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ENERGIA PSÍQUICA

Apostila – Ajax Perez Salvador

Jung diz que se pode olhar para as coisas de mais de uma perspectiva. Um olhar
que vê as coisas como se tivessem qualidades específicas próprias, compostas de
substâncias próprias. Este seria o olhar substancialista onde uma substância produz
efeito sobre outra levando ao pensamento causal. Outra forma de olhar seria uma
perspectiva energética que reconhece a intensidade como as coisas são vividas. Seria
uma perspectiva que leva em conta a quantidade, a intensidade, da experiência de um
evento (JUNG, 2000d, §2).

Estas perspectivas apresentam-se como inversas pois uma aponta a causa e


outra indica um sentido, uma finalidade. Entretanto ambos os pontos de vista são
necessários (JUNG, 2000d, §4)

A predominância de um outro ponto de vista dependerá mais da disposição


psicológica do pesquisador ou do pensador do que do fenômeno. A contradição entre
as perspectivas é insuportável para a perspectiva objetiva; a composição de ambas
oferece uma imagem mais fiel, pois todos princípio explicativo é, antes de mais nada um
ponto de vista (JUNG, 2000 d, §5) .
Todo fenômeno requer ambos os pontos de vista. Escolha de preferência
dependeria do que for vivido com maior possibilidade de ser bem-sucedido numa
oportunidade na experiência. Quando as qualidades ou características específicas
(substância) forem mais importantes a preferência é o olhar causal - redutivo-
substancialista, pois o ponto de vista energético não tem a ver com características
específicas (substância), mas com a intensidade do que é vivido ou a quantidade de
energia que está mobilizada no evento (JUNG, 2000d, §6).
Do que acabamos de expor resulta evidente por si mesmo, posso crer, que todo
fenômeno requer ao mesmo tempo um ponto de vista mecanicista-causal e um ponto
de vista energético-final. É somente a oportunidade, quer dizer, a possibilidade de êxito
que decide se a preferência deve recair sobre este ou aquele ponto de vista. Se se
considera o aspecto qualitativo do acontecimento, é o ponto de vista energético que é
postergado, porque nada tem a ver com as substâncias, mas unicamente com suas
relações quantitativas de movimento.

Jung não fecha, no texto sobre energia psíquica, uma posição sobre o paralelo
psicofísico embora em outro momento defenderá a ideia de que a matéria possua um
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elemento psíquico e que a psique possui um aspecto físico (unus mundos) 1 (JUNG,
2013e). Fica evidente que diverge da ideia de que a psique é resultado do
funcionamento cerebral. Considera a psique um sistema energético relativamente
fechado, ou seja, mantem uma certa constância na quantidade de energia psíquica
(JUNG, 2000d, §9).

... quase não me tenho preocupado em enquadrar os processos da energia psíquica no


sistema físico. ... Embora esteja convencido de que a energia psíquica se acha de algum
modo estreitamente ligada ao processo físico, ainda preciso de experiências e de
conhecimentos bastante diversos para falar, com competência, a respeito desta
vinculação. (JUNG, 2000 d, §9)

Em meu modo de ver, a relação psicofísica é um problema distinto, que talvez venha a
ser resolvido algum dia. Enquanto isto, a psicologia não pode deter-se diante desta
dificuldade, mas pode considerar a psique como um sistema relativamente fechado. E
preciso, portanto, romper com a concepção "psicofísica" que me parece insustentável,
pois seu ponto de vista epifenomenológico é ainda um resquício de uma herança do
velho materialismo científico. ...
As relações causais dos acontecimentos psíquicos entre si, que podemos observar a
qualquer momento, contradizem o ponto de vista epifenomenológico que possui uma
semelhança fatal com a concepção materialista segundo a qual a psique é uma secreção
do cérebro, tal como a bílis, que é uma secreção do fígado. ... O fato psíquico merece
ser considerado como um fenômeno em si, pois não há motivo nenhum para concebê-
lo como um mero epifenômeno, embora esteja ligado à função cerebral, do mesmo
modo como não se pode considerar a vida como um epifenômeno da química do
carbono. (JUNG, 2000 d,§10)

A experiência direta com as relações quantitativas, de um lado, e do outro a profunda


obscuridade de uma ligação psicofísica que ainda nos escapa completamente,
nos autorizam a considerar a psique, pelo menos provisoriamente, como um
sistema energético relativamente fechado. (JUNG, 2000 d, §11)

O ponto de vista energético precisa de uma avaliação de quantidade ou de


intensidade e isto é resultado do sistema de valores, pois os valores seriam quantidades
de energia. O que tem mais valor tem mais energia e vice-versa. Todos os valores vividos
são sempre valores universais, coletivos, entretanto eles, indiretamente, se singularizam
na experiência de vida individual; por isso é difícil avaliar valores subjetivos. Eles podem

