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Filosofia_11ºano
◼ Razão ou experiência?
✓ Será que todo o conhecimento procede apenas da experiência?
✓ Será que alguns dos nossos conhecimentos têm a sua origem na razão?
✓ Será que todo o conhecimento resulta de uma elaboração racional a partir dos dados da experiência?
✓ O que conseguimos conhecer? Fenómeno? númeno? ◼ Será (que é) possível conhecer?
✓ Podemos alguma vez ter um conhecimento verdadeiro, objetivo e absoluto das coisas em geral ou apenas um conhecimento
aproximado?
✓ Será que podemos conhecer umas coisas e outras não? ✓ Será que o conhecimento nem sequer é possível?
dogmatismo
RESPOSTAS –
SÍNTESE racionalismo
Natureza do
Problema da origem do conhecimento
conhecimento Problema da
possibilidade do
conhecimento
realismo
ceticismo
empirismo
idealismo
experiência razão Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
Não é
possível conhecer
É possível conhecer
É possível
conhecer os objetos em si mesmos
É possível
conhecer uma imagem ou representação mental
CRENÇA VERDADEIRA JUSTIFICADA
◼ Céticos – pensam que nenhuma fonte de justificação é satisfatória quer seja a razão (a priori)
quer seja a experiência (a posteriori).
◼ Racionalistas defendem que é a razão quem representa o papel fundamental.
◼ Empiristas defendem que só a experiência é capaz de justificar essas crenças.
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
Problema da origem do
conhecimento Qual (ais) é (são) a(s) fonte(s) do
nosso conhecimento?
Razão?
Fontes do conhecimento – relembrando…. p.42 - 44
Experiência?
Maria Luísa Valente | Filosofia_11ºano
Indicia-se um novo
problema…
Racionalismo Empirismo
Qual é a origem do
Problema
conhecimento?
A razão é a principal fonte/origem de
Tese 1
conhecimento. Racionalismo
Ágora, PE
«Umas pessoas dizem que só o que vem dos sentidos é verdadeiro, outras dizem que só é verdadeiro o
que é inteligível, outras dizem que alguns objetos dos sentidos e alguns objetos inteligíveis são
verdadeiros. Poderão eles afirmar, então, que a controvérsia pode ser decidida ?»
Sexto Empírico
◼ Será que sabemos o que julgamos saber?
◼ Sem justificação não há conhecimento…mas, se assim é, será possível conhecer algo?
p.49-5
«O que é que fazemos quando ambos os lados mostram um bom ponto de vista? Como decidimos quando não há uma resposta óbvia à pergunta? És o tipo
de pessoa que se compromete obstinadamente com uma ideia, uma crença ou uma resposta, mesmo que não tenhas a certeza absoluta? Ou ficas feliz por
encolher os ombros e dizeres “Bem, honestamente, não sei?”
Pirro, fundador do ceticismo, foi um grego clássico defensor deste último.
Na vida, as coisas raras vezes têm uma resposta direta ou fácil. Muitas vezes, parece que dois lados contraditórios podem apresentar argumentos igualmente
persuasivos. Quando vemos as pessoas a debater, é tão fácil concordar com quem quer que esteja a falar. Pode até ser que as filosofias opostas neste livro
sejam igualmente convincentes quando as lemos.
Para esta confusão, Pirro deixa uma mensagem simples: não te comprometas com nada.
Se não houver uma verdade óbvia ou comprovada, devemos sempre “suspender o juízo”. Isto não é o mesmo que aceitar que não há respostas, mas sim que
devemos ser intelectualmente honestos e dizer apenas “não sei” quando as respostas não estão (ainda) à disposição.
A obra Protágoras, de Platão, tinha salientado que um vento podia ser quente para uma pessoa, mas frio para outra; da mesma forma, o ceticismo de Pirro
defendia que a verdadeira natureza das coisas é impossível de conhecer. A nossa perceção e as nossas experiências apenas nos dão juízos, não a verdade. O
ceticismo sustenta que o esforço em vão e sem esperança de encontrar a verdade onde não existe leva à tristeza, à frustração e à ansiedade. O ceticismo é
uma escola “eudemónica”, o que significa que está preocupada com uma vida plena e próspera. Para Pirro, só podemos alcançar a eudemonia (bem-estar)
quando não nos comprometemos com nada que não possamos saber. O sábio ideal é aquele que suspende o juízo onde quer que este não seja claro. Este juízo
suspenso é conhecido como epoché em grego antigo.
Presume-se que Pirro nunca estava angustiado ou perturbado. Perguntava: porque é que o prazer é melhor do que a dor? A riqueza é melhor do que a
pobreza? A saúde é melhor que a doença? Se adotarmos o epoché, podemos viver sem a tristeza da desilusão, das expectativas frustradas. Podemos viver uma
vida de tranquilidade sem perturbações, ou ataraxia.
