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O ajuste direto distingue-se da adjudicação direta (que implica não aplicar o CCP), este
ainda implica a aplicação do CCP.
Caderno de encargos -este é basicamente o clausulado, enquanto o programa de
procedimento verte aquilo que é o preço base
Organismos de Direito Público -aspeto subjetivo do CCP (quem pode celebrar contratos
públicos).
-passou-se progressivamente o âmbito subjetivo de aplicação das diretivas, existe uma
lógica de alargar o âmbito da sua aplicação.
-o alargamento deste conceito, visou combater a “fuga para o direito privado” através
da criação p.ex de empresas privadas (total ou maioritariamente participadas por uma
PCP), contrariando aquilo que era o anterior entendimento nesta matéria.
-assim substitui-se o critério orgânico da delimitação daquilo que é a AP, por um
critério funcional
Requisitos para ser um organismo público art 2nº2
A-ser uma PC (não interessa a sua natureza), afasta-se pessoas singulares
B-especificamente criados especificamente para satisfazer necessidades de interesse
geral sem caráter industrial ou comercial
“criados especificamente” -existe um acórdão do TJUE que diz que só sujeitam às
regras do CCP pessoas criadas com o objetivo específico de prosseguir estes fins.
“interesse geral” não cabem necessariamente no âmbito do interesse público
(interesse geral apenas implica uma atividade funcionalizada à satisfação de interesses
coletivos).
C-maioritariamente financiadas pelas entidades referidas no art 2nº1
Aula prática
Exceção in house
Art 5A -exceção in house -traduz a lógica da contratação dentro de casa, saber se entre
duas entidades
2 casos -1-contrato de aquisição de serviços entre o ministério da agricultura e o IPMA
2-contrato de concessão de serviços entre o Ministério do ensino superior e a
Universidade de Lisboa
A exceção in house é uma exceção em que um contrato público entre duas entidades
não têm de ser precedida de um procedimento tipificado no CCP (na dúvida aplica-se o
Código) -é o acórdão Ckal -este trouxe uma teoria relativamente ao âmbito de
aplicação da contrataçõa publica
-entende que os contratos de concessão de serviços, a não ser que a entidade
adjudicante exerça sobre esta um controlo análogo ao que exercer aos seus próprios
serviços.
-aplica-se a operações que materialmente acabam por ser apenas internas
-ideia de que há uma ideia de controlo que acaba por esbater totalmente a vontade de
uma das outras entidades.
O Município de Castelo Branco lançou um concurso público, cujo aviso de abertura foi
publicado no Diário da República, para a celebração de um contrato para a “aquisição de
serviços de manutenção e reparação dos equipamentos desportivos do Município”.
O preço base fixado foi de € 250.000,00.
Estabelece o Programa do Concurso, na cláusula 12.ª, que: “[p]ara avaliação da sua
capacidade técnica os concorrentes devem cumprir cumulativamente, os seguintes critérios
mínimos de capacidade técnica, sob pena de exclusão:
A. Existência comprovada no quadro da empresa de técnicos com as seguintes habilitações
profissionais e especialidades: a.1. 1 técnico com o grau de licenciatura em Engenharia
Mecânica;
B. O concorrente deve possuir uma licença da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)
para montagem e reparação de redes e equipamentos a gás (…)”.
Do relatório preliminar de análise de propostas publicado em 20.03.2020, resulta que das
três propostas apresentadas apenas duas ficaram admitidas a concurso, as das empresas
MOU - Move on Up, S.A. e TP – Tratamento de Piscinas, S.A.
Assim, a proposta da empresa Equipa+, S.A. foi excluída por a mesma não apresentar a
licença emitida pela DGEG.
Acresce que todos os concorrentes se insurgem porque apenas em sede de relatório final
constataram que o júri do procedimento havia interpelado a empresa MOU - Move on Up,
S.A. para juntar o documento exigido em A.1., não tendo sido notificadas do pedido de
esclarecimentos remetido à empresa, nem mesmo da resposta que esta apresentou.
-Contudo, o Município viria a adjudicar a proposta da MOU - Move on Up, S.A., ficando a
proposta TP – Tratamento de Piscinas, S.A. graduada em segundo lugar.
Subsequentemente, o Município toma conhecimento que a MOU - Move on Up, S.A. não
apresentou a caução em tempo.
