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BNCC

EDUCAÇÃO
INFANTIL

2019
1

ESTADO DO MARANHÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE COLINAS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANO DE ENSINO ANUAL – EDUCAÇÃO INFANTIL ‐ 2019

UNIDADE DE ENSINO__________________________________________________________________________LOCALIZAÇÃO_________________________________________________
PROFESSOR: __________________________________________________________________________TURMA: ___________________________________________________________________
ÁREA DE CONHECIMENTO__________________________________________________COMPONENTE CURRICULAR: __________________________________________________

OBJETIVO GERAL:

CAMPO DE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGENS EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIA
2
DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL (BNCC)

➢ CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

➢ BRINCAR cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

➢ PARTICIPAR ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas
pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

➢ EXPLORAR movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

➢ EXPRESSAR, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

➢ CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e
em seu contexto familiar e comunitário.

RECURSOS MATERIAIS:

➢ Espelhos, brinquedos, livros, lápis, papéis, tintas, pincéis, tesouras, cola, massa de modelar, argila, jogos os mais diversos,
blocos para construções, material de sucata, roupas e panos para brincar etc.

AVALIAÇÃO

A avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do desenvolvimento dos processos de aprendizagem das crianças;
para refletirmos sobre a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários e com o professor, auxiliando
no planejamento educativo, sem o objetivo de promoção.
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ORGANIZADOR CURRICULAR – MUNICÍPIO DE COLINAS– MA


ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
FAIXA ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)

EI01E001 Brinquedos compartilhados.

Usando cobertor.
EI01E002
Arrastar a criança sentada no cobertor. Possibilitar?

Brinquedos com texturas e formas diferentes.


EI01E003
Tocar e segurar objetos. Realizar?

Crianças Músicas gesticuladas. Interagir com a linguagem oral e gestual através


O eu, o EI01E004 da bebeteca. Explorar gestos sonoridades e movimentos de diferentes Observar o uso
de 0 a 1 natureza. do verbo, ação
outro e o do professor ou
ano e 6
nós EI01E005 Historinhas na banheira (livros de plástico). da criança?
meses
EI01E006 Varal de bexigas coloridas. Realizar? Construir? Obs: pequenos grupos

EI01E007 Pegar o bebê no colo.

EI01E008 Músicas com bola para bebês (bola grande inflável)


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ORGANIZADOR CURRICULAR – Município ‐ Colinas


ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)
Produzir ruídos (fazer pequenos ruídos de um lado e depois do outro
EI01TS01
para observar se o bebê vira a cabeça em sua direção).

Pintar papéis de diferentes tamanhos, com giz de cera grosso, pincéis e


EI01TS02
Crianças tinta.
Traços,
de 0 a 1 EI01TS03 Tocar bolinhos de gel em uma bacia com água.
sons, cores
ano e 6
e formas
meses EI01TS04
Brincar de fazer barulhos com chocalhos, brinquedos para chocalhar e
tampas de panelas.

EI01TS05 Cantas músicas infantis variadas (ex.: pintinho amarelinho).


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ORGANIZADOR CURRICULAR – MUNICÍPIO DE COLINAS – MA


ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)

EI01CG01 Morros criados por almofadas.

EI01CG02 Brincar de seguir o brinquedo com o olhar.

Crianças EI01CG03
Tapetes sensoriais (contendo argolas para puxar, objetos que fazem
Corpo, som).
de 0 a 1
gestos e Brinquedos com água e brinquedos para afundar ou canecas para pegar
ano e 6 EI01CG04
água
movimentos Sentir prazer nos momentos de higiene corporal e envolver‐se em novas
meses descobertas.
Brinquedos musicais. Brincar com blocos, encaixes, bolas, arcos,
EI01CG05
almofadas, criando situações de desafio motor.

EI01CG06 Brinquedos de encaixar.


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ORGANIZADOR CURRICULAR – MUNICÍPIO DE COLINAS – MA


ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)
Cantar o nome do bebe ou usar as palavras cantadas para conversar
EI01OE01
com o bebê

EI010E02 Tapetinho de histórias com livros musicais

Momentos na bebeteca, com livros resistentes, como os de pano e de


EI01OE03
banho (plásticos).
Crianças
EI01OE04 Brincar com dedoches, fantoches e fantasias.
de 0 a 1 Oralidade e
ano e 6 escrita EI01OE05 Historinhas infantis cantadas e gesticuladas.

meses EI01OE06

EI01OE07

EI01OE08

EI01OE09
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ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA
CAMPO DE EXPERIÊNCIA APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA
(CÓDIGOS)
EI01ET01

EI01ET02
Espaços,
Crianças EI01ET03
tempos,
de 0 a 1
quantidades, EI01ET04
ano e 6
relações e EI01ET05
meses
transformações EI01ET06

EI01ET07
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ORGANIZADOR CURRICULAR – MUNICÍPIO DE COLINAS – MA


ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)

Roda de conversa (desejos, preferências, vontades em brincadeiras e


EI02E001
atividades do seu cotidiano)

Reconhecer progressivamente o próprio corpo e as diferentes sensações


que produzem;
EI02E002
Atividade com espelho(fazer caretas, se olhar e dizer suas características
Crianças que julga positivas, cantar, dançar, a fim de se reconhecer)

de 1 ano e Pedir que os alunos na hora do relaxamento sentem um de costa para o


O eu, o EI02E003
outro, em duplas, para se apoiarem;
7 meses, 3 Brincadeiras com bolas ou balão (fazer roda, cantando uma música e
outro e o passando a bola de acordo com os comandos do educador ou colegas)
anos e 11
nós
meses e 4 EI02E004
Identificar, progressivamente, algumas singularidades próprias e das
pessoas com as quais convive no seu cotidiano em situações de
e 5 anos interação.

A professora, como recurso, pode contar histórias sobre a higiene das


mãos, teatro e músicas;
A educadora brinca de faz de conta que está dormindo, chorando ou
EI02E005 comendo e a criança tenta imitá‐la.
A educadora de frente para os alunos faz movimentos simples para as
crianças imitarem como: levantar os braços, a cabeça para baixo e para
cima, levantar e abaixar.
Participar, com interese, de situações que envolvem a relação com o 9
outro (atividades que envolvam os demais grupos da educação infantil;
Brincadeiras com outras crianças, ensinado o respeito mútuo em
EI02E006 pequenos grupos;
Fazer algo junas: dançar, fazer teatro, montar mutrais, colagens, etc.;
Ajudar outra criança;
Receber visitas.

Explorar as partes do corpo, identificando as qualidades do próprio corpo


EI02E007 e do corpo dos outros, suas semelhanças e diferenças;
Valoriza‐se a imagem de si mesmo e do outro.

Pedir que os alunos na hora do relaxamento sentem um de costas para o


EI02E008 outro, em duplas, para se apoiarem;
Trabalhar com alunos a sentarem com as pernas cruzadas.
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ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)
Essas atividades é
Brincadeiras e pesquisas sonoras. Reconhecimento de sons e ritmos. interessante ser
Momento de cantiga, roda e brincadeiras tradicionais. Dança: movimentos e desenvolvida no pátio ou
EI02TS01
gestos expressivos. Confeccionar instrumentos musicais com sucatas (latas, outro ambiente que não
garrafas pet etc); seja a sala de aula.

Prática frequente (diária) do desenho, marcas gráficas e experiências com


cores. É importante ressaltar que
Situações que instiguem a curiosidade, criatividade e a expressão. sempre após a realização
EI02TS02 Experimentação de uma diversidade de materiais (plásticos, riscadores e dessas atividades é
interessante fazer
Crianças suportes).
Pesquisas bidimensional e tridimensional (desenho, pintura, modelagem, exposição e apresentação
de 1 ano e Traços, construção, colagem). dos trabalhos.

7 meses, 3 sons, O aluno deve construir


anos e 11 cores e Brincadeiras com autonomia na criação de enredos, cenários e papeis. construir junto com o
EIO2TSO3 professor esse tipo de
Vivência em espaços e materiais organizados (espaços propositores).
meses e 4 formas atividade.

e 5 anos Utilizar equipamentos de


Expressão e comunicação mídias como (data show,
Criação e experimentação de diversas linguagens e formas expressivas. aparelho de som). Se
EI02TS04 Vivências artísticas e ampliação de repertório cultural e artístico.
possível levar algum
instrumento (violão etc).

Oportunidades para brincar com autonomia e também participar de Atividades deverá ser
brincadeiras mediadas pelo professor. realizada na sala
EI02TS05
Propor brincar em grupo com crianças da mesma idade ou de diferentes faixa Realizar no pátio ou
etária. (brincadeiras dirigidas pelo educador). Realizar quadra da escola
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ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)
Aprender a utilizar combinações de movimentos (andar e puxar, lançar
EI02CG01
e pegar, andar e quincar bola, empurrar e carregar, correr e lançar

Crianças Desenvolver a coordenação corporal na execução de diversas formas de


EI02CG02 movimento que envolvam deslocamentos (esquerda, direita, frente,
de 1 ano e atrás...)
Corpo,
7 meses, 3 EI02CG03
Conhecer as potencialidade e limites do próprio corpo (força,
gestos e resistência, flexibilidade, coordenação motora)
anos e 11
movimentos Adaptar progressivamente seu corpo de forma autônoma para a
meses e 4 EI02CG04 satisfação das necessidades básicas e as situações cotidianas, (higiene
pessoal)
e 5 anos Vivenciar situações de exploração do corpo através de desafios (escalar,
EI02CG05 arrastar‐se, pendurar‐se, balançar, equilibrar‐se, subir, descer, rolar,
girar, agachar).
Realizar recortes e colagens com diversos objetos, como macarrões,
EI02CG06
barbantes, lã, palitos de fósforos e papel colorido.
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ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA CAMPO DE
APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA EXPERIÊNCIA
(CÓDIGOS)

EI02EF01 Relatar fatos ocorridos fora da escolha, por meio de desenho.

