Concordância ideológica, ou seja, com a ideia, e não com o termo expresso.

• Silepse de gênero:

A gente ficou chocado com o que aconteceu ontem.

Nesse caso, o enunciador é masculino e refere-se a pessoas do gênero


masculino, então faz a concordância com a ideia, e não com o sujeito “A
gente”: A gente ficou chocada com o que aconteceu ontem.

• Silepse de número:

O povo exigiu uma satisfação, pois não suportavam mais aquele silêncio.

Nesse exemplo, o verbo “suportavam” tem como sujeito “eles/ elas” (não
expresso no período), pois o enunciador pensa em povo como uma
quantidade de pessoas. Assim, em vez de fazer a concordância com a
palavra, no singular, “povo” (O povo não suportava mais aquele silêncio), o

6
Figuras de linguagem

enunciador faz a concordância com a ideia, ou seja, “eles/ elas”, uma


quantidade de pessoas chamadas de “povo”, portanto no plural.

• Silepse de pessoa:

Os ciclistas corremos grande perigo no trânsito.

Ao conjugar o verbo “correr” na primeira pessoa do plural (nós), o enunciador


coloca-se na categoria de ciclista, o que não ficaria evidente se ele fizesse a
concordância gramaticalmente esperada: Os ciclistas correm grande perigo
no trânsito.

Hipérbato

Inversão da ordem direta dos elementos de uma oração ou período.

A ordem direta é composta de sujeito, verbo, complemento ou predicativo:

“As manifestações culturais brasileiras são muito valorizadas no exterior.”

Sujeito: As manifestações culturais brasileiras.

Verbo: são.

Predicativo: valorizadas.

Se ocorrer o hipérbato, a inversão, temos:

“Muito valorizadas são as manifestações culturais brasileiras no exterior.”

Polissíndeto

Repetição da conjunção “e”.

“E o cachorro latia, e corria, e babava em tudo que via pela frente.”

7
Figuras de linguagem

Figuras de pensamento
Hipérbole

Exagero na declaração.

“Estava com tanta fome que podia comer um boi inteiro.”

Comer um boi inteiro, de uma só vez, por ser humanamente impossível, é um


exagero.

Litotes

Afirmação realizada pela negação do contrário.

“Ariosto não é nada bonito, mas gosto dele mesmo assim.”

Nesse exemplo, o enunciador afirma que Ariosto é feio a partir da negação do


adjetivo contrário a feio, ou seja, bonito: não é nada bonito.

Eufemismo

Palavras ou expressões agradáveis para amenizar a declaração.

“Segundo o juiz, a deputada faltou à verdade em seu depoimento.”

Note que, em vez de dizer que a deputada mentiu, é usada a expressão “faltou à
verdade”, o que torna a afirmação menos desagradável.

Ironia

Sugerir o contrário do que se afirma.

“A pontualidade daquele médico é britânica. Só esperei duas horas para ser


atendido.”

8
Figuras de linguagem

A ironia depende muito de um contexto, ou seja, da situação em que é inserida, do


conhecimento do interlocutor sobre o fato ironizado, além de outros elementos,
como gestos (na linguagem oral).

Prosopopeia

Personificação, atribuição de características humanas a seres irracionais ou a


coisas.

“O lobo conversou com Chapeuzinho, e decidiram fazer as pazes.”

Antítese

Oposição entre palavras, expressões ou ideias.

“O bem e o mal caminham de mãos dadas no coração humano.”

Paradoxo ou oximoro

Antítese que expressa uma contradição.

“Ninguém parecia ouvir, mas a menina gritava em silêncio.”

Note que é contraditório alguém gritar em silêncio, já que o grito se configura em


um som.

Apóstrofe

Interrupção da frase para interpelar ou invocar.

“Não podia acreditar, ó céus, que aquilo acontecera.”

Gradação

Sequência de ideias.

9
Figuras de linguagem

“Ele era um porco, um jumento, um dinossauro. Impossível lidar com alguém


assim.”

Figuras de som ou harmonia


Aliteração

Repetição de consoantes ou sílabas.

“Minha mãe me mandou fazer o meu melhor.”

É importante lembrar que essa é uma figura usada em textos literários. Em uma
linguagem objetiva, ela é considerada um vício de linguagem.

Assonância

Repetição de vogais.

“Por onde andam o amor e a dor do trovador?”

Onomatopeia

Palavra cuja sonoridade está associada à coisa representada.

“O cocoricó se faz ouvir toda manhã.”

“O bem-te-vi estava mais triste naquele dia.”

No primeiro exemplo, “cocoricó” é um substantivo que, em sua sonoridade,


representa aquilo a que se refere, ou seja, imita o canto do galo. Já no segundo
exemplo, o substantivo “bem-te-vi” refere-se a um pássaro cujo canto tem essa
sonoridade.

10
Figuras de linguagem

Paronomásia

Uso de palavras parecidas, mas com grafia, som e significado distintos.

“Depois que fiz a descrição do meu chefe, pedi discrição aos meus colegas de
trabalho.”

Anotações:
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________

11
Figuras de linguagem

Exercícios
Exercício 1 - (Enem)

Amor é fogo que arde sem se ver;

é ferida que dói e não se sente;

é um contentamento descontente;

é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;

é solitário andar por entre a gente;

é nunca contentar-se de contente;

é cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

é servir a quem vence, o vencedor;

é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor

nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões.

12
Figuras de linguagem

O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese,


relação de oposição de palavras ou ideias. Assinale a opção em que essa oposição
se faz claramente presente.

a) “Amor é fogo que arde sem se ver.”

b) “É um contentamento descontente.”

c) “É servir a quem vence, o vencedor.”

d) “Mas como causar pode seu favor.”

e) “Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

Exercício 2 – (Enem)

Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de
linguagem para:

a) condenar a prática de exercícios físicos.

b) valorizar aspectos da vida moderna.

c) desestimular o uso das bicicletas.

d) caracterizar o diálogo entre gerações.

e) criticar a falta de perspectiva do pai.

13
Figuras de linguagem

Gabarito
Exercício 1

Resposta: Alternativa B.

Em “É um contentamento descontente”, é possível verificar que a palavra


“contentamento” tem sentido oposto a “descontente”.

Exercício 2

Resposta: Alternativa E.

Na tirinha, a existência do pai do enunciador é comparada ao ato de pedalar uma


bicicleta e não chegar a lugar nenhum, portanto a vida do pai não teria perspectiva.

14
CONHECIMENTOS GERAIS

CONHECIMENTOS
GERAIS

MÉRITO
Apostilas 1
Estado De Alagoas

Estado De Alagoas

1
Estado De Alagoas

Alagoas

Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no leste da região
Nordeste e tem como limites Pernambuco (N e NO), Sergipe (S), Bahia (SO) e o Oceano
Atlântico (L). Ocupa uma área de 27 848,140 km², sendo ligeiramente menor que a Albânia.
Sua capital é a cidade de Maceió e a sede administrativa é o Palácio República dos
Palmares. O atual governador é Paulo Dantas (MDB).

Inicialmente, o território alagoano constituía a parte sul da Capitania de Pernambuco, só


vindo a conquistar sua autonomia em 1817, como punição imposta por D. João VI aos
pernambucanos pela chamada "Revolução Pernambucana", movimento separatista. Sua
ocupação decorreu da expansão para o sul da lavoura de cana-de-açúcar da Capitania de
Pernambuco, que necessitava de novas áreas de cultivo. Surgiram, assim, Porto Calvo,
Alagoas (atual Marechal Deodoro) e Penedo, núcleos que orientaram, por muito tempo, a
colonização e a vida econômica e social da região. A invasão holandesa em Pernambuco
estendeu-se a Alagoas em 1631. Os invasores foram expulsos em 1645, depois de intensos
combates em Porto Calvo, deixando a economia local totalmente desorganizada. A f uga
de escravos negros durante a invasão holandesa criou um sério problema de falta de mão de
obra nas plantações de cana. Agrupados em aldeamentos denominados quilombos, os
negros só foram dominados completamente no final do século XVII, com a destruição do
quilombo mais importante, o de Palmares.

Durante o Império, a Confederação do Equador (1824) movimento separatista e


republicano, recebeu o apoio de destacadas figuras alagoanas. Na década de 1840, a vida
política local foi marcada pelo conflito entre os lisos, conservadores, e os cabeludos, liberais.
No início do século XX, o sertão alagoano viveu a experiência pioneira de Delmiro Gouveia,
empresário cearense que instalou, em Pedra (atualmente, Delmiro Gouveia), a fábrica
de linhas Estrela, que chegou a produzir 200 mil carretéis diários. Delmiro Gouveia foi
assassinado em outubro de 1917 em circunstâncias até hoje não esclarecidas, depois de ser
pressionado, segundo consta, a vender sua fábrica a firmas concorrentes estrangeiras.
Depois de sua morte, suas máquinas teriam sido destruídas e atiradas na cachoeira de
Paulo Afonso.

Penúltimo estado brasileiro em área (mais extenso apenas que Sergipe) e 16º em
população, é um dos maiores produtores de cana-de-açúcar e coco-da-baía do país e tem
na agropecuária a base de sua economia. Terra do sururu, marisco das lagoas que serve de
alimento à população do litoral, e da água de coco, Alagoas possui também um
dos folclores mais ricos do país. O estado possui um dos menores índice de
desenvolvimento humano (IDH) e índice de alfabetização do país, embora tenha se
destacando cada vez mais para melhoramento dos índices, como é o caso da mortalidade
infantil no estado, saindo do último lugar para o décimo sexto em todo o país, devido a
políticas voltadas a saúde dos recém-nascidos no interior de Alagoas.

2
Estado De Alagoas

História

Descobrimento pelos europeus

Barra Grande deve ter sido o primeiro ponto do território das Alagoas visitado pelos
descobridores europeus, por ocasião da viagem de Américo Vespúcio em 1501. Embora não
haja referência àquele porto, excelente para a acolhida de navios, como a expedição vinha
do norte para o sul, cabe crer que tenha ocorrido ali o primeiro contato com a terra alagoana.
A 29 de setembro, Vespúcio assinalou um rio a que chamou São Miguel, no território
percorrido; a 4 de outubro denominou São Francisco o rio então descoberto, hoje limite de
Alagoas com Sergipe.

Sem sombra de dúvida, nas décadas seguintes, os franceses andaram pela costa
alagoana, no tráfico do pau-brasil com os nativos dos arredores. Até hoje, o porto do
Francês documenta a presença, ali, daquele povo.

Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania de Pernambuco, realizou uma excursão


ao sul; não há documentos que a comprove, mas há evidências de que tenha sido realizada
em 1545 e de que dela resulte a fundação de Penedo, às margens do rio São Francisco.

Em 1556, voltava da Bahia para Portugal o bispo dom Pero Fernandes Sardinha,
quando seu navio naufragou defronte da enseada do hoje pontal do Coruripe. Sardinha foi
morto e devorado pelos caetés, uma das numerosas tribos indígenas então existentes na
região. Perdura a crença popular de que a ira divina secou e esterilizou todo o chão
manchado pelo sangue do religioso. Para vingá-lo, Jerônimo de Albuquerque comandou uma
expedição guerreira contra os caetés, destruindo-os quase completamente.

Em 1570, uma segunda bandeira enviada por Duarte Coelho, comandada por Cristóvão
Lins, explorou o norte de Alagoas, onde fundou Porto Calvo e cinco engenhos, dos quais
subsistem dois, o Buenos Aires e o Escurial. Neste último, repousou, em 1601,
o corsário inglês Anthony Knivet, que viajara por terra após fugir da Bahia, onde estivera
prisioneiro dos portugueses.

A guerra holandesa

No princípio do século XVII, Penedo, Porto Calvo e Alagoas já


eram freguesias, admitindo-se que tais títulos lhes tivessem sido conferidos ainda no século
anterior. Foram vilas, porém, em 1636. Repousando a economia regional na atividade
açucareira, tornaram-se os engenhos de açúcar os núcleos principais da ocupação da
terra. A partir de 1630, Alagoas, atingida pela invasão
holandesa, teve povoados, igrejas e engenhos incendiados e saqueados.

Os portugueses reagiram duramente. Batidos por sucessivos reveses, os holandeses já


desanimavam, pensando em retirar-se, quando para eles se passa o mameluco Domingos
Fernandes Calabar, de Porto Calvo. Grande conhecedor do terreno, orientou os holandeses

3
Estado De Alagoas

em uma nova expedição a Alagoas. Os invasores aportaram à Barra Grande, de onde


passaram a vários pontos, sempre com bom êxito. Em Santa Luzia do Norte, a população,
prevenida, ofereceu resistência. Após encarniçada peleja, os holandeses recuaram e
retornaram a Recife. Mas, caindo em seu poder o arraial do Bom Jesus, entre Recife
e Olinda, obtiveram várias vitórias.

Alagoas, Penedo e Porto Calvo: eis os pontos principais onde se trava a luta em terras
alagoanas. Por fim, os portugueses retomaram Porto Calvo e aprisionaram Calabar, que
morreu na forca em 1635. Clara Camarão, uma porto-calvense de sangue indígena, também
se salientou na luta contra os holandeses. Acompanhou o marido, o índio Filipe Camarão,
em quase todos os lances e arregimentou outras mulheres, tomando-lhes a frente.

Palmares

Por volta de 1641, afirmava um chefe holandês estar quase despovoada a região. João
Maurício de Nassau pensou em repovoá-la,[29] mas o projeto não foi adiante. Na época
também se produzia fumo em Alagoas, considerado de excelente qualidade o de Barra
Grande. Em 1645, a população participou da reação nacionalista, integrando-se na luta sob
o comando de Cristóvão Lins, neto e homônimo do primeiro povoador de Porto Calvo.
Expulsos os holandeses do território alagoano, em setembro de 1645, prossegue a
população em sua luta contra eles, já agora, todavia, em território pernambucano.

Em fins do século XVII, intensificam-se as lutas contra os quilombos negros reunidos


nos Palmares. Frustradas as primeiras tentativas de Domingos Jorge Velho, sobretudo em
1692, dois anos depois o quilombo é derrotado, com o ataque simultâneo de três colunas:
uma, dos paulistas de Domingos Jorge; outra, de pernambucanos, sob o comando
de Bernardo Vieira de Melo; e a terceira, de alagoanos, comandados por Sebastião Dias.
Palmares começara a formar-se ainda nos fins do século XVI, e resistiu a sucessivos
ataques durante quase um século.

Um dos maiores redutos de escravos foragidos do Brasil colonial, Palmares ocupava,


inicialmente, a vasta área que se estendia, coberta de palmeiras, do cabo de Santo
Agostinho ao rio São Francisco. A superfície do quilombo, progressivamente reduzida com o
passar do tempo, concentrar-se-ia, em fins do século XVII, na ainda extensa região
delimitada pelas vilas de Una e Serinhaém, em Pernambuco, e Porto Calvo, Alagoas e São
Francisco (Penedo), em Alagoas. Os escravos haviam organizado no reduto um
verdadeiro estado, segundo os moldes africanos, com o quilombo constituído de povoações
diversas (mocambos), pelo menos 11, governadas por oligarcas, sob a chefia suprema do
rei Ganga-Zumba. A partir de 1667, amiudaram-se as entradas contra os negros, a princípio
com a finalidade de recapturá-los, em seguida com a de conquistar as terras de que se
haviam apoderado.

As investidas do sargento-mor Manuel Lopes (1675) e de Fernão Carrilho (1677) seriam


desastrosas para os quilombolas, obrigados a aceitar a paz em condições desfavoráveis.
Apesar desse revés, a luta prosseguiria, liderada por Zumbi, sobrinho de Ganga Zumba,
4
Estado De Alagoas

contra cujas hostes aguerridas, em seguida a uma primeira expedição punitiva, em 1679, e a
diferentes entradas sem maiores consequências, se voltaria finalmente o bandeirante
paulista Domingos Jorge Velho, para tanto contratado pelo governador de Pernambuco, João
da Cunha Souto Maior.

Nos primeiros meses de 1694, aliado a destacamentos alagoanos e pernambucanos,


sob o comando, respetivamente, de Sebastião Dias e Bernardo Vieira de Melo, Velho
liquidaria a derradeira resistência do quilombo. Zumbi lograria escapar, arregimentando
novos combatentes, mas, traído, ver-se-ia envolvido por forças inimigas, com cerca de vinte
de seus homens, perecendo em luta, a 20 de novembro de 1695. Desaparecia, após mais de
sessenta anos, o quilombo dos Palmares, "o maior protesto ao despotismo que uma raça
infeliz traçou à face do mundo", no dizer de Craveiro Costa.

Criação da comarca

Já então apresentavam as Alagoas indícios de prosperidade e desenvolvimento, quer do


ponto de vista econômico, quer do cultural. Sua principal riqueza era o açúcar, sendo além
disso produzidos, embora em menor escala, mandioca, fumo e milho; couros, peles e pau-
brasil eram exportados. As matas abundantes forneciam madeira para a construção de naus.
Nos conventos de Penedo e das Alagoas os franciscanos mantinham cursos e publicavam
sermões e poesias. Tudo isso justificou o ato régio de 9 de outubro de 1710, criando
a comarca das Alagoas, que somente se instalou em 1711. Daí em diante, a organização
judiciária restringia o arbítrio feudal dos senhores, e até o dos representantes da metrópole.
A comarca desenvolvia-se.

Já em 1730, o governador de Pernambuco, propondo a el-rei a extinção da


decadente capitania da Paraíba, assinalava a prosperidade de Alagoas, com seus quase
cinquenta engenhos, dez freguesias, e apreciável renda para o erário real. Ao lado
do açúcar, incrementou-se a cultura do algodão. Seu cultivo foi introduzido na década de
1770; em 1778, já se exportavam para Lisboa amostras de algodão tecido nas
Alagoas. Em Penedo e Porto Calvo, fabricava-se pano ordinário, para uso, sobretudo,
de escravos. Em 1754, frei João de Santa Ângela publicou, em Lisboa, seu livro de sermões
e poesias; é a primeira obra de um alagoano. A população crescia, distribuindo-se em várias
atividades. Um cômputo demográfico mandado realizar em 1816 pelo ouvidor Antônio
Ferreira Batalha registrava uma população de 89 589 pessoas.

Capitania independente

Três anos depois, em 1819, novo recenseamento acusou uma população de 111 973
pessoas.[40] Contavam-se, então, na província, oito vilas.[40] Alagoas já se
constituíra capitania independente da de Pernambuco, criada pelo alvará de 16 de setembro
de 1817.[45] A repercussão da Revolução Pernambucana desse ano contribuiu para facilitar o
processo de emancipação. O ouvidor Batalha foi o principal mentor da gente alagoana.
5
Estado De Alagoas

Aproveitando-se da situação e infringindo as próprias leis régias, desmembrou a comarca da


jurisdição de Pernambuco e nela constituiu um governo provisório. Esses atos foram
suficientes para abrir caminhos que levaram D. João a sancionar o
desmembramento. Sebastião Francisco de Melo e Póvoas, governador nomeado, só
assumiu o governo a 22 de janeiro de 1819.

Acentuou-se, a partir de então, o surto de prosperidade de Alagoas. Em 17 de agosto de


1831, apareceu o Íris Alagoense, primeiro jornal publicado na província, assim considerada a
partir da independência do Brasil e organização do império. [47] É certo que os primeiros anos
de independência não foram fáceis. Uma sequência de movimentos abalou a vida provincial:
em 1824, a Confederação do Equador; em 1832-1835, a Cabanada; em 1844, a rebelião
conhecida como Lisos e Cabeludos; em 1849, a repercussão da revolução praieira.

República

O movimento republicano, intensificado pela abolição, traduziu-se nas atividades


da imprensa e clubes de propaganda. O mais importante destes foi o Centro Republicano
Federalista, também, de certo, o mais antigo; outros foram o Clube Federal Republicano e o
Clube Centro Popular Republicano Maceioense, ambos existentes na capital no momento
da proclamação. No interior havia igualmente outros clubes de propaganda. O Gutenberg era
o órgão de imprensa mais veemente na difusão da ideia republicana.

No mesmo dia em que no Rio de Janeiro era proclamada a república,


em Maceió assumia a presidência o dr. Pedro Ribeiro Moreira, último delegado do governo
imperial para a província. Confirmada a mudança do regime, organizou-se a princípio uma
junta governativa, mas a 19 de novembro o marechal Deodoro designou o irmão, Pedro
Paulino da Fonseca, para governar o novo estado. Foi ele também o
primeiro governador eleito após promulgada a constituição estadual, em 12 de junho de
1891.

Perturbados e incertos decorreram os primeiros dez anos de vida republicana, na


província. Governos se sucediam, nomeados pelo poder central ou eleitos pelo povo, mas
quase sempre substituídos ou depostos. Constituíram-se várias juntas governativas, numa
ou noutra oportunidade. Somente no fim do século XIX, ou melhor, já nos primeiros anos
do século XX, a situação se consolidou com os governos do barão de Traipu e de Euclides
Malta, o primeiro da chamada "oligarquia Malta", que se prolongou até 1912. Euclides
governou de 1900 a 1903; sucedeu-lhe o irmão, Joaquim Paulo, no período de 1903 a 1906;
Euclides voltou ao poder de 1906 a 1909, e, reelegendo-se nesse ano, permaneceu por mais
um triênio, até 1912.

Os 12 primeiros anos do século se assinalaram por lutas partidárias. Contudo, não


houve paralisação nas diferentes atividades do estado. Maceió ganhou numerosos prédios
públicos, como o palácio do governo, inaugurado a 16 de setembro de 1902, o Teatro
Deodoro e o edifício da municipalidade, ainda hoje existentes. Com a atividade pedagógica
de Alfredo Rego, procedeu-se à reforma do ensino, atualizando a anterior, ainda dos fins do
6
Estado De Alagoas

império, orientada por Manuel Baltasar Pereira Diegues Júnior, criador do Instituto de
Professores, posteriormente chamado Pedagogium, iniciativa pioneira na época. Nova
remodelação do ensino se fez em 1912-1914, sob a orientação do segundo daqueles
educadores. Criou-se o primeiro grupo escolar.

Em 1912, o Partido Democrata conseguiu derrotar a oligarquia Malta depois de enérgica


campanha, em que se registraram ferrenhas lutas de rua, inclusive com a morte do poeta
Bráulio Cavalcanti, em praça pública, quando participava de um comício
democrático. Clodoaldo da Fonseca, governador eleito, embora não fosse alagoano, ligava -
se ao estado através da família da Fonseca: era sobrinho de Deodoro e filho de Pedro
Paulino e, assim, parente do Marechal Hermes da Fonseca, então presidente da república.

As lutas contra os Malta envolveram igualmente os grupos do culto afro-


brasileiro. Xangôs e candomblés, diziam os jornais da oposição, tinham o governador Malta
como estimulador. Entre papéis de orações, de panos com símbolos desenhados de Ogum,
de Ifá, de Exu, foram encontrados retratos dos chefes democratas da oposição. O grupo que
apoiava o governador era chamado de Leba, por alusão a uma das figuras
do orixá dos xangôs. O que valeu de tudo isso é que o acervo apreendido pela polícia se
preservou — peças, objetos, insígnias e símbolos do culto, conservados no museu do
Instituto Histórico como uma das coleções mais preciosas do culto afro-brasileiro.

Até 1930, o Partido Democrata manteve a situação, através dos governadores que
sucederam a Clodoaldo. Cada um deles deu uma contribuição para o progresso do estado.
Abriram-se estradas de rodagem em direção ao norte e ao centro, e posteriormente o trecho
de Atalaia e a Palmeira dos Índios, estrada de penetração para a zona sertaneja;
construíram-se grupos escolares em quase todos os municípios; Maceió renovou-se com a
abertura de ruas e avenidas; combateu-se a criminalidade, principalmente com o movimento
contra o banditismo, que culminaria, em 1938, com o extermínio do grupo de Lampião;
promoveram-se pesquisas petrolíferas. As sucessões políticas praticamente se fizeram sem
luta, pois quase sempre predominava o candidato único, oriundo do Partido Democrata.

