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INSTITUTO TÉCNICO DE SAÚDE DO NAMIBE

COORDENAÇÃO DE ENFERMAGEM

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA QUALIDADE DE


VIDA DAS PACIENTES COM MIOMAS DOS 25 Á 35 ANOS:
CASO APLICADO NO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL
LIEPEY NA CIDADE DE MOÇÂMEDES, NO IIº TRIMESTRE
DE 2023

Caivala N. Tchipita

Jerónimo C. Tchilau

Paihama L. Ndoloma

MOÇAMEDES

2023

I
Caivala N. Tchipita

Jerónimo C. Tchilau

Paihama L. Ndoloma

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA QUALIDADE DE VIDA DAS


PACIENTES COM MIOMA UTERINO DOS 25 Á 35 ANOS: CASO
APLICADO NO HOSPITAL MATERNO-INFANTIL LIEPEY NA
CIDADE DE MOÇÂMEDES, NO IIº TRIMESTRE DE 2023

Anteprojecto de investigação apresentado ao curso


de Enfermagem Geral do Instituto Técnico de Saúde
do Namibe como requisito parcial à obtenção do
título de Técnico Médio em Enfermagem Geral.

Orientadora: Prof. Edna David

“A maior recompensa pelo nosso trabalho não é


o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos
transforma” John Ruskin

MOÇÂMEDES/2023

II
FOLHA DE APROVAÇÃO

O Anteprojeto de investigação intitulado: Assistência de Enfermagem na qualidade de vida


das pacientes com Mioma Uterino dos 25 á 35 anos: Caso aplicado no Hospital Materno-
Infantil Liepey na cidade de Moçâmedes, no IIº Trimestre De 2023 dos autores: Caivala
N. Tchipita, Jerónimo C. Tchilau e Paihama L. Ndoloma, entregue ao Instituto Técnico de
Saúde no dia ___ /___ / 2023, Não ___ Sim ___ reúne as condições para ser apresentado os
resultados das investigações, correspondendo à defesa.

Aprovado em: ______/_____________ /2023

Banca Examinadora

________________________________________
(Presidente)
________________________________________
(Arguente)

______________________________________________
Prof. Edna David (Orientadora)

MOÇÂMEDES

2023

III
Sumário
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................V
1.1. Problema de Investigação........................................................................................................1
1.2. Objecto da Investigação...........................................................................................................1
1.3. Campo de acção........................................................................................................................1
1.4. Objectivos..................................................................................................................................1
1.5. Justificativa...............................................................................................................................2
2. REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................................................3
3. ABORDAGEM METODOLÓGICA...........................................................................................11
3.1. Tipo de método............................................................................................................................12
3.2. Tipo de pesquisa..........................................................................................................................12
3.2. Campo de acção..........................................................................................................................12
3.4 Amostra.........................................................................................................................................13
3.6. Procedimentos de recolha de dados...........................................................................................13
3.7. Processamento de dados.............................................................................................................14
3.8. Principais variáveis....................................................................................................................14
3.9. Princípios éticos..........................................................................................................................14
4. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES E DE CUSTOS.............................................................14
4.1. Cronograma de actividades.......................................................................................................15
4.2. Cronograma de custos ou Orçamento.......................................................................................15
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................16

IV
1. INTRODUÇÃO

O Ante-projecto em questão, faz parte do plano curricular do 4º ano, como preceito


indispensável para a obtenção do grau de Técnico Médio de Enfermagem Geral, no Instituto
Técnico de Saúde do Namibe. Todavia, considerou-se pertinente abordar o seguinte tema:
“Assisência de Enfermagem na qualidade de vida das pacientes com Mioma Uterino das
25 á 35 anos: caso aplicado no Hospital Materno-Infantil liepey na cidade de
Moçâmedes, no IIº trimestre de 2023”.

O Hospital Materno Infantil do Namibe, situado no município de Moçâmedes, bairro Saidy-


Mingas II, está constituido da seguinte forma: banco de Urgência de pediatria e da
maternidade, consultas externas, sala de internamentos (medicina, pediatria e Obstetrícia),
sala de raio-x, farmancia, laboratório, área administrativa (secretária, contabilidade, recursos
humanos e estatística), três Gabinetes (do Director, do Administrador e do chefe de
infermagem), lavandaria, cozinha, sala de espera e casa mortuaria.

O mioma uterino é a neoplasia benigna pélvica mais frequente do aparelho genital feminino,
cuja denominação mais adequada seria leiomioma, por se desenvolver nas células da
musculatura lisa do útero (FREITAS, 2011).

