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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

INTERCORRÊNCIAS
CIRÚRGICAS II

ESCOLA TÉCNICA
Escola Técnica Mônaco
Estrada da Portela, nº 107
Madureira – Rio de Janeiro – RJ – Brasil – 21.351-050

Diagramação e Edição
Fernando O. Borges

Coordenação Pedagógica
Tamires da Silva Santos Pereira

Direção Pedagógica
Suellen Ewald Torres de Oliveira

Copyright © 2020 Escola Técnica Mônaco Ltda.


1ª Edição
Todos os direitos reservados.

Proibida a reprodução e edição, mesmo parcial, por qualquer pessoa, sem


autorização da instituição.
INTERCORRÊNCIAS CIRÚRGICAS II

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS........................................................................... 05


QUANTO AO PORTE............................................................................................. 05

TEMPOS CIRÚRGICOS................................................................................................. 07
1 - Síntese Diérese................................................................................................. 07
2 - Hemostasia:...................................................................................................... 08
3 - Exérese:............................................................................................................. 08

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS................................................................................. 09
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA................................................................................. 09

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ESCOVAÇÃO DAS MÃOS........................................................................................... 10

BIOSSEGURANÇA........................................................................................................ 11
Introdução................................................................................................................ 11
O Hospital e a Biossegurança............................................................................. 13

CME – CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO............................................. 14


FLUXO DO MATERIAL NA CENTRAL DE MATERIAL........................................... 15

EQUIPAMETOS.............................................................................................................. 15
TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO.................................................................................... 16
MÉTODOS FÍSICOS............................................................................................... 16

MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS................................................................................... 17
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS........................................................................... 18
LIMPEZA DO INSTRUMENTAL................................................................................... 19

TEMPO E TEMPERATURA DE ESTERILIZAÇÃO..................................................... 19


PRAZO DE VALIDADE............................................................................................ 19
CONTROLE DA ESTERILIZAÇÃO......................................................................... 19
TESTES FÍSICOS...................................................................................................... 20
TESTES QUÍMICOS................................................................................................ 20
TESTE DE BOWIE AND DICK................................................................................ 20
TESTES BIOLÓGICOS............................................................................................ 20

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA........................................................................... 21
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INTERCORRÊNCIAS CIRÚRGICAS II

CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS

Segundo a PORTARIA Nº 2.616/98, de 12/05/98 do Ministério da Saúde, as cirurgias


de acordo com o potencial de contaminação podem ser classificadas em:

LIMPAS: Tecidos estéreis ou de fácil descontaminação.

POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Realizadas em tecidos de difícil


descontaminação.

CONTAMINADAS: Realizados em tecidos recentemente traumatizados e


abertos com processo de inflamação mas sem supuração.

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INFECTADAS: Realizadas em tecidos com supuração local, tecido necrótico,
feridas traumáticas sujas.

QUANTO AO PORTE
De acordo com o risco de complicações, cardiovasculares, relacionados diretamente a
perda sanguinea durante o procedimento cirúrgico, as cirurgias podem ser classificadas da
seguinte forma:

Grande porte - São aquelas em que existe grande probabilidade de perda de


fluido e sangue.

Exemplo: cirurgias de emergência e cirurgias arteriais, como aneurisma de aorta;

Médio Porte - A probabilidade de perda de fluido e sangue é média.

Exemplo: cirurgias de cabeça e pescoço e colocação de próteses

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Pequeno porte - As chances de perda excessiva de fluído e sangue são
pequenas.

Exemplo: mamoplastia e cirurgias por endoscopia e Aneurisma


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Dilatação patológica da luz normal da aorta, acometendo um ou mais de seus segmen-


tos. Melhor descrito como sendo uma dilatação localizada permanente da aorta, tendo um
diâmetro de pelo menos 1 vez e meia aquele esperado para a sua luz normal.

Quanto ao tempo de duração as cirurgias ainda podem ser classificadas quanto a:

Porte I - com tempo de duração de até 2 horas. Exemplo: rinoplastia.

Porte II - cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Exemplo: colecistectomia,


gastrectomia.

Porte III - de 4 a 6 horas de duração. Exemplo: Craniotomia.

Porte IV - com tempo de duração acima de 6 horas. Exemplo: transplante


de fígado.