Constatando o Município que restava apenas em concurso a proposta da empresa TP – -
Tratamento de Piscinas, S.A., que nem continha o preço mais vantajoso, a entidade
adjudicante entendeu pôr termo ao mesmo e lançar um novo procedimento, alegando que,
atendendo à existência de apenas uma proposta, não estavam reunidas condições mínimas
de concorrência. Inconformada, a empresa TP – Tratamento de Piscinas, S.A. reclama o
direito à celebração do contrato. Considere as seguintes questões, que são independentes
entre si:
a) Aprecie a legalidade do lançamento do procedimento concursal e a respetiva
projecção no contrato eventualmente a celebrar.
Começar por falar do âmbito de aplicação do Código (quem é que contrata e o quê)
Art 1 nº2 e art 2 nº1 al)C -AMBITO SUBJETIVO; art 5 e art 16 nº2 AMBITO OBJETIVO.
NÃO HAVENDO MAIS NENHUM INDICIO O VALOR DO CONTRATO, É O PREÇO-BASE
ERA PRECISO PUBLICAÇÃO NO JORNAL OFICIAL -ANULABILIDADE NOS TERMOS DO ART 283
b) Pronuncie-se relativamente à exclusão da proposta apresentada pela empresa
Equipa+, S.A., tendo presente que a mesma alega que, apesar de não ter juntado a
licença exigida, indicou na sua proposta o link para consulta da mesma no site da
DGEG, de acesso universal.
O PROGRAMA DE CONCURSO É REGULAMENTO
-A exigência de licença de DGEG não poderá violar o art 132 nº4
c) Aprecie a conduta do júri relativamente à MOU, S.A. à luz do CCP e princípios aplicáveis,
sendo certo que os demais concorrentes alegam que a data do certificado da licenciatura em
engenharia apresentado era posterior ao termo do prazo de apresentação das propostas.
R:Seria necessário pelo art 72 nº5 que tanto a MOU SA como os restantes proponentes deviam
ter sido notificados.
-Só poderia haver fase de negociações no Concurso Público se estiver previsto nas próprias
peças do procedimento (têm de haver a previsibilidade desta fase) e deve ser ela regulaa.
Podem-se apresentar as propostas apenas até se findar o prazo de apresentação das propostas
Violação do 72 nº3 al)A pois os factos que são comprovados são posteriores à data de
apresentação das propostas
d) Avalie a viabilidade da pretensão da empresa TP – Tratamento de Piscinas, S.A. à luz do
revés havido com a MOU, S.A., bem como a conduta do Município
Podia no momento da habilitação
-ESTE PODE TAMBÉM SER ISADO COMO CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO (ENQUANTO FATOR A
VALORIZAR DAS PROPOSTAS QUE O INCLUAM)
Cláusulas sobre a execução do contrato
-aqui não está em causa a substância do contrato (o seu objeto), mas as condições em que este
será executado.
-O CCP distingue consoante sejam cláusulas sobre aspetos submetidos à concorrência e outros
não submetidos).
Aspetos não submetidos à concorrência-ver o art 42 nº11, quando são submetidos e fechados,
equivalem a condições de execução dos contratos, todavia estes podem apenas ser fixados
limites mínimos e máximos a que as propostas estão vinculadas (p.ex -veiculos entre 11 e 15
lugares), ou formulados em alternativa (empregar pessoas deficientes ou desfavorecidas).
-quando os apsetos de execução do contrato estejam definidos de forma fixa, as propostas que
os viole são excluídas -art 70 nº2 al)b
Com a evolução do Direito Europeu dos Contratos Públicos é sabido que se ampliaram
as possibilidades de instrumentalização do regime da contratação pública em benefício
de políticas sociais, laborais ou ambientais relevantes, desde que estas sejam definidas
como relevantes por normas comunitárias
Assim, embora o regime da contratação pública, vise um duplo objetivo: A-promoção
da concorrência no mercado interno; B-seleção da proposta que melhor satisfaça as
necessidades de interesse público subjacentes ao contrato, também sabemos que a
escolha da proposta a adjudicar pode no plano colateral ser orientada para o incentivo
do mercado ao cumprimento de políticas públicas em áreas de relevo comunitário.1
Cláusula 1 -Na atividade exploratória do terreno, os pesticidas e fertilizantes
utilizados, devem ter o Rótulo ecológico da União Europeia ou qualquer outro rótulo
que obedeça a requisitos de rotulagem semelhantes
Como se sabe a agricultura, apesar de essencial para o bem-estar de uma sociedade,
sendo uma atividade absolutamente central e necessária, têm alguns impactos
ambientais negativos.
