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TRIBUNAL DE JUSTIÇA
PODER JUDICIÁRIO
São Paulo

Registro: 2020.0000925567

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1013724-77.2016.8.26.0007 e código 13318FAB.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1013724-77.2016.8.26.0007, da Comarca de São Paulo, em que é apelante/apelado

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por VICENTE ANTONIO MARCONDES D ANGELO, liberado nos autos em 12/11/2020 às 14:19 .
EXPRESSO CANTÃO MALDONADO TRANSPORTES LTDA., são apelados/apelantes
HILTON GERMANO DA COSTA (JUSTIÇA GRATUITA) e GIOVANA MEDEIRO
GERMANO (MENOR(ES) ASSISTIDO(S)).

ACORDAM, em 25ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de


São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram parcial provimento ao recurso da requerida
transportadora e negaram provimento ao recurso da autora, nos termos que constarão do
Acórdão. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores HUGO


CREPALDI (Presidente) E CLAUDIO HAMILTON.

São Paulo, 12 de novembro de 2020

MARCONDES D'ANGELO
RELATOR
Assinatura Eletrônica
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São Paulo

Recurso de Apelação nº 1013724-77.2016.8.26.0007.

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Comarca: São Paulo – Foro Central Cível.
44ª Vara Cível.
Processo nº 1013724-77.2016.8.26.0007.
Prolator ( a ): Juíza Sheyla Romano dos Santos Moura.
Apelante ( s ): Expresso Cantão Maldonado Transportes

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Limitada; Hilton Germano da Costa e outra.
Apelado ( s ): Expresso Cantão Maldonado Transportes
Limitada; Hilton Germano da Costa e outra.

VOTO Nº 48.897/2020.--

RECURSO – APELAÇÃO CÍVEL – ACIDENTE DE TRANSITO


– COLISÃO TRASEIRA ENTRE MOTOCICLO E CAMINHÃO
- VIA PÚBLICA URBANA – RESPONSABILIDADE CIVIL
EXTRACONTRATUAL - REPARAÇÃO DE DANOS
MATERIAIS E MORAIS – AÇÃO DE COBRANÇA.
Requerentes informam a ocorrência de abalroamento de motociclo
e caminhão de titularidade dos requeridos, causando danos
materiais e morais em virtude de morte da esposa e genitora,
respectivamente. Sentença de parcial procedência para condenar a
transportadora requerida ao pagamento de danos materiais, lucros
cessantes e danos morais. Irresignação da requerida defendendo o
afastamento da condenação e dos requerentes pleiteando a
majoração da condenação material, além dos honorários
sucumbenciais. Prova nos autos da dinâmica do acidente pela qual
o motociclo conduzido pelo requerente foi abalroado na parte
traseira pelo caminhão de titularidade da requerida, resultando
danos físicos de natureza grave à passageira da garupa, que veio a
óbito. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, cabe ao
condutor guardar distância de segurança frontal entre o seu e os
demais veículos da via, considerando-se a velocidade, as
condições do local e a possibilidade de interrupções do fluxo dos
veículos que seguem a sua frente. Dinâmica do acidente a
evidenciar falta de observação do dever de cuidado objetivo de
distância frontal previsto no Código de Trânsito Brasileiro.
Ausência de prova em contrário pela requerida. Valor da
condenação moral reduzido, eis que estipulado em montante
exagerado, distante do valor admitido pela Turma Julgadora.
Pensão mensal vitalícia que não é devida, ausente prova de
decréscimo dos rendimentos dos requerentes em função do
acidente. Fixação da verba sucumbencial que se denota suficiente
a remunerar o labor profissional empregado. Pleito de majoração
da verba indenitária descabido. Procedência parcial. Sentença
parcialmente reformada. Recursos de apelação da transportadora
procedente em parte para reduzir o valor da reparação moral, sem
reflexo nas verbas sucumbenciais, negado provimento ao adesivo

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 2/11


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dos requerentes.

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Vistos.

