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Obs.: É um procedimento, o que implica dizer que é uma sequência ordenada de atos.
O próprio art. 4, § único da Lei 8.666 diz: “o procedimento previsto nessa lei”.
Percebe-se, no entanto, uma armadilha. Conceitualmente, processo (ou procedimento –
não vou comprar essa briga da distinção entre os dois, irei portanto, tratá-los como
sinônimos) administrativo, corresponde a uma sucessão ordenada de atos, ou seja, um
procedimento não é a mesma coisa que um ato. Na verdade um procedimento é um
conjunto de atos. Mas aí é que vem a armadilha. É o que se extrai do art. 4, § único da
Lei. “o procedimento licitatório, previsto nessa lei, caracteriza ato administrativo
formal”. E pra entendermos o porquê a lei diz isso, o segredo está na palavra formal,
no significado que se dá a ela. É uma ficção jurídica. Assim, a licitação é um
procedimento, é um conjunto de atos, mas que, por ficção jurídica, é tratada como se
fosse um ato administrativo apenas.
Isso passa a ter importância no art. 49 da Lei, na extinção extraordinária do processo
licitatório. Quais são as hipóteses: Anulação e Revogação.
FINALIDADES: Todos esses objetivos vão estar previstos então lá no art. 3º da lei
8.666/93. E nos encontramos, pelo menos, quatro objetivos específicos.
1- Proposta mais vantajosa: a licitação serve para que a gente possa escolher a
proposta mais vantajosa. Lembrem-se, gente, que nem sempre a melhor proposta
vai ser a mais barata (a de menor preço), nós queremos a melhor proposta. Isso irá
depender do tipo de licitação a que nós nos submeteremos (se melhor preço, melhor
técnica, ou melhor técnica e preço). O fato é que se a administração tem em mãos a
melhor proposta, ela não pode abrir mão disso para escolher uma proposta pior. É o
princípio da indisponibilidade do interesse público.
2 – Garantia da Isonomia: qualquer pessoa que tem interesse pode contratar com a
Administração Pública. É igualdade nas contratações. Não precisa ser amigo, ter
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Existem diversos outros diplomas legais que tratam da contratação Pública. Lei do Pregão: 10.520/02. Lei das PPPs:
11.079/2004, entre outras.
algum privilégio, basta atender requisitos objetivos estabelecidos pela Administração.
Não há, portanto, discriminação.
Art. 22, inciso XXVII: sempre quando falarmos em competência legislativa, vamos
nos socorrer do previsto no art. 22, inciso XXVII da Constituição Federal, que irá
dizer compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitações e
contratos.
Mas eaí, quando a União legisla sobre normas gerais, elas são aplicáveis em que
âmbito? Ela é uma lei de âmbito nacional ou federal? Âmbito Nacional. É diferente de
âmbito federal, se assim for só serve pra ela União, no caso do âmbito nacional, serve
para todos os entes: União, Estados, Municípios.
São exemplos da União legislando em normas gerais, a própria lei 8.666/92, a Lei
10.520/02 (pregão), a Lei 8.987/95 (Lei de concessão e permissão de serviços
públicos), Lei 11.079/04 (parcerias público-privadas). Lei 12.462/2011 (RDC – norma
geral). E Estatuto das Estatais (Lei 13.303/2016) Todas são normas gerais de licitação
e contratos.
A União então legislando em normas gerais.
Mas e quem pode legislar em normas específicas? Todos podem (U, E, M), o que vai
mudar é o âmbito de aplicação. Se a União legisla em norma específica, vai ser uma
lei de âmbito federal. Se o Estado legisla em norma específica, vai ser uma lei de
âmbito estadual, e assim por diante (O Estado da Bahia tem norma específica de
licitação). Quando não há norma estadual, aplica-se a norma geral da 8.666/93.
Lembrar: A União legislando sobre normas gerais, âmbito nacional. Se legisla sobre
norma específica, âmbito federal.
SUJEITOS À LICITAÇÃO:
Há previsão no art. 1º, § único. Esse dispositivo vai dizer o seguinte: “Estão sujeitos a
licitação...”
Fundos especiais: diz a lei que também estão sujeitos a licitação. Na verdade,
cometeu-se uma impropriedade. Isso porque os fundos especiais podem ter duas
naturezas distintas. Primeiro de órgão, e daí ele já estaria na Administração Direta.
Mas poderiam ter natureza de fundação, e daí ele já estaria na Administração Indireta.
Então não precisaria vir em apartado, pois já estavam inclusos nas demais pessoas.
Entes controlados Direta ou Indiretamente pelo Poder Público: Nada mais são do
que aqueles que recebem dinheiro público, logo alguém os controla. Quem recebe
dinheiro público, deve licitar. Seriam exemplos os entes de cooperação (serviços
sociais autônomos – sesi sesc, sebrae, os (organizações sociais – contrato de gestão),
oscips (organizações da sociedade civil de interesse público - parcerias)
Obs.: nos serviços sociais autônomos (sistema ‘S’ – sesi, sesc, senae), o TCU diz que
eles estão sujeitos a um procedimento simplificado de licitação.
Daí que, além daqueles, aqui nós vamos estudar os princípios que são específicos, que
são próprios da licitação.
a) Princípio da Publicidade
É garantia de transparência nos atos que formam a licitação. Mas isso não é
sinônimo de publicação. A publicação é apenas uma das formas de publicidade. O
convite, por exemplo, não tem publicação. Então em alguns casos há publicidade, mas
não há publicação.