Segundo a biblioteca virtual em saúde (2016), o mioma também conhecido como leiomiomas
ou fibromas uterinos são tumorações benignas, formada através de um músculo, que tem
como função revestir a parede do útero, denominado miométrio. Atinge cerca de 20 a 25% da
população feminina, com maior incidência nas mulheres de pele negra, que possua
antecedentes com a patologia e que nunca tenham tido filhos. O seu aparecimento e
crescimento dar-se, por conta da quantidade de hormônios que são produzidos ao longo da
vida, desde a primeira menstruação até o seu encerramento, digo menopausa, onde as mesmas
encontram-se sucessíveis ao período fértil

V
1.1. Problema de Investigação

Qual é o impacto da Assistência de Enfermagemna na qualidade de vida das Mulheres com


mioma uterino no Hospital Materno-Infantil LIEPEY na cidade de Moçâmedes no ano de
2023?

Tendo em conta a questão levantada, destacou-se as hipóteses de investigação

Hipótese alternativa: A boa Assistência de Enfermagem tem um impacto positivo na


qualidade de vida das mulheres com Mioma Uterino

Hipótese nula: A boa Assistência de Enfermagem tem um impacto negativo na qualidade de


vida das mulheres com Mioma Uterino

Variavéis de estudo

Variável Dependente: O impacto positivo na qualiade de vida das mulheres com Mioma
Uterino

Variável Independente: A boa Assistência de Enfermagem

1.2. Objecto da Investigação

O presente trabalho terá como objecto de investigação pacientes com Mioma Uterino

1.3. Campo de acção

O presente trabalho terá como campo de acção o Hospital Materno-Infantil LIEPEY.

Após traçado o campo de acção, houve a necessidade de traçar os seguintes objectivos.

1.4. Objectivos

Geral:
Abordar sobre assistência de Enfermagem na qualidade de vida das pacientes com Mioma
Uterino

1
Específicos:

 Identificar as causas e factores de risco que levam o aparecimento de Mioma Uterino;

 Mencionar o quadro clínico de Mioma Uterino;


 Apresentar o Diagnóstico e tratamento de Mioma Uterino
 Descrever o impacto da assistência de enfermagem na qualidade de vida das mulheres
com Mioma Uterino

1.5. Justificativa

A presente pesquisa derivou das nossas curiosidades durante o estágio e no interesse pelo
conteúdo teórico aprendido na disciplina de Súde da Mulher ao longo do percurso
académico. Todavia, a pesquisa também justifíca-se pela relevância e a necessidade de
analisar a existência de elevados casos de Miomas em mulheres na fase reprodutiva , o
que permitirá uma maior correspondência entre a informação prestada e a realidade da
unidade hospitalar bem como detectar factores que levam o aparecimento de Miomas e
analisar o impacto da assistência de enfermagem na qualidade de vida dos pacientes com
Mioma.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Conceito de Mioma Uterino

Os miomas, também designados por fibromas ou leiomiomas, são neoplasias benignas


desenvolvidas a partir de uma única célula muscular lisa do miométrio. Compostos por
grandes quantidades de matriz extracelular (que contém colagénio, maioritariamente do tipo I
e III, fibronectina e proteoglicano, estes tumores estão bem circunscritos no miométrio,
mesmo não possuindo cápsula. As suas dimensões podem variar de poucos milímetros a
grandes massas, sendo que tumores muito grandes podem provocar distorção da superfície ou
da cavidade uterina. A origem monoclonal independente é mantida não obstante geralmente
os tumores serem múltiplos. Apesar de raramente associados a mortalidade estes tumores
causam uma significativa morbilidade afectando negativamente a qualidade de vida das
doentes.

O desenvolvimento de novas tecnologias verificado nos últimos anos permite actualmente às


doentes com miomas usufruir de técnicas cirúrgicas cada vez menos invasivas e bem
diferentes do antigo gold standart, a histerectomia clássica por via abdominal. Também ao
nível das armas terapêuticas se verificaram avanços que além de proporcionarem melhores
condições de aplicação aos tratamentos cirúrgicos, permitem em alguns casos contornar os
efeitos secundários da patologia e no futuro, com o desenvolvimento de novas moléculas,
poderão constituir por si só uma opção que evite o recurso à cirurgia (BARROS,2016)

2.2. Etiologia de Mioma Uterino

Segundo BARROS (2016), Apesar de associados a factores hormonais, genéticos e


moleculares o factor exacto que leva ao desenvolvimento dos miomas é desconhecido. As
alterações genéticas encontradas nestes tumores são possivelmente desencadeadas por
anormalidades intrínsecas do miométrio, elevações congénitas do número de receptores de
estrogénios no miométrio, alterações hormonais ou por resposta a uma lesão isquémica que
ocorra durante a menstruação. Uma vez estabelecidas, estas alterações são influenciadas por
promotores (hormonas) e efectores (factores de crescimento). Estudos bioquímicos e

