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PROJETO INTERDISCIPLINAR

DISCIPLINA: Projeto Interdisciplinar CURSO: PSICOLOGIA


TUTORA: Anamaria de Souza Cardoso ANO LETIVO: 2º/2023

TEMA: PATOLOGIZAÇÃO NAS ESCOLAS E O IMPACTO NO Nota:


FRACASSO ESCOLAR
ACADÊMICOS: Amanda Ferraz, Bruna Santelle, Emanuelle
Rocha, Giovanna Cantídio, Giovanna Lopes, Joyce Cardoso,
Laila Maria, Silvia Rodrigues, Talita Assis

INTRODUÇÃO

É comum e se torna cada mais crescente os casos de patologização


equivocada dentro das escolas, uma das possíveis causas desse erro é a antiga
concepção de que a doença é completamente diferente da saúde. Segundo
Canguilhem (2009), a classificação é feita de maneira a "diagnosticar" como doente
toda e qualquer criança que apresente um comportamento diferente e/ou inadequado
em relação aqueles que são tidos com normais/adequados. Sendo assim é possível
afirmar que os fenômenos vitais na saúde e na doença são os mesmos, que se
diferenciam quanto a intensidade, qualquer concepção patológica é necessário antes,
um conhecimento prévio do estado normal que se corresponde visto que este ato de
medicalização.

Nesse contexto, como abordado por Collares e Moyses, (1994) a educação,


assim como todas as áreas sociais, vem sendo medicalizada em grande velocidade,
destacando-se o fracasso escolar e seu reverso, a aprendizagem, como objetos
essenciais desse processo. A aprendizagem e a não-aprendizagem sempre são
relatadas como algo individual, inerente ao aluno, um elemento meio mágico, ao qual
o professor não tem acesso - portanto, também não tem responsabilidade.

Segundo Collares; Moyses (1994) deve ser considerado a deslocação da


atenção das patologias individualizadas, para que haja a produção de melhoria da
qualidade da educação. Já que, existe todo um sistema que deve ser ocasionador
também, de todo processo.

Como se evidencia a presente afirmação, onde segundo Collares e Moyses


(1994) esse processo de medicalização ocorre em escala crescente nas sociedades
ocidentais e, na maior parte das vezes, representa a pura biologização de conflitos
sociais. Por essa visão de mundo, as circunstâncias sociais, políticas, econômicas,
históricas teriam mínima influência sobre a vida das pessoas; daí decorre que o
indivíduo seria o maior responsável por seu destino, por sua condição de vida, por sua
inserção na sociedade. O sistema sociopolítico é praticamente desresponsabilizado,
em uma concepção funcionalista bastante bem-elaborada e eficiente. Eficiente a
ponto de terminar pela culpabilização da vítima, segundo Ryan (1976 apud Collares;
Moyses, 1994), e de conseguir que a própria vítima se considere culpada. Com isso,
a patologização e o fracasso escolar, devem ser associados a fenômenos que dizem
respeito a aspectos sociais, políticos, históricos e econômicos

Conforme explicitado no trecho de (Collares; Moyses, 1994) onde notabiliza-se

A patologização da aprendizagem constitui um processo em


expansão, que se dissemina rapidamente, com grande aceitação geral. Os
pais das crianças reagem a seus resultados como se a uma fatalidade. Para
os professores, representa um desviador de responsabilidades - "Eu faço o
que posso, mas eles não aprendem:'. A instituição escolar, parte integrante
do sistema sociopolítico, legitima suas ações e suas não-ações, pois o
problema decorreria de doenças que impedem a criança de aprender.

De um lado, temos como citado por Collares e Moyses (1994) a rotulação de


crianças absolutamente normais e, de outro, encaramos uma desvalorização dos
docentes, aos quais se encontram cada vez menos apto a lidar com a quantidade de
patologias e transtornos apresentados. A criança incorpora os rótulos que a ela são
impelidos, introjetando-se a doença e contribuindo para que ela se sinta desmotivada
a estar na escola por uma dificuldade de aprendizagem.

