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DIREITO DO TRABALHO I

2.ª Turma
2023/2024

Luísa Andias Gonçalves


1. Direito do Trabalho: o quê, porquê e para
quê?

Direito Trabalho
Que trabalho?
Que trabalho? Atividade
humana

Paga

Por conta de
outrem

P/ realização de fins
heterodeterminados

Nos termos
definidos por
outrem:
SUBORDINAÇÃO
CONTRATO
JURÍDICA DE
TRABALHO
SUBORDINAÇÃO JURÍDICA

O quê? Quando? Onde?

Com que
Como?
meios?
Porquê?
PORQUÊ A AUTONOMIA?

Direito Civil
(Direito das
Obrigações) Direito do Trabalho
-1152.º CC
- 1153.º CC
Paradoxo…

AUTONOMIA PRIVADA Desigualdade de


Contrato armas entre as
partes contratantes;
de assimetria;

VULNERABILIDADE
subordinação
trabalho jurídica;
subordinação
económica
Para quê?

Função tuitiva/tutelar do Direito do Trabalho

Limitações à liberdade contratual

Ordenamento protetivo e compensador da assimetria


Origens e evolução

Revolução Liberdade de Miséria da


Estado liberal
industrial; empresa; livre classe
abstencionista
capitalismo concorrência operária
Origens e evolução

Fracasso da Necessidade de
Questão social;
ideologia liberal no limitar a liberdade
conflito Direito do Trabalho
mercado de contratual; corrigir
capital/trabalho
trabalho assimetrias

Em Portugal, 1.ª Lei


Social data de
14/04/1891 (trabalho
de menores e
mulheres, higiene e
segurança)
Grande desenvolvimento no séc. XX

Greve Acidentes
de trabalho

Duração do Associações
Trabalho de classe

Cessação
FFF do contrato
de trabalho


Séc XXI

Codificação – CT de 2003; CT de 2009

Inteligência artificial/Robotização/Globalização

Crise do Direito do Trabalho?


Crise do Direito do Trabalho? / Transformações
/Desafios

Excesso de rigidez? / Excesso de proteção?

Mais flexibilidade?

Desregulamentação?
2. Noção, objeto e características gerais do
Direito do Trabalho
• Noção

• “Conjunto das normas jurídicas, de origem estadual e convencional,


que visam regular, com vista à sua normalização, as relações
individuais e coletivas que têm como seu elemento unificante e
desencadeante o trabalho assalariado”

Jorge Leite
2. Noção, objeto e características gerais do
Direito do Trabalho
• Objeto
Relações
coletivas

Relações Relações
individuais individuais
Trabalho
dependente,
prestado com
SUBORDINAÇÃO
JURÍDICA
Relações Relações
coletivas coletivas

Relações
individuais
2. Noção, objeto e características gerais do
Direito do Trabalho
• Âmbito

Novas tipologias
contratuais; novas formas Génese: Trabalho Dependência económica
de prestar trabalho (ex: assalariado clássico (artigo 10.º CT)
via plataformas digitais)

TEM VINDO A SER ALVO DE AMPLIAÇÃO


2. Noção, objeto e características gerais do
Direito do Trabalho
• Características gerais

- Compreende normas emanadas pelo Estado e normas criadas pelos


sujeitos coletivos;
- Tem uma função tuitiva do trabalhador dependente e de
limitação/legitimação dos poderes empresariais;
- Regula relações individuais de trabalho (bilaterais entre empregador e
trabalhador) e relações coletivas de trabalho (associações sindicatos,
associações de empregadores, gereve, contratação coletiva).
3. Fontes do Direito do Trabalho
• Artigo 1.º do CT

Artigo 1.º
Fontes específicas

O contrato de trabalho está sujeito, em especial, aos instrumentos de


regulamentação colectiva de trabalho, assim como aos usos laborais que
não contrariem o princípio da boa fé.
3. Fontes do Direito do Trabalho

Fontes de
Direito do
Trabalho

Fontes
Fontes gerais
específicas
3. Fontes do Direito do Trabalho

Fontes gerais
Fontes nacionais CRP, Lei, Decreto-Lei….

Convenções e
Fontes
recomendações da OIT,
internacionais/supranacionais
Direito da União Europeia…
3. Fontes do Direito do Trabalho
• A Constituição da República Portuguesa

O Direito do Trabalho português é fortemente


constitucionalizado

A CRP é a «norma primária sobre produção de


normas»; os DLG dos trabalhadores são matéria
de reserva relativa da AR

Os trabalhadores têm o direito fundamental de


participar na elaboração da legislação do
trabalho (54.º, 5/d e 56.º/2/a CRP)
3. Fontes do Direito do Trabalho
• A Organização Internacional do • A União Europeia
Trabalho
- Convenções e recomendações: - Direito comunitário originário
*Segurança e saúde no trabalho; (Tratados);
*Duração do Trabalho;
*Liberdade Sindical; - Direito comunitário derivado:
*Férias Regulamentos e Diretivas
*Maternidade
(…)
3. Fontes do Direito do Trabalho

Fontes específicas
Usos laborais

Instrumentos de
regulamentação coletiva
de trabalho (IRCT)
3. Fontes do Direito do Trabalho

Art.º 2.º do CT
IRCT
(2.º, n.º 1)

Negociais Não negociais


(2.º, n.º 2) (2.º, n.º 4)

Decisão arbitral Decisão de


Portaria de
Convenção em processo de Portaria de arbitragem
Acordo de adesão condições de
coletiva (2.º, n.º arbitragem Extensão obrigatória ou
(504.º) trabalho
3) voluntária (506.º- (514.º-516.º) necessária
507.º) (517.º-518.º)
(508.º-511.º)
3. Fontes do Direito do Trabalho
• Relação entre fontes e o princípio do favor laboratoris
- O QUE SÃO NORMAS RELATIVAMENTE IMPERATIVAS, SEMI-
IMPERATIVAS OU IMPERATIVAS MÍNIMAS?
- QUAL TEM SIDO A EVOLUÇÃO?

No CT No CT
Na LCT
2003 2009
3. Fontes do Direito do Trabalho
Relação entre fontes

Art.º 3.º, 1 Art.º 3.º, 4


Art.º 476.º
a3 e5
Lei – IRCT –
Lei - IRCT Contrato de Contrato de
trabalho trabalho
4. Contrato de trabalho: noção, elementos
essenciais e características
• Noção
Artigo 11.º
Noção de contrato de trabalho

Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma


pessoa singular se obriga, mediante
retribuição, a prestar a sua actividade a outra
ou outras pessoas, no âmbito de organização e
sob a autoridade destas.
4. Contrato de trabalho: noção, elementos
essenciais e características
• Elementos essenciais

• PRESTAÇÃO • RETRIBUIÇÃO • SUBORDINA


DE ÇÃO
TRABALHO JURÍDICA
4. Contrato de trabalho: noção, elementos
essenciais e características
Características:

- Contrato bilateral ou sinalagmático;


- Oneroso;
- Contrato de adesão
- Patrimonial e obrigacional;
- Duradouro;
- Intuitus personae
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
• Importância da distinção

• Aplicação da legislação laboral


Contrato de • Aplicação do regime de proteção social
Trabalho dos TCO (trabalhadores por conta de
outrem)

Contrato de • Aplicação do Direito Civil (algumas


exceções; ex. artigo 10.º CT)
Prestação de • Aplicação do regime de proteção social
Serviço dos TI (trabalhadores independentes)
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
Contrato de Trabalho Contrato de Prestação de Serviço
• 1152.º CC: • 1154.º CC:
“Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma
pessoa se obriga, mediante retribuição, a
prestar a sua actividade intelectual ou manual a “Contrato de prestação de serviço é aquele em
outra pessoa, sob a autoridade e direcção que uma das partes se obriga a proporcionar à
desta.” outra certo resultado do seu trabalho
intelectual ou manual, com ou sem retribuição.”
• 11.º CT:
“Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma
pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a
prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas,
no âmbito de organização e sob a autoridade
destas.”
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
Contrato de Trabalho Contrato de Prestação de Serviço
• Conteúdo da obrigação: prestação • Conteúdo da obrigação:
de uma atividade; obrigação de proporcionar ao credor o
meios RESULTADO da atividade
• Contrapartida: a retribuição é um • Contrapartida: pode ou não existir
elemento essencial do contrato de retribuição
trabalho • Modo: não é feita qualquer
• Modo: a atividade é prestada sob a referência, o que não significa que
autoridade e direção do credor, no não possam existir orientações
âmbito da sua organização
SUBORDINAÇÃO JURÍDICA
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
• Elementos coadjuvantes da análise (meros indícios)

Designação
Horário Retribuição Local
contratual

Seguro de
Instrumentos Subsídios de
Férias acidentes de
de trabalho férias e de Natal
trabalho

Substituição por Enquadramento


Instruções
terceiro SS
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
PRESUNÇÃO DE LABORALIDADE

Alterada pela
Introduzida Nova redação
Lei n.º 9/2006,
pelo CT 2003 no CT 2009
de 20/03

Antes disso, cabia ao A Lei n.º 13/2023, de 03/04,


trabalhador fazer alterou a redação do n.º 3 do
prova da existência artigo 12.º do CT e criou uma
de contrato de nova presunção destinada aos
trabalho trabalhadores das plataformas
(art.º 12.º-A)
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
CT de 2003:
Artigo 12.º
Presunção
Presume-se que as partes celebraram um contrato de trabalho sempre que, cumulativamente:
a) O prestador de trabalho esteja inserido na estrutura organizativa do beneficiário da actividade e
realize a sua prestação sob as orientações deste;
b) O trabalho seja realizado na empresa beneficiária da actividade ou em local por esta controlado,
respeitando um horário previamente definido;
c) O prestador de trabalho seja retribuído em função do tempo despendido na execução da
actividade ou se encontre numa situação de dependência económica face ao beneficiário da
actividade;
d) Os instrumentos de trabalho sejam essencialmente fornecidos pelo beneficiário da actividade;
e) A prestação de trabalho tenha sido executada por um período, ininterrupto, superior a 90 dias.
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
CT de 2003, na redação da Lei n.º 9/2006

Artigo 12.º
Presunção

Presume-se que existe um contrato de trabalho sempre que o prestador esteja na dependência e
inserido na estrutura organizativa do beneficiário da actividade e realize a sua prestação sob as
ordens, direcção e fiscalização deste, mediante retribuição.
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço Presunção iuris
CT de 2009 tantum
Artigo 12.º
Presunção de contrato de trabalho
1 - Presume-se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a pessoa que presta uma
actividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem algumas das seguintes características:
a) A actividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele determinado;
b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao beneficiário da actividade;
c) O prestador de actividade observe horas de início e de termo da prestação, determinadas pelo beneficiário
da mesma;
d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de actividade, como
contrapartida da mesma;
e) O prestador de actividade desempenhe funções de direcção ou chefia na estrutura orgânica da empresa.
2 - Constitui contra-ordenação muito grave imputável ao empregador a prestação de actividade, por forma
aparentemente autónoma, em condições características de contrato de trabalho, que possa causar prejuízo ao
trabalhador ou ao Estado.
3 - Em caso de reincidência são aplicadas ao empregador as seguintes sanções acessórias:
a) Privação do direito a apoio, subsídio ou benefício outorgado por entidade ou serviço público, Lei
designadamente de natureza fiscal ou contributiva ou proveniente de fundos europeus, por período até dois 13/2023
anos;
b) Privação do direito de participar em arrematações ou concursos públicos, por um período até dois anos.
4 - Pelo pagamento da coima, são solidariamente responsáveis o empregador, as sociedades que com este se
encontrem em relações de participações recíprocas, de domínio ou de grupo, bem como o gerente,
administrador ou director, nas condições a que se referem o artigo 334.º e o n.º 2 do artigo 335.º
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
APLICAÇÃO NO TEMPO
Art.º 7.º/1 da Lei 7/2009:

1 - Sem prejuízo do disposto no presente artigo e nos seguintes, ficam


sujeitos ao regime do Código do Trabalho aprovado pela presente lei os
contratos de trabalho e os instrumentos de regulamentação colectiva
de trabalho celebrados ou adoptados antes da entrada em vigor da
referida lei, salvo quanto a condições de validade e a efeitos de factos
ou situações totalmente passados anteriormente àquele momento.
(…)
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
• APLICAÇÃO DA LEI NO TEMPO

E quanto à aplicação no tempo de presunção de laboralidade?