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TEMPOS CIRÚRGICOS
As intervenções cirúrgicas são realizadas nas seguintes fases fundamentais:

1- Diérese
2- Hemostasia
3- Exérese

1- Síntese Diérese

Período onde é realizado o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatô-


micos, para atingir uma região ou órgão. Pode ser mecânica ou física.

Diérese mecânica:

Punção: realizada através da introdução de uma agulha ou trocarte nos tecidos, sem,
contudo, seccioná-los, com várias finalidades como drenagem de coleção líquida das cav-
idades ou do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de líquidos para

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exame diagnóstico, injeção de contraste e medicamentos.

Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material cortante, como te-
souras, serras, lâminas ou bisturi elétrico.

Divulsão: realizada através do afastamento dos tecidos nos planos anatômicos com te-
souras de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores.

Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio de cureta.

Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão tubular.

Diérese física:

Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por intermédio
do bisturi elétrico.

Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que vai ser re-
alizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio liquefeito por ser uma
substância criogênica potente.

Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega um feixe de
radiação infravermelha de alta intensidade.

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2 - Hemostasia:
Consiste no processo de impedir, deter ou prevenir o sangramento, podendo ser reali-
zado simultaneamente ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletro
coagulação ou compressão.

Pode ser:

Preventiva:
hemostasia que pode ser medicamentosa, nos exames laboratoriais pré - ope-
ratórios ou cirúrgica, com a finalidade de interromper a circulação durante o
ato operatório, temporária ou definitivamente.

Urgência
hemostasia realizada geralmente em condições não favoráveis e com materiais
improvisados, como, por exemplo, compressão digital, garrotes e torniquetes.
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Curativa
aquela realizada durante a intervenção cirúrgica e pode ser medicamentosa
(drogas que diminuem o sangramento por vaso constrição), mecânica (compres-
são e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou biológica (absorventes).

3- Exérese:

Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo, paliativo,


estético/corretivo, diagnóstico.
Síntese:Consiste na união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for
a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual
por primeira intenção.

Pode ser:

Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos apropriados com agulhas de
sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis.

Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, adesivos (esparadrapos)
ou ataduras.

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Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a extensão da incisão cirúr-
gica.

Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da ferida em conseqüên-


cia da colocação de dreno em determinado local da incisão cirúrgica.

Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por traumatismos.

Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do rompimento da continui-
dade ou contigüidade deles.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

Caracteriza-se pelo conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em


contato direto ou indireto com a região operatória, utilizados para a realização do procedi-
mento cirúrgico.

Mesa de mayo – Destinada ao instrumental básico;

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Mesa auxiliar – Destinada ao material especifico, que depende do procedimento a ser
realizado;

Fios cirúrgicos Classificados em: Absorvíveis – biológicos ou sintéticos;Polímeros sin-


téticos monofilamentares e não-absorvíveis biológicos ou sintéticos (Poliamida, Poliéster,
Polipropileno e Metálico);

Agulhas cirúrgicas - São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os


tecidos, servindo de guia aos fios de sutura;

Grampos de pele Bisturi elétrico;

Cubas Rim e Redonda;

Instrumentais: Diérese,Preensão,Hemostasia,Exposição, Síntese ou Sutura.

PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
Tem como finalidade a formação de uma barreira microbiológica contra penetração de
microorganismos no ambiente cirúrgico.

Vestimenta Cirúrgica:Utilizadas por todos os profissionais e visitantes que circulam pela


unidade de centro cirúrgico.

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Composta de:

Pijama Cirúrgico
Gorros
Máscara
Propés

Paramentação

Utilizada pela equipe cirúrgica, que participará diretamente do ato cirúrgico, e consiste
na vestimenta cirúrgica acrescida dos seguintes itens: Luva Estéril,Avental estéril e Óculos.

ESCOVAÇÃO DAS MÃOS


Processo que visa a retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da
flora transitória e redução parcial da flora residente, uma vez que a eliminação dessa última
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é virtualmente impossível.

A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo e não manualmente, e, a escovação


deve ser feita com água corrente.

