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Entidade adjudicante-município X

Objeto do contrato-contrato de concessão da exploração da horta municipal


-O nosso município naquilo que é a prossecução da sua atribuição de promoção e
salvaguarda da população (art 2 da LAL)-Lei nº75/2013, pretende celebrar um contrato
de concessão da exploração da horta municipal.
-Este contrato de concessão foi autorizado pela assembleia municipal (art 25 nº1 al)pda
LAL, que também fixou as suas condições gerais, sendo que este será posteriormente
celebrado pela câmara municipal (não consigo encontrar o art que estabelece a
competência mas deve estar algures no art 33 da LAL).
-Pretendemos celebrar este contrato, na medida em que entendemos ser do maior
interesse dos nossos munícipes que a horta seja explorada por um lado de forma
eficiente (implicando o mínimo de despesa para o município), mas por outro lado de
forma socialmente consciente e ambientalmente responsável.
-É tendo em vista estes objetivos que pretendemos celebrar este contrato, apondo-lhe
duas cláusulas essenciais:
A-a exploração desta deve ser feita de forma ambientalmente responsável
privilegiando o uso de produtos que não tenham efeitos poluentes
B-que 10% daquilo que a entidade adjudicante produzir na exploração da horta
municipal seja revendido a empresas cuja sua atuação se desenvolva no município e
tenham um interesse social relevante (lares, hospitais etc).
-Isto porque a contratação pública, no seu estado atual de desenvolvimento não pode
ter como único objetivo a busca pela opção que aparentemente é mais benéfica do
ponto de vista financeiro, não se preocupando com aquilo que são as necessidades
sociais, ambientais etc do mundo que a rodeia, é manifesto que a contratação pública
pode e dever ser um instrumento no sentido da promoção de determinados valores
necessários.
-Temos de meter o âmbito subjetivo e objetivo de aplicação.

CCP -comentado da aafdl, manual do prof pedro sanchez


Discussão relativamente aos “contratos reservados”
-Saber se à luz do princípio da proporcionalidade, esta “compressão” do principio da
concorrência seria ou não justificado.
Aula prática
-Além do legislador português, também o legislador europeu foi o grande mobilizador
da contratação pública europeia.
-assim falar em contratação publica é falar em concorrência etc , as diretivas europeias
de 2014 são assim muito relevantes para este propósito.
-A existência de regimes de contratação publica tão distintos criava logicamente um
entrave aquilo que era o projeto europeu,
-na transposição destas diretivas que são tão precisas e específicas os EM acabam algo
subtraídos à sua libberdade
A parte l do CCP trata do seu âmbito de aplicação, depende de saber se o Código a
qualifica como entidade adjudicante
A parte l visa assim responder às questões de aplicação, quer a seu âmbito objetivo,
quer o âmbito subjetivo
-O âmbito subjetivo é decalcado em função do conceito de entidade adjudicante
(previsto p.ex no art 2).
-A questão em contratação pública é no plano funcional e económico o que faz sentido
atendendo à missão da contratação pública de “perseguir” os dinheiros públicos.
-A questão não é perceber a natureza da entidade, mas sim “levantar o véu” da
entidade e perceber como é que esta atua, quem é que a gere, que interesses
prossegue etc.
-as entidades adjudicantes engloba: A-setor público administrativo tradicional -no art
3nº1; B-no nº2 o critério é de base económico ou funcional (questão de saber se existe
um financiamento público maioritário), ver se existe um controlo público dos centros
de decisão destas entidades
-existem ainda regras especiais de entidades adjudicantes para os “setores especiais”.

Ambito objetivo de aplicação (art 4, 5 e 6) -o art 4 refere-se aos contratos excluídos


(tanto a formação como a execução dos contratos se encontra excluída), enquanto que
o art 5 nos fala apenas da contratação excluída (situações onde apenas não se aplica a
parte ll do Código -aquela relativa à formação dos contratos públicos
As exclusões previstas no art 5 dizem respeito (quer à natureza do contrato, quer
quanto à posição das partes no contrato em causa)
AAAAA
Parte ll do CCP -art 16 e ss
-estabelece-se uma tipicidade dos procedimentos que existem
-art 17 -escolha do procedimento em função do valor
Art 23-escolha em função de critérios materiais -art 23 e ss
-isto porque quanto mais alto o contrato, maior a necessidade de o tornar
concorrencial
Art 112 e ss -tramitação dos procedimentos
Organismos de Direito Público
Decisão de contratar e direito de autorização de despesa -art 36 e ss

O ajuste direto distingue-se da adjudicação direta (que implica não aplicar o CCP), este
ainda implica a aplicação do CCP.
Caderno de encargos -este é basicamente o clausulado, enquanto o programa de
procedimento verte aquilo que é o preço base
Organismos de Direito Público -aspeto subjetivo do CCP (quem pode celebrar contratos
públicos).
-passou-se progressivamente o âmbito subjetivo de aplicação das diretivas, existe uma
lógica de alargar o âmbito da sua aplicação.
-o alargamento deste conceito, visou combater a “fuga para o direito privado” através
da criação p.ex de empresas privadas (total ou maioritariamente participadas por uma
PCP), contrariando aquilo que era o anterior entendimento nesta matéria.
-assim substitui-se o critério orgânico da delimitação daquilo que é a AP, por um
critério funcional
Requisitos para ser um organismo público art 2nº2
A-ser uma PC (não interessa a sua natureza), afasta-se pessoas singulares
B-especificamente criados especificamente para satisfazer necessidades de interesse
geral sem caráter industrial ou comercial
“criados especificamente” -existe um acórdão do TJUE que diz que só sujeitam às
regras do CCP pessoas criadas com o objetivo específico de prosseguir estes fins.
“interesse geral” não cabem necessariamente no âmbito do interesse público
(interesse geral apenas implica uma atividade funcionalizada à satisfação de interesses
coletivos).
C-maioritariamente financiadas pelas entidades referidas no art 2nº1

Aula prática
Exceção in house
Art 5A -exceção in house -traduz a lógica da contratação dentro de casa, saber se entre
duas entidades
2 casos -1-contrato de aquisição de serviços entre o ministério da agricultura e o IPMA
2-contrato de concessão de serviços entre o Ministério do ensino superior e a
Universidade de Lisboa
A exceção in house é uma exceção em que um contrato público entre duas entidades
não têm de ser precedida de um procedimento tipificado no CCP (na dúvida aplica-se o
Código) -é o acórdão Ckal -este trouxe uma teoria relativamente ao âmbito de
aplicação da contrataçõa publica
-entende que os contratos de concessão de serviços, a não ser que a entidade
adjudicante exerça sobre esta um controlo análogo ao que exercer aos seus próprios
serviços.
-aplica-se a operações que materialmente acabam por ser apenas internas
-ideia de que há uma ideia de controlo que acaba por esbater totalmente a vontade de
uma das outras entidades.