Operação de qualificação contratual

A jurisprudência tem entendido ser de aplicar o regime jurídico existente ao


tempo da respetiva constituição…
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
ARTIGO 12.º-A CT - Presunção de contrato de trabalho no âmbito de
plataforma digital (introduzida pela Lei 13/2023)
2. (…) entende-se por plataforma digital a pessoa coletiva que presta ou disponibiliza serviços à distância, através de meios eletrónicos,
nomeadamente sítio da Internet ou aplicação informática, a pedido de utilizadores e que envolvam, como componente necessária e essencial, a
organização de trabalho prestado por indivíduos a troco de pagamento, independentemente de esse trabalho ser prestado em linha ou numa
localização determinada, sob termos e condições de um modelo de negócio e uma marca próprios.
1 (…) presume-se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre o prestador de atividade e a plataforma digital se verifiquem
algumas das seguintes características:
a) A plataforma digital fixa a retribuição para o trabalho efetuado na plataforma ou estabelece limites máximos e mínimos para aquela;
b) A plataforma digital exerce o poder de direção e determina regras específicas, nomeadamente quanto à forma de apresentação do prestador
de atividade, à sua conduta perante o utilizador do serviço ou à prestação da atividade;
c) A plataforma digital controla e supervisiona a prestação da atividade, incluindo em tempo real, ou verifica a qualidade da atividade
prestada, nomeadamente através de meios eletrónicos ou de gestão algorítmica;
d) A plataforma digital restringe a autonomia do prestador de atividade quanto à organização do trabalho, especialmente quanto à escolha do
horário de trabalho ou dos períodos de ausência, à possibilidade de aceitar ou recusar tarefas, à utilização de subcontratados ou substitutos,
através da aplicação de sanções, à escolha dos clientes ou de prestar atividade a terceiros via plataforma;
e) A plataforma digital exerce poderes laborais sobre o prestador de atividade, nomeadamente o poder disciplinar, incluindo a exclusão de
futuras atividades na plataforma através de desativação da conta;
f) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertencem à plataforma digital ou são por esta explorados através de contrato de
locação.
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
ARTIGO 12.º-A CT - Presunção de contrato de trabalho no âmbito de
plataforma digital (introduzida pela Lei 13/2023)
5 - A plataforma digital pode (…) invocar que a atividade é prestada perante pessoa singular ou coletiva que atue como
intermediário da plataforma digital para disponibilizar os serviços através dos respetivos trabalhadores.
6 - No caso previsto no número anterior, ou caso o prestador de atividade alegue que é trabalhador subordinado do
intermediário da plataforma digital, aplica-se igualmente, com as necessárias adaptações, a presunção a que se refere o n.º
1, bem como o disposto no n.º 3, cabendo ao tribunal determinar quem é a entidade empregadora.

9 - Nos casos em que se considere a existência de contrato de trabalho, aplicam-se as normas previstas no presente Código
Artigo 12.º-A
Presunção de contrato de trabalho no âmbito de plataforma digital
que sejam compatíveis com a natureza da atividade desempenhada, nomeadamente o disposto em matéria de acidentes de
trabalho, cessação do contrato, proibição do despedimento sem justa causa, remuneração mínima, férias, limites do
período normal de trabalho, igualdade e não discriminação.

12 - A presunção prevista no n.º 1 aplica-se às atividades de plataformas digitais, designadamente as que estão reguladas
por legislação específica relativa a transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a
partir de plataforma eletrónica.
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço

Outra importante ferramenta para a correta qualificação contratual é a


AÇÃO JUDICIAL DE RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE CONTRATO
DE TRABALHO (art.ºs 186.º-K a 186.º-R CPT)

QUANDO TEM
LUGAR?
5.Contrato de Trabalho versus Contrato de
Prestação de Serviço
Artigo 15.º-A da Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro + art.ºs 186.º-Kss do CPT

1 - Caso o inspetor do trabalho verifique, na relação entre a pessoa que presta uma atividade e outra ou outras
que dela beneficiam, a existência de características de contrato de trabalho, nos termos previstos nos n.os 3 e
4 do artigo 2.º, lavra um auto e notifica o empregador para, no prazo de 10 dias, regularizar a situação, ou se
pronunciar dizendo o que tiver por conveniente.
2 - O procedimento é imediatamente arquivado caso o empregador faça prova da regularização da situação do
trabalhador, designadamente, mediante a apresentação do contrato de trabalho ou de documento
comprovativo da existência do mesmo, reportada à data do início da relação laboral, mas não dispensa a
aplicação
Artigo 15.º-A das contraordenações previstas no n.º 2 do artigo 12.º e no n.º 10 do artigo 12.º-A do Código do
Procedimento a adotar em caso de inadequação do vínculo que titula a prestação de uma atividade em condições correspondentes às do contrato de trabalho
Trabalho.
3 - Findo o prazo referido no n.º 1 sem que a situação do trabalhador em causa se mostre devidamente
regularizada, a ACT remete, em cinco dias, participação dos factos para os serviços do Ministério Público junto
do tribunal do lugar da prestação da atividade, acompanhada de todos os elementos de prova recolhidos, para
fins de instauração de ação de reconhecimento da existência de contrato de trabalho.
Após a receção da participação prevista no n.º 3 do
artigo 15.º-A da Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro,
o Ministério Público dispõe de 20 dias para propor
ação de reconhecimento da existência de contrato de
trabalho.
6. Modalidades de contrato de trabalho

Contrato de
trabalho a
termo

Trabalho Trabalho
temporário intermitente
MODELO
TÍPICO: contrato
por tempo
indeterminado, a
tempo inteiro,
permanente, nas
instalações do
Trabalho a empregador…..
Comissão de
tempo
serviço
parcial

Teletrabalho
6.1. Contrato de trabalho a termo
Princípio da segurança no emprego – artigo 53.º da CRP

É garantida aos trabalhadores a segurança no emprego, sendo


proibidos os despedimentos sem justa causa ou por motivos
políticos ou ideológicos.

A celebração de contratos de trabalho a


termo não é livre; está sujeita a limites
6.1. Contrato de trabalho a termo

TERMO CONDIÇÃO
Cláusula nos termos da qual as Cláusula nos termos da qual as
partes subordinam a um partes subordinam a um
acontecimento futuro e certo acontecimento futuro e
a produção dos efeitos do incerto a produção dos efeitos
negócio jurídico ou a sua do negócio jurídico ou a sua
resolução: no primeiro caso, o resolução: no primeiro caso, a
termo diz-se suspensivo; no condição diz-se suspensiva; no
segundo, resolutivo. segundo, resolutiva.
(incertus an; incertus quando)
6.1. Contrato de trabalho a termo

Termo resolutivo
Certo Certus an, certus quando

Incerto Certus an, incertus quando


6.1. Contrato de trabalho a termo

Requisitos de
validade

Requisitos Requisitos
materiais – formais –
art.º 140.º CT Art.º 141.º CT
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – REQUISITOS MATERIAIS

Existência de uma necessidade temporária


139.º
CT
• Art.º 140.º/ 1 e 2 CT (cláusula geral + elenco exemplificativo)
ou

Existência de uma das situações prevista no n.º 4, ligadas


às políticas de incentivo ao investimento/fomento do
emprego, mesmo que a necessidade seja permanente…
• Art.º 140.º/4 CT
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – REQUISITOS MATERIAIS
INCUMPRIMENTO
DOS REQUISITOS
MATERIAIS

147.º/1/a
147.º/1/b

Considera-se o
contrato SEM
TERMO =
CONTRATO POR
TEMPO
INDETERMINADO
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – REQUISITOS FORMAIS

Forma escrita com todos os elementos do


141.º/1
• Artigo 141.º/1 e 2 do CT

A indicação do motivo justificativo tem de


cumprir os requisitos do n.º 3
• Art.º 141.º/3 CT
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – REQUISITOS FORMAIS
INCUMPRIMENTO
DOS REQUISITOS
FORMAIS

147.º/1/c

Considera-se o
contrato SEM
TERMO =
CONTRATO POR
TEMPO
INDETERMINADO
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – DURAÇÃO
Período estritamente necessário à satisfação da necessidade
Limites (140.º, n.º 1, in fine) 147.º/2/b

Só poderá ter prazo inferior a 6 meses nas situações e com 148.º/3


os limites do art.º 148.º, n.º 2
Máximo 2 anos (148.º, n.º 1 + n.º 6) 147.º/2/b

Nas situações do 140.º, n.º 4, a), máximo 2 anos posteriores 147.º/2/b


ao início justificativo (148.º, n.º 4)
Tudo conjugado com o limite máximo de renovações 147.º/2/b

EXCEÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHO DE MUITO 142.º


CURTA DURAÇÃO, ESPECIALMENTE REGULADOS
Contratos de Trabalho de muito curta duração
– 142.º CT
Em empresas cujo ciclo anual apresente irregularidades decorrentes do mercado ou de natureza estrutural (ex:
setor agrícola ou turismo)

Quando ocorre um acréscimo excecional e substancial de atividade a que não se consegue fazer face com a
estrutura permanente da empresa

Duração máxima de 35 dias

Não está sujeito a forma escrita --» Basta comunicação à SS

Duração total de contratos com o mesmo empregador: 70 dias/ano civil, sob pena de o contrato se considerar
como contrato a termo 6 meses (contabilizando-se para estes efeitos a duração dos contratos anteriores)
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – RENOVAÇÃO
Até 3 renovações MAS A DURAÇÃO TOTAL DAS RENOVAÇÕES NÃO PODE
Limites EXCEDER A DURAÇÃO DO PERÍODO INICIAL DO CONTRATO (149.º/4) 147.º/2/b