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“(...) nos aproximamos um pouco mais da compreensão do enigmático paralelismo psicofísico, pois agora
sabemos que existe um fator que transcende a aparente incomensurabilidade de corpo e psique, dando
à matéria uma certa propriedade "psíquica" e à psique uma certa "materialidade", através das quais um
pode agir sobre o outro. (...) A suposição de que a matéria viva possua um aspecto psíquico e que a psique
possua um aspecto físico condiz melhor com a experiência. “(...) a existência estaria fundamentada sobre
um ser até agora desconhecido, que possui propriedade material e psíquica, ao mesmo tempo.
Considerando o pensamento da física moderna, esta suposição deverá encontrar menos resistência do
que antigamente. Desta forma, também desapareceria a incômoda hipótese do paralelismo psicofísico, e
haveria a possibilidade de construção de um novo modelo de mundo, mais próximo do "unus mundus".”
(JUNG, 2013e, Um mito moderno sobre coisas vistas no céu, §780)
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ser comparados com os universais estabelecidos e pode-se mesmo comparar


intensidade subjetiva com outra determinando uma força relativa. Entretanto avaliação
subjetiva limitar-se-ia a conteúdos conscientes, não se prestando, à valoração de
influências inconscientes.

A aplicabilidade do ponto de vista energético na psicologia depende


exclusivamente da questão de saber se avaliações quantitativas da energia psíquica são
possíveis. psique possui um refinado sistema de avaliação de extraordinária sutileza, ou
seja, o sistema dos valores psicológicos. Valores são avaliações quantitativas de
energia. Observe-se a esse respeito que nós dispomos não só de um sistema objetivo
de valores, mas também de um sistema objetivo de medidas, isto é, de valores morais e
estéticos coletivos. Este sistema de medidas, porém, não é utilizável para os nossos fins
por se tratar de uma escala de valores estabelecida universalmente, que só
indiretamente leva em conta as condições psicológicas subjetivas, isto é, individuais.
(JUNG, 2000 d, §14)
O que interessa, antes de mais nada, aos nossos fins é o sistema subjetivo de
valores: as avaliações subjetivas de cada indivíduo. Somos de fato até certo grau capazes
de avaliar os valores subjetivos dos nossos conteúdos psicológicos, embora às vezes seja
bastante difícil medi-los de modo objetivamente correto, isto é, comparados aos valores
universais estabelecidos. Tal comparação, porém, é dispensável, como já dissemos
acima. Também podemos comparar as nossas avaliações subjetivas umas com as outras,
determinando-lhes a força relativa. No entanto, essa medida é relativa aos valores dos
outros conteúdos; assim sendo, ela não é nem absoluta nem objetiva, embora suficiente
para os nossos fins, posto que, dentro de qualidades iguais, é possível reconhecer com
segurança as intensidades de valor desiguais, e que valores iguais, nas mesmas
condições, equilibram-se, como se pode provar. (JUNG, 2000 d,§15)
A dificuldade só aparece quando se trata de comparar intensidades de valor de
qualidades diferentes, por exemplo, na comparação do valor de um pensamento
científico com o de uma sensação ou impressão. Neste caso a avaliação subjetiva torna-
se duvidosa, logo não confiável. Além disso, a avaliação subjetiva limita-se a conteúdos
conscientes, não se prestando, portanto, à valoração de influências inconscientes, uma
vez que estas ultrapassariam os limites da consciência. (JUNG, 2000 d, §16)

Uma vez que a relação compensatória ou regulatória do inconsciente é


fundamental, seria importante determinar os valores inconsciente, afinal valores podem
desaparecer da consciência. Como as avaliações conscientes podem ser falhas e até
mesmo invertidas e não se tem acesso direto ao inconsciente é necessário métodos
auxiliares (JUNG, 2000 d, §17).
Através dos métodos de associação Jung chegou à noção de “complexos” que
são constituídos de dois componentes: um núcleo arquetípico (natureza disposicional -
herança da história do mundo) e uma experiência empírica singular organizada pelo
padrão coletivo herdado (JUNG, 2000 d, §18).
Seria possível distinguir a quantidade de valor pela tônica emocional, a força
consteladora com que o complexo está agindo. Um complexo não seria um complexo se não
tivesse uma intensidade afetiva. E não apenas por uma excitação, mas pela seleção do elemento
nuclear do complexo. Quanto mais intensa a força consteladora do complexo, maior intensidade
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de valor e mais energia psíquica. A teoria de repressão reconheceria apenas os complexos que
podem tornar-se conscientes, mas haveria conteúdos que não poderiam se tornar conscientes
por serem algo novo (como novas formações criativas que teriam origem inconsciente). Como
uma gravidez psíquica estes complexos poderiam permanecer com alto valor energético sem
estar consciente pelo seu caráter estranho de novidade (JUNG, 2000 d, §19).
É proposto avaliar a quantidade energética pelo número das constelações produzidas
pelo mesmo complexo; pela frequência e intensidade relativas das perturbações do complexo.
Também pelo tempo usado para falar de um determinado tema, pela intensidade como é
afetado pelo tema. É, o que Jung chama de um instinto de reconhecimento direto de
instabilidade emocional.
Diferenciar força e energia é imprescindível, pois energia é um conceito que não existe
objetivamente no fenômeno em si, mas existe sempre só na experiência. Decorre disto a
importância de saber como foi a experienciado o evento por aquele sujeito. Como foi vivido.
Quando atualizada energia aparece em fenômenos como instintos, vontade, desejos, afeto,
atenção etc. Quando em potencial em disposições e atitudes.

