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A ENXAQUECA É CARACTERIZADA COMO UMA INTENSA DOR DE CABEÇA PROVENIENTE DE:


alterações neurológicas, gastrointestinais e variações autônomas

Alguns pacientes com enxaqueca afirmam que seus ataques de dor de cabeça
começam sem qualquer motivo, mas estudos mostram que existe uma grande
relação da enxaqueca com os alimentos consumidos.

Essa relação entre nutrição e enxaqueca é bem complexa, visto que os alimentos
podem afetar as vias nervosas, que produzem dor através das propriedades
vasoconstritoras ou vasodilatadoras de seus ingredientes. Estudos apontam que
as regiões do cérebro afetadas por disparadores de enxaquecas podem variar
entre os sexos, por conta das diferentes concentrações de neurotransmissores,
sensibilidade em receptores ou interações hormonais, sendo as mulheres são os
indivíduos mais sensíveis a gatilhos alimentares.

Alguns pesquisadores postulam que a disfunção mitocondrial e o


comprometimento do status antioxidante podem causar enxaqueca. Além disso,
um grande número de estudos bioquímicos tem destacado a ocorrência de
metabolismo mitocondrial prejudicado em pacientes com enxaqueca,
caracterizado por níveis anormais de lactato e piruvato no sangue e líquido
cefalorraquidiano e atividade reduzida de várias enzimas mitocondriais.

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Finalmente, o aumento no nível de homocisteína por deficiência de algumas vitaminas do
complexo B ou polimorfismos da enzima de metilação do ácido fólico podem levara
ataques de enxaqueca.

.
Outros causadores da enxaqueca:

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.Alterações hormonais;
. Fumaça de cigarro;

.
Fatores relacionados ao tempo (umidade, vento, pressãoatmosférica);
. Altitude elevada;

. .
Odores (perfume ou químicas com odores afiados); Tosse;

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Estresse do dia-a-dia; Fatores ambientais;

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Menstruação; Problemas pessoais;

. .
Desnutrição ou excesso de peso; Doenças crônicas;

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Omitir refeições; Síndrome pré-menstrual;

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Fazer jejum; Gravidez;

. .
Luzes brilhantes; Hipertensão;

Obesidade; Dieta.

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FITOTERÁPICOS E SUPLEMENTOS PARA ENXAQUECA
Salix alba e Tanacetum parthenium:
O uso destes fitoterápicos tem sido tradicionalmente aplicado para o tratamento da enxaqueca. Um
estudo realizado com pacientes com diagnóstico de enxaqueca, avaliou o tratamento com S. alba e T.
parthenium e concluiu que houve redução da frequência de episódios de enxaqueca, além de diminuir a
duração da dor (SHRIVASTAVA et al., 2006). Cabe salientar que o Tanacetum parthenium está registrado
para prescrição médica.
Salix Alba (extrato seco padronizado a 1,5% salicina)

Dose Usual: 300 mg Dose Mínima: 200 mg Dose Máxima: 600 mg

Hexanicotinato de Inositol/Niacina:
A niacina é considerada um vasodilatador periférico, no entanto, seu impacto nos principais
mecanismos centraisenvolvidos na enxaqueca não foi completamente investigado (NATTAGH-
ESHTIVANI et al., 2018). Durante o processo da enxaqueca há ativação do complexo trigeminovascular
(neurônios no nervo trigêmeo que inervam os vasos sanguíneos cerebrais), que leva à vasoconstrição
intracraniana causando a cefaleiae sintomas como a aura de enxaqueca. Isso se dá devido à
vasodilatação dos vasos extracranianos e à ativação dos nervos nociceptivos perivasculares, por
administração intravenosa e oral.
Dose Usual: 50 mg Dose Mínima: 10 mg Dose Máxima (UL): 35 mg

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Coenzima Q10
A CoQ10 desempenha um papel central no transporte de elétrons e no metabolismo energético.
Considerando sua função crítica na mitocôndria, seu papel protetor na estabilização da função
endotelial, que estimula a liberação de lipoproteínas e o óxido nítrico, a CoQ10 pode ser importante na
fisiopatologia da enxaqueca porque tem um papel no processamento de informação neural. O nível
elevado de MMP-9 está associado à disfunção da barreira hematoencefálica (BHE) e a inflamação dos
nervos exacerba os ataques de enxaqueca. A CoQ10 é um dos antioxidantes mais importantes que reduz
a expressão de citocinas e MMPs (NATTAGH-ESHTIVANI et al., 2018). Portanto, a CoQ10 pode ser
terapeuticamente importante na enxaqueca (OZTURAN; SANLIER; COSKUN, 2016).