A possibilidade de renovação do contrato depende da manutenção das


condições de admissibilidade da sua celebração (requisito material) – 149.º/3 147.º/2/a

A renovação por prazo diferente depende do cumprimento dos requisitos de


forma – 149.º/3 147.º/2/a

Pode não ser admitida qualquer renovação, por estipulação das partes – 149.º/1
147.º/2/b

A renovação automática opera por período igual, se outro não for acordado
pelas partes – 149.º/2 147.º/2/b

CONTRATO RENOVADO = UM ÚNICO


CONTRATO
Proibição de contratos sucessivos – Artº 143.º
Cessação do contrato por
motivo não imputável ao
trabalhador
Com as exceções
do n.º 3 do
Impede nova admissão ou afetação artigo 143.º
DE TRABALHADOR através de
trabalho a termo/ trabalho
temporário/CPS para o mesmo posto
de trabalho/atividade

Com o mesmo empregador ou


sociedade que com este se encontre
em relação de domínio ou de grupo,
ou mantenha estruturas
organizativas comuns

Consequência:
147.º/1/3 e n.º 3
Antes de decorrido 1/3 de duração
do contrato, incluindo renovações
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO CERTO – CADUCIDADE
Art.º 344.º CT
Desde que não seja o trabalhador a
Depende de denúncia escrita com promover a caducidade do contrato
aviso prévio: de 15 dias, para o
empregador; de 8 dias, para o
trabalhador (344.º, n.º 1 do CT)
24 dias de retribuição base e
diuturnidades (Lei n.º 13/2023) por
Compensação por caducidade – cada ano completo de antiguidade
344.º, n.º 2

Limites do artigo 366.º, n.º 2, alíneas a) e


b)

Calculada nos termos do 𝑅𝑒𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒+𝑑𝑖𝑢𝑡𝑢𝑟𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠


Valor dia =
artigo 366.º do CT 30

Em caso de fração de ano, o valor é


calculado proporcionalmente
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – REQUISITOS MATERIAIS

Existência de uma das necessidades temporárias


previstas no artigo 140.º/2/a) a c) ou e) a h)
• Art.º 140.º/ 3 CT (elenco taxativo)
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – REQUISITOS MATERIAIS
INCUMPRIMENTO
DOS REQUISITOS
MATERIAIS

147.º/1/a
147.º/1/b

Considera-se o
contrato SEM
TERMO =
CONTRATO POR
TEMPO
INDETERMINADO
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – REQUISITOS FORMAIS

Forma escrita com todos os elementos do


141.º/1
• Artigo 141.º/1 e 2 do CT

A indicação do motivo justificativo tem de


cumprir os requisitos do n.º 3
• Art.º 141.º/3 CT
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – REQUISITOS FORMAIS
INCUMPRIMENTO
DOS REQUISITOS
FORMAIS

147.º/1/c

Considera-se o
contrato SEM
TERMO =
CONTRATO POR
TEMPO
INDETERMINADO
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – DURAÇÃO

Limites Período estritamente necessário à satisfação 147.º/2/b


da necessidade (140.º, n.º 1, in fine) 147.º/2/c

Máximo 4 anos (148.º, n.º 5)


147.º/2/b
6.1. Contrato de trabalho a termo
TERMO INCERTO – CADUCIDADE
Art.º 345.º CT
ATT: Art.º
147.º/2/c--»
O empregador deve comunicar ao trabalhador, por
escrito, a cessação do contrato, com aviso prévio: de Em caso de incumprimento do aviso prévio, pode
CONVERSÃO
7 dias, se o contrato durou até 6 meses; de 30 dias, se ocorrer na mesma a caducidade, com pagamento do
o contrato durou de 6 meses a 2 anos; de 60 dias, se o valor da retribuição correspondente ao período de
contrato durou mais do que 2 anos (345.º, n.º 1 do aviso prévio em falta (345.º, n.º 3)
CT)

24 dias de retribuição base e


diuturnidades (Lei n.º 13/2023) por cada
ano completo de antiguidade
Limites do artigo 366.º, n.º 2, alíneas a) e b)

Calculada nos termos do artigo 366.º do 𝑅𝑒𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 𝑏𝑎𝑠𝑒+𝑑𝑖𝑢𝑡𝑢𝑟𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑠


Valor dia =
CT 30
Compensação por caducidade – 345.º,
n.º 2

Em caso de fração de ano, o valor é calculado


proporcionalmente
6.1. CONTRATO DE TRABALHO A TERMO

Comunicações obrigatórias
• Art.º 144.º

Preferência na admissão
• Art.º 145.º

Princípio da igualdade de tratamento


• Art.º 146.º
6.2. Trabalho temporário

SUJEITOS ESQUEMA CONTRATUAL


UTILIZADOR

• Trabalhador temporário
• Empresa de trabalho temporário
(ETT) – devidamente licenciada
• Utilizador

EMPRESA DE TRABALHO
TEMPORÁRIO (ETT) TRABALHADOR

CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO ou CONTRATO


DE TRABALHO POR TEMPO INDETERMINADO PARA
DECÊNCIA TEMPORÁRIA (art.º 172.º/a e b)
6.2. Trabalho temporário
CONTRATO É um CPS
DE
UTILIZAÇÃO
DE É um contrato a termo resolutivo, certo ou incerto
TRABALHO (art.º 178.º)
TEMPORÁRIO
172.º/c Só pode ser celebrado em determinadas circunstâncias
– art.º 175.º ss
(entre a ETT e
o Está sujeito a forma escrita (art.º 177.º)
UTILIZADOR)
6.2. Trabalho temporário
CONTRATO É um contrato de trabalho
DE
TRABALHO
TEMPORÁRIO É um contrato a termo resolutivo, certo ou incerto
(art.º (180.º, n.º 1 + 182.º)
172.º/a)
Só pode ser celebrado em determinadas circunstâncias
(entre o (art.º 180 CT)
trabalhador
temporário e Está sujeito a forma escrita (181.º)
a ETT)
6.2. Trabalho temporário
CONTRATO DE
É um contrato de trabalho
TRABALHO POR
TEMPO
INDETERMINADO
PARA CEDÊNCIA É um contrato de trabalho por tempo indeterminado
TEMPORÁRIA
(art.º 172.º/b)
(entre o Está sujeito a forma escrita (183.º)
trabalhador
temporário e a
ETT)
6.2. Trabalho temporário
Cisão dos poderes/deveres
laborais

ETT Utilizador

Poder de
Pagamento da
Poder disciplinar autoridade e
remuneração
(185.º, n.º 4) direção (185.º,
(185.º, n.ºs 5 a 9)
n.ºs 2 e 3)
6.3. Trabalho a tempo parcial
Importância do trabalho a tempo parcial:
• Conciliação da vida familiar com a vida profissional
• Conciliação da vida profissional com a vida académica
• Facilitar a transição na entrada-saída do mercado de trabalho
• Multiplicação do emprego disponível
• Pluriemprego
• Flexibilização da gestão de mão-de-obra
(…)
6.3. Trabalho a tempo parcial

IRCT – não podem afastar a liberdade de celebração


de contrato de trabalho a tempo parcial.
• Art.º 151.º CT

Algumas categorias de trabalhadores têm direito a


trabalhar a tempo parcial
• Ex: art.º 55.º do CT
6.3. Trabalho a tempo parcial
• Noção: art.º 150.º CT

O QUE
ÉO
PNT?
PERÍODO NORMAL DE
TRABALHO SEMANAL

INFERIOR AO PRATICADO %
A TEMPO COMPLETO MÁXIMA?

EM SITUAÇÃO
COMPARÁVEL
O QUE É
COMPA
RÁVEL?
6.3. Trabalho a tempo parcial

Modalidades: 150.º/3
Horizontal

Vertical
6.3. Trabalho a tempo parcial
Requisitos Forma escrita, com indicação dos elementos indicados no
art.º 153.º/1
Formais
153.º CT Se for verbal ---» contrato a tempo completo (153.º/3)

Se for por escrito, mas faltar a referência


PNT/comparação funciona a presunção de que o contrato
é a tempo completo (153.º/2)
6.3. Trabalho a tempo parcial

Tempo
ALTERAÇÃO LIVRE, parcial
MEDIANTE ACORDO ESCRITO,
DE TTC PARA TTP, E VICE-
Art.sº
VERSA
155.º e Tempo
156.º/1 completo
A TÍTULO DEFINITIVO OU
CT
TEMPORÁRIO

Tempo
parcial
6.3. Trabalho a tempo parcial

Condições de Trabalho – 154.º CT


Princípio da igualdade

Em regra, prestações retributivas proporcionais ao PNT;


regime especial subsídio de refeição
6.4. Trabalho intermitente

Só em empresas que exerçam atividade com


descontinuidade ou intensidade variável
• Art.º 157.º/1 CT

Não pode ser celebrado a termo resolutivo ou em


regime de trabalho temporário
• Art.º 157.º/2 CT
6.4. Trabalho intermitente

Períodos de
Períodos de inatividade
atividade laboral
laboral
(stand-by)
6.4. Trabalho intermitente

QUANTO?
Não podem (no total)
ser inferior a 5 meses
a tempo
Períodos de atividade completo/ano
(159.º/2)
Pelo menos 3 meses
têm de ser
consecutivos
6.4. Trabalho intermitente

QUANDO?
Previamente fixados no
Trabalho alternado
contrato
Períodos de atividade
(159.º/1)
Com uma antecedência
Dependem de
fixada pelas partes, mas
convocatória do Trabalho à chamada
com o limite mínimo de
empregador
30/20 dias
6.4. Trabalho intermitente

Requisitos Forma escrita, com indicação dos elementos indicados


no art.º 158.º/1
Formais
158.º CT Se for verbal, ou se for por escrito, mas sem indicação
do n.º de anual de horas/dias de trabalho a tempo
completo ---» contrato standard (158.º/2)
Se for por escrito, mas o n.º de anual de horas/dias de trabalho a
tempo completo for inferior a 5 meses a tempo completo ----»
contrato intermitente com o n.º mínimo de horas legalmente
exigível (158.º, n.º 3)
6.4. Trabalho intermitente

Direitos do trabalhador intermitente – 160.º


Exercer outra atividade
Compensação retributiva
nos períodos de Subsídios de férias e de
nos períodos de inatividade Natal
inatividade
calculados em termos
IRCT; na sua falta, médios
20% Retribuição MAS
Base
6.5. Comissão de serviço

Para o exercício de cargos que impliquem uma


especial relação de confiança – art.º 161.º
Cargo de administração
Por IRCT: outras funções
(ou equivalente) /direção
Funções de secretariado cuja natureza suponha
ou chefia diretamente
pessoal de titular de especial relação de
dependente da
qualquer um desses confiança em relação a
administração ou de
cargos titular daqueles cargos e
diretor-geral (ou
funções de chefia
equivalente)
6.5. Comissão de serviço

Com garantia de
emprego (162.º,
Trabalhador n.º 2)
Externa admitido para o
Modalidades de efeito Sem garantia de
comissão de
serviço – 162.º/1 emprego
Trabalhador da
Interna empresa
6.5. Comissão de Serviço
Requisitos Forma escrita, com indicação dos elementos indicados
no art.º 162.º/3
Formais
162.º CT

