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XENOBIÓTICOS: frequência da inserção na dieta alimentar dos adoçantes artificiais com

destaque para o Aspartame, Ciclamato de Sódio e Sacarina Sódica - possíveis efeitos adversos
Danúzia Pacheco Natividade, Denise Celeste Godoy de Andrade Rodrigues, Valéria da Silva
Vieira
REVISTA PRÁXIS, ano III, nº 5 - janeiro 2011.

● Os adoçantes artificiais apresentam-se atualmente como uma das


alternativas mais empregadas para substituição do açúcar branco.
● Nos últimos 20 anos os adoçantes ganharam destaque nas prateleiras dos
supermercados, farmácias, drogarias e lojas de produtos naturais em razão do
crescente interesse ao culto do corpo e da saúde, no anseio de atingir os padrões da
atualidade (TORLONI et al, 2007).
● XENOBIÓTICOS: substâncias químicas que rompem o equilíbrio orgânico e
provocam alterações na homeostase do organismo.
○ O uso abusivo e contínuo dessas substâncias químicas é capaz de
produzir uma denominada resposta tóxica a um organismo vivo.
● Embora os adoçantes artificiais sejam muito utilizados, a maioria dos
consumidores não está atento ao fato de se tratar de um produto químico, que deve
ser utilizado com moderação e com algumas restrições.

Utilização de adoçantes no Brasil: uma abordagem a partir de um inquérito domiciliar.


Arrais, P. S. D et al.Cad. Saúde Pública 2019; 35(11):e00010719

● Os adoçantes dietéticos, ou adoçantes de mesa, como definido na regulamentação


brasileira 2, são alternativas ao uso do açúcar refinado 3. Eles conferem sabor doce
aos alimentos e possuem baixa ou nenhuma caloria. Os adoçantes são usados
principalmente por portadores de diabetes mellitus e obesidade, visando ao controle da
ingesta calórica 3,4
● Efeitos nocivos do seu consumo em longo prazo, tais como aumento de peso corporal,
risco cardiometabólico, carcinogenicidade e potencial desenvolvimento de resistência
à glicose
● A prevalência do uso de adoçantes dietéticos pela população brasileira acima dos vinte
anos e residente em zona urbana foi de 13,4%
● O uso de adoçantes foi maior entre os indivíduos que referiram diabetes como única
doença ou associada a outras comorbidades
● Castro & Franco 14 relataram que a prevalência no uso de adoçantes após o
diagnóstico de diabetes mellitus passou de 6% a 90%.
● O consumo de adoçantes artificiais não calóricos pode, ainda, suscitar intolerância a
glicose 18
● Revisões sistemáticas procuraram elucidar as divergências, no entanto, ainda há
fragilidades nas evidências entre o consumo intenso de adoçantes e certos riscos 5,19.

ADOÇANTES E DOENÇAS CRÔNICAS: REVISÃO DA LITERATURA


Thais de Rezende Bessa Guerra, CADERNOS DE ESTUDOS E PESQUISAS / Vol.23, N˚49
(JUN 2019) – CIÊNCIAS DA SAÚDE / ISSN 2179-1562

