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FLUXOGRAMA PARA O MANEJO DA

TOXOPLASMOSE GESTACIONAL/
CONGÊNITA NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ
REVISADO EM ABRIL DE 2017

Secretaria Municipal de Itajaí


Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Núcleo de Controle de Zoonoses
Fone: 3249 5571
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
 PORTARIA Nº 204, DE 17 DE FEVEREIRO
DE 2016
 Toxoplasmose Gestacional
 Toxoplasmose Congênita
TOXOPLASMOSE

 A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo


Toxoplasma gondii e adquire especial relevância
quando atinge a gestante, visto o elevado risco de
acometimento fetal. Entre os agravos anatômicos
e funcionais decorrentes da toxoplasmose
congênita, podem ser descritos restrição de
crescimento intrauterino, morte fetal,
prematuridade e/ou manifestações clínicas e
sequelas como microftalmia, lesões oculares,
microcefalia, hidrocefalia, calcificações cerebrais,
pneumonite, hepatoesplenomegalia, erupção
cutânea e retardo mental.
ROTINA NO PRÉ-NATAL
 Sorologia para Toxoplasmose
 1º Trimestre
 Em todas as gestantes até 12 semanas

 2º Trimestre
 Em gestantes suscetíveis entre a 24 a 28 semanas

 3º Trimestre
 Em gestantes suscetíveis entre 35 a 37 semanas

 No momento do parto
 Em gestantes que não realizaram a sorologia entre a 35
a 37 semanas.
 No RN
 Quando a mãe não realizou sorologia entre a 35 a 37
semanas.
 Seguimento do RN Assintomático, suspeito de
Toxoplasmose Congênita.
FLUXOGRAMA PARA GESTANTES COM SOROLOGIAS PARA TOXOPLASMOSE NO 1º TRIMESTRE

IgM Não Reagente IgM Reagente IgM Reagente IgM Não Reagente
IgG Reagente IgG Reagente IgG Não Reagente IgG Não Reagente

Doença Antiga Possibilidade de infecção durante a gestação. Infecção muito recente Gestante Suscetível
(Gestante imune) ou IgM falso positivo
Fazer automaticamente o teste de avidez de Orientar medidas de
IgG na mesma amostra Iniciar tratamento com prevenção primária
(Rotina do Laboratório Municipal). espiramicina
Não há necessidade de imediatamente
Repetir sorologia no
novas sorologias para
A UBS e o DVE devem ser avisados pelo 2º trimestre entre 24
toxoplasmose
Laboratório para não retardar a conduta. Repetir sorologia em a 28 semanas
três semanas

Avidez Forte: Avidez Fraca ou IgG Reagente


infecção adquirida Moderada: infecção
antes da gestação. adquirida na gestação
Gestante imune. iniciar espiramicina Não Sim
imediatamente
Não há necessidade Suspender tratamento Infecção aguda materna
de novas sorologias NOTIFICAR VIGILÂNCIA Orientar prevenção provável. Seguir com
para toxoplasmose EPIDEMIOLÓGICA primária tratamento.
(TOXOPLASMOSE Repetir sorologias por
GESTACIONAL) trimestre NOTIFICAR VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
(TOXOPLASMOSE
Encaminhar Gestante GESTACIONAL)
com referência ao Alto
Risco no Crescem
Após Nascimento criança Encaminhar Gestante
deve dar Seguimento no com referência ao Alto
Após Nascimento criança deve dar Crescem (Neonato de Alto Risco no Crescem
Seguimento no Crescem (Neonato Risco)
de Alto Risco)
ATENÇÃO
 Gestantes imune ao Toxoplasma, porém usuárias de
imunossupressores ou com risco para imunossupressão
como HIV/AIDS, deverão ser orientadas quanto as
medidas de prevenção primária
 Repetir sorologias no 2º e 3º trimestre, se a gestante for
suscetível.
 Orientar medidas de prevenção primária, se gestante
for suscetível.
 Encaminhar gestante com diagnóstico de
Toxoplasmose com referência para o CRESCEM.
 Notificar todo caso de TOXOPLASMOSE
GESTACIONAL
FLUXOGRAMA PARA GESTANTES COM A PRIMEIRA SOROLOGIA PARA TOXOPLASMOSE APÓS O 1º TRIMESTRE