Ajuste direto e consulta prévia


-critério geral do valor de contrato a celebrar
-o beneficio económico referido no art 17 engloba muito mais do que o valor pago pela
entidade adjudicante
A Consulta prévia foi retirada do ajuste direto
-abaixo dos limiares comunitários, têm os Estados margem para ainda assim
-parece ter existido um retrocesso ao nível da tutela do principio da concorrência (na
medida em que era jurisprudência assente que não se devia convidar só uma entidade)
Definição de consulta prévia -art 112n”a consulta prévia é o procedimento em que a
entidade adjudicante convida diretamente pelo menos três entidades à sua escolha a
apresentar proposta, podendo com elas negociar os aspetos da execução do contrato a
celebrar”.
-Maria João Estorninho critica a restrição da concorrência, sendo que a prof chama a
atenção de que a concorrência apesar de muito relevante na contratação pública, não
deve ser o único principio a nortear as opções politicas sobre este assunto

Tipos de procedimentos e critérios de escolha


Introdução aos sete tipos de procedimentos
-A parte ll do CCP que estabelece o regime da contratação pública, inicia-se com a lista dos
tipos de procedimento a que as entidades adjudicantes podem recorrer para formar um
contrato público e descrevendo os critérios que presidem à sua escolha.
-Assim para contratos cuja prestação possa estar submetida à concorrência, o CCP enumera
sete tipos de procedimento: A-ajuste direto; B-consulta prévia; C-concurso público; D-concurso
limitado por prévia qualificação; E-procedimento de negociação; F-diálogo concorrencial; G-
parceria para a inovação.
-Não obstante a previsão de sete tipos procedimentais autónomos,, a avaliação dos critérios de
escolha de cada um permite perceber que a liberdade das entidades adjudicantes é limitada à
seleção de um dos quatro primeiros procedimentos referidos (os restantes são para situações
residuais ou excecionais).
-O 16 nº1 insere uma regra de tipicidade procedimental o iter procedimental não poderá variar
daquilo que já está predeterminado por lei.
Procedimentos restritivos da concorrência: ajuste direto e consulta prévia
-Existiam antes do CCP de 2008 diversos tipos de procedimento formalmente autónomos, mas
que se caracterizavam pela inexistência de um apelo genérico à concorrência, através da
publicação de um anúncio e que se iniciam com um convite direto emitido pela entidade
adjudicante.
-Assim todos estes subtipos procedimentais foram à data reunidos no ajuste direto, o que
revela uma vontade do legislador em determinar de forma clara quais as situações onde
poderia o legislador slecionar um procedimento restritivo da concorrência, seja em função do
critério do valor (art 17) ou em função de uma situação material que justifica a restrição da
concorrência (art 24 e ss).
-Assim quando se verificassem os pressupostos previstos na lei justificasse a adoção de um
procedimento que acaba por preterir a concorrência e quando não estivessem justificados
estava a entidade adjudicante obrigada a um procedimento contratual aberto.
Revisão do CCP de 2017 e bipartição entre ajuste direto e consulta prévia
-Existiu já na vigência do CCP intervenção no plano internacional para que Portugal eliminasse
regimes privilegiados que permitiam a total dispensa de procedimentos competitivos para a
formação de contratos de montante avultado.
-Por essa razão aprovaram-se limitações na possibilidade de recurso ao ajuste direto (em geral
tornar mais baixo o valor máximo do contrato no qual ainda podia o decisor público não
submeter o contrato a uma concorrência plena e aberta).
-Foi também neste âmbito que o legislador separou entre: A-ajuste direto -agora reservado
para os casos de escolha direta de um operador económico a quem é enviado um convite para
a apresentação de uma proposta que será adjudicada desde que não padeça de causas de
exclusão; B-consulta prévia -dispensa igualmente a abertura ao mercado, embora obrigue a
convidar um mínimo de três operadores económicos, sendo que estes são escolhidos
unicamente pela entidade adjudicante, ainda no contexto de um procedimento fechado ao
mercado (art 16nº1 al) e b e art 112 e ss.
-Entende Pedro Sanchez que a consulta prévia por manter o perfil anti-concorrencial (por estar
totalmente à escolha da entidade adjudicante que operadores convidar), não se distinguir
muito do ajuste direto ao nível de pouca tutela da concorrência, sendo que Rui Medeiros e
Mário Aroso de Almeida alertam ainda para a possibilidade de “convites meramente formais” a
duas daas três entidades e que na prática implicam o mesmo que o ajuste direto (até porque é
a entidade adjudicante que escolhe com quer contratar).
Alguns fatores que demonstram esta falta de verdadeira competição concorrencial, mesmo no
ajuste direto são: A-dispensa de júri para apreciar as propostas (mesmo que mais do que uma
entidade apresente uma proposta (art 67 nº3); B-dispensa do recurso obrigatório às
plataformas eletrónicas mais complexas, a proposta pode ser feita por qualquer meio
eletrónico (art 115 al)g; C-consagração de impedimentos à contratação reiterada e sucessiva
com o mesmo operador económico (art 113 nº5) o que demonstra a noção que o legislador
têm da natureza restritiva da concorrência deste tipo de procedimentos; D-desnecessidade de
um modelo ou de uma grelha de avaliação de propostas.
-Todos estes fatores indiciam a consciência do legislador da falta de concorrência no recurso ao
procedimento de consulta prévia (uma tutela séria da concorrência implicaria sempre que o
universo de concorrentes não possa ser controlado pelo decisor público).
Assim de uma análise da tramitação procedimental para estes dois tipos de procedimentos
entende-se de forma clara a sua dimensão enquanto procedimentos não concorrenciais.
Diversidade dos procedimentos abertos à concorrência: o procedimento de negociação e a
reformulação da fronteira entre procedimentos concursais e negociais
-Todos os outros cinco procedimentos previstos no art 16 (que não o ajuste direto e a consulta
prévia) partilham da característica de assentar num apelo genérico à concorrência.
Assim estes apenas se distinguem na tramitação que seguem após a publicação do anúncio.
Tradicionalmente distinguia-se entre procedimentos negociais ou concursais em função das
propostas serem ou não tendencialmente imutáveis ou existirem negociações, sendo que
atualmente este critério é insuficiente para distinguir estes dois tipos de procedimentos, até
porque a lei introduz cada vez mais desvios ao pressuposto da intangibilidade da proposta nos
procedimentos concursais.
-Assim a inexistência de negociações e inalterabilidade das propostas é apenas uma
característica tendencial (mas não necessária) dos procedimentos concursais pelo que
claramente não serve já como critério distintivo.
-Abstraindo agora do diálogo concorrencial e da parceria para a inovação (objeto de posterior
análise), existe um procedimento de tipo negocial (procedimento de negociação) e dois tipo de
concursal (o concurso público e o concurso limitado por prévia qualificação).
Procedimento de negociação-previsto nos arts 193 e ss como “o procedimento que comporta
um processo de diálogo abrangente entre a entidade adjudicante e os concorrentes”, tendo em
vista a melhoria progressiva das propostas, através de uma tramitação trifásica”.
A-em primeiro lugar o procedimento inicia-se com uma fase de prévia qualificação, destinada a
permitir que a entidade adjudicante aprecie se os interessados em contratar dispõem da
capacidade técnica e financeira para executar as prestações do contrato em causa.
B-só aos candidatos já qualificados é dirigido um convite à apresentação de propostas; os