Leitura de texto ou história feita pelo educador em sala e em casa vai


reproduzir por meio da fala ou ilustrar para os pais.
Crianças
EI02EF03
de 1 ano e
7 meses, 3 Oralidade
anos e 11 e escrita
meses e 4
e 5 anos
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ÁREA: Educação Infantil

OBJETIVOS DE
GRUPO DE FAIXA
CAMPO DE EXPERIÊNCIA APRENDIZAGEM POSSIBILIDADES DE EXPERIÊNCIA COMENTÁRIOS
ETÁRIA
(CÓDIGOS)

EI01ET01

EI01ET02

EI01ET03
Crianças
EI01ET04
de 1 ano e Espaços,
7 meses, tempos, EI01ET04
3 anos e quantidades,
EI01ET05
11 meses relações e
e 4 e 5 transformações
EI01ET06
anos

EI01ET07
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ESTADO DO MARANHÃO
PREFEITURA MUNICIPAL DE COLINAS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PLANEJAMENTO EDUCAÇÃO INFANTIL


CAMPO DE EXPERIÊNCIA – EU O OUTRO E NÓS
OBJETIVOS DE EXPERIÊNCIAS DE SABERES E
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS
DESENVOLVIMENTO
1.1 Participação da definição da 1.1 Ritos, hábitos e atitudes;
rotina do dia ou da semana, na 1.2 Cuidado com objetos, com o
rodinha da sala de aula; outro e com o ambiente;
1.2 Participação da construção e 1.3 Respeito por si mesmo e pelo
fazer uso de combinados e outro;
regras coletivas que visem ao 1.4 Respeito às diferenças;
bem comum; 1.5 Valores: solidariedade,
1.3 Uso de expressões de cortesia cooperação, amizade,
(agradecer, pedir desculpas, companheirismo, e
pedir licença, cumprimentar, responsabilidade;
despedir-se, etc.); 1.6 Diálogo para a resolução de
1 - Demonstrar empatia pelos 1.4 Proporcionar a resolução de conflitos;
outros, percebendo que as conflitos por meio do diálogo; 1.7 Expressão de desejos,
1.5 Convívio com outras crianças necessidades e cortesia;
pessoas têm diferentes e adultos, construindo atitudes 1.8 Perceber e valorizar as
sentimentos, necessidades e de respeito e cooperação; diferenças individuais e
maneiras de pensar e agir. 1.6 Compartilhamento (lanche e coletivas existentes;
brinquedos, por exemplo); 1.9 Aprender a lidar com
1.7 Vivencia de jogos de imitação; conflitos;
1.8 Faz de conta assumindo 1.10 Construir o sentido do singular
diferentes papéis; e do coletivo, da autonomia e
1.9 Desenvolver brincadeiras e da solidariedade;
jogos para que a criança possa 1.11 Desenvolver sua sensibilidade
vivenciar a perda e o ganho. em relação aos sentimentos, às
necessidades e às ideias dos
outros com quem interage;
1.12 Aprender a respeitar os ritmos,
os interesses e os desejos das
outras crianças
1.1 Participação de situações de 1.1 Atitudes de auto cuidado;
autonomia e independência (ir 1.2 Importância do
ao banheiro, comer sozinho, autoconhecimento;
resolver os conflitos, lavar as 1.3 Respeito por si mesmo e pelo
mãos, escovar os dentes, outro;
pentear-se e ser penteada, 1.4 Compreensão e aceitação de
vestir-se e ser vestida, calçar- suas limitações;
se e ser calçada, amarrar o
15
cadarço de seu sapato, cortar a 1.5 Valorização de suas
unha) sob a assistência do conquistas;
professor; 1.6 Sentimento de pertencimento;
1.2 Realização em atividades de 1.7 Construir o sentido do singular
escolha; e do coletivo, da autonomia e
1.3 Participação em simulação de da solidariedade;
processos democráticos: 1.8 Construir o sentido do singular
plebiscitos, consultas, eleições, e do coletivo, da autonomia e
2 - Agir de maneira enfim, processos que da solidariedade;
envolvam escolhas, tomadas 1.9 Conhecer-se e construir uma
independente, com confiança de decisão; identidade pessoal e cultural,
em suas capacidades, 1.4 Participação na construção, de modo a constituir uma visão
reconhecendo suas conquistas desenvolvimento e avaliação positiva de si e dos outros com
das propostas de trabalho; quem convive
e limitações. 1.5 Divisão de tarefas; 1.10 Identificar suas
1.6 Brincadeira com os colegas potencialidades, limites e
estabelecendo relações interesses;
amigáveis, se organizando em 1.11 Construir
grupo; progressivamente, uma
1.7 Faz de conta assumindo identidade autônoma e crítica
diferentes papéis;
1.8 Vivencia de jogos de imitação;
1.9 Alimentar-se de acordo com as
práticas de nossa cultura,
fazendo uso de instrumentos e
procedimentos adequados
(usar talheres, copos, pratos,
comer devagar, identificar a
temperatura do alimento,
sentar-se à mesa, servir-se
sozinha, e outros).

1.1 Divisão de tarefas; 1.1 Uso de expressões de cortesia


1.2 Uso da tática do ajudante do (agradecer, pedir desculpas, pedir
dia; licença, cumprimentar, despedir-
1.3 Atividades que envolvam se, etc.);
compartilhamento de objetos; 1.2 Resolução de conflitos por
1.4 Jogos em grupos; meio do diálogo;
3 - Ampliar as relações 1.5 Brincadeiras que envolvam 1.3 Percepção de que o trabalho
cooperação de uns com os em grupo é mais produtivo e
interpessoais, desenvolvendo outros; prazeroso;
atitudes de participação e 1.6 Conhecimento e simulação 1.4 Compreensão de que o espaço
cooperação quanto ao funcionamento dos é de todos;
diversos equipamentos de uso 1.5 Saber que em várias situações
coletivo: rodoviária, posto de tem que se dividir;
saúde, restaurantes, salão de
beleza, cinemas, teatros,
supermercado, padaria, igrejas;
1.7 Cuidado com os objetos de sua
estima e da estima do grupo;
16
1.8 Organização dos brinquedos e
materiais, guardando-os em
locais adequados;
1.9 Cuidado com os objetos de uso
pessoal e de uso dos colegas;
1.10 Envolverem-se em
variadas brincadeiras, como as
exploratórias, as de
construção, as tradicionais, as
de faz de conta e os jogos de
regras

3 - Ampliar as relações
interpessoais, desenvolvendo
atitudes de participação e
cooperação
1.1 Atividades que permitam a 1.1 Ritos, valores, hábitos e
criança falar e escutar (roda de atitudes;
conversa, debates) 1.2 Atitudes de auto-organização;
1.2 Momentos para a criança 1.3 Respeito por si mesmo e pelo
expressar sua opinião do que outro;
foi vivenciado; 1.4 Respeito às diferenças;
1.3 Divisão de tarefas; 1.5 Valores: solidariedade,
1.4 Uso de expressões de cortesia cooperação, amizade,
(agradecer, pedir desculpas, companheirismo, e
4 - Comunicar suas ideias e pedir licença, cumprimentar, responsabilidade;
despedir-se, etc.); 1.6 Diálogo para a resolução de
sentimentos a pessoas e 1.5 Trabalhos em grupo; conflitos;
grupos diversos. 1.6 Brincadeira com os colegas 1.7 Expressão de desejos e
estabelecendo relações necessidades;
amigáveis, se organizando em 1.8 Comunicar às crianças e/ou
grupo; adultos suas necessidades,
1.7 Solicitação e obtenção de sentimentos, dúvidas,
ajuda. hipóteses, descobertas,
oposições;
1.9 Utilizar diferentes linguagens,
de modo autônomo e criativo,
e empenhando-se em entender
o que eles lhes comunicam.
1.1 Convívio e respeito a 1.1 Importância do
5 - Demonstrar valorização diversidade (racial, sexual, autoconhecimento;
social, religiosa e física). 1.2 Respeito por si mesmo e pelo
das características de seu
1.2 Autorretrato; outro;
corpo e respeitar as 1.3 Apreciação de fotos; 1.3 Respeito às diferenças;
características dos outros 1.4 Esquema corporal; 1.4 Direitos e deveres;
1.5 Apreciação do “EU” no 1.5 Conhecer que as pessoas são
espelho; diferentes com diferença na
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1.6 Utilização de músicas sobre o cor, no cabelo, na altura, no
esquema corporal; peso, etc;
1.7 Convívio com adultos e 1.6 Partes do corpo, como se
crianças de diversas faixas estrutura e suas funções
(crianças e adultos) com os etárias; (movimento, respiração,
1.8 Manuseio de material de audição, paladar, tato, etc.);
quais convive. estudo sobre o esqueleto, 1.7 As diferenças existentes entre
montagem do quebra-cabeça o corpo de um e de outro;
do corpo humano utilizando 1.8 Valorizar suas próprias
materiais concretos; características e das outras
1.9 Exploração do corpo e dos crianças e adultos, superando
sons que conseguem emitir; visões racistas e
1.10 Vivencia de jogos de discriminatórias.
imitação;
1.11 Faz de conta assumindo
diferentes papéis.
1.1 Faz de conta assumindo 1.1 Conhecer as diferentes culturas
diferentes papéis; e estilos de vida;
1.2 Alimentar-se de acordo com as 1.2 Conhecer diferentes espaços e
práticas de nossa cultura, ambientes e suas funções;
fazendo uso de instrumentos e 1.3 Perceber os diferentes tipos de
procedimentos adequados famílias;
(usar talheres, copos, pratos, 1.4 Respeito às diferenças;
comer devagar, identificar a 1.5 Saber que existem diversos
temperatura do alimento, profissionais, suas funções;
sentar-se à mesa, servir-se 1.6 Perceber que existem outras
sozinha, e outros); pessoas, espaços e tempos;
1.3 Participação da construção e 1.7 Conhecer as estruturas
fazer uso de combinados e familiares e noções de
regras coletivas que visem ao parentesco;
bem comum; 1.8 Saber que existem formas de
6 - Manifestar interesse e 1.4 Participação da definição da organização dos espaços:
rotina do dia ou da semana, na campo e cidade;
respeito por diferentes rodinha da sala de aula; 1.9 Saber que a cidade se organiza
culturas e modos de vida. 1.5 Uso de expressões de cortesia por bairros, avenidas e ruas;
(agradecer, pedir desculpas, 1.10 Perceber e valorizar as
pedir licença, cumprimentar, diferenças individuais e
despedir-se, etc.); coletivas existentes;
1.6 Resolução de conflitos por 1.11 Respeitar as diferentes
meio do diálogo; identidades e culturas;
1.7 Trabalho em grupo; 1.12 Perceber as diferenças e
1.8 Realização em atividades de semelhanças (familiares, de
escolha; gênero, de raça, de etnia e de
1.9 Participação na construção, religião) entre as pessoas
desenvolvimento e avaliação
das propostas de trabalho;
1.10 Conhecimento e simulação
quanto ao funcionamento dos
diversos equipamentos de uso
coletivo: rodoviária, posto de
saúde, restaurantes, salão de
18
beleza, cinemas, teatros,
supermercado, padaria, igrejas;
1.11 Conhecimento de
diferentes espaços dentro e
fora da EI;
1.12 Comemoração de eventos
sociais significativos (seu
aniversário, saraus, festa em
homenagem as mães, festa
junina...);
1.13 Convívio e respeito a
diversidade (racial, sexual,
social, religiosa e física);
1.14 Exploração do ambiente
(interno e externo) à sala de
atividades e à instituição.
1.1 - Conviver com crianças e 1.1 Aprender a lidar com as
adultos em pequenos e grandes emoções e a expressarem
grupos; seus sentimentos, desejos e
1.2 Brincar com diferentes necessidades;
parceiros 1.2 Desenvolver atitudes éticas
1.3 Envolverem-se em variadas de solidariedade,
brincadeiras, como as cooperação e respeito ao
exploratórias, as de outro;
construção, as tradicionais, as 1.3 Resolver seus conflitos
de faz de conta e os jogos de utilizando o diálogo como
regras; forma de lidar com as
7 - Usar estratégias pautadas 1.4 Faz de conta assumindo dificuldades;
diferentes papéis; 1.4 Aprender a adiar seus
no respeito mútuo para lidar
1.5 Explorar materiais, desejos, lidar com a
com conflitos nas interações brinquedos, objetos, frustração e desenvolver o
com crianças e adultos. ambientes, entorno físico e autocontrole;
social; 1.5 Construir sua identidade
1.6 Participar ativamente das por meio das significações
situações do cotidiano, tanto socialmente construídas;
daquelas ligadas ao cuidado de 1.6 Reconhecer a si mesma e
si e do ambiente, como das ao outro como sujeitos de
relativas às atividades direitos e como seres
propostas pelo/a professor/a; sociais que atuam no
1.7 Vivencia de jogos de imitação; espaço e tempo.
1.8 -Brincadeira com os colegas
estabelecendo relações
amigáveis, se organizando em
grupo.
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CAMPO DE EXPERIÊNCIA – CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS


