DIREITO ADMINISTRATIVO

Lei de Licitações e Contratos (Lei n. 14.133/2021) – Parte II

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LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS (LEI N. 14.133/2021) – PARTE II

NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

A Lei n. 14.133/2021 é dividida da seguinte maneira:

• Disposições Preliminares
(Arts. 1º a 10)
– Âmbito de aplicação
– Princípios
– Definições
– Agentes Públicos

• Licitações
(Arts. 11 a 88)
– Processo Licitatório
– Fase Preparatória
– Divulgação do edital
– Apresentação das Propostas e lances
– Julgamento
– Habilitação
– Encerramento
– Contratação Direta
– Das Alienações
– Instrumentos auxiliares
• Contratos

(Arts. 89 a 154)
– Formalização
– Garantias
– Alocação de riscos
– Prerrogativas
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– Duração
– Execução
– Alteração
– Extinção
– Recebimento
– Pagamentos
– Nulidade
– Meios alternativos de resolução
• Irregularidades

(Arts. 155 a 173)

– Infrações e Sanções Administrativas
– Impugnações e Recursos
– Controle das contratações
• Disposições Gerais

(Arts. 174 a 194)

– Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP)
– Alterações Legislativas
– Dos crimes
– Disposições Finais

Essa parte final é muito transitória, é a parte que vai promover as alterações nas outras leis.
A Lei n. 14.133/2021 não deve ser lida de uma vez só. São 194 artigos, somente o art. 6º
tem 60 incisos. Se parar para analisar entre artigos, incisos, parágrafos e alíneas, são mais
de 350 dispositivos.
5m
A recomendação é tentar “picotear” a Lei: no primeiro bloco ela já tem uma separação
natural. Em “Disposições Preliminares”, só na parte de “Definições” (art. 6º) são 60 incisos e
seria recomendável destacar essa parte para ser lida separadamente e ler, no mínimo, três
vezes, a mesma sequência de artigos para depois avançar. É melhor ler repetidas vezes do
que avançar rapidamente.
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Na parte de “Licitações” propriamente dita, dos artigos 11 ao 88, são aproximadamente

80 artigos. A Lei é distribuída dessa forma porque tem os seus Títulos e os seus Capítulos. A
recomendação é que sejam lidos o Capítulo de “Processo Licitatório” e os seguintes de duas
a três vezes, lendo, no máximo, 10 artigos (voltando e destacando palavras importantes).
Os editais trazem, em regra, os Títulos e os Capítulos. Quando colocam o Título como,
por exemplo, “Licitações”, é tudo, mas também podem colocar “Licitações: Processo Licita-
tório, Fase Preparatória, Divulgação do edital, Apresentação das propostas e lances e Con-
tratação direta”.
Por vezes, não cobram a parte de “Contratos” ou colocam apenas: “Formalização, Garan-
tias, Alocação de riscos e Prerrogativas”. Há cinco Títulos e em cada Título diversos Capítu-
los, sendo que alguns são mais importantes do que outros.
10m

Licitação
É a SELEÇÃO DA PROPOSTA
apta a gerar o resultado de con-
tratação mais vantajoso para a
Administração Pública (art 11, I)
x Contrato
É o AJUSTE, o VÍNCULO firmado
entre a Administração Pública e
particulares, com a estipulação de
obrigações recíprocas

Licitar nada mais é do que fazer uma procura. Contratar é fazer o acordo.

ATENÇÃO
É possível licitar e não contratar, como também é possível contratar sem licitar.

Pode perfeitamente acontecer de se procurar determinado bem ou serviço que se pre-

tende contratar e parar no meio da licitação sem contratar, como também pode acontecer de
contratar sem licitar, numa emergência, de urgência ou então porque só existe uma empresa
que vende ou oferece o bem ou serviço pretendido.
Licitações e Contratos são institutos diferentes, tanto que a Lei n. 14.133/2021 atribui um
Título diferente para cada um.
15m
A “seleção da proposta” durante a Licitação não é o Contrato: na fase de Encerramento
trata-se da Adjudicação que vem depois da Homologação. Adjudicar é selecionar, não é
contratar.
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ÂMBITO DE APLICAÇÃO – Art. 1º

Praticamente não houve mudança com relação à lei anterior, Lei n. 8.666.