● Adoçantes calóricos - contêm 4Kca/g e são classificados em: frutose, manitol, xilitol e
sorbitol (MS, 2010).
○ A frutose é um adoçante natural encontrado nas frutas e no mel e o consumo
excessivo pode causar aumento de triglicérides (STELLA, 2010).
○ Manitol consumido em excesso tem efeito laxante
● Os adoçantes não calóricos, geralmente, são artificiais (com exceção da stévia) e “não
fornecem calorias”, forma simbólica, de informar que o produto é de baixa caloria.
○ Acesulfame-k é um sal de potássio sintético, não é metabolizado pelo
organismo humano. Uma vez ingerido, ele é eliminado sem degradação
alguma. Pessoas que necessitam limitar a ingestão de potássio devem ser
orientadas pelo médico ou nutricionista quanto ao consumo deste produto,
sendo monitorado através de exame bioquímico (COSTA, M. 2007).
○ Aspartame: Diversos estudos relatam sobre a segurança no consumo de
aspartame, sendo considerado como neurotoxina e como carcinogênico. Por
prevenção, recomenda-se que gestantes evitem o consumo de aspartame ou
consuma-o em pequenas doses.
■ Estimativas de ingestão deste adoçante por diabéticos indicam um
consumo considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde
(OMS).
○ Ciclamato de sódio (E 952): amplamente utilizado na indústria de alimentos e
farmacêuticos como edulcorante. Ao ciclamato e a ciclohexilamina (seu
principal metabolito), são atribuídos efeitos carcinógenos, sendo considerado
um alimento ilegal em alguns países. Pessoas com hipertensão e insuficiência
renal devem observar o consumo, devido ao sódio em sua composição
(STELLA, B. 2010).
○ Sacarina sódica: pessoas com hipertensão e insuficiência renal devem ser
acompanhadas no consumo, devido também ao sódio em sua composição
(TOSI E SILVA, 2010).
○ Stévia é um produto nutracêutico, que possui propriedade antioxidante,
tornando um alimento funcional. Estudos clínicos relatam que não apareceu
nenhuma reação adversa como consequência do consumo de produtos com
stevia.
● Hipertensão arterial: A indicação para o consumo de adoçantes dietéticos será um
aliado na dietoterapia. Entretanto, deve-se recomendar a utilização de adoçantes
naturais, evitando os adoçantes com ciclamato de sódio e sacarina sódica, como forma
preventiva de desenvolver uma hipertensão sensível ao sódio (AUGUSTO et al, 2002).
● Diabetes Mellitus: As recomendações da “American Diabetes Association” (1994)
sublinham a importância do cuidado nutricional individualizado. Adoçante com
sucralose pode ser consumido por diabéticos (FONTES, 2005).
● Não existem estudos em quantidade e qualidade suficientes que permitam avaliar a
composição dos adoçantes.
● Ainda em função à composição do adoçante, observa-se que apenas as informações
nos rótulos é que assegurem a saúde desta população em estudo, porém muitos
desconhecem suas fórmulas ou não são orientados quanto ao consumo correto. A
população consome, em geral, a quantidade diária que atende a seu paladar, e não à
quantidade diária recomendada pelo fabricante, sem saber dos riscos do produto se
consumido em excesso, uma vez que, no rótulo, inexiste tal informação

Review of the nutritional benefits and risks related to intense sweeteners


Olivier Bruyère, 1 Serge H. Ahmed,2 Catarina Atlan,3 Jacques Belegaud,4 Murielle
Bortolotti,5 Marie-Chantal Canivenc-Lavier,6 Sybil Charrière,7 Jean-Philippe Girardet,8
Sabine Houdart,9 Ester Kalonji,9 Perrine Nadaud,9 Fabienne Rajas,10 Gérard Slama,11 e
Irène Margaritis9, Arch Public Health. 2015; 73: 41. Published online 2015 Oct 1. doi:
10.1186/s13690-015-0092-x

● Os dados são insuficientes para determinar quaisquer benefícios nutricionais a longo


prazo relacionados ao consumo de produtos contendo SI como substitutos do açúcar.
● Estudos sobre controle de peso em adultos e crianças têm relatado associações
conflitantes. Alguns estudos observacionais mostram que o uso intenso de adoçantes
está paradoxalmente associado ao ganho de peso, embora a causalidade dessa relação
não tenha sido estabelecida.

Caracterização do consumo de adoçantes alternativos e produtos dietéticos por indivíduos


diabéticos

Adriana G.P. de Castro


Laercio J. Franco
Artigos Originais • Arq Bras Endocrinol Metab 46 (3) • Jun 2002 •

https://doi.org/10.1590/S0004-27302002000300011

● Dos entrevistados, 46,3% citaram escolher o adoçante segundo sua preferência. A


orientação profissional é o motivo da escolha do adoçante em 7,2% dos entrevistados,
com predomínio da influência do médico em 4,9% do total dos entrevistados.
Observou-se em apenas 1% a influência do nutricionista na escolha do adoçante.
● A maior frequência observada é pelo diagnóstico do DM, seguida pela justificativa
dos pacientes se sentirem proibidos de consumir o açúcar.
● Apesar de existir na mídia marketing intenso sobre adoçantes dietéticos, este não é o
fator que mais influencia o paciente no momento da escolha de seu adoçante. Esta
escolha ocorre mais pela preferência, principalmente no que diz respeito ao sabor.

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