convidados apresentam então um projeto das condições que consideram adequadas para a
celebração de um contrato com a entidade adjudicante.
C-a proposta constitui no entanto um mero projeto: após uma primeira análise e avaliação das
propostas iniciais, a entidade adjudicante enceta um processo negocial, tendente ao
aconselhamento e à condução dos concorrentes no sentido do aprimoramento dos atributos
das propostas, que se concretizará na apresentação das versões finais novamente sujeitas a
análise e avaliação
Concurso Público e concurso limitado por prévia qualificação (distinção entre os dois
procedimentos concursais
-A caracterização dos procedimentos concursais deve já assentar noutros elementos
distintivos.
-O CCP na tramitação procedimental que prevê para o concurso público não permite
vislumbrar um único momento no qual a entidade adjudicante possa avaliar a aptidão técnica
ou financeira que os autores da proposta hajam comprovado para a celebração e execução do
contrato.
-Assim ao selecionar o procedimento de concurso público, a entidade adjudicante abdica da
habilitação legal para avaliar a capacidade técnica e financeira de que os concorrentes dispõem
para celebrar e executar o contrato, pelo que se vincula a selecionar a proposta que apresente
as melhores condições contratuais independente da identidade do autor.
-Já o procedimento de concurso limitado por prévia qualificação, configura-se como um
procedimento bifásico de formação de contratos de acesso semi-aberto.
Aqui a avaliação das propostas, isto é a avaliação das condições contratuais mais adequadas
para a prossecução do interesse público que presidiu à decisão de contratar (arts 189 a 192), é
precedida de uma verificação da aptidão técnica e financeira que nas suas candidaturas os
candidatos hajam comprovado, ficando o acesso condicionado aos candidatos qualificados (art
165, 167, 168 e 178 a 182), sendo também nestes casos vedada a adoção de uma fase de
begociações destinada à alteração das propostas (art 162 nº2).
Já o concurso público é monofásico aberto a todos os interessados em contratar, cujo objeto se
encontra estritamente destinado à apreciação das condições contratuais propostas, alheando-
se a capacidade técnica e financeira dos proponentes para a execução do contrato (art 135 e
ss).
Ambos os concursos asseguram um acesso público que impede a entidade adjudicante de
selecionar o adjudicatário de forma discricionária (pelo que aqui ambos tutelam de forma
muito eficaz o valor da concorrência).
Estes apenas se distinguem pelo diferente objeto que será apreciado pela entidade
adjudicante, sendo por isso selecionados em função do diferente tipo de necessidades que a
entidade adjudicante pretende satisfazer.
Diálogo concorrencial
-Este destina-se aos casos em que a entidade adjudicante apenas identifica uma necessidade
que pretende satisfazer com a celebração do contrato, sendo-lhe todavoa objetivamente
impossível elaborar um caderno de encargos que concretize qual a solução para satisfazer essa
necessidade (era inclusive este os critérios que justificavam a adoção do diálogo concorrencial
em vez do procedimento de negociação), esta ideia de impossibilidade de definição prévia da
solução, dos meios ou da estrutura jurídica ou financeira do contrato a celebrar.
-Isto porque o diálogo concorrencial permite que a entidade adjudicante lance um apelo à
concorrência, sem previamente definir um caderno de encargos, derrogando assim a obrigação
(que existe em qualquer outro tipo contratual) de divulgar previamente o seu projeto de
contrato antes de convidar quaisquer interessados a participar do procedimento.
Pedro Sanchez entende que se a divulgação prévia do projeto contratual forma um dos pilares
aplicativos do principio da concorrência e da transparência -habilitando os interessados a
conhecer do contrato que podem vir a celebrar no caso de quererem obter a adjudicação, têm
de se inferir que a lei só pode autorizar o adiamento da obrigação do caderno de encargos
quando a entidade adjudicante ainda desconheça o tipo de cláusulas contratuais que são mais
adequadas a satisfazer as suas necessidades.
Assim implica esta diferença algumas alterações relevantes no plano procedimental,
nomeadamente:
A-que o procedimento se inicie com uma mera memória descritiva preparada pela entidade
adjudicante com as necessidades que pretende satisfazer (em substituição do caderno de
encargos).
B-que a tramitação do procedimento preveja uma primeira fase de participação dos
interessados através da apresentação das candidaturas e da qualificação dos candidatos que
ainda não conhecem o futuro projeto do contrato.
C-que os candidatos qualificados apresentem soluções para a necessidade da entidade
adjudicante, e não propostas (as quais, por constituírem respostas a um caderno de encargos
que ainda não existe, não podem ser apresentadas);
D-diálogo com os candidatos incide sobre estas soluções que podem inspirar o caderno de
encargos
E-só após a conclusão da fase de diálogo seja elaborado o caderno de encargos com o projeto
do contrato;
F-só então os candidatos possam receber um convite para a apresentação de propostas, as
quais serão avaliadas e analisadas agora sim em termos semelhantes aos restantes
procedimentos.
Parceria para a inovação
-este é também um procedimento de inspiração europeia concebido para as exigências de
obtenção de prestações inovadoras e que correspondem a produtos ou utilidades que ainda
não existem no mercado.
-Esta permite a criação de um impulso ao mercado para a preparação, desenvolvimento e
posterior aquisição de produtos, serviços ou obras inovador mediante remuneração.
Assim têm uma estrutura bifásica, incluindo a criação e o desenvolvimento do produto e a sua
posterior aquisição pela entidade adjudicante, sendo prevista uma remuneração adequada
para cada fase (art 218 nº4 al)d.
-O recurso a este procedimento pressupõe um relacionamento a “longo prazo” com os
parceiros, permitindo a estabilidade suficiente para o “desenvolvimento e posterior aquisição”
das soluções criadas, sendo que este é um procedimento cujo recurso deve ser excecional e
limitado aos casos em que “as soluções já disponíveis no ,mercado não permitirem o
desenvolvimento necessário de um produto, serviço ou obras inovadores nem a posterior
aquisição dos fornecimentos, serviços ou obras daí resultantes”, daí a sua utilização apenas nos
casos previstos no art 30-A do CCP.
Critérios de escolha do procedimento
Introdução-enumerados os tipos de procedimentos para a formação dos contratos públicos,
cabe aprofundar os critérios que devem presidir à sua escolha (também abordados no CCP),
sendo que o CCP atualmente prevê dois grandes conjuntos de critérios:
A-critério geral -que assenta no valor do contrato a celebrar (arts 17 a 22).
B-critérios materiais que permitem a adoção de procedimentos restritivos da concorrência
independentemente do valor do contrato a celebrar.
Avaliação destes critérios permite concluir que a lei elege como procedimentos preferenciais:
A-ajuste direto; B-consulta prévia; C-concurso público; C-concurso limitado por prévia
qualificação.
Isto porque os critérios dos arts 19 a 28, não permitem a escolha da negociação, do diálogo
concorrencial pu da parceria para a inovação, ficando estes limitados aos casos excecionais dos
arts 29; 30-A; 31 e 33.
Tal justifica-se pela transposição para a legislação nacional, da maior aposta do legislador nos
procedimentos concursais (arts 26 e ss da Diretiva 2014/24).
Por outro lado na revisão de 2017 alargou-se a possibilidade de enxertar fases de negociações
dentro da tramitação dos procedimentos concursais.