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moleculares mostram que além de apresentarem níveis aumentados tanto de estrogénios como
de progesterona, quando comparados com o miométrio normal, os miomas são capazes de
produzir estradiol. Este último estimula a proliferação celular do tumor enquanto a
progesterona parece atrasar ou inibir a apoptose destas células. O crescimento do tumor é
caracterizado por aumento da camada inferior da matriz extracelular, alteração da
vascularização e proliferação do músculo liso

2.3. Factores que levam o surgimento de Miomas Uterino

O desenvolvimento dos miomas uterinos é condicionado por alguns fatores epidemiológicos,


por exemplo, - etnia, peso corporal, alimentação e o hábito de fumar. Mulheres negras
apresentam leiomiomas maiores, mais numerosos e mais sintomáticos em comparação a
mulheres brancas. A taxa de leiomiomas uterinos confirmados por exames de ultrassom ou
histerectomia entre mulheres negras é maior do que em mulheres brancas (Risco Relativo;
intervalo de confiança de 95%, ratificando assim que a etnia é um fator de risco para essa
patologia. Além do fator etnia, sabe-se que o peso corporal interfere na incidência de miomas,
pois o risco de miomas aumenta em mulheres com mais de 30% de gordura corporal e a cada
aumento de 10 Kg no peso corporal esse risco aumenta 21%. Essa relação ocorre porque o
tecido adiposo converte androgênios adrenais e ovarianos em estrogênios, provocando o
crescimento dos miomas (Barbosa,2017).

Ainda o TAVARES (2011), no seu estudo avaliou a associação entre obesidade associada à
inflamação crônica e a progressão de miomas uterinos, utilizando um modelo in vitro com
linhagens celulares de adipócitos e células humanas de leiomiomas. Essa cocultura resultou na
proliferação das células do leiomioma e os dados sugerem que a citocina pró-inflamatória
Fator de Necrose Tumoral (TNF), secretada pelos adipócitos, é uma das responsáveis por essa
proliferação. No que diz respeito à alimentação, mulheres com miomas uterinos relataram
consumo mais frequente de carne bovina, outras carnes vermelhas e presunto e consumo
menos frequente de vegetais verdes, frutas e peixes. Mulheres fumantes são menos propensas
a desenvolver miomas. A fim de confirmar tal afirmação, um estudo do tipo caso-controle
apontou que, em comparação com pacientes não fumantes, o risco relativo ajustado para
outras variáveis foi de 0,5 (intervalo de confiança de 95%) em fumantes. Tal fato ocorre por
que dois componentes de baixo peso molecular da fumaça do cigarro, nicotina e anabasina

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(alcaloide semelhante à nicotina), inibem a conversão de androstenediona (delta 4A) em
estrona e estradiol nas células da granulosa, ou seja, inibem uma importante via
esteroidogênica, de tal forma que mulheres fumantes apresentam níveis endógenos mais
baixos de estrogênio do que aquelas não fumantes.

2.4. Quadro Clínico

Normalmente os miomas uterinos são assintomáticos, mas em 30 a 40% dos casos


manifestam-se por sintomatologia dependente da localização e dimensões dos nódulos. A
Hemorragia Uterina Anormal (HUA) apresenta-se como a forma de hemorragia menstrual em
grande quantidade, menorragia, é o sintoma mais frequente, que caracteriza essa patologia,
(Consenso Nacional sobre Miomas Uterinos, 2017).

De modo geral as mulheres que apresentam miomatose assintomática não necessitam de


tratamento clínico imediato, sendo recomendável, portanto, o acompanhamento assistencial e
exames ginecológicos de rotina. No caso de miomas volumosos com queixas de sangramento
excessivo é preciso que haja um acompanhamento com especialista (SOGESP 2017).

Quando na presença de sintomas, pode-se proceder ao tratamento farmacológico, que tem


como alternativas os mesmos medicamentos disponíveis para a redução do sangramento não
estrutural, quando há mais respostas sobre tratamento clínico, pode-se considerar um
tratamento cirúrgico, no qual a via e o tipo de abordagem dependerão do número, da
localização, tamanho do mioma e do desejo futuro de concepção. (FEBRASGO, 2017)

Uma forma eficaz e bastante procurada é a histerectomia, pois representa o tratamento


definitivo, estando indicada em mulheres com prole definida e mioma sintomático, acarreta
também riscos significativos, sobretudo hemorragia e infecção, e encerra definitivamente a
vida reprodutiva da paciente (SOGESP, 2017).