Cuida-se de ação de reparação de


danos materiais e morais ( fundada em acidente de veículo ),

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julgada procedente em parte pela sentença de folhas 442/447
condenada a requerida roprietária do veículo ao pagamento de
danos materiais de R$ 1.124,00 ( mil, cento e vinte e quatro reais ),
corrigidos monetariamente do dessembolso e com juros de mora do
desembolso, além de danos morais de R$ 780.000,00 ( setecentos e
oitenta mil reais ), corrigidos monetariamente da sentença e com
juros de mora da citação. Sucumbente em maior grau, a requerida
deverá arcar com custas, despessas processuais e honorários
advocatícios no importe de 10% ( dez por cento ) sobre a
condenação. A lide secundária movida contra seguradora foi julgada
procedente, condenada a deunciada a ressarcir à requerida os
valores dos danos materiais morais, nos limites da apólice.

Inconformadas, recorrem ambas as


partes.

A transportadora requerida
pleiteando a reforma do julgado ( folhas 458/471 ). Alega, em
suma, ausência de prova da dinâmica dos fatos, impossível averiguar-
se se houve colisão traseira contra o motociclo em que se encontrava
o requerente Hilton e a vítima fatal. Apregoa culpa exclusiva da
vítima, ao parar motociclo de forma transversal à via, em local
proibido. Narra que era impossível a visualização do motociclo pela
cabine do caminhão. Suscita excesso na fixação dos danos morais.
Pede a improcedência da ação; e, alternativamente, seja
reconhecida culpa concorrente do requerente com redução do
“quantum” condenatório.

Os requerentes recorre de forma


adesiva ( folhas 492/502 ). Alegam, em suma, o direito a percepção
de pensão alimentícia, pois havia relação de dependência econômica
em relação a ambos os autores. Pleiteiam a majoração da verba

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 3/11


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honorária sucumbencial e a condenação solidária da seguradora

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litidenunciada.

Recursos tempestivos, devidamente


processados, preparado o da requerida ( folhas 472/474 ) não

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preparado o dos requerentes devido à concessão da justiça gratuita e
oportunamente respondidos ( folhas 480/489, 505/512, 525/529 e
530/538 ), subiram os autos.

Devidamente intimada para oferta de


parecer, a Procuradoria Geral de Justiça declinou, em razão da
maioridade da correquerente Giovana ( folha 658 ).

Manifestações de ambas as partes


opondo-se à realização do julgamento virtual ( folhas 544/546 ).

Este é o relatório.

Presentes os demais requisitos legais


de admissibilidade positivo, conhecem-se dos recursos.

Cuida-se de ação pela qual os


requerentes narram danos materiais, lucros cessantes e danos morais
decorrentes de acidente de trânsito, ocasião em que o motociclo
conduzido pelo requerente Hilton e no qual se encontrava sua esposa
foi atingido por caminhão de propriedade da requerida.

Como consequência do choque, o


caminhão atropelou a garupa Rita Medeiro Germano, causando seu
óbito.

Em contestação, a requerida
defendeu que não houve colisão traseira, mas desequilíbrio do
condutor do motociclo, o que teria acarretado choque lateral.

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 4/11


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Realizada audiência para oitiva de
testemunhos, a sentença acolheu em parte os pedidos, para
condenação ao pagamento de danos materiais ( prejuízos emergentes
e lucros cessantes ) e morais, do que recorrem ambas as partes.

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Necessário, de início, a análise sobre
eventual culpa pelo acidente noticiado.

A respeito da dinâmica, o feito foi


instruído com laudo emitido pelo instituto de criminalística da
polícia militar de São Paulo, que foi produzido em sede de inquérito
criminal.

O laudo técnico indicou que houve


colisão do caminhão contra a traseira de motociclo que se
encontrava parado à frente, aguardando sinalização semafórica
para iniciar o movimento.

De seu turno, a prova oral produzida


restou inconclusiva a elucidar a dinâmica do sinistro.

Em contestação, os requeridos
defenderam que o requerido sofreu queda antes do abalroamento,
sem interferência de qualquer veículo, este o motivo da colisão.

Ora, após, no recurso de apelação,


verifia-se que a requerida alterou a narrativa, passando a assumir
que ouve colisão traseira, contra o motociclo que se encontrava
parado à frente.