Diferenciar força de energia é conceitualmente imprescindível, pois a energia é


propriamente dito um conceito que não existe objetivamente no fenômeno em si, mas
que existe sempre só na base específica da experiência, isto é, na experiência a energia
está sempre especificamente presente como movimento e força, quando atualizada, e
como situação ou condição, quando em potencial. Quando atualizada, a energia psíquica
aparece nos fenômenos dinâmicos, específicos da alma, tais como instintos, desejos,
vontade, afeto, atenção, rendimento do trabalho etc., que são justamente forças
psíquicas. Quando em potencial, a energia aparece nas conquistas específicas, nas
possibilidades, disposições, atitudes etc., que são condições. (JUNG, 2000 d, §26)

Assim, prazer, sentir etc. não seria energia, pois esta seria a força e a condição para estes
fenômenos. O conceito de quantidade (intensidade) nunca poderia ser qualitativo, ou seja, não
poderia estar vinculado a uma característica específica como sexual, poder, etc.

O valor exige um conceito explicativo quantitativo, que jamais poderá ser substituído
por um conceito qualitativo, como a sexualidade, por exemplo. Um conceito qualitativo
designa, ao invés, sempre uma coisa, uma substância; um conceito quantitativo, por seu
lado, designa sempre uma relação de intensidade e jamais uma substância ou coisa.
(JUNG, 2000 d, p. §51)

Não haveria como provar uma relação entre energia física e psíquica. Se os
processos inconscientes também pertencem a psicologia e dizer que existem coisas
obscuramente conscientes; uma escala de clareza. Concede-se um lugar a fisiologia
cerebral pois as funções inconscientes se transfeririam para os processos dos substratos
cerebrais. Não haveria qualquer possibilidade de separar processo psíquico do biológico
(JUNG, 2000 d, §29-30).
Sugere estender o conceito de energia psíquica para energia de vida (diferente
de força vital ou bioenergia). Excluem-se reflexões sobre saber se o processo existe ao
lado do físico, embora pareça provável que não sejam dos processos que ocorrem lado
a lado, mas que estejam ligados (JUNG, 2000 d, §32-33).
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Jung fala de um postulado que considera o principal: o da “conservação da


energia”. Há também dois princípios importantes: de equivalência e da constância.
A equivalência diz que a energia gasta para gerar uma condição produz uma
alteração equivalente de energia em outro ponto.
Princípio da constância diz que a energia total se mantém sempre sem aumentar
ou diminuir. Ou seja, não se tem falta ou excesso de energia psíquica, mas se a energia
não está disponível na consciência é porque está no inconsciente, se não está ativando
este complexo está sendo usada em outro. As experiências se baseiam sempre em
sistemas parciais (JUNG, 2000d, §34-35).
Além da intensidade que pode ser transferido de uma forma a outra Jung fala do
fator de extensividade no qual a quantidade de energia seria inerente a uma forma e
não seria transferível a outra forma sem que se transfiram partes desta forma antiga.
Passagem de uma forma sexual a outra, ou de uma atividade espiritual num interesse
material. Uma atividade psíquica só pode ser substituída por outra equivalente; um
interesse patológico em um sintoma só poderia ser substituído por uma ligação
igualmente intensa a outro interesse (JUNG, 2000d, § 38-39).
Um desenvolvimento só seria possível com a mutabilidade das substâncias que,
sob o ponto de vista energético, são sistemas de energia ilimitadamente substituíveis e
intercambiáveis. Do ponto de vista mecanicista energia adere à substância e na
perspectiva energética substâncias seriam sinal ou expressão de energia. Esta antinomia
parece insolúvel enquanto não se percebe que o modo de ver as coisas correspondem
a atitudes psicológicas. Isto deveria ser resolvida por um postulado antinômico (JUNG,
2000d, §41).
O que seria fato para o modo causal seria símbolo para o modo finalista; o
verdadeiro para um seria falso para o outro. No postulado antinômico o mundo também
é um fenômeno psíquico. Seria indispensável para a ciência saber o que são as coisas
em si, mas não pode ignorar as condições do conhecimento (JUNG, 2000 d, §45).
Agarrar-se a fatos causadores pode ser indispensável para muitos. À medida que é
satisfeita o valor energético deixa de ficar retido ali e continua a evolução buscando um
meio para um fim uma expressão simbólica e um caminho. O valor da causa não deve
ser suprimido pois é um recurso provisório que teria sua importância (JUNG, 2000 d,
§46).
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O desenvolvimento anímico não se daria exclusivamente através da vontade,