A regra geral: valor do contrato a celebrar
-O critério mais comum para a escolha do procedimento a adotar assenta no valor do contrato
a celebrar, sendo este o único critério disponível para utilização pela entidade adjudicante
sempre que não seja aplicável um dos critérios materiais dos arts 24 e ss.
Este recurso à fixação de limiares quantitativos para determinar o tipo de procedimento que a
entidade adjudicante deve selecionar constitui o simples resultado de uma ponderação entre
princípios contraditórios que o legislador é forçado a realizar (na medida em que
tendencialmente na formação de um contrato público o ordenamento jurídico reclama a
satisfação de dois conjuntos de princípios de natureza intrinsecamente conflituante).
-Em primeiro lugar os princípios da igualdade e da concorrência na escolha do co-contratante
que apontam no sentido da maximização das possibilidades que a Administração dispõe para
encontrar uma proposta apta a satisfazer as necessidades que justificaram a decisão de
contratar satisfazendo quer as exigências de igualdade, quer de tutela da concorrência.
Realização destes princípios reclamam a adoção de um procedimento solene, formalizado e tão
aberto quanto possível.
-A satisfação máxima ou ideal destes valores iria acabar por impor a adoção de um
procedimento solene e formalizado para qualquer contrato da Administração, por mais
insignificante que fosse o valor ou a concorrência suscitada nesse âmbito do mercado, não
obstante em sentido contrário a esta solução surgem o principio da celeridade na prossecução
do interesse público e da desburocratização da atividade administrativa contratual que
obrigam a uma celebração mais rápida do contrato para satisfazer o interesse que este visa
satisfazer (mesmo que em prejuízo da concorrência e da igualdade).
-Assim esta iminente colisão de princípios é solucionada através da fixação de limites
quantitativos ao valor do contrato que se pretende celebrar, na medida em que ultrapassando-
se esses limites tanto as exigências de igualdade como de concorrência impõem um
procedimento plenamente aberto.
-A ponderação acima referida entre concorrência/igualdade e celeridade/eficiência que impõe
que se fixem limiares quantitativos encontra-se concretizada nos arts 19, 20 e 21.
Escolha do procedimento de formação de contratos de empreitada de obras públicas (art 19)
-é permitido o ajuste direto em contratos de valor inferior a 30.000 (art 19 al)D.
-é permitida a consulta prévia em contratos de valor ibferior a 150.000 (art 19 al)C
-é permitida a adoção do procedimento de concurso público ou concurso limitado por prévia
qualificação com publicidade nacional a contratos com valor inferior a 5.350.000 (art 19 al)B.
-é permitida a adoção do procedimento de concurso público ou concurso limitado com
publicidade internacional a contratos de qualquer valor.
Escolha do procedimento no contrato de locação de bens, aquisição de bens ou aquisição de
serviços (art 20)
-permite-se ajuste direto nos contratos com valor inferior a 20.000 (art 20 al)d.
-permite-se consulta prévia nos contratos com valor inferior a 75.000 (art 20 al)c.
-permite-se a adoção de um concurso público ou concurso limitado com publicidade nacional
nos casos do art 20 nº1 al)c e com publicidade internacional em qualquer valor.
Contratos celebrados no âmbito dos setores especiais-isto é contratos celebrados: por
entidades adjudicantes previstas no art 7 nº1; cujo objeto diga respeita a uma ou várias das
atividades previstas no art 9 e as regras aplicáveis a estes encontram-se no art 11.
Método de cálculo do valor do contrato
-Este encontra-se previsto no art 17 e traduz-se no “valor máximo do beneficio económico que
pode ser obtido pelo adjudicatário coma execução de todas as prestações que constituem o
seu objeto”, sendo que o art 17nº2 concretiza naquilo que se pode traduzir o “beneficio
económico” referido.
-O critério decisivo para saber se um beneficio económico que o adjudicatário btém deve ser
contabilizado no valor do contrato, consiste em saber se tal beneficio é uma contraprestação
direta da execução do contrato (no fundo os benefícios que este obtenha na relação
sinalagmática estabelecida com a entidade adjudicante através do contrato) e não fazer um
juízo de prognose sobre todas as vantagens que o adjudicatário pode vir a retirar do contrato
p.ex valorar o impacto que o contrato pode ter ao nível de obtenção de clientela.
-Assim e em suma o valor do contrato traduz-se na contabilização de TODAS as vantagens
resultantes das contraprestações diretamente enquadradas no objeto contratual e que
constituam uma utilidade económica a atribuir à esfera patrimonial do adjudicatário como
contrapartida da execução contratual (aqui se pode incluir p.ex a dispensa de pagamento de
uma determinada taxa).
-O valor do contrato de concessão, encontra-se no art 410-A entendendo Pedro Sanchez que a
o cálculo do valor do contrato constitui uma operação puramente inútil que não responderá a
qualquer propósito material.
Pedro Sanchez aponta ainda uma contradição normativa dentro do art 17, na medida em que
diversos dos seus preceitos apontam no sentido de que o “valor do contrato” pode ser baseado
em estimativas feitas pela entidade adjudicante (nomeadamente o art 17 nº4; 17 nº6; 17 nº7 e
17 nº8, quando o art 17 nº1 e 17 nº2 claramente tomam o valor do contrato como o valor
máximo do benefício económico que pode ser obtido pelo adjudicatário com a execução de
todas as prestações que constituam o seu objeto, sendo por isso ilegal o ato de adjudicação de
uma proposta que exceda esse valor.
Escolha de procedimentos para a formação de contratos de concessão de serviços públicos/
obras públicas e de sociedade-
-No art 16 nº2 do CCP estabelece-se que os contratos de concessão de obras públicas,
concessão de serviços públicos e de sociedade estão também estes submetidos à concorrência
no mercado, não obstante apresentam logicamente um objeto mais complexo e que pode
tornar mais sensível a escolha do adjudicatário.
-isto porque o objeto de um contrato de concessão trata-se da Administração a convocar um
privado para gerir diretamente e por sua conta uma obra uma tarefa pública (existe um
elemento translativo de atribuição de uma competência pública a um privado (o
concessionário).
-Obviamente que este tipo de contrato reclama eventuais cautelas da Administração na
escolha do co-contratante, uma vez que a Administração está a selecionar a entidade que será
responsável pelo exercício de uma missão pública em seu lugar e sua substituição.
Reconhecendo esta exigência de flexibilidade na escolha dos concessionários, o direito
europeu durante muito tempo vinha recusando a extensão do regime de contratação pública
aos contratos de concessão (algo que levava a que muitas vezes se tornassem contratos de
empreitada em contratos de concessão de obra pública), permitindo-se aos privados
subtraírem-se às regras da contratação pública.
-Progressivamente no plano europeu este tipo de contratos foram sendo submetidos às regras
da concorrência
Solução da lei portuguesa
-O legislador português não ignorou a necessidade de submeter este tipo de procedimento a
regras concorrenciais.
-Assim ao legislador nacional foi forçado a compatibilizar duas soluções:
A-reconhecer a maior flexibilidade ou autonomia de que as entidades adjudicantes devem
dispor para formar este tipo de contratos dotados de inegável complexidade (dando-lhes
margem para ajustar o respetivo conteúdo através de um procedimento negocial).
B-margem de flexibilidade não pudesse chegar ao extremo de dispensar a adoção de
procedimentos concorrenciais que incluam a publicação de anúncios.