OBJETIVOS DE EXPERIÊNCIAS DE SABERES E
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS
DESENVOLVIMENTO
1.1 Utilização das linguagens e 1.1 Identidade corporal;
expressões que indicam 1.2 Autoconhecimento físico e
localização (dentro, fora) ou emocional;
espaço e tempo (em cima, 1.3 Possibilidades e limites do
embaixo, amanhã, depois); próprio corpo;
1.2 Manipulação de diferentes 1.4 Autonomia de movimento;
objetos; 1.5 Autoconhecimento e
1.3 Exploração de diferentes Autocontrole;
espaços para a criança pular, 1.6 Percepção de ritmos diversos;
entrar, sair, subir, descer; 1.7 Diferenciação de diferentes
1.4 Brincadeiras de faz de conta odores, sabores, texturas, sons
vestindo fantasia e e imagens;
indumentárias; 1.8 Utilizar seu corpo com
1.5 Participação em jogos e liberdade e autonomia;
brincadeiras corporais: 1.9 Reconhecer e compreender
amarelinha, esconde-esconde, suas sensações e necessidades
coelhinho sai da toca; e desenvolvendo autonomia
1 - Criar com o corpo formas 1.6 Alongamento/ Relaxamento; para cuidar de si;
diversificadas de expressão 1.7 Manuseio e exploração 1.10 Comunicar corporalmente
sensorialmente de objetos e sentimentos, emoções e
de sentimentos, sensações e materiais diversos (morder, representações;
emoções, tanto nas situações olhar, cheirar, ouvir, degustar,
amassar, rasgar, picar, embolar,
do cotidiano quanto em
enrolar, etc.);
brincadeiras, dança, teatro, 1.8 Imitação de movimentos de
música. bichos e objetos;
1.9 Produção e reprodução de
mímica fazer caretas;
1.10 Retirada de sons do próprio
corpo;
1.11 Expressão de sentimentos e
sensações com o corpo;
1.12 Contemplação de sua imagem
no espelho, fazendo caretas,
gestos e sorrindo diante dele;
1.13 Apreciação de peças teatrais;
1.14 Dramatização e produção de
representações teatrais de
pessoas, de fantoches, de
sombra, de vara, de máscaras,
fazendo cenários, figurinos,
sonoplastia;
20
1.15Apresentações para
colegas, funcionários e
familiares;
1.16Realização e investigação
sobre danças, jogos e
brincadeiras;
1.17Comunicar corporalmente
sentimentos, emoções e
representações, em diversos
tipos de atividades, como no
reconto oral de histórias, em
danças e representações, nos
momentos de banho e outros
cuidados pessoais;
1.18Brincadeiras que
socialmente são aceitas
somente por um deles em
meninos e meninas participem
igualmente.

1.1 Deslocamento em diferentes 1.1 Conhecer as possibilidades e


espaços; limites do próprio corpo;
1.2 Utilização das linguagens e 1.2 Autonomia de movimento;
expressões que indicam 1.3 Noções espaciais (lateralidade,
localização (dentro, fora) ou equilíbrio, espessura, largura,
espaço e tempo (em cima, comprimento, profundidade,
embaixo, amanhã, depois); perto, longe, embaixo, em
1.3 Exploração de diferentes cima, etc.);
espaços para a criança pular, 1.4 Controle e planejamento de
entrar, sair, subir, descer; movimentos;
2 - Demonstrar controle e 1.4 Brincadeiras de faz de conta; 1.5 Utilização de respiração
1.5 Participação em jogos e adequada;
adequação do uso de seu brincadeiras corporais: 1.6 Percepção de tensão e
corpo em brincadeiras e amarelinha, esconde-esconde, relaxamento;
jogos, escuta e reconto de coelhinho sai da toca; 1.7 Regras para locomoção segura
1.6 Brincadeiras com circuito nos diferentes espaços;
histórias, atividades artísticas, motores; 1.8 Percepção do funcionamento,
entre outras possibilidades. 1.7 Brincadeiras com objetos: possibilidades e limites do
pneu, corda, bambolê; corpo;
1.8 -Brincadeiras com músicas; 1.9 Descobrir variados modos de
1.9 Brincadeira que leve a ocupação e de uso do espaço
superação de obstáculos; com o corpo;
1.10 Brincadeiras de roda; 1.10 Coordenar habilidades
1.11 Experimentação de motoras como velocidade,
roupas, enfeites e adornos; flexibilidade e força;
1.12 Despir-se e vestir-se 1.11 Desenvolver sua
sozinha; lateralidade, orientação
1.13 Calçar-se e amarrar o espacial, destreza, coordenação
tênis; motora, equilíbrio,
21
1.14 Cuidado com o corpo, expressividade, noção de ritmo
atendendo as regras de etc.
segurança, proteção e higiene;
1.1 Utilização de linguagens e 1.1 Percepção das diferenças e
expressões artísticas como o semelhanças entre as pessoas;
canto, o desenho, a pintura, 1.2 Respeito à diversidade;
etc; 1.3 Atitudes de ousadia e
1.2 Explorar um amplo repertório coragem;
de mímicas, gestos, 1.4 Noções espaciais (lateralidade,
movimentos com o corpo, equilíbrio, espessura, largura,
podendo apoiar-se no uso de comprimento, profundidade,
bolas, pneus, arcos; perto, longe, embaixo, em
1.3 Comunicar corporalmente cima, etc.);
sentimentos, emoções e 1.5 Controle e planejamento de
representações, em diversos movimentos;
3 - Criar movimentos, gestos, tipos de atividades, como no 1.6 Percepção de ritmos diversos;
olhares e mímicas em reconto oral de histórias, em 1.7 Percepção do silêncio e da
danças e representações, nos inércia em oposição ao barulho
brincadeiras, jogos e momentos de banho e outros e ao movimento;
atividades artísticas como cuidados pessoais; 1.8 Utilização de respiração
dança, teatro e música. 1.4 Dramatização e produção de adequada;
representações teatrais de 1.9 Percepção de tensão e de
pessoas, de fantoches, de relaxamento.
sombra, de vara, de máscaras,
fazendo cenários, figurinos,
sonoplastia;
1.5 -Apresentações para colegas,
funcionários e familiares;
1.6 - Realização e investigação
sobre danças, jogos e
brincadeiras;
1.7 Brincadeiras que envolvem o
canto e o movimento (roda,
bola girando, etc).
1.1 Manipulação de objetos de 1.1 Diferenciação de diferentes
higiene, pratos, colheres odores, sabores, texturas, sons
lençóis, travesseiros, etc.; e imagens;
1.2 Exploração das várias 1.2 Noções e hábitos de saúde,
possibilidades do corpo: vestir- higiene, autocuidado e
se, calcar-se, pentear-se, etc; proteção;
4 - Adotar hábitos de 1.3 Explorar de movimentos 1.3 Desenvolver a independência
autocuidado relacionados a como: levar o copo à boca, no cuidado com seu corpo;
higiene, alimentação, sentar-se à mesa, servir-se; 1.4 Alimentar-se sozinho;
1.4 Degustação de diferentes 1.5 Controlar dos esfíncteres;
conforto e aparência. alimentos; 1.6 Vestir-se sozinho;
1.5 Vivências do uso do banheiro; 1.7 Calçar-se sozinho;
1.6 Experimentação de roupas, 1.8 Percepção rítmica,
enfeites e adornos; identificação das partes do
1.7 Desenvolver atividades onde corpo e o contato físico e
as crianças possam identificar amoroso com o adulto.
e comparar semelhanças e
22
diferenças corporais para que
se percebam como seres
sexuais;
1.8 Brincadeiras de cunho afetivo
nas quais o contato corporal é
o seu principal conteúdo.
1.1 - Manipulação de diferentes objetos: 1.1 Possibilidades e limites do próprio
massa de bolo, de brigadeiro, de pizza, de corpo;
massinha 1.2 Autonomia de movimento;
1.3 Controle e planejamento de
1.2 Manuseio e exploração movimentos;
1.4 Reconhecer e compreender as
sensorialmente objetos e materiais
funções das mãos;
diversos (amassar, rasgar, picar, embolar, 1.5 Conhecer-se, reconhecendo,
enrolar, fiar, etc.); nomeando e valorizando suas
características pessoais e corporais e
1.3 Exploração das várias possibilidades as das outras crianças e adultos, suas
de materiais e objetos no espaço: pegar, capacidades físicas, suas sensações,
encaixar, empilhar, puxar, segurar, suas necessidades;
enfileirar, agrupar, chutar, arremessar, 1.6 Desenvolver de forma hábil a
etc.; coordenação motora fina e grossa;
1.7 Ampliação da atividade corporal;
1.4 Manuseio e exploração 1.8 Características físicas de fluidez,
5 - Coordenar suas textura, temperatura e plasticidade da
sensorialmente de materiais gelado,
terra, da areia e da água.
habilidades manuais no quente, mole, duro, gelatinoso, pó, etc.;

atendimento adequado a seus 1.5 Montar e desmontar: quebra cabeça,


interesses e necessidades em jogos de montar, etc.;

situações diversas. 1.6 Construção de brinquedos com


sucatas;