Com a vitória da revolução de outubro de 1930, também sem luta armada no estado,
iniciou-se o sistema de interventores (com breve interrupção entre 1935 e 1937) até 1947,
quando a redemocratização do país propiciou a promulgação de uma nova constituição para
o estado. O chamado período das interventoras foi igualmente fecundo, malgrado a falta de
continuidade nas administrações, quase sempre de curtos períodos. Nesse período, entre
outros fatos marcantes destacaram-se os trabalhos de pesquisa do petróleo; a construção
do porto de Maceió, inaugurado em 1940; o incremento das atividades econômicas,
sobretudo com a diversificação da produção agrícola e a implantação da indústria leiteira
em Jacaré dos Homens, constituindo-se a cooperativa de laticínios para a produção
de leite, manteiga e queijo; o incremento do ensino rural e a ampliação do cooperativismo.
Tal desenvolvimento possibilitou que, no período da segunda guerra mundial, Alagoas
contribuísse, de maneira efetiva, para o abastecimento de estados vizinhos, sem prejuízo de
sua colaboração para o esforço de guerra. Constituiu-se, com a criação da usina Caeté, a
primeira cooperativa de plantadores de cana.

7
Estado De Alagoas

As atividades intelectuais também se desenvolveram, não apenas com o Instituto


Histórico, mas ainda com a criação da Academia Alagoana de Letras, em 1919, e a formação
de centros literários de jovens como a Academia dos Dez Unidos, o Cenáculo Alagoano de
Letras e o Grêmio Literário Guimarães Passos. Em 1931, fundou-se a Faculdade de
Direito, e em 1954 a Faculdade de Ciências Econômicas. Depois essas duas faculdades, e
mais as de odontologia, medicina, engenharia e serviço social uniram-se para formar
a Universidade Federal de Alagoas.

As lutas políticas estaduais ganharam força na década de 1950. Quando da tentativa de


impeachment do governador Muniz Falcão, em 1957, um tiroteio na assembleia
legislativa causou a morte do deputado Humberto Mendes, sogro do governador. E em toda
a segunda metade do século XX manteve-se a tensão política, enquanto os ganhos oriundos
do sal-gema, do açúcar e do petróleo não beneficiavam a população.

Em 1979, o ex-governador Arnon de Melo, então senador, conseguiu do governo militar


a nomeação de seu filho Fernando Afonso Collor de Melo, para prefeito de Maceió. Em 1988,
um acordo entre Collor, já então governador, e as usinas de açúcar e álcool, principais
contribuintes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços no estado, permitiu que
estas reduzissem sua carga tributária. A queda de receita agravou a histórica crise social e
econômica do estado e gerou um quadro falimentar que levou o governo federal a uma
intervenção não oficial em 1997. Depois de nomeado um novo secretário de Fazenda,
o governador Divaldo Suruagy se afastou, cedendo o posto ao vice-governador.

Século XXI

Após o escândalo que levou Renan Calheiros a renunciar à presidência do Senado


Federal do Brasil, em 2007, seu filho, Renan Filho (PMDB), foi eleito prefeito de Murici, em
outubro de 2008. O prefeito Cícero Almeida (PP), foi reeleito com 81,49% dos votos.

Em setembro de 2008, o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Antonio


Albuquerque (PT do B), foi destituído do cargo. Ele foi o principal suspeito do desvio de
R$ 280 milhões do poder legislativo, investigado na Operação Taturana. Catorze deputados
foram indiciados. O deputado Fernando Toledo (PSDB) assumiu a presidência da Casa. Em
julho de 2009, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes,
determinou que oito dos 14 deputados retornassem à Assembleia, entre eles Antonio
Albuquerque.

Em outubro de 2006, Teotônio Vilela (PSDB) foi eleito governador do estado, sendo
reeleito, em outubro de 2010, com 52,74% dos votos, em segundo turno, contra o seu
adversário, o candidato Ronaldo Lessa (PDT), que ficou com 47,26%.

8
Estado De Alagoas

Geografia

Cerca de 86% do território alagoano se encontra abaixo de 300 m de altitude, e 61%


abaixo de 200 m. Apenas um por cento fica acima de 600 m. Cinco unidades compõem o
quadro morfológico:

A baixada litorânea, com extensos areais (praias e restingas) dominados por


elevações de topo plano (tabuleiros areníticos);

 Uma faixa de colinas e morros argilosos, imediatamente a oeste, com solos espessos
e relativamente ricos;

O pedi plano, ocupando todo o interior, com solos ricos, porém rasos, e
uma topografia levemente ondulada, da qual despontam as serras de Mata Grande e Água
Branca, no extremo oeste do estado;

A encosta meridional do planalto da Borborema, no centro-Norte, parte mais elevada


de Alagoas;

E planícies aluviais (várzeas), ao longo dos rios, inclusive o delta e a várzea do


baixo São Francisco (margem esquerda), com solos anualmente renovados
por cheias periódicas.

A rede hidrográfica do estado é constituída por rios que correm diretamente para
o oceano Atlântico (como, por exemplo, o Camaragibe,o Mundaú, o Paraíba do Meio e
o Coruripe) e por rios que deságuam no São Francisco (como
o Marituba, o Traipu, o Ipanema, o Capiá e o Moxotó). Três tipos de cobertura vegetal, em
grande medida modificados pela ação do homem, revestiam o território alagoano: a floresta
tropical na porção úmida do estado (microrregião da mata alagoana); o agreste, vegetação
de transição para um clima mais seco, no centro; e a caatinga, no Oeste. Toda a metade
oriental do estado possui clima do tipo As, de Köppen, quente (médias anuais superiores a
24 °C), com chuvas de outono-inverno relativamente abundantes (mais de 1 400 milímetros).
No interior dominam condições semiáridas, clima BSh caindo a pluviosidade abaixo de 1 000
milímetros; essa região está incluída no chamado Polígono das Secas. As estações do
ano são perfeitamente definidas pela periodicidade das chuvas. O verão tem início em
setembro e termina em fevereiro e o "inverno" começa aproximadamente em
março, terminando em agosto. A temperatura não sofre grandes oscilações, variando,
no litoral, entre 22,5 e 28 °C, e no sertão, entre 17 e 33 °C.

O estado encontra-se com 44,36% de seu território dentro do polígono das secas,
segundo dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O
relevo alagoano sofreu ao longo do tempo variações de suas interpretações, algumas foram
feitas com base em estudos de campo (visita as áreas retratadas), outra com base em
instrumentos modernos (fotografia, imagem de satélite).

Considerado nos traços gerais, este relevo tem aspectos particulares no conjunto de
suas formas variadas, podendo ser dividido em: planalto, planície (baixada litorânea e
9
Estado De Alagoas

tabuleiros costeiros) e depressões (nelas ocorrem formações mamelonares). O L itoral


(Planície Litorânea) é formado por uma extensa baixada. A paisagem apresenta dunas e
mangues na foz dos rios e riachos. Nessa faixa de terra encontram-se também as lagoas
costeiras. A região dos Tabuleiros é muito ondulada, pouco elevada, e se estende para o
interior. A cidade de Maceió encontra-se na base desses tabuleiros. Enquanto a região
litorânea é cortada por pequenos rios que deságuam no mar ou no rio São Francisco, o
interior do estado apresenta áreas mais elevadas, onde se destaca o planalto do Borborema,
que se estende do Agreste até o Sertão.

Demografia

As pessoas na faixa etária de 0 a 14 anos representam 40,3% do total da população; os


habitantes na faixa etária de 15 a 59 anos respondem por 53,3% do total e aqueles de 60
anos ou mais representam apenas 6,4% da população. Um total de 58,3% da população vive
nas zonas urbanas, enquanto 41,7% encontram-se na zona rural. A população de mulheres
corresponde a 51,2% do total de habitantes e os homens somam 48,8%. O índice de
mortalidade do Estado é de 6,2 por mil habitantes e a taxa de mortalidade infantil em 2017
foi de 13,40 para cada mil crianças nascidas vivas.

Alagoas apresenta o IDH de 0,683 em relação ao ano de 2017. As cidades litorâneas e


Zona da Mata do estado apresentam em geral IDH maior que as localizadas no Agreste e no
Sertão Alagoano. A capital Maceió possui o maior IDH (0,735), enquanto o menor é
de Inhapi (0,484), no Alto Sertão.

Composição étnica

De acordo com dados obtidos por meio de auto declaração pela Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios, 36% da população alagoana é formada por brancos, 59%
por pardos e 3% por negros.

A população branca do estado é descendente em sua grande parte de portugueses.


Os pardos são compostos da mistura entre negros, índios e brancos. Os
autodeclarados negros perfazem o menor grupo étnico alagoano. De acordo com um estudo
genético de 2013, a composição genética da população de Alagoas é 54,7% europeia, 26,6%
africana e 18,7% ameríndia.

Os índios não apareceram na pesquisa, embora haja presença indígena no interior do


estado. Os principais povos indígenas do estado são: aconã, carapotó, kariri-
xocó, caruazu, catokinn, jeripancó, kalankó, koiupanká, tingui-botó, uassu-cocal e xukuru-
kariri

10
Estado De Alagoas

Subdivisões

Região geográfica intermediária é, no Brasil, um agrupamento de regiões geográficas


imediatas que são articuladas através da influência de uma ou mais metrópoles, capitais
regionais e/ou centros urbanos representativos dentro do conjunto, mediante a análise
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

As regiões geográficas intermediárias foram apresentadas em 2017, com a atualização


da divisão regional do Brasil, e correspondem a uma revisão das antigas mesorregiões, que
estavam em vigor desde a divisão de 1989. As regiões geográficas imediatas, por sua vez,
substituíram as microrregiões. A divisão de 2017 teve o objetivo de abranger as
transformações relativas à rede urbana e sua hierarquia ocorridas desde as divisões
passadas, devendo ser usada para ações de planejamento e gestão de políticas públicas e
para a divulgação de estatísticas e estudos do IBGE. Alagoas está dividida oficialmente em
duas regiões geográficas intermediárias: a Região Geográfica Intermediária de Maceió e
a Região Geográfica Intermediária de Arapiraca.

Cultura

Pontos turísticos

Os destinos mais procurados atualmente são: Maceió, Maragogi, Japaratinga, Barra de


São Miguel, Piaçabuçu, Marechal Deodoro, Piranhas e Penedo esse último tem um grande
potencial turístico e histórico. Além dos festejos de Bom Jesus dos Navegantes que
começam de 8 a 15 janeiro com balsas que atravessam desde Alagoas até Sergipe e voltam
a Penedo, depois em terra começam os fogos sinalizando a chegada das embarcações e
assim as festas com os shows de bandas musicais.

Outros pontos visados pelos turistas são as praias do estado. Dentre as mais
procuradas estão: Praia de Pajuçara, Praia de Ipioca, Praia da Sereia e Praia de Cruz das
Almas, todas em Maceió. Além disso, um dos destinos mais procurados na cidade são:
Mercado do Artesanato, Museu Pierre Chalita, Museu Théo Brandão de Antropologia e
Folclore e Museu do Esporte.

Outros locais procurados pelos turistas incluem: Passeio às Galés, em Maragogi, Igreja
de Nossa Senhora do Livramento, Ecopark, Foz do Rio São Francisco, Mirante da Praia do
Gunga, Museu da Imagem e do Som, Catedral Metropolitana, Teatro Deodoro e Mirante,
ambos em Maceió.

Outras cidades que recebem intensa movimentação turística


são: Cajueiro, Quebrangulo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São Miguel dos
Campos, Satuba, Taquarana, União dos Palmares, Viçosa, Paripueira, Boca da Mata, Barra
de Santo Antônio, Branquinha, Capela, Lagoa da Canoa, Delmiro Gouveia, Olivença, Olho
d'Água das Flores, Murici, Maravilha e Coruripe. Todas elas atraem turistas de várias partes

11
Estado De Alagoas

do mundo e fazendo sua economia alavancar, sendo esse setor o que mais emprega e gera
renda para diversas cidades do estado.

Maragogi é uma das cidades mas conhecidas de Alagoas, distante 131 km de Maceió,
com uma população de 25 mil habitantes, é o segundo destino mais procurado de Alagoas.
Devido ao rio que banha o local, Maragogi que significa "rio livre" deu nome ao povoado em
1892. A excelente infraestrutura turística, vários hotéis, pousadas, hotéis fazenda,
restaurantes, centros de artesanato e várias opções de lazer agregam a qualidade dos
serviços do município.

Cenários como vilas de pescadores, fazendas com reservas e trilhas de mata atlântica,
abundância de coqueirais, praias belíssimas de águas cristalinas, como as praias de São
Bento, Peroba, Burgalhau, Barra Grande, além das galés formadas por recifes de corais a
6 km da costa, são algumas das riquezas naturais do município.

Maragogi tem um dos ecossistemas mais importantes do Brasil, a diversificada fauna e


flora de espécies marinhas são locais ideais para mergulhos. Navegar pelos rios onde se
encontra os preservados manguezais, praias, praticar esportes, tomar banhos de bicas,
cachoeiras, todas essas cidades tem um contato com a natureza. Alagoas é conhecida por
paraíso das águas justamente devido os ricos aquíferos no estado, bem como cachoeiras,
rios, mar, lagoas. Algumas praias são geralmente comparadas às do Caribe.

12
Município De Porto Real Do Colégio AL

Município De Porto Real Do


Colégio AL

1
Município De Porto Real Do Colégio AL

Porto Real do Colégio

Porto Real do Colégio é um município brasileiro do estado de Alagoas. Sua população


estimada em 2007 era de 17.947 habitantes.

História

O povoamento de Porto Real do Colégio remonta aos meados do século XVII.


Diferentes tribos de índios, entre estas as Tupinambás, Caetés, Carapotas, Acoranes
ou Aconãs e Cariris habitavam a região antes da chegada dos colonizadores. Elas viviam da
caça, pesca e da lavoura. Os bandeirantes da Bahia em demanda no Nordeste que desciam
o rio São Francisco em companhia dos padres jesuítas, encarregados da catequese dos
“gentios”, foram os primeiros civilizados a pisar o aldeamento que ficava à margem do
grande rio, deixando aí o primeiro marco da civilização. Conta-se que esses bandeirantes e
jesuítas adquiriram na referida região uma extensa faixa de terra a qual denominaram -se
“Urubu-Mirim” para diferenciar de Urubu, hoje Propriá. Os jesuítas conseguiram aos poucos
fixar as tribos indígenas nos arredores da sede, apesar das lutas travadas entre os Cariris,
os Aconãs e os bandeirantes recém-chegados à região.

Os jesuítas erigiram na povoação, no cimo de uma colina, uma capela rústica sob a
invocação de Nossa Senhora da Conceição, em torno da qual começou a florescer o novo
núcleo populacional. Nos meados do século XVII fundaram um convento e um colégio em
frente a capela, hoje matriz de Nossa Senhora da Conceição, do lado sul da margem
esquerda do rio São Francisco. Neste colégio, diz Pedro Paulina da Fonseca, no seu livro
“Conventos em Alagoas”, ensinavam-se línguas; entre elas o latim.

De um modo geral, o povoamento de Porto Real do Colégio foi resultado da fusão das
três raças que colonizaram o Brasil, o branco desbravador; o negro, elemento próprio para o
trabalho agrícola e o índio, dono da terra. O nome verdadeiro deveria ser Colégio do Porto
Real, pois o povoamento se originou do Colégio dos jesuítas que tinha o nome de “Real”. Há
mesmo documento onde lhe é dada aquela denominação, como é o caso de Lei Nº 702, de
19 de maio de 1875, onde o vice-presidente da província das Alagoas, bacharel Felipe de
Melo Vasconcelos, no artigo 1.º da citada Lei, diz, “fica criada a freguesia de São Brás
desmembrada do Colégio do Porto Real…”

Geografia

Aspectos geoclimáticos

 Área total: 236,1 km²

 Densidade demográfica: 77, 74 hab/km²

 Altitude: 10 m
2
Município De Porto Real Do Colégio AL

 Distância da capital: 172,2 km

 Ano de criação: 1876

 Micro-região: Penedo

 Meso-região: Leste Alagoano

 Clima: Temperado

 Temperatura:

Máxima - 35º

Mínima - 23º

 Coordenadas:

Latitude - 10º 11 09

Longitude - 36º 50 24

Acidentes geográficos

Com muito destaque, desponta o rio São Francisco, que margeia o município no sentido
norte-sul, fazendo divisa com o Estado de Sergipe. Propriá, é a cidade fronteiriça. A seguir,
aparece o rio Boacica, que corta Porto Real do Colégio no sentido leste-oeste, tendo sua foz
no São Francisco, fazendo limite com Igreja Nova. Menção ainda para o rio Itiuba, banhando
o município numa extensão de 18 quilômetros, afluente da margem esquerda do São
Francisco. Seguem-se em importâncias os riachos Sampaio (divisa com São Brás), da Areia,
Cambão e Taquara, e as lagoas Grande, da Porta, Cangote, Tapera, Caldeirão e Carnaibas,
além da Serra da Maraba, que serve de linha divisória com Olho d´Água Grande.

Aspectos gerais

Município - Apresenta área de 2372 e limita-se com os municípios de Feira Grande São
Sebastião, Igreja Nova, São Brás, Olho d'Água Grande, Campo Grande e rio São Francisco.
Apresenta as povoações de Barra de Itiúba, Tapera de Itiúba, Girau de Itiúba, Maraba,
Marabinha, Canoa de Baixo, Canoa de Cima, Carnaíbas, Salomezinho, Tucuns, Boqueirão,
Entrada, Retiro, Pau da Faceira, Gila, Belém, entre outros.

Em 1890 havia 7.497 habitantes, passou em 1996 a 17.557 habitantes sendo 8.609
homens e 8.948 mulheres.

A principal bacia hidrográfica que corta o município é o rio Itiúba, que deságua no rio
São Francisco. Junto a este, entre as inúmeras lagoas que possibilitam o plantio
3
Município De Porto Real Do Colégio AL

do arroz estão: Mucambo, Caldeirão, Prata, Cangote, Saldanha, Porto e Enxada. Esta bacia
marca as mudanças da Zona do Agreste para a Zona da Mata e o Baixo São Francisco. Seu
vale se mostra bastante úmido, mas com os desmatamentos modificou o quadro climático e
a paisagem natural. Seu relevo está esculpido nos tabuleiros por erosão das chuvas. Alguns
povoados ficam à sua margem: Girau, Angico, Itiúba. Às margens do São Francisco, suas
formas meandrícas indicam sua quase horizontalidade na declividade e muitas ilhas. o vice-
prefeito de porto real de colégio era chamado popularmente de Neno Herculano,porém seu
nome verdadeiro é´Edson Alves da Rocha.

Turismo

Patrimônio histórico e artístico

 Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição - não se sabe ao certo o século da


fundação. De valor artístico e histórico, as imagens de Nossa Senhora da Conceição
(padroeira), Jesus Crucificado, Santo Antônio, São José e São Vicente estão nos principais
altares do interior do templo.

 Conjuntoarquitetônico da praça Rosita de Góes Monteiro - onde estão situadas a


Cadeia Pública, Casa Paroquial, Prefeitura e outros casarões em estilo colonial, alguns se
transformando em ruínas.

 Conjunto arquitetônico da antiga Rede Ferroviária - formado pela estação e armazéns.

 Coreto - da praça Rosita de Góes Monteiro.

Patrimônio natural

Rio São Francisco e ilhas fluviais.

Potencialidades turísticas

Porto Real do Colégio tem no rio São Francisco o seu maior potencial para o
desenvolvimento do turismo. Os passeios de canoas à vela ou motor, as praias formadas
pelas coroas da areia no leito do rio, a visita à aldeia Kariri-Xocó, onde os índios praticam
danças tradicionais como o Toré e desenvolvem o artesanato
em barro, coco, madeira e ossos são as grandes opções do município.

Cultura

Música
4
Município De Porto Real Do Colégio AL

Diversas bandas e artistas regionais locais que se apresentam geralmente nas festas
juninas da região.

Coral da Igreja, com 8 componentes, se apresenta nas missas e festas religiosas.

Há também um cenário de bandas de Rock que passaram pela cidade. Por exemplo:
Frahme, MHS, Warzone, Novi, Triviality, Stønn.

Artesanato

 Madeira - artesanato indígena da aldeia Kariri-Xocó (cachimbos peças decorativas e


enfeites);

 Coco/Semente/Osso - peças decorativas, enfeites e adornos (indígena);

 Linhas/Bordados/Tecidos - redendê, ponto de cruz e crochê;

 Palha - peneiras, vassouras, espanadores;

 Cipó - balaio, cestos, armadilhas de pesca;

 Barro - cerâmica indígena pintada com "Tauá" (espécie de calcário utilizado nas
pinturas de potes, moringas, pratos e panelas).

Artes plásticas

Os artistas mais conhecidos na cidade são:

 Múcio Neimayer (pinta telas e faz caricaturas) MÚCIO NIEMAYER, Artista plástico,
Músico, Professor e Arte-Educador, no campo das artes plásticas a sua projeção é bem
versátil. Desde criança, estimulado por sua família (mãe, avós, tias, tios, primos e amigos)
apresenta um talento nato pelo desenho. E por volta da sua adolescência tem o primeiro
contato com a pintura a óleo, influenciado pelo amigo e artista plástico, geógrafo, técnico em
engenharia-arquitetônica e professor, o saudoso Antonio Jorge Maia. Começou a
desenvolver pinturas em telas e fez a sua primeira exposição na Galeria Álvaro Santos, em
Aracaju por indicação de “Tonho Jorge”, como assim o chamava. Daí em diante pintou
quadros por encomenda ou para algumas exposições locais. Iniciou suas pinturas com
tendências para o estilo Clássico (suas primeiras pinturas), mas logo após, por
experimentação e por suposta tendência observada e despertada pelo amigo “Tonho Jorge”,
executou pinturas impressionistas. E em meio a essas descobertas fez pinturas surrealistas,
abstratas e algumas com traços cubistas.

 Orlando Santos (trabalha com óleo sobre tela, tem no Cubismo sua maior
característica, reside atualmente em Maceió)

5
Município De Porto Real Do Colégio AL

 Antônio Jorge Maia (pintor, escultor e arquiteto, já falecido)

 Antônio Januário (escultor e pintor, autor da bandeira do município, já falecido).

Folclore

Folguedos e danças - Danças indígenas, coco e quadrilhas juninas.

Os índios Kariris comemoram com festas as datas de 25 de janeiro e 23 de junho,


dançando o toré e cantado pelas ruas da cidade.

6
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE PORTO REAL DO COLÉGIO -
ALAGOAS
1990

PREÂMBULO

NÓS, OS REPRESENTANTES DA COMUNIDADE,


REUNIDOS EM ASSEMBLÉIA MUNICIPAL ORGANIZANTE, INVOCANDO A
PROTEÇÃO DE DEUS, E INSPIRADOS PELOS IDEAIS DEMOCRÁTICOS E DE
JUSTIÇA SOCIAL, COMPROMETIDOS PELAS CONSTITUIÇÕES DA
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E DO ESTADO DE ALAGOAS,
PROMULGAMOS ESTA LEI ORGÂNICA.
TÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º - O Município de Porto Real do Colégio, integrante do Estado de Alagoas, é


unidade política-administrativa autônoma da República Federativa do Brasil.

Art. 2º - Todo poder emana do povo e em prol da promoção de seu bem-estar geral será
exercido.

Art. 3º - São compromissos fundamentais do Município de Porto Real do Colégio:

I – promover , com a colaboração da União e do Estado de Alagoas, bem


assim com a participação da coletividade, os meios indispensáveis ao
desenvolvimento integral da pessoa humana, seu preparo para o pleno
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho;

II - garantir, a cada cidadão, o livre exercício dos direitos fundamentais


universalmente a ele reconhecida pela harmônica consciência dos povos e
proclamados pela Constituição da República Federativa do Brasil;

III – desenvolver ações permanentes de assistência e amparo à infância, ao


adolescente, ao idoso e aos portadores de deficiências;

IV – assegurar a preservação do meio ambiente, de modo a viabilizar a


perenização dos processos ecológicos essenciais e assim contribuir para
o resguardo da natureza como fonte de vida;

V – fomentar os desportos e estimular o lazer como forma de promoção social;

VI – estabelecer condições de igualitário acesso ao ensino fundamental, às


fontes da cultura nacional e à seguridade social;

VII – exercer a administração da coisa pública com guarda aos princípios de


prevalência do interesse coletivo, legalidade, moralidade administrativa,
impessoal e publicidade;

VIII – contribuir para a indissolubilidade da União Federal;

IX – estimular a participação da comunidade no processo decisório municipal,


como forma de exercício pleno da cidadania.