Desta forma, pela nova descrição dos


fatos pela requerida, a colisão traseira restou incontroversa.

O artigo 29, inciso II, do Código de


Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 5/11
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Trânsito Brasileiro disciplina o dever de todo condutor em guardar

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distância segura lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, o
que, como visto, não se deu no caso, pois o condutor do caminhão
deixou de guardar distância segura em relação ao veículo que se
encontrava à frente, colidindo com a parte traseira do automóvel
segurado.

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O Código não disciplina que
distância é essa, mas, para os especialistas em trânsito, distância
correta é aquela que dê tempo suficiente para parar o veículo sem
atingir o da frente, mesmo em situações de emergência ou de parada
brusca, considerando-se a velocidade e as condições do local, da
circulação, do veículo e as condições climáticas.

No caso, os requeridos não se


desincumbiram da obrigação legal de demonstrar fato excepcional
que excluísse a responsabilidade pelo evento danoso.

Vê-se que conjuntamente à apelação


a requerida faz a juntada de documentação nova, consistente em
laudo fotográfico a sugestionar a posição do motociclo no momento
do acidente, o que levaria a total impossibilidade de sua visão pela
cabina do caminhão.

Ora, a documentação não pode ser


tomada como prova.

Isto porque, verificada a inovação em


sede recursal, não cabe a juntada de documentos que eram do
conhecimento da parte à época da devida instrução processual.

E mais: a verificar a hipótese de


ponto cego que impediria ao condutor do caminhão visualizar o
motociclo, o que não foi sugerido na fase de conhecimento, seria
necessária a reabertura da fase probatória, com indicação de
profissional para perícia técnica, o que não se admite neste momento
recusal, já preclusa a realização da prova.

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 6/11


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Da mesma forma que indevida a
assertiva de culpa exclusiva da vítima, não há que se falar em culpa
concorrente.

O capítulo IIII do Código de Trânsito

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Brasileiro, que trata das normas de circulação e conduta, dispõe:

“Art. 28 - O condutor deverá, a todo


momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e
cuidados indispensáveis à segurança do trânsito”.

“Art. 29 - O trânsito de veículos nas


vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas.
“(...) “II - O condutor deverá guardar distância de segurança lateral
e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao
bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as
condições do local, da circulação, do veículo e as condições
climáticas”.

Assume papel de relevo à justa


composição da lide a presunção de culpa do condutor do veículo que
seguia atrás ( no caso da presente relação processual, o veículo de
titularidade da empresa requerida), a qual, conquanto relativa “juris
tantum”, não foi elidida consoante regra de julgamento do ônus da
prova.

Por se tratar de presunção relativa,


cabe àquele que causa o acidente a ocorrência de situação
extraordinária, tal como o ingresso brusco, inopinado, repentino do
veículo que segue à frente na faixa de rolamento.

Não é este o caso dos autos.

Explica JOSÉ CARLOS BARBOSA


MOREIRA:

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 7/11


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“A pessoa a quem a presunção

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desfavorece suporta o ônus de demonstrar o contrário,
independentemente de sua posição processual, nada importando o
fato de ser autor ou réu” ( “in” “As presunções e a Prova”, “apud”
Temas de Direito Processual Civil”, 1ª ed., S. Paulo: Saraiva, 1977,
p. 60 ).

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Nem se fale que o requerente
condutor do motociclo efetuou manobra irregular ao parar
transversalmenete o motociclo em local proibido.

A uma, inexiste prova da forma como


o motociclo estacionou, se na transversal, como narrado pela
requerida.

A duas, não há prova do cometimento


de infração de trânsito pelo condutor do motociclo, ausente indício
de parada em local proibido.

A própria narrativa da requerida


indica que, no momento do acidente, outras duas motocicletas
efetuaram a parada no mesmo local, à frente do caminhão, o que
implica reconhecer que, de forma costumeira, havia parada de
motociclistas a frente dos veículos que aguardavam a abertura do
sinal semafórico, importando em verdadeira “praxis” do local,
devendo, pois, o condutor de veículo de maior porte atentar-se a tais
circunstâncias.