Coenzima Q10 - Dose Usual: 100 mg Dose Mínima: 90 mg Dose Máxima: 200 mg
Ubiquinol - Dose Usual: 100 mg Dose Mínima: 50 mg Dose Máxima: 300 mg

Calciferol - Vitamina D
Estudos relatam a diminuição da enxaqueca após suplementação de vitamina D. O mecanismo exato
não está claro, mas relata-se a sua relação com os baixos níveis de magnésio, visto que a absorção
intestinal do magnésio é dependente dessa vitamina. Com isso a deficiência dessa vitamina, causando
a má absorção do magnésio pode gerar a dor de cabeça. Outro mecanismo associado é a presença de
receptores de vitamina D, 1-hidroxilase (a enzima responsável pela formação da forma ativa da
vitamina D), proteína de ligação da vitamina D no cérebro e, particularmente, hipotálamo. (NATTAGH-
ESHTIVANI et al., 2018)
Dose Usual: 800 UI Dose Mínima: 200 UI Dose Máxima (UL): 4000 UI

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Magnésio
A deficiência de magnésiopode ocorrer em pacientes com enxaqueca devido a um defeito genético na
reabsorção de magnésio, perda de magnésio a partir de rins, esvaziamento dos estoques de magnésio
devido ao estresse, baixo consumo alimentar, ou algumas outras razões. Essa deficiência pode
aumentar a sensibilidade da neuro-inflamação da enxaqueca, do canal de cálcio e do bloqueio do
receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), da atividade do glutamato, óxido nítrico, da afinidade do
receptor de serotonina e da regulação hormonal endógena.

A suplementação do magnésio neutraliza o vasoespasmo, regula o receptor de NMDA, inibindo o


acúmulo de plaquetas, estabilizando as membranas celulares e diminuindo a formação de mediadores
inflamatórios. O magnésio pode visar beneficamente diferentes aspectos da inflamação neurogênica
que ocorre durante a enxaqueca e eventualmente melhorar a fosforilação oxidativa mitocondrial, a
neurotransmissão 5-HT e o sistema óxido nítrico (OZTURAN; SANLIER; COSKUN,2016; NATTAGH-ESHTIVANI
et al., 2018).
Dose Usual: 250 mg Dose Mínima: 100 mg Dose Máxima (UL): 350 mg

Riboflavina – B2
A enxaqueca foi definida como um defeito no metabolismo oxidativo no cérebro. Nesse sentido, a
riboflavina é um importante cofator no metabolismo oxidativo, na produção de energia mitocondrial e
na melhora na enxaqueca, por conta de suas propriedades antioxidantes (MARCHIS et al., 2018). A
disfunção mitocondrial na enxaqueca está relacionada com baixos níveis de riboflavina mitocondrial
(OZTURAN; SANLIER; COSKUN, 2016).
Dose Usual: 25 mg Dose Mínima: 5 mg Dose Máxima (UL): ND

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Cobalamina – B12
A vitamina B12 circulante está presente como hidroxicobalamina e estudos demonstraram que ela tem
ação sequestradora de óxido nítrico (NO), o qual está envolvido na transmissão da dor crônica,
inflamação, sensibilização central e principalmente na via dependente monofosfato de guanosina
(NATTAGH-ESHTIVANI et al., 2018). A sua suplementação também regula os níveis de homocisteína
(MARCHISet al., 2018).