Do outro lado, Collares e Moyses (1994) relatam que os docentes, que


deveriam ser também os responsáveis por analisar e resolver problemas
educacionais, entretanto estes assumem uma posição permissível a tudo; tornando-
se em mediadores, apenas transferindo as crianças para os especialistas da saúde
mental. Esse comportamento acalma a preocupação dos professores, não apenas por
transferir a responsabilidade, mas especialmente porque desloca as preocupações de
um âmbito coletivo para o particular. O que deveria ser objeto de mudança fica
disfarçado, mascarado pelo diagnostico singularizado, uma vez que o "erro" sempre
será encontrado no aluno. E ao final do processo encontra-se a culpabilização da
vítima e a insistência de um sistema educacional cruel, o que vem a contribuir para o
fracasso escolar.

Com base nos pensamentos de Canguilhem (2009), entende - se que a


sociedade moderna tem assistido à rotulação desenfreada de comportamentos tanto
de crianças e adolescentes quanto de adultos, independente do contexto de
ocorrência, como pertinentes à esfera da psicopatologia. Comportamentos por vezes
executados de maneira um pouco mais intensa têm sido considerados e enfrentados
como doenças de demonstrações de disfunção psíquica. O fenômeno tem ocorrido de
modo radical: doses maciças de medicação têm sido implementadas às crianças,
adolescentes e adultos, com atenção especial para as crianças, como saída para os
inúmeros problemas encontrados, enquanto diagnósticos, nos consultórios médicos,
com o objetivo de cura.

Sendo assim, assentimos então a afirmação de Canguilhem, (2009, p.11) onde


se afirma que, a doença atinge o homem, mas o mesmo pode produzir uma
modificação penetrante abrangendo todas as parcelas de sua existência.

O que o homem perdeu pode lhe ser restituído; o que nele entrou,
pode sair. Mesmo se a doença é sortilégio, encantamento, possessão
demoníaca, pode-se ter a esperança de vencê-la. Basta pensar que a doença
atinge o homem para que nem toda esperança esteja perdida.

Concluímos então que, podemos produzir o conhecimento para abandonar as


falsas defesas que são empregadas para enfrentamento da vida, e para progressão
num caminho construtivo. Um exemplo disso é quando Canguilhem (2009) faz a
alusão de quea natureza (physis), tanto no homem como fora dele, é harmonia e
equilíbrio. A perturbação desse equilíbrio, dessa harmonia, é a doença. Nesse caso,
a doença não está em alguma parte do homem. Está em todo o homem e é toda dele.
As circunstâncias externas são ocasiões, e não causas. O que está em equilíbrio no
homem, e cuja perturbação causa a doença, são quatro humores, cuja fluidez é
precisamente capaz de suportar variações e oscilações, e cujas qualidades são
agrupadas duas a duas, segundo seu contraste (quente, frio, úmido, seco). A doença
não é somente desequilíbrio ou desarmonia; ela é também, e talvez sobretudo, o
esforço que a natureza exerce no homem para obter um novo equilíbrio.

Assim sendo, conforme elucidado por quando Canguilhem (2009), toda ideia
de patologia deve sustentar-se em uma sapiência antecedente do estado normal
equivalente, mas, ao contrário, o estudo científico dos casos patológicos torna-se uma
fase imprescindível de toda análise das leis da condição normal. As investigações das
ocorrências patológicas exteriorizam ganhos vigentes e múltiplos, em relação à
sondagem experimental explicita. O processo de passagem do normal ao anormal é
mais e vagaroso e mais corriqueiro quando diz respeito á uma doença, e a volta da
condição normal, quando ocorre, abastece automaticamente uma contraprova
investigadora.

Dessa forma Collares e Moyses (1994) conclui que orientado para a


aprendizagem regular e saudável, o ambiente escolar torna-se um espaço clínico,
voltando-se para erros e perturbações. Sem se quer um avanço nos indicies de
fracasso escolar. Todavia, se as crianças continuarem com “dificuldade na
aprendizagem” isso irá se agregar a taxas do patológico e aumentar cada vez mais os
índices do fracasso escolar.

JUSTIFICATIVA

O presente trabalho se justifica na observação da necessidade de


desmistificação e rotulação de crianças e adolescentes em contexto educacional, visto
que a grande maioria dessas crianças que recebem diagnostico estão inseridas em
um meio educacional que muitas vezes nãose encontra preparadas para o manejo e
atenção adequadas e que ainda são vistos com olhos capacitistas.