necessitaria de um símbolo atrator, que ultrapassa a causa. Para tanto é preciso tempo
até que uma necessidade interna ou externa acarrete uma transmutação de energia. A
racionalidade da consciência moderna seria o maior obstáculo. A razão se coloca de um
lado ou de outro por não suportar a antinomia. A razão anula-se em suas antinomias
pois ela também seria apenas um meio para atingir um fim – uma expressão simbólica
(JUNG, 2000 d, §47).
O complemento necessário ao princípio da equivalência é o princípio da
entropia. Transposição só acontece devido às diferenças de intensidades. Um sistema
fechado pouco a pouco equaliza suas forças reduzindo as diferenças de intensidades –
morte. As equalizações limitariam as transformações ulteriores; isto apareceria na
formação de atitudes. Após fortes oscilações iniciais, os elementos em tensão se
equilibrariam gerando uma atitude cuja estabilidade é tão maior quanto maiores eram
as diferenças iniciais. Quanto maior a tensão, maior a extensão maior do material
psíquico e isto reduziria a possibilidade de perturbações futuras. Isto tornaria mais
estável as atitudes produzidas por amplas compensações (JUNG, 2000d, §48-49). Assim
conflitos psicológicos mais graves quando superados deixam uma segurança e
tranquilidade difícil de perturbar. Entretanto quanto mais forte for o fechamento de um
sistema psicológico, mais forte a entropia. Nas perturbações mentais graves vê-se um
isolamento acentuado do mundo. Mas seriam igualmente sistemas fechados os
processos dirigidos pela vontade, pois baseiam-se na exclusão do que não serve. Chega-
se a uma ideia fixa. O grau de fixação pode ser medido pela resistência quando se tenta
desfazer da ideia ou modificá-la (JUNG, 2000d, §50).
A visão energética por vezes pode negar a substância para tornar-se puramente
finalista. Isto seria inadmissível, pois seria uma especificação que é uma força – como
no vitalismo, sexualismo ou qualquer outro ismo. Energia psíquica como conceito de
relação não quer expressar nada mais do que as relações dos valores psicológicos
(JUNG, 2000d, §51).
Conceito puro de energia é um modo de ver, a priori por um lado, mas aplicado
ou empírico por outro, abstraído da experiência. Só é observável na experiência. Na
experiencia o que se observa é a energia aplicada como sexual, vital, espiritual etc. O
que leva ao pensamento do paralelismo com forças físicas. Devido a aplicação do
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conceito nas matérias da experiência pode ocorrer uma concretização que dá impressão
equivocada de uma substância. Engana-se, pois, é impossível imaginar o quantum a não
ser como o quantum de algo e este algo é uma substância. Assim o conceito acaba
inevitavelmente sendo hipostasiado (JUNG, 2000d, §52-53).
Jung escolhe o termo libido por razões históricas que retomam o percurso
freudiano resgatando o impulso, mas não ficando preso a nenhuma característica
especa, embora o conceito aplicado de energia seja imediatamente hipostasiado
(instintos, afetos etc.). A palavra latina “libido” não tem sentido exclusivamente sexual,
e sim o significado amplo de avidez, desejo, impulso. Jung refere que autores se serviram
de outros nomes para aproximarem-se deste conceito - a “vontade” de Schopenhauer,
a δρμή (impulso ou apetite) de Aristóteles, o “Eros” de Platão, o “amor e ódio dos
elementos” de Empédocles, ou o “élan vital” de Bergson. Não se associa libido com
nenhuma definição sexual, mas não se nega a existência de dinâmicas sexuais ou de
qualquer outra espécie (JUNG, 2000d, §54-56).
“a libido com a qual operamos, além de não ser concreta ou conhecida, é propriamente
uma incógnita, uma pura hipótese, uma imagem ou um tento no jogo, tão inapreensível
concretamente quanto a energia do mundo das representações físicas” (JUNG, 2000d,
§56)

Outra confusão inevitável existe entre energia e o conceito de causa e efeito que
é um conceito dinâmico e não energético. A visão mecanicista entende que A produz B
que produz C com uma conotação qualitativa (a substância A produz efeito e leva a B
etc.) e assim A seria causa de B etc. A visão finalista ou energética vê apenas vê A, B ou
C como meios de transposição de energia, sem causa, passando de um para outro
entropicamente; só são consideradas as intensidades do efeito e assim prescinde da
causa. A energia poderia transpor-se através A B C ou de W, X ou Y. Ambas perspectivas
observam a sequência, mas a energética considera a equivalência da intensidade da
ação transmutada ao invés da causa e do efeito. Ou seja, a mecanicista causal considera
o conteúdo em si que está sendo vivido ou relatado com suas características específicas;
a energética a intensidade com que o material está aparecendo. Apesar das diferenças
epistemológicas ambas se misturam inevitavelmente no conceito de força (“energia do
psíquico” - mecanicista; “energia psíquica” – energética). O mesmo processo assume
aspectos diversos de acordo com a maneira como é observado (JUNG, 2000d, §57-59).
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Os conceitos básicos da teoria da libido - Progressão e regressão