Se for verbal, ou se for por escrito, mas sem a menção


expressa do regime de comissão de serviço ---»
considera-se que o contrato não é de Comissão de
Serviço (162.º/4)
6.5. Comissão de Serviço
ESPECIFICIDADE POSSIBILIDADE DE Art.º 53.º
DO REGIME DE DENÚNCIA LIVRE – CRP
CESSAÇÃO ART.º 163.º

PARA
TRABALHADOR E
EMPREGADOR

COMUNICAÇÃO
ESCRITA COM
ANTECEDÊNCIA
30/60 DIAS (ATÉ 2
ANOS/+2 ANOS CS)
6.5. Comissão de Serviço
Comissão de serviço interna ou externa Comissão de serviço externa sem
com garantia de emprego garantia de emprego
Efeitos da cessação – 164.º Efeitos da cessação – 164.º
- O trabalhador continua a exercer - O trabalhador deixa de exercer
atividade na empresa (a mesma ou atividade na empresa
uma nova), a não ser que prefira - Tem direito a receber uma
resolver o contrato de trabalho (nos indemnização calculada nos termos
30 dias seguintes e com direito a do art.º 366.º (a não ser que tenha
indemnização calculada nos termos havido despedimento com justa
do art.º 366.º) causa)
6.6. Teletrabalho
Necessidade de
adaptação do
Direito do
Trabalho às novas
realidades
6.6. Teletrabalho
Noção – artigo 165.º/1 CT

Prestação de trabalho em regime de subordinação jurídica do


trabalhador a um empregador…
+ Elemento geográfico
ou topográfico
…em local não determinado por este…(?)
Elemento tecnológico
+ ou instrumental
…através do recurso a tecnologias de informação e comunicação (TIC)
6.6. Teletrabalho

Modalidades geográficas Modalidades comunicativas

One way Two way


Num
No domicílio
telecentro line line

Num espaço Nómadas Off line


de co-working digitais
6.6. Teletrabalho
Teletrabalho externo ou interno–
166.º/ 1 e 2 Termos do acordo– 166.º/1

• Forma escrita – 166.º/2 (mas n.º 5)


- regime permanente /híbrido? (166.º/3)
- elementos do n.º 4
Trabalhador admitido
para o efeito; acordo • Duração determinada ou indeterminada (167.º)
Externo no contrato de
trabalho inicial • Se proposto pelo empregador, o trabalhador pode
Teletrabalho recusar sem necessidade de fundamentar (n.º 6);
Trabalhador da se proposto pelo trabalhador e a atividade for
Interno empresa; acordo compatível com o regime de teletrabalho, a recusa
posterior
pelo empregador tem de ser fundamentada por
escrito (n.º 7)
• Direito ao regime de teletrabalho – 166.º-A
(alterado pela Lei n.º 13/2023)
6.6. Teletrabalho
EQUIPAMENTOS E SISTEMAS – art.º 168.º CT (alterado pela Lei n.º
13/2023)
• Devem ser disponibilizados pelo empregador, nos termos do 168.º/1;
• Sendo da propriedade do empregador, a sua utilização para outros
fins pode ser condicionada por regulamento interno ou no acordo
para prestação de teletrabalho; não o sendo, o trabalhador não pode
ser sancionado pelo seu uso para além das necessidades do serviço
(n.ºs 7 a 9 do art.º 168.º)
6.6. Teletrabalho
Despesas – art.º 168.º CT (alt. Lei n.º 13/2023)

- Devem ser integralmente compensadas pelo empregador todas as


despesas adicionais atinentes: aquisição ou uso dos equipamentos e
sistemas informáticos ou telemáticos; acréscimo de custos de energia e da
rede; custos de manutenção; o pagamento é devido imediatamente após a
realização das despesas pelo trabalhador (n.º 5)
- O valor fixo da compensação pelas despesas adicionais deve ser previsto
por contrato individual/IRCT (n.º 3); caso inexista, consideram-se despesas
adicionais as correspondentes à aquisição de bens/serviços de que o
trabalhador não dispunha anteriormente + as determinadas por comparação
com as despesas homólogas no último mês de trabalho em regime
presencial (n.º 4)
6.6. Teletrabalho
• Princípio da igualdade de tratamento entre trabalhadores presenciais e
teletrabalhadores (art.º 169.º CT) – e quanto ao subsídio de refeição?
• Poderes de direção e controlo – 169.º-A – equilíbrio com o necessário
respeito pelo descanso (169.-B/1/b), pela privacidade e pela vida familiar
do trabalhador (art.º 170.º), sendo proibido impor a conexão permanente,
durante a jornada de trabalho, por meio de imagem ou som (169.º-A/5),
assim como a captura e utilização de imagem, de som, de escrita, de
histórico (170.º/5)… e exigindo-se informação e transparência (169.º-
B/1/a)
• Segurança e saúde no trabalho – 170.º-A; preocupações com as
consequências do isolamento (169.º-B/1/c)
7. Formação do contrato de trabalho
• 7.1. Capacidade para a celebração do contrato de trabalho

Artigo 13.º CT
Princípio geral sobre capacidade

A capacidade para celebrar contrato de trabalho regula-se nos termos


gerais do direito e pelo disposto neste Código.

TRABALHO DE MENORES?
7.1. Capacidade para a celebração do contrato de
trabalho
menores – art.º 68.º
Requisitos trabalho

Idade mínima de admissão 16 anos

Escolaridade mínima
obrigatória ou frequência
nível secundário

Capacidade físicas e
Cfr. art.ºs 66.º, 72.º
psíquicas
7.1. Capacidade para a celebração do contrato de trabalho
Menor com
idade inferior
a 16 anos
Menor com
pelo menos
16 anos
Poderão ser admitidos a
prestar trabalho mas
se não tiverem uma
qualificação profissional
Escolaridade têm de frequentar
obrigatória modalidade de
ou frequência educação/formação que
do ensino confira a escolaridade
secundário obrigatória/qualificação
profissional
69.º, n.º 1 CT Sem
escolaridade
obrigatória
EXCEÇÃO:
FÉRIAS
nem frequência
Prestação de
trabalhos ESCOLARES do nível
leves (68.º,
n.º 3)
secundário
7.1. Capacidade para a celebração do contrato de trabalho

Capacidade de
exercício? – art.º 70.º

Não tem 16 anos ou


16 anos + escolaridade
não tem escolaridade
obrigatória/frequência
ensino secundário
obrigatória/frequência O menor tem
ensino secundário capacidade para
receber a
retribuição,
salvo oposição
Exceção da escrita dos seus
emancipação pelo Válido, salvo oposição Válido mediante representantes
casamento MAS escrita dos autorização escrita dos legais
66.º/4 representantes legais representantes legais
7.2. Objeto do contrato de trabalho
Artigo 280.º CC
(Requisitos do objecto negocial)

1 .É nulo o negócio jurídico cujo objecto seja física ou


legalmente impossível, contrário à lei ou indeterminável.

2. É nulo o negócio contrário à ordem pública, ou ofensivo


dos bons costumes.
8. Processo de formação do contrato
• 8.1. Promessa de contrato de trabalho

- Contrato promessa---» Art.º 410.º, n.º 1 CC---» Convenção pela qual


alguém se obriga a celebrar certo contrato…

- Sendo o contrato prometido um contrato de trabalho…

-…teremos uma PROMESSA DE CONTRATO DE TRABALHO (ART.º 103.º


CT)
8. Processo de formação do contrato
• 8.1. Promessa de contrato de trabalho – art.º 103.º CT

Forma escrita com os elementos previstos no n.º 1

Pode vincular apenas uma das partes

Em caso de incumprimento--» Responsabilidade, nos


termos gerais, mas sem possibilidade de execução
específica
8. Processo de formação do contrato
• 8.2. Princípios

Princípio da
liberdade contratual Princípio da igualdade
(art.º 405.º CC) no acesso ao emprego
(art.º 58.º, 1, b CRP)
8. Processo de formação do contrato

Direito à igualdade no acesso ao emprego


• Artigo 24.º CT

Proibição de práticas discriminatórias


• Artigo 25.º CT
8. Processo de formação do contrato
• 8.2. Fase pré-contratual

Princípio da boa-fé
(art.ºs 227.º CC e
102.º CT; 106.º, n.º 2 “Direito à mentira?”
CT)
(16.º e 17.º CT)
9. Forma do contrato de trabalho

REGRA EXCEÇÕES

Contrato a termo Trabalho a tempo


• Princípio da liberdade de forma (141.º) parcial (153.º)

Contrato de
Art.º 110.º CT trabalho Comissão de
intermitente serviço (182.º)
(158.º)

Pluralidade de
empregadores (…)
(101.º)
10. A invalidade do contrato de trabalho

INVALIDADE INVALIDADE
TOTAL PARCIAL
10. A invalidade do contrato de trabalho

Invalidade
de algumas
cláusulas

INVALIDADE ART.º
PARCIAL 121.º CT
10. A invalidade do contrato de trabalho
• Diferente do
regime do
ART.º 121.º
art.º 292.º
CC

A regra é a da
substituição das
cláusulas inválidas • 121.º/2 CT
pelas normas
invalidantes

Redução
teleológica
10. A invalidade do contrato de trabalho

O contrato produz
efeitos como se
Irretroatividade da
INVALIDADE fosse válido em
ART.º 122.º CT invalidade; efeitos
TOTAL relação ao tempo
ex nunc
em que seja
executado

EVENTUAL CONVALIDAÇÃO:
ART.º 125.º /1 CT
11. Período experimental
• Noção e finalidade

Art.º 111.º, n.º 1 CT: …tempo inicial de execução do contrato do


trabalho, durante o qual as partes apreciam o interesse na sua
manutenção.
11. Período experimental - Duração
Contrato por tempo indeterminado Contrato a termo
112.º, n.º 1 (ELEMENTO NATURAL) 112.º, n.º 2 (ELEMENTO NATURAL)
• Generalidade dos
90 dias trabalhadores 30 • Contrato com duração igual ou
superior a 6 meses
• Cargos complexidade técnica/elevado
grau responsabilidade/especial
dias
qualificação
180 dias • Funções de confiança
• Trab. à procura de 1.º emprego e
desempregados de longa duração 15 • Contrato a termo certo com duração
inferior a 6 meses ou contrato a
termo incerto cuja duração previsível

240 dias • Cargo de direção ou


quadro superior
dias não ultrapasse 6 meses

Contrato em comissão de Não pode exceder 180 dias


serviço, 112.º, n.º 3 (só existe por acordo das partes – ELEMENTO ACIDENTAL)
11. Período experimental - Duração