Art. 1º
Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para as
Administrações Públicas DIRETAS
da União,
Autárquicas e dos Estados,
fundacionais do Distrito Federal e
dos Municípios
e abrange:
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, quando no desempenho de função administrativa
os fundos especiais
e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Administração Pública.

As Administrações Públicas Diretas são os órgãos que fazem parte da corporação admi-
nistrativa tais como Ministérios, Secretarias, Departamentos, polícias, Receita Federal.
As Autarquias e Fundações integram a Administração Pública Indireta, a Lei não diferen-
ciou as Fundações, sendo, portanto, qualquer uma que integre a Administração Pública: são
as Fundações Públicas ou de direito público ou de direito privado.
Utilizar o termo “Fundação Pública” não significa que ela seja de direito público, apenas
significa que se trata de uma fundação governamental porque existem fundações que são
privadas, fundações instituídas por patrimônios totalmente privados sem qualquer relação
com o poder público.
Essa Lei é feita pela União e vale para a União, Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios.
20m
O art. 117 da lei anterior referia também os tribunais de contas, nesta não estão referi-
dos por ser desnecessário, assim como a referência a órgãos dos Poderes Legislativos e
Judiciário.
Os fundos especiais nada mais são, por exemplo, do que o Fundo de Desenvolvimento
da região Centro-Oeste, é dinheiro que é destacado e colocado para desenvolvimento de
determinadas regiões. Esses fundos são gerenciados por alguém e quando houver necessi-
dade de licitação, faz-se a licitação com base na Lei n. 14.133/2021.
Quais são as entidades controladas direta ou indiretamente pela Administração Pública?
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Já na legislação anterior considerava-se que as paraestatais, as entidades de terceiro

setor, não eram obrigadas a seguir as disposições da Lei n. 8.666 – naturalmente não devem
seguir esta nova lei. Por exemplo, serviços sociais autônomos, o Sistema S, as organiza-
ções sociais (OSs) possuem regramento próprio, as suas próprias leis trazem regulamentos
próprios: o que fazem é um procedimento objetivo de compra ou procedimento objetivo de
contratação, mas não, propriamente, uma licitação.
Com relação às Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), quando
recebem e utilizam recursos públicos, o entendimento já era no sentido de que deveriam licitar.

Não são abrangidas por esta Lei (Art. 1º, § 1º):

• as empresas públicas,
• as sociedades de economia mista e
• as suas subsidiárias,

São regidas pela Lei n. 13.303/2016 (Estatuto das Estatais), ressalvado o disposto no art.
178 desta Lei. Integram a denominada Administração Indireta. A Lei n. 14.133 não é aplicada
a toda a Administração Pública.
25m

ATENÇÃO
Quem tem a Competência Legislativa para dispor sobre licitações?
Constituição Federal (CF)
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (...)
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administra-
ções públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia
mista, nos termos do art. 173, § 1º, III.

A competência da União é para legislar sobre normas gerais, mas existem normas espe-
cíficas. Normas específicas podem ser editadas por todos os entes federados, restringindo-
30m
-se, nesse caso, à aplicação apenas aos seus limites.
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É possível que um Município faça uma lei municipal sobre licitações desde que não con-
trarie a lei principal, por exemplo, um mecanismo de entrega das propostas do Município
poderá legislar sobre como se fará a entrega da documentação, poderá criar meios alterna-
tivos que a lei principal não trouxe.
O art. 22, parágrafo único da CF estabelece acerca da possibilidade de delegação por
meio de LEIS complementares previstas no art. 22 para os Estados? Não, o parágrafo único
permite delegar a Estados por meio de leis complementares, o que está determinado no pró-
prio art. 22, por exemplo:a União poderia delegar aos Estados, por meio de uma Lei Comple-
mentar, legislar sobre norma geral.
Não confundir com as diversas situações de regulamentação por ato administrativo que
a própria lei prevê por parte dos entes federados.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Vandré Borges de Amorim.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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