Art. 4º - Compete ao Município promover a tudo quanto respeito ao seu peculiar


interesse e ao bem-estar da comunidade, cumprindo-lhe, privativamente:

I – legislar sobre os assuntos de interesse social;


II – suplementar, no que couber, as Legislações Federal e Estadual;

III – organizar os serviços públicos de interesse local, inclusive o de


transporte coletivo, que tem caráter essencial, prestando-os
diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão;

IV – criar, organizar e suprimir distritos, respeitada a Lei Estadual


pertinente;

V – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar


suas rendas;

VI – manter, como a cooperação técnica da União e do Estado, programas de


educação pré-escolar e de ensino fundamental;

VII – prestar, com a cooperação técnica da União e do Estado, serviços de


atendimentos a saúde da população;

VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;

IX – estimular e desenvolver ações de proteção ao patrimônio artístico,


cultural, arqueológico e paisagístico local.

Art. 5º - Rege-se o Município de Porto Real do Colégio pelas regras instituídas nesta
Lei Orgânica e pela legislação ordinária que expedir, respeitados os princípios
estabelecidos pelas constituições do Estado de Alagoas e da República
Federativa do Brasil.

Art. 6º - São símbolos do Município de Porto Real do Colégio, a Bandeira, o Hino e o


Brasão adotados na data da Promulgação desta Lei Orgânica.

Art. 7º - É sede do Município a Cidade de Porto Real do Colégio.

TÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 8º - O governo Municipal compreende os Poderes Executivo e Legislativo,


independentes e harmônicos entre si.
CAPÍTULO II
DO PODER LEGISLATIVO
SESSÃO II
DA CÂMARA MUNICIPAL

Art. 9º. – O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, que se
compõe de Vereadores representantes da comunidade, eleitos pelo sistema
proporcional em todo território municipal.

§ 1º - O mandato dos Vereadores é de quatro anos.

§ 2º - A eleição dos vereadores se dá até noventa dias do término do mandato


em pleito direto e simultâneo aos demais municípios.

§ 3º - O número de vereadores será proporcional à população do Município


fixado na conformidade dos critérios e limites estabelecidos pela
Constituição Federal.

Art. 10º - Salvo disposição em contrário desta Lei, as deliberações da Câmara


Municipal serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria
absoluta de seus membros.

Art. 11º - Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, não exigida esta para o
especificado nos arts. 12 e 25, dispor sobre todas as matérias da competência
do Município, especialmente sobre:

I – sistema tributário municipal, arrecadação e distribuição de suas rendas;

II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações


de créditos e dívida pública;

III – planos e programas municipais de desenvolvimento;

IV – bens de domínio do Município;

V – transferência temporária da sede do Governo Municipal;

VI – criação, extinção, transformação e declaração de desnecessidade de


cargos, empregos e funções públicas municipais;

VII – fixação e majoração de vencimentos e salários de servidores públicos


municipais;

VIII – autorização prévia para a alienação de bens móveis integrantes do


patrimônio municipal;
IX – autorização para a concessão de serviços públicos, bem como de direito
de uso especial, remunerado ou não, de bens públicos;

X – aprovação do Plano Diretor;

XI – normatização da iniciativa popular de projeto de Lei de interesse


específico do Município, da cidade, de vilas ou bairros, através de
manifestações de pelo menos cinco por cento do eleitorado;

XII – criação, estruturação e atribuições das Secretarias Municipais e Órgãos


da administração pública;

XIII – criação, transformação, extinção e estruturação de empresas públicas,


sociedades de economia mista, autarquias e fundações públicas.

Art. 12º - É da competência exclusiva da Câmara Municipal:

I – elaborar seu regimento interno;

II – dispor sobre sua organização, funcionamento, policia, criação,


transformação ou extinção de cargos, empregos e funções de seus
serviços e fixação da respectiva remuneração,observados os
parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;

III – resolver definitivamente sobre convênios, consórcios ou acordos que


acarretam encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
municipal;

IV – autorizar o Prefeito e o Vice-prefeito a se ausentarem do Município,


quando a ausência exceder a quinze dias;

V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem o poder


regulamentar ou limites da delegação legislativa;

VI – mudar, temporariamente sua sede;

VII – fixar a cada legislatura para a aplicação durante aquela que suceder a
remuneração dos vereadores, do Prefeito e do Vice-prefeito, e não
poderá a do Prefeito ser inferior ao maior padrão de vencimento
estabelecido para o servidor municipal;

VIII – julgar, anualmente, as contas prestadas pelo Prefeito e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos de governo;

IX – proceder a tomada de contas do Prefeito quando não apresentadas à


Câmara Municipal até o dia 31 de março de cada ano;
X – fiscalizar e controlar, diretamente, os atos do Poder Executivo, incluídos
os da administração indireta;

XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da


atribuição normativa do Poder Executivo;

XII – apreciar os atos de concessão ou permissão e os de renovação de


concessão ou permissão de serviços de transportes coletivos;

XIII – representar ao Ministério Público, por dois terços de seus membros, e


instauração de processo contra o Prefeito e o Vice-prefeito e os
Secretários Municipais pela prática de crime contra a administração
pública que tomar conhecimento;

XIV – autorizar referendo e convocar plebiscito, na forma da Lei;

XV – aprovar, previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha


de titulares de cargos que a Lei determinar;

XVI – convocar o Prefeito Municipal e os Secretários Municipais, sempre que


necessário, objetivando a prestação de esclarecimentos quanto a
assunto de interesse da coletividade;

XVII – deliberar sobre os vetos apostos pelo Prefeito Municipal;

XVIII – conhecer da renúncia do Prefeito e do Vice-prefeito.

Art. 13º - A remuneração do Vice-prefeito compreende a representação correspondente


a que precede o Prefeito e subsídio equivalente a dois terços daquele que for
a este devido.

Art. 14º - A não fixação da remuneração prevista no inciso VII do artigo 12º até trinta
dias antes da eleição municipal, implicará a suspensão do pagamento do
subsídio dos Vereadores pelo restante do mandato.

PARÁGRAFO ÚNICO – No caso de não fixação, prevalecerá a remuneração do mês


de dezembro do último ano da legislatura, sendo este valor
atualizado monetariamente pelo índice oficial.

SEÇÃO III
DOS VEREADORES

Art. 15º - Os Vereadores são invioláveis pelas suas opiniões, palavras e votos no
exercício do mandato e na circunscrição do município.
Art. 16º - Os Vereadores não podem:

I – desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público,


autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público municipal salvo se o contrato
obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os


que sejam demissíveis, “ad nutum”, nas entidades constantes na alínea
anterior;

II – desde a posse:

a) ser proprietários controladores ou diretores de empresas que goze de


favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público
municipal ou nela exerça função remunerada;

b) ocupar cargo ou função que sejam demissíveis, “ ad nutum “, nas


entidades referidas no inciso I, a;

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que


se refere o inciso I, a;

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 17º - Perde o mandato o Vereador:

I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III – que deixar de comparecer, em cada Sessão Legislativa, à terça parte das
sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou omissão por esta
autorizada.

IV – que perder ou estiver suspensos os direitos políticos;

V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos constitucionalmente


previstos;

VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada ou julgado;

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos


definidos no regimento interno, o abuso das prerrogativas
asseguradas aos Vereadores ou a percepção de vantagens
indevidas.
§ 2º - Nos casos dos incisos I, II e III a perda do mandato é decidida pela
Câmara Municipal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante a
provocação da Mesa ou de partido político representado na casa,
assegurada ampla defesa.

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III à V, a perda é declarada pela


Mesa da Câmara, de ofício ou mediante provocação de qualquer
de seus membros ou de partido político representado na casa,
assegurada ampla defesa.

Art. 18º - Não perde o mandato o Vereador:

I – investido no cargo de Secretário Municipal, Secretário ou Secretário do


Estado;

II – licenciado pela Câmara por motivo de doença ou para tratar, sem


remuneração, de assunto de seu interesse particular, desde que, neste
caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão
legislativa.

§ 1º - O suplente deve ser convocado em todos os casos de vaga ou


licença.

§ 2º - Ocorrendo vaga e não havendo suplente se faltarem mais de


quinze meses para o término do mandato, a câmara
representará à Justiça Eleitoral para a realização das eleições
para preenchê-la.

§ 3º - Na hipótese do inciso I, o Vereador poderá optar pela


remuneração do mandato.

Art. 19º - A Câmara Municipal reunir-se-á, ordinariamente, em Sessão Legislativa


anual, de 15 de fevereiro à 30 de julho e de 1º de agosto à 15 de dezembro.

§ 1º - As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o


primeiro dia útil subseqüente quando recaírem em sábados,
domingos e feriados.

§ 2º - A Sessão Legislativa não será interrompida sem a aprovação do


projeto de Lei de diretrizes orçamentárias.

§ 3º - A Câmara Municipal reunir-se-á em Sessão de instalação a 1º de


janeiro do ano subseqüente às eleições, às 10 horas para a posse de
seus membros, do Prefeito e do Vice-prefeito e eleição da Mesa e
das comissões.
§ 4º - A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo seu
Presidente, pelo Prefeito ou a requerimento da maioria dos
Vereadores em caso de urgência ou de interesse público relevante.

§ 5º - Na sessão legislativa extraordinária, a Câmara somente deliberará


sobre a matéria para a qual for convocada.

SEÇÃO V
DA MESA E DAS COMISSÕES

Art. 20º - A Mesa da Câmara Municipal será composta de um Presidente, um primeiro


e segundo Secretários eleitos para o mandato de dois anos, vedada a
recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.

§ 1º - As Comissões, em razão de matéria de sua competência cabe:

I – discutir e votar projetos de Lei que dispensar na forma do


Regimento Interno, a competência do Plenário, salvo se houver
recursos de um décimo dos membros da Câmara;

II – realizar audiências públicas com entidades da comunidade;

III – convocar Secretários Municipais para prestar informações sobre


assuntos inerentes às suas atribuições;

IV – receber petições, reclamações, representações ou queixas de


qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades
públicas municipais;

V – solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos municipais de


desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 2º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de


investigação próprias das autoridades judiciais, além de outros
previstos no Regimento Interno, serão criadas mediante
requerimento de um terço dos Vereadores que compõe a Câmara,
para apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas
conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para
que promova a responsabilidades civil ou criminal dos infratores.

Art. 22º - Na constituição da Mesa e de cada Comissão é assegurada, tanto quanto


possível, a representação proporcional dos partidos ou dos blocos
parlamentares que participem da Câmara.
Art. 23º - Na última sessão ordinária de cada período legislativo, o Presidente da
Câmara Municipal, publicará a escala dos membros da Mesa e seus
substitutos que responderão pelo expediente do Poder Legislativo durante o
recesso seguinte.

SEÇÃO VI
DO PROCESSO LEGISLATIVO
SUBSEÇÃO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 24º - O processo legislativo compreende a elaboração de:

I – emendas à Lei Orgânica do Município;

II – leis complementares;

III – leis ordinárias;

IV – leis delegadas;

V – decretos legislativos;

VI – resoluções.

PARÁGRAFO ÚNICO – A elaboração, redação, alteração e consolidação de leis dar-


se-á na conformidade da Lei Complementar Federal, desta
Lei Orgânica Municipal e do Regimento Interno.

SUBSEÇÃO II
DA EMENDA À LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO

Art. 25º - Esta Lei Orgânica poderá ser emendada mediante proposta de um terço, no
mínimo da Câmara e do Prefeito.

§ 1º - A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício


mínimo de dez dias, considerando-se aprovada se obtiver em cada
um, dois terços dos votos dos membros da Câmara.

§ 2º - A emenda à Lei Orgânica do Município dera promulgada pela Mesa da


Câmara, com o respectivo número de ordem.

§ 3º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por


prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão
legislativa.
SUBSEÇÃO III
DAS LEIS

Art. 26º - A iniciativa da leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador ou


Comissão, ao Prefeito e dos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta
Lei Orgânica.

§ 1º - São de iniciativa privada do Prefeito as leis que:

I – fixem ou modifiquem o efetivo da Guarda Municipal;

II – disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na


administração direta e autárquica e sua remuneração;

b) servidores públicos do Município, seu regime


jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria;

c) criação, estruturação e atribuições das Secretarias


Municipais e órgãos da administração pública
municipal.

§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação, à Câmara


Municipal, de projeto de lei subscrito por no mínimo cinco por cento
do eleitorado do Município distribuído, pelo menos, por dois
distritos, com não menos de um por cento dos eleitores de cada um
deles.

Art. 27º - Não será admitido aumento de despesa prevista:

I – nos projetos de iniciativa do Prefeito, ressalvado o disposto no artigo 84º.

II – nos projetos sobre organização da Secretaria Administrativa, de iniciativa


privativa da Mesa.

Art. 28º - O Prefeito poderá solicitar urgência e votação em um só turno para


apreciação dos projetos de sua iniciativa.

§ 1º - Se a Câmara não se manifestar, em quarenta e cinco dias sobre a


proposição, será esta incluída na ordem do dia, sobrestando-se a
deliberação quanto aos demais assuntos, para que se ultime a
votação, excetuados os casos do artigo 29º , § 4º, e do artigo 83º,
que são preferenciais na ordem numerada.

§ 2º - O prazo previsto no parágrafo anterior não corre nos períodos de


recesso nem se aplica aos projetos de código.

Art. 29º - O projeto aprovado será enviado como autógrafo, ao Prefeito que aqui
estando o sancionará.

§ 1º - Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público vetará total ou
parcialmente, no prazo de quinze dias contados da data do
recebimento e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao
Presidente da Câmara os motivos do veto.

§ 2º - O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de


parágrafo, de inciso ou alínea.

§ 3º - decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Prefeito importará em


sanção.

§ 4º - O veto será apreciado pela Câmara, dentro de trinta dias a contar de


seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto pela maioria
absoluta dos Vereadores, em escrutínio secreto.

§ 5º - Se o veto não for mantido, será o texto enviado ao Prefeito para


promulgação.

§ 6º - Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será


colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais
posições, até sua votação final, ressalvadas as matérias referidas no
art. 28º, § 1º.

§ 7º - Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo


Prefeito, nos casos dos § 3º e 5º, o Presidente da Câmara o
promulgará e, se este não o fizer, em igual prazo, caberá ao Vice-
prefeito fazê-lo, obrigatoriamente.

Art. 30º - A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir
objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa mediante proposta da
maioria absoluta dos membros da Câmara.

Art. 31º - As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito Municipal, que para tanto
deverá solicitar a delegação da Câmara Municipal.

§ 1º - A delegação será concedida mediante resolução.


§ 2º - Prevista a apreciação do projeto pela Câmara de Vereadores esta o
fará em votação única, vedada qualquer emenda.

§ 3º - É vedada a delegação nos casos de competência privativa da Câmara


de vereadores, e na hipótese de matéria pertinente a plano
plurianual, diretrizes orçamentárias e orçamento.

Art. 32º - O Regimento Interno disporá sobre a elaboração e a expedição das


Resoluções e dos Decretos Legislativos.

SEÇÃO V
DA FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 33º - A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial


do Município e das entidades da administração direta e indireta, quando à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncias de receitas, será exercida pela Câmara, mediante controle externo
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

PARÁGRAFO ÚNICO – Prestará contas qualquer pessoa física ou entidade pública


que utilize, guarde, gerencia ou administre dinheiros, bens
e valores públicos ou pelos quais o Município responda ou
que, em nome deste assuma obrigações de natureza
pecuniária.

Art. 34º - O controle externo da Câmara Municipal com o auxílio do Tribunal de


Contas do Estado, através de parecer prévio sobre as contas que o Prefeito e
a Mesa da Câmara deverão prestar anualmente.

§ 1º - As contas deverão ser apresentadas até sessenta dias após a abertura


da sessão legislativa.

§ 2º - Se até esse prazo não tiverem sido apresentadas as contas, a


Comissão Permanente de Fiscalização o fará em trinta dias.

§ 3º - Apresentadas as contas o Presidente da Câmara as porá, pelo prazo de


60 (sessenta) dias, à disposição de qualquer contribuinte para exame
e apreciação, o qual poderá questionar-lhe a legitimidade, na forma
da Lei, publicando edital.

§ 4º - Vencido o prazo do parágrafo anterior, as contas e as questões


levantadas serão enviadas ao Tribunal de Contas para emissão de
parecer prévio.
§ 5º - Recebido o parecer prévio, a Comissão Permanente de fiscalização
sobre ele e sobre contas dará parecer em quinze dias.

§ 6º - Somente pela decisão de dois terços dos membros da Câmara


Municipal deixará de prevalecer o parecer prévio do Tribunal de
Contas.

Art. 35º - A Comissão Permanente de Fiscalização, diante de indícios de despesas não


autorizadas, ainda que sob forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar da autoridade responsável que no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º - Não prestados os esclarecimentos ou considerações estes insuficientes,


a Comissão Permanente de Fiscalização solicitará do Tribunal de
Contas pronunciamento conclusivo sobre a matéria em caráter de
urgência.

§ 2º - Entendendo o Tribunal de contas irregular a despesa, a Comissão


Permanente de Fiscalização, se julgar que o gasto possa causar dano
irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá à Câmara
Municipal a sua sustação.

Art. 36º - Os Poderes Legislativos e Executivos manterão, de forma integrada, sistema


de controle interno com a finalidade de:

I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a


execução dos programas de governo e dos orçamentos municipais;

II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficiência, da


gestão orçamentária e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração municipal, bem como da aplicação de recursos públicos
por entidades de direito privado;

III – exercer o controle das operações de créditos, avais e garantias, bem


como dos direitos e deveres do Município;

IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão.

Art. 38º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima
para, na forma da Lei, denunciar irregularidade ou ilegalidade perante a
Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara Municipal.

§ 1º - A Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara Municipal,


tomando conhecimento de irregularidades ou ilegalidades, poderá
solicitar à autoridade responsável que, no prazo de cinco dias
preste os esclarecimentos necessários, agindo na forma prevista no
§ 1º do artigo 35º.
§ 2º - Entendendo o Tribunal de Contas pela irregularidade ou ilegalidade a
Comissão de Fiscalização proporá à Câmara Municipal as medidas
que julgar convenientes à situação.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
SEÇÃO I
DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO

Art. 39º - O Poder Executivo é exercido pelo Prefeito, auxiliado pelos Secretários
Municipais, cumprindo-lhe funções políticas, executivas e administrativas.

Art. 40º - A eleição do Prefeito e do Vice-prefeito dar-se-á 90 (noventa) dias antes do


término dos mandados daqueles a que haverão de suceder.

PARÁGRAFO ÚNICO – A eleição do Prefeito importará a do Vice-prefeito com ele


registrado.

Art. 41º - Proclamado oficialmente o resultado da Eleição Municipal, o Prefeito eleito


poderá indicar uma Comissão de Transição, destinada a proceder ao
levantamento das condições administrativas do Município.

PARÁGRAFO ÚNICO – O Prefeito em exercício não poderá impedir ou dificultar os


trabalhos da Comissão de Transição.

Art. 42º - O Prefeito e o Vice-prefeito tomarão posse na sessão solene de instalação da


Câmara Municipal, no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da eleição,
prestando compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição
Municipal, observar as leis e promover o bem geral do Município.

§ 1º - Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o


Vice-prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o
cargo, este será declarado vago.

§ 2º - Enquanto não ocorrer a posse do Prefeito, assumirá o Vice-prefeito, e,


na falta ou impedimento deste, o Presidente da Câmara.

§ 3º - No ato da posse, o Prefeito e o Vice-prefeito, farão declaração pública


de seus bens, as quais serão transcritas em livro próprio, constando de
ata o seu resumo.
Art. 43º - São infrações político-administrativas do Prefeito, sujeitas ao julgamento pela
Câmara de Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:

I – Impedir o funcionamento regular da Câmara;

II – Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos


que devam constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação
de obras e serviços municipais, por Comissão de investigação da
Câmara ou auditoria, regularmente instituída;

III – desatender, sem motivo justo, os pedidos de informações da Câmara,


quando feitos a tempo e em forma regular;

IV – Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa


formalidade;

V – Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo e em forma regular, a


proposta orçamentária;

VI – praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou


omitir-se na sua prática;

VII – Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;

VIII - Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou


interesses do Município, sujeitos à administração da Prefeitura;

IX – fixar residência fora do Município;

X – Ausentar-se do Município, por tempo superior a quinze dias, sem


autorização da Câmara;

XI – Proceder de modo incompatível com a dignidade o decoro do cargo ou


atentatório das instituições vigentes;

PARÁGRAFO ÚNICO – A cassação do mandato será julgado pela Câmara, de acordo


com o estabelecido em lei.

Art. 44º - Extingue-se o mandato de Prefeito e, assim, deve ser declarado pelo
Presidente da Câmara, quando:

I – Ocorrer falecimento, renuncia por escrito, suspensão ou perda dos


direitos políticos ou condenação por crime funcional ou eleitoral;

II – Incidir no impedimento para o exercício do cargo;


PARÁGRAFO ÚNICO – A extinção do mandato no caso do item I, independe de
deliberação do Plenário e se tornará efetiva desde a
declaração do fato ao ato extintivo pelo Presidente e sua
inserção em ata.

Art. 45º - O Prefeito não poderá, sobre pena de perda do cargo:

I – Desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato, com o Município, com suas


autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades
de economia mista ou com suas empresas concessionárias de
serviços públicos, salvo quando o contrato obedecer à
clausulas uniformes;

b) Aceitar ou exercer cargos, funções ou emprego remunerado,


inclusive os de que seja demissível “ad nutum” nas entidades
constantes da alínea anterior, salvo mediante aprovação em
concurso público, caso em que, após a investidura, ficará
automaticamente licenciado, sem vencimentos.

II – Desde a posse:

a) Ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze


de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito
público municipal, ou nela exercer função remunerada;

b) Ocupar cargo ou função de que seja demissível “ad nutum”,


nas entidades referidas no inciso I, a;

c) Patrocinar causas em que seja interessada qualquer das


entidades a que se refere o inciso I, a;

d) Ser titular de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

§ 1º - Os impedimentos acima se estendem ao Vice-prefeito, aos Secretários e


ao Procurador Municipal, no que forem aplicáveis.

§ 2º - A perda do cargo será decidida pela Câmara por voto secreto por dois
terços, mediante provocação da Mesa ou de partido político
representado na Câmara, assegurada ampla defesa.

§ 3º - O Prefeito, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado


por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Art. 46º - Será de quatro anos o mandato do Prefeito e do Vice-prefeito, inicia-se no dia
1º de janeiro do ano seguinte ao da eleição.
Art. 47º - São inelegíveis para o mesmo cargo, no período subseqüente, Prefeito e quem
o houver sucedido ou substituído nos seis meses anteriores à eleição.

Art. 48º - Para concorrer a outros cargos eletivos, o Prefeito deve renunciar ao mandato
até seis meses antes do pleito.

Art. 49º - O Vice-prefeito substitui o Prefeito em caso de licença ou impedimento e o


sucede no caso de vacância.

§ 1º - O Vice-prefeito, além de outras atribuições que lhe forem conferidas


por lei, auxiliará o Prefeito sempre que por ele for convocado para
sessões especiais.

§ 2º - O Vice-prefeito não poderá recusar-se à substituí-lo, sob pena de


extinção do respectivo mandato.

Art. 50º - Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-prefeito, assumirá o


Presidente da Câmara.

PARÁGRAFO ÚNICO - O Presidente da Câmara não poderá recusar-se a assumir sob


pena de extinção do respectivo mandato.

Art. 51º - Vagando os cargos de Prefeito e Vice-prefeito, até o primeiro trimestre do


quarto ano do mandato, far-se-á eleição para o preenchimento destes cargos,
observando a prescrição da lei eleitoral.

PARÁGRAFO ÚNICO – Ocorrendo a vacância posteriormente, cabe ao Presidente da


Câmara completar, em substituição, o mandato do Prefeito.

Art. 52 º - O Prefeito poderá licenciar-se:

I – Quando a serviço ou em missão de representação do Município, devendo


enviar à Câmara, relatório circunstanciado dos resultados de sua viagem.

II – Quando impossibilitado do exercício do cargo, por motivo de doença


devidamente comprovada.

PARÁGRAFO ÚNICO – Nos casos deste artigo, o Prefeito terá direito a remuneração.
Art. 53º - A extinção ou cassação do mandato do Prefeito e a do Vice-prefeito, bem
como a apuração dos crimes de responsabilidade do Prefeito ou de seu
substituto, ocorrerão na forma e nos casos previstos nesta Lei e na
Legislação Federal.