Por tais fatos, ao contrário do


defendido, há prova do evento acidente, bem como da conduta
imperita da requerida, não visualizando veículo de menor porte que
já se encontrava à frente na pista, causando o embate.

Os danos ao motociclo encontram-se


devidamente comprovados, inclusive com orçamentos de reparos
acostados aos autos ( folhas 47/49 ).

Em seu recurso, os requerentes


pedem seja fixada pensão vitalícia, em razão de dependência
Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 8/11
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financeira da falecida.

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Ocorre que, como bem delimitado
pela sentença, os requerentes não fazem prova do decréscimo de
rendimentos em razão do óbito, ao contrário, constando benefício
previdenciário ( pensão por morte ), no valor mensal de cera de R$

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2.160,00 ( dois mil, cento e sessenta reais ).

Desta forma, não há prejuízo a


reparar neste tocante, eis que, o valor do benefício não se afigura
inferior à contribuição da “de cujus” para o orçamento familiar,
observando-se que percebia salário mensal de cerca de R$ 880,00 (
oitocentos e oitenta reais ), conforme o indicado pelos próprios
requerentes ( folha 14 ).

É o caso, pois, de manutenção da


respeitável sentença guerreada tocante a rejeição do pensionamento
vitalício.

Passa-se à análise sobre os danos


morais.

Restou evidente que em decorrência


do sinistro os requerentes, respectivamente, marido e filha da vítima
fatal, suportaram dor íntima e abalo psicológico pela perda de ente
querido, tratando-se de dano “in re ipsa”.

O nobre Magistrado “a quo” fixou a


quantia de R$ 440.000,00 ( quatrocentos e quarenta mil reais ) em
favor do requerente Hilton e R$ 330.000,00 ( trezentos e trinta mil
reais ) em favor da requerente Giovana.

Sopesados os elementos aportados


das narrativas, como porte econômico dos envolvidos, a gravidade
da lesão, com sequelas permanentes, o transtorno e a inquestionável
dor íntima suportada pela vítima, e visando minimizar o abalo, a
quantia arbitrada deve ser mitigada, do requerente Hilton para R$
200.000,00 ( duzentos e vinte mil reais ) e a requerente Giovana para
Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 9/11
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R$ 150.000,00 ( cento e cinquenta mil reais ), mantidos, quanto mais,

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a atualização e os juros moratórios, respeitando os limites insertos
na apólice.

Desse modo, é caso de acolher em


parte o recurso adesivo para reduzir o valor dos danos morais.

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Após, os requerentes pedem
acréscimo ao valor fixado a título de honorários advocatícios.

Verificado o montante da
condenação, o percentual fixado pela respeitável sentença recorrida
de 10% ( dez por cento ) sobre o valor da condenação afigura-se
suficiente a remunerar o labor profissional envolvido, sem razão os
requerentes quando defendem arbitramento em percentual mais
elevado.

Por fim, sem razão os requerentes


quando pleiteiam a condenação solidária da seguradora a ressarcir
os danos, pois a denunciada deve ressarcir a devedora originária até
os limites da apólice contratada, ausente relação de direito junto aos
requerentes.

É o caso, pois, de manutenção da


respeitável sentença recorrida, por seus próprios e bem deduzidos
fundamentos.

De rigor a majoração prevista no


parágrafo 11 do artigo 85 do Código de Processo Civil, de 10% ( dez
por cento ) para 12% ( doze por cento ) sobre a condenação, em
favor dos causídicos do requerente.

Ainda que denegado o recurso


adesivo dos requerentes, não decorre o direito a majoração dos
honorários a favor dos patronos da requerida, pois sucumbentes na
origem.

Apelação Cível nº 1013724-77.2016.8.26.0007 - São Paulo - VOTO Nº 1 0/11


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Ante o exposto, nega-se provimento
ao recurso adesivo dos requerentes, e, em seguida, dá-se parcial
provimento ao recurso de apelação da transportadora para reduzir
o valor da reparação moral, sem reflexo nas verbas sucumbenciais,
nos moldes desta decisão.

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MARCONDES D'ANGELO
DESEMBARGADOR RELATOR

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