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Aprenda como ter um ótimo processo

criativo em 4 etapas!
O processo criativo é a base da estruturação de boas ideias para um projeto. Times e
profissionais precisam se guiar por etapas que permitem os estudos da situação para,
então, chegar à solução do problema, ou seja, o desenvolvimento da campanha ou da
ação.
Raphael Pires
5 mar, 20 | Leitura: 8min

Um bom processo criativo e ótimas ideias são a base de uma agência capaz de desenvolver projetos
variados, para todos os segmentos e empresas. No entanto, não se consegue essa inspiração de uma
hora para outra, simplesmente sentando e esperando. O processo criativo é o que ajuda a estruturar
as linhas de pensamento e chegar a boas ideias, mas com conceitos sólidos e realmente valiosos.
O desafio se trata justamente de implementar um processo criativo nas agências. São metodologias
que devem seguir etapas importantes para que uma ideia surja pronta e que, principalmente, ela faça
sentido para o projeto ou a campanha em questão. Nesse ciclo, também é importante ultrapassar
alguns obstáculos para criar com qualidade.
Neste post falamos mais sobre o processo criativo e de que maneira ele pode ser desenvolvido.
Conheça suas etapas e saiba quais ferramentas utilizar.

O que é processo criativo?


O processo criativo é o processo de estruturação de um pensamento com o objetivo de exercer
a criatividade em prol de alguma atividade necessária. Dessa forma, executar um processo criativo é
direcionar os esforços para capacitar um time ou uma pessoa a ter mais ideias.
Em agências, é fundamental ter um processo criativo estruturado e entendido como o padrão para
chegar a boas ideias em qualquer desafio, seja uma campanha de grande porte, seja uma simples
ação. O que realmente faz esse processo ser eficiente não é somente sua execução em si, mas tê-lo
como uma prática estável e recorrente, de forma que seja mais bem compreendido e fortalecido.

Quais são as etapas do processo criativo?


O processo criativo utilizado hoje é resultado das teorias de Graham Wallas, psicólogo inglês que
em 1926 desenvolveu uma teoria, a Arte do Pensamento. A ideia era justamente implementar um
processo criativo que, em quatro estágios, permitisse gerar ideias mais embasadas, com bases
sólidas, que pudessem solucionar problemas.
O modelo, seguido até hoje, leva o nome de 4-stage model, e é dele que se baseia o processo
criativo atual, seguindo quatro etapas de estudos e aprofundamento no tema para dar vida a boas
ideias. A seguir, confira quais são essas fases de um processo criativo tradicional.

1. Preparação
A fase de preparação é o momento de entendimento da questão que permeia o time ou o criativo.
Aqui, devem ser feitos questionamentos sobre o que se pretende para aquele projeto, quais deveriam
ser os melhores caminhos a seguir, quem é o público-alvo, qual é a marca, entre outros pontos. Essa
é uma fase de assimilação, em que a ideia é justamente estruturar o principal da ideia.
Na preparação, de maneira consciente e condutiva, o criativo prepara o cérebro com as
principais informações sobre o desafio a ser superado. Para facilitar a compreensão, é possível
considerar essa etapa como uma de estudo e pesquisa sobre tudo relacionado ao produto, ao
conceito da campanha (se houver), à empresa, ao segmento e a tudo que tenha impacto direto na
preparação de boas ideias.

2. Incubação
O período de incubação é o oposto do anterior, sendo mais uma fase inconsciente, em que todas as
informações que foram coletadas e estudadas devem trabalhar de forma independente no cérebro.
Na prática, se trata realmente de um período em que não se aplicam muitas ferramentas, mapas
mentais ou algo concreto: simplesmente a vida segue normalmente.
Por mais que isso pareça estranho, é parte do processo que visa permitir a mente humana a realizar
associações mais concretas em relação às ideias que você teve. Com elas assimiladas na primeira
fase, agora o cérebro é capaz de priorizá-las, e então as ideias começam a surgir. Nesse período,
aproveite o ócio, se dedique a outros projetos e faça outras coisas necessárias.

3. Iluminação
Sabe aquele momento nos desenhos animados em que a lâmpada aparece em cima da cabeça do
personagem? É basicamente disso que se trata a etapa da iluminação, e o nome dela faz jus ao que
realmente acontece. É nessa fase que a ideia surge, justamente porque você já teve um estudo
profundo sobre as informações e já permitiu o trabalho inconsciente do cérebro.
Em sequência a essa fase em que você pouco intervém, os pensamentos começam a ficar mais
concretos e as ideias são mais claras na sua cabeça. A partir disso, já com total controle e atividade,
o criativo começa a pensar por conta própria no projeto e se estimula a encontrar soluções, só que
muito mais inspirado e com boas bases. É nessa fase que as ideias vêm!

4. Implementação/verificação
Boas ideias são animadoras e dão o ânimo necessário para aplicar todos os pensamentos no projeto
em questão, mas nem sempre isso garante o sucesso buscado. A etapa de
implementação/verificação é o momento em colocar em prática o que foi pensado para o desafio
em questão — estamos falando de uma fase mecânica e mais operacional dos quatro estágios.
Nesse momento, o que se tem como ponto de partida é uma boa ideia, mas por si só, ela não garante
o desenvolvimento de um trabalho realmente concreto e que gere uma campanha ou uma ação, por
exemplo. A última fase do processo criativo se resume em estender essa ideia para um produto em
si, aplicando de forma que ela realmente gere um resultado dentro do que foi pensado.