Em outros casos, o mioma pode causar também dor pélvica, sangramento uterino anormal e,
quando ele se instala na entrada dos tubos uterinos e impede a passagem do espermatozoide,
pode causar também dificuldade para engravidar. Porém, a miomectomia aparece de forma
silenciosa, o mioma é alimentado pelo hormônio estrogênio, isso interfere nos grupos de
risco, a probabilidade de ter um problema maior em mulheres com mais de 35 anos, aquelas
que não tomam pílula anticoncepcional e que nunca tiveram filhos, justifica porque as que já
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tiveram filhos menstruam menos e assim produzem menos estrogênio para alimentar o tumor
( FARIA et al, 2008).

2.5. Classificação de Mioma Uterino

Segundo MUNRO MG et al., Vilos G (2015) OS miomas são classificados no sistema FIGO
em dois tipos de considerações distintas: quanto ao seu número (se são únicos ou múltiplos) e
quanto à sua localização anatómica em relação à camada muscular uterina (subserosos,
intramurais ou submucosos são as principais categorias). Submucosos situam-se por baixo do
endométrio, podendo em alguns casos crescer para o lúmen uterino. Os intramurais estão
situados na espessura do miométrio enquanto que os subserosos se localizam, como o nome
indica, por baixo da membrana serosa. Estes últimos podem tornar-se pediculados,
confundindo-se com um tumor do ovário, sendo que quando adquirem a irrigação de outros
órgãos intra-abdominais e perdem a irrigação sanguínea proveniente do útero, ocorre atrofia
com reabsorção do pedículo passando esta massa a chamar-se de mioma parasita

2.6. Diagnóstico de Mioma Uterino

O diagnóstico exacto do tamanho, número e localização dos miomas é fundamental para que
as doentes tenham acesso ao tratamento e acompanhamento mais adequado para cada caso.

2.6.1. Exame clínico

Segundo o TAVARES, AMARAL, et al (2011), anamnese é, por si só, sugestiva da existência


de mioma. No entanto, é o exame ginecológico com toque bimanual que o permite identificar.
Este diagnóstico tem por base o aumento do volume uterino ou a existência de tumefacção na
região hipogástrica. A tumefacção apresenta uma consistência duro-elástica sendo geralmente
indolor e de contornos irregulares. O exame manual permite a identificação de miomas com
mais de 12 a 20 semanas e funciona bem na maioria das mulheres, mesmo nas obesas (IMC>
30), não sendo necessário o exame ultrassonográfico quando o diagnóstico é praticamente
certo. No entanto, apesar deste método ser bom para miomas subserosos: Activadades
negativamente afectadas pelos sintomas intramurais, os miomas submucosos necessitam de
exames complementares como por exemplo sonografias por infusão salina

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(histerossonografia), histeroscopia ou uma ressonância magnética para um diagnóstico
definitivo.

2.6.2. Exames imagiológicos

De acordo o Castello(2017), as técnicas imagiológicas disponíveis para confirmar o


diagnóstico de mioma incluem ecografia pélvica abdominal/transvaginal, sonografia por
infusão salina, histeroscopia e ressonância magnética. A ecografia transvaginal é o gold
standard para avaliação da cavidade pélvica. É um exame acessível, não invasivo, de baixo
custo, sem radiação e que é útil na distinção entre miomas e outras condições pélvicas. Apesar
da ecografia transvaginal apresentar maior acuidade diagnóstica deve ser complementada com
a ecografia abdominal, sobretudo na presença de úteros volumosos. Esta técnica apresenta
limitações no que diz respeito à determinação exacta do número e posição dos miomas sendo
no entanto, razoavelmente fiável para úteros de tamanho inferior a 375 ml e que contêm
número igual ou inferior a miomas. Ecograficamente a aparência dos miomas pode variar
mas, normalmente, estes apresentam-se como massas simétricas, arredondadas, bem
delimitadas, hipoecogénicas, heterogéneas e com vascularização em halo. A
histerossonografia tem por base a inserção de soro fisiológico na cavidade uterina para
proporcionar um melhor contraste e definição de miomas submucosos, pólipos, hiperplasia
endometrial e carcinomas.