SEÇÃO II
DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO MUNICIPAL

Art. 54º - Compete ao Prefeito Municipal:

I – exercer, a representação do Município;

II – promover a articulação com as entidades comunitárias e organismo,


representativo, de classes, visando a integrá-los no processo decisório
municipal;

III – manter as relações intergovernamentais, estimular a colaboração


intermunicipal;

IV – expedir intenções, ordens de serviços, circulares, e portarias e outros atos


indispensáveis à ordenação das atividades administrativas;

V – exercer o controle hierárquico no âmbito do Poder Executivo, sem


prejuízo da ação concorrente de autoridade e órgãos responsáveis pelo
controle administrativo interno, preventivo ou corretivo;

VI – aplicar sanções administrativas no âmbito de sua competência;

VII – prover e desprovar os cargos públicos, na conformidade que dispuser a


Lei;

VIII – convocar extraordinariamente a Câmara Municipal, quando,


encontrando-se esta em recesso, sobrevenha matéria exigidora de
eliberação urgente;

IX – exercer, com o auxílio dos Secretários Municipais, a direção superior da


administração municipal;

X – iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Lei


Orgânica;

XI – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos


e regulamentos para a sua fiel execução;

XII – dispor sobre a organização e o funcionamento da administração


municipal, na forma da lei;
XIII – remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal por
ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do
Município e solicitando as providências que julgar necessárias;

XIV – conferir condecorações e distinções honoríficas;

XV – enviar, à Câmara de Vereadores, o plano plurianual, o projeto de lei de


diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstas nesta Lei
Orgânica;

XVI – requisitar a força policial, sempre que necessária ao garantimento da


ordem pública e à proteção do patrimônio municipal, bem assim no
asseguramento da desembaraçada ação dos poderes públicos
municipais;

XVII – remeter à Câmara Municipal, até o dia 30 (trinta) de cada mês, os


recursos destinados ao custeio da Câmara;

XVIII – exercer outras atribuições previstas nesta Lei Orgânica e na


Legislação Ordinária Municipal.

PARÁGRAFO ÚNICO – O Prefeito poderá delegar as atribuições estabelecidas nos


incisos VII e XII deste artigo, aos Secretários Municipais e
ao Advogado geral do Município, que observarão os
limites traçados, nas respectivas delegações.

SEÇÃO III
DA RESPONSABILBIDADE DO PREFEITO MUNICIPAL

Art. 55º - São crimes de responsabilidade os atos do Prefeito Municipal que atentarem
contra os princípios estabelecidos nesta Lei Orgânica e nas Constituições
Estadual e Federal, e, especialmente contra:

I – a existência da União;

II – o livre exercício pelo Poder Legislativo;

III – o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV – a segurança interna do país;

V – a probilidade na administração;

VI – a lei orçamentária;

VII – o cumprimento das leis e das decisões judiciais.


Art. 56º - Os crimes que o Prefeito Municipal praticar, no exercício do mandato ou em
decorrência dele, por infrações penais comuns, ou por crimes de
responsabilidade serão julgados perante o Tribunal de Justiça do Estado.

§ 1º - A Câmara Municipal, tomando conhecimento de qualquer ato do


Prefeito que possa configurar infração penal comum ou crime de
responsabilidade, nomeará comissão especial para apurar os fatos
que no prazo de 30 (trinta) dias, deverão ser apreciados pelo
Plenário.

§ 2º - Se o Plenário entender procedentes as acusações determinará o envio


do apurado à Procuradoria Geral da Justiça para as providências, se
não, determinará o arquivamento publicando as conclusões de ambas
as decisões.

§ 3º - Recebida a denúncia contra o Prefeito, pelo Tribunal de Justiça, a


Câmara decidirá a designação do Procurador para assistente de
acusação.

§ 4º - O Prefeito ficará suspenso de suas funções com o recebimento da


denúncia pelo Tribunal de Justiça, que cessará se, até 180 (cento e
oitenta) dias não tiver concluído a denúncia.

SEÇÃO IV
DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS

Art. 57º - Os Secretários Municipais serão escolhidos dentre brasileiros maiores de 21


(vinte e um) anos e no exercício dos direitos políticos.

Art. 58º - Compete aos Secretários Municipais:

I – exercer a orientação, a coordenação e a supervisão dos órgãos e entidades


da administração municipal na área de sua competência e referendar os
atos e decretos assinados pelo Prefeito Municipal;

II – expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III – apresentar ao Prefeito Municipal relatório semestral de sua gestão na


Secretaria Municipal;

IV – praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou


delegadas pelo Prefeito Municipal.

Art. 59º - Os Secretários serão sempre nomeados em comissão, farão declaração


pública de bens no ato da posse e no término do exercício do cargo, e terão
os mesmos impedimentos dos Vereadores e do Prefeito enquanto nele
permanecerem.

Art. 60º - A lei disporá sobre a criação, a estruturação e as atribuições das Secretarias
Municipais.

Art. 61º - A delegação a que se refere o artigo 58º, inciso IV, será procedida com
determinação dos respectivos limites e apenas poderá ocorrer nas hipóteses
dos incisos V e XII ao artigo 54º.

SEÇÃO V
DA ADVOCACIA GERAL DO MUNICÍPIO

Art. 62º - A advocacia geral do Município é a instituição que, judicial e


extrajudicialmente, representa o Município.

PARÁGRAFO ÚNICO – Compete ainda à advocacia geral do município exercer as


atividades de consultoria, e assessoramento jurídico aos
órgãos do Poder Executivo.

Art. 63º - A Advocacia Geral do Município tem por chefe o advogado geral do
município, será indicado pelo Chefe do Executivo, e referendado pelo
Poder Legislativo, dentre cidadão de comprovado saber jurídico e
reputação ilibada.

TÍTULO III
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 64º - A Administração Pública, direta, indireta e fundacional pública, obedecerá,


além dos princípios gerais de prevalência do interesse público, legalidade,
moralidade, impessoalidade, economicidade, continuidade e publicidade, às
seguintes regras específicas:

I – acessibilidade, aos cargos, funções e empregos públicos, a todos os


brasileiros que satisfaçam os requisitos estabelecidos na lei;

II – criação, extinção e declaração de desnecessidade de funções e cargos


públicos mediante lei ordinária;

III – publicidade dos atos, programas , obras, serviços e campanhas dos


órgãos públicos através de divulgação de caráter educativo,
informativo ou de orientação social, vedada a inclusão de imagens,
nomes ou símbolos que caracterizem promoção de autoridade ou de
servidores públicos;

IV – responsabilidade, pelas pessoas jurídicas de direito público, bem


assim pelas de natureza privada prestadoras de serviços, pelos danos
que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros, assegurado o
direito de regresso contra o agente direto, nos casos de culpa e dolo;

V – indispensabilidade de prévio processo de licitação pública para


contratação de obras, serviços, compras e alienações, ressalvado os
casos especificados na legislação ordinária;

VI – asseguramento, aos ofertantes em licitações, de iguais condições de


participação, mediante exclusivo estabelecimento de exigências
referentes às qualificações técnicas e econômicas indispensáveis à
garantia do cumprimento do contrato, bem como de cláusula que
prescrevem obrigações de pagamento segundo os efetivos termos da
proposta, na forma da lei;

VII – exigibilidade de comprovação da efetiva e regular aplicação dos


dinheiros públicos na realização de despesas de qualquer natureza;

VIII – imprescindibilidade de lei para a fixação das remunerações


atribuídas aos ocupantes ou exercentes de funções e cargos
públicos;

IX – garantia aos cidadãos, sempre que o requeiram, a informação sobre o


andamento dos processos em que sejam diretamente interessados
bem como sobre as decisões neles proferidas;

X – acesso a qualquer cidadão a todos os dados e informações relativos à


licitações públicas, em todas as suas modalidades, bem como às
autorizações concernentes a contratações diretas.

CAPÍTULO II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS

Art. 65º - O regime jurídico único dos servidores públicos municipais, é o estatutário.

Art. 66º - São direitos assegurados aos Servidores Públicos Municipais:

I – remuneração nunca inferior ao Salário Mínimo fixado em Lei Federal,


com reajustes periódicos;

II – irredutibilidade da remuneração, salvo nas hipóteses de extrapolação do


limite remuneratório superior, violação da paridade com o Poder
Executivo ou descontos decorrentes de obrigações tributárias ou
previdenciárias, ou de ordem judicial, ressalvados os casos de retenções
autorizadas pelo servidor, resguardados os limites e as condições que a
lei estabelecer;

III – fixação, em lei ordinária, de relação entre a maior e a menor retribuição,


bem assim do limite máximo da remuneração auferível pela função ou
cargos ocupados, excluídas as vantagens de caráter individual,
correspondente, em cada Poder, ao valor devido como remuneração, em
espécie, a qualquer título, ao Vereador e ao Prefeito Municipal,
respectivamente;

IV – previsão, por lei, de todos os acréscimos pecuniários de cálculos das


correspondentes parcelas, vedada a computação ou a acumulação destas
para fins de concessão de acréscimos posteriores, sob o mesmo título ou
idêntico fundamento;

V – décimo-terceiro vencimento, em valor apurado com base na retribuição


integral devida no mês de dezembro, aos servidores ativos, inativos e
pensionistas;

VI – abono-família, em relação a cada um dos seus dependentes em valor


nunca inferior a dez por cento do piso vencimental adotado pelo Poder
Executivo Municipal;

VII – gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos um terço a mais do
que a remuneração do período correspondente, paga a vantagem até a
data do início do período de repouso;

VIII – licença à maternidade, sem prejuízo do cargo, da função ou do


emprego, com duração de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data
do parto ou, se o requerer a servidora, a partir do oitavo mês de
gestação ou, ainda, da data em que aceitar a guarda de criação de
idade inferior a trinta dias, por determinação judicial ou recebê-la
como filho adotivo;

IX – licença à paternidade, nos termos que a lei especificar;

X – licença especial, com duração correspondente a seis meses ao fim de cada


decênio de efetivo exercício do cargo público permanente;

XI – computação, para efeito de aposentadoria, do tempo de serviço público


federal, estadual e municipal, bem como do, prestado em atividade
privada, de acordo com a legislação pertinente;

XII – repouso semanal remunerado;

XIII – adicional por tempo de serviço, observados uniformes critérios e


cálculos para os servidores públicos municipais em geral;
XIV – livre associação sindical e ingresso em estado de greve, no último caso
nos termos e nos limites que a lei estabelecer;

XV – estabilidade no serviço público municipal após dois anos de efetivo


exercício, desde que nomeados em virtude de concurso público.

Art. 67º - É vedada a acumulação remunerada de funções e cargos públicos, na


Administração Direta, Indireta e Fundacional Pública, exceto, quando
houver compatibilidade de honorários:

I – a de dois cargos de professor;

II – a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

III – a de dois cargos privativos de médicos.

PARÁGRAFO ÚNICO – Os proventos da inatividade e as pensões previdenciárias não


serão considerados para efeito de acumulação de cargos,
empregos e funções.

Art. 68º - Ao servidor público municipal, no exercício de mandato efetivo, aplicar-se-ão


as regras do artigo 38º da Constituição Federal.

Art. 69º - O Servidor Público Municipal será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando


decorrentes de acidentes em serviço, moléstia profissional ou doença
grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei e proporcionais nos
demais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos


proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta, se


mulher, com proventos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério,


se professor, e vinte e cinco anos, se professora, com
proventos integrais;

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco


anos, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta,
se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

PARÁGRAFO ÚNICO – Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma


proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
situação dos servidores na atividade, sendo também
extensíveis aos inativos quaisquer benefícios ou
vantagens posteriores concedidos aos servidores ativos,
inclusive quando decorrentes de transformação ou
reclassificação do cargo ou função em que se deu a
aposentadoria, na forma da lei.

Art. 70 º - O benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos


ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei,
observado o disposto no Parágrafo Único do artigo anterior.

Art. 71º - O servidor público estável só perderá o cargo mediante processo


administrativo disciplinar em que lhe seja assegurada ampla defesa.

§ 1º - Invalidada, por sentença judicial, a demissão do servidor estável,


será ele reintegrado e o eventual ocupante da vaga reconduzido
ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em
outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 2º - Extinguindo a lei o cargo ou sendo este motivamente declarada,


com proventos integrais, até o seu obrigatório aproveitamento
em outro cargo.

TÍTULO IV
DA TRIBUTAÇÃO MUNICIPAL
SEÇÃO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 72º - O Sistema Tributário Municipal organizar-se-á observados os seguintes


princípios básicos:

I – possibilidade da instituição de impostos, taxas e contribuições de


melhoria;

II – inexigibilidade de tributo e inadmissibilidade de sua majoração sem


lei que o estabeleça;

III – pessoalidade e gradualidade dos impostos, considerada a capacidade


econômica do contribuinte, respeitados seus direitos individuais e,
nos termos da lei, seu patrimônio, seus rendimentos e as atividades
econômicas que desenvolva;

IV – incompatibilidade, para efeito de cobrança de taxas, de base de


cálculo próprio de impostos;

V – vedação ao estabelecimento de impostos compulsórios e de


contribuições sociais de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas;

VI – estrita observância às regras que forem estabelecidas em lei


complementar federal, relativas as regras gerais em matéria de
legislação tributária, limitações, ou poder de tributar e solução de
conflitos concernentes à espécie, entre a União, os Estados e os
Municípios;

VII – inviabilidade da instauração de tratamentos tributários desiguais


entre contribuintes que se encontram em situação equivalentes;

VIII – proibição ao estabelecimento de distinções em razão de ocupação


profissional ou funções exercidas pelos contribuintes,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos,
títulos ou direitos;

IX – impossibilidade da fixação de diferença tributária entre bens,


serviços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou
destino.

Art. 73º - É vedado ao Município:

I – cobrar tributos:

a) em relação a fatos gerados ocorridos antes do inciso da


vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicado a lei que os


instituiu ou aumentou;

c) utilizar tributos com efeito de confisco;

d) estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio


de tributos intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público
Municipal;

II – Instituir imposto sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços da União, dos Estados e dos


demais Municípios;
b) templo de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive


suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das
instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais periódicos e o papel destinado a sua impressão.

§ 1º - A vedação do inciso II, a , é extensiva às autarquias e às fundações


instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados as suas finalidades
essenciais ou delas decorrentes.

§ 2º - As vedações do inciso II, a, e do parágrafo anterior não se aplicam ao


patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de
atividades econômicas regidas pelas formas aplicáveis a
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços tarifários pelos usuários, nem exonera o
promitente-comprador da obrigação de pagar imposto relativamente a
bem imóvel.

§ 3º - As vedações expressas no inciso II, b e c, compreendem somente o


patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades
nelas mencionadas.

Art. 74º - Qualquer anistia ou remissão que envolva matéria tributária, somente poderá
ser concedida através de lei específica municipal.

Art. 75º - O Município poderá instituir contribuições, cobrada de seus servidores, por
custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social.

SEÇÃO II
DOS IMPOSTOS E TAXAS E CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

Art. 76º - Compete ao Município instituir impostos sobre:

I – propriedade predial e territorial urbana;

II – transmissão inter-vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens


imóveis, por natureza ou cessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
excetos os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;

III – vendas a varejo de combustível líquidos e gasosos, exceto óleo diesel,


quando se complete o negócio no território do Município;
IV – serviço de qualquer natureza, definidos em lei complementar federal,
salvo os concernentes a operações relativas à circulação de mercadorias
e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação;

§ 1º - O imposto previsto no inciso I poderá ser progressivo, nos termos da lei


municipal, de forma a assegurar o cumprimento da função social da
propriedade.

§ 2º - O imposto previsto no inciso II:

I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao


patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a
transmissão de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade
preponderante do adquirente for a compra e a venda desses bens ou
direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

II – compete ao Município da situação do bem.

§ 3º - O imposto previsto no inciso III não exclui a incidência do imposto


estadual previsto no artigo 155º, I, b, da Constituição Federal, desde
que referente à mesma operação.

§ 4º - As alíquotas dos impostos previstos nos incisos III e IV serão


estabelecidas na conformidade do que dispuser a Lei Complementar
Federal.

Art. 77º - Poderá o Município instituir e cobrar taxas:

I – regulatórias, em razão do exercício do poder de polícia;

II - remuneratórias, pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços


específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua
disposição.

Art. 78º - Cada contribuição de melhoria, necessariamente vinculada a obra pública,


será por Lei, onde será estabelecido o fato gerador e as condições de
cobrança do tributo.

SEÇÃO III
DAS RECEITAS PARTILHADAS

Art. 79º - O Município participará do produto da arrecadação de tributos da


competência da União e do Estado de Alagoas, respeitado o
estabelecimento pelos artigos 157º e seguintes da Constituição Federal,
e, no que couber, o que especificamente determina a constituição do
Estado de Alagoas.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS MUNICIPAIS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 80º - A administração das finanças públicas municipais observará as normas gerais
constituídas em lei complementar federal.

Art. 81º - As operações de créditos interno e externo do Município, bem assim das
entidades autárquicas de sua administração indireta, respeitarão as
condições e os limites globais fixados pelo Senado Federal.

Art. 82º - As disponibilidades de caixa do Município, inclusive das entidades da


administração descentralizada, salvo na hipótese de que nenhuma delas
mantenha agência em funcionamento no território do município.

SEÇÃO II
DOS ORÇAMENTOS

Art. 83º - Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I – o plano plurianual;

II – as diretrizes orçamentárias;

III – os orçamentos anuais.

§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá as diretrizes, objetivos


e metas da administração pública municipal para as despesas de capital
e outras delas decorrentes, bem como as relativas aos programas de
duração continuada.

§ 2º - A lei de diretrizes compreenderá as metas e prioridades da


administração pública municipal, incluindo as despesas de capital
para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da
lei orçamentária anual, disporá sobre alterações na legislação
tributária estadual e estabelecerá a política de aplicação financeira
dos órgãos ou agências estaduais de fomento.
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de
cada bimestre, relatório sucinto da execução orçamentária.

§ 4º - Os planos e programas previstos nesta Lei Orgânica serão elaborados


em consonância com o plano plurianual e apreciados pela Câmara
Municipal.

§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:

I – O orçamento fiscal referente aos Poderes Públicos, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações públicas;

II – O orçamento de investimentos das empresas em que o Município


direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com
direito a voto;

III – O orçamento de seguridade social, abrangendo as entidades e


órgãos a ela vinculadas, da administração direta ou indireta bem
como os fundos e fundações públicas.

§ 6º - O orçamento fiscal e o das entidades públicas compatibilizados com o


plano plurianual, terão entre as funções e de reduzir desigualdades
regionais, observados o critério populacional.

§ 7º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo dos


efeitos decorrentes de isenções, anistias, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia, sobre as receitas e despesas.

§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivos estranhos à previsão


da receita e à fixação dessa, não se incluindo na proibição a autorização
para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de
créditos inclusive por antecipação de receita, nos termos da lei.

Art. 84º - A elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes


orçamentárias e da lei orçamentária anual, guardarão as normas e condições
estabelecidas em Lei Complementar Federal.

PARÁGRAFO ÚNICO – Serão procedidos, ainda, com observância às normas gerais


constituídas na lei complementar de que trata este artigo, a
instituição e funcionamento de fundos e a gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta.

Art. 85º - Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias,


ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pela Câmara
de Vereadores.
§ 1º - Caberá a Comissão Especial de Fiscalização Permanente de
Vereadores:

I – examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste


artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo
Prefeito Municipal;

II – examinar e emitir parecer sobre os planos e programas


previstos nesta Lei Orgânica e exercer o acompanhamento e
a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das
demais comissões da Câmara de Vereadores;

§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão Especial Permanente,


que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental,
pelo plenário da Câmara de Vereadores;

§ 3º - As emendas aos projetos de lei do orçamento anual e aos projetos que


o modifiquem somente podem ser aprovados caso:

I – Sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de


diretrizes orçamentárias;

II – Indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os


provenientes de anulação de despesa, excluídos as que
incidem sobre:

a) serviço da dívida;

b) dotações para pessoal e seus encargos;

c) transferência tributária de percentual pertencente aos


Municípios; ou:

III – Sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou comissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não podem


ser aprovadas, quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º - O Poder Executivo poderá enviar mensagem à Câmara de Vereadores


para propor modificações nos projetos a que se refere este artigo
enquanto não iniciada a votação, na comissão especial permanente,
da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e


do orçamento anual serão enviados pelo Prefeito Municipal à
Câmara de Vereadores.
§ 7º - Aplicam-se aos projetos previstos neste artigo, no que contrariar o
disposto nesta seção, as demais relativas ao processo legislativo.

§ 8º - Os recursos que, em decorrência de voto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.

Art. 86º - São vedados:

I – O início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que


excedam os créditos orçamentários ou adicionais;

III – a realização de operações de créditos que excedam o montante das


despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos
suplementares ou específicos, aprovados pelo Poder Legislativo por
maioria absoluta;

IV – a vinculação de receita de imposto a órgão, fundo ou despesas ressalvada


a destinação de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do
ensino, e a prestação de garantias às operações de créditos por
antecipação de receita;

V – a abertura de crédito suplementar ou especial, sem prévia autorização


legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;

VI – a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma


categoria de programação para a outra ou de um órgão para outro, sem
prévia autorização legislativa;

VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica de rede, recursos do


orçamento fiscal para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas,
fundações e fundos;

IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização


legislativa;

§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro


poderá ser iniciado sem prévia inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

§ 2º - Os critérios especiais e extraordinários terão vigência no exercício


financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização
for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em
que, reabertos nos limites dos seus saldos, serão incorporados ao
orçamento do exercício financeiro subseqüente.

§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente admitida para atender a


despesa imprevisível e urgente, como as decorrentes de guerra,
comoção interna ou calamidade pública.

Art. 87º - Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, inclusive de créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos do Poder Legislativo, ser-
lhes-ão entregues até o dia vinte de cada mês.

Art. 88º - A despesa com pessoal ativo e inativo do Município não poderá exceder os
limites estabelecidos em lei complementar.

PARÁGRAFO ÚNICO – A concessão de qualquer vantagem ou aumento de


remuneração, a criação de carreiras bem como a
admissão, a qualquer título, de pessoal pelos órgãos e
entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações públicas, só poderão ser feitas:

I – se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às


projeções de despesas de pessoal e os acréscimos dela decorrentes;

II – se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias,


ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

TÍTULO V
DO PATRIMÔNIO MUNICIPAL

Art. 89º - Integram o Patrimônio Municipal:

I – todos os bens a ele vinculados em razão de domínio ou de serviço e


quantos mais lhe vierem a ser atribuídos;

II – os frutos provenientes dos seus bens, execução de obras e prestação de


serviços;

§ 1º - Os bens públicos do Patrimônio Municipal inalienáveis, ressalvada a


hipótese de desaferação e autorização legislativa para transferência
do domínio, e ainda imprescritíveis e impenhoráveis.

§ 2º - É obrigatório o inventário anual dos bens integrantes do Patrimônio


Municipal.
Art. 90º - Ao Município, no exercício da autonomia que lhe é assegurada, incumbe
gerir os bens integrantes do seu patrimônio, controlando-lhes a utilização e
promovendo-lhes a conservação.

Art. 91º - A alienação de bens municipais, subordinada à comprovação de interesse


público na efetuação da média, será sempre procedida de avaliação e
respeitará os seguintes princípios:

I – tratando-se de bem imóvel, dependerá de autorização legislativa e


concirrência, salvo nas seguintes hipóteses:

a) doação, constando da lei e da escritura pública, se o


donatário não for pessoa jurídica de direito público, os
encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de
retrocessão, tudo sob pena de nulidade do ato;

b) permuta;

c) dação em pagamento;

d) investidura;

e) venda, quando realizada para atender a finalidade de


regularização fundiária, implantação de conjuntos
residenciais, urbanização específica e outros casos de
interesse social.

II – quando móveis, dependerá de licitação, dispensa nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins de interesse social;

b) permuta;

c) venda de ações, negociadas na bolsa ou na forma que se impuser;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente.

§ 1º - O Município, preferentemente à venda ou doação de bens imóveis,


concederá direito real de uso, mediante prévio certame licitário,
dispensável, apenas, quando se tratar de cessionário que seja
entidade assistencial ou concessionária de serviço público,
devidamente justificado.

§ 2º - Entende-se por investidura a alienação aos proprietários de imóveis


lindeiros, por preço nunca inferior ao da avaliação, de área
remanescente ou resultante de obras públicas, e que se torne
inaproveitável isoladamente.
§ 3º - A doação com encargos poderá ser licitada, e de seu instrumento
constarão, obrigatoriamente, os encargos, o prazo de seu
cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato.