IgM Não Reagente IgM Reagente IgM Reagente IgM Não Reagente
IgG Reagente IgG Reagente IgG Não Reagente IgG Não Reagente

Doença Antiga Possibilidade de infecção durante Infecção muito recente Gestante Suscetível
(gestante imune) a gestação. ou IgM falso positivo

Fazer automaticamente o teste de Orientar medidas de


Iniciar tratamento com
Não há necessidade de avidez de IgG na mesma amostra prevenção primária
espiramicina
novas sorologias para (Rotina do Laboratório Municipal). imediatamente
toxoplasmose
Repetir sorologia no 3º
Repetir sorologia em trimestre entre 35 a 37
A UBS e o DVE devem ser avisados semanas
três semanas
pelo Laboratório para não retardar a
conduta.
IgG Reagente

NOTIFICAR VIGILÂNCIA
Não Sim
EPIDEMIOLÓGICA
(TOXOPLASMOSE GESTACIONAL)
Infecção aguda materna
Suspender tratamento provável. Seguir com
Orientar prevenção tratamento.
Se a gestante tiver menos de 30 primária
semanas: Iniciar espiramicina Repetir sorologias por
Encaminhar ao Crescem trimestre NOTIFICAR VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
(TOXOPLASMOSE
Se a gestante tiver 30 semanas ou GESTACIONAL)
Após Nascimento mais. Aumenta o Risco de
criança deve dar Transmissão ao Feto. Encaminhar Após Nascimento criança deve Encaminhar a gestante com
Seguimento no Crescem com referência ao Alto Risco no dar Seguimento no Crescem referência ao Alto Risco no
(Neonato de Alto Risco) Crescem, IMEDITAMENTE (Neonato de Alto Risco) Crescem
FLUXOGRAMA DAS SOROLOGIAS SUBSEQUENTES, NA GESTANTE INICIALMENTE COM IgG/ IgM NÃO REAGENTES

IgM Não Reagente IgM Reagente IgM Reagente IgM Não Reagente
IgG Reagente IgG Reagente IgG Não Reagente IgG Não Reagente

Certeza de Infecção durante Infecção muito recente Gestante Suscetível


Possibilidade de falso ou IgM falso positivo
negativo da IgG na a gestação
amostra anterior. Orientar medidas de
Provável Imunidade A UBS e o DVE devem ser prevenção primária
Iniciar tratamento com
remota avisados pelo Laboratório espiramicina
para não retardar a imediatamente
conduta. Repetir sorologia no 3º
Se primeira sorologia trimestre entre 35 a 37
(negativa) bem no início Repetir sorologia em semanas
da gestação e exame NOTIFICAR VIGILÂNCIA três semanas
subseqüente no final da EPIDEMIOLÓGICA
gestação ou no momento (TOXOPLASMOSE
do parto com IgG muito IgG Reagente
GESTACIONAL)
alta: possibilidade de
infecção durante a
gestação com IgM muito Não Sim
fugaz Se a gestante tiver menos de
30 semanas: Iniciar
espiramicina Infecção aguda materna
Suspender tratamento
Analisar também a Encaminhar ao Crescem provável. Seguir com
Orientar prevenção
possibilidade de IgM falso primária tratamento.
negativo. Se a possibilidade
Repetir sorologias por
de infecção. Se a gestante tiver 30 NOTIFICAR VIGILÂNCIA
trimestre
semanas ou mais. Aumenta EPIDEMIOLÓGICA
o Risco de Transmissão ao (TOXOPLASMOSE
Feto. Encaminhar com GESTACIONAL)
Após Nascimento criança referência ao Alto Risco no
deve dar Seguimento no Crescem, IMEDITAMENTE Após Nascimento criança Encaminhar Gestante
Crescem (Neonato de Alto deve dar Seguimento no com referência ao Alto
Risco) Crescem (Neonato de Alto
Risco no Crescem
Risco)
PARA DEFINIR CASO DE TOXOPLASMOSE
CONGÊNITA