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BIOSSEGURANÇA

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Introdução

A palavra biossegurança é um neologismo que deriva de bio (vida) juntamente com se-
gurança. Os procedimentos da biossegurança são aplicados em hospitais, laboratórios e qual-
quer outra organização que pode apresentar risco à saúde e à vida, seja ela humana, animal
ou riscos ao próprio meio ambiente.
A biossegurança, segundo Teixeira e Valle (1996), é um “conjunto de medidas que são
aplicadas na prevenção, eliminação ou diminuição de riscos relacionados às atividades de
produção, ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços que podem
comprometer a qualidade dos trabalhos realizados ou a saúde dos animais, meio ambiente e
do homem”.
Uma das formas de atuação da biossegurança, num ambiente hospitalar, é através de
medidas que atuam prevenindo a contaminação, que é, inclusive, uma das principais causas de
acidentes dentro do âmbito hospitalar. Dentro do ambiente hospitalar, os funcionários estão
propensos a acidentar-se e até mesmo a adoecerem por causa de algumas condições de tra-
balho erradas, desde equipamentos/estrutura até ao contato com agentes que oferecem risco
à saúde.
Uma situação que não ajuda o procedimento da biossegurança é o costume que alguns
trabalhadores têm ao pensar que, por trabalharem por muito tempo em algum hospital, por
exemplo, estão isentos dos riscos e acabam adquirindo vícios que prejudicam todo o andamen-
to da prevenção sugerida pela biossegurança.

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A biossegurança hospitalar funciona com
a aplicação de medidas que podem ser simples,
como conscientizar os profissionais sobre higie-
nização e técnicas assépticas, isso assegura o
profissional, o paciente e a família do paciente.
Em alguns casos, a organização de um hospital
é tachada como impertinente por cobrar essas
medidas, tanto dos funcionários quanto dos pa-
cientes e/ou visitantes, mas é de extrema neces-
sidade.
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CCIH – Comissão de controle da infecção hospitalar

Comissão de Controle da Infecção Hospitalar (CCIH) nasceu no ano de 1970 com o intui-
to de se conhecer os índices de infecção hospitalar, visando controlar as infecções hospitalares
através de ações que objetivam prevenir e reduzir a incidência desse tipo de infecção. É com-
posta por profissionais da saúde que tem como função:

Detectar casos de infecção hospitalar, de acordo com critérios de diagnóstico estabele-


cidos previamente;

Ter conhecimento das principais infecções hospitalares observadas no serviço e saber


reconhecer as taxas aceitáveis de ocorrência de infecção hospitalar para determinados
serviços;

Responsável pela elaboração de normas de padronização para que os procedimentos


que forem feitos na instituição estejam dentro de um programa asséptico;

No que se refere à prevenção e controle das infecções hospitalares, essa comissão


deve colaborar no treinamento dos profissionais da saúde;

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Controlar a prescrição de antibióticos, para evitar o uso descontrolado na instituição;

No caso de pacientes hospitalizados, recomendar medidas de isolamentos cabíveis à


situação;

Auxiliar a administração hospitalar na aquisição correta de materiais e equipamentos e


também, para o planejamento da área física das unidades de saúde.

Os profissionais que participam de uma CCIH devem, necessariamente, receber treina-


mento para atuarem nessa área. Um dos regulamentos do Ministério da Saúde, é que é impres-
cindível a manutenção de no mínimo, um médico e uma enfermeira na CCIH de cada hospital.
Outros profissionais da saúde também participam da CCHI do hospital, como: microbiologistas,
epidemiologistas, farmacêuticos, representantes médicos da área cirúrgica, clínica e obstétrica.

O Hospital e a Biossegurança

O hospital concentra hospedeiros mais suscetíveis e microrganismos mais resistentes. Os


microrganismos contaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e podem pro-

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vocar infecções mais difíceis de serem tratadas. O risco de contraí-las depende, no entanto,
do número e da virulência dos microrganismos presentes e, acima de tudo, da resistência an-
ti-infecciosa local, sistêmica e imunológica do paciente e da consciência do pessoal médico e
da enfermagem que atuam no estabelecimento. Por ser o hospital um ambiente insalubre, as
técnicas de assepsia, anti-sepsia e de esterilização são de extrema importância para reduzir
os riscos de infecção.

Aqui são apresentados os principais anti-sépticos e técnicas de esterilização:

Assepsia:
É o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microrganismos num
ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre
de infecção.

Antissepsia
É o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microrganismos ou re-
movê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruí- los e para tal fim utiliza-
mos antissépticos ou desinfetantes.