Suplementar quando os níveis séricos estiverem abaixo de 350 pg/ml e/ou homocisteína elevada (>12
micromol/L)

Dose Usual: 500 mcg Dose Mínima: 200 μg Dose Máxima (UL): ND

Ácido alfa-lipóico – ALA


O ácido alfa-lipóico (ALA)é uma coenzima nutricional envolvida no metabolismo energético de
proteínas, carboidratos e gorduras, que tem funções fisiológicas na eliminação de glicose no sangue e é
capaz de eliminar vários radicais livres, além de aumentar o metabolismo mitocondrial de oxigênio e
produção de ATP (NATTAGH-ESHTIVANI et al., 2018).

Dose Usual: 50 mg Dose Mínima: 10 mg Dose Máxima (UL): 600 mg

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Ácido fólico e Piridoxina
Quando associados, podem diminuir a dor e a frequência das enxaquecas. O mecanismo não está
totalmente explicado, mas estudos relatam que as deficiências desses compostos estão presentes nos
indivíduos que possuem enxaqueca e ao consumir essa suplementação causam melhora na deficiência
e, por consequência, nos sintomas da dor. Outro motivo seria a redução nos níveis de homocisteína,
considerando que a homocisteína elevada está associada à presença de enxaqueca e que a enxaqueca
está associada a mutações pontuais no gene da MTHFR e a literatura aponta que a ingestão de ácido
fólico e piridoxina em doses elevadas reduz os efeitos desta mutação (ASKARI et al., 2017).

Ácido fólico - Dose Usual: 600 μg Dose Mínima: 400 μg Dose Máxima (UL): 1000 μg

Piridoxina - Dose Usual: 40 mg Dose Mínima: 10 mg Dose Máxima (UL): 100 mg

Capsaicina
A capsaicina e vários compostos relacionados chamados capsaicinoides são componentes ativos das
pimentas. Esse composto é um agonistado TRPV1 (faz parte dos canais de Potencial Receptor Transiente
- TRP) e foi encontrado para ser eficaz no tratamento da enxaqueca. A ativação do receptor TRPV1 induz
a despolarização de neurônios sensoriais e um estado refratário de fibras nociceptivas, com a liberação
subsequente de CGRP, substância P e outros neuropeptídeos ativos (MARCHIS et al., 2018).

Dose: 5 mg/dia

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Hexanicotinato de Inositol - 200mg

Avir X doses em cápsulas.

POSOLOGIA:
Consumir uma dose, duas vezes ao dia.

Associar com:
Fórmula fitoterápica:
Salix alba, extrato padronizado a 1,5% salicina - 300mg

Aviar X doses em cápsulas vegetais.

POSOLOGIA:
Consumir uma dose, duas vezes ao dia,

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REFERÊNCIAS:
ASKARI, Gholamreza et al. The effects of folic acid and pyridoxine supplementation on characteristics
of migraine attacks in migraine patients with aura: A double-blind, randomized placebo-controlled,
clinicaltrial. Nutrition, [s.l.], v. 38, p.74-79, jun. 2017. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.nut.2017.01.007.

MARCHIS, Maria Laura de et al. Genetic bases of the nutritional approach to migraine. Critical Reviews
In Food Science And Nutrition, [s.l.], p.1-13, 8 mar. 2018. Informa UK
Limited.http://dx.doi.org/10.1080/10408398.2018.1450215.

NATTAGH-ESHTIVANI, E. et al. The role of nutrients in the pathogenesis and treatment of migraine
headaches: review. Biomed Pharmacother. v. 102, p. 317- 325, 2018.

NATTAGH-ESHTIVANI, Elyas et al. The role of nutrients in the pathogenesis andtreatment of migraine
headaches: Review. Biomedicine &Pharmacotherapy, [s.l.], v. 102, p.317-325, jun. 2018. Elsevier BV.
http://dx.doi.org/10.1016/j.biopha.2018.03.059.

ÖZTURAN, Ayçıl; ŞANLIER,Nevin; COŞKUN, Özlem. The Relationship Between Migraine and Nutrition.
Turkish Journal of Neurology/Turk Noroloji Dergisi, v. 22, n. 2, 2016.

SHRIVASTAVA, R.; PECHADRE, J.C.; JOHN, G.W. Tanacetum parthenium and Salix alba (Mig-RL®)
Combination in Migraine Prophylaxis. Clinical Drug Investigation. v. 26, n. 5, p. 287-296,2006.

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