REDUÇÃO EXCLUSÃO
• Por IRCT ou acordo escrito entre as • Por acordo escrito entre as partes –
partes – 112.º, n.º 7 111.º, n.º 3, CT
• Na medida da duração de anterior • Presume-se a exclusão se o
contrato com o mesmo empregador empregador incumprir o dever de
(contrato a termo para a mesma
atividade/ct temporário mesmo posto de informação relativo ao per. exp.
trab/CPS mesmo objeto/estágio (106.º/3/o) no prazo legal (107.º/4) –
profissional mesma atividade…) – 112.º, 111.º, n.º 4, CT
n.º 4 (pode levar à exclusão total) • 112.º, n.º 4, CT
• Apenas para os TPPE e DSL: Interpretação • 112.º, n.º 5
corretiva?: em 90 dias, quando o trabalhador
tenha anteriormente tido contrato a termo de • 112.º, n.º 6.
90 ou mais dias (…) com empregador diferente–
112.º, n.º 5
• 112.º, n.º 6.
11. Período experimental – Contagem
• Conta a partir do início da execução da prestação do trabalhador
• Contabilização
113.º, n.º 1,
1.ª parte

• A ação de formação determinada pelo empregador é contabilizada para efeitos


113.º, n.º 2, de período de experimental, desde que não ultrapasse 50% do mesmo
2.ª parte

• Não são contabilizados os dias de falta (mesmo justificada), de licença, de


113.º, n.º 2
dispensa ou de suspensão do contrato de trabalho
11. Período experimental - Denúncia
Período experimental Período experimental
Período experimental até
superior a 60 dias – superior a 120 dias –
60 dias – 114.º/1
114.º/1, 2 e 4 114.º/1, 3 e 4
• Sem aviso prévio nem • Sem invocação de justa • Sem invocação de justa
invocação de justa causa causa
causa • Aviso prévio de 7 dias • Aviso prévio de 30 dias
• Sem direito a • Incumprimento do aviso • Incumprimento do aviso
indemnização prévio: pagamento da prévio: pagamento da
retribuição retribuição
correspondente ao aviso correspondente ao aviso
prévio em falta prévio em falta

 Contudo, nunca pode constituir um abuso de direito – 114.º/7 e 8

Obrigações de comunicação à CITE e ACT – 114.º/5 e 6


13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
PODERES DO EMPREGADOR

Artigo 99.º CT

Artigo 98.º CT
Art.º 97.º CT

• Poder de • Poder • Poder


direção regulamentar disciplinar
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
• Poder de direção: artigo 97.º CT
O que fazer, em que termos, de que modo,
sob vigilância do empregador
«Compete ao empregador estabelecer os termos em que o trabalho
deve ser prestado, dentro dos limites decorrentes do contrato e das
normas que o regem».

Ordens lícitas; dentro dos limites do


âmbito laboral…
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
• Poder regulamentar: artigo 99.º CT

«1 – O empregador pode elaborar regulamento interno de empresa


sobre organização e disciplina do trabalho.»

Audição de estrutura(s) de representação


coletiva dos trabalhadores

SÓ PRODUZ EFEITOS APÓS PUBLICITAÇÃO--»


nomeadamente com afixação na sede da empresa e dos
locais de trabalho
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
• Poder disciplinar: artigo 98.º CT

«O empregador tem poder disciplinar sobre o trabalhador ao seu


serviço enquanto vigorar o contrato de trabalho».

Com regras
especiais para os
Poder punitivo Regulado nos casos de aplicação
privado artigos 328.ºss CT da sanção
disciplinar mais
grave: 351.ºss CT
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
do infrator (330.º/1)
abilidade
lp
e à cu
• Sanções disciplinares Art.º 328.º CT
da infração
de
ravida
na làg
porcio
er pro
çãos Despedimento sem
n
a sa Suspensão do indemnização ou
endo trabalho com perda compensação
: dev de retribuição e de
sada Perda de dias de antiguidade: com os Outras?: só por
e limites do 328.º/3/c
is p
férias: com os
a Sanção pecuniária: limites do 328.º/3/b (+ n.º 4) IRCT e com
à m com os limites do respeito pelos
ve
e 328.º/3/a (+ n.º4)
i sl Repreensão
direitos e
garantias dos
a
Da m

Registada
POSSÍVEL AGRAVAMENTO PELA DIVULGAÇÃO trabalhadores
Repreensão NO ÂMBITO DA EMPRESA
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
Princípio da proporcionalidade (330.º/1, 1.ª parte)

Princípio non bis in idem (330.º/1, 2.ª parte)


Princípios
ação Princípio do contraditório (329.º/6)
disciplinar
Princípio da celeridade: 329.º/1 + 329.º/2 + 329.º/3 +
330.º/2
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
• Direitos laborais (inespecíficos) do trabalhador: direitos de
personalidade

Direitos
Liberdade de fundamentais
empresa do
trabalhador
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
• Direitos laborais (inespecíficos) do trabalhador: direitos de
personalidade

TRABALHADOR PESSOA
Subordinação Direitos de
jurídica personalidade
13. Os poderes patronais e os direitos do
trabalhador enquanto pessoa e cidadão
DIREITO À LIBERDADE DE EXPRESSÃO?
- com respeito pela liberdade dos outros DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL? (art.º 14.º)
- sem afetar o normal funcionamento da empresa - proibição do assédio moral e sexual (art.º 29.º)
- conciliação equilibrada com o dever de lealdade

PESSOA
TRABALHADOR

DIREITO À RESERVA DA INTIMIDADE DA VIDA PRIVADA, À PROTEÇÃO DE


DADOS PESSOAIS, À IMAGEM?
- no acesso e na divulgação da informação (art.º 16.º e 17.º)
- recolha e tratamento de dados pessoais limitados pelo RGPD LIBERDADE DE CONDUTA FORA DO ESPAÇO E DO TEMPO DE
TRABALHO?
- testes e exames médicos (art.º 19)
- Controlo com meios de vigilância? (art.º 20.º)
- confidencialidade das mensagens? (art.º 22.º)
Objeto da
prestação de
trabalho
14. O quid da
prestação de Atividade
trabalho: fazer o contratada

quê?
Art.ºs 115.º +
118.º CT
Art.º 115.º CT

14. O quid A atividade é


da prestação determinada por
acordo das partes
• n.º1
de trabalho:
fazer o quê? Possibilidade de
remissão para
categoria
profissional • n.º 2
previstas em IRCT
ou RI
Art.º 118.º CT

14. O quid Dentro da atividade


contratada, o
da prestação empregador tem o
poder determinativo
de trabalho: da função

fazer o quê? Devem ser atribuídas ao


trabalhador as funções
mais adequadas às suas • n.º 1
aptidões e qualificação
profissional
Art.º 118.º, n.º 2 CT

Cfr. art.º 267.º CT

14. O quid Atividade


determinada
Funções afins
ou Atividade
da prestação por acordo, com
possível
remissão para
funcionalmente
ligadas, dentro
dos limites
contratada/obj
eto contratual

de trabalho: categoria legais

fazer o quê?
POLIVALÊNCIA FUNCIONAL
REGRA

Proibição redução
14. O quid categoria profissional
129.º/1/e CT
da prestação
EXCEÇÃO
de trabalho:
fazer o quê? “Despromoção” por acordo + necessidade premente da empresa ou
do trabalhador + autorização ACT se implicar diminuição retribuição

119.º CT
Art.º 120.º CT

Exceção ao princípio da invariabilidade da prestação,


previsto no art.º 118.º, n.º 1
14. O quid
da prestação
de trabalho: O empregador pode, excecionalmente, encarregar o
trabalhador de exercer funções não incluídas na
fazer o quê? atividade contratada

MOBILIDADE FUNCIONAL (jus


variandi)
MOBILIDADE FUNCIONAL (jus variandi)

REQUISITOS
14. O quid Não implicar
diminuição de
da prestação Não implicar
Ser transitória:
máximo 2 anos;
retribuição,
tendo o
uma
de trabalho: Por exigência do
interesse da
modificação
em princípio, o
trabalhador não
trabalhador
direito às
substancial da
fazer o quê? empresa
posição do
tem direito à
requalificação
condições mais
favoráveis
trabalhador
profissional inerentes às
funções
exercidas
MOBILIDADE FUNCIONAL (jus variandi)

IRCT CONTRATO DE TRABALHO

14. O quid
Art.º 120.º, n.º 6 (+art.º 3.º/5) Cláusula de mobilidade funcional
da prestação
de trabalho: Art.º 120.º, n.º 2

fazer o quê?
15. O lugar da prestação de trabalho

Por acordo

• 193.º/1 CT

• LOCAL DE TRABALHO Abrange as deslocações inerentes ao desempenho da


atividade + formação profissional
• 193.º, n.º 2

Princípio da inamovibilidade

• 129.º/1/f + 193.º, n.º1, 1.ª parte


15. O lugar da prestação de trabalho

Dentro do local O empregador


contratualmente determina o local
definido de trabalho efetivo
15. O lugar da prestação de trabalho
TRANSFERÊNCIA DO LOCAL
DE TRABALHO

Em resultado de determinação unilateral do


Art.ºs 194.º + 196.º CT
empregador

Em resultado do exercício de um direito pelo


RT.º 195.º CT
trabalhador
15. O lugar da prestação de trabalho
Transferência de local de trabalho promovida pelo empregador

194.º CT

INDIVIDUAL COLETIVA
(194.º/1/b) (194.º/1/a)

Prejuízo sério pode ser


Prejuízo sério pode fundamento para resolução
impedir a transferência. do contrato com direito a
indemnização
15. O lugar da prestação de trabalho
Transferência de local de trabalho promovida pelo
empregador

194.º CT

DEFINITIVA TEMPORÁRIA

- O empregador deve custear o


-Máximo 6 meses, em regra (n.º 3);
acréscimo de despesas de
deslocação/mudança resid.ª - O empregador deve custear o acréscimo de
(n.º 4); despesas de deslocação/alojamento (n.º 4);
- Comunicação, por escrito, com - Comunicação, por escrito, com 8 dias de
30 dias de antecedência e antecedência e fundamentada (196.º)
fundamentada (196.º)
15. O lugar da prestação de trabalho

IRCT CT

194.º/6 (att: 3.º, N.º 5 CT) 194.º/2 CT

Cláusulas de mobilidade geográfica


15. O lugar da prestação de trabalho
Transferência de local de trabalho promovida
pelo trabalhador

195.º CT

TRABALHADOR
VÍTIMA DE
VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA

Tem de ser
uma empresa
plurilocalizada

Apresentação de
queixa crime +
saída da casa de
morada de família
16. Tempo • Importância da delimitação do tempo de
de trabalho: trabalho
trabalhar • Preocupação/proteção nacional e
internacional
quanto e • Tempo de trabalho Vs Período de descanso
quando?
16. Tempo
de trabalho: Período normal Horário de
trabalhar de trabalho
(198.º CT)
trabalho
(200.º CT)

quanto e
quando?
Limite-regra: art.º 203.º/1 CT
PNT 8h/dia 40h/semana
16. Tempo
Pode ser estabelecido em termos médios, num
de trabalho: determinado período de referência –
Adaptabilidade – 204.º a 207.º CT (por IRCT;
trabalhar individual; grupal)

quanto e Possibilidade de alargamento através do mecanismo


do Banco de Horas – 208.º, 208.º -B CT (por IRCT;
quando? grupal)
Definição compete ao empregador,
HT respeitados os limites legais – 212.º CT
16. Tempo (pode ser, contudo, individualmente acordado)
Alteração unilateral pelo empregador--»
de trabalho: Cumprimento dos requisitos do art.º 217.º CT

trabalhar Não pode ser unilateralmente alterado o horário


individualmente acordado (217.º/4 CT)
quanto e Elaboração e afixação do mapa de horário de trabalho

quando? (art.ºs 215.º e 216,º CT


Períodos 213.º CT --» Intervalo de descanso para
de interromper o período de trabalho diário
16. Tempo descanso
214.º CT --» Descanso diário entre dois
de trabalho: períodos diários de trabalho
trabalhar
quanto e 232.º CT --» Descanso semanal,
entre duas semanas de trabalho
quando?
Isenção HT