A Ressonância magnética tornou-se um meio complementar da ecografia superando algumas


limitações técnicas desta. Além de ser o melhor método no diagnóstico diferencial com
adenomiose, leiomissarcoma e massas anexiais é a modalidade mais precisa no diagnóstico,
mapeamento e caracterização dos leiomiomas. Sendo excelente para avaliação do tamanho,
posição e número de miomas é também a melhor técnica para avaliação da penetração dos
miomas submucosos no miométrio. As vantagens deste método incluem a independência face
às técnicas do operador, não ser um exame invasivo e a baixa variabilidade na observação e
na interpretação das imagens. Como desvantagens há-de referir a maior dificuldade de acesso
e o elavado custo, pelo que se deve considerar apenas indicado em situações particulares. As
suas principais indicações são a dificuldade no diagnóstico diferencial entre patologia benigna
e maligna, mapeamento de miomas múltiplos, selecção para miomectomia via laparoscópica e
avaliação prévia a tratamento destrutivo dos miomas.

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A histeroscopia é um procedimento endoscópico que avalia a cavidade uterina por recurso a
um sistema óptico. O histeroscópio é introduzido através da vagina até ao canal cervical e à
cavidade uterina e, ao mesmo tempo, é feita uma distenção local usando um meio líquido.
Sendo uma técnica invasiva, apresenta a melhor sensibilidade no diagnóstico diferencial entre
pólipo e mioma submucoso, permitindo no mesmo acto o tratamento. Esta técnica está contra-
indicada na gravidez, nos casos de infecção aguda e não deve ser realizada perante uma
hemorragia activa

2.7. Tratamento de Mioma

Segundo Picon, et al, 2013, o tratamento para mioma uterino consiste na sua localização, no
seu tamanho e nas suas manifestações clinicas. Dessa forma, é preciso que haja atendimento
individualizado para que a mulher acometida seja avaliada holisticamente numa consulta, para
saber seus planos obstétricos, ver a probabilidade de progressão e regressão da patologia e
descobrir a extensão através das suas queixas e também por exames que irão evidenciar o grau
do mioma.

Existem inúmeras formas de se tratar a patologia em questão, porém os tratamentos mais


realizados são: cirúrgicas e medicamentosas, que dependerá exclusivamente da extensão e
sinais clínicos do mioma. Para se adotar tal conduta, é preciso saber a sua sintomatologia, pois
através dessa informação a terapêutica irá ser realizada individualmente. Quando o indicativo
for a terapêutica medicamentosa, dar-se para mulheres que não podem ser submetidas a
tratamentos invasivos como a cirurgia, a vantagem desse método é a não exposição do
paciente aos riscos da cirurgia e também preservação do útero e quando o indicativo for
cirúrgico, pode ser realizado tanto a histerectomia que é a retirada do útero e cessa todo e
qualquer sintoma, a miomectomia consiste na ressecção do mioma, que é uma opção para
mulheres que não aceitam a perda do órgão ou pensam em engravidar, porem existe uma
enorme desvantagem que é o reaparecimento do mioma, o mesmo pode vim a se desenvolver
novamente, e possui também abalação endometrial, miolise e embolização das artérias
uterinas que são procedimentos alternativos e resolutivos (MENEGARDA, et al, 2013).

Mulheres que são diagnosticadas com miomas assintomáticos, não requerem tratamento, seja
ele cirúrgico ou terapêutico e sim de exames ginecológicos com periodicidade. É de suma
importância a realização desse acompanhamento para que haja o controle do tamanho do
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mioma, pois caso venha a crescer, possa ser que surjam sintomas que necessitem de
tratamento, pois quando o seu volume é ultrapassado o mioma comprime a região da
uretra,dando início as dores pélvicas e hemorragias (CHAVES, et al, 2007).

Portanto,a orientação, digo o acompanhamento é realizado anualmente e a depender das


queixas a visita ao ginecologista dá-se a cada seis meses. As mulheres que possuem miomas
sintomáticos com sinais clínicos de algia e hemorragias, necessitam de visitas frequentes para
maiores esclarecimentos enquanto a escolha da intervenção, para ficarem cientes enquanto a
evolução ou regressão da doença (CHAVES, et al, 2007)