-no tocante a contratos de concessão de obras ou serviços públicos, o recurso ao procedimento


de negociações só se revela verdadeiramente útil quando além de uma fase de negociações, a
entidade adjudicante queira também proceder a uma fase de prévia qualificação (isto porque
no concurso público permite-se as negociações também nestes casos).
-Assim a escolha de um procedimento de negociação nestes casos, não se deve fundamentar
apenas na necessidade de realização de uma fase de negociações, mas sim pelo facto do
concurso público não comportar uma fase de qualificação destinada à apreciação das
capacidades técnicas e financeiras dos proponentes, reduzindo a entidade adjudicante à
apreciação de condições contratuais independentemente do autor da proposta.

O Município de Castelo Branco lançou um concurso público, cujo aviso de abertura foi
publicado no Diário da República, para a celebração de um contrato para a “aquisição de
serviços de manutenção e reparação dos equipamentos desportivos do Município”.
O preço base fixado foi de € 250.000,00.
Estabelece o Programa do Concurso, na cláusula 12.ª, que: “[p]ara avaliação da sua
capacidade técnica os concorrentes devem cumprir cumulativamente, os seguintes critérios
mínimos de capacidade técnica, sob pena de exclusão:
A. Existência comprovada no quadro da empresa de técnicos com as seguintes habilitações
profissionais e especialidades: a.1. 1 técnico com o grau de licenciatura em Engenharia
Mecânica;
B. O concorrente deve possuir uma licença da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG)
para montagem e reparação de redes e equipamentos a gás (…)”.
Do relatório preliminar de análise de propostas publicado em 20.03.2020, resulta que das
três propostas apresentadas apenas duas ficaram admitidas a concurso, as das empresas
MOU - Move on Up, S.A. e TP – Tratamento de Piscinas, S.A.
Assim, a proposta da empresa Equipa+, S.A. foi excluída por a mesma não apresentar a
licença emitida pela DGEG.
Acresce que todos os concorrentes se insurgem porque apenas em sede de relatório final
constataram que o júri do procedimento havia interpelado a empresa MOU - Move on Up,
S.A. para juntar o documento exigido em A.1., não tendo sido notificadas do pedido de
esclarecimentos remetido à empresa, nem mesmo da resposta que esta apresentou.
-Contudo, o Município viria a adjudicar a proposta da MOU - Move on Up, S.A., ficando a
proposta TP – Tratamento de Piscinas, S.A. graduada em segundo lugar.
Subsequentemente, o Município toma conhecimento que a MOU - Move on Up, S.A. não
apresentou a caução em tempo.
Constatando o Município que restava apenas em concurso a proposta da empresa TP – -
Tratamento de Piscinas, S.A., que nem continha o preço mais vantajoso, a entidade
adjudicante entendeu pôr termo ao mesmo e lançar um novo procedimento, alegando que,
atendendo à existência de apenas uma proposta, não estavam reunidas condições mínimas
de concorrência. Inconformada, a empresa TP – Tratamento de Piscinas, S.A. reclama o
direito à celebração do contrato. Considere as seguintes questões, que são independentes
entre si:
a) Aprecie a legalidade do lançamento do procedimento concursal e a respetiva
projecção no contrato eventualmente a celebrar.
Começar por falar do âmbito de aplicação do Código (quem é que contrata e o quê)
Art 1 nº2 e art 2 nº1 al)C -AMBITO SUBJETIVO; art 5 e art 16 nº2 AMBITO OBJETIVO.
NÃO HAVENDO MAIS NENHUM INDICIO O VALOR DO CONTRATO, É O PREÇO-BASE
ERA PRECISO PUBLICAÇÃO NO JORNAL OFICIAL -ANULABILIDADE NOS TERMOS DO ART 283
b) Pronuncie-se relativamente à exclusão da proposta apresentada pela empresa
Equipa+, S.A., tendo presente que a mesma alega que, apesar de não ter juntado a
licença exigida, indicou na sua proposta o link para consulta da mesma no site da
DGEG, de acesso universal.
O PROGRAMA DE CONCURSO É REGULAMENTO
-A exigência de licença de DGEG não poderá violar o art 132 nº4
c) Aprecie a conduta do júri relativamente à MOU, S.A. à luz do CCP e princípios aplicáveis,
sendo certo que os demais concorrentes alegam que a data do certificado da licenciatura em
engenharia apresentado era posterior ao termo do prazo de apresentação das propostas.
R:Seria necessário pelo art 72 nº5 que tanto a MOU SA como os restantes proponentes deviam
ter sido notificados.
-Só poderia haver fase de negociações no Concurso Público se estiver previsto nas próprias
peças do procedimento (têm de haver a previsibilidade desta fase) e deve ser ela regulaa.
Podem-se apresentar as propostas apenas até se findar o prazo de apresentação das propostas
Violação do 72 nº3 al)A pois os factos que são comprovados são posteriores à data de
apresentação das propostas
d) Avalie a viabilidade da pretensão da empresa TP – Tratamento de Piscinas, S.A. à luz do
revés havido com a MOU, S.A., bem como a conduta do Município
Podia no momento da habilitação

Caderno de encargos-esta é peça do procedimento que contém as cláusulas a incluir no


contrato a celebrar (art 42 nº1).