Art. 92º - O uso de bens municipais por terceiros poderá ser autorizado, permitido ou
concedido, mediante prévia comprovação de interesse público relevante.

§ 1º - A autorização e a permissão de uso far-se-ão por ato negocial


unilateral da Administração, no qual serão previstas as condições
de utilização do imóvel, sua destinação obrigatória e hipótese de
extinção antecipada da outorga, por ato unilateral da
municipalidade.

§ 2º - A concessão de uso de bens públicos municipais, de uso especial ou


dominiciais, dependerá de lei e concorrência pública, formalizando-
se, ao final, mediante contrato administrativo.

§ 3º - A permissão de uso e a autorização de uso serão outorgadas em


caráter precário, mediante decreto do Chefe do Executivo.

Art. 93º - Poderão ser cedidos a particular, para serviços transitórios, máquinas do
Município, inclusive operadas por servidores municipais, desde que não
haja prejuízo para os trabalhos da Administração, e o interessado recolha
previamente a remuneração fixada, assinando termo de responsabilidade
pela conservação e devolução do bem.

Art. 94º - É ainda permitido a particular o uso do subsolo do espaço aéreo de


logradouros públicos, para a construção de passagens destinadas à
segurança ou conforto dos transeuntes e usuários ou para outros fins de
interesse coletivo, onerosa ou graciosamente.

TÍTULO VI
DOS SERVIÇOS E DAS OBRAS PÚBLICAS

Art. 95º - Os serviços e as obras municipais destinar-se-ão à promoção do bem-estar


social e serão realizados por administração centralizada, descentralizado ou
delegada.

Art. 96º - A regulamentação e o controle dos serviços públicos e de utilidade pública


serão exercidos pela administração municipal, qualquer que seja a
modalidade de prestação ao usuário.

Art. 97º - A remuneração dos serviços públicos municipais proceder-se-á mediante


taxas ou tarifas, consoante dispuser a lei.
Art. 98º - As taxas ou tarifas serão compatíveis com a qualidade, a natureza e a
eficiência dos serviços, levando-se em conta, outrossim, o dispêndio da
administração para que sejam instalados, mantidos, operacionalizados e
aperfeiçoados.

Art. 99º - A administração municipal responderá pela regularidade dos serviços


públicos.

Art. 100º - O serviço de transporte coletivo tem caráter essencial, podendo ser prestado
diretamente pelo Administração, ou ainda feito executar mediante
permissão ou concessão, na forma do que dispuser a lei.

Art. 101º - A lei disciplinará o exercício do direito de reclamação contra a ineficiência


ou a irregularidade da prestação dos serviços públicos.

Art. 102º - A realização doas obras públicas processar-se-á mediante administração


direta ou indireta.

PARÁGRAFO ÚNICO – Ressalvados os caso de inexigibilidade ou dispensa de


licitação, consoante estabelecer a lei, guardados os
princípios gerais definidos pela legislação federal,
qualquer contratação de obras ou serviços dependerá de
prévio procedimento licitatório.

TÍTULO VII
DA CONTABILIDADE MUNICIPAL

Art. 103º - A Administração Municipal, manterá serviço centralizado de contabilidade,


ao qual incumbirá o desenvolvimento das atividades de controle
orçamentário, financeiro e patrimonial.

Art. 104º - A Contabilidade organizar-se-á de modo a estruturar fonte permanente e


eficaz de informações quanto à execução orçamentária, o desempenho
financeiro e a situação patrimonial do Município, constituindo-se em
mecanismo do sistema do controle interno da Administração.

Art.105º - O planejamento contábil será procedido na conformidade do Plano Geral de


Contas do Município, que definirá as categorias de classificação, dos
procedimentos observáveis e as demonstrações a serem periodicamente
produzidas.

TÍTULO VIII
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO

Art. 106º - O pleno desenvolvimento das funções sociais da política urbana executada
pelo Poder Público, serão assegurados mediante:

I – Formulação e execução do planejamento urbano;

II – Cumprimento da função social da propriedade;

III – Distribuição especial adequada da população, das atividades sócio-


econômicas, de infra-estrutura básica e dos equipamentos urbanos e
comunitários.

IV – Integração e complementariedade das atividades urbanas e rurais,no


âmbito da área polarizada pelo Município;

V – Participação comunitária do planejamento e controle da execução de


programas que lhe forem pertinentes.

Art. 107º - São instrumentos do planejamento urbano entre outros:

I – Plano Diretor;

II – Legislação de parcelamento, ocupação e uso do solo de edificações e de


posturas;

III – Legislação financeira e tributária, especialmente o Imposto Predial e


Territorial progressivo e a contribuição de melhoria;

IV – Transferências do direito de construir;

V – Parcelamento ou edificação compulsória;

VI – Concessão do direito real de uso;

VII – Servidão administrativa;

VIII – Tombamento;

IX – Desapropriação por interesse social, necessidade ou utilidade pública;

X – Fundos destinados ao desenvolvimento urbano.


Art. 108º - O Município deverá organizar a sua administração, exercer suas atividades e
promover sua política de desenvolvimento urbano dentro de um processo
de planejamento, atendendo aos objetivos e diretrizes estabelecidas no
Plano Diretor e mediante adequado sistema de planejamento.

§ 1º - O Plano Diretor é o instrumento orientador e básico dos processos de


transformação do espaço urbano e de sua estrutura territorial,
servindo de referência para todos os agentes públicos e privados que
atuam na Cidade.

§ 2º - Sistema de planejamento é o conjunto de órgãos, normas, recursos


humanos e técnicos voltados à coordenação de ação planejada de
administração municipal.

§ 3º - Será assegurada, pela participação em órgão componente do sistema


de planejamento, a cooperação de associações representativas,
legalmente organizadas, com planejamento municipal.

Art. 109º - A delimitação das zonas urbanas e de expansão urbana, será feita por Lei,
estabelecida no Plano Diretor.

Art. 110º - Na promoção do desenvolvimento urbano, observa-se-á:

I – Ordenação do crescimento da Cidade, prevenção e correção de suas


distorções;

II – Contenção de excessiva concentração urbana;

III – Indução à ocupação do solo urbano edificável, ocioso ou sub utilizado;

IV- Adensamente condicionando adequada disponibilidade de equipamentos


urbanos e comunitários;

V – Urbanização, regularização e titulação das áreas, ocupadas por


população de baixa renda;

VI – Proteção, preservação e recuperação do meio ambiente, do patrimônio


histórico, cultural, artístico e arqueológico;

VII – Garantia do acesso adequado ao portador de necessidades especiais


aos bens e serviços coletivos, logradouros e edifícios públicos, bem
como edificações destinadas ao uso industrial, comercial e de
serviços, e residencial multi-familiar.
SEÇÃO I
DO PLANO DIRETOR

Art. 111º - O Plano Diretor a ser elaborado pelo Poder Público Municipal, deverá ser
aprovado pela maioria dos membros da Câmara Municipal e conterá:

I – Exposição discunstanciada das condições econômicas, financeiras,


sociais, culturais e administrativas do Município;

II – Objetivos estratégicos, fixado com vista a solução dos principais


entraves ao desenvolvimento social;

III – Diretrizes econômicas financeiras, administrativas, sociais, de uso e


ocupação do solo, de preservação do patrimônio ambiental e
cultural visando a atingir os objetivos estratégicos e as respectivas
metas;

IV – Ordem de prioridades, abrangendo objetivos e diretrizes;

V – Estimativa preliminar do montante de investimentos e dotações


financeiras necessárias a implantação das diretrizes e consecução
dos objetivos do Plano Diretor, segundo a ordem de prioridade
estabelecida;

VI – Cronograma físico-financeiro com previsão dos investimentos


municipais.

PARÁGRAFO ÚNICO – Os orçamentos anuais, as diretrizes orçamentárias e o plano


plurianual serão compatibilizados com as prioridades e
metas estabelecidas no Plano Diretor.

Art. 112º - Na elaboração do Plano Diretor, será garantida, em todas as suas fases, a
participação de entidades representativas da sociedade civil através de
audiências públicas e outros meios.

Art. 113º - A operacionalização do Plano Diretor dar-se-á mediante a implantação de


sistema de planejamentos e informações, objetivando a monitoração e o
controle das ações e diretrizes setoriais.

PARÁGRAFO ÚNICO – Os bens do patrimônio municipal devem ser cadastrados,


zelados e tecnicamente identificados, especialmente as
edificações de interesse administrativo, as terras públicas e
a documentação dos serviços públicos, devendo o Poder
Executivo manter cadastro atualizado dos imóveis do
Patrimônio Estadual e Federal, situado no Município.

SEÇÃO II
DO TRANSPORTE PÚBLICO E SISTEMA VIÁRIO

Art. 114º - Incumbe ao Município, respeitada a Legislação Federal e Estadual, planejar,


organizar, dirigir, coordenar, executar, delegar e controlar a prestação de
serviços ou de utilidade pública, relativos a transporte coletivo e individual
de passageiros, tráfego, trânsito e sistema viário municipal.

§ 1º - Os serviços a que se refere o artigo incluindo o de transporte escolar,


serão prestados diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, nos termos da Lei.

§ 2º - O Poder Público poderá criar autarquia com a incumbência de


planejar, organizar, coordenar, executar, fiscalizar e controlar o
transporte coletivo e de táxi, tráfego e sistema viário municipal.

§ 3º - A implantação e conservação de infra-estrutura viária será de


competência de autarquia municipal, incumbindo-lhe a
elaboração do programa gerencial das obras respectivas.

§ 4º - As diretrizes, objetivos e metas da administração pública, nas


atividades setoriais de transporte coletivo serão estabelecidas em
Lei que instituir o plano plurianual, de forma compatível com a
política de desenvolvimento urbano, definida no Plano Diretor.

§ 5º - É obrigatória a manutenção de linhas noturnas de transporte coletivo


em toda área do município, racionalmente distribuída pelo órgão ou
entidade competente.

§ 6º - As vias integrantes dos itinerários das linhas de transporte coletivos


de passageiros terão prioridades para pavimentação e conservação.

SEÇÃO III
DA HABILITAÇÃO

Art. 115º - Compete ao Poder Público formular e executar a política habitacional


visando a ampliação da oferta de moradia destinada priorotariamente à
população de baixa renda e aos servidores públicos municipais, bem
como a melhoria das condições habitacionais.

§ 1º - Para os fins deste artigo o Poder Público atuará:


I – Na oferta de habitações e de lotes urbanizados, integrados a
malha urbana existente;

II – Na definição de área essenciais;

III – Na implantação de programas para a redução do custo de


materiais de construção;

IV – No desenvolvimento de técnicas para o barateamento final da


construção;

V – Incentivo à cooperativas habitacionais;

VI – Na regularização fundiária e urbanização específica de


favelas e loteamentos;

VII – Na assessoria à população em matéria de usucapião urbano;

VIII – Em conjunto com os municípios da região visando ao


estabelecimento de estratégias comum de atendimento a
demanda regional, bem como à viabilização de formas
consorciadas de investimentos no setor.

TÍTULO VII
DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL

Art. 116º - O Poder Público Municipal desenvolverá programas de desenvolvimento


rural, destinados a fomentar a produção agropecuária, organizar o
abastecimento alimentar e fixar o homem no campo, compatibilizados
com as ações similares postas em prática pelo Governo da União e do
Estado.

Art. 117º - Os programas de que trata o artigo anterior terão por objetivo precípuo
garantir tratamento especial à propriedade agrícola, de modo a que atenda
a sua função social.

Art. 118º - A política será planejada e executada na forma da Lei, respeitando-se as


inclinações municipais, com a participação do setor de produção, reunindo
produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em
consideração especialmente:

I – Os instrumentos creditícios e fiscais;


II – Os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de
comercialização;

III – O incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV – O seguro agrícola;

V – A assistência técnica e a extensão rural;

VI – O cooperativismo;

VII – A eletrificação rural;

VIII – A habitação para o trabalhador rural.

TÍTULO VIII
DO PODER DE POLÍCIA

Art. 119º - O Poder Público Municipal exercerá a polícia administrativa sobre os bens e
as atividades das pessoas, visando a disciplinar as condutas e a conter
comportamentos prejudiciais ao interesse coletivo, cumprindo-lhe exercer o
controle, especialmente:

I – Das edificações, dos parcelamentos urbanos, do uso e da ocupação do


solo;

II – Da limpeza e da higiene das praças, logradouros e demais espaços


públicos, bem assim das habitações, dos hotéis, de motéis, dos bares,
dos restaurantes, matadouros, açougue e demais estabelecimentos em
geral de utilização pública;

III – Dos estabelecimentos e espaços em geral de diversão pública,


objetivando o resguardo do sossego e da moralidade pública;

IV – Da utilização das vias e passeios públicos, visando a facilitar o


trânsito de veículos e o tráfego de pessoas;

V – Da exploração dos meios de publicidade, de forma a garantir a


proteção aos monumentos, prédios e edificações em geral, bem assim
à paisagem urbana;

VI – Do funcionamento dos estabelecimentos comerciais e industriais, bem


como os de serviços, regulamentando, inclusive, os plantões de
farmácias, o comércio ambulante e feiras livres;

VII – Das atividades nos cemitérios, relativas a sepultamentos, exumações,


cremações e transladações de cadáveres;
VIII – Dos mercados públicos e, no que couber, dos instrumentos de pesar
e medir.

Art. 120º - A Lei disporá sobre as sanções sobre as sanções aplicáveis em razão do
exercício do poder de polícia, sempre que ocorrente inobservância das
posturas municipais.

Art. 121º - São atributos do poder de polícia a coercibilidade, a discricionariedade e a


auto-executoriedade.

TÍTULO IX
DA ORDEM ECONÔMICA

Art. 122º - O Município, na sua circunscrição territorial e dentro de sua competência


constitucional, assegura a todos dentro dos princípios da ordem
econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre
iniciativa, existência digna, observados os seguintes princípios:

I – Autonomia municipal;

II – Propriedade privada;

III – Função social de propriedade;

IV – Livre concorrência;

V – Defesa do consumidor;

VI – Defesa do meio ambiente;

VII – Redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII – Busca do pleno emprego;

IX – Tratamento favorecido para as cooperativas e empresas brasileiras de


pequeno porte e microempresas.

§ 1º - É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade


econômica independentemente de autorização dos órgãos públicos
municipais, salvo nos casos previstos em Lei.

§ 2º - Na aquisição de bens e serviços, o Poder Público Municipal dará


tratamento preferencial, na forma da Lei, as empresas brasileiras de
capital nacional.
§ 3º - A exploração direta da atividade econômica, pelo município, somente
será possível para atender aos imperativos da Segurança Nacional
ou o relevante interesse coletivo, na forma da Lei que, dentre outros
especificará as seguintes exigências para as empresas públicas e
sociedades de economia mista ou entidade de criar ou manter:

I – Regime Jurídico das empresas privadas, inclusive quanto as


obrigações trabalhistas e tributárias;

II – Subordinação a Secretaria Municipal;

III – Proibição de privilégios fiscais não extensivos ao setor


privado;

IV – Adequação da atividade ao Plano Diretor, ao Plano Plurianual


e as Diretrizes Orçamentárias;

V – Orçamento anual aprovado pelo Poder Público Municipal.

Art. 123º - Fica criada a Comissão Municipal de Defesa do Consumidor COMDECON


– visando assegurar seus direitos e interesses, na forma da Lei;

TÍTULO X
DA RDEM SOCIAL
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 124º - A Ordem Social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o
bem estar e a Justiça Social.

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 125º - A Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações e


iniciativas dos Poderes Públicos e da Sociedade, destinadas a assegurar os
direitos relativos a saúde, a previdência e assistência social.

§ 1º - A Lei organizará a seguridade social respeitados os seguintes


princípios básicos:

I – Universalidade da cobertura e do atendimento;


II – Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;

III – Seletividade e distributividade na prestação dos bens e


serviços;

IV – Caráter democrático e descentralizado da gestão


administrativa, com a participação da coletividade, em
especial de trabalhadores, empresários e aposentados;

V – Promoção das condições necessárias para fixação do


homem no campo;

§ 2º - O orçamento do Município identificará e estimará as receitas


destinadas ao financiamento das ações e serviços relativos à
seguridade social.

§ 3º - Nenhum benefício de serviço de seguridade social será criado,


majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio
total.

SEÇÃO II
DA SAÚDE

Art. 126º - A Saúde é direito de todos os munícipes e dever do Poder Público,


assegurada mediante política sociais e econômicas que visem a eliminação
do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário
às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 127º - Para atingir esses objetivos o Município, promoverá em conjunto com a
união e o Estado:

I – O acesso à terra e aos meios de produção;

II – Condições dignas de trabalho, saneamento, moradia, alimentação,


educação, transporte e lazer;

III – Respeito ao meio ambiente e controle da poluição ambiental;

IV – Acesso universal e igualitário de todos os habitantes do Município às


ações e serviços de promoção, proteção e recuperação de saúde sem
qualquer discriminação;

V – Direito à obtenção de informações e esclarecimentos de interesse da


saúde individual e coletiva, assim como as atividades desenvolvidas
pelo sistema.
Art. 128º - As ações e serviços de saúde são de natureza pública, cabendo ao Poder
público sua normatização e controle, devendo sua execução ser feita
preferencialmente através de serviços públicos e, complementarmente
através de serviços de terceiros.

PARÁGRAFO ÚNICO – É vedada a cobrança ao usuário pela prestação de serviços


de assistência à saúde mantidos pelo Poder Público ou
serviços privados contratados ou conveniados pelo Sistema
Único de Saúde.

Art. 129º - São competência do Município, exercidas pela Secretaria de Saúde ou


equivalentes:

I – Instituir planos de carreira para os profissionais de saúde baseados nos


princípios e critérios aprovados em nível nacional observando ainda
pisos salariais nacionais e incentivo à dedicação exclusiva e tempo
integral, capacitação e reciclagem permanentes, condições adequadas
de trabalho para a execução de suas atividades em todos os níveis;

II – A assistência à saúde;

III – A elaboração e atualização periódica do plano municipal de saúde,


em termos de prioridades e estratégias municipais, em consonância
com o plano estadual de saúde e de acordo com as diretrizes do
Conselho Municipal de Saúde e aprovados em Lei;

IV – A elaboração e atualização da proposta orçamentária do SUS para o


município;

V – Comando do SUS no âmbito do município, em articulação com a


Secretaria Estadual de Saúde;

VI – A proposição de projetos de Leis Municipais que contribuem para


viabilização e concretização do SUS no Município;

VII – A administração do Fundo Municipal de Saúde;

VIII – A compatibilização e complementação das normas técnicas do


Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, de
acordo com a realidade do Município;

IX – O planejamento e execução das ações de controle das condições e


dos ambientes de trabalho e dos problemas de saúde com eles
relacionados;

X – A administração e execução das ações e serviços de saúde e de


promoção nutricional, de abrangência municipal ou intermunicipal;
XI – A formulação e implementação da política de recursos humanos na
esfera municipal, de acordo com as políticas nacional e estadual de
desenvolvimento de recursos humanos para a saúde;

XII – A implementação do Sistema de Informação em Saúde;

XIII – O acompanhamento, avaliação e divulgação dos indicadores


morbi-mortalidade;

XIV – O planejamento e execução das ações de vigilância sanitária e


epidemiológica e de saúde do trabalhador;

XV – O planejamento e execução, das ações e controle do meio ambiente


e de saneamento básico;

XVI – A normatização e execução da política nacional de insumos e


equipamentos para a saúde;

XVII – A execução, dos programas e projetos estratégicos para o


enfrentamento das prioridades nacionais, estaduais e municipais,
assim como situações emergenciais;

XVIII – A complementação das normas referentes às relações com o setor


privado e a celebração de contratos com serviços privados;

XIX – A organização de Distritos Sanitários com alocação de recursos


técnicos e práticas de saúde adequadas a realidade epidemiológica
local, observados os princípios de regionalização e hierarquização;

XX – A celebração de consórcios intermunicipais para formação de


Sistema de Saúde quando houver indicação técnica e concenso das
partes;

PARÁGRAFO ÚNICO – Os limites de Distritos Sanitário referidos no inciso XIX do


presente artigo, constarão do Plano Diretor do Município e
serão fixados segundo os seguintes critérios:

a) Área geográfica de abrangência;

b) A discrição da clientela;

c) Resolutividade dos serviços a disposição da população;

Art. 130º - Ficam criados no âmbito do Município, duas instâncias colegiadas de caráter
deliberativo: a Conferência e o Conselho Municipal de Saúde.
PARÁGRAFO 1º - A Conferência Municipal de Saúde, convocada pelo Prefeito
Municipal de Saúde com ampla representação da comunidade
objetiva avaliar a situação do Município e fixar as diretrizes da
política municipal de saúde.

PARÁGRAFO 2º - O Conselho Municipal de Saúde, com o objetivo de formular e


controlar a execução da política municipal de saúde, inclusive
nos aspectos econômicos e financeiros e compostos
paritariamente pelo governo, representantes de entidades
prestadoras de serviços de saúde, usuários e trabalhadores do
SUS, devendo a Lei dispor sobre sua organização e
funcionamento.

Art. 131º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do


Sistema Único de Saúde, mediante contrato de direito público ou
convênio, tendo preferências as entidades filantrópicas e as sem fins
lucrativos.

PARÁGRAFO ÚNICO – As pessoas físicas e as pessoas jurídicas de direito privado,


quando participarem do Sistema Único de Saúde, ficam
sujeitas às suas diretrizes e às normas administrativas
incidentes sobre o objeto de convênio ou de contrato.

Art. 132º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílio ou subvenções as


instituições privadas com fins lucrativos.

Art. 133º - Os sistemas e serviços de saúde, privativos de funcionários da administração


direta e indireta deverão ser financiados por seus usuários sendo vedada a
transferência de recursos públicos ou qualquer tipo de incentivo fiscal
direto ou indireto para os mesmos.

Art. 134º - O Sistema Único de Saúde no âmbito do Município será financiado com
recursos do orçamento do Município, do Estado, da União, da Seguridade
Social, além de outras fontes.

PARÁGRAFO 1º – O conjunto dos recursos destinados às ações e serviços de saúde no


Município constituem o fundo municipal de saúde, conforme Lei
Municipal.

PARÁGRAFO 2º - O montante das despesas de saúde não será inferior a 20% (vinte
por cento) das despesas globais do orçamento anual do Município,
computadas as transferências constitucionais.
SEÇÃO III
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 135º - A Assistência Social é direito de todos e dever do Poder Público, através de
políticas sociais e econômicas capazes de assegurar assistência à
comunidade.

Art. 136º - A Assistência Social compreende o atendimento das necessidades básicas


ao:

I – Menor carente;

II – Idoso;

III – População em situação de calamidade;

IV – Excepcionais;

V – Trabalhadores em situação de carência.

Art. 137º - As ações e serviços de Assistência Social são de natureza pública, cabendo
ao Município a sua normatização e controle, e devem ser executadas
preferencialmente pelo Poder Público, apoiados pelos serviços de terceiros,
particular e filantrópico, sem fins lucrativos.

Art. 138º - É vedada a cobrança, ao usuário, pela prestação de serviços de Assistência


Social.

Art. 139º - O Município será executador das políticas sociais, tendo como
competências:

I – Comando da Política Social no âmbito do Município em articulação


como Estado e a União;

II – Elaboração e atualização periódica do plano municipal de


Assistência Social;

III – Compatibilização e complementação de normas técnicas, do órgão


correspondente a nível Estadual e Nacional, de acordo com a
realidade municipal.

IV – Proposição de projetos de Leis Municipais que contribua para


concretizar a política de Assistência Social.
Art. 140º - As instituições privadas e filantrópicas participarão da política de
Assistência Social do Município mediante contrato de direito público ou
convênio.

Art. 141º - A Política de Assistência Social será financiada com recursos provenientes
do orçamento do Município, do Estado e da União.