Progressão é o dia a dia do caminhar evolutivo do processo psicológico de


adaptação. Adaptação depende de uma atitude orientada que nunca termina, embora
possa se confundir uma atitude atingida como a verdadeira adaptação. Haveria uma
constante modificação do ambiente pedindo novas adaptações. Os hábitos seriam
inversamente proporcionais à adaptação presente, pois os hábitos repetem adaptações
antigas e o presente está em constante transformação. A progressão da energia psíquica
daria satisfação às exigências das condições do ambiente presente que, por ser uma
atitude, seria necessariamente orientada e unilateral. Mudanças podem pedir novas
atitudes do que aquela na qual a energia psíquica estava fluindo e com isto cessa a
progressão da energia. Com a parada é interrompido o sentimento de fluxo que vinha
acontecendo anteriormente e aumenta a intensidade de energia (valor) em alguns
conteúdos conscientes; o que é desagradável. Reações internas à psique (subjetivas)
mobilizam associações (complexos) com eventos semelhantes no passado, montam-se
cenários futuros favoráveis e/ou desfavoráveis. Estas mobilizações de energia psique
tomam a frente dos objetos “externos” e por ficarem carregados de afetos tendem a
explosões. Num momento de dúvida ou indecisão vários complexos podem ser ativados
na psique com interpretações e perspectivas diferentes e mesmo organizados por traços
antinômicos. Este conflito interno pode concentrar boa parte da energia psíquica
reduzindo a tolerância, paciência e calma. Cresce assim a irritação e explosividade. São
sintomas de um represamento da energia psíquica caracterizado pela desagregação de
opostos antinômicos. A progressão da energia psíquica que se sustentava na regulação
equilibrada das antinomias é interrompida pela desagregação, pois seria a ação conjunta
que coordena sem extravagância de nenhum dos polos. A essência da progressão seria
a regulação, por influências recíprocas, do impulso e do contraimpulso - o Sim e o Não
se coordenam mantendo o fluxo progressivo da vida. Isto é visível mais claramente
durante a reflexão que precede uma grave decisão. Equilíbrio e coordenação não seria
igualdade pois se o sim e o não adquirem valores iguais não haveria progressão. Quanto
mais durar o represamento, mais aumentam as associações e aumenta a tensão, o
conflito intensifica-se e segue-se a tentativa de suprimir um dos lados. Quando acontece
a supressão de um dos lados instala-se uma dissociação – cisão da personalidade. Este
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desacordo interno possibilita a neurose. Os atos adquirem aspectos sintomáticos, pois