-Este acaba por ser um “documento conformador”, do conteúdo das propostas a apresentar
pelos concorrentes, sendo que sob pena de nulidade o contrato não pode alterar os
“elementos essenciais do caderno de encargos” -art 284 nº2 al)a,
-Assim este acaba por ter um efeito paramétrico sobre determinados atos jurídicos, pelo que
deve assim ser considerado um regulamento.
-Este é exposto na forma de um clausulado ou articulado (em regra com anexos e apêndices),
que cumprem as seguintes funções substanciais: A-identificar o objeto do contrato
(descrevendo as suas características em termos de desempenho e requisitos funcionais); B-
determinar em termos definitivos, fechados e finais certos aspetos da execução do contrato; C-
indicar em termos não definitivos (mais flexíveis e abertos), certos aspetos da execução do
contrato, que serão posteriormente determinados nos termos da proposta selecionada p.ex
edifício deve estar concluído entre 16 a 20 semanas; D-indicar os aspetos da execução do
contrato que devem ser definidos na proposta dos concorrentes e em função dos quais a
proposta vai ser avaliada e classificada (p.ex o preço); E-indicar as condições jurídicas do
contrato -penalidades, condições de modificação, causas de resolução etc.
-Em relação aos contratos de concessão de obras públicas e concessão de serviços públicos, os
cadernos de encargos integram ainda um “código de exploração” que contém os direitos e as
obrigações das partes relativas à exploração, incluindo quando for caso, as normas de
exploração que são estabelecidas também no interesse dos utentes da obra ou serviço a
explorar.
A diretiva 2014/24 na padronização da sistemática e conteúdo dos cadernos de encargos
distingue três conceitos operativos neste âmbito:
A-especificações técnicas: definem as características exigidas para as obras, produtos ou
serviços;
B-condições de execução do contrato -estabelecem os requisitos objetivos fixos específicos
relativos à execução do contrato.
C-critérios de adjudicação -base da avaliação comparativa do contrato.
O CCP segue uma estrutura distinta, falando-nos em: A-especificações técnicas; B-aspetos de
execução do contrato (que se subdividem em aspetos submetidos à concorrência e aspetos
não submetidos à concorrência
Cláusulas sobre o objeto do contrato: especificações técnicas
-O caderno de encargos contém as cláusulas que definem o objeto do contrato (a obra, o
produto, ou o serviço); essas cláusulas correspondem às especificações técnicas do objeto do
contrato).
Nos termos do anexo Vll ao CCP por especificações técnicas, entende-se (ver o que têm o
anexo sobre contratos de concessão).
-Estas devem constar do caderno de encargos e vir definir as características exigidas (art 49
nº1), podendo também incluir referências específicas ao método exigido, mesmo que tais
fatores não façam parte da sua substância material, desde que estejam ligados ao objeto do
contrato e sejam proporcionar ao seu valor e aos seus objetivos (art 49 nº2), sendo que o 49
nº4 diz-nos que estas especificações ténicas devem ser compatíveis com a igualdade de acesso
dos operadores económicos ao procedimento de contratação (e não um meio para distorcer a
concorrência).
Estas especificações técnicas podem também ser feitas por referência a qualquer norma
nacional ou europeia, assim como a qualquer requisito funcional.
As especificações técnicas podem acolher considerações ambientais, assim p.ex na aquisição
de refeições para cantinas escolares, pode-se exigir alimentos de produção biológica.
-Para facilitar esta possibilidade a Comissão Europeia elabora documentos que determinam os
“critérios comuns dos contratos públicos ecológicos” que as entidades adjudicantes podem
usar nos seus cadernos de encargos.
-A Diretiva 2014/24 confere às entidades adjudicantes, a possibilidade de exigirem um rótulo
específico para atestar que as (obras, fornecimentos ou serviços) correspondem às
características exigidas do ponto de vista ambiental (rótulos ecológicos).
A Diretiva define-os como: qualquer documento certificado ou atestado que conforme que as
obras, PRODUTOS (bom para o nosso caso), serviços, processos ou procedimentos em causa
preenchem determinados requisitos -art 2 nº1 da DIRETIVA.
-Nos termos do art 43 da Diretiva, têm de estar preenchidos cumulativamente os seguintes
requisitos: A-requisitos de rotulagem devem dizer exclusivamente respeito a critérios
associados ao objeto do contrato e serem apropriados ao mesmo; B-devem basear-se em
critérios objetivamente verificáveis e não discriminatórios; C-rótulos exigidos têm de ser
criados através de um procedimento aberto em que podem participar todas as partes
interessadas; D-rótulos devem ser acessíveis a essas partes interessadas; E-requisitos de
rotulagem devem ser definidos por um terceiro sobre o qual o operador económico que
solicita o rótulo não possa exercer influência decisiva.
-Devem as entidades adjudicantes aceitar rótulos que obedeçam a requisitos de rotulagem
equivalentes
-VER O RÓTULO ECOLÓGICO DA EU -REGULAMENTO 66/2010 DO CE