Assim o interesse nessa temática surge da preocupação do impacto que


essa classificação causa na vida desses indivíduos ao longo da fase introdutória de
sua formação, e também de uma crítica à metodologia e condução do processo de
ensino - aprendizagem nas instituições, além de evidenciar os motivos que contribuem
para os altos índices do fracasso escolar entre crianças e adolescentes.

Espera-se ainda a produção de conhecimento científico nessa temática ao


entendermos sobre a importância de não colocarmos todas as crianças em formação
dentro de um transtorno ou uma doença, sem que haja realmente uma avaliação e
identificação de cada caso. Entender sobre o processo de desenvolvimento ajuda a
compreender se é patológico ou não, portanto, ao discutir-se o assunto, espera-se
trazer um olhar para além da clínica, onde aquela criança ou adolescente é visto para
mais do que um diagnóstico e torna-se possível a promoção de treinamento e
capacitações para os receberem, ou seja, um preparo não só metodológico, mas sim
também humano e acolhedor, fundamental na formação de futuros psicólogos e
profissionais relacionados.

OBJETIVO GERAL

Discutir a fronteira entre o normal e o patológico, na visão da psicologia dentro


do contexto educacional, onde abordaremos a patologização nas escolas e os seus
efeitos frente o fracasso escolar.

METODOLOGIA

Esse projeto será de natureza qualitativa que segundo José Luiz Neves em seu
artigo intitulado: pesquisa qualitativa - características, usos e possibilidades, diz que
consiste em (...) “a obtenção de dados descritivo diante o contato direto interativo do
pesquisador com a situação objeto de estudo”. e para o desenvolvimento dele será
utilizado como metodologia a revisão bibliográfica que segundo a pesquisadora
Beatriz Coelho cita em seu site, compõe-se (...)“na revisão das pesquisas e
discussões de outros autores sobre o tema que será abordado (...)” e seus subsídios
teóricos que serão relacionados ao tema e utilizados como base para a discussão e
argumentação.

Serão utilizados inicialmente como materiais os textos do livro "O normal e


patológico" de George Canguilhem e o artigo "As transformações do espaço
pedagógico em espaço clínico" por Cecília A. L. Collares, de 1994.

Sendo assim, será utilizado como padrão de seleção para o desenvolvimento


desse trabalho a busca de informações bibliográficas e suas discussões e buscar a
relação dos textos com a realidade educacional brasileira. Será utilizada com base em
dados, artigos ou livros na língua portuguesa disponibilizados no meio virtual do banco
de dados do google acadêmico e biblioteca virtual da instituição de ensino dos
acadêmicos, e selecionados por meio das palavras-chave: patologização nas escolas,
medicalização, fracasso escolar, educação, psicologia escolar.

Espera-se desenvolver como produto final deste trabalho uma cartilha digital,
que será divulgada em formato de post nas redes sociais e disponibilizada para o
público com o intuito de conscientizar a população acerca da patologização nas
escolas e seus efeitos.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A alta dose de medicalização nas escolas tem sido um dos motivos que
contribuem para o fracasso escolar, visto que o ato de medicalizar os alunos e
encontrar neles problemas de cunho patológico tiram os alunos das escolas e ainda
conforme Moyses e Collares (1994) “o processo de ensino-aprendizagem iria muito
bem, não fossem os problemas existentes nos que aprendem”. Na tentativa de
patologizar uma criança, dando um diagnostico que seria para ajudá-lo no seu
desenvolvimento escolar, é ignorado todos os outros fatores que contribuem para o
fracasso escolar, como o fator socioeconômico, relações familiares e a própria escola.
É preciso voltar nossos olhos para outros aspectos além do fracasso escolar,
eliminando de forma gradativa aquilo que vem trazendo dificuldades para a vida
escolar do aluno, e assim, por consequência, diminuir o número de diagnósticos
errôneos em crianças em idade escolar. É notório o quanto a patologização é um
problema e atrapalha o desenvolvimento da criança e adolescente. Segundo Garrido
e Moysés (2011, p. 150), “Medicalizar significa definir, em termos médicos, problemas
sociais e buscar sua origem na biologia. “Dando continuidade ao sentido do termo, o
processo de medicalização individualiza, biologiza e naturaliza os problemas
coletivos. Assim, quando um problema social se transforma em problema médico, a
dimensão da ação desaparece e o foco passa a ser problema internos em seus
organismos buscando explicações das manifestações individuais na matriz biológica.