embora pareçam estar sendo orientados por um dos lados está defendendo-se do
oposto reprimido. O oposto antinômico que antes funcionava de forma equilibradora
passa a perturbar ameaçadoramente (JUNG, 2000d, §60-61).
Progressão e regressão
Um dos fenômenos energéticos mais importantes da vida anímica é sem dúvida
a progressão e a regressão da libido. Entenda-se, para começar, que progressão é o dia
a dia do caminhar evolutivo do processo psicológico de adaptação. Como se sabe, a
adaptação nunca termina, embora a tendência seja acreditarmos que termine porque
confundimos a nova atitude atingida com a verdadeira adaptação. Nós somente
conseguimos satisfazer à exigência da adaptação mediante uma atitude orientada
correspondente. O trabalho da adaptação realiza-se, portanto, em duas etapas: 1)
Chegar à nova atitude. 2) Completar a adaptação por meio da nova atitude. A atitude
para com a realidade é algo extraordinariamente persistente, mas, por mais persistente
que seja o habitus, o seu trabalho de adaptação efetivo é inversamente menor. Esta é a
consequência necessária da constante modificação do ambiente e da nova adaptação
por ela condicionada. (JUNG, 2000d, §60)
A progressão da libido consistiria assim em dar contínua satisfação à exigência
das condições do ambiente. Como essa realização só pode ser conseguida mediante
uma nova atitude – e esta, por ser uma atitude, é necessariamente orientada e unilateral
–, pode ocorrer facilmente que a atitude não mais cumpra com a exigência da
adaptação, devido a modificações sucedidas nas condições externas que demandam
outra atitude, diferente da existente. (...) E assim também cessa a progressão da libido.
Extingue-se o sentimento de vida anteriormente existente, e em compensação aumenta
desagradavelmente o valor psíquico de certos conteúdos do consciente, conteúdos e
reações subjetivas tomam a frente, o estado torna-se carregado de afetos e tendente a
explosões. Tais sintomas significam um represamento da libido. Este estado de
represamento caracteriza-se sempre pela desagregação dos pares de opostos. Durante
a progressão da libido os pares de opostos estão unidos no decorrer coordenado dos
processos psicológicos. Sua ação conjunta possibilita a regularidade equilibrada do
processo, que se tornaria unilateral e despropositado sem uma ação contrária interior.
Esta é a razão por que concebemos toda extravagância e exagero como uma perda de
equilíbrio, visto que fica faltando a ação coordenada do impulso oposto. Pertence,
portanto, à essência da progressão – que é o trabalho de adaptação bem-sucedido – que
o impulso e o contraimpulso, o Sim e o Não, cheguem a uma ação e influência recíprocas
regulares. Verificamos, por exemplo, este ajustamento e união dos pares de opostos
durante o processo de reflexão que precede uma grave decisão. No caso de um
represamento da libido, em que a progressão se tornou impossível, o Sim e o Não não
podem mais unir-se num ato coordenado, dado que o Sim e o Não adquirem valores
iguais, que se equilibram reciprocamente. Quanto mais durar o represamento, tanto
mais se elevará o valor das posições opostas, que de acordo com isso se enriquecem
com associações, incorporando sempre novos territórios do material psíquico. A tensão
leva ao conflito; o conflito leva à tentativa de reprimir-se reciprocamente, e, quando se
consegue suprimir o partido oposto, instala-se a dissociação, a “cisão da personalidade”,
o desacordo consigo mesmo, criando assim a possibilidade da neurose. Os atos
resultantes deste estado são descoordenados, i.e., patológicos, e adquirem o aspecto
de ações sintomáticas; embora, normalmente, sejam parcialmente determinados, eles
se baseiam, por outro lado, no oposto reprimido, o qual, diversamente do fenômeno
progressivo, não age de forma equilibradora, mas age ao contrário, o que não favorece
o efeito, mas o perturba (JUNG, 2000d, §61).

Esta luta inicia um processo de regressão da energia psíquica. Reduz-se os


valores dos opostos na consciência presente, mas aumenta o valor nos processos
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associativos inconscientes (sendo a psique um sistema relativamente fechado, se o valor


ou a energia não está na consciência no presente está deslocado para as associações
dos complexos inconscientes). Abandona-se os aspectos conscientes, porém outros
aspectos que não eram levados em conta devido a adaptação passam a ganhar
importância. Os complexos inconscientes crescem e adquirem maior influência na
consciência, manifestando-se como sintomas (JUNG, 2000d, §62).
A regressão aumentando valorização dos conteúdos excluídos do processo de
adaptação fazem com que estes ultrapassem o limiar da consciência. Por não serem
compatíveis com a adaptação em determinado momento (condenados pela moral,
estética, razão ou outros valores dominantes) são vistos superficialmente como lodo e
desqualificados. Mas ali encontram-se não apenas aspectos incompatíveis mas os
germes de novas possibilidades de vida (JUNG, 2000d, §63).
Adaptação exige função orientada, esta exclui o que não convém, no momento,
que é inibido e perde a atenção (valor). Esta postura torna-se habitual deixando algumas
funções não convenientes no inconsciente. Não sendo exercitadas e elaboradas na
consciência as funções crescem no inconsciente associando-se a outros conteúdos
também incompatíveis, adquirindo ao atingir a consciência formas desfiguradas (JUNG,
2000d, §64-65). Mas, eles contêm os germes valiosos dos aspectos e funções excluídas.
Assim a consciência tem que defrontar-se com problemas da alma – mundo psíquico
interior (JUNG, 2000d, §66) (Alma como personificação do inconsciente ou como
complexo funcional de adaptação a objetos internos à psique).
A unilateralidade pode fazer falhar tanto a adaptação ao ambiente externo como
o ajustamento ao mundo interior. Seria necessário ajustamento ao mundo interno para
que a progressão possa retomar. O herói é o ator simbólico do movimento da libido. O
desaparecer no dragão aponta o rumo em direção à regressão (viagem noturna). O
desaparecer na barriga do dragão, afastar-se do mundo exterior; dentro do monstro o
trabalho de ajustamento ao mundo interno; o sair é a retomada da progressão (JUNG,
2000d, §67-68).
O antropólogo Joseph Campbell (CAMPBELL, 1989) traz reflexões bastante
interessantes sobre a jornada do herói explicitamente influenciado pela narrativa
junguiana. Resumidamente, o herói está adaptado ao seu mundo habitual. Algum
evento chama para que entre em contato com algo novo desconhecido (perigo/
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aventura). Incialmente há recusa quer seja por medo ou por ligações com o mundo
atual. Precisará do encontro com um mentor, sábio, alguma força sobre sobrenatural
que o levará a cruzar o limiar (descida aos ínferos, barriga da baleia etc.). Passará por
provas, desafios, receberá ajuda (deuses); haverá tentações para que se desvie do
caminho; confronta-se com os elementos que maior poder tinham na sua vida; atinge
nova compreensão (morte, transformação etc.). Do confronto resulta a incorporação ao
herói de parte da figura ameaçadora (sangue, pele etc.). Segue-se um momento de
recusa em voltar, recebe apoio para voltar, mas quando volta já não é o mesmo; traz
algo de valor maior, coletivo, aproximação dos mundos.
Portanto a regressão não é um retrocesso ou uma degeneração, mas um
momento do processo. Apenas a permanência neste estado seria doentia. Assim como
progressão não significa evolução, poder-se-ia estar em progressão sem evolução e em
regressão sem involução (JUNG, 2000d, §69-70).
Fala-se de progressão e regressão como processos de forças que podem ser
comparadas a cursos d’agua. O represamento seria um obstáculo que transforma a
energia cinética em energia potencial. Devido ao represamento a água é forçada a
buscar outro caminho. Se neste caminho passar por turbinas de geração de eletricidade
a energia pode vir a manifestar-se sob nova forma. Importante que a intensidade da
progressão seria equivalente à intensidade da regressão (JUNG, 2000d, §72).
Da visão energética deduz apenas a progressão e a regressão pois esta
perspectiva é da intensidade, o quantum e jamais uma qualidade específica. O existir da
progressão e regressão só pode ser compreendido a partir de substâncias (qualidades)
e, portanto, mecanicista-causal. Ou seja a intensidade - energia psíquica – precisa
aparecer em alguma substância com qualidades específicas para ser compreendida, mas
isto não é a energia psíquica (JUNG, 2000d, §73).
Pode-se confundir progressão com extroversão e regressão com introversão.
Progressão caminha no sentido do tempo para frente e isto pode acontecer de forma
extrovertida quando há preponderância de objetos externos ou introvertida quando se
adequar a objetos internos (sentimentos, ideias, emoções, fatores subjetivos). A
regressão pode ser introvertida ao retirar-se do mundo externo, mas pode ser
extrovertida ao refugiar-se em vivências externas extravagantes (JUNG, 2000d, §77).
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O deslocamento da energia psíquica ocorreria por transmissão a um “analogon”.