16. Tempo
de trabalho:
trabalhar Requisito formal Requisito material
quanto e
quando?
Uma das situações
previstas nas alíneas a)
Acordo escrito
a c) do n.º 1 do art.º
(218.º/1 CT)
218.º CT (ou outras
previstas em IRCT)
Modalidades
Isenção HT – 219.º CT

16. Tempo
de trabalho:
trabalhar TOTAL
Não sujeição os limites
PARCIAL OU LIMITADA
Possibilidade de
determinado aumento
MODELADA OU
RELATIVA

quanto e máximos do PNT (ATT:


n.º3)
do PNT, por dia ou por
semana
Observância do PNT
acordado

quando?
Aplicável, na falta de
estipulação das partes Acréscimo retributivo: Acréscimo retributivo:
Acréscimo retributivo: 265.º/1/a (+n.º2) 265.º/1/b (+n.º 2)
265.º/1/a (+n.º2)
TRABALHO POR TURNOS – 220.º A
222.º CT

16. Tempo
de trabalho: Os trabalhadores ocupam
sucessivamente os mesmos postos de
trabalhar trabalho. Pode ser num ritmo rotativo
ou não, contínuo ou descontínuo
quanto e
quando? A duração de cada turno não pode
exceder o pnt diário; os trabalhadores
só podem mudar de turno após o dia
de descanso semanal
TRABALHO NOTURNO– 223.º A 225.º CT

16. Tempo Determinado por IRCT, em cumprimento de


regras: com a duração de sete a onze horas;
de trabalho: compreendendo o intervalo entre as 0h e as 05h.

trabalhar Na falta de determinação por IRCT: o trabalho


quanto e prestado entre as 22h e as 7h

quando?
Art.º 266.º CT --» acréscimo retributivo de 25%
(com exceções)
TRABALHO SUPLEMENTAR– 226.º a 231.º CT

Noção: em princípio, o prestado fora do


16. Tempo horário de trabalho (mas comporta várias exceções)
art.º 226.º CT
-

de trabalho:
Requisitos de admissibilidade, limites, registo: só pode
trabalhar ser exigido nos casos do art.º 227.º/1 e 2, do CT; com
sujeição a limites máximos de duração (228.º); tem de ser

quanto e alvo de registo (231.º)

quando? Obrigatoriedade: o trabalhador é obrigado à realização


de trabalho suplementar, salvo motivo atendível
(227.º/3)

Efeitos: Art.º 268.º CT --» acréscimo retributivo; nalguns


casos, direito a descanso compensatório (229.º e 230.º
CT)
FERIADO

16. Tempo
de trabalho:
trabalhar
Em regra, paralisação da
quanto e prestação laboral, na sequência
quando? do encerramento/suspensão
da laboração da empresa
FERIADOS
16. Tempo
de trabalho:
trabalhar OBRIGATÓRIOS FACULTATIVOS
quanto e
quando? Elencados nos
artigo 234.º/1
Com caráter de
imperatividade:
Elencados no
artigo 235.º/1
Com caráter de
Imperatividade
(236.º) MAS
236.º/2
235.º/1
REGIME
16. Tempo
de trabalho: FERIADOS OBRIGATÓRIOS
• 236.º/1 (com as possibilidades do 234.º/2
trabalhar e 3)
• Retribuição: 269.º
quanto e
quando? FERIADOS FACULTATIVOS
• 235.º/1 e 2
• Retribuição: 269.º
NTIC Direito à
16. Tempo desconexão
de trabalho:
trabalhar - Apresentação do problema: as NTIC e a hiperconexão
- Direito à desconexão como versão virtual do período de descanso
quanto e - Direito à desconexão do trabalhador ou dever de não conexão do
empregador?

quando?
Art.º 199.º-A CT: Dever de
abstenção de contacto
17. Férias

• Direito constitucionalmente
protegido (59.º/1/d CRP)
• A sua finalidade (237.º/4 CT)
exala nas regras do seu
regime: periodicidade,
irrenunciabilidade, duração,
marcação, violação (246.º CT),
proibição do exercício de
outra atividade (247.º CT)…
17. Férias
REGRA
Independentemente Trabalho Vencimento
da assiduidade ou 237.º/1 CT
efetividade de serviço prestado no 01/01
(237.º/2) ano civil
anterior
22 dias úteis 238.º/1 CT

Reporta-se ao
17. Férias - Duração
Renunciabilidade
Regra Contagem
parcial
• 22 dias úteis • Segunda a Sexta, • 237.º/3
• 238.º/1 excluindo feriados • 238.º/5
• Pode ser • Regra especial para • 257.º/1/a
aumentado por IRCT os trabalhadores
ou contrato de que não descansam
trabalho (art.ºs ao sábado e
3.º/3/h e 3.º/4 CT) domingo
• 238.º/2
Retribuição férias
• Retribuição que o trabalhador receberia se estivesse em
serviço efetivo (PRINCÍPIO DA NÃO PENALIZAÇÃO
RETRIBUTIVA)

RETRIBUIÇÃO • Não inclui as prestações que não têm caráter retributivo


e que dependem da efetiva prestação de serviço, como o
FÉRIAS – subsídio de refeição

264.º Subsídio de férias


• Retribuição base (262.º/2/a)
+
• Outras prestações retributivas que sejam contrapartida
do modo específico da execução do trabalho,
correspondentes à duração mínima das férias
FÉRIAS
GOZO MARCAÇÃO

POR ACORDO ENTRE TRABALHADOR E EMPREGADOR


241.º/
no ano civil • Na falta de acordo---» EMPREGADOR
1e2 • Ouvidos os representantes dos trabalhadores legalmente previstos
em que se
vencem, QUANDO?
salvo as • Regra: unilateralmente, só entre 1 de maio e 31/10 (exceção: irct, parecer representantes
exceções 241.º/ trabalhadores, micro empresas, atividade turística, casos de encerramento para férias)
legalmente 3a7 • Em caso de cessação do contrato com aviso prévio, o empregador pode marcar para o
momento imediatamente anterior ao da cessação do contrato
previstas
• Rateamento dos períodos mais desejados e caso especial dos cônjuges
(240.º)
CONSECUTIVAS OU INTERPOLADAS?
241.º/ • Só pode ser interpolado se houver acordo entre trabalhador e empregador
8 • Desde que sejam gozados, no mínimo, 10 dias úteis consecutivos
FÉRIAS NA SEQUÊNCIA DO ENCERRAMENTO DA EMPRESA –
242.º

Entre 01/05 e 31/10 Fora do período 01/05 e 31/10 5 dias úteis consecutivos na Um dia entre 1 feriado que
época de férias escolares do ocorra à terça ou quinta-feira e
Natal um dia de descanso semanal ---»
informação aos trabalhadores
até 15/12 ano anterior
No máximo, 15 dias irct
consecutivos Parecer favorável da ct

+ 15 dias, se fixado em irct ou


mediante parecer favorável da
CT, ou quando a natureza da
atividade o exigir
MAPA DE FÉRIAS ELABORAÇÃO AFIXAÇÃO DE
(241.º/9) ATÉ 15/04 15/04 A 31/10
ALTERAÇÃO DO PERÍODO DE FÉRIAS

POR MOTIVO RELATIVO À EMPRESA (243.º) POR MOTIVO RELATIVO AO TRABALHADOR (244.º)

Sendo impossível o
Se o impedimento
gozo total ou parcial
REMARCAÇÃO: sem Caso terminar antes do
termo do período de
das férias nesse ano
INDEMNIZAÇÃO AO prejudicar o gozo civil, o trabalhador: ou
TRABALHADOR seguido de metade do especial do férias marcado, há o
recebe a retribuição e o
gozo dos dias
período de férias art.º 243.º/3 remanescentes; o resto
subsídio
correspondente; ou
é remarcado
goza até 30/04
Regras ANO DA CONTRATAÇÃO - ART.º 239.º, 1 a 3
aplicáveis no
ano em que • 2 DIAS ÚTEIS/CADA MÊS DE DURAÇÃO DO
termina
impedimento
CONTRATO NO ANO DA CONTRATAÇÃO, ATÉ 20 DIAS
prolongado ÚTEIS
do
trabalhador
• VENCIMENTO/GOZO: APÓS 6 MESES COMPLETOS
iniciado em DE EXECUÇÃO DO CONTRATO.
ano anterior
(239.º/6)
• NO CASO DE OS 6 MESES PASSAREM PARA O ANO
SEGUINTE: GOZO, NO MÁXIMO, DE 30 DIAS ÚTEIS
NO MESMO ANO CIVIL; GOZO ATÉ 30/06
Férias e cessação do contrato
Férias vencidas e não Proporcional das férias
gozadas – 245.º/1/a em formação – 245.º/1/b

Contam para efeitos de antiguidade


Retribuição de férias proporcional ao
Retribuição de férias tempo de serviço prestado no ano da
cessação
Subsídio de férias proporcional ao tempo
Subsídio de férias
de serviço prestado no ano da cessação

245.º/3
Exceções/regras
especiais
245.º/4
18. Faltas
• Noção: art.º 248.º, n.º 1 CT:

Elemento Elemento
material normativo
(ausência física (durante o
do local de período de
trabalho) trabalho devido)
18. Faltas
Modalidades de
Faltas

JUSTIFICADAS INJUSTIFICADAS

Elenco taxativo As restantes


aparente - 249.º/2 (249.º/3)

Imperatividade –
art.º 250.º CT
18. Faltas

Comunicação – 253.º CT

Procedimento
Prova – 254.º CT
18. Faltas

Faltas
justificadas 255.º
Efeitos
Faltas
injustificadas 256.º
19. Retribuição
• Noção: art.º 258.º, n.º 1, CT ---» contrapartida do trabalho, com
caráter obrigatório
• Em dinheiro ou em espécie (258.º/2) ---» com as condições e
limitações do art.º 259.º do CT
• Presunção do artigo 258.º, n.º 3, CT--» Presume-se constituir
retribuição qualquer prestação do empregador ao trabalhador.
• (Des)qualificação do art.º 260.º do CT
19. Retribuição

Modalidades – 261.º
Certa

Variável

Mista
19. Retribuição
Composição

Prestações
Retribuição base complementares
ou acessórias

Diuturnidades, subsídio
de risco, retribuição de
Base de cálculo
262.º/2/a trabalho suplementar,
regra: 262.º/1 CT
subsídio de férias,
subsídio de Natal, etc
19. Retribuição
• Determinação do valor da retribuição:

- Retribuição mínima mensal garantida


- Princípio do trabalho igual, salário igual (art.º 270.º CT)
- Garantia da irredutibilidade da retribuição (129.º, 1
19. Retribuição

Forma e prova Lugar e tempo


do cumprimento do cumprimento

276.º CT 277.º CT

278.º CT
19. Retribuição
• Prescrição dos créditos salariais---» art.º 337.º CT

N.º 1 - Prazo: 1 ano a N.º 2: Regime


Novo n.º 3: a questão
partir do dia seguinte probatório especial
da remissão
àquele em que cessou para alguns tipos de
abdicativa
o contrato de trabalho crédito
VICISSITUDES CONTRATUAIS
12.2. Transmissão da empresa e contrato de
trabalho
Transmissão (da
titularidade ou da
exploração), total ou • Por qualquer título:
parcial, de 285.º/1 e 2 CT (+ n.º 10)
empresa/estabelecimento
/unidade económica

A posição de
empregador transmite-
se para o adquirente • 285.º/1, 2.ª
parte
(SUB-ROGAÇÃO EX
LEGE)

Os trabalhadores
mantêm todos os • 285.º/3
direitos contratuais e
adquiridos CT
12.2. Transmissão da empresa e contrato de
trabalho
• O trabalhador pode opor-se à transmissão da posição do
empregador?
O trabalhador deve informar
ART.º 286.º-A CT
o empregador, por escrito, no
prazo legal, mencionando a
sua identificação, a atividade
Quando a mudança de contratada e o fundamento
empregador lhe puder causar
prejuízo sério da oposição
• n.º 3
OU 286.-A/2 e 3

Se a política de organização do
trabalho do novo empregador
não lhe merecer confiança O trabalhador mantém o
vínculo ao transmitente…

• n.º 2
12.3. Cedência ocasional do trabalhador
• Noção--» art.º 288.º CT

• Condições de admissibilidade limitada---» Requisitos CUMULATIVOS


das alíneas a) a d) do n.º 1 do art.º 289.º CT
20. Suspensão do contrato de trabalho

Suspensão Hibernação
20. Suspensão do contrato de trabalho
Manutenção dos direitos, deveres e garantias das partes
Efeitos que não pressuponham a efetiva prestação e trabalho

Ar.º O tempo de suspensão conta para efeitos de antiguidade,


295.º não afetando o decurso do prazo de caducidade nem a
que as partes façam cessar o contrato, nos termos gerais
CT Findo o período de suspensão, são restabelecidos os
direitos, deveres e garantias das partes decorrentes da
efetiva prestação de trabalho
20. Suspensão do contrato de trabalho
Individual, por
facto respeitante
ao trabalhador

Individual, por
decisão do
Causas trabalhador
Suspensão –
art.º 294.º Coletiva, por
facto respeitante
ao empregador

Por acordo
20.2 Suspensão individual, por facto
respeitante ao trabalhador
Suspensão por facto
respeitante ao
trabalhador

Art.º 296.º CT

Impedimento
transitório Impedimento prolongado Regra--» Involuntário: Em virtude de
facto não imputável ao trabalhador
(se definitivo--» caducidade (regra: mais de um mês)
Exceção---» Voluntário: só nos casos
296.º/4) previstos na lei (n.º 5)
20.5 Suspensão por decisão do trabalhador
Art.º 294.º/3 CT
Falta de pagamento pontual
325.º CT
da retribuição (323.º/3/CT)
Falta de pagamento pontual
326.º e 327.º CT
por período de 15 dias sobre
a data do vencimento; O trabalhador pode exercer
outra atividade
Comunicação por escrito ao
empregador e à ACT, com
antecedência mínima 8 dias A suspensão pode cessar e o
trabalhador regressar ao
exercício da atividade, ou o
contrato pode vir a cessar
sem o trabalhador regressar
20.3 Suspensão coletiva, por facto respeitante
ao empregador
Encerramento temporário do
Situações de crise empresarial (lay-off) estabelecimento
• Art.º 298.º/1 CT: motivos de mercado, • Art.º 309.º: encerramento temporário
estruturais ou tecnológicos, que não respeite a situação de crise
catástrofes….desde que a suspensão seja empresarial;
indispensável para assegurar a viabilidade da
empresa e a manutenção dos postos de • O trabalhador tem direito, em regra:
trabalho. se o encerramento teve origem em
• Procedimento: comunicação e fase de caso fortuito ou de força maior, 75%
informações e negociações (299.º e 300.º) retribuição; se o encerramento teve
• Suspensão temporária: 301.º origem em facto imputável ao
empregador ou por motivo do seu
• O trabalhador tem uma série de interesse, a 100% da retribuição
direitos, designadamente a auferir
mensalmente o montante mínimo do
305.º/1/a
20.4 Suspensão por acordo

Licença sem retribuição Acordo de pré-reforma


• Art.º 317.º CT • Art.ºs 318.º a 322.º CT
• Por mero acordo das partes • Forma escrita
• Nos casos do n.º 2, o • Trabalhador com idade igual ou
trabalhador terá direito à superior a 55 anos
licença; contudo, o empregador • O trabalhador tem direito a uma
poderá recusar a concessão de prestação de pré-reforma
licença com os fundamentos do (320.º/1)
n.º 3
21. Cessação do contrato de trabalho
Formas de cessação do contrato de
trabalho – ART.º 340.º CT (imperatividade
art.º 339.º )
• Importância do regime da Por efeito da lei
• CADUCIDADE
cessação do contrato de
trabalho Por vontade de ambos os sujeitos
• REVOGAÇÃO

Por vontade do trabalhador - Demissão


• DENÚNCIA
• RESOLUÇÃO

Por vontade do empregador


• DESPEDIMENTO
CADUCIDADE

Causas de caducidade – art.º 343.º CT


• Cessação do contrato de • Por verificação do
termo do contrato
• Por impossibilidade
superveniente, absoluta
e definitiva, de o
trabalho por ocorrência de um trabalhador prestar
trabalho ou de o
facto/evento a que a lei atribua empregador o receber

efeito extintivo.
343.º/a 343.º/b

• Com a reforma do
trabalhador

343.º/c
Caducidade por verificação do termo
• Remissão para os artigos 344.º e 345.º do CT, analisados aquando do
estudo dos contratos de trabalho a termo resolutivo.
Caducidade por impossibilidade superveniente,
absoluta e definitiva, de o trabalhador prestar trabalho
ou de o empregador o receber

Impossibilidade
Superveniente

Definitiva

Absoluta
Caducidade por impossibilidade superveniente,
absoluta e definitiva, de o trabalhador prestar
trabalho ou de o empregador o receber
Morte do trabalhador/ incapacidade definitiva do trabalhador…

• 343.º/b

Morte de empregador/ extinção de pessoa coletiva / encerramento de


empresa
• 346.º - Caducidade eventual, com requisitos procedimentais e direito a compensação

Insolvência e recuperação de empresa---»o destino dos contratos


depende das opções em sede do processo de insolvência
• 347.º---» Caducidade com o encerramento total e definitivo ou, antes, nos termos
do 347.º/2 CT (com requisitos procedimentais e direito a compensação)
Caducidade por impossibilidade superveniente,
absoluta e definitiva, de o trabalhador prestar trabalho
ou de o empregador o receber

Em caso de refirma por


velhice, possibilidade
Caducidade de manutenção do
Reforma do trabalhador
343.º/c vínculo contratual, com
conversão em contrato
a termo (348.º CT)
REVOGAÇÃO

DISTRATE - art.º 349.º, n.º 1, CT


• Despedimento negociado?
REVOGAÇÃO
EVENTUAL COMPENSAÇÃO
FORMA ESCRITA PECUNIÁRIA

Documento assinado por ambas as partes • Não é obrigatória


• No caso de estabelecimento de
• 349.º/2 CT uma compensação pecuniária
global, presume-se que nela estão
Com menção à data da celebração do
acordo e à da produção dos seus efeitos e
incluídos os créditos emergentes
ao prazo legal para o exercício do direito ao do contrato de trabalho ou da sua
arrependimento cessação – art.º 349.º/5/CT ---------
• 349.º/3 CT ------»presunção juris tantum
REVOGAÇÃO
• Cessação do acordo de revogação – Direito ao arrependimento (afastado
nos casos do 350.º/4)

Comunicação escrita
Artº
350.º Até ao sétimo dia seguinte à data da celebração (?) do
CT acordo (ou dia útil seguinte ao fim do prazo, por carta
registada com A/R)

Devolução da totalidbbbbbbbbbbb ade das


compensações pecuniárias pagas em cumprimento do
acordo, ou por efeito da cessação do contrato de trabalho
DEMISSÃO: DENÚNCIA

Contudo…
• Liberdade de trabalho e de • A lei prevê a comunicação com
escolha de profissão (art.º 47.º alguma antecedência
CRP)

• Princípio da demissão ad nutum Prazo de aviso prévio

Art.º 400.º CT
DEMISSÃO: DENÚNCIA
Incumprimento do
prazo de aviso prévio
– • Art.º
401.º
CT
Indemnização =
retribuição base e
diuturnidades
correspondente ao
período em falta

Indemnização por
danos causados pela
inobservância do
prazo ou de
obrigação assumida
em pacto de
permanência
DEMISSÃO: DENÚNCIA

Até ao sétimo dia


Direito ao seguinte à data em que a
arrependimento comunicação de denúncia
Comunicação escrita chegue ao poder do
(art.º 402.º CT)
empregador (com
aplicação do art.º 350.º/2
e 3)
ABANDONO DO TRABALHO

Art.º 403.º CT
• Dissolução tácita por parte do • Ausência do trabalhador durante,
trabalhador; denúncia irregular pelo menos, 10 dias úteis
• Ausência do trabalhador do seguidos, sem comunicação do
serviço (elemento objetivo) + motivo/ausência
factos que demonstram a
intenção de não o retomar • Presunção de abandono do
(elemento subjetivo) – 403.º/1 trabalho (403.º/2)--»ilidível (n.º
4)
ABANDONO DO TRABALHO

Vale como denúncia do contrato de trabalho (403.º/2 CT)

Invocável pelo empregador após comunicação ao trabalhador dos


factos constitutivos do abandono ou da presunção do mesmo, por
carta registada com aviso de receção, par a última morada conhecida

O trabalhador deve indemnizar o empregador nos termos do art.º


401.º CT
DEMISSÃO: RESOLUÇÃO – 394.º ss CT

Demissão motivada Justa causa

• Justa causa de resolução

• Possibilidade de cessação Subjetiva Objetiva


imediata do contrato de (394.º, n.º 2) (394.º, n.º 3)
trabalho

Não está em causa a


violação culposa dos
Comportamentos
direitos/garantias do
ilícitos e culposos do
trabalhador, mas sim
empregador
outras circunstâncias
relevantes
DEMISSÃO: RESOLUÇÃO
Critérios de apreciação da justa causa: 394.º/3 ---» Art.º 351.º, COM AS NECESSÁRIAS ADAPTAÇÕES

