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DEVOLUÇÃO E REENVIO

A referência ao Direito estrangeiro é direta e imediata ao Direito material


da lei designada ou abrange o DIP da lei designada?
PROBLEMA DA DEVOLUÇÃO

3 pressupostos:

i. Que a norma de conflitos do foro remeta para uma lei estrangeira

ii. Que a remissão possa não ser entendida como Referência Material

iii. Que a lei estrangeira designada não se considere competente


TIPOS DE DEVOLUÇÃO

• Transmissão de competência em cadeia: L1 → L2 → L3

• Transmissão de competência com retorno: L1 → L2 → L3

• Retorno direto de competência: L1 → L2

• Retorno indireto de competência: L1 → L2 → L3


CRITÉRIOS GERAIS DE SOLUÇÃO

1. Tese da Referência Material

A referência feita pela norma de conflitos é sempre uma remissão direta e


imediata para o Direito Material da lei designada.

Esta tese nega o reenvio.

L1 → L2 e L1: L2
Vantagem: Encontramos sempre solução.
Desvantagem: Desarmonia Internacional de Julgados
CRITÉRIOS GERAIS DE SOLUÇÃO

2. Tese da Referência Global


A remissão da norma de conflitos abrange o seu Direito de Conflitos.
Vantagem: Estamos mais próximos da harmonia internacional de julgados
Desvantagem: Podemo-nos deparar com círculos viciosos.
Além disso, ao fazer referência global, o Direito de conflitos do
foro vai renunciar ao seu juízo de valor sobre a conexão mais adequada
para acompanhar o critério de conexão do Direito de conflitos estrangeiro.

2.1.Teoria da Devolução Simples


2.2.Teoria da Dupla Devolução
2.1.Teoria da Devolução Simples 2.2.Teoria da Dupla Devolução
A remissão da norma de conflitos do foro abrange as normas O tribunal do foro deve decidir a questão tal como ela
de conflitos da ordem estrangeira, mas entende-se a remissão seria julgada pelo tribunal do país da ordem jurídica
operada pela norma de conflitos estrangeira como referência designada.
material.
A norma de conflitos remete para a ordem jurídica
estrangeira no seu conjunto, incluindo as próprias
normas de L2 sobre a devolução.
Quando: L1 → L2 → L3, aplicamos as normas de conflitos de
L2 independentemente do critério de referência adotado em “O juiz vai calçar os sapatos do juiz do país para o qual
L2. L1 remete.”
Logo, aplicamos o Direito material de L3, mesmo que L3 → L4.
Quando: L1 → L2, aplicamos L1, Vantagem:Visa maior harmonia internacional de julgados,
ainda que não total.
Desvantagem: Não resolve as situações de retorno
Esta teoria surge para resolver os problemas que a T. da dupla direto de competência em que o sistema de devolução
devolução não resolve. seja também de dupla devolução.
Vantagem: Há sempre solução. Nestas situações há um “impasse de cavalheiros”.
Desvantagem: Não garante a harmonia internacional de
julgados em todas as situações.
L1 → L2
DD DD
Esta era a solução adotada no Código de Seabra, e é a que é
adotada em França e na Alemanha.
EXEMPLOS DE APLICAÇÃO DOS
SISTEMAS DE REENVIO

L1 → L2 → L3 → L4 L1 → L2 → L3 → L4
DS DS RM DS DD DS RM DS

L1: L1:
L2: L2:
L3: L3:
L4: L4:
SISTEMA DE DEVOLUÇÃO PORTUGUÊS

• Artigo 16º do CC (Referência Material) – é a regra geral

• Artigo 17º do CC (Reenvio)

• Artigo 18º (Retorno)


FIM

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