-ESTE PODE TAMBÉM SER ISADO COMO CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO (ENQUANTO FATOR A
VALORIZAR DAS PROPOSTAS QUE O INCLUAM)
Cláusulas sobre a execução do contrato
-aqui não está em causa a substância do contrato (o seu objeto), mas as condições em que este
será executado.
-O CCP distingue consoante sejam cláusulas sobre aspetos submetidos à concorrência e outros
não submetidos).
Aspetos não submetidos à concorrência-ver o art 42 nº11, quando são submetidos e fechados,
equivalem a condições de execução dos contratos, todavia estes podem apenas ser fixados
limites mínimos e máximos a que as propostas estão vinculadas (p.ex -veiculos entre 11 e 15
lugares), ou formulados em alternativa (empregar pessoas deficientes ou desfavorecidas).
-quando os apsetos de execução do contrato estejam definidos de forma fixa, as propostas que
os viole são excluídas -art 70 nº2 al)b

Cláusulas sobre aspetos submetidos à concorrência


-O CCP, define-os como “todos aqueles que são objeto de avaliação de acordo com o critério de
adjudicação” -art 42 nº11.
-Aqui a cláusula deixa um conteúdo mínimo e incompleto, deixando espaço para ser
preenchido pelas propostas.
-O CCP não define os aspetos da execução do contrato submetidos à concorrência, aqui a
entidade adjudicante, dispõe de discricionariedade para eleger os critérios que repute mais
adequados.
-Estes podem fixar os parâmetros a que as cláusulas estão vinculadas, sendo que estes podem
dizer respeito a quaisquer parâmetros base: A-preço a pagar; B-prazo de execução das
propostas objeto do contrato e as suas características;
Um destes será necessariamente o preço (montante máximo que a entidade se dispõe a pagar
pela execução de todas as prestações que constituem o objeto do contrato).
-Quando o contrato a celebrar não implique o pagamento de um preço a pagar este passa a
significar precisamente o oposto o valor a receber -.art 47 nº2.
-O preço base do nosso contrato de exploração será quanto nós estimamos receber pelas 24
rendas que o cocontratante irá pagar -utilidade económica para a entidade adjudicante -art 89
nº3.
-A fixação deste preço-base deve ser fundamentada com base em critérios objetivos (preços
atualizados através da consulta preliminar prevista no 35 -A).
-Só não pode ser indicado o preço-base no caderno de encargos em casos excecionais: A-
procedimento permita a celebração de contratos de qualquer valor; B-órgão competente para
a decisão de contratar não esteja sujeito a limites máximos de autorização de despesa.
Cláusulas sobre considerações de natureza social, ambiental ou relativas a outras finalidades
públicas
-Estas também se submetem à execução do contrato e podem ou não ser submetidas à
concorrência.
-Estas são cláusulas do caderno de encargos idealizadas para promover a designada “utilização
estratégica da Contratação Pública).
-A Diretiva 2014/24 consente esta possibilidade com as chamadas “condições especiais de
execução”
CASO l ALINEA D
Caução -art 88 nº1 garantir o cumprimento da obrigação e Fundamentação das cláusulas

Com a evolução do Direito Europeu dos Contratos Públicos é sabido que se ampliaram
as possibilidades de instrumentalização do regime da contratação pública em benefício
de políticas sociais, laborais ou ambientais relevantes, desde que estas sejam definidas
como relevantes por normas comunitárias
Assim, embora o regime da contratação pública, vise um duplo objetivo: A-promoção
da concorrência no mercado interno; B-seleção da proposta que melhor satisfaça as
necessidades de interesse público subjacentes ao contrato, também sabemos que a
escolha da proposta a adjudicar pode no plano colateral ser orientada para o incentivo
do mercado ao cumprimento de políticas públicas em áreas de relevo comunitário.1
Cláusula 1 -Na atividade exploratória do terreno, os pesticidas e fertilizantes
utilizados, devem ter o Rótulo ecológico da União Europeia ou qualquer outro rótulo
que obedeça a requisitos de rotulagem semelhantes
Como se sabe a agricultura, apesar de essencial para o bem-estar de uma sociedade,
sendo uma atividade absolutamente central e necessária, têm alguns impactos
ambientais negativos.

