Você está na página 1de 3

DA SILVA, M. G. C.

MUDANÇA POSSÍVEL: DA GRAMÁTICA NORMATIVA À


ANÁLISE LINGUÍSTICA. Web Revista SOCIODIALETO, V. 8, nº 22. Abr/jun 2017

“Na prática tradicional do ensino de gramática predomina a autoridade do professor, que


exige atitude receptiva dos alunos enquanto transmite as normas, os conceitos e
nomenclaturas em forma de verdade absoluta e de modelo único. Sem exageros, é fácil
constatar que muitas destas práticas fazem parte da rotina das escolas e ainda são defendidas
por muitos professores”. (DA SILVA, 2017. p 193)

Nesse viés, o ensino de gramática como única norma se torna frequente nas escolas. O uso da
gramática ensinada como única forma correta deixa no ensino alguns pontos negativos aos
alunos como o julgamento daqueles que falam diversas variações que para alguns é
considerada errada, pois o que prevalece é a norma da gramática.

“Os pontos principais da proposta da Análise Linguística para o ensino da Língua Materna
mostram que o aluno tem capacidade de refletir, analisar e pensar sobre os fatos e os
fenômenos da linguagem, além de afirmarem que a linguagem é capaz de referir-se a si
mesma por intermédio de atividades epilinguísticas e metalinguíticas.” (DA SILVA, 2017. p
194)

Ensinar gramática nas escolas deve partir de vários pressupostos linguíticos e de teorias
diversas também. Os alunos devem ser ensinados a partir de noções de regras gramaticais
diversas e não somente a normativa como algo insubstituível.

“Os Parâmetros apontam para a necessidade de a escola possibilitar ao aluno conhecer e


valorizar as diferentes variedades do português e também levá-lo ao domínio apropriado da
leitura e da escrita, relacionando-as à oralidade quando necessário”. (DA SILVA, 2017. p
196)

Nossa língua possui variedades linguísticas diversas que são percebidas e valorizadas a partir
de um ensino coeso. Isso também vai possibilitar ao aluno que ele não pratique o preconceito
linguístico, visto que, terá tanto o ensino da norma culta como o ensino em outros aspectos da
linguagem.

“ VERBOS

A todo o momento estamos praticando uma ação, como ler, pular, brincar, passear. E durante
esses momentos em que fizemos algo manifestamos nossos sentimentos, nosso estado de
espírito de diversas maneiras, tais como: alegres, tristes, cansados, eufóricos, entre outras”.
(DA SILVA, 2017. p 198)

Nesse aspecto de uma aula por método tradicional de gramática fica nítido a intenção do
professor (a) em apresentar o conceito verbal em seus tempos, modos e conjugações e como
se faz a utilização deles dentro de textos e frases.

“Refletir sobre as ações feitas pelo eu-lírico (verbos), analisando os sentidos que estes
exprimem no contexto de produção, fazendo questionamentos como: Que palavras mostram
as ações que foram feitas pelo eu-lírico? O que essas ações evidenciam sobre ele?” (DA
SILVA, 2017. p 206)

Nessa perspectiva de ensino de verbos dentro de uma análise linguística seria muito mais
proveitosa aos alunos, pois ao apresentar o gênero música no eixo leitura e escuta logo depois
eles iam identificar os verbos que podiam já ter visto em aulas anteriores com o ensino de
gramática normativa. Percebe-se a participação dos alunos na aula fazendo, assim, uma aula
comunicativa entre alunos e educador.

“A forma rápida como a educadora introduz os conceitos gramaticais pode ser vista como um
ato de reconhecimento da autoridade da gramática tradicional (...). Seguindo as orientações da
professora, os alunos são levados a pensar que determinadas palavras sempre desempenham
função de verbo” (DA SILVA, 2017. p 209)

Nesse viés, percebemos que o educador quando parte somente do ponto do ensino da
gramática normativa tradicional faz com que essa aula se torne robotização de conteúdo, uma
vez que, o professor é detentor do saber e os alunos receptores dele. No entanto, uma aula
com foco no ensino dos verbos, mas voltada tanto ao aprendizado como também a
participação da turma faz com que essa aula seja muito mais proveitosa.

Você também pode gostar