Hipótese Prática II
Atendendo ao progressivo envelhecimento da população residente no concelho, o Município
A decidiu construir um lar municipal de terceira idade para acolhimento dos idosos que,
comprovadamente, não tivessem condições económicas para suportar os preços exigidos por
um lar privado.
Uma vez que as próximas eleições autárquicas seriam já no ano seguinte, e antevendo que os
votos da população mais idosa seriam decisivos para ser reconduzido no cargo, o Presidente
da Câmara Municipal determinou que a execução da obra se revestia de “urgência
imperiosa” e que o lar em causa deveria estar pronto a tempo de ser inaugurado na última
semana de campanha eleitoral.
Com este fundamento, o Município A lançou um procedimento de ajuste directo para a
celebração do contrato de empreitada de obras públicas para a construção do lar municipal,
com o preço-base de € 6.000.000,00.
Mais deliberou o Município A, atendendo à urgência na execução da obra e na sua
importância estratégica para o bem-estar da população municipal, no segmento etário da
terceira idade, convidar apenas a empresa de construção civil “Cimentos&Betões, Lda.” para
apresentar proposta no procedimento de ajuste directo, com o fundamento de que apenas
este empreiteiro seria “de confiança” e daria suficientes garantias de conseguir levar a obra a
bom termo.
Por mero acaso do destino, o gerente da “Cimentos&Betões, Lda.” era familiar do Presidente
da Câmara Municipal e, também por feliz coincidência, esta empresa tinha sido a
adjudicatária em todos os procedimentos de ajuste directo promovidos pela autarquia
durante este mandato, tendo recebido pela execução de todas essas empreitadas, no total
dos últimos três anos, o valor acumulado de € 3.000.000.
A proposta da “Cimentos&Betões, Lda.” foi adjudicada pelo Município A, em virtude de ter
sido a única proposta apresentada no procedimento, embora o júri tivesse notado que o
concorrente não tinha entregado o plano de trabalhos imperativamente exigido no convite.
Notificado para apresentar os documentos de habilitação, a “Cimentos&Betões, Lda.” não
entregou a certidão de registo criminal actualizada do seu gerente, mas apresentou, em
substituição deste documento, uma declaração através da qual o mesmo gerente garantia
solenemente que, apesar de ter sido condenado, por sentença transitada em julgado no ano
passado, pelo suborno de um Vereador da Câmara Municipal, tal não colocava em causa a
sua idoneidade para executar a obra, visto essa condenação resultar de uma “perseguição
judicial” de que o envolvido tinha sido vítima e que teria sido instigada pela “inveja” dos seus
concorrentes.
Câmara Municipal aceitou esta justificação e procedeu à celebração do contrato com o
adjudicatário, o que não foi publicitado no portal da Internet dedicado aos contratos
públicos.
Ao deparar-se com a montagem do estaleiro e o início das obras de construção do lar de
terceira idade, um dos administradores da “Muros&Telhados, S.A.”, empresa rival da
“Cimentos&Betões, Lda.”, vem consultá-lo sobre a legalidade do procedimento promovido
pelo Município A e da decisão de adjudicação proferida no âmbito do mesmo.
Tendo presente os factos acima expostos, esclareça as dúvidas colocadas pelo administrador
da “Muros&Telhados, S.A.”, pronunciando-se sobre:
a) A sujeição do contrato em causa ao regime procedimental previsto na Parte II do
Código dos Contratos Públicos;
R: 18 nº2
b) A decisão de escolha do procedimento de ajuste directo para a execução da obra em
causa, tendo em conta o valor da empreitada e os fundamentos invocados pelo
Presidente da Câmara Municipal;
Excluir à luz do valor do contrato Ver os critérios materiais do art 24 e o art 25
c) A admissão e adjudicação da proposta apresentada pela “Cimentos&Betões, Lda.”;
d) Os documentos de habilitação apresentados pela “Cimentos&Betões, Lda.”; e) A falta de
publicitação da celebração do contrato na Internet.