1 Pedro Sanchez, Direito da Contratação Pública, volume l p 683


Também é sabido que o recurso a determinadas técnicas agrícolas e a determinados
produtos, têm a virtualidade de mitigar esses efeitos negativos, com claros benefícios
no plano da sustentabilidade.
Logicamente a contratação pública, quando têm por objeto a concessão da exploração
de um terreno para ser desenvolvida uma atividade agrícola, não poderia por isso ser
alheia a estas necessidades.
Depois, também não será difícil de demonstrar que o recurso a esta cláusula é
plenamente conforme com a legalidade, sendo que é o próprio art 42 nº6 do CCP que
nos diz que “os aspetos da execução do contrato, constantes das cláusulas do caderno
de encargos, podem dizer respeito, desde que relacionados com tal execução, a
condições de natureza social ou ambiental”, sendo que a alínea G do mesmo artigo nos
diz que a sustentabilidade ambiental é um dos objetivos que pode ser prosseguido.
O rótulo ecológico da EU ou rótulo que obedeça a requisitos de rotulagem
equivalentes, imperativamente exigido é assim um meio de prova da fiabilidade das
soluções apresentadas pelos concorrentes, ao nível do respeito pelo ambiente.
O recurso aos mesmos é legal, desde que se respeitam os limites imperativamente
estabelecidos

Formalidades pós adjudicatórias


Aula prática de Administrativo lll
ALINEA D
Questão da imputabilidade e
-questão do principio do aproveitamento do ato administrativp
-defesa da aplicação analógica da 86
Aula teórica
Características dos bens em si
Invalidade dos contratos
Execução -poderes do contraente público -art 302
-gestor do contrato -art 290 -A
Regime da invalidade do contrato art 283
Principio do paralelismo de forma -se um ato do procedimento fosse nulo, o contrato era nulo,
se o ato fosse anulável, então o contrato seria anulável.

Hipótese Prática II
Atendendo ao progressivo envelhecimento da população residente no concelho, o Município
A decidiu construir um lar municipal de terceira idade para acolhimento dos idosos que,
comprovadamente, não tivessem condições económicas para suportar os preços exigidos por
um lar privado.
Uma vez que as próximas eleições autárquicas seriam já no ano seguinte, e antevendo que os
votos da população mais idosa seriam decisivos para ser reconduzido no cargo, o Presidente
da Câmara Municipal determinou que a execução da obra se revestia de “urgência
imperiosa” e que o lar em causa deveria estar pronto a tempo de ser inaugurado na última
semana de campanha eleitoral.
Com este fundamento, o Município A lançou um procedimento de ajuste directo para a
celebração do contrato de empreitada de obras públicas para a construção do lar municipal,
com o preço-base de € 6.000.000,00.
Mais deliberou o Município A, atendendo à urgência na execução da obra e na sua
importância estratégica para o bem-estar da população municipal, no segmento etário da
terceira idade, convidar apenas a empresa de construção civil “Cimentos&Betões, Lda.” para
apresentar proposta no procedimento de ajuste directo, com o fundamento de que apenas
este empreiteiro seria “de confiança” e daria suficientes garantias de conseguir levar a obra a
bom termo.
Por mero acaso do destino, o gerente da “Cimentos&Betões, Lda.” era familiar do Presidente
da Câmara Municipal e, também por feliz coincidência, esta empresa tinha sido a
adjudicatária em todos os procedimentos de ajuste directo promovidos pela autarquia
durante este mandato, tendo recebido pela execução de todas essas empreitadas, no total
dos últimos três anos, o valor acumulado de € 3.000.000.
A proposta da “Cimentos&Betões, Lda.” foi adjudicada pelo Município A, em virtude de ter
sido a única proposta apresentada no procedimento, embora o júri tivesse notado que o
concorrente não tinha entregado o plano de trabalhos imperativamente exigido no convite.
Notificado para apresentar os documentos de habilitação, a “Cimentos&Betões, Lda.” não
entregou a certidão de registo criminal actualizada do seu gerente, mas apresentou, em
substituição deste documento, uma declaração através da qual o mesmo gerente garantia
solenemente que, apesar de ter sido condenado, por sentença transitada em julgado no ano
passado, pelo suborno de um Vereador da Câmara Municipal, tal não colocava em causa a
sua idoneidade para executar a obra, visto essa condenação resultar de uma “perseguição
judicial” de que o envolvido tinha sido vítima e que teria sido instigada pela “inveja” dos seus
concorrentes.
Câmara Municipal aceitou esta justificação e procedeu à celebração do contrato com o
adjudicatário, o que não foi publicitado no portal da Internet dedicado aos contratos
públicos.
Ao deparar-se com a montagem do estaleiro e o início das obras de construção do lar de
terceira idade, um dos administradores da “Muros&Telhados, S.A.”, empresa rival da
“Cimentos&Betões, Lda.”, vem consultá-lo sobre a legalidade do procedimento promovido
pelo Município A e da decisão de adjudicação proferida no âmbito do mesmo.
Tendo presente os factos acima expostos, esclareça as dúvidas colocadas pelo administrador
da “Muros&Telhados, S.A.”, pronunciando-se sobre:
a) A sujeição do contrato em causa ao regime procedimental previsto na Parte II do
Código dos Contratos Públicos;
R: 18 nº2
b) A decisão de escolha do procedimento de ajuste directo para a execução da obra em
causa, tendo em conta o valor da empreitada e os fundamentos invocados pelo
Presidente da Câmara Municipal;
Excluir à luz do valor do contrato Ver os critérios materiais do art 24 e o art 25
c) A admissão e adjudicação da proposta apresentada pela “Cimentos&Betões, Lda.”;
d) Os documentos de habilitação apresentados pela “Cimentos&Betões, Lda.”; e) A falta de
publicitação da celebração do contrato na Internet.

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