1.7 Movimentos feitos ao Cuidar do


corpo: escovar os dentes, pentear os
cabelos, pintar as unhas, etc.;

1.8 Jogos que explorem o uso das mãos


(sombra, encaixe, etc.);

1.9 Brincadeiras prazerosas como fazer


cabanas, túneis, labirintos com uso de
te3cidos de diferentes texturas e pesos.
23

CAMPO DE EXPERIÊNCIA – TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS


OBJETIVOS DE EXPERIÊNCIAS DE SABERES E
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS
DESENVOLVIMENTO
1.1 Faz de conta ressaltando os 1.1 Percepção de diversos estilos
sons (bichos, chuva, trovões, musicais quanto à estética e à
batida à porta, ect.); expressividade musical;
1.2 Explorar os sons diferentes dos 1.2 Diferenciação dos sons do
instrumentos musicais; corpo, dos objetos e da
1.3 Participação de rodas de natureza;
música – ouvir, cantar e 1.3 Análise das características do
acompanhar com movimentos. som: altura, intensidade,
1.4 - Manuseio de objetos sonoros. duração e timbre;
1.5 -Escuta da própria voz e a dos 1.4 Compreensão dos diferentes
colegas. instrumentos musicais
1.6 - Brincadeiras musicadas. (percussão, sopro, corda,
1.7 - Interação com a música por elétricos), sua sonoridade e
meio dos diferentes gêneros forma de tocá-los;
musicais – rock, reggae, funk, 1.5 Diferenciação entre os
samba, tango, bossa nova, instrumentos musicais
jazz, pop, hip hop, sertanejo e industrializados e construídos
outros. pelas crianças;
1 - Utilizar sons produzidos 1.8 - Interação com as pessoas 1.6 Comparação das formas de
por materiais, objetos e através da música e da dança. organização musical: solo,
1.9 - Escuta e apreciação e duplas, trios, quartetos, banda,
instrumentos musicais
repertório de músicas de coral, orquestras e outros;
durante brincadeiras de faz de diversas culturas, épocas e 1.7 Formas de comportamentos
conta, encenações, criações gêneros (instrumentais, diante dos diversos ambientes
infantis, MPB, clássicos, relacionados à música e dança;
musicais, festas.
cantigas de ninar, folclóricas, 1.8 Utilização de diferentes vozes
MPM beat-box em outra e suas potencialidades;
língua cantigas de roda e 1.9 Compreender que existem
outros). diferentes sons, ritmos,
1.10 -Exploração e criação de formas, cores, texturas,
sons com objetos e materiais sem forma, imagens,
instrumentos musicais, indumentárias e adereços;
convencionais e não 1.10 Desenvolver o gosto e a
convencionais. sensibilidade em relação aos
1.11 - Expressão de sentimentos sons, à música, aos
e pensamentos nas suas movimentos e à dança.
produções musicais. 1.11 Perceber a sonoridade em
1.12 - Interpretação, relação às diferentes fontes
improvisação e composição. sonoras como o corpo humano,
1.13 - Audição de histórias que animais, objetos e contextos do
envolvem músicas e mundo natural e social.
compositores. 1.12 Reconhecer a música e a
1.14 - Exploração e descoberta dança como elementos de
de sons e melodias: do próprio
24
corpo (boca, mãos, pés, expressão, integração e criação
coração, estômago, da tosse e de pensamentos e sentimentos.
outros). 1.13 Reproduzir e criar músicas
por meio da interpretação,
improvisação e composição;
1.14 Conhecer as principais
famílias de instrumentos
musicais;
1.15 Ampliar o universo
sonoro;
1.16 Ampliar as possibilidades
de expressar-se por meio do
teatro e da dança, com os
recursos das artes plásticas e
visuais.
1.1 Exploração de materiais concretos 1.1 Apropriação de técnicas diversas;
(massinha de modelar, sementes, 1.2 Utilização de instrumentos,
palitos, argila, ect); materiais, texturas e cores variadas;
1.2 Faz de conta (artes dramáticas); 1.3 Percepção do significado das obras
1.3 Atividades com rasgadura; de arte;
1.4 Interação com materiais e 1.4 Utilização de materiais da natureza e
instrumentos, meios e suportes suas possibilidades de uso;
diversificados; 1.5 Aquisição das noções de espaço e
1.5 Apreciação de obras de arte de temporalidade;
diversos artistas; 1.6 Identificação de artistas estilos,
1.6 Releituras de obras de arte; épocas e culturas;
1.7 Criação e construção de formas 1.7 Utilização de elementos da
plásticas; linguagem visual (ponto, linha,
1.8 Desenho, pintura, recorte, colagem, textura, volume, ritmos, luz, sombra,
fotografia, modelagem com a movimento, etc.);
utilização de diferentes 1.8 Localização de formas visuais em
instrumentos, materiais e técnicas; diversos meios de comunicação:
2 - Expressar-se livremente 1.9 Criação de desenho animado; fotografia, cartaz, vídeo, história em
por meio de desenho, pintura, 1.10Produção de desenhos (livre, de quadrinhos, artes gráficas, desenho
observação, com interferências, animado e publicidade;
colagem, dobradura e etc.); 1.9 Identificação de concepções
escultura, criando produções 1.11Pintura com pincel, dedo, estéticas presentes na história das
canudinho, bucha, algodão, etc.; diferentes culturas;
bidimensionais e 1.12Produção de materiais para pintar e 1.10Utilização da técnica de desenho
tridimensionais. fazer colagens a partir de elementos animado;
da natureza, como tinta de legumes, 1.11 Valorização da arte popular;
de terra, folhas, flores, gravetos, 1.12 Valorização da arte erudita;
etc.; 1.13Conviver e elaborar produções com
1.13Modelagem com utilização de as linguagens artísticas junto com os
argila, argila com cola, massinha, colegas, valorizando a produção
papel marchê, etc.; destes e com eles fruindo
1.14 Confecção de figurinos; manifestações culturais e de sua
1.15 Criação de cenários; comunidade e de outros lugares;
1.16Trabalho com maquiagens para 1.14Respeito às diferentes culturas, às
caracterização de personagens; identidades e às singularidades;
1.17 Criação de personagens. Comunicar, com liberdade, com
1.18‐ Representação de diferentes criatividade e com responsabilidade,
situações dramáticas, cômicas, seus sentimentos, responsabilidades
alegres, tristes, de suspense, de e ideias, por meio das linguagens
terror, etc.; artísticas;
25
1.19 Entrevista de artistas plásticos, 1.15 ‐ Conhecer‐se, experimentando o
cantores, bailarinos, professores de contato criativo e prazeroso com
artes, virtuoses, etc.; manifestações artísticas e culturais,
1.20 Visita a museus, exposições, locais e de outras comunidades,
espetáculos de dança e teatrais, desenvolvendo sua sensibilidade,
concertos, etc. criatividade, gosto pessoal e modo
peculiar de expressão;
1.16 Descobrir a Arte como uma
linguagem que possibilita a
expressão de pensamentos,
sentimentos, emoções e ideias;
1.17 Construir uma atitude de
autoconfiança em relação à sua
produção artística e de respeito pela
produção dos colegas.
1.18 Desenvolver o gosto e a admiração
pelas produções da escola e pelas
2 - Expressar-se livremente obras regionais, nacionais e
por meio de desenho, pintura, internacionais às quais tiver acesso.
1.19 Familiarizar‐se com uma grande
colagem, dobradura e diversidade de produções artísticas e
escultura, criando produções com diferentes formas de linguagem
plástica e visual: desenho,
bidimensionais e fotografia, cartaz, vídeo, história em
tridimensionais. quadrinhos, artes gráficas;
1.20 Ampliar seus conhecimentos sobre
história da arte;
1.21 Apropriar‐se das formas de
expressão disponíveis hoje e
daquelas produzidas ao longo da
história da humanidade: cinema,
teatro, dança, música, pintura,
gravura, escultura, fotografia,
computação gráfica, etc.

1.1 Participação de rodas de 1.1 Reconhecer as características


música – ouvir, cantar e do som: altura, duração,
acompanhar com movimentos intensidade e timbre,
(bater palmas, bater com as considerando as diferentes
2 - Reconhecer as mãos na perna, ect.); fontes sonoras;
qualidades do som 1.2 Manuseio de objetos sonoros; 1.2 Compreensão dos diferentes
(intensidade, duração, 1.3 Escuta da própria voz e a dos instrumentos musicais
colegas; (percussão, sopro, corda,
altura e timbre), 1.4 Brincadeiras musicadas; elétricos), sua sonoridade e
utilizando-as em suas 1.5 Descoberta e retirada de sons forma de tocá‐los;
produções sonoras e ao do próprio corpo (assobiar, 1.3 Utilização de recursos
ouvir músicas e sons. sons dos lábios, sons da tecnológicos e midiáticos;
garganta, ect); 1.4 Respeito às diferenças de
1.6 Exploração e criação de sons cada um no jeito de cantar e
com objetos e instrumentos dançar;
musicais, convencionais e não 1.5 Respeito à diversidade
convencionais; musical de várias culturas –
local regional e global;
26
1.7 Audição de histórias que 1.6 Respeito às diversas
envolvem músicas e sons da manifestações musicais –
natureza; quadrilha, capoeira, balé, rap
1.8 Apreciação de apresentações e outros;
e espetáculos musicais; 1.7 Percepção de estilos e ritmos
1.9 Produção de trilha sonora de de dança;
uma apresentação ou 1.8 Desenvolver o gosto e a
brincadeira; admiração pelas produções da
1.10 Transformação de uma escola e pelas obras regionais,
música que já conhece criando nacionais e internacionais às
3 - Reconhecer as qualidades uma nova versão – paródia; quais tiver acesso;
do som (intensidade, duração, 1.11 Identificação de trilhas 1.9 Familiarizar‐se com a dança e
altura e timbre), utilizando-as sonoras de suspense, com as artes cênicas.
comédia, perigo; 1.10 Ampliar as possibilidades
em suas produções sonoras e 1.12 Conhecimento de mídia de expressar‐se por meio do
ao ouvir músicas e sons. sonora ‐ rádio, CD, DVD, mp3 teatro e da dança, com os
e outros; recursos das artes plásticas e
1.13 Retirada do som da TV e visuais.
discutir o que teriam dito os
personagens da cena assistida;
1.14 Fala ao telefone para
identificar a voz de alguém
que já conhece;
1.15 Gravação da própria voz e
todas as vozes da turma;
1.16 Expressar‐se com a voz as
diferentes emoções: alegria,
tristeza;
1.17 Gravação dos sons da
natureza e os produzidos pelo
corpo ou instrumentos;
1.18 Escuta das próprias
criações musicais;
1.19 Seleção de músicas
preferidas da turma e
gravação de CD;
1.20 Exploração e produção de
instrumentos musicais;
1.21 Participação em
brincadeiras com som, música
e dança;
1.22 Representação com
utilização de fantoches, teatro
de sombras, marionetes,
contação de histórias,
fantasias, etc;
1.23 Utilizar diferentes
linguagens que possibilitem o
27
contato com manifestações do
patrimônio cultural, artístico e
tecnológico.