Que obstáculos é preciso ultrapassar em


todo processo de criação?
Ideias inovadoras não surgem da noite para o dia em um simples estalar de dedos. Como você viu, o
processo criativo é composto de etapas estratégicas em que se estuda sobre toda a situação, para
então trabalhar de forma inconsciente e consciente. É possível encontrar alguns empecilhos durante
esse processo, seja na implementação, seja nos estudos das ideias.
Todo processo criativo tem obstáculos, e muitas vezes eles são simplesmente operacionais,
relacionados ao cotidiano de uma agência. Em alguns momentos, a cobrança excessiva também
pode prejudicar o criativo que cuida do projeto. A seguir, entenda quais possíveis dificuldades
podem gerar entraves durante o processo criativo.

Receio de críticas
O bom uso da autocrítica é um exercício fundamental para todos nós, e a eficácia da sua aplicação
não é diferente no processo criativo. É importante ter esse discernimento do que vai ou não
funcionar na ideia, mas sem deixar que isso seja altamente restritivo — o que pode até mesmo
causar bloqueios criativos ou inibir o surgimento das ideias.
Muitos criativos se deixam prejudicar pelo medo de críticas relacionadas aos seus projetos, o que
gera uma autocrítica excessiva ou até mesmo a insegurança na hora de criar. Nenhum grande
profissional desenvolveu bons projetos sem algum dia ter errado. É fundamental não ter medo e,
principalmente, saber extrair algo de positivo em cada feedback.
Falta de direcionamento
Algumas agências podem ter problemas na sua gestão de equipes criativas, o que vai impactar
diretamente nas etapas de trabalho e no bom andamento dos projetos. Os criativos podem sentir
falta de um suporte mais dedicado na hora de desenvolver uma ideia para determinado projeto. Em
meio a isso, a falta de direcionamento pode pesar na tomada de decisão da ideia em si.
A fase final (implementação/verificação) é o momento em que se faz necessária a definição clara e
exata de quais devem ser os direcionamentos daquela campanha ou projeto. Uma boa ideia pode
não se transformar em um trabalho sólido e bem alinhado com o que o cliente pretende se o
criativo não teve clareza desse desejo. O direcionamento é a base de resultados satisfatórios.

Justificativa para tudo


Justificar uma decisão é algo comum e que faz parte da construção de uma ideia ou de um projeto já
concreto. Faz todo sentido que o criativo busque responder a cada movimento que realiza no
desenvolvimento de um trabalho, mas isso também não pode se tornar algo excessivo. Aqui, o
problema gerado pode ser o mesmo quanto ao receito de críticas: bloqueio criativo.
A busca constante por justificar cada ponto da ideia pode impactar negativamente na produtividade
do projeto, e isso cria pequenos empecilhos que, na prática, não costumam ser tão relevantes assim.
A ideia é conceituar bem o que foi aplicado a partir da ideia, mas não ter uma explicação
destrinchada para absolutamente tudo o que é realizado.

Prazos não especificados


Deadlines apertados e até mesmo a ideia de prazos são fatores que assustam criativos, afinal, criar
sob pressão é sempre mais difícil. Por isso, tudo que se precisa em um ambiente de uma agência é
organização no trabalho. Nesse caso, falamos de prazos bem definidos e capazes de serem
cumpridos de acordo com o que é esperado para cada job.
Times de criação devem ser informados dos deadlines e precisam receber essas tarefas dentro de um
prazo em que seja possível executar esse processo criativo respeitando todas as suas etapas. Isso dá
tranquilidade, concentração e segurança para desenvolver as ideias sabendo quando o trabalho
precisa ser concluído.
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para otimizar processos criativos?
Algumas ferramentas de desenvolvimento do pensamento podem oferecer um importante suporte ao
processo criativo. Há algumas tradicionais e que há bastante tempo são usadas por times
competentes nas maiores agências do mundo. Conheça as três principais a seguir!

1. Mapas mentais
Os mapas mentais são construções de diagramas que ajudam a gerenciar informações e ideais
dentro de um esquema gráfico de fácil entendimento. É como se o criativo pudesse rascunhar
todas as suas ideias, para então chegar à solução ideal.

2. Brainstorming
O brainstorming é uma técnica muito tradicional que reúne ideias de várias pessoas diferentes
trabalhando em um projeto. O foco é coletar o máximo de insights possível para esse job, e então
selecionar o que é mais adequado, sempre coletivamente.

3. Positivo, Negativo, Interessante (PNI)


Essa ferramenta considera na percepção de três aspectos a qualquer ideia: os aspectos positivos
que ela traz, o que é negativo e o que é interessante, considerando o projeto. A partir disso, fica
mais fácil filtrar ideias e trabalhar usando essas classificações.
Estabelecer um processo criativo é algo que depende de um trabalho que vai muito além de
simplesmente sentar e esperar um insight genial. Seguir à risca essas etapas sempre que um novo
job for desenvolvido e preparar times/pessoas para encarar qualquer desafio dentro de uma agência
são pontos cruciais para obter o sucesso.
Mais do que a criatividade, a produtividade é um fator que pesa para bons resultados. Por isso,
aproveite e confira um kit que ajuda equipes a aumentarem sua capacidade produtiva!

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