Sobre a patologização nas escolas e a medicalização, podemos afirmar,


segundo Scarin e Souza (2020), que:

Questionam, portanto, uma visão diagnóstica que


desconsidera a escola, os processos de aprendizagem, as
relações intersubjetivas presentes na constituição do
conhecimento e que geram o desenvolvimento humano. Os
estudos revelam os fundamentos teórico-metodológicos de
compreensão do processo de aprendizagem, das formas de
apropriação da leitura e da escrita, baseados em concepções
histórico-culturais e que possibilitam compreender a dimensão
biológica como constitutiva do humano nas suas relações de
aprendizagem. (Scarin, A. C. C. F., & Souza, M. P. R. D. 2020).

A medicalização nas escolas não é um assunto isolado, ele sempre foi


abordado pelos profissionais e até mesmo pelos pais. Na atualidade podemos notar
uma escala crescente da medicalização. Para Collares (1994), existe uma tentativa
de justificar um problema social e político através da patologização de crianças que
fogem dos padrões ideais impostos pela sociedade. Um dos exemplos que podemos
citar é justificar a não-aprendizagem por fatores externos, como: desnutrição e
distúrbios de aprendizagem. Devemos considerar esses fatores como relevantes para
o aprendizado das crianças, mas na maioria dos casos esse discurso é usado como
justificativa da não-aprendizagem ou dificuldade das crianças nas escolas, a fim de
culpabilizar a criança, ao invés de oferecer meios para seu aprendizado, pois
conforme afirmam Moyses e Collares (ano) “parece que a única preocupação consiste
em encontrar ‘diagnósticos’ que expliquem, justifiquem o não aprender”. Contudo,
segundo Cord, et al. (2015), pais, sociedade e escolas são os responsáveis pela
educação e investigação de possíveis patologizações das crianças em questão, onde
na realidade encontramos uma divergência em sua responsabilidade. Os docentes,
em tese, são quem tomam para si tamanhas incumbências, e além dos seus deveres
educacionais, são eles que conciliam e encaminham as crianças para o profissional e
especialista dá área. As escolas vem sendo uma ativista em classificar
desenfreadamente os comportamentos de crianças, ignorando o discurso e contexto,
sendo favoráveis a patologização. Condutas diferentes do tido como “normal”, vem
sendo consideradas como um transtorno, resultando assim, no uso de medicação
indevida e em altas dosagens para o desenvolvimento infantil, na tentativa de realizar
uma “melhora” de diversos problemas.

Podemos apontar também o cenário atual das escolas no Brasil como uma das
razões que levam o aluno a perder o interesse pelos estudos, pois percebemos uma
certa defasagem com relação a infraestrutura. Podemos notar uma falta de recursos
em muitas escolas brasileiras, e de acordo com o Censo Escolar de 2022, do
Ministério da educação, uma pesquisa realizada mostra como a falta de estrutura
física adequada, de materiais e de profissionais é mais um desafio enfrentado pelos
professores das redes municipais e estaduais para dar aula. Segundo eles, as
dificuldades atrapalham atividades pedagógicas e desmotivam os alunos. Para 67%
dos profissionais da educação, os recursos financeiros recebidos foram considerados
insuficientes para as necessidades da escola. Além disso, para 50%, os recursos
pedagógicos ficaram aquém do necessário. No viés socioeconômico, existem alguns
apontamentos que também são pertinentes a serem feitos. Muitos alunos vivem em
locais distantes de suas escolas, e a locomoção se torna dificultada. O recurso que o
governo disponibiliza, que são os ônibus escolares, muitas vezes não conseguem
atingir todo o público necessário, o que acaba prejudicando a parcela que não é
atendida. Muitas famílias também vivem em situação de extrema pobreza, e a fome é
um dos fatores que mais influenciam no desempenho escolar dos alunos. Grande
parte das escolas não recebem recursos suficientes para oferecerem uma merenda
de qualidade, o que dificulta ainda mais a vida escolar dos alunos. Ainda sobre as
dificuldades de aprendizagem relacionadas com questões estruturais, voltado para as
escolas, segundo Cord, Gesser, Nunes, & Storti (2015), percebemos uma
inobservância com as classes, entre elas a ausência de um programa de reforço
extraclasse, um estudo de qualidade, uma estrutura que possa receber e acolher os
seus alunos dentre outros. Contudo, dos fatores geradores das dificuldades de
aprendizagem, se destaca que nas escolas as crianças necessitam de reforço e
visibilidade. Todavia, esse serviço não é oferecido. Portanto, evidencia-se que as
dificuldades de aprendizagem das crianças é responsabilidade de sua família, e
eventualmente, dos docentes e das escolas. Além dos fatores já apresentados para a
não aprendizagem e contribuintes para o fracasso escolar, temos como maior
destaque a patologização que está sendo um fenômeno tão exacerbado, que faz com
que os envolvidos não analisem outro contexto a não ser a criança e a família.
Segundo Collares (1994), a patologização nas escolas é utilizada como meio para
justificar a não aprendizagem. Como saber se uma criança foi mal alfabetizada ou tem
um transtorno? O fracasso escolar está muito além do aluno, mas o que importa é
rotular uma criança totalmente normal para tirar a responsabilidade dos docentes, da
sociedade e não apontar um problema político. Ao patologizar uma criança, ela se
apropria desse diagnóstico errôneo trazendo assim inúmeros problemas relacionados
à autoestima, a própria aprendizagem e trazendo assim um real transtorno para a
criança, proveniente do fracasso escolar. Sendo assim, fica evidente que existe uma
necessidade grande de se compreender todo o contexto de escolarização, ao invés
de focar somente no aluno e suas possíveis dificuldades de aprendizagem, conforme
abordado por Scarin e Souza (2020).