CAMPO DE EXPERIÊNCIA – ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO


OBJETIVOS DE EXPERIÊNCIAS DE SABERES E
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS
DESENVOLVIMENTO
1.1 Participação em brincadeiras 1.1 Utilização dos diversos usos
de faz de conta; sociais da linguagem oral em
1.2 Brincadeiras livres para diferentes momentos - formais
elaboração de ideias, regras e e informais;
ou resolução de situações; 1.2 Percepção de diversos gêneros
1.3 Conto e reconto de histórias; discursivos orais, suas
1.4 Contato com diferentes diferentes estruturas, tramas e
portadores de texto; formas de organização;
1.5 Uso de diferentes gêneros 1.3 Ampliação do repertório de
textuais; textos orais que se constituem
1.6 Participação em diferentes patrimônio cultural;
cantos na sala de aula: leitura, 1.4 Desenvolvimento da fluência
jogos, arte com sucata, nos discursos orais;
fantasia, artes, etc; 1.5 Utilização de recursos
1.7 Roda de conversa; linguísticos, tais como:
1.8 Escrita espontânea registrando entonação, pausas, ênfases,
1 - Expressar ideias, desejos e o seu nome e demais coisas do repetições, dentre outros;
sentimentos sobre suas ambiente; 1.6 Ampliação do domínio de
vivências, por meio da 1.9 Apreciação da Leitura em voz palavras e expressões da nossa
alta realizada pelo professor e língua;
linguagem oral e escrita ou contação de história; 1.7 Utilização gradativa de frases e
(escrita espontânea), de fotos, 1.10 Teatro: encenação de narrativas;
desenhos e outras formas de histórias e criação de 1.8 Apropriação dos sons da
personagens; língua e da sonoridade das
expressão. 1.11 Vivência de jogos e palavras;
brincadeiras que explorem a 1.9 Desenvolvimento de maneiras
sonoridade das palavras; de se expressar, buscando
1.12 - Participação em jogos e clareza;
brincadeiras que trabalhe a 1.10 Atitude de escuta e
consciência fonológica das respeito à fala do outro;
crianças; 1.11 Utilização de práticas
1.13 -Participação em situações culturais de leitura;
de leitura e escrita; 1.12 Apuração da sensibilidade
1.14 - Exploração de listas; estética em relação aos textos
1.15 - Leitura e registro da literários;
rotina; 1.13 Percepção das diferenças
1.16 - Produção de textos entre linguagem oral e
coletivos (professora escriba); linguagem escrita;
1.17 Explorar gestos, expressões 1.14 Percepção da consciência
corporais, sons da língua, fonológica;
rimas, além dos significados e
28
dos sentidos das palavras nas 1.15 Utilização de estratégias
falas, nas parlendas, poesias, de leitura; Utilização de
canções, livros de histórias e elementos de coesão textual
outros gêneros textuais, (marcadores de tempo, de
aumentando gradativamente causalidade, de progressão,
sua compreensão da linguagem etc.);
verbal. 1.16 Desenvolver seu
pensamento, sua imaginação e
as formas de expressá-los.
1.17 Comunicar desejos,
necessidades, pontos de vista,
ideias, sentimentos,
informações, descobertas,
dúvidas.
1.1 Participação em leituras 1.1 Utilização dos diversos usos
contadas feitas pela professora; sociais da linguagem oral em
1.2 Apreciação de diversos sons; diferentes momentos - formais
1.3 Vivência de jogos e e informais;
brincadeiras que explorem a 1.2 Percepção de diversos gêneros
sonoridade das palavras; discursivos orais, suas
1.4 Participação em situações de diferentes estruturas, tramas e
leitura e escrita; formas de organização;
1.5 Audição, interpretação e 1.3 Ampliação do repertório de
dramatização de histórias; textos orais que se constituem
1.6 Audição de notícias lida pela patrimônio cultural;
educadora; Desenvolvimento da fluência
1.7 Audição e apreciação de nos discursos orais;
poesias (recitais, saraus e 1.4 Utilização de recursos
outros momentos); linguísticos, tais como:
1.8 Presença e participação de atos entonação, pausas, ênfases,
2 - Inventar brincadeiras de leitura com diferentes repetições, dentre outros;
cantadas, poemas e canções, estratégias: pausa protocolada, 1.5 Ampliação do domínio de
criando rimas, aliterações e leitura de partes do texto palavras e expressões da nossa
(como uma novela), a partir de língua;
ritmos. um final, a partir de cenas, de 1.6 Utilização de práticas culturais
imagens; de leitura;
1.9 Participação de jogos que 1.7 Apuração da sensibilidade
envolvam rima, escuta, estética em relação aos textos
exploração sonora, associadas literários;
a escrita. 1.8 Percepção das diferenças entre
1.10 Brincadeira de faz de linguagem oral e linguagem
conta, incluindo, de forma escrita;
significativa, materiais escritos 1.9 Percepção da consciência
(embalagens, dinheiro, contas fonológica;
de água, luz, telefone, cartas 1.10 Utilização de estratégias
comerciais, documentos, de leitura;
jornais, revistas, material de 1.11 Percepção de tipos e
publicidade, etc.); gêneros de textos que circulam
1.11 Contação e escuta de em nossa sociedade, com suas
vivências, casos, curiosidades; diferentes estruturas textuais,
tramas e diagramação;
29
1.12 Escuta contação e reconto 1.12 Noções de gêneros
histórias, lendas, fábulas, literários, seus autores e suas
poesias; características (contos,
1.13 Invenção de histórias, poesias, músicas, parlendas,
poesias, etc; lendas, etc.);
1.14 Discussão e confronto de 1.13 Ampliação suas
ideias e pontos de vista; possibilidades de interação
1.15 Participação de social;
brincadeiras cantadas; 1.14 Desenvolver a capacidade
1.16 Participação de de compreender o sentido dos
brincadeiras com rimas e diversos textos orais a que tem
aliterações; acesso;
1.17 Percepção e invenção de 1.15 Apropriar-se dos diversos
rimas. usos da linguagem oral e dos
gêneros;
1.16 Assumir uma postura
crítica diante dos diversos
tipos de textos.
1.1 Explorar a língua brasileira de 1.1 Ampliar seu conhecimento
sinais; sobre a linguagem gestual, oral
1.2 Escrita espontânea registrando e escrita, apropriando-se de
o seu nome e demais coisas do diferentes estratégias de
ambiente; comunicação;
1.3 Apreciação da Leitura em voz 1.2 Ampliação do repertório de
alta realizada pelo professor e textos orais, gestuais e de
ou contação de história; gravuras;
1.4 Teatro: encenação de histórias 1.3 Ampliação do domínio de
e criação de personagens; palavras e expressões da nossa
1.5 Vivência de jogos e língua falada e de sinal;
brincadeiras que explorem a 1.4 Utilização gradativa de frases e
sonoridade das palavras; narrativas;
3 - Escolher e folhear livros, 1.6 Participação em jogos e 1.5 Descrição de objetos, pessoas
procurando orientar-se por brincadeiras que trabalhe a e lugares variados;
consciência fonológica das 1.6 Apropriação dos sons da
temas e ilustrações e tentando crianças; língua e da sonoridade das
identificar palavras 1.7 Participação em situações de palavras;
conhecidas. leitura e escrita; 1.7 Percepção das diferenças entre
1.8 Exploração de listas; linguagem oral e linguagem
1.9 Leitura e registro da rotina; escrita;
1.10 Produção de textos 1.8 Manuseio correto e cuidadoso
coletivos (professora escriba); dos vários suportes de texto
1.11 – Reconto; (ler do início para o final,
1.12 Leitura e identificação do passar as páginas com cuidado,
seu nome e dos colegas; não fazer orelha, não rasgar,
1.13 Ampliação do vocabulário não desenhar, etc.);
com uso de jogos com 1.9 Percepção dos diferentes usos
palavras; e funções da escrita;
1.14 Exploração de livros de
materiais diversos (plástico,
tecido, borracha, papel) e
brincar com livros brinquedo.
30
1.15 Audição, interpretação e
dramatização de histórias.
1.16 Audição de notícias lida
pela educadora;
1.17 Exploração de elementos
nos livros: capa, contra capa,
folha de rosto, orelha, índice,
número de páginas;
1.18 Presença e participação de
atos de leitura com diferentes
estratégias: pausa protocolada,
leitura de partes do texto
(como uma novela), a partir de
um final, a partir de cenas, de
imagens;
1.19 Escolha de livros para ler
sozinho ou para a professora
ler.
1.1 Participação em brincadeiras 1.1 Utilização de recursos
de faz de conta; linguísticos, tais como:
1.2 Conto e reconto de histórias; entonação, pausas, ênfases,
1.3 Apreciação da Leitura em voz repetições, dentre outros;
alta realizada pelo professor e 1.2 Ampliação do domínio de
ou contação de história; palavras e expressões da nossa
1.4 -Teatro: encenação de histórias língua;
e criação de personagens; 1.3 Utilização gradativa de frases e
1.5 Dramatização onde a criança narrativas;
será o autor da história, o 1.4 Descrição de objetos, pessoas
figurinista e o roteirista; e lugares variados;
1.6 Audição, interpretação e 1.5 Apropriação dos sons da
4 - Recontar histórias ouvidas dramatização de histórias, língua e da sonoridade das
e planejar coletivamente lendas, fábulas; palavras;
1.7 Audição e apreciação de 1.6 Desenvolvimento de maneiras
roteiros de vídeos e de
poesias (recitais, saraus e de se expressar, buscando
encenações, definindo os outros momentos); clareza;
contextos, os personagens, a 1.8 -Presença e participação de 1.7 Percepção dos diferentes usos
atos de leitura com diferentes e funções da escrita;
estrutura da história.
estratégias: pausa protocolada, 1.8 Percepção de tipos e gêneros
leitura de partes do texto de textos que circulam em
(como uma novela), a partir de nossa sociedade, com suas
um final, a partir de cenas, de diferentes estruturas textuais,
imagens; tramas e diagramação;
1.9 Brincadeira de faz de conta, 1.9 Noções de gêneros literários,
incluindo, de forma seus autores e suas
significativa, materiais escritos características (contos,
(embalagens, dinheiro, contas poesias, músicas, parlendas,
de água, luz, telefone, cartas lendas, etc.);
comerciais, documentos, 1.10 Desenvolver seu
jornais, revistas, material de pensamento, sua imaginação e
publicidade, etc.). as formas de expressá-los.
31
1.1 Explorar gestos, expressões 1.1 Ampliar seu conhecimento
corporais, sons da língua, sobre a linguagem gestual, oral
rimas, além dos significados e e escrita, apropriando-se de
dos sentidos das palavras nas diferentes estratégias de
falas, nas parlendas, poesias, comunicação;
canções, livros de histórias e 1.2 Aumentar gradativamente sua