Degermação:
Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de mi-
crorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão.

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Fumigação:
É a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou
sólidos

Desinfecção:
É o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa
sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruí-
dos.

Esterilização:
É processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas
vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou
químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo
para remoção de detritos.

Germicidas:
São meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida e são
designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, viruci-
da, bacteriólise, etc.
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CME – CENTRAL DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO


A Central de Material e Esterilização (CME) presta assistência à todos os setores, dis-
ponibilizando materiais utilizados em variados procedimentos realizados pela instituição. Todo
processo é monitorado por um controle seguro, que conta com indicadores que fiscalizam pro-
dutos e equipamentos para o preparo e esterilização de artigo médico hospitalar.
Os produtos ofertados pelo setor são estéreis ou desinfectados, conforme sua espe-
cificidade, garantindo a qualidade e contribuindo para a prevenção e controle da infecção
hospitalar. A missão é que todos os materiais sejam entregues com segurança, através do pro-
cessamento de qualidade para atendimento eficaz aos clientes.

A CME é classificada como Classe II, distinguida pelo serviço prestado, e possui todos os
requisitos exigidos, assim como rege a RDC nº15/2012. Realiza o processamento de produtos
para a saúde não-críticos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa
passíveis de processamento.

Estrutura física do setor:

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I - Sala de recepção e limpeza (setor sujo);

II - Sala de preparo e esterilização (setor limpo);

III - Sala de desinfecção química, quando aplicável (setor limpo);

IV - Área de monitoramento do processo de esterilização (setor limpo); e

V - Sala de armazenamento e distribuição de materiais esterilizados (setor limpo).

FLUXO DO MATERIAL NA CENTRAL DE MATERIAL

Área contaminada

Recebimento
Limpeza,
lavagem,

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secagem

Área Limpa

Preparo Desinfecção ou Esterilização



Armazenamento

EQUIPAMETOS
A CME possui autoclaves onde todos os processos de esterilização são realizados. Esses
equipamentos passam por processo de validação anualmente, garantindo a eficácia, aco-
plando-as ao sistema tecnológico, mostrando cada etapa do processo, limpeza, desinfecção e
esterilização, identificando ciclos, cargas, dia de esterilização e validade dos materiais, o que
apresenta um grande avanço na monitoração e acompanhamento dos ciclos. E ainda, o pro-
cesso de limpeza de canulados, além da limpeza manual, é submetido a lavadora ultrassônica,
onde toda a equipe recebeu treinamento do correto manuseio.
Para garantir mais segurança e controle, é utilizado um sistema de gravação de pla-
quetas, que rastreia todos os materiais conforme identificação dos mesmos cadastrados em
patrimônio.

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TIPOS DE ESTERILIZAÇÃO

Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as


formas de microrganismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um
aceitável nível de segurança. O número, tipo e localização dos microrganismos influenciam os
processos de esterilização, bem como a presença de matéria orgânica, concentração, tempo de
exposição e fatores físicos, como temperatura e umidade relativa. Abaixo, confira os principais
métodos utilizados.

MÉTODOS FÍSICOS
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Esterilização por vapor

O vapor quente sob pressão é o método mais usado para esterilização de materiais
médico-hospitalares do tipo crítico. É não tóxico, de baixo custo e esporicida. Por
esses motivos, deve ser usado para todos os itens que não sejam sensíveis ao calor e
à umidade. O calor úmido destrói os microrganismos por coagulação e desnaturação
irreversíveis de suas enzimas e proteínas estruturais. Este tipo de processo é realizado
em autoclaves. As autoclaves podem ser divididas segundo os tipos abaixo:

Gravitacional
O vapor é injetado forçando a saída do ar. A fase de secagem é limitada uma vez
que não possui capacidade para completa remoção do vapor. Sua desvantagem é
que pode apresentar umidade ao final pela dificuldade de remoção do ar. As au-
toclaves verticais são mais indicadas para laboratórios. Na venturi, o ar é removido
através de uma bomba. A fase de secagem é limitada uma vez que não possui capa-
cidade para completa remoção do vapor. Sua desvantagem é que pode apresentar
umidade pelas próprias limitações de remoção do ar do equipamento.