Hoje em dia, não precisamos de ser tão radicais como Pirro (cujos estudantes tinham de o impedir de cair de penhascos), mas há aqui qualquer coisa. Estar
errado, ou procurar eternamente respostas, é difícil. É muito menos stressante – e mais honesto – dizer simplesmente: “Não sei, vou continuar a procurar.”
Experimenta e repara como as coisas ficam mais leves.»
Jonny Thomson, Mini Filosofia, O Pequeno Livro das Grandes Ideias, Coimbra,Minotauro, 2021, pp. 287-288.
1. Argumento da divergência de opiniões – há opiniões divergentes sobre os mais variados assuntos impossibilita a
decisão sobre uma perspetiva ou a sua contrária.
Ex: Em relação a Deus, uns afirmam que existe, outros negam a sua existência, não havendo
consenso. Ora…
divergências de opinião. Há divergências de opinião.
Se fosse possível justificar as nossas crenças, não haveria lugar para
Logo, é impossível justificar as nossas crenças.
Copiar – nome argumentos + exs
2. Argumento da ilusão – a existência, relativamente ao mesmo objeto de sensações e perceções diferentes, e até
incompatíveis, para diferentes pessoas ou em circunstâncias diversas, não havendo assim a possibilidade de distinguir o
que é V do que é F.
Ex: um barco parece pequeno e imóvel quando visto ao longe, mas parece grande e em movimento quando visto de
perto.
enganam-nos.
Ora…
Tudo o que é uma fonte de justificação segura do Logo, os sentidos não são uma fonte de
justificação segura do conhecimento.
conhecimento não nos engana. Os sentidos
O quarto de Ames,
Philipp Zimbardo
Exercício 1. p. 53
https://www.youtube.com/watch?v=hCV2Ba5wrcs
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
Copiar nome
argumento
3. Argumento da regressão infinita – o facto de nada poder ser compreendido por si (não existindo nenhum
critério que não seja objeto de desacordo) associado ao facto de nado poder ser verdadeiramente compreendido
com base noutra coisa: para justificar uma crença tem de se recorrer a outra e assim sucessivamente até ao
infinito.
Ex: Justifico a crença de que uma bomba explodiu com outra: li no jornal. Justifico esta ao pensar que o jornal não
mente. Justifico esta com a crença de que os jornalistas são pessoas sérias….
◼ é um processo que não tem fim. Uma explicação dá origem a uma regressão infinita se explicarmos A em termos
de B, mas B exige uma explicação em termos de C, e C outra explicação em termos de D, e assim por diante, sem
que se chegue a compreender A.
Ex. Crença 1 – Estou em França;
Crença 2 – Estou em Paris;
Crença 3 – Estou a ver a Torre Eiffel;
Crença 4 – Estou a ver o rio Sena e é exatamente como vi nas fotografias …
◼ A crença 1 só está justificada quando se justificar a crença 4, na medida em que a crença 4 suporta a crença
3, a crença 3 suporta a crença 2 e a crença 2 suporta, por sua vez, a crença 1. O problema em vez de ficar
resolvido, vai recuando ininterruptamente
◼ Regressão infinita - sempre que se inicia um processo de recuo que não tem fim.
RELEMBRANDO…
Crenças não-básicas
infinita
• Justificam-se a si
mesmas porque são
evidentes
• Suportam o sistema de • Justificadas por outras crenças
saber • Evitam a regressão
◼ moderado (mitigado/local) –
limitam o ceticismo a alguns
domínios do
conhecimento (ex: em relação ao
conhecimento moral, relação entre
mente e corpo, Deus, etc);
impossível um saber rigoroso (V/F)
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
Sintetizando…
E… será o
ceticismo uma
teoria
autorrefutante?
CETICISMO
Importante porque:
importância do ceticismo
quando…
copiar
Pirro afirmava: dado que a nossa pretensão de conhecer algo pode ser injustificada, o
melhor é suspender o juízo = abster-se de considerar que se sabe que algo é
absolutamente V ou F
1. p. 55
2. P.56
3. P.57
4. Ex. 3.1. da p. 59
5. P.59 - Provocação filosófica: debate – mais à
frente 6. TPC p. 58
O ARGUMENTO CÉTICO DA REGRESSÃO INFINITA – relembrando validade
de argumentos… Exercícios – resolver no caderno diário
◼ Se a justificação das nossas crenças é inferida sempre a partir de outras crenças, então nunca nos podemos
dar por satisfeitos.