outros gêneros textuais; compreensão da linguagem
1.2 Exploração de livros de verbal;
materiais diversos (plástico, 1.3 Elaborar narrativas e suas
tecido, borracha, papel) e primeiras escritas não
brincar com livros brinquedo; convencionais ou
1.3 Audição, interpretação e convencionais;
dramatização de histórias; 1.4 Interessar-se pela leitura em
1.4 Audição de notícias lida pela geral e especialmente de textos
educadora; literários, percebendo a
1.5 Exploração de elementos nos literatura como fonte de prazer
livros: capa, contra capa, folha e fruição;
de rosto, orelha, índice, 1.5 Compreender, gradualmente,
número de páginas; as relações entre a linguagem
1.6 Audição e apreciação de oral e a linguagem escrita e
poesias (recitais, saraus e diferenciá-las a partir de suas
outros momentos); marcas e características em
1.7 Participação em atividades de contextos reais de utilização;
5 - Recontar histórias ouvidas leitura com livros digitais; 1.6 Compreender a ideia de
para produção de reconto 1.8 Escolher livro para ler; símbolo em situações reais que
escrito, tendo o professor 1.9 Exploração oralmente ou fazem sentido, percebendo que
participação da exploração oral as coisas podem ser
como escriba. de revistas, livros, figuras, representadas de diversas
gravuras e objetos; maneiras e que a escrita e uma
1.10 Descrição de fotos, delas;
gravuras, situações diversas. 1.7 Perceber as funções sociais da
língua escrita e apropriar-se
delas, em situações reais de
uso;
1.8 Constituir-se,
progressivamente, como leitor
e produtor de textos, levando
em consideração objetivos,
interlocutores e estrutura dos
textos;
1.9 Ampliar seu vocabulário e
avançar progressivamente em
relação ao pensamento
conceitual, possibilitando uma
compreensão, cada vez maior,
de si e do mundo em que vive;
1.10 Desenvolver a capacidade
de construir narrativas,
transportando-se para o
passado e para o futuro,
utilizando-se de uma estrutura
32
organizada em que os fatos
tenham causas e
consequências.
1.1 Exploração oralmente ou 1.1 Percepção de diversos gêneros
participação da exploração oral discursivos orais, suas
de revistas, livros, figuras, diferentes estruturas, tramas e
gravuras e objetos; formas de organização;
1.2 Contato com diferentes 1.2 Ampliação do repertório de
portadores de texto; textos orais e escritos;
1.3 Uso de diferentes gêneros 1.3 Desenvolvimento da fluência
textuais; nos discursos orais;
1.4 Na roda de conversa, explorar 1.4 Utilização de recursos
aspectos e novidades trazidos linguísticos, tais como:
pelas crianças; entonação, pausas, ênfases,
1.5 Escrita espontânea registrando repetições, dentre outros;
o seu nome e demais coisas do 1.5 Ampliação do domínio de
6 ‐ Produzir suas próprias ambiente ou algo explorado na palavras e expressões da nossa
histórias orais e escritas roda de conversa; língua;
(escrita espontânea), em 1.6 Apreciação da Leitura em voz 1.6 Utilização gradativa de frases e
alta realizada pelo professor; narrativas;
situações com função social 1.7 Apreciação da leitura em voz 1.7 Desenvolvimento de maneiras
significativa. alta feita pela criança (depois de se expressar, buscando
da professora já ter feito a clareza;
exploração do livro); 1.8 Atitude de escuta e respeito à
1.8 Jogos e brincadeiras que fala do outro;
trabalhe a consciência 1.9 Apuração da sensibilidade
fonológica das crianças; estética em relação aos textos;
1.9 Promover situações de leitura 1.10 Percepção de tipos e
e escrita; gêneros de textos que circulam
1.10 Produção de textos em nossa sociedade, com suas
coletivos; diferentes estruturas textuais,
1.11 Participação de jogos que tramas e diagramação
envolvam rima, escuta,
exploração sonora, associadas
a escrita.
1.1 Participar ativamente de rodas 1.1 Concepção da ideia de
de conversa, de relatos de símbolo;
experiência, de contação de 1.2 Percepção da distinção entre
histórias; desenho e escrita;
7 - Levantar hipóteses sobre 1.2 Explorar gestos, expressões 1.3 Estabelecimento da diferença
gêneros textuais veiculados corporais, sons da língua, entre letras e números;
rimas, além dos significados e 1.4 Utilização de elementos de
em portadores conhecidos,
dos sentidos das palavras nas coesão textual (marcadores de
recorrendo a estratégias de falas, nas parlendas, poesias, tempo, de causalidade, de
observação gráfica e/ou de canções, livros de histórias e progressão, etc.);
outros gêneros textuais; 1.5 Utilização do sistema
leitura.
1.3 Brincar, vocalizando ou alfabético de representação da
verbalizando, com ou sem escrita;
apoio de objetos, fazendo 1.6 Utilização dos aspectos
jogos de memória ou invenção gráficos da escrita;
de palavras, usando e
33
ampliando seu repertório 1.7 Desenvolver a capacidade de
verbal; utilizar a fala e a escuta, de
1.4 Exploração de elementos nos forma cada vez mais
livros: capa, contra capa, folha competente, em diferentes
de rosto, orelha, índice, contextos;
número de páginas; 1.8 Compreender a ideia de
1.5 Audição e apreciação de símbolo em situações reais que
poesias (recitais, saraus e fazem sentido, percebendo que
outros momentos); as coisas podem ser
1.6 Audição e apreciação de representadas de diversas
músicas; maneiras e que a escrita e uma
1.7 Participação de atos de leitura delas;
com diferentes estratégias: 1.9 Interessar-se pela leitura em
pausa protocolada, leitura de geral e especialmente de textos
partes do texto (como uma literários, percebendo a
novela), a partir de um final, a literatura como fonte de prazer
partir de cenas, de imagens; e fruição;
1.8 Explorar textos como: lista, 1.10 Elaborar narrativas e suas
caracterização de objetos, primeiras escritas não
notícia de jornais, etc; convencionais ou
1.9 Exposição e escuta de ideias, convencionais.
opiniões, sentimentos, dúvidas.
1.1 Apresentar diferentes gêneros 1.1 Ampliar seu conhecimento
textuais em diferentes sobre a linguagem gestual, oral
portadores; e escrita, apropriando-se de
1.2 Levar as crianças para o diferentes estratégias de
cantinho da leitura para que comunicação;
explorem os livros; 1.2 Desenvolver seu pensamento,
1.3 Permitir que as crianças sua imaginação e as formas de
escolham os livros que serão expressá-los;
8 - Selecionar livros e textos lidos na atividade permanente 1.3 Comunicar desejos,
de gêneros conhecidos para a de leitura/contação de história; necessidades, pontos de vista,
1.4 Exploração de livros de ideias, sentimentos,
leitura de um adulto e/ou para materiais diversos (plástico, informações, descobertas,
sua própria leitura (partindo tecido, borracha, papel) e dúvidas, etc;
de seu repertório sobre esses brincar com livros brinquedo; 1.4 Conhecer-se e construir, nas
1.5 Audição, interpretação e interações, variadas
textos, como a recuperação dramatização de histórias; possibilidades de ação e de
pela memória, pela leitura das 1.6 Exploração de elementos nos comunicação com as demais
ilustrações livros: capa, contra capa, folha crianças e com adultos;
de rosto, orelha, índice, 1.5 Reconhecer aspectos
etc.). número de páginas; peculiares a si e aos de seu
1.7 Audição e apreciação de grupo de pertencimento;
poesias, músicas (recitais, 1.6 Interessar-se pela leitura em
saraus e outros momentos). geral e especialmente de textos
1.8 Participação de atos de leitura literários, percebendo a
com diferentes estratégias: literatura como fonte de prazer
pausa protocolada, leitura de e fruição;
partes do texto (como uma 1.7 Compreender, gradualmente,
novela), a partir de um final, a as relações entre a linguagem
partir de cenas, de imagens; oral e a linguagem escrita e
34
1.9 Escuta, contação e reconto de diferenciá-las a partir de suas
histórias, lendas, fábulas, marcas e características em
poesias, etc.; contextos reais de utilização;
1.10 Invenção de histórias, 1.8 Conhecer, reconhecer e
poesias. apreciar diversos gêneros
1.11 Escuta e recitação de textuais;
parlendas e trava-línguas. 1.9 Perceber as funções sociais da
1.12 Ouvir e contar piadas, língua escrita e apropriar-se
adivinhas, etc. delas, em situações reais de
uso;
1.10 Desenvolver as
capacidades de utilizar a fala e
a escuta, de forma cada vez
mais competente, em
diferentes contextos.
1.1 Escrita espontânea registrando 1.1 Percepção das diferenças entre
o seu nome e dos colegas; linguagem oral e linguagem
1.2 Vivência de jogos e escrita;
brincadeiras que explorem a 1.2 Percepção dos diferentes usos
sonoridade das palavras; e funções da escrita;
1.3 Participação em jogos e 1.3 Percepção da distinção entre
brincadeiras que trabalhe a desenho e escrita;
consciência fonológica das 1.4 Estabelecimento da diferença
crianças; entre letras e números;
1.4 Participação em jogos de 1.5 Utilização do sistema
encaixe relacionando palavras alfabético de representação da
a imagens; escrita;
1.5 Reconto escrito de uma 1.6 Compreender a ideia de
história onde a criança fará símbolo em situações reais que
9 - Levantar hipóteses em escrita espontânea; fazem sentido, percebendo que
1.6 Reconto de história ou texto as coisas podem ser
relação à linguagem escrita, lido, a professora sendo a representadas de diversas
realizando registros de escriba; maneiras e que a escrita e uma
1.7 Explorar listas; delas;
palavras e textos, por meio de
1.8 Explorar a ficha dos nomes das 1.7 Perceber as funções sociais da
escrita espontânea. crianças para escrita com cópia língua escrita e apropriar-se
e sem cópia; delas, em situações reais de
1.9 Brincadeiras com a escrita e uso;
leitura do próprio nome e com 1.8 Apropriar-se, gradualmente
os nomes dos colegas; dos aspectos gráficos da
1.10 Construção de perguntas e escrita;
respostas relacionada a um 1.9
tema explorado em sala;
1.11 Realizar entrevistas com
algum profissional relacionado
ao assunto abordado;
1.12 Utilizar quadro de areia ou
lousa mágica para a criança
escrever de forma espontânea;
1.13 Utilizar o alfabeto móvel e
o de libras para a criança
35
explorar as formas das letras,
para formar seu nome e dos
colegas;
1.14 Brincar, vocalizando ou
verbalizando, com ou sem
apoio de objetos, fazendo
jogos de memória ou invenção
de palavras, usando e
ampliando seu repertório
verbal.