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Alto vácuo

Introduz vapor na câmara interna sob alta pressão com ambiente em vácuo. É mais se-
guro que o gravitacional devido a alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba
de vácuo.

Este método é reservado somente aos materiais sensíveis ao calor úmido. Guarda suas
vantagens na capacidade de penetração do calor e na não corrosão dos metais e dos instru-
mentos cortantes, sendo porém, um método que exige maior tempo de exposição para alcan-
çar seus objetivos, por oxidação dos componentes celulares.

Esterilização por calor seco:

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MÉTODOS FÍSICO-QUÍMICOS

De forma geral, os métodos físico-


-químicos são processos realizados com bai-
xas temperaturas. A esterilização a baixa
temperatura é requerida para materiais
termo sensíveis e/ou sensíveis à umidade. O
método ideal não existe e todas as tecnolo-
gias têm limitações.

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Óxido de etileno
É quase que exclusivamente utilizado para esterilização de equipamentos que não
podem ser autoclavados. A efetividade do processo depende da concentração do
gás, da temperatura, da umidade e do tempo de exposição. Age por alcalinização de
proteínas, DNA e RNA. As desvantagens para sua aplicação são o tempo necessário
para efetivar o processo, o custo operacional e os possíveis riscos aos pacientes e aos
profissionais envolvidos. Apresenta potencial carcinogênico e mutagênico, genotoxicida-
de, podendo alterar sistema reprodutor e nervoso e, ainda, causar sensibilização aos
profissionais envolvidos no processo, devendo haver supervisão médica constante nos
mesmos.

Radiação ionizante
Método extremamente caro de esterilização, tendo sido usa-
do para tecidos destinados a transplantes, drogas, entre ou-
tros. Para outros artigos, perde para o óxido de etileno, jus-
tamente devido a seu custo. As vantagens do processo estão
em permitir aos produtos serem tratados na sua embalagem
de transporte e também no fato dos prestadores de serviço
possuírem irra•diadores de grande porte, onde pallets intei-
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ros são processados ao mesmo tempo sem a necessidade de


desconfigurar a carga, e os produtos não necessitam retornar
ao fabricante inicial para serem reembalados.
Nesta condição, podem ser despachados diretamente para
o consumidor final reduzindo substancialmente os custos de
logística.

CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS


Artigos críticos - são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais da pele e mucosa,
sistema vascular ou outros órgãos isentos de microbiota própria. Ex.: instrumentos de corte ou
ponta; outros artigos cirúrgicos (pinças, afastadores, fios de sutura, catéteres, drenos etc.);
soluções injetáveis.

Artigos semi-críticos - são aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra e/ou pele
não íntegra. Ex.: material para exame clínico (pinça, sonda e espelho); condensadores; mol-
deiras; porta-grampos. Processo: esterilização ou desinfecção de alto nível.

Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou não entram
em contato direto com o paciente. Ex.: termômetro, superfícies de armários e bancadas; apa-
relho de raios X. Processo: esterilização de nível intermediário.

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LIMPEZA DO INSTRUMENTAL
É primordial para qualquer tipo de processo de esterilização escolhido, a limpeza eficaz
do material. No caso do instrumental, a lavagem através de escovação com detergente neutro
líquido ou a utilização de detergentes enzimáticos (que dispensam a escovação), ou, idealmen-
te, a limpeza em aparelho de ultra-som.

TEMPO E TEMPERATURA DE ESTERILIZAÇÃO

AUTOCLAVE
Usar exposição por 30 (trinta) minutos a uma temperatura de 121ºC, em autoclaves conven-
cionais (uma atmosfera de pressão),ou usar exposição por 15 (quinze) minutos a uma tempe-
ratura de 132ºC, dependendo do mateial ; usar exposição por 04 (quatro) minutos a uma
temperatura de 132ºC, em autoclave de alto vácuo.

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CALOR SECO
O tempo e temperatura utilizados na Central de Esterilização, e recomendados para esterili-
zação à seco são: 2 horas à 170ºC, respectivamente. Isto foi estabelecido devido ao grande
porte de nossas estufas e a grande variedade na dimensão das caixas de instrumentais. A
Res. SS - 374 recomenda 1 hora a 170º C e 2 horas a 160º C.