Justa causa subjetiva Justa causa objetiva


• Aplicação do art.º 799.º, n.º 1, • Em regra, o trabalhador não tem
CC (presunção juris tantum) direito a indemnização
• No caso especial da falta de • Contudo: art.º 396.º, n.º 5, CT;
pagamento pontual de 194.º, n.º 5, CT.
retribuição--» 394.º, n.º 5--»
Não se admite prova em
contrário Interpretação
• Direito a indemnização (art.º restritiva?
396.º/1 a 4 CT
DEMISSÃO: RESOLUÇÃO

PROCEDIMENTO DIREITO AO ARREPENDIMENTO


395.º CT • 397.º CT
Comunicação por escrito ao empregador
(possibilidade de o empregador exigir o reconhecimento notarial
presencial da assinatura do trabalhador--» n.º 4)

Indicação sucinta dos factos que integram a


justa causa

Prazo: 30 dias subsequentes ao conhecimento


dos factos (exceção n.º 3)

 No caso do 394.º/5 ----» 395.º/2


DEMISSÃO: RESOLUÇÃO

Resolução ilícita

Impugnação por
ação judicial (398.º
CT)

Em caso de
inexistência de
justa causa---»
indemnização
399.º---» 401.º CT
DESPEDIMENTO

MODALIDADES
DE
DESPEDIMENTO

POR FACTO POR EXTINÇÃO


POR
IMPUTÁVEL AO COLETIVO DO POSTO DE
INADAPTAÇÃO
TRABALHADOR TRABALHO

CAUSA SUBJETIVA CAUSAS OBJETIVAS


DESPEDIMENTO POR FACTO IMPUTÁVEL AO
TRABALHADOR

REQUISITOS

PROCEDIMENTO
JUSTA CAUSA
DISCIPLINAR
DESPEDIMENTO POR FACTO IMPUTÁVEL AO
TRABALHADOR
• Noção de justa causa--» art.º 351.º, n.º 1, CT
«Constitui justa causa de despedimento o comportamento culposo do
trabalhador que, pela sua gravidade e consequências, torne imediata e
praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho.
(ponderação--»351.º, n.º 3)

• Elenco do art.º 351.º, n.º 2, CT: meramente exemplificativo; são


exemplos que representam «proposições jurídicas incompletas».
DESPEDIMENTO POR FACTO IMPUTÁVEL AO
TRABALHADOR Inquérito Prévio eventual
• Procedimento disciplinar (352.º)
ACUSAÇÃO – 353.º

NOTA DE CULPA COMUNICAÇÃO INTENÇÃO DESPEDIMENTO

DEFESA – ART.º 355.º

CONSULTA DO PROCESSO REPOSTA À NOTA DE CULPA

INSTRUÇÃO E PARECER(ES) – 356.º


PARECERES ESTRUTURA(S) REPRESENTAÇÃO COLETIVA DOS
REALIZAÇÃO DAS DILIGÊNCIAS PROBATÓRIAS (356.º/1 a 4)
TRABALHADORES (356.º/5 e 6) e, eventualmente, à CITE ( 63.º/1)

DECISÃO – 357.º

DECISÃO FUNDAMENTADA (357.º 4 e 5) DECLARAÇÃO UNILATERAL RECETÍCIA (N.º 7)


DESPEDIMENTO COLETIVO
• Noção--» Art.º 359.º CT---» envolve a cessação do contrato de
trabalho de uma pluralidade de trabalhadores (o número mínimo depende da
dimensão da empresa), tendo por base o encerramento de secção(ões) da
empresa ou redução do n.º de trabalhadores determinada por
motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos.

• Procedimento--» Art.º 360.º-363.º CT----»


Fase de informações e Decisão de
Comunicação de
negociação (361.º e despedimento coletivo,
intenção (360.º)
362.º) com aviso prévio (363.º)
DESPEDIMENTO COLETIVO
• Direitos dos trabalhadores--»
• Crédito de horas durante o aviso prévio, correspondente a 2 dias de trabalho
por semana (364.º);
• Possibilidade de denunciar o contrato de trabalho, durante o aviso prévio,
com uma antecedência de apenas 3 dias úteis e sem perda do direito à
compensação (365.º);
• Compensação económica (366.º): 14 dias retribuição base e
diuturnidades/ano completo de antiguidade, com os limites estabelecidos no
n.º 2 (para contratos a termo--» 366.º/6)---» Até ao final do prazo de aviso
prévio (363.º/5)---» Presumindo-se que o trabalhador aceita o despedimento
quando recebe a totalidade da compensação (presunção ilidível--»366.º/4 e
5)
DESPEDIMENTO COLETIVO
• Art.º 338.º-A CT---» Introduzido pela Lei n.º 13/2023

Proibição do recurso à terceirização de serviços


DESPEDIMENTO POR EXTINÇÃO DO POSTO DE
TRABALHO
• Noção--» Art.º 367.º CT---» envolve a cessação do contrato de trabalho de
um ou vários trabalhador(es), tendo por base a extinção do(s) posto(s) de
trabalho, em virtude de motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos,
nos casos em que não se atingem os limites mínimos do despedimento
coletivo.
• Requisitos--» Art.º 368.º, n.º 1, CT
• Ordem de prioridades---» 368.º, n.º 2, CT
• Procedimento---» 369.º a 371.º
• Direitos do trabalhador---» Remissão para o despedimento coletivo (372.º)
• Proibição do recurso à terceirização de serviços---» 338.º-A
DESPEDIMENTO POR INADAPTAÇÃO
NOÇÃO (ART.º 373.º) – cessação do contrato de trabalho promovida pelo empregador fundamentada em
INADAPTAÇÃO SUPERVENIENTE AO POSTO DE TRABALHO

374.º/1 CT 374º/2 CT
• Redução continuada de produtividade ou de qualidade
• Não cumprimento dos objetivos previamente acordados, por
• Avarias repetidas nos meios afetos ao posto de trabalho
escrito, com trabalhadores afetos a cargo de complexidade
• Riscos para a segurança e saúde do trabalhador, de outros técnica ou de direção
trabalhadores ou de terceiros

• Determinadas pelo modo de exercício de funções do


• Em virtude do modo de exercício de funções do trabalhador
trabalhador
• Tornando praticamente impossível a subsistência da relação
• Tornando praticamente impossível a subsistência da relação
de trabalho
de trabalho

• Requisitos do art.º 375.º/1 – IMPLICA QUE TENHAM SIDO


INTRODUZIDAS MODIFICAÇÕES NO POSTO DE TRABALHO • Requisitos do art.º 375.º, n.º 3
• SE NÃO TIVEREM EXISTIDO MODIFICAÇÕES NO POSTO DE
TRABALHO---» «INADAPTIDÃO»---» requisitos do 375.º/2
DESPEDIMENTO POR INADAPTAÇÃO

• Procedimento---» 376.º a 378.º

• Direitos do trabalhador---» Remissão para o despedimento coletivo


(379.º/1 + hipótese de denúncia nos termos do 379.º/2 para os casos
de inadaptidão)
• Manutenção do nível de emprego---» 380.º
MEIOS DE REAÇÃO CONTRA O DESPEDIMENTO
SUSPENSÃO PREVENTIVA DO
DESPEDIMENTO AÇÃO JUDICIAL
• Art.º 387.º e 388.º
• Art.º 386.º CT • Ação declarativa com processo especial: Ação
de impugnação judicial da regularidade e
• Providência cautelar regulada no CPT licitude do despedimento (98.º-Bss CPT)---»
• Prazo: 5 dias úteis a contar da data da para os despedimentos individual, por
receção da comunicação de despedimento extinção do posto de trabalho e por
inadaptação comunicados por escrito ao
trabalhador--» prazo 60 dias (387.º, n.º 2);
• Ação declarativa com processo comum--»
Despedimento verbal/cessação ilícita por
outra via---» prazo 1 ano
• Ação de impugnação despedimento coletivo--
-» prazo 6 meses (388.º/2 CT)
ILICITUDE DO DESPEDIMENTO
Causas gerais de ilicitude do
despedimento

Artigo 381.º CT

Não solicitação do parecer da


Fundado em motivos Fundado em motivo declarado
Inexistência de procedimento CITE (art.º 63.º/1) nos casos em
discriminatórios improcedente
que o mesmo é obrigatório
ILICITUDE DO DESPEDIMENTO
Causas específicas de ilicitude
do despedimento

Artigos 382.º a 385.º CT

Para o despedimento por facto Para o despedimento por


Para o despedimento coletivo: extinção do posto de trabalho: Para o despedimento por
imputável ao trabalhador:
383.º inadaptação: 385.º
382.º 384.º
ILICITUDE DO DESPEDIMENTO
389.º, n.º
1, CT
Danos não
patrimoniais
Indemnização por
relevantes
todos os danos
causados,
patrimoniais e não Inclui outros danos
patrimoniais patrimoniais, para
Efeitos da ilicitude do além dos salários
despedimento intercalares

Em certos casos,
Reintegração do poderá ser substituída
trabalhador por uma
indemnização
ILICITUDE DO DESPEDIMENTO

SALÁRIOS INTERCALARES – 390.º CT

Retribuições que o trabalhador deixou de auferir desde


o despedimento até ao trânsito em julgado da decisão
judicial que declara o despedimento ilícito (n.º 1)

Com as deduções previstas no n.º 2


ILICITUDE DO DESPEDIMENTO
REINTEGRAÇÃO

15-45 dias de RB e
diuturnidades/ano
Art.º 391.º: Pode ser substituída, por opção do trabalhador, por uma completo ou fração de
«indemnização de antiguidade» antiguidade, com o
mínimo de 3 meses de RB
e diuturnidades

30-60 dias de RB e
diuturnidades/ano
Art.º 392.º: Possibilidade de, em determinados casos, o empregador requerer ao Tribunal completo ou fração de
que exclua a reintegração, substituindo-a pela «indemnização de antiguidade» antiguidade, com o mínimo
de 6 meses de RB e
diuturnidade
REGRAS ESPECIAIS DO CONTRATO DE
TRABALHO A TERMO
Efeitos ilicitude de
despedimento

393.º/2

Indemnização dos danos


patrimoniais e não patrimoniais, com
Reintegração do trabalhador, na
o limite mínimo das retribuições que
eventualidade de o termo ser
o trabalhador deixou de auferir
posterior ao trânsito em julgado da
desde o despedimento até ao termo
decisão judicial
contrato/trânsito judicial da decisão
judicial (se o termo for posterior)
IRREGULARIDADE DO DESPEDIMENTO
• Art.º 389.º, n.º 2, CT:
• Vícios procedimentais «de segunda linha»: deficiência do
procedimento por omissão das diligências probatórias referidas nos
n.ºs 1 e 3 do art.º 356.º
+
Declaração de procedência dos motivos invocados para o despedimento

• Consequência: direito a indemnização correspondente e metade do


valor previsto no art.º 391.º, n.º 1 (tendo em conta a data do despedimento)

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