CAMPO DE EXPERIÊNCIA – ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E


TRANSFORMAÇÕES
OBJETIVOS DE EXPERIÊNCIAS DE SABERES E
APRENDIZAGEM E APRENDIZAGEM CONHECIMENTOS
DESENVOLVIMENTO
1.1 Exploração de diferentes 1.1 Percepção de fenômenos
ambientes manipulados químicos como: matéria,
explorando sensações; transformação, mistura, e
1.2 Explorar objetos diversos fusão;
utilizando as mãos, a boca, o 1.2 Procedimentos de observação,
corpo: Cheirar, morder, levantamento de hipóteses,
apertar, sacudir, manipular, formulação de perguntas,
tocar; exploração, experimentação,
1.3 Busca de objetos ou pesquisa, verificação, registro,
brinquedos escondidos dentro etc.;
de caixas fechadas; 1.3 Percepção das propriedades
1.4 Exploração das várias dos objetos e figuras como:
possibilidades dos materiais e formas, tipos de contorno,
objetos no espaço: pegar, bidimensionalidade,
1 - Estabelecer relações de encaixar, empilhar, puxar, tridimensionalidade, faces
comparação entre objetos, segurar, enfileirar, agrupar, planas, lados retos, entre
observando suas chutar, arremessar, etc. outras;
1.5 Comparação de objetos com 1.4 Percepção de conceitos como
propriedades. propriedades diversas: peso, tamanho, forma e posição dos
volume, massa, espessura, objetos;
textura, cores; 1.5 Participar da resolução de
1.6 Coleção de objetos, problemas cotidianos que
classificando-os de acordo envolvam quantidades,
com as propriedades medidas, dimensões, tempos,
específicas que esses objetos espaços, comparações,
apresentam; transformações, buscando
1.7 Percepção da transformação, o explicações, levantando
surgimento de novas hipóteses;
substâncias em atividades de 1.6 Construir conhecimentos sobre
culinária, tais como fazer bolo, os fenômenos físicos,
gelatina, massinha, docinhos; químicos e biológicos,
1.8 Comparação, organização, relacionando-os às
sequência e ordem de materiais experiências do cotidiano;
36
de acordo com critérios pré- 1.7 -Compreender o mundo ao seu
definidos ou não; redor, pensar e agir sobre ele
1.9 Percepção de semelhanças e de maneira positiva e
diferenças entre objetos no sustentável.
espaço, combinando formas e
estabelecendo relações entre
eles, em situações que
envolvam descrições orais,
construções e representações
1.1 Experiências para 1.1 Percepção de fenômenos
comprovação da existência do físicos como: inércia,
ar; velocidade, queda dos corpos,
1.2 Experiências com os flutuação, força, força
fenômenos da natureza gravitacional, mudanças de
observada; estados físicos, equilíbrio,
1.3 Experiências utilizando os eletromagnetismo, som,
recursos naturais: areia, folha, movimento, energia, calor, luz
pedra, água, etc; e sombra;
1.4 Deslocar-se utilizando 1.2 Percepção de fenômenos
velocidades variadas nos químicos como: matéria,
brinquedos (escorregadores, transformação, mistura, e
gangorras, balanços, velotrol e fusão;
outros) e nos jogos (corrida de 1.3 Percepção de elementos
saco, corre - cutia, corridas naturais como: clima, ar, água,
variadas e outros); solo, vulcões, terremotos,
2 - Observar e descrever 1.5 Observação do movimento dos tsunami, estações do ano, dia,
mudanças em diferentes astros e das nuvens e noite, chuva, eclipse, fases da
comparação das sombras; lua;
materiais, resultantes de 1.6 Brincadeira de teatro de 1.4 Percepção de conceitos como
ações sobre eles, em sombras; tamanho, forma e posição dos
1.7 Brincadeira com areia, água, objetos;
experimentos envolvendo
argila, barro, pedrinhas, 1.5 Percepção de medidas de
fenômenos naturais e gravetos, folhas, vivendo capacidade, tempo, tamanho,
artificiais. experiências de formar e massa, volume, valor,
transformar; temperatura, peso, entre outras
1.8 Brincadeira com vasilhas de padronizadas e não
água e objetos diversos para padronizadas;
vivenciar experiências de 1.6 Utilização de instrumentos de
flutuação; medida: calendário, relógio,
1.9 Observação e prevenção da fita métrica, termômetro,
reação dos objetos pela ação balança, etc.;
dos sujeitos: queda dos corpos, 1.7 Estimativa em relação aos
flutuação, movimento do ar, números, aos espaços, às
direção, distância, magnetismo grandezas e medidas;
por meio de situações 1.8 Percepção das operações
cotidianas; aritméticas;
1.10 Participação em atividades 1.9 Identificar, nomear, descrever
como: soltar pipa, fazer cata- e explicar fenômenos
ventos, balões e bolinha de observados;
sabão, esvaziar e encher balões 1.10 Perceber a resolução de
e sacos e outras; problemas cotidianos que
37
1.11 Diferenciação de materiais envolvam quantidades,
artificiais de naturais; medidas, dimensões, tempos,
1.12 Participação em atividades espaços, comparações,
sobre economia de bens transformações, buscando
naturais (água, energia), explicações, levantando
evitando o desperdício; hipóteses;
1.13 Confecção e/ou realização 1.11 Construir conhecimentos
de atividades de culinária sobre os fenômenos físicos,
como receitas, envolvendo químicos e biológicos,
diferentes unidades de relacionando-os às
medidas: tempo de cozimento, experiências do cotidiano;
quantidade de ingredientes, 1.12 Compreender o mundo ao
litro, quilograma, colher, seu redor, pensar e agir sobre
xícara, entre outros. ele de maneira positiva e
sustentável;
1.13 Perceber-se como parte
integrante do meio ambiente;
1.14 Compreender as diferenças
e inter-relações entre os
fenômenos físicos, químicos e
biológicos e os elementos da
natureza.
1.1 Observação do apodrecimento 1.1 Respeito ao meio ambiente,
de frutos e deterioração de considerando a biodiversidade,
alimentos; a sustentabilidade, o equilíbrio
1.2 Interação com animais e ecológico e a utilização
plantas, desenvolvendo ações adequada dos bens naturais;
de cuidado; 1.2 Utilização dos números no
1.3 Observação de insetos e contexto social;
animais na instituição ou em 1.3 Comparação de quantidades
outros espaços; utilizando contagem, fala,
1.4 Plantação de flores, cultivar notação numérica em registros
hortas, regar, colher; convencionais e não
3 - Identificar e selecionar 1.5 Acompanhamento do processo convencionais;
fontes de informações, para de amadurecimento de frutos; 1.4 Estabelecer relações com
1.6 Construção de terráreos, animais, pessoas, seres vivos e
responder a questões sobre a reproduzindo o ciclo da vida; elementos da natureza por
natureza, seus fenômenos, 1.7 Recolhimento de todo o lixo meio da exploração
sua conservação. produzido nas excursões, nas investigação, pesquisa,
atividades cotidianas e destiná- questionamento crítico,
los a locais corretos; análise, coleta de informações;
1.8 Reciclagem de materiais; 1.5 Demonstrar respeito por si,
1.9 Observação do processo de pelos outros, pelos demais
decomposição dos resíduos seres vivos e pelo ambiente em
orgânicos por meio da que vive;
compostagem; 1.6 Perceber-se como parte
1.10 Reaproveitamento de integrante do meio ambiente;
resíduos sólidos (sucata) para 1.7 Conhecer como funciona o
fabricação de brinquedos, para ecossistema;
ornamentação da instituição, 1.8 Conhecer como funciona a
etc.; biodiversidade;
38
1.11 Percepção, nos momentos 1.9 Perceber como funciona o
das refeições, a quantidade ciclo da vida;
necessária para alimentar sem 1.10 Saber como se dá o
desperdiçar os alimentos; processo de germinação e
1.12 Identificação de diferenças criação;
e semelhanças entre os seres 1.11 Percepção de fenômenos
vivos; biológicos como: crescimento,
1.13 Participação de passeios envelhecimento, transpiração,
fora da escola a museus, respiração, saúde, alimentação;
zoológicos, parques, entorno 1.12 Percepção de elementos
da escola, jardim botânico e naturais como: clima, ar, água,
outros; solo, vulcões, terremotos,
1.14 Observação da natureza; tsunami, estações do ano, dia,
1.15 Quantificação de objetos e noite, chuva, eclipse, fases da
seres do seu entorno. lua.
1.1 Busca de objetos ou 1.1 Elaboração do conceito de
brinquedos escondidos dentro número e quantidade,
de caixas, em baixo da mesa, considerando: cardinalidade,
atrás do armário, fora da sala, comparação, ordenação,
etc; classificação e conservação de
1.2 Brincadeira de teatro de quantidades;
sombras, mostrando a sombra 1.2 - Noções espaciais de
em cima ou embaixo de algo; orientação, direção,
1.3 Observar o movimento da proximidade, lateralidade,
sobra a partir da observação do exterior e interior, lugar,
sol; distância;
4 - Registrar observações, 1.4 Construção de mapas ou guias 1.3 Percepção de conceitos como
manipulações e medidas, de percurso e utilizá-los para tamanho, forma e posição dos
usando múltiplas linguagens anotações de distâncias e objetos;
marcação de pontos 1.4 Utilização de instrumentos de
(desenho, registro por referenciais em passeios, medida: calendário, relógio,
números ou escrita percursos, brincadeiras de fita métrica, termômetro,
espontânea), em diferentes busca ao tesouro, gincanas, balança, etc.;
etc. 1.5 Estimativa em relação aos