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
SEÇÃO I
DA EDUCAÇÃO

Art. 142º - A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Art. 143º - O dever do Poder Público com a Educação observadas as normas


constitucionais, será efetuado com base nos seguintes princípios:

I – Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento,


a arte e o saber;

III – Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

IV – Garantia de padrão de qualidade;

V – Orientação do processo educacional de modo a formar uma


consciência de respeito mútuo entre os cidadãos,
independentemente de sexo, cor, raça ou origem;

VI – Garantia de gestão democrática de ensino público municipal, na


forma da Lei complementar;

VII – Valorização dos profissionais de ensino garantindo, na forma da


Lei, plano de carreira para o magistério público, com piso salarial
profissional, assegurando regime jurídico único para todas as
instituições mantidas pelo Município;

VIII – Elaboração do Plano Municipal de Educação de duração


plurianual.
Art. 144º - O dever do Poder Público Municipal com a Educação, em comum com o
Estado e a União, será efetivado mediante garantia de:

I – Manutenção de ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive


para os que a ele não tiverem acesso na idade própria;

II – Extensão progressiva de gratuidade e obrigatoriedade ao ensino de


primeiro e segundo graus;

III – Oferecimento de ensino noturno regular, adequado às condições do


educando;

IV – Atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de


programas suplementares de material didático escolar, transporte,
alimentação e saúde, destinados à clientela do ensino fundamental
sob a coordenação de profissionais de serviço social, com a
participação da comunidade escolar;

V – Atendimento, em creches e pré-escolas, às crianças na faixa etária de


até seis anos, assegurando-lhes assistências pedagógicas, médicas,
psicológicas e nutricional adequadas a seus diferentes graus de
desenvolvimento;

VI – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação


artística, segundo a capacidade de cada um;

VII–Atendimento educacional especializado aos portadores de


necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino
garantindo-lhes recursos humanos, e equipamentos inerentes à sua
educação, habitação e reabilitação;

VIII – Asseguramento às pessoas portadoras de necessidades especiais, o


direito à educação básica e profissionalizantes obrigatória e gratuita,
sem limite de idade desde o nascimento;

IX – Garantia aos portadores de necessidades especiais, de atendimento


adequado em todos os níveis de ensino.

PARÁGRAFO 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público


subjetivo;

PARÁGRAFO 2º - O não oferecimento de ensino obrigatório pelo Poder público, ou


sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoria
competente;
PARÁGRAFO 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino
fundamental fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou
responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 145º - O Município em convênio com o Estado e a União organizará seu sistema
de ensino.

PARÁGRAFO 1º - O Município atuará prioritariamente no ensino fundamental e pré-


escolar.

PARÁGRADO 2º - O Município receberá assistência técnica e financeira da União e


do Estado para o desenvolvimento de seu sistema de ensino e o
atendimento prioritário à escolaridade obrigatória.

Art. 146º - O Plano Municipal de Educação, de duração plurianual, visará a articulação


e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, à integração das
ações do Poder Público e à adaptação ao Plano Nacional e Estadual, com os
objetivos de:

I – Erradicação do analfabetismo;

II – Universalização do atendimento escolar;

III – Melhoria da qualidade do ensino;

IV – Formação para o trabalho;

V – Promoção humanística, científica e tecnológica.

PARÁGRAFO ÚNICO – O plano dispõe o Caput deste artigo será encaminhado, pelo
chefe do Executivo, para exame e aprovação, à Câmara
Municipal até o dia 31 de setembro do ano imediatamente
anterior ao início de sua execução.

Art. 147º - Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental de maneira a
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e
artísticos, nacionais e regionais de acordo com Lei complementar.

Art. 148º - A Educação Religiosa constituirá área de ensino de oferta obrigatória pelas
escolas públicas municipais, guardando os seguintes princípios:

I – Facultabilidade de matrícula;
II – Compatibilidade do conteúdo programático aos diferentes credos e
cultos;

III – Docência, em relação a cada credo, por professores credenciados pela


autoridade religiosa correspondente.

Art. 149º - O Município de Porto Real do Colégio, aplicará anualmente nunca menos de
25% (vinte e cinco por cento), da receita resultante de impostos, inclusive a
proveniente de transferências, para a manutenção e desenvolvimento do
ensino público.

PARÁGRAFO 1º - Os recursos de que trata o Caput deste artigo destinar-se-ão aos


estabelecimentos oficiais da rede do ensino público municipal e,
de forma a garantir sua ampliação, conservação e melhoria,
visando atender plenamente a demanda, podendo ser destinados
às instituições de ensino que atendam as exigências do artigo
213º da Constituição Federal.

PARÁGRAFO 2º - A aplicação adversa a que se destinam, retenção, desvio ou


manipulação dos recursos de que trata este artigo, terá os
responsáveis punidos administrativamente, penalmente e
civilmente, na forma da Lei, conforme for o caso, ressarcindo-os
acrescidos de juros de mora, correção monetária, multa e demais
encargos.

Art. 150º - Ficam asseguradas aos servidores públicos da Educação do Município de


Porto Real do Colégio, condições de trabalho com digna, remuneração justa
e pontual, atendidas no mínimo as condições editadas nos artigos 7º e 39º
da Constituição Federal.

Art. 151º - O Sistema Municipal de Ensino de Porto Real do Colégio, instituirá o seu
Conselho Municipal de Educação, mediante Lei específica, que definirá a
esfera de suas atribuições, sua composição, critérios de representação
participativa das instituições, dos pais dos educandos, dos órgãos de
representação dos estudantes e dos professores e adotará outras
providências correlatas.

SEÇÃO II
DA CULTURA

Art. 152º - O Poder Público Municipal manterá um Conselho de Preservação do


Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural, órgão colegiado
com a participação de representantes de entidades da sociedade civil, com
a competência de adotar medidas para a defesa e a valorização do
patrimônio histórico, artístico e cultural do Município.

Art. 153º - O Poder Público Municipal, promoverá programa de criação e utilização de


equipamentos e espaços culturais de formação de público, e de estímulo à
produção artística, assegurando ampla participação da comunidade artístico
cultural local na gestão e nas decisões dos projetos e das atividades.

Art. 154º - O Poder Público Municipal promoverá a preservação da memória municipal


e o apoio à cultura popular, garantindo-lhe o acesso aos recursos
necessários para a livre expressão da criatividade do povo.

Art. 155º - O Poder Público Municipal estimulará o desenvolvimento das ciências, das
letras e das artes, incentivará a pesquisa e o ensino científico e tecnológico,
amparará a cultura e protegerá de modo especial os documentos, as obras e
os locais de valor histórico ou artístico os movimentos e as paisagens
naturais notáveis.

Art. 156º - Lei Complementar disporá sobre a proteção do patrimônio histórico,


artístico, cultural e paisagístico do povo de Porto Real do Colégio,
estabelecendo as condições de uso e de desfrute dos bens que o integram,
bem como instituindo mecanismos de controle quanto ao tombamento,
preservação e à guarda.

Art. 157º - Observado o que dispuser a Legislação Federal e Estadual, serão punidos
todos os danos e ameaças ao patrimônio cultural da comunidade.

Art. 158º - Os órgãos considerados por Lei, como patrimônio público, serão isentos da
taxação fiscal, impostos de qualquer natureza, no âmbito municipal.

SEÇÃO IV
DO DESPORTO

Art. 159º - Serão fomentadas, pelo Município, as práticas esportivas formais e não-
formais, observando-se os seguintes princípios:

I – Autonomia das entidades desportivas, dirigentes e associações quanto


a sua organização e funcionamento;

II – Destinação de recursos públicos para a promoção prioritária de


desporto educacional, e em casos específicos, para a do desporto de
alto rendimento;
III – Tratamento diferenciado para o desporto profissional e não
profissional;

IV – Proteção e incentivo às manifestações desportivas de criação


nacional;

V – Reserva de área destinada a praça e campos de esportes, de


obrigatoriedade nos projetos de urbanização e de unidades
escolares;

VI – Concessão de bolsas de estudos aos atletas integrantes de


representações municipais das diversas modalidades esportivas.

PARÁGRAFO ÚNICO – A Lei disporá sobre a origem dos recursos financeiros para
aplicação nos desportos e os critérios de distribuição e de
repasse dos recursos públicos municipais às entidades e
associações desportivas e para o desporto educacional.

Art. 160º - O Poder Público estimulará o lazer como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE, DO IDOSO E DO
PORTADOR DE NECESSIDADE ESPECIAL

Art. 161º - A família, base da sociedade, tem especial proteção do Município, nos
termos do que estabelece a Constituição Federal em seu artigo nº 226º e
parágrafos.

Art. 162º - É dever da família, da sociedade e do município assegurar à criança e ao


adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.

Art. 163º - O Município promoverá programas de assistência integral à saúde da criança


e do adolescente, admitida a participação de entidades não-governamentais,
obedecendo os seguintes preceitos;

I – Aplicação de um percentual significativo dos recursos públicos


destinados à saúde na assistência materna infantil;
II – Criação e implementação de programas de prevenção e atendimento
especializado aos portadores de necessidades especiais, bem como de
integração social do adolescente portador de necessidade especial,
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação
do acesso aos bens e serviços coletivos com a eliminação de
preconceitos e obstáculos arquitetônicos;

III – Criação e implementação de programas de prevenção e atendimento


especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecentes
e drogas afins.

Art. 164º - As crianças portadoras de necessidades especiais têm a garantia do


Município para o ensino fundamental e o atendimento em creche e pré-
escola.

PARÁGRAFO ÚNICO – As instituições educacionais públicas, assim como as


particulares, deverão oferecer vagas em todos os graus de
ensino regular ou classes especiais às pessoas portadoras
de necessidades especiais.

Art. 165º - Os órgãos da administração direta e indireta do Município que lidam de


alguma forma com a criança e adolescente terão como exclusiva diretriz a
proteção aos mesmos, nos termos do artigo 227º da Constituição Federal.

Art. 166º - O Município incentivará entidades particulares comunitárias atuantes na


política do bem-estar da criança, do adolescente, da pessoa portadora de
necessidades especiais e do idoso, devidamente registradas nos órgãos
competentes, subvencionando-as com auxílio financeiro e amparo técnico.

Art. 167º - O Município manterá programas destinados à assistência, à família,


incluindo:

I – Serviços de orientação psico-social às famílias de baixa renda,


competindo ao Município propiciar recursos técnico-financeiros para
a implementação e funcionamento desses serviços;

II – Criação e manutenção de serviços de prevenção e orientação e de


recebimento e encaminhamento de denúncias referentes a violência
no âmbito das relações familiares;

III – Criação de casas destinadas ao acolhimento de mulheres, crianças e


adolescentes vítimas de violência familiar;
IV – Assistência Jurídica, incentivos fiscais e subsídios ao acolhimento,
sob a forma de guarda, da criança ou adolescentes órfãos ou
abandonados.

Art. 168º - Os programas de atendimento à criança e ao adolescente serão realizados


com recursos previstos no orçamento municipal e obedecerão as normas
gerais e diretrizes da esfera Estadual e Federal.

Art. 169º - O Município definirá normas gerais de proteção à infância e a adolescência,


a partir da discussão entre as instituições municipais, estaduais e
organizações representativas da população, com base nos seguintes
diretrizes:

I – Descentralização do atendimento, considerando a comunidade a


instância básica de execução do programa;

II – Priorização do atendimento em meio aberto, mantendo vínculos


familiares e comunitários;

III – Orientação pedagógica voltada para a promoção da cidadania;

IV – Adoção de mecanismos colegiados, garantindo a participação de todos


os segmentos da sociedade na formulação das políticas e no controle
das ações e dos recursos;

V – Investimento em recursos humanos.

Art. 170º - O Município prestará as comunidades, cooperação técnica e financeira para


a execução dos programas destinados às crianças e adolescentes.

Art. 171º - O Município prestará apoio técnico financeiro às entidades beneficentes e de


assistência social que executam programas sócio-educativos destinados a
crianças e adolescentes carentes.

PARÁGRAFO ÚNICO – O Município adotará critérios simples e classes de repasse


de verbas às entidades sociais, sem qualquer dependência
política-partidária.

Art. 172º - O Município deve assumir prioritariamente o amparo e a proteção às


crianças e adolescentes em situação de risco e os programas devem
atender as características culturais e sócio-econômicas locais.
PARÁGRAFO ÚNICO – São consideradas em situações de risco, crianças e
adolescentes:

I – Explorados no mundo do trabalho;

II–Envolvidos em esquemas de profissionalização


irregular, como roubo, tráfico de drogas,
mendicância, prostituição;

III – Forçados a fazerem da rua seu espaço de trabalho e


habilitação;

IV – Autores de infração penal;

V – Envolvidos com o uso de drogas;

VI – Confinados em instituições.

Art. 173º - O Município tem o dever de proporcionar às pessoas portadoras de


necessidades especiais e às pessoas idosas segurança econômica,
condições de habilitação e convívio familiar e comunitário que evitem o
isolamento ou marginalização social.

PARÁGRAFO ÚNICO – A Política Municipal de promoção social deve prever


medidas de caráter econômico, social e cultural no sentido
de proporcionar às pessoas portadoras de necessidades
especiais e às pessoas idosas oportunidades de realização
pessoal, através da participação ativa na vida da
comunidade.

Art. 174º - O Poder Público Municipal garantirá o livre acesso a edifícios públicos e ao
transporte coletivo, mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas,
ambientes e adaptação dos meios de transporte.

Art. 175º - O Poder Público Municipal garantirá o direito à informação e à


comunicação, considerando-se as adaptações necessárias para as pessoas
portadoras de necessidades especiais.

Art. 176º - O chefe do Poder Executivo isentará dos impostos municipais as atividades
relacionadas ao desenvolvimento e pesquisa, produção e comercialização
de material ou equipamento especializado para as pessoas portadoras de
necessidades especiais.
Art. 177º - Fica instituído o Conselho Municipal de Defesa dos Direitos dos Portadores
de Necessidades Especiais, que atuará como órgão consultivo e deliberativo
dos poderes do Município.

CAPÍTULO V
DO MEIO AMBIENTE

Art. 178º - O Município assegurará o direito à qualidade de vida e à proteção do meio


ambiente.

Art. 179º - Visando à consecução dos objetivos a que se refere o artigo anterior,
incumbe ao Poder Público Municipal:

I – Estabelecer legislação apropriada, na forma do disposto no artigo 30º,


inciso I e II , da Constituição Federal;

II – Definir políticas setoriais específicas, assegurando a coordenação


adequada dos órgãos direta ou indiretamente encarregados de sua
implantação;

III – Zelar pela utilização racional e sustentada dos recursos naturais e,


em particular, pela integridade do patrimônio ecológico, genético,
paisagístico, histórico, arquitetônico, cultural e arqueológico, em
benefício das gerações atuais e futuras;

IV – Instituir sistemas de unidades de conservação;

V – Estimular e promover o reflorestamento ecológico em áreas


degradadas, objetivando especialmente:

a) A recomposição paisagística;

b) A proteção das bacias hidrográficas, e dos terrenos sujeitos à


erosão ou inundações;

VI – Estabelecer critérios, normas e padrões de proteção ambiental nunca


inferiores aos padrões internacionais aceitos;

VII – Controlar e fiscalizar as instalações, equipamentos e atividades que


comportam risco efetivo ou potencial para a qualidade de vida e o
meio ambiente;

VIII – Condicionar a implantação de instalações e atividades efetiva ou


potencialmente causadoras de significativas alterações do meio
ambiente e da qualidade de vida à prévia elaboração de estudo de
impacto ambiental, a que se dará publicidade;
IX – Determinar a realização periódica, por instituição capacitada e,
preferencialmente, sem fins lucrativos, de auditoria ambiental e
programas de monitoragem que possibilitem a correta avaliação e a
minimização da poluição, às expensas dos responsáveis por sua
ocorrência;

X – Celebrar convênios com universidades, centros de pesquisas,


associações civis e organizações sindicais nos esforços para
garantir e aprimorar o gerenciamento ambiental;

XI – Garantir o acesso da população às informações sobre as causas


poluidoras e da degradação ambiental;

XII – Promover a conscientização da população e a adequação do ensino


de forma a difundir os princípios e objetivos da proteção ambiental;

XIII – A conservação e proteção das águas, e a inclusão, no Plano Diretor


Municipal, de áreas de preservação daqueles utilizáveis para
abastecimento às populações;

XIV – O zoneamento das áreas inundadas, com restrição à edificação em


áreas sujeitas a inundações;

XV – A implantação de programas permanentes de racionalização do uso


das águas para abastecimentos públicos, industrial e para irrigação
com a finalidade de evitar desperdícios;

XVI – Criar mecanismos de entrosamento com outras instâncias do poder


público que atuem na proteção do meio ambiente e áreas correlatas
sem prejuízo da competência e da autonomia municipal.

§ 1º - É vedada a implantação e aplicação de atividades poluidoras cujas


emissões possam causar ao meio ambiente condições em desacordo
com as normas e padrões de qualidade ambiental.

§ 2º - Os prazos para atendimentos dos padrões de emissão serão fixados


juntamente com sua promulgação e não poderão ser superiores a 02
(dois) anos.

§ 3º - O Poder Público divulgará, anualmente os seus planos, programas e


metas para recuperação da qualidade ambiental, incluindo
informações detalhadas sobre a alocação dos recursos humanos e
financeiros, bem como relatório de atividades e desempenho
relativo ao período anterior.

§ 4º - São instrumentos de execução da política municipal de meio


ambiente estabelecida nesta Lei Orgânica.

I – A criação de unidade de conservação tais como área de preservação


permanente, de proteção ambiental de relevante interesse ecológico ou
cultural, parques municipais e reservas biológicas, estações
ecológicas;

II – O tombamento de bens;

III – A sinalização ecológica;

IV – A fixação de normas e padrões municipais como condição para o


licenciamento de atividades potencialmente poluidoras;

V – A permanente fiscalização de cumprimento das normas de padrões


ambientais estabelecidas na Legislação Federal, Estadual e
Municipal;

VI – O estabelecimento de sanções administrativas de caráter progressivo


a empresas e estabelecimentos que exerçam atividades poluidoras até
a própria interdição da atividade;

VII – A criação, instalação e o permanente funcionamento de um


Conselho Municipal de Proteção ao Meio Ambiente cuja
competência será definida em Lei e terá a seguinte composição:

a) Dois membros indicados pelo Poder Executivo;

b) Dois membros indicados por associações civis que tenham


objetivos primordiais a proteção ao meio ambiente;

c) Dois membros indicados pelo Poder Legislativo;

d) Um membro indicado pelo Ministério Público.

VIII – Concessão de incentivos fiscais e tributários, conforme


estabelecido em Lei, àqueles que:

a) Implantarem tecnologia de produção ou do


controle que possibilitem a redução das emissões
poluentes a níveis significamente abaixo dos
padrões em vigor.

b) A dotarem fontes energéticas alternativas, menos


poluentes.

IX – A proibição de se conceder qualquer espécie de benefícios ou


incentivos fiscais ou creditício àqueles que haja infringido às
normas e padrões da prática ambiental, nos 05 (cinco) anos
anteriores e data da concessão.
X – O Poder Público poderá estabelecer restrinções administrativas de uso
de áreas privadas, objetivando a proteção de ecossistemas e de
qualidade de vida;

§ 1º - Os instrumentos que se refere os incisos I, II, IV, VII e X deste


artigo poderão ser aplicados por Lei ou ato do Poder Executivo;

§ 2º - As limitações administrativas a que se refere o inciso X, serão


averbadas no ofício de Registro de Imóveis no prazo de 03 (três)
meses contados da sua promulgação.

Art. 180º - O Município adotará o princípio poluidor-pagador, devendo as atividades


causadoras de degradação ambiental arcarem integralmente com os custos
de monitoragem, controle e recuperação das alterações do meio ambiente
decorrentes de seu exercício sem prejuízo da aplicação de penalidades
administrativas e da própria sociedade civil.

PARÁGRAFO ÚNICO – O disposto no Caput deste artigo incumbe a imposição de


taxa pelo exercício do poder de polícia proporcional aos
seus custos totais e vinculada a sua operacionalização.

Art. 181º - As infrações a Legislação Municipal de proteção ao meio ambiente serão


objeto das seguintes sanções administrativas:

I – Multa diária, observados, em qualquer caso, os limites máximos


estabelecidos em Lei e aplicável somente quando ainda não houver
sido imposta por outro entre da federação;

II – Negativa de concessão de licença para localização e funcionamento de


outro estabelecimento pertencente à mesma pessoa, titular de
estabelecimento poluidor quando requerida;

III – Perde a restrição de incentivos e benefícios fiscais de qualquer espécie


concedidos pelo Poder Público Municipal;

IV – Suspensão temporária da atividade do estabelecimento;

V – Negativa de renovação da licença para localização, funcionamento de


estabelecimento, ou cassação da licença anteriormente concedida e
fechamento do estabelecimento.

§ 1º - As sanções previstas nos incisos deste artigo serão aplicadas em


caráter sucessivo e cumulativo, conforme o que a respeito dispuser a
regulamentação da presente Lei pelo Poder Executivo, exceto a do
inciso II, que poderá ser aplicada simultaneamente com a do inciso
I.
§ 2º - As penalidades previstas nos incisos IV e V poderão ser impostas
diretamente pelo Município sempre que se tratar de atividade
poluidora de qualquer espécie não licenciada pelo órgão competente
do Poder Público Estadual, nos termos da Lei;

§ 3º - Estando o estabelecimento poluidor no exercício da atividade


licenciada, conforme referido no parágrafo segundo deste artigo, a
aplicação das sanções será requerida pelo Município às
autoridades Federais ou Estaduais competentes, de acordo com o
estabelecido em Lei.

Art. 182º - A criação de unidades de conservação por iniciativa do Poder Público será
imediatamente seguida dos procedimentos necessários à sinalização
ecológica, à regularização fundiária, demarca que é implantação de
estrutura de fiscalização adequada.

PARÁGRAFO ÚNICO – O Poder Público estimulará a criação e a manutenção de


unidade de conservação privada principalmente quando for
assegurado o acesso de pesquisadores e ou visitantes, de
acordo com suas características e na forma do Plano
Diretor.

Art. 183º - Consideram-se áreas de preservação permanente:

I – A cobertura vegetal que contribua para a estabilidade das costas sujeitas à


erosão e deslizamento;

II – As áreas que abriguem exemplares raros, ameaçados de extinção ou


insuficientemente conhecidos da flora e da fauna, bem como daquela
que sirvam como local de pouso, abrigo ou reprodução de espécie;

III – Açude do Município;

IV – Aqueles assim declarados por Lei.

PARÁGRAFO ÚNICO – Nas áreas de preservação permanente não são permitidas


atividades que contribuem para descaracterizar ou
prejudicar seus atributos e funções essenciais, executadas
daquelas destinadas a recuperá-las e, assegurar sua
proteção mediante própria autorização dos órgãos
municipais competentes.

Art. 184º - Fica criado o Fundo Municipal de Conservação Ambiental, destinados à


implementação de projetos de recuperação e proteção ambiental, vedada a
sua utilização para o pagamento de pessoal da administração direta e
indireta.

§ 1º - Constituem-se recursos do Fundo de que trata este artigo, entre


outros:

I – 20% (vinte por cento) do imposto a que se refere o artigo 156º,


inciso III, da Constituição da República;

II – O produto das multas administrativas e de condenações


judiciais por atos lesivos ao meio ambiente;

III – Dotações e créditos adicionais que lhe forem destinados;

IV – Empréstimos, repasse, doações, subvenções, contribuições


legadas ou quaisquer outras transferências de recursos;

V – Rendimentos provenientes de suas aplicações financeiras;

§ 2º - Os recursos destinados do fundo de trata este artigo, serão repassados


assim que ingressarem no Erário Municipal;

§ 3º - A administração do Fundo Municipal de Conservação Ambiental


caberá ao Conselho Municipal de Proteção ao Meio Ambiente.

Art. 185º - Os servidores públicos encarregados da execução da política municipal do


meio ambiente que tiverem conhecimento das infrações às normas padrões
de proteção ambiental deverão comunicar o fato ao Ministério Público e a
Procuradoria Geral do Município para instauração de inquérito civil,
indicando os respectivos elementos de convicção sob pena de
responsabilidade funcional.

PARÁGRAFO ÚNICO – Concluído o inquérito civil pela procedência de denúncia, o


Município ajuizará Ação Civil Pública por Danos ao Meio
Ambiente no prazo de 30 (trinta) dias contando do
recolhimento da denúncia, sempre que o Ministério Público
não o fizer.

Art. 186º - O Poder Público estimulará e privilegiará a coleta e a reciclagem do lixo,


bem como a implantação de um sistema descentralizado de usinas de
processamento de resíduos urbanos, de forma a minimizar impactos
ambientais.

Art. 187º - As atividades poluidoras já instaladas no Município tem o prazo máximo de


01 (um) ano para atender as normas e padrões Federais e Estaduais em vigor
na data da promulgação desta Lei Orgânica.
§ 1º - O prazo máximo a que se refere o Caput deste artigo poderá ser
reduzido em caso particular, a critério do Executivo Municipal, não
devendo servir de argumento, em nenhuma hipótese para justificar
dilatações de prazos estabelecidos por Órgãos Federais e Estaduais
de meio ambiente.