2.8. Mioma Uterino na gravidez

Durante a gravidez, a prevalência estimada dos miomas situa-se entre 2,7 e 12,6%. No que diz
respeito ao seu padrão evolutivo, evidências demonstram que não existe claramente um
padrão de evolução linear destas formações durante a gravidez, mas sim variabilidade de
mulher para mulher. Estudos têm demonstrado que o crescimento miomatoso na gravidez, a
decorrer, ocorre sobretudo nos primeiros três meses da mesma. Uma fração considerável das
grávidas com leiomiomas tem uma gestação sem complicações, existindo um bom
prognóstico para esta condição na maioria dos casos verificados. Contudo, várias
complicações podem ocorrer, tais como aborto (precoce ou tardio), parto pré-termo, má
apresentação fetal, descolamento de placenta, hemorragia pós-parto e risco superior de parto
por cesariana. Convencionalmente e de acordo com os conhecimentos médicos transmitidos
ao longo dos tempos, a miomectomia durante a gravidez é uma técnica que tem sido evitada,
dados os riscos inerentes a esta intervenção. Contudo, um número cada vez maior de estudos
de caso parece indicar que este procedimento, aplicado em circunstâncias muito específicas,
durante a gestação ou per-cesariana, pode ser uma opção viável para casos nos quais os
miomas uterinos acarretam risco significativo de complicações. A miomectomia durante a
gestação é, de um modo geral, apresentada como uma prática excecional para terapêutica de
algumas destas situações, nas quais a intervenção cirúrgica parece ser a única solução
adequada, (Gupta J.2014)

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2.9. Impacto da assistência de enfermagem na qualidade de vida das mulheres com
Mioma Uterino

Frente ao cenário da leiomioma a enfermagem torna-se peça de fundamental, pois pode actuar
de maneiras diferentes sobre essa temática, ou seja, essa categoria pode fornecer orientações
quanto ao diagnóstico, tratamento e orientações referente ao tumor, não deixando de citar
sobre assuntos referentes aos cuidados pré e pós-operatórios, reposição de líquido em resposta
a consequentes perdas sanguíneas e também esclarecer as dúvidas das mulheres e seus
acompanhantes. Vale ressaltar que a assistência de enfermagem eficaz e qualificada
proporciona às mulheres que possuem miomas uterinos, resultados benéficos em seu aspecto
emocional e físico (FREITAS, 2011).

Através de sua consulta de enfermagem, tem papel importante para actuar desde o começo da
doença, a qual pode ajudar a diagnosticar precocemente a partir dos relatos dos sinais e
sintomas durante a consulta, proporcionando maiores chances de cura. Sendo assim, a
enfermagem após confirmação e análise de outros profissionais, pode intervir nas formas de
tratamento dando orientações a paciente em relação à forma de tratamento mais indicada para
seu quadro clínico (NASCIMENTO, 2016). Na atenção primária, sendo a unidade básica
porta de entrada para o atendimento, o enfermeiro com embasamento técnico e científico fará
a consulta de enfermagem, abordando a paciente e dando orientações quanto a necessidade de
realizar exame ginecológico como rotina e com isso possibilita o rastreamento de
enfermidades em sua fase inicial, o que possibilita o melhor tratamento (NASCIMENTO,
2016).

Segundo Almeida( 2015), as pacientes que possuem esclarecimentos sobre a doença, as que
são orientadas quanto a redução dos sintomas e as que são informadas em relação aos diversos
tipos de tratamento que existem, possibilita a minimizar a ansiedade e os medos da paciente,
trazendo em paralelo sua capacidade de discutir com seu médico e escolher o tratamento.

Os esclarecimentos acerca da doença, especialmente de que se trata de uma neoplasia


benigna; orientações para a minimização de sintomas; cuidados no pré, trans e pós-operatório
e informações acerca dos vários tipos de tratamento existentes podem reduzir o desconforto,
os medos e a ansiedade da mulher, ao mesmo tempo em que pode torná-la mais capacitada a
discutir com o seu médico a opção de escolha de um tratamento, e não apenas aceitar o que

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lhe for imposto. O enfermeiro pode, portanto, aliviar sofrimentos e aumentar a autonomia da
mulher diante de um quadro de leiomiomatose (ALMEIDA, 2015).

Dessa forma diante do aumento preocupante dos casos e da escassez de publicações sobre o
tema, torna-se imprescindível aprofundar o conhecimento sobre o mioma uterino e suas
possíveis consequências que interferem na qualidade de vida das pacientes. Com isso, será
possível delinear ações de educação e saúde, bem como avaliar a qualidade da assistência,
reunindo condições favoráveis para a promoção da saúde da mulher de forma holística. A
presente pesquisa expandiu a compreensão, sobre mioma uterino e a participação da
enfermagem na assistência e na abordagem da temática, promovendo e contribuindo para o
cuidado a saúde, tendo em vista favorecer uma melhor qualidade do atendimento oferecido a
população feminina.