PRAZO DE VALIDADE

O prazo de validade para materiais embalados com tecido de algodão é de 30 dias, papel
Kraft 14 dias e para os outros invólucros de 6 meses. O prazo de validade para os outros in-
vólucros não está determinado na literatura e o fabricante deve ser consultado. Estes prazos
podem ser alterados de acordo com uma melhor definição da literatura. A permanência do
material esterilizado nos setores deve ser a menor possível.

CONTROLE DA ESTERILIZAÇÃO

Um programa de controle de esterilização, incluindo métodos físicos, químicos e biológicos


deve ser utilizado para demonstrar a eficiência do processo. Todos os itens esterilizados
devem conter o nome do material, identificação do esterilizador usado, o número da carga,
a data de validade da esterilização, horário da esterilização, nome do responsável pelo
empacotamento. Devem ser registrados todos os testes realizados. A supervisão de todas as
cargas por um responsável é uma pratica obrigatória para que os materiais sejam liberados
com maior segurança.

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TESTES FÍSICOS

Testes de desempenho do equipamento envolvem a observação dos parâmetros apre-


sentados pelo mesmo durante o processo de esterilização. Recomenda-se a leitura da tempe-
ratura e pressão regularmente durante a fase de esterilização propriamente dita em auto-
claves. Manômetros e registradores do equipamento devem ser validados periodicamente.

TESTES QUÍMICOS

Constam de tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam de cor
quando expostas à temperatura por tempo suficiente. Podem ser classificados como indicado-
res específicos de temperatura ou indicadores de múltiplos parâmetros do processo (tempo,
temperatura e vapor), os últimos denominados de integradores. Estes indicadores não de-
vem ser utilizados como critério único de eficiência de esterilização. A sua utilização rotineira
fornece leitura imediata de falhas no equipamento com relação à penetração do vapor ou
concentração do óxido de etileno. Existem diferentes tipos de indicadores internos, de acordo
com o processo de esterilização. Devem ser utilizados dentro dos pacotes, em locais de difícil
acesso à penetração do vapor ou dificuldade de remoção do ar em autoclaves. Os indicado-
res externos são fitas auto-adesivas utilizadas unicamente para diferenciar os pacotes pro-
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cessados dos não processados.

TESTE DE BOWIE AND DICK

É um teste utilizado para determinar a eficácia do sistema de vácuo na autoclave pré-


vácuo. Este teste deve ser realizado a cada dia em que a autoclave será usada, antes da
primeira carga processada. Em pacotes preparados pelo hospital podem ser utilizados cam-
pos recentemente lavados e dobrados, um em cima do outro, de modo a formar uma pilha
de 25-28 cm de altura. Várias fitas com indicador químico são aderidas em papel não ence-
rado em forma de cruz ou diagonais e o papel inserido dentro do pacote de campos, o qual
deverá ser colocado no centro da câmara interna, acima do dreno, com a autoclave vazia. O
ciclo recomendado é de 3,5 – 4 minutos a 134°C, podendo ser omitida a secagem. Após o
processo, este papel é examinado a fim de verificar se há homogeneidade na revelação das
fitas químicas. Se apresentar área não revelada indica que há formação de bolsões de ar e
que o equipamento deve ser revisto.

TESTES BIOLÓGICOS

Um indicador biológico é uma preparação padronizada de esporos bacterianos con-


tendo em torno de 10 esporos por unidade de papel de filtro. O uso de indicadores biológi-
cos é o único meio de assegurar que o conjunto de todas as condições de esterilização está
adequado, porque os microrganismos são diretamente testados quanto ao seu crescimento ou
não após a aplicação do processo. Comumente encontram-se indicadores biológicos prepara-
dos para comercialização, porém também podem ser preparados no laboratório hospitalar,
desde que esteja gabaritado para isto.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1- Portal.Anvisa.gov.br//>caderno 4.Medidas de Prevenção de Infecção relacionadas a ciru-


rgia.

2- Manual de Biossegurança Fio Cruz

3- Cirurgia – Diagnóstico e Tratamento 11ª Ed. Guanabara Koogan, 2004. - Vinhaes, JC –


Clínica e terapêutica Cirúrgica.

4- 7 de mar. de 2016 - Cirurgia Geral, Pediatria, Obstetrícia e Ginecologia e Medicina Pre-


ventiva Social (Saúde, Ciências da).

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