A transferência ser faria por analogia e semelhanças. Exemplifica com a cerimonia de
primavera de uma tribo onde o buraco na terra evoca a vulva e as lanças o pênis ereto.
Os participantes não podem olhar para mulheres durante a cerimônia. O buraco na
terra seria um analogon e para que o objeto real não os perturbe não podem olhar para
as mulheres. Tratar-se-ia da canalização da energia e da transmissão para o analogon.
Esta cerimonia de fecundação da terra é uma operação mágica cujo objetivo é transferir
libido para a terra que se torna objeto de esperança. Assim a terra recebe atenção e o
campo da lavoura exerce atração sobre o lavrador e condição para a plantação. Lavrador
interpreta esta atração como sendo sugado pelo demônio do campo. Atos análogos
mágicos teriam o objetivo de transferir libido (energia psíquica) às atividades
necessárias (JUNG, 2000d, §83-86).
As cerimonias são tão complicadas pois é grande o esforço para desviar a libido
de seu curso natural, ou seja, dos hábitos do dia a dia. Nas tribos estes processos são
inconscientes enquanto nos civilizados bastaria a decisão da vontade, entretanto, a
vontade - energia disponível – busca forças mágicas quando há riscos maiores
(lançamento da pedra inicial, batismos de navios etc.). Quanto mais conscientes mais
domesticados, mais dominada a natureza em cada um (JUNG, 2000d, §87).
O que transforma a energia seria o símbolo e não um sinal. O buraco na terra no
ritual não é sinal da genitália feminina. Esta confusão seria interpretar o símbolo
semioticamente. Seria como destruir a adutora de água que sob pressão é levada à
turbina. Foi criado um deslocamento das condições naturais (opus contra naturam).
(JUNG, 2000d, §88). A cerimônia deixa energia retida na expectativa que é transferida a
outro objeto que tem possibilidade de exercer influência sobre a psique suscitando a
imaginação e atraindo interesse por longo tempo (JUNG, 2000d, §89).
Só se consegue transferir uma parte muito limitada da energia natural que
sustentaria o curso natural da vida. Só no caso do símbolo oferecer declive maior que o
da natureza (habitual) a energia seria transferida. A história mostra que que há um
excedente de energia que não é aplicável no curso habitual ou natural. O excedente
prova que nem toda libido (energia) esta fixa numa forma regular que obrigue a seguir
um curso pré-definido. O excedente da libido mostraria que os caminhos são
insuficientes para dar vazão a toda água. Assim a água transbordaria que resultaria em
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processos inexplicáveis (afinal o explicável é o que encontrou lugar no leito do rio já