suportes. 1.5 Confecção de maquetes números, aos espaços, às
explorando aspectos como grandezas e medidas.
localização, distância e
ordenação;
1.6 Explorar o uso de relógio para
contagem do tempo;
1.7 Participar da resolução de
problemas cotidianos que
envolvam, dimensões, tempos,
espaços, buscando
explicações, levantando
hipóteses.
5 - Classificar objetos e 1.1 Realização deslocamentos 1.1 Percepção de fenômenos
diversos de objetos (rolar, físicos como: inércia,
figuras de acordo com suas arremessar, puxar, etc.), velocidade, queda dos corpos,
semelhanças e diferenças observando distância, peso, flutuação, força, força
forma, etc; gravitacional, mudanças de
39
1.2 Construção de estimativas e estados físicos, equilíbrio,
agrupamentos; eletromagnetismo, som,
1.3 Comparação de quantidades movimento, energia, calor, luz
utilizando contagem, e sombra;
linguagem oral e notação 1.2 Procedimentos de observação,
numérica; levantamento de hipóteses,
1.4 Contagem de diferentes formulação de perguntas,
maneiras (de um em um, de exploração, experimentação,
dois em dois, etc.); pesquisa, verificação, registro,
1.5 Exploração de semelhanças e etc.;
diferenças entre objetos no 1.3 Atitude de curiosidade, de
espaço, combinando formas e investigação, de respeito,
estabelecendo relações entre cooperação, etc;
eles, em situações que 1.4 Utilização da terminologia da
envolvam descrições orais, linguagem matemática;
construções e representações; 1.5 Elaboração do conceito de
1.6 Manuseio de blocos lógicos número e quantidade,
5 - Classificar objetos e em diversas situações: considerando: cardinalidade,
figuras de acordo com suas montagem de mosaicos, comparação, ordenação,
semelhanças e diferenças. maquetes, painéis, construções classificação e conservação de
de miniatura, brincadeiras, etc; quantidades;
1.7 Organização, sequência e 1.6 Percepção das propriedades
ordem de materiais de acordo dos objetos e figuras como:
com critérios pré-definidos ou formas, tipos de contorno,
não; bidimensionalidade,
1.8 Coleção de objetos, tridimensionalidade, faces
classificando-os de acordo planas, lados retos, entre
com as propriedades outras;
específicas que esses objetos 1.7 Percepção de conceitos como
apresentam; tamanho, forma e posição dos
1.9 Utilizando caixas de diversos objetos;
tamanhos, solicitar que a 1.8 Percepção de medidas de
criança as encaixe uma na capacidade, tempo, tamanho,
outra; massa, volume, valor,
1.10 Utilizando caixas de temperatura, peso, entre outras
diversos tamanhos solicitar padronizadas e não
que a criança compare padronizadas;
tamanhos, que as enfileire, que 1.9 Utilização de instrumentos de
as coloque da maior para a medida: calendário, relógio,
menor, da menos para a maior; fita métrica, termômetro,
1.11 Comparação de objetos balança, etc.;
com propriedades diversas: 1.10 Estimativa em relação aos
peso, volume, massa, números, aos espaços, às
espessura, textura, cores. grandezas e medidas.
6 - Relatar fatos importantes 1.1 Construir a linha do tempo de 1.1 Participar da resolução de
cada criança, para isso solicitar problemas cotidianos que
sobre seu nascimento e
que tragam as informações de envolvam, tempos, espaços,
desenvolvimento, a história casa; comparações, buscando
dos seus familiares e da sua 1.2 Explorar com as crianças o explicações, levantando
relógio, demonstrando tempo hipóteses;
comunidade. agora, passado, futuro;
40
1.3 Explorar o calendário de sala 1.2 Compreender o mundo ao seu
mostrando que existe o hoje, o redor, pensar e agir sobre ele
amanhã, o ontem; de maneira a perceber que o
1.4 Explorar o calendário tempo passa que as coisas
mostrando que o tempo é mudam;
contado por dias, semanas. 1.3 Construir conhecimentos sobre
Meses e ano; os fenômenos físicos,
1.5 Deslocar-se utilizando químicos e biológicos,
velocidades variadas nos relacionando-os às
brinquedos (escorregadores, experiências do cotidiano;
gangorras, balanços, velotrol e 1.4 Estabelecer relações com
outros) e nos jogos (corrida de objetos, pessoas, fenômenos e
saco, corre - cutia, corridas elementos da natureza por
6 - Relatar fatos importantes variadas e outros); meio da exploração
sobre seu nascimento e 1.6 Realização deslocamentos investigação, pesquisa,
desenvolvimento, a história diversos de objetos (rolar, questionamento crítico,
arremessar, puxar, etc.), análise, coleta de informações;
dos seus familiares e da sua observando distância, 1.5 Perceber a relação entre
comunidade. velocidade, forma, etc; passado e futuro;
1.7 Brincar com indumentárias, 1.6 Percepção de elementos
com acessórios, com objetos naturais como: clima, ar, água,
cotidianos associados a solo, vulcões, terremotos,
diferentes papeis ou cenas tsunami, estações do ano, dia,
sociais que apresentem a noite, chuva, eclipse, fases da
passagem do tempo; lua;
1.8 Realizar entrevista com um 1.7 Noções espaciais de
idoso de forma a mostrar como orientação, direção,
a tecnologia mudou; proximidade, lateralidade,
1.9 Montagem e desmontagem de exterior e interior, lugar,
aparelhos velhos, relógios e distância;
outros; 1.8 - Percepção de conceitos como
1.10 Exploração do tamanho, forma e posição dos
funcionamento de pilhas, objetos;
lâmpadas, baterias; 1.9 Percepção de medidas de
1.11 Discussão do tempo e temperatura, entre
funcionamento de telefones, outras padronizadas e não
computadores, lanternas, padronizadas;
espelhos, calculadoras, funis,
peneiras;
1.12 Observação do movimento
dos astros e das nuvens e
comparação das sombras.
1.1 Quantificação de objetos e 1.1 Elaboração do conceito de
7 - Relacionar números às seres do seu entorno; número e quantidade,
suas respectivas 1.2 Contagem de seres e objetos considerando: cardinalidade,
em situações do cotidiano; comparação, ordenação,
quantidades e identificar 1.3 Uso do número em situações classificação e conservação de
o antes, o depois e o entre contextualizadas e quantidades;
significativas como: 1.2 Utilização dos números no
em uma sequência. distribuição de materiais, contexto social;
divisão de objetos, arrumação
41
da sala, quadro de registros, 1.3 Comparação de quantidades
coleta de coisas e outros; utilizando contagem, fala,
1.4 Comparação, organização, notação numérica em registros
sequência e ordem de materiais convencionais e não
de acordo com critérios pré- convencionais;
definidos ou não; 1.4 Percepção de que o número
1.5 Observação e exploração das natural ocupa lugar na
formas geométricas existentes sequência numérica e que esta
no meio natural e cultural possui regularidades;
(frutas, flores, nuvens, 1.5 Produção escrita dos números
montanhas, astros, vitrais de naturais;
igreja, mosaicos, pisos, 1.6 Nomeação de números
artesanato, obras de arte dentre naturais em sequência ou não;
outras), em situações diversas 1.7 Apreender noções de cálculo
(excursão, dentro da escola, mental e contagem como
passeios no entorno da escola, ferramentas para resolver
7 - Relacionar números às etc.); problemas;
1.6 Manuseio de blocos lógicos 1.8 Compreensão de que as
suas respectivas em diversas situações: quantidades podem ser
quantidades e identificar montagem de mosaicos, representadas de várias formas
maquetes, painéis, construções de acordo com quem
o antes, o depois e o entre de miniatura, brincadeiras, etc; representa;
em uma sequência. 1.7 Identificação de números e 1.9 Compreensão da necessidade
numeração em situações em de criar símbolos para
que isso seja necessário; representar quantidades;
1.8 Pesquisa de diferentes 1.10 Utilização dos números de
situações em que se usam acordo com seu contexto;
números, observando como se 1.11 Noções espaciais de
organizam e para que servem; orientação, direção,
1.9 Construção de mapas ou guias proximidade, lateralidade,
de percurso e utilizá-los para exterior e interior, lugar,
anotações de distâncias e distância;
marcação de pontos
referenciais em passeios,
percursos, brincadeiras de
busca ao tesouro, gincanas,
etc;
1.10 Identificação e contato
com números nos diferentes
contextos em que se
encontram.
1.1 Comparação de escritas 1.1 Interpretação de dados usando
8 - Expressar medidas (peso, numéricas para identificar gráficos de barras e pictóricos
altura etc.), construindo algumas regularidades; quadros, tabelas;
gráficos básicos. 1.2 Construção de estimativas e 1.2 Estimativa em relação aos
agrupamentos; números, aos espaços, às
1.3 Resolução de problemas grandezas e medidas;
desafiantes, envolvendo 1.3 Percepção das operações
números e/ou questões aritméticas;
cotidianas; 1.4 Elaboração do conceito de
número e quantidade,
42
1.4 Utilizar noções de cálculo considerando: cardinalidade,
mental e contagem; comparação, ordenação,
1.5 Fazer a medida das crianças e classificação e conservação de
construir um gráfico com os quantidades;
tamanhos; 1.5 Utilização dos números no
1.6 Participar da resolução de contexto social;
problemas cotidianos que 1.6 Comparação