A cartilha a seguir, foi feita com base nos resultados e discussões e diz um
pouco sobre a patologização nas escolas de maneira mais geral e informativa:
CONCLUSÃO

Portanto, através dos estudos levantados para a elaboração deste post,


compreendemos a urgência em voltarmos nossa atenção para este fenômeno, e o
quanto ele pode trazer prejuízos para a criança e para sua família a longo prazo.

Assim sendo, a partir de todo estudo bibliográfico realizado, discussões e


reflexões realização em conjunto com o grupo, compreende-se de forma clara e
objetiva que a patologização e a medicalização precoce são fatores prejudiciais ao
desenvolvimento em escolar. Além disso, percebe-se que os fatos que levam ao
fracasso escolar não são somente de cunho patológico, mas também de cunho social
e político, envolvendo pais, professores e governantes.

Tendo em mente essa afirmativa, fica claro a necessidade de conscientização,


de discussões e debates acerca do assunto junto a entidades e familiares
responsáveis pelo desenvolvimento escolar das crianças e adolescentes.

Compreendendo tal necessidade, os dados encontrados com esse estudo


foram utilizados para publicada em post na rede social da própria universidade, a fim
de difundir essa informação e levar o conhecimento de forma sucinta de fácil
compreensão a todos os seguidores e não apenas aos que já estão inteirados no
assunto.

Por fim, diante de todo exposto, conclui-se que diante do baixo rendimento
escolar, deve-se analisar todos os aspectos que envolvem a criança, como condição
socioeconômica e contexto familiar, dessa forma é possível minimizar os efeitos da
patologização e da medicalização precoce e consequentemente do fracasso escolar.
Referências

Canguilhem, G., O normal e o Patológico, 6 ed, Rio de Janeiro, Forense


Universitária, 2009.

COLLARES, Cecília Azevedo Lima; MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso. A


transformação do espaço pedagógico em espaço clínico: a patologização da
educação. Série ideias, v. 23, p. 25-31, 1994.

CORD, Denise et al. As significações de profissionais que atuam no Programa


Saúde na Escola (PSE) acerca das dificuldades de aprendizagem: patologização e
medicalização do fracasso escolar. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 35, p. 40-53,
2015.

SCARIN, Ana Carla Cividanes Furlan; SOUZA, Marilene Proença Rebello de.
Medicalização e patologização da educação: desafios à psicologia escolar e
educacional. Psicologia Escolar e Educacional, v. 24, 2020.

PROFESSORES apontam falta de estrutura e de recursos em escolas públicas


do país. Folha de S. Paulo, 2023. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2023/05/professores-apontam-falta-de-
estrutura-e-de-recursos-em-escolas-publicas-do-
pais.shtml#:~:text=Os%20dados%20s%C3%A3o%20do%20Censo,e%20estaduais%
20para%20dar%20aula. Acesso em: 14 de novembro de 2023.

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