§ 2º - O não cumprimento do disposto no caput deste artigo implicará na


imposição de multa diária e progressiva, retroativa a data do
vencimento do referido prazo e gravidade da infração sem prejuízo
de interdição da atividade.

Art. 188º - As alíquotas de taxa de serviço de limpeza urbana destinadas à implantação


de usinas de processamentos de resíduos serão estabelecidas de forma a
assegurar a implantação de uma capacidade instalada suficiente para
atender as necessidades do Município no prazo de 10 (dez) anos.

PARÁGRAFO ÚNICO – O Poder Executivo encaminhará anualmente à Câmara


Municipal relatório detalhado sobre as medidas adotadas
para cumprir o disposto no caput deste artigo.

Art. 189º - São vedadas no território municipal:

I – A comercialização e caça de animal em extinção;

II – A produção, distribuição e venda de aerosóis que contenham


clorofluorcarbono;

III – A comercialização de adubos químicos perniciosos à saúde de humanos


e animais domésticos;

IV – O armazenamento e eliminação inadequada de resíduos tóxicos de


material radiativo;

PARÁGRAFO ÚNICO – Estas proibições serão regulamentadas por Lei Ordinária.

Art. 190º - O Município, guardados os princípios pertinentes insculpidos na


Constituição do Estado de Alagoas, promoverá a proteção do meio-
ambiente e a preservação dos recursos hídricos disponíveis, visando ao
resguardo da natureza como fonte de vida.

Art. 191º - A instalação, no território do Município, de qualquer obra ou atividade


potencialmente causadora de degradação do meio-ambiente, dependerá de
prévio estudo de impacto ambiental.
Art. 192º - As escolas públicas municipais promoverão a conscientização do aluno do
quanto à necessidade da preservação do meio-ambiente.

Art. 193º - A Lei definirá a Política Municipal de Proteção Ambiental, criando as


condições técnicas para sua implantação, fiscalização e execução.

PARÁGRAFO ÚNICO – A Política Municipal de Proteção Ambiental, incluirá


condutas de preservação dos recursos hídricos.

TÍTULO XIV
DISPOSIÇÕES GERAIS TRANSITÓRIAS

Art. 194º - O Município poderá constituir guarda municipal destinadas à proteção dos
seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a Lei.

§ 1º - A guarda municipal, quanto às atividades operacionais, será


supervisionada pela Polícia Militar;

§ 2º - A guarda municipal é vedado o porte de arma, ressalvada a hipótese


de específica autorização do Secretário de Estado da Segurança
Pública, para condução exclusivamente em serviço.

Art. 195º - A criação de novos cargos públicos na administração direta, autárquica e


fundacional pública, apenas será procedida mediante fixação dos
quantitativos correspondentes e a atribuição de nível, grau e padrão de
vencimentos, respeitado o sistema remuneratório existente, bem como o
estabelecimento de especificações para o provimento.

PARÁGRAFO ÚNICO – Na hipótese de ampliação de quantitativo de cargos já


existente, precisar-se-á a quantidade anterior e aquele
resultante do acréscimo advindo.

Art. 196º - Todo ato de provimento de cargo público obrigatoriamente indicará a


origem da vaga a ser preenchida, precisando, se for o caso, a causa do
desprovimento do seu anterior ocupante.

Art. 197º - As despesas com pessoal ativo e inativo do Município não poderão exceder
65% (sessenta e cinco por cento) do valor da receita corrente.
Art. 198º - Sempre que a despesa com pessoal ultrapassar o limite estabelecido no
artigo anterior, deverá ser promovido o retorno ao padrão autorizado, o que
se fará reduzindo o percentual excedente à razão de um quinto por ano.

Art. 199º - São transferidos ao regime jurídico estatutário, a partir da data da


promulgação desta Lei Orgânica, todos os serviços celetistas que hoje
integram a Administração Municipal.

Art. 200º - Remeterá o Poder Executivo à Câmara de Vereadores:

I – Projeto de Lei instituindo o regime jurídico único dos servidores


municipais, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, a contar da data da
promulgação desta Lei Orgânica;

II – Projeto de Lei fixando o limite máximo e a relação de valores entre a


maior e a menor remuneração dos servidores públicos municipais,
respeitado o teto correspondente aos valores percebidos como
remuneração, em espécie, pelo Prefeito Municipal.

Art. 201º - Esta Lei Orgânica, com as disposições transitórias que a integram, entrará
em vigor na data de sua promulgação.

Porto Real do Colégio, em 05 de abril de 1990.


Atualidades 2023 do Brasil

Atualidades 2023 do Brasil

1
Atualidades 2023 do Brasil

Atualidades 2023 do Brasil

Seja qual for o governo brasileiro em 2023, terá que lidar com um cenário diplomático tenso

No livro deste ano Relações Brasil-China no Século 21, construindo uma Parceria Estratégica
(Palgrave MacMillan), o professor de relações internacionais da Uerj Maurício Santoro mostra como
países no centro da liga mundial, incluindo o Brasil, é preciso estar preparado para reviravoltas na
geopolítica. Os Estados Unidos, que na década de 1970 recorreram diplomaticamente à China para conter
a União Soviética, um passo fundamental na decisão do Brasil de estreitar os laços com Pequim em 1974
sob o comando de Ernesto Geisel, agora reforçam sua posição no lado oposto do campo que fez a
transição da ascensão da China como uma potência econômica. “Qualquer presidente que assumir o
Brasil em 2023 deve levar em conta as crescentes tensões entre Estados Unidos e China e reconhecer a
centralidade de ambos nas questões de comércio exterior e investimentos do Brasil”, diz Santoro neste
debate lida com a situação na China.

Existem análises generalizadas de que o Ocidente não sabe interpretar a situação da China em
temas como a popularidade da política de zero Covid-19, as perspectivas de crescimento e a posição da
China em relação à guerra na Ucrânia. Você concorda com essa avaliação?

A pandemia está limitando as viagens e certamente menos cientistas, empresários e ocidentais em


geral estão prestando atenção ao que está acontecendo no local. Até agora temos uma ideia sobre as
diretrizes gerais do governo. Vemos nas políticas econômicas de Xi Jinping, principalmente desde o início
da pandemia, uma tendência a um maior controle estatal da economia e do setor privado. Especialmente
em algumas áreas-chave, como imóveis e tecnologia da informação. E isso gerou questionamentos e um
cenário de incerteza financeira.

Outro ponto muito claro é a ênfase do governo chinês em manter uma política de zero Covid por
meio de restrições rígidas, apesar da disponibilidade de vacinas que permitiriam uma política mais
flexível. Mas ele manteve o que funcionou para ele no início da pandemia, mas que é muito mais difícil
hoje, com variantes mais contagiosas como o omicron, que são difíceis de controlar simplesmente com o
isolamento. E também pelo estresse psicológico e emocional das pessoas após dois anos de pandemia. As
pessoas querem voltar à vida cotidiana, à sua vida social. E há consequências.

Qual você acha que é o melhor resultado para a China no contexto da guerra na Ucrânia por causa
de sua aliança com a Rússia?

A guerra criou muitos problemas para a China. Embora seja um aliado político próximo da Rússia,
isso não dá à Rússia permissão para fazer nada na Ucrânia. Por exemplo, ele não disse que a Rússia tem o
direito de ocupar territórios neste país e que não ajudará a Rússia militarmente, como os Estados Unidos
e a Europa estão fazendo na Ucrânia.

No caso da China, o apoio foi dado por meios financeiros, abrindo o mercado para produtos russos,
compensando as perdas causadas pelas sanções russas. E até certo ponto com apoio político em fóruns
2
Atualidades 2023 do Brasil

multilaterais, tentando evitar sanções severas contra a Rússia. Seu apoio foi condicionado pelo debate de
que a guerra é um problema, mas o Ocidente é o culpado. Mas isso acontece entre muitos problemas.
Vozes dissonantes são ouvidas na sociedade chinesa entre formadores de opinião, cientistas, diplomatas
que são mais críticos da Rússia e têm que retirar suas declarações da Internet chinesa, sofrendo algumas
restrições. Mesmo dentro da elite do país, há uma percepção de que a aliança com a Rússia tem altos
custos econômicos. Um bom exemplo foi em abril, quando se espalharam rumores sobre a ajuda militar
da Rússia, e a resposta foi uma queda recorde no mercado de ações chinês.

Pós-pandemia, houve um debate sobre a redefinição das cadeias de valor globais introduzidas pela
guerra. Como você avalia a possibilidade de uma grande mudança na ordem atual?

Tivemos recentemente dois grandes choques de desglobalização: a pandemia e as sanções contra a


Rússia por causa da guerra. Isso faz com que muitos governos e empresas ocidentais repensem a
dependência, que agora parece excessiva da China e da Rússia, tanto pela hostilidade política entre esses
países e o Ocidente, quanto pela segurança de suprimentos como a energia. O caso europeu em relação à
Rússia ou as principais contribuições para a política de saúde americana em relação à China. Mas reduzir
esse vício não é fácil. Nos últimos 30 anos, após o colapso da União Soviética e a abertura do comércio
com a China, houve uma nova divisão internacional do trabalho, com deslocamento da indústria para
países em desenvolvimento, desindustrialização na Europa e nos Estados Unidos e consequências
políticas. . Movimentos populistas como o Brexit no Reino Unido e o governo Trump nos EUA são
exemplos disso, estão ligados à insegurança da classe média baixa.

A pergunta que fica sem resposta é se veremos uma mudança de longo prazo que realmente se
aprofundará nos próximos anos, criando algum tipo de globalização controlada, ou se veremos algumas
convulsões em crises e crises, mas de volta ao normal. Neste momento, eu diria que estamos enfrentando
uma mudança mais profunda.

Nesta revisão do multilateralismo, qual é a estratégia da China que alimentou seu crescimento
econômico nas últimas décadas?

A China vem tentando reduzir sua dependência do comércio exterior nos últimos anos, tentando
aumentar a participação do consumo interno no PIB e a autossuficiência em diversos setores industriais
estratégicos, como o de semicondutores. Ambos são bandeiras importantes dos dois primeiros mandatos
de Xi Jinping. Mas o mundo com o qual a China interage hoje é mais hostil do que décadas atrás. Além da
chamada guerra comercial iniciada pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, há uma disputa de
fronteira com a Índia no Mar da China Meridional, as relações com a Europa também se fortaleceram.
Hoje as pessoas já estão pensando no que aconteceria com a economia mundial se a guerra atual
estourasse em alguns anos vejo você na Ucrânia ou em Taiwan. Recentemente, o presidente dos EUA, Joe
Biden, já se posicionou a esse respeito (ele diz que no dia 23 de 05, Biden anunciou durante sua viagem à
Ásia que os Estados Unidos estão prontos para responder militarmente se a China atacar Taiwan). Sempre
houve ambiguidade sobre esse assunto, mas os últimos sinais mostram como essa relação está se
deteriorando.
3
Atualidades 2023 do Brasil

Como você acha que o Brasil deve conduzir sua política externa em meio às crescentes tensões
entre os principais parceiros comerciais?

Qualquer presidente que assumir o Brasil em 2023 terá que levar em conta as crescentes tensões
entre Estados Unidos e China. No governo Bolsonaro, houve um ajuste fundamental à China,
considerando três momentos principais. Primeiro, quando Bolsonaro chegou ao poder, foi o primeiro
presidente desde 1970 a expressar publicamente uma posição crítica ao Estado, mas conduziu o primeiro
ano de seu governo de forma mais ou menos normal. Outro momento ocorre no início da pandemia,
quando o presidente começa a repetir o discurso de Trump no Brasil da China, de que a pandemia está
sendo tratada como um exercício de guerra biológica. E desde o ano passado voltamos a ter uma relação
mais estável, porque o governo brasileiro percebeu os altos custos econômicos e políticos desse conflito
com a China. Um grande símbolo da busca por uma relação mais estável foi permitir que a Huawei
participasse do leilão do 5G no Brasil (o que acabou não acontecendo) quando o governo brasileiro
assumiu a posição americana no conflito diplomático com o Brasil empresa naquela época mim.

Agora é necessário reconhecer a centralidade de ambos os países no comércio exterior e nos


investimentos do Brasil.

Como o Brasil deve reagir se a China manifestar interesse em expandir a região dos Brics, como
aconteceu recentemente?

Quando foram fundados em 2000, os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China, aos quais se
juntou posteriormente a África do Sul) pretendiam ser um instrumento de política externa para promover
reformas nas organizações econômicas globais. Essa agenda foi forte durante os anos do boom global das
commodities, quando o Brasil se comportou de forma mais ambiciosamente reformista na agenda
internacional. Com as crises da última década, esse ímpeto acabou e era hora de olhar para dentro. O
governo de Michel Temer continuou a lidar com a adesão à OCDE e as negociações do acordo comercial
entre a União Europeia e o Mercosul. Que continuou no governo de Bolsonaro, mas de certa forma se
complicou devido às tensões envolvendo Brasil, Estados Unidos e Europa por questões ambientais.

Hoje, a tarefa do Brasil é resolver a instabilidade política interna, nosso conflito interno. Somente
quando isso for acordado poderemos voltar a uma política externa mais alinhada com os objetivos de
desenvolvimento do Brasil.

Temos que esperar especialmente pelos Brics. Algumas questões, incluindo as tensões entre a China
e a Índia, bem como um conflito armado na fronteira no início da pandemia, aumentaram as tensões.
Agora o problema é a Rússia, e os chineses estão tentando promover respostas internacionais em um
momento hostil àquele país e à própria China. Neste ponto, ambos os lados entendem que há um custo
político para se concentrar em um envolvimento mais profundo com a Rússia. O presidente Bolsonaro
sentiu isso quando criticou sua viagem à Rússia antes do início da guerra.

4
Atualidades 2023 do Brasil

Você acha que o Brasil deve apoiar a expansão do BRICS no longo prazo?

Na minha opinião, seria melhor para o Brasil fortalecer o grupo G20, que reúne países ricos e emer-
gentes, e é importante promover o diálogo entre eles em diferentes agendas. Na crise financeira global de
2008, o G20 ganhou maior protagonismo, depois ficou à margem, mas é um fórum importante principal-
mente para defender organizações multilaterais, o direito internacional e criticar o protecionismo. E enfa-
tizar o impacto social das sanções impostas por causa da guerra, principalmente por causa da crise ali-
mentar global emergente, que tem consequências para o alastramento da fome e da pobreza extrema.
Não somos um país rico. Nossa diplomacia deve ajudar a promover o entendimento e encontrar respostas
para essas fragilidades. O próximo governo, seja ele qual for, terá que lidar com esse tenso cenário diplo-
mático.

Juros, inflação, PIB: pessimismo domina projeções para 1º ano do novo governo Lula

Crescimento mais lento, economia global desacelerada, incerteza nas finanças públicas e
possibilidade de elevação da taxa básica de juros. O cenário traçado para 2023 é difícil para a equipe
econômica do novo governo liderado por Fernando Haddad. Nos dois primeiros pregões da B3 do ano, o
dólar subiu e o Ibovespa caiu.

As expectativas continuam a enfraquecer, observa o boletim Focus do Keskusbank. Nas últimas


quatro semanas, as projeções para a taxa Selic ao final de 2023 subiram de 11,75% para 12,25% ao ano. E
a inflação subiu de 5,08% para 5,31%.

"Dependendo do que sair do novo sistema financeiro, o banco central poderá aumentar as taxas de
juros para cerca de 16% ao ano", diz Gabriel Fongaro, economista sênior do Julius Baer Family Office
(JBFO). Atualmente, a Selic está em 13,75%.

Segundo ele, o Congresso tem uma decisão importante a tomar: jogar a crise financeira nas costas
do governo Lula ou não. "O impacto nas taxas de juros é muito difícil de estimar", diz o economista.

O certo é que juros mais altos significarão crescimento mais lento em 2023, segundo Gustavo Sung,
economista-chefe da Suno Research. Depois de um crescimento que pode chegar a 3% em 2022, o PIB
deve crescer bem menos no ano que se inicia. A média de crescimento econômico prevista no Boletim
Focus é de 0,8%.

Um dos maiores efeitos pode ser visto no consumo das famílias, diz Lucas Carvalho, principal
analista da Toro Investimentos. "Mesmo com uma possível política fiscal mais expansionista, a alta da
Selic deve limitar mais o crescimento econômico", diz.

Um fator que fez a economia recuar este ano e não pode ser contabilizado no ano que vem é o
impacto da reabertura, fundamental para o bom desempenho recente do setor de serviços. A inflação
ainda elevada deve afetar o consumo. E se os juros estiverem no mesmo patamar ou até mais altos, o
mercado de trabalho deve perder dinamismo.

5
Atualidades 2023 do Brasil

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) está mais otimista que o mercado. A empresa espera
que o PIB cresça 1,6% até 2023. Segundo o CFO Mário Sérgio Telles, três fatores afetam o valor:

O resultado do aumento de serviços em 2022 também afetará 2023;

O número de funcionários e o salário real continuam crescendo; e

As despesas do setor público estão aumentando.

A indústria, por outro lado, está crescendo apenas 0,3% para a indústria como um todo. O
desempenho não é homogêneo: os produtores de produtos mais sensíveis à renda têm melhor
desempenho do que os mais sensíveis ao crédito.

Um dos pontos fortes da economia brasileira no próximo ano pode ser o agronegócio. Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab) espera 2022/23 safra recorde e preços bons. A produção de grãos do
país está prevista em 312,2 milhões de toneladas, 15% a mais que na safra passada.

Política

Para os analistas, a primeira coisa que os profissionais de mercado devem fazer é analisar a situação
política. Para eles, a incerteza em torno do setor financeiro do governo eleito deve manter a volatilidade
elevada.

Ele argumenta que agora, com a aprovação da PEC transitória, há indícios de que o crescimento
fiscal do país vai desacelerar, mas o cenário ainda precisa ser avaliado com cuidado para entender quais
serão os passos do novo governo.

"Quando a dívida aumenta, é muito difícil imaginar que as expectativas de inflação diminuam",
explica Megale. "A inflação é uma ferramenta que o governo precisa para financiar o grande volume de
dívida que pode ser possível no futuro."

Por falar em inflação, o relatório Focus do Banco Central espera que o Índice de Preços ao
Consumidor (IPCA) permaneça em patamar elevado de 5,23% em 2023, segundo relatório Focus
publicado em 26 de dezembro. A avaliação do Banco Inter está em linha com a do BC, enquanto a
previsão da XP é um pouco menos otimista em 5,4% e a da Sul América é mais positiva em 4,8%.

Com base nesse cenário, a XP empurrou as expectativas de juros, que a corretora previa para o
segundo semestre de 2023, apenas para 2024. O Inter segue apostando no corte da taxa Selic em meados
do ano que vem. A Sul América acredita que os juros devem fechar em 12,25%. O Bank of América vai
ainda mais longe e espera que a taxa Selic termine 2023 em 10,50%. Na última edição do Focus, em
dezembro de 2023, as previsões da Selic subiram para 12% ao ano.

"Isso não só significa que o mercado vai demorar mais para voltar ao nome do crescimento, ou
mesmo adicionar ações, mas também vai aumentar a pressão sobre o resultado do ano que vem",

6
Atualidades 2023 do Brasil

estimam os estrategistas do Bank Of America. "Preços mais altos por mais tempo aumentam os custos
financeiros e enfraquecem a demanda devido a um consumidor já endividado. Atividades sustentáveis e
gastos fiscais não são suficientes para compensar isso."

PIB

Sul América e XP O PIB de Bruno deve crescer ligeiramente no próximo ano, indicando que as
decisões do Banco Central estão ajudando a desacelerar a economia brasileira. Com 1% de XP, a
expectativa é de crescimento, enquanto a Sul América projeta crescimento de apenas 0,3% no período da
pandemia.

Para a Inter Research, no entanto, o PIB desacelerará no próximo ano, mas conseguirá crescer cerca
de 2,5% no acumulado de 12 meses.

Commodities

Apesar de uma queda um pouco maior do que o esperado anteriormente, a visão da XP


Investimentos é que uma eventual abertura de mercado mais consistente na China pode ser positiva para
o Brasil, já que o movimento deve beneficiar o preço de commodities como o minério de ferro.

"Esse cenário pode ser muito positivo para o mercado acionário brasileiro, pois temos muitas
empresas expostas a commodities como minério de ferro e aço, que podem se beneficiar com preços
mais altos das commodities", disse o estrategista da XP, Fernando Ferreira.

O Bank Of America está tentando pensar de uma perspectiva mais realista à medida que os preços
das commodities sobem para níveis muito altos em 2022. “Esperamos que os ganhos das principais
empresas comerciais cresçam em um nível baixo no próximo ano. Acreditamos que Petrobras e Vale não
devem alcançar forte desenvolvimento nos próximos dois anos, porque os preços do petróleo e do
minério de ferro vão cair", estimou o banco.

BofA ainda tem otimismo, como a XP ao longo do ano, isso pode permitir que essas valorizações
dessas empresas se recuperem de níveis muito baixos e criem valor para o Ibovespa."

Em relação ao petróleo, o Inter ainda vê um ano positivo. 80, que ainda é alto em relação ao
período pré-pandemia, mas vai esfriar nos próximos anos, chegando a US$ 65 no longo prazo”, estimou.
Rafaela Vitória, Economista-Chefe e Gabriela Joubert, Analista-Chefe de Research. “Aumento do interesse
em fontes alternativas, porque a agenda ESG está ganhando espaço, tem investimento limitado em
combustíveis fósseis, o que pode prejudicar a dinâmica de oferta e demanda no longo prazo."

Produtos agrícolas, por outro lado, ainda têm perspectivas muito fortes para 2023 como a oferta
mundial permanece l imaginado

7
Atualidades 2023 do Brasil

Assim, a previsão da safra 22/23 do cereal no Brasil continua sendo recorde, com a Conab
estimando uma produção total de 312,2 milhões de toneladas, 15% superior à safra 21/22. A combinação
do cenário externo com as boas perspectivas internas abre as portas para uma expansão mais ampla do
Brasil no exterior.

Ibovespa

Considerando todos os fatores citados acima, o Ibovespa segue cauteloso para mais um ano. Com a
deterioração do cenário internacional e a recessão iminente na Europa, mas não visível nos Estados
Unidos, o mercado de ações brasileiro pode sentir o impacto negativo.

Além disso, apesar da curta recuperação das últimas semanas do ano, que foi de quase 10 mil
pontos pouco antes do Natal, o Ibovespa foi fortemente influenciado por todo o cenário econômico e
político de 2022.

Para o Bank of America, a expectativa é que o índice feche o ano em 135 mil pontos, mais de 20%
acima do nível dos últimos dias. “Apesar de nossa previsão de baixo crescimento do PIB em 2023,
esperamos que as empresas do Ibovespa aumentem os lucros nos próximos dois anos”, estimou o banco.
“Para o próximo ano, temos uma visão um pouco mais cautelosa para a Bolsa brasileira como um todo,
considerando os riscos de uma recessão global e, na parte doméstica, dúvidas sobre quais serão as
políticas no próximo governo”, afirmam os analistas.

Cultura do cancelamento em ambiente virtual

A cultura do cancelamento em ambiente virtual é um dos temas mais discutidos em 2021.

As redes sociais proporcionam um espaço para expressar opiniões sobre o que está acontecendo no
mundo e o que uma pessoa ou grupo está fazendo.

No entanto, essas manifestações muitas vezes assumem dimensões maiores e incontroláveis e


assumem um caráter de alienação e até de agressão nos usuários que as expressam.

Em alguns casos, até mesmo a vida da pessoa em questão e de seus familiares é ameaçada,
provocando uma série de reações problemáticas como síndrome do pânico, suicídio e depressão.

Por ser um tema bastante atual e com muitas abordagens e possibilidades de discussão, a cultura
do cancelamento é um tema possível para a redação do Enemi.

Suspensão do ensino

A pandemia de Covid-19 tem causado profundo impacto na educação no Brasil.


8
Atualidades 2023 do Brasil

Devido à desigualdade social e econômica do país, a introdução do ensino a distância com aulas
virtuais para os alunos não foi suficiente para conter o alto índice de evasão.

Por fim, a maioria dos alunos no Brasil não tem acesso à Internet ou não tem computador para
estudar, por exemplo.

Além das dificuldades do ensino a distância, muitos jovens estudantes têm atrasado seus estudos
principalmente pela necessidade de sustentar suas famílias devido à pandemia.

A evasão escolar é um tema que pode ser muito falado na redação do Enem.