Fica claro que, além da limitada produção científica, esta não expressa o conhecimento da
enfermagem, mas sim da área médica. Sinaliza-se para a necessidade de sensibilizar os
profissionais de enfermagem, bem como outros profissionais da equipe multiprofissional, para
o desenvolvimento de estudos sobre implicações pós-cirúrgicas da histerectomia, de modo
que possamos ampliar a produção desse saber nas mais diversas áreas. Dessa forma, espera-se
que os profissionais sejam capacitados, para perceber, detectar e resolver os imprevistos, bem
como aprimorar a qualidade da assistência reunindo condições favoráveis para a promoção da
saúde e assim desenvolver os cuidados necessários para a mulher vulnerável ao acometimento
do mioma uterino.

A Enfermagem torna-se crucial também na atuação de esclarecimento de dúvidas da paciente


sobre efeitos que podem surgir após o tratamento cirúrgico, como por exemplo, a diminuição
da libido sexual e alterações de humor com fácil irritabilidade decorrente de alterações
hormonais, uma vez que o profissional de enfermagem acompanha diariamente e tem um
contato direto com a paciente e seu acompanhante (FARIA, 2008).

3. ABORDAGEM METODOLÓGICA

Partindo da concepção de que metodologia é um conjunto de métodos e de técnicas que guiam


a elaboração do processo de investigação científica. Também é a secção de um relatório de

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investigação que descreve os métodos e as técnicas utilizadas no quadro dessa investigação
(Fortin, 1999). Neste capítulo são aflorados os seguintes pontos:

3.1. Tipo de método


Segundo Demo (2000), Método científico é um onjunto de procedimentos adoptados com o
propósito de atingir o conhecimento. Quanto abordagem utilizará-se o método hipotético-
dedutivo e quanto o procedimento utilizará-se o método observacional que visa examinar o
tema selecionado de modo a observar todos factores que o influenciam.

3.2. Tipo de pesquisa


Pesquisa científica é um procedimento racional e sistemático com objectivo de promover
respostas para indagações propostas (Santos, 1999). No entanto quanto a natureza adoptará-se
a pesquisa básica, quanto aos objetivos adoptará-se pesquisa exploratória e descritiva e
quanto ao procedimento técnico adoptará-se a pesquisa de levntamento bibliográfica e com
abordagem mista, isto é, qualitativa e quantitativa, servindo-se de técnicas estatísticas.
De acordo com Gil (2002), a pesquisa descritiva tem como objectivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenómeno, ou então o estabelecimento de
relações entre variáveis. Enquanto a pesquisa exploratória visa proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito e garantir o
aprimoramento de ideias.

3.2. Campo de acção


O trabalho terá como campo de acção Hospital materno-Infntil LIEPEY, na secção de
Internamento/Maternidade.

3.3. População

A população é o conjunto de elementos que satisfazem os critérios de selecção precisamente


definidos e para os quais o investigador deseja fazer generalizações (Fortin, 1999). Utilizará-
se como população 14 profissionais e 20 pacientes do Hospital Materno-Infantil LIEPEY na
secção de Internamento/Maternidade.

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3.4 Amostra
Segundo Fortin (1999), a amostra, ou população amostral, é uma parte do universo escolhido
seleccionada a partir de um critério de representatividade.Utilizará-se amostragem não
probabilística intencional, no entanto utilizará-se como amostra da investigação 9
profissionais e 11 pacientes internadas com Miomas Uterino no Hospital Materno-Infantil
LIEPEY.

3.5. Critério de inclusão e exclusão

Inclusão: Todas mulheres internadas com Diagnóstico de Mioma Uterino no Hospital


Materno-infantil.
Exclusão: Mulheres atendidas cuja a condição não esteja relacionada com os elementos
contidos no critério de inclusão.

3.6. Procedimentos de recolha de dados

Para a realização de recolha de dados inicialmente deve-se a aprovação feita pelo comité de
ética do Instituto Técnico de saúde do Namibe. Desta feita solicitaremos uma credencial que
nos permitirá fazer a recolha de dados no hospital Materno-Infantil, onde a nossa petição
diante da direcção geral foi respondida com êxito.

A colheita de dados realiza-se segundo um plano pré-estabelecido, recolhendo-se informações


junto dos pacientes e profissionais de enfermagem. Um questionário é um conjunto de
enunciados ou de questões que permitem avaliar as atitudes, as opiniões e colher qualquer
outra informação junto dos sujeitos (Fortin, 1999). Entrevista é uma conversa entre duas ou
mais pessoas, entre o entrevistador e o(s) entrevistado, onde perguntas são feitas pelo
entrevistador de modo a obter informações necessárias por parte do entrevistado. No presente

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trabalho Os dados serão recolhidos mediante a aplicação de uma entrevista e inquérito ou
questionário semí-estruturado, constituído maioritariamente por perguntas fechadas.