◼ As justificações que damos precisam elas mesmas de ser justificadas e, assim, o processo de justificação
continua infinitamente.
a) O argumento é válido? Qual o argumento
Se há conhecimento, as nossas crenças estão usado? b) Será sólido? = premissas V?
justificadas. As nossas crenças não estão
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
justificadas.
P→Q¬Q
Logo, não há conhecimento.
∴¬P
Exercícios:
ARGUMENTO CENTRAL DOS CÉTICOS – RESPOSTA 1
c) 1ª possibilidade: se os céticos tiverem boas razões para afirmar que nenhuma crença é justificada,
então sim, mas podemos encontrar uma objeção?
Pensem um pouco…e encontrem uma objeção…
Logo, não há conhecimento
Ou como está no manual… (p. 54
ligeiramente diferente) Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
P→QP
Se as nossas crenças não estão ∴Q
justificadas, então não há conhecimento As
nossas crenças não estão justificadas
ARGUMENTO CENTRAL DOS CÉTICOS – RESPOSTA À ALÍNEA C)
◼ C) se perguntarmos ao cético se aquela afirmação é justificada e ele disser que sim, então estará a
refutar-se a si próprio pois estará a admitir que há, afinal, crenças justificadas, (nomeadamente a de
que nenhuma crença é justificada). Mas se disser que não, então estará a admitir que também não
temos boas razões para aceitar essa premissa…
INSPETOR DE CORREÇÃO
CIRCUNSTÂNCIAS -
VFVVFFVVFFFVVFVFFVVFFVVV
QR FFVFVFVFFFVVVVVFVFFFVFFVF
P P( P → Q ) ( Q → ¬ R ) ¬ R V V V V V V V V
FVFVFVFFFFFVFFVVFVF
FFVFV
https://domingosfaria.net/tabelas
circunstância em que as premissas sejam V e as
conclusão F
Argumento é válido, pois não há nenhuma
VVFVVVVVVVFVF⇦VFVVVFFFVF
Filosofia_11ºano
CORREÇÃO
Maria Luísa
Valente \ Filosofia_11ºano
É possível conhecer?
PROBLEMA DA POSSIBILIDADE DO CONHECIMENTO - DOGMATISMO Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
copiar
Racionalismo empirismo Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
EXERCÍCIOS:
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano
CORREÇÃO
◼ 1.1. O ceticismo absoluto ou radical defende que é impossível ao sujeito apreender o objeto – tal ceticismo «não vê o
objeto» –, não sendo, por conseguinte, possível qualquer conhecimento. O cético pirrónico nega que haja justificações
suficientes para as nossas crenças. O ceticismo mitigado é um tipo de ceticismo mais moderado que o ceticismo
pirrónico: não estabelece a impossibilidade do conhecimento, mas sim a impossibilidade de um saber rigoroso: não
podemos afirmar se este ou aquele juízo é ou não verdadeiro, se corresponde ou não à realidade, apenas podemos dizer
se é ou não provável ou verosímil.
◼ 1.2. São quatro esses argumentos: a) a existência, relativamente ao mesmo objeto, de sensações e perceções diferentes, e
até incompatíveis; b) o facto de os sentidos nos enganarem, visto que os objetos, pelas diversas formas como se nos
apresentam, desencadeiam ilusões e aparências; c) a existência de opiniões divergentes a respeito dos mais variados
assuntos; d) o facto de nada se compreender por si e o facto de nada poder ser verdadeiramente compreendido com base
noutra coisa, o que remete para a regressão infinita da justificação.
◼ 1.3. Segundo J. Hessen, o ceticismo absoluto anula-se a si próprio, caindo numa contradição, pois afirma que o
conhecimento é impossível, mas exprime (nessa afirmação) um conhecimento. O ceticismo mitigado também se anula a si
próprio, ao admitir que não há verdade nem certeza, mas unicamente probabilidade. Uma vez que o conceito de
«probabilidade» pressupõe o de «verdade», já que o provável é o que se aproxima do verdadeiro, então se não há verdade,
também não se pode dizer que haja probabilidade.
◼ 2. O ceticismo adquire um papel importante no nosso desenvolvimento intelectual, visto que, ao se adotar uma postura
cética perante determinado problema, se procede com maior prudência na resolução de tal problema. Desse modo,
torna-se possível o inconformismo perante as soluções apresentadas, o que nos move a buscar novas soluções. Quando
faz parte do espírito crítico e autónomo, o ceticismo adquire um carácter metódico, tornando-se um meio para alcançar a
verdade (ceticismo metódico) e não uma confissão explícita de que a não podemos encontrar (ceticismo sistemático).
Maria Luísa Valente \ Filosofia_11ºano