determinado habitualmente). Estes processos seriam de natureza simbólica religiosa;
manifestações do excedente e ao mesmo tempo passagem para novas atividades que
diferem das funções regulares.
Pode-se entender que a perspectiva energética falaria que a vida excede, é
excessiva, abundante, prodiga, esbanjadora. Por mais que existissem infinitos leitos
secos de rios (padrões arquetípicos) para organizar e dar sentido aos eventos vividos,
ainda assim a vida excederia, transbordaria. Poder-se-ia sofre por falta, mas também
pela consciência tentar insistentemente encaixar a vida num leito em que ela nunca
caberá. Sofre-se por querer que a vida se encaixe, que caiba no entendimento. O
entendimento pode caber na vida, mas talvez a vida não caiba no entendimento (JUNG,
2000d, §91).
O símbolo seria a designação de um análogo da libido que converte energia,
transfere de uma forma em outra. Aparece na mitologia como objetos sagrados,
fetiches, totem etc. A formação simbólica individual historicamente tornou-se coletiva
– a era cristã teria reprimido a formação simbólica individual. Na terapia podem
aparecer símbolos com declive insuficientes que impedem o trabalho efetivo, mas que
descarregam pela via habitual, através de fantasias arcaico-sexuais e outras fantasias
mantendo o estado dissociado/neurótico. Nestes casos o método redutivo demole as
formações simbólicas insuficientes, reduzindo-as aos seus elementos e o curso d’agua é
restabelecido habitualmente e o inconsciente pode seguir produzindo símbolos. (JUNG,
2000d, §92-93). No entanto, como sempre há um excedente jamais o curso natural será
satisfatório, por isso por vezes é preferível não prosseguir na redução, mas oferecer,
sinteticamente, apoio para melhora do símbolo, de tal forma que se produza um
escoamento mais favorável do excedente. O estado de “natureza” não seria a saída. O
retorno á natureza teria que ser acompanhado de uma reconstrução sintética do
símbolo. Seguir apenas o método redutivo seria levar à submissão a “poderes” que
outrora foram chamados de sobrenaturais. A abordagem sintética coloca a questão do
problema religioso (não de credos religiosos) – dos poderes que dominam. Só a
experiência direta seria capaz de contrabalancear o poder cego dos instintos. (JUNG,
2000d, §94-95)
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O princípio de individuação compreende o vivente como uma composição


singular de universais, uma unidade contrativa que teria poder tão grande quanto dos
instintos separadamente e poderia contrapor-se á dissociação cheia de contradições na
multiplicidade. Os opostos antinômicos (como natureza e espírito) seriam necessários a
autorregulação e entre os quais a consciência oscilaria. (JUNG, 2000d, § 96). A Natureza
dos opostos constitui a base da energia psíquica (JUNG, 2000d, §104). Cada uma das
forças pode querer subordinar a outra. A sexualidade pode ter o ponto de vista espiritual
como seu adversário; mas o espírito pode querer subordinar a sexualidade; assim como
todos os demais. O que seria o espírito se algo de igual natureza não se opusesse a ele.
(JUNG, 2000d, §107)
Para ultrapassar o estado de redução seria indicado por Jung a formação da
religião ou do símbolo de caráter individual, o que desvencilharia a individualidade do
caráter coletivo (JUNG, 2000d, §110). As organizações religiosas ou sistemas seriam
símbolos para que os humanos construíssem uma posição contraposta à natureza
instintiva. Para muitas pessoas os símbolos de uma religião coletiva seriam suficientes
(JUNG, 2000d, §111). Mas, sempre aconteceriam desligamentos das convicções
coletivas. A conscientização dar-se-ia pela diferenciação ou pela individuação, ou seja,
um ser consciente de sua singularidade única. Para tanto precisa refletir sobre as
realidades fundamentais independente das tradições e autoridades. As pessoas em
idade madura teriam esta necessidade de forma mais intensa e não haveria facilitadores
presentes na cultura da época (JUNG, 2000d, §113).
Jung aproxima a descrição do “mana” como representação da energia como o
que é eficaz, poderoso e criador; é fecunda, misteriosa e incompreensível, mas
extraordinariamente poderosa (JUNG, 2000d, §126). Não é um conceito, pois designa
apenas a sensação por ela suscitada. No animismo aparece de forma personificada, ou
seja, seria um fator de personificação (JUNG, 2000d, §129). Se se enfatiza a concepção
energética é porque ela corresponde a realidades anímicas.

Referências
CAMPBELL, J., 1989. O Herói de Mil Faces. São Paulo: Cultrix/Pensamento.

JUNG, C. G., 2000 d. A Energia Psíquica. Petrópolis: Vozes.

JUNG, C. G., 2013e. Um Mito Moderno Sobre Coisas Vistas no Céu. Petrópolis: Vozes.
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