3.7. Processamento de dados

A etapa seguinte à recolha de dados, é a de proceder à sua organização e análise. Assim


sendo, para o processamento de dados realizar-se-à uma base composta pelos programas
informáticos Microsoft Office Excel 2010 e Word 2010.

3.8. Principais variáveis

As variáveis ou atributos são as características dos sujeitos num estudo. Esta informação serve
para traçar um perfil das características dos sujeitos da amostra (Fortin, 1999). No presente
trabalho as variáveis estudadas limitam-se às sócio-demográficas: idade, moradia, nível
acadêmico, económico e social.

3.9. Princípios éticos

De acordo com Fortin (1999), a ética é o conjunto de regras que regem o carácter moral do
processo de investigação. Assim sendo, nesta investigação foram respeitados os seguintes
princípios: O direito à autodeterminação, definido como, respeito pelas pessoas, em que elas
decidem livremente sobre a sua participação na investigação.

O direito ao anonimato, que respeita a confidencialidade e consiste em que todos os dados


pessoais não possam ser divulgados ou compartilhados sem autorização do sujeito.

O direito a um tratamento justo e equitativo, reservando ao inquirido o direito de ser


informado sobre a natureza, o fim e a duração da investigação para qual é solicitado.

4. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES E DE CUSTOS

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O Cronograma de actividade permite dimensionar as etapas do desenvolvimento da pesquisa,
no tempo disponível para sua execução, normalmente são divididos em meses. Quanto
Cronograma de custos, distribuí todos os gastos previstos com a pesquisa, tanto em relação ao
pessoal quanto ao material. Vide a seguir os exemplos:

4.1. Cronograma de actividades

ATIVIDADES/PERÍODOS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul


1 Levantamento de literatura X
2 Montagem do Projeto X X
3 Coleta de dados X X
4 Tratamento dos dados X X
5 Elaboração do Relatório Final X

6 Revisão do texto X
7 Entrega do trabalho X
4.2. Cronograma de custos ou Orçamento

Descrição Quantidade Custos Valores


Computador 7 000,00
Revisão Linguística 10 000,00
Outros Investigadores 7 000,00
Sub-Total1 24 000,00
Materiais Básicos
CD´s 3,00 400,00 1 200,00
Pen drives 1,00 3 500,00 3 500,00
Tinteiros 3,00 4 000,00 12 000,00
Resma 2,00 1 800,00 3 600,00
Sub-Total2 20 300,00
Serviços Gráficos
Fotocópias 3,00 4 500,00 13 500,00
Encadernação 3,00 1 300,00 3 900,00
Sub-Total3 17 400,00
PRESSUPOSTO TOTAL 79.100,0
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Castello, R; Barbosa, C.P. Bussamra, C.A.L.; Associação de Obstetrícia e Ginecologia do


Estado de São Paulo,(SOGESP,2017) Congresso Paulista de. Obstetrícia e Ginecologia.

GIL, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4ª ed.). São Paulo: Atlas.

TAVARES, AMARAL, et al 2011. Rev Med Minas Gerais MIOMAS UTERINOS.

NASCIMENTO, Mirelly Naiara Batista. et al. Revisão literária: aspectos clínicos do mioma
uterino. Anais 2016: 18ª Semana de Pesquisa da Universidade Tiradentes. “A prática
interdisciplinar alimentado a Ciência”. 24 a 28 de outubro de 2016. ISSN: 1807-2518

Costa A. Massa pélvica; Manual de ginecologia. 2009; Vol I; Cap

Consenso sobre Contracepção 2011. Sociedade Portuguesa de Ginecologia; Sociedade


Portuguesa da Contracepção; Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução.

ALVES, C.G. OLIVEIRA, R.K. Desvelando a Assistência de Enfermagem a


PacienteAcometida por Mioma Uterino: Revistas Conbracis; Universidade Federal de
Campina Grande,2017.

FARIA, J; GODINHO, C; RODRIGUES, M. Miomas Uterinos-Revisão da literatura, Acta


Obstet Ginecol Porto. 2008;2(3):131-142

FREITAS, F; MENKE, C, H; RIVOIRE, W, A; PASSOS, E, P. Rotinas em Ginecologia. 6. Ed.


São Paulo: Artmed, 2011. Cap. 9. P. 135-143.

BARROS, Renato Dias de. mioma do útero. In: BASTOS, Álvaro da Cunha. Ginecologia. 11.
ed. São Paulo: Atheneu, 2006. Cap. 28. p. 250-259

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6. ANEXOS

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Site: https://images.app.goo.gl/zMHPqkFTtJtPcu3X8

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