Fonte: Caderno de Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde, BRASIL, 2011
ATENÇÃO:
 Todo RN (Residente de Itajaí) com diagnóstico ou
suspeita de Toxoplasmose Congênita, deve ser
encaminhado para o Crescem – Neonato de Alto Risco
para acompanhamento.
 Encaminhar ficha de referência com evolução detalhada do caso.
 Entrar em contato com Crescem pelo telefone 39086027, para

agendar consulta pediátrica.


 Notificar o caso ao DVE/ NCZ
 O tratamento do RN é disponibilizado pela Secretaria
Municipal de Saúde, entrar em contato com Gerência
Farmacêutica/ DAS.
FLUXOGRAMA DE ABORDAGEM INICIAL DE RN ASSINTOMÁTICO COM SUSPEITA DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA

RN ASSINTOMÁTICO
TOXOPLASMOSE MATERNA COMPROVADA OU TOXOPLASMOSE MATERNA POSSÍVEL
PROVÁVEL SOROLOGIAS MATERNAS INCONCLUSIVAS

Iniciar Tratamento
- ELISA IgG e IgM (RN e Mãe)
RESULTADOS NORMAIS -Fundoscopia ocular
-US crânio
-ELISA IgG e IgM (RN e mãe)
-Hemograma
-Fundoscopia ocular
-US e CT crânio Repetir sorologias da criança a cada
-LCR 2-3 meses Sorologias, US e/ou fundoscopia
-Hemograma alterados
-Função hepática
-Avaliação auditiva Estabilização ou aumento Queda progressiva nos
nos títulos de IgG títulos de IgG até
negativação -CT crânio
-LCR
Sorologias, US, CT, fundoscopia -Função hepática
e/ou LCR alterados -Avaliação auditiva
Suspender ou manter sem tratamento
Repetir sorologias em 1 mês
CRIANÇA INFECTADA
Tratamento durante 1 ano
CRIANÇA INFECTADA
Tratamento durante 1 ano Estabilização ou 2 sorologias
aumento nos subseqüentes
títulos de IgG negativas NOTIFICAR VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
NOTIFICAR VIGILÂNCIA (TOXOPLASMOSE CONGÊNITA)
EPIDEMIOLÓGICA
(TOXOPLASMOSE CONGÊNITA) CRIANÇA NÃO
INFECTADA

Em crianças que receberam tratamento, confirmar soronegativação 6 meses após a suspensão


dos medicamentos
FORMAS DE PREVENÇÃO
 Lavar as mãos ao manipular alimentos;
 Lavar bem frutas, legumes e verduras antes de se alimentar;
 Não ingerir carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, incluindo
embutidos (salame, copa, etc.);
 Evitar contato com o solo e terra de jardim; se indispensável, usar
luvas e lavar bem as mãos após;
 Evitar contato com fezes de gato no lixo ou solo;
 Após manusear a carne crua, lavar bem as mãos, assim como também
toda a superfície que entrou em contato com o alimento e todos os
utensílios utilizados;
 Não consumir leite e seus derivados crus, não pasteurizados, seja de
vaca ou de cabra;
 Em casos de gestante, propor que outra pessoa limpe a caixa de areia
dos gatos e, caso não seja possível, limpa-la e trocá-la diariamente,
utilizando luvas e pazinha;
 Alimentar os gatos com carne cozida ou ração, não deixando que estes
ingiram caça;
 Lavar bem as mãos após contato com os animais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Ações Programáticas e
Estratégicas. Atenção à saúde do recém-nascido:
guia para os profissionais de saúde. v.2. Brasília:
2011.
 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção a
Saúde. Departamento de Ações Programáticas
Estratégicas. Gestação de alto risco: manual
técnico. 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério da
Saúde, 2010.

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