O viés utilizado na prova pode afetar a própria pandemia ao focar no contexto histórico das
dificuldades de aproveitamento escolar, entre outras abordagens.

Saneamento básico

O saneamento básico foi tema de destaque já em 2020 e continua sendo um grande atrativo para o
Enem 2021.

Após a adoção do novo marco sanitário básico em 2020, surgiram diversos dados que mostram o
verdadeiro caráter social do esse atraso

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, quase metade da população
do Brasil (quase 100 milhões de pessoas) tem saneamento e cerca de 35 milhões carecem de água
potável.

Ou seja, a higiene básica é uma questão urgente para o Brasil, por isso é um tema muito importante
para o Enem.

Educação econômica

Durante a apresentação do imposto de renda da pessoa física, uma reclamação muito comum nas
redes sociais é que a escola não prepara o cidadão para questões econômicas.

Embora as denúncias muitas vezes tenham um tom humorístico, esse assunto é realmente
problemático. Afinal, é muito comum que os brasileiros não tenham os conceitos básicos de educação
financeira.

Além disso, o Novo Currículo Nacional Comum do Ensino Médio (BNCC) começou recentemente a
oferecer conceitos básicos de educação financeira que incluem tópicos como taxas de juros, inflação,
impostos e aplicações financeiras.

Ou seja, esse é um tema muito em pauta na sociedade.

9
Atualidades 2023 do Brasil

Nos escritos do Enemi, pode-se tratar a educação econômica deturpando que ainda é preciso
ensinar o básico de economia na escola, por exemplo, para sair das dívidas.

O uso da Internet

A Internet é um tema polêmico que pode ser abordado de diversas formas na redação do Enem.

Um dos pontos relevantes diz respeito à democratização do uso da Internet.

No Brasil, desde 2014, a Lei 12.956 considerou o acesso à Internet um direito de todo cidadão.

No entanto, isso ainda não é uma realidade no país, pois muitos brasileiros não utilizam a Internet.

O contexto da pandemia tornou essa desigualdade ainda mais evidente quando trabalhadores e
estudantes não conseguiram realizar suas tarefas em casa por falta de acesso à Internet.

Além disso, outro aspecto relacionado à Internet que pode ser abordado no exame é a exposição
excessiva a recursos digitais e redes sociais, compreendendo seus efeitos físicos e psicológicos.

Então tem vários assuntos na internet que podem virar tema do Enem. Os candidatos devem estar
cientes disso.

Transporte urbano

O transporte urbano é um assunto que nunca sai da pauta, principalmente no Brasil, onde existem
sérios problemas relacionados ao tema.

Transporte público incerto, falta de planejamento urbano, poluição e falta de incentivo a meios de
transporte alternativos como a bicicleta são alguns dos principais problemas relacionados ao tema.

Este tópico deve examinar a política de transporte público e a falta de investimento em transporte
público e alternativo, o que agrava problemas como o congestionamento.

Bullying e cyberbullying

Bullying e cyberbullying são dois temas que também continuam a ser importantes para a sociedade.

O termo bullying refere-se a "abuso físico e psicológico da vítima pelo agressor" e inclui tudo, desde
xingamentos, ameaças a agressão física.

Cyberbullying é o bullying virtual, ou seja, via e-mail, redes sociais ou programas como Messenger e
WhatsApp.

10
Atualidades 2023 do Brasil

Embora as disciplinas não estejam tão focadas como antes, ambas ainda são disciplinas com o perfil
de disciplina do Enem.

Por isso, vale a pena dar atenção especial a essas questões e buscar abordagens diferenciadas.

Violência doméstica

Devido à Covid-19 e ao isolamento social, o número de casos de violência doméstica no Brasil


aumentou em 2020.

Estudo do Datafolha publicado no início de junho mostra, por exemplo, que uma em cada quatro
mulheres já foi vítima de algum tipo de agressão no ano passado

É, portanto, um tema bastante atual e urgente que pode se tornar um tema de prova escrita.

Sobre esse tema, vale estudar as questões históricas da desigualdade de gênero, buscar
compreender as raízes da violência, saber como a pandemia criou as condições para o fortalecimento da
violência e apontar caminhos para coibir as ações contra as mulheres.

A Saúde no Brasil em 2023

Alguém está sempre preocupado com seu futuro, que é humano por natureza, porque cada ação
reflete mais longe. Hoje vivemos em um desenvolvimento tecnológico absurdo e incompreensível. Mas
antes de chegarmos ao ultramoderno, é muito importante lembrar que o Brasil comemorou há poucos
meses 200 anos de independência e estabeleceu uma estrutura de saúde no século 20, representada pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), que é universal. na natureza. Para a população do Brasil, que tem uma
constante falta de investimento devido ao contínuo subfinancia mento.

Apesar dessa dificuldade, a mortalidade pandêmica foi amplamente reduzida dentro dos limites
orçamentários normais, que foram temporariamente aumentados devido à crise da saúde, apesar de
possíveis ineficiências administrativas em alguns estados. Alocar mais recursos para ampliar leitos de UTI,
comprar equipamentos, contratar pessoal e principalmente vacinas conseguiu manter o número de
mortos em um patamar que inevitavelmente seria muito maior do que era e ainda é.

Uma das grandes conquistas da medicina moderna baseada na ciência tem sido a flexibilidade e a
velocidade das plataformas de vacinas, utilizando técnicas e avanços tecnológicos que permitem a
produção em larga escala de imunizantes em um curto espaço de tempo, o que interrompeu o
desenvolvimento. Sobre a Covid-19. Infelizmente, a pandemia não acabou e a preocupação atual é o
atraso das variantes e vacinas em crianças, que continuam lotando as enfermarias dos hospitais. Vale
ressaltar que também houve falha no sistema de vacinação para outras doenças, e o estado tem pressa
em melhorar a situação. Graças a esses avanços, podemos concluir que o desenvolvimento de

11
Atualidades 2023 do Brasil

medicamentos, monoterapia e vacinas para diversos tumores pode reduzir significativamente outras
doenças.

Em 29 de novembro de 2022, o Plenário do Senado Federal aprovou a lei que regulamenta a


prestação de serviços virtuais de saúde (PL1998/2020). A Lei 13.989/2020 permitiu o atendimento
remoto à saúde durante a pandemia, mas exigia regulamentação permanente. O estado de emergência
tornou-se inválido devido ao decreto emitido em abril de 2022 sobre o fim do estado de emergência geral
no país. Desde então, a continuidade da teles saúde se baseia em decisão do Conselho Federal de
Medicina (CFM) publicada dois anos antes parada de emergência O texto aprovado no Senado era um
substitutivo com alterações, então teve que ser enviado de volta à Câmara dos Deputados para aprovar as
alterações. O que aconteceu em poucos dias deveu-se ao trabalho da frente médico-científica, auxiliada
pelo CFM e pela AMB.

O projeto aprovado estendeu o serviço em vez de Telemedicina a outros profissionais de saúde com
o nome de Teles saúde, mas a resolução do CFM não o fez. 231

/22, para não infringir a lei de drogas, devendo observar os princípios da prestação de serviços
médicos, de enfermagem ou psicológicos no CFM:

Consentimento livre e esclarecido do paciente ou representante legal;

Direito de recusar atendimento de forma que assegure o atendimento presencial sempre que
solicitado;

Assistência segura e de alta qualidade ao paciente;

Confidencialidade da informação;

Responsabilidade digital;

As atividades práticas remotas de profissional de saúde são válidas em todo o território do país, e
somente assim o médico que exerce em outra jurisdição não necessita de registro adicional ao seu
registro no conselho estadual.

Provedores médicos e profissionais médicos que praticam telemedicina devem se registrar nos
conselhos profissionais regionais nos estados em que estão localizados. As empresas de telemedicina são
aquelas que contratam direta ou indiretamente profissionais médicos para a prática do método. Ainda,
em decorrência de infração sanitária, é obrigatório o registro do diretor técnico médico da empresa no
CRM do local do prestador de serviço médico.

Para que um médico possa trabalhar por telemedicina, ele deve ter uma assinatura digital válida de
acordo com o padrão ICP-Brasil, de acordo com as leis vigentes no país. Obviamente, o profissional deve
seguir rigorosamente as normas de ética médica, a Lei Médica (128

12
Atualidades 2023 do Brasil

2/2013); Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (13709/2018); Marco Civil da Internet (Lei 12.965
de 2019); Lei de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 1990); e a Lei de Registros Eletrônicos de Saúde (Lei
13787, 2018).

Parlamentares consideraram o método uma democratização rápida e segura do acesso à saúde no


Brasil, e o CFM ofereceu certificado digital gratuito para quem quiser. A resolução

CFM estabelece que a constante inovação e desenvolvimento de novas tecnologias digitais de


informação e comunicação facilitam a troca de informações entre médicos e entre médicos e pacientes, e
que o uso de ferramentas técnicas e digitais deve ser seguro e visando o melhor lucro melhores
resultados para os pacientes. O médico deve avaliar se a telemedicina é o método mais adequado para as
necessidades do paciente. A resolução do CFM também estabelece que a gravação completa da consulta
com som, imagem e vídeo não é obrigatória para as consultas presenciais, mas o mesmo princípio deve
ser aplicado na telemedicina.

Polícia na prática e resolução do CFM, livre de possível ilegalidade a longo prazo, forma de troca de
informações, fotos ou vídeos entre médicos, principalmente estudantes, residentes e treinadores eles
geralmente escapam da proteção de dados e do sigilo profissional ao entrar acidentalmente na rede
aberta e violar a confidencialidade. O governo federal esclarece que a telemedicina não substitui o
atendimento presencial e que as informações e imagens contidas nos prontuários devem ser
armazenadas de acordo com as normas legais e do CFM quanto à custódia, processamento, integridade,
veracidade e confidencialidade, garantia de privacidade, irreversibilidade e confidencialidade dos dados.

Em 13 de setembro de 2022, o engenheiro eletricista Demi Getschko destacou em uma coluna do


jornal O Estado de São Paulo que, com todo o suporte técnico, é muito difícil dizer exatamente tudo o que
um sistema sabe sobre algo. Uma ferramenta fornecida apenas aos usuários não é suficiente para
fornecer a eles as informações armazenadas no sistema.

O ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc indicou a jornalistas nesta quarta (30/11) as primeiras
medidas do governo eleito para uma “redução forte e imediata do desmatamento” no Brasil já no
primeiro trimestre do ano que vem.

Hoje o GT de meio ambiente da transição de governo concluiu o primeiro relatório de diagnóstico


das políticas públicas para a área. É uma prévia do documento final que será entregue em 11 de
dezembro com a lista de medidas prioritárias.

Após quatro anos, Bolsonaro encerra o governo com aumento de 59,5% da taxa de desmatamento
na Amazônia em relação aos quatro anos anteriores (governos Dilma e Temer) — maior alta percentual
em um mandato presidencial desde o início das medições por satélite, em 1988.

Nesta quarta, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou a estimativa para o ano de
2022: 11.568 km2 desmatados, área equivalente a duas vezes o Distrito Federal.

13
Atualidades 2023 do Brasil

Mesmo com a queda de 11% em relação a 2021, há 13 anos não era registrada uma taxa tão alta nos
nove estados da Amazônia Legal. A média anual sob Bolsonaro foi de 11.396 km2, contra 7.145 km2 no
período anterior (2015-2018), calcula o Observatório do Clima.

Também hoje, a Folha noticiou que o Ibama corre o risco de paralisação total das atividades ainda
este ano, após o congelamento feito pelo Ministério da Economia e pela Casa Civil de R$ 90 milhões no
Meio Ambiente.

O relatório que será entregue hoje foca em quatro pontos: medidas emergenciais que precisam ser
adotadas para que o Brasil deixe de ser um “pária ambiental”, orçamento, organização do Ministério do
Meio Ambiente e o que pode e deve ser revogado entre decretos e outros atos administrativos que
desmontaram a estrutura de fiscalização ambiental nos últimos quatro anos.

Entre as prioridades, listou a retomada dos fundos Amazônia e Clima — congelados durante todo o
governo Bolsonaro –, demarcação de terras indígenas (nenhum hectare demarcado nos últimos quatro
anos), criação de unidades de conservação e atualização do zoneamento econômico ecológico.

A reativação dos fundos que recebem recursos internacionais por desmatamento evitado permitirá
ao BNDES desembolsar R$ 3,2 bilhões para ações de preservação do bioma.

A equipe de transição também pretende tirar essas doações do teto de gastos.

“Estamos colocando na PEC [da transição] que essas doações não estarão no teto de gastos. Não é
um imposto que a sociedade está recolhendo, é uma doação que o país está recebendo”, afirmou na
coletiva o ex-ministro Aloizio Mercadante, coordenador dos grupos técnicos do governo de transição.

Fortalecer o Ibama

A avaliação do GT é que o órgão de fiscalização está “dilacerado”. São mais de dois mil quadros que
precisam ser reconstituídos. Segundo o GT, hoje a estrutura de fiscalização tem apenas um quinto da
equipe de campo necessária para combater o desmatamento.

Revogação de decretos

Minc citou como exemplos de decretos que serão revogados os que impedem aplicações de multas
e a fiscalização da exportação de madeira em tora. Segundo o ex-ministro, são atos que estimulam a im-
punidade e, consequentemente, o crime ambiental.

14
Atualidades 2023 do Brasil

As ações não se restringem à Amazônia

Também está no radar fazer voltar a valer o decreto que regulamentou a lei da Mata Atlântica,
suspenso pelo governo Bolsonaro — a região também experiencial aumento de desmatamento nos
últimos anos.

No Cerrado, a proposta é refazer alguns pactos como a moratória da soja. Minc disse que a equipe
de transição conversou com o setor da soja esta semana sobre um pacto da soja sustentável no bioma, a
exemplo do que existe na Amazônia.

Embargos

Outra medida imediata é adotar os embargos remotos, usando satélites e dados do Prodes. “É uma
medida rápida, barata e efetiva”, afirma o ex-ministro. Os embargos servem para que bancos cortem o
crédito a produtores em áreas com irregularidades ambientais.

Subsídio para corte de emissões

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, planeja conceder contratos de subsídio de 15


anos a empresas de setores intensivos em energia, como produtos químicos e aço, se reduzirem as
emissões de carbono em sua produção.

A proposta, que ainda precisa ser discutida com outros ministérios, é que as empresas que
demonstrarem redução de emissões em seu processo produtivo se qualifiquem para investimento inicial
e financiamento anual. Reuters

Avanço do mar

O governo de Joe Biden está fornecendo US$ 75 milhões para três tribos nativas americanas se
mudarem de áreas costeiras com risco de destruição — os primeiros subsídios federais projetados para
realocar comunidades que enfrentam ameaças climáticas nos EUA. A vila de Newtok e a vila nativa de
Napakiak, no Alasca, bem como a nação indígena Quinault, no estado de Washington, receberão US$ 25
milhões cada para começar a relocar os edifícios para o interior. As nações tribais perderam 99% de seu
território histórico e as terras que restaram são normalmente mais vulneráveis a desastres relacionados
ao clima, como ondas de calor, incêndios florestais e secas.

15
Atualidades 2023 do Brasil

Hidrogênio na aviação

A fabricante europeia de aeronaves Airbus anunciou nesta quarta (30/11) que está desenvolvendo
um motor de célula a combustível movido a hidrogênio. De acordo com a companhia, o sistema de pro-
pulsão será uma das soluções para equipar as aeronaves de emissões zero, com previsão de lançamento
em 2035.

Relatório lista principais crises que o mundo pode enfrentar em 2023

Conflitos de décadas, mudanças climáticas e incertezas econômicas são alguns dos muitos
problemas que grande parte do mundo vem enfrentando. Rumo a 2023, diversos países continuam
lutando contra essas crises, que acabaram saindo do controle após o enfraquecimento de barreiras que
impediam alguns desastres - como tratados de paz, ajuda humanitária e punições por violações do direito
internacional. Com o objetivo de ajudar a amenizar esses conflitos, a Internacional Rescue Committee
divulgou, nesta quinta-feira (15), o relatório Emergency Wachlist, que mostra os países que mais
necessitarão de esforços para enfrentar grandes crises humanitárias em 2023. O documento lista 20
países que enfrentam conflitos de diversos tipos, como guerras, violência de gangues, mudanças
climáticas, atividade de grupos armados, crise de saúde, pobreza, seca e aumento da fome.

No topo da lista aparece a Somália, país africano que enfrenta uma seca sem precedentes e uma
crise de fome, fazendo que diversas pessoas perdessem a vida. A mudança climática também afetou a
produção de alimentos, que foi dizimada pelo tempo e pelos conflitos. Outro país que luta contra a seca é
a Etiópia, afetando cerca de 24 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, vários conflitos em todo o país
estão destruindo vidas e impedindo organizações humanitárias de entregarem ajuda.

Já no Afeganistão, uma população inteira está sendo empurrada para a pobreza. Em 2022, o país
ficou em primeiro lugar no relatório, mas caiu em 2023 devido a piora nos países da África Ocidental. Os
20 países citados no relatório abrigam apenas 13% da população global e respondem por apenas 1,6% do
PIB mundial. Entretanto, eles representam 90% das pessoas com necessidades humanitárias, 81% das
pessoas globalmente deslocadas à força, 80% das pessoas com insegurança alimentar aguda e 80% das
mortes de civis relacionadas a conflitos.

George Readings, líder do time de análise de crises globais da International Rescue Committee,
alerta que "o mundo está vendo níveis recordes de necessidades humanitárias, próximo a 340 milhões de
pessoas, 90% das quais estão nos 20 países listados no relatório. Assim, se queremos entender o que está
dando errado a nível global e começar a consertar as coisas, então precisamos dar um zoom nesses países
do Watchlist."

Confira a lista completa dos 20 países que precisarão de atenção no próximo ano e os problemas
que eles enfrentam:

1. Somália: Crise de fome

16
Atualidades 2023 do Brasil

2. Etiópia: Seca e conflitos que atormentam milhões de pessoas

3. Afeganistão: Grande parte da população empurrada para a pobreza

4. República Democrática do Congo: Conflitos de décadas que se intensificam

5. Iêmen: Trégua fracassada pode levar a conflito renovado

6. Síria: Anos de guerra que desencadeiam uma crise de saúde

7. Sudão do Sul: Mudança climática agrava o legado da guerra civil

8. Burkina Faso: Atividade de grupos armados

9. Haiti: Violência de gangues e mudança climática

10. Ucrânia: Guerra cria a maior crise de deslocamento do mundo

11. República Centro-Africana: Grupos armados, violência e mudanças climáticas

12. Chade: Crise política e mudanças climáticas

13. Líbano: Crise política e econômica

14. Mali: Aumento da violência por grupos armados e pressões climáticas

15. Mianmar: Impulso dos conflitos e aumento da pobreza

16. Níger: Choques climáticos, violência e conflitos que direcionam a fome e deslocamento de civis

17. Nigéria: Aumento da violência

18. Paquistão: Instabilidade econômica e insegurança alimentar

19. Sudão: Instabilidade política e econômica

20. Venezuela: Dificuldades econômicas contínuas que causam necessidades de saúde e alimenta-
ção

17
Atualidades

Atualidades

1
Atualidades

Material de apoio 2023

1. No ano de 1927 ocorreu o início da colonização do município de São Carlos. De uma


vida mais simples a realidade encontrada nos dias atuais, São Carlos tornou-se uma localidade
de grande desenvolvimento econômico e social.

Observando-se o município em questão, é correto afirmar:

a. As atividades agropecuárias no município são quase nulas devido à pouca área rural.

b. É um município que apresenta extensão territorial de menos de 100 km² e baixa


densidade demográfica.

c. São Carlos é um município do Estado de Santa Catarina cujos limites são Cunhatai,
Saudades, Rio Grande do Sul, Águas de Chapecó e Palmitos.

d. 57% da população de São Carlos vive em áreas rurais, fato que acarreta um grande
número de atividades ligadas ao campo no município.

e. Estima-se que atualmente a população de São Carlos seja de 7.734 habitantes, sendo
considerado um município pouco populoso.

2. O estado de Santa Catarina é o menor em extensão territorial da região Sul do Brasil.


Fica localizado ao centro das regiões que apresentam maior desempenho econômico do país,
acarretando características singulares.

Sobre o estado catarinense, é correto afirmar:

a. Os primeiros imigrantes a ocupar as terras catarinenses foram os italianos e espanhóis.

b. No estado são encontrados poucos patrimônios culturais, se limitando apenas a museus


de origem italiana.

c. A atividade econômica de Santa Catarina é voltada para o turismo. Esse fato acarreta ao
estado catarinense um PIB baixo.

d. Check-square Santa Catarina possui 295 municípios e sua capital é Florianópolis. Como
maiores cidades destacam-se Joinville, Blumenau e Itajaí.

e. Santa Catarina é banhada pelo Oceano Pacífico, fato esse que acarreta grande umidade
relativa do ar, ocasionando chuvas constantes.

2
Atualidades

3. Com o desenvolvimento das sociedades, o ser humano tornou-se dono do espaço em


que habita.

Essa dominação provocou técnicas de transformação que auxiliaram o desenvolvimento


humano, porém, acarretaram prejuízos irreversíveis ao meio natural, observados principalmente
através das mudanças climáticas constantes.

Sobre a temática abordada, é correto afirmar:

a. O corte da vegetação, as queimadas, e a liberação de poluentes pelas fábricas e


veículos são exemplos de práticas que agridem a natureza, podendo modificar o clima do
planeta.

b. Desertificação é o termo utilizado para caracterizar a diferença entre as temperaturas


máximas e mínimas de uma determinada localidade.

c. O efeito estufa é um fenômeno antrópico que acarreta o aquecimento da troposfera de


cima para baixo.

d. Estima-se que se a temperatura média global continuar em progresso as consequências


serão enormes, tais como: diminuição do nível médio dos oceanos, desaparecimento de ilhas e
atóis, extinção de espécies animais e vegetais e secas prolongadas.

e. As ilhas de calor são fenômenos que ocorrem próximos ao litoral devido ao aumento da
temperatura.

4. A água é um recurso indispensável para a vida, podendo ser encontrada nos oceanos e
mares de forma salgada e rios, lagos, geleiras, lençóis e águas subterrâneas de forma doce.

Sobre os recursos hídricos do planeta, é correto afirmar:

a. As águas de aquíferos não são poluídas nem utilizadas pelo ser humano.

b. O maior de todos os oceanos é o Pacífico, seguido pelo Índico e Atlântico,


respectivamente.

c. As águas subterrâneas ou lençóis freáticos são reservatórios de água doce encontrados


no subsolo. No Brasil há a presença de apenas um aquífero: o Guarani.

d. A maior parte das águas do planeta está localizada nos cinco grandes oceanos: Pacífico,
Atlântico, Índico, Glacial Antártico e Glacial Ártico.

e. Além dos oceanos, a água salgada pode ser encontrada nos mares, os quais são
classificados em abertos, interiores e fechados. Os abertos se comunicam diretamente com o
oceano, enquanto os interiores se comunicam com outros mares.

3
Atualidades

5. Para uma melhor administração política, o Brasil foi dividido em 5 grandes regiões de
acordo com características naturais e sociais semelhantes: Norte,

Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Cada região apresenta seus respectivos estados e
capitais.

Sobre a divisão política do território brasileiro, é correto afirmar:

a. Paraná localiza-se na região Sul do Brasil. É o estado com maior PIB do Brasil.

b. A região Nordeste possui 9 estados, sendo o maior em extensão territorial Bahia, cuja
capital é Salvador. Por outro lado, o menor estado da

Região é Paraíba e sua capital é Aracaju.

c. A região Sudeste é formada por 5 estados, sendo o mais desenvolvido e com maior PIB
o estado de São Paulo.

d. A região Norte é a que apresenta maior número de estados e maior extensão territorial.
O número de habitantes na região é reduzido quando comparado com as demais regiões devido
à presença da Floresta Amazônica, a qual dificulta a ocupação humana.

e. Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás são os estados que compõem a Região
Centro-Oeste. Suas respectivas capitais são: Cuiabá, Campo Grande e Goiânia.

6. João viaja de Florianópolis para Porto Alegre a uma velocidade média de 90 km/h.
sabendo que o trajeto tem 375 km, quanto tempo João levará para completar o percurso?

a. Mais de 4h12min.

b. Mais de 4h08min. e menos de 4h12min.

c. Mais de 4h04min. e menos de 4h08min.

d. Mais de 4h e menos de 4h04min.

e. Menos de 4h.

Resposta:

1 2 3 4 5 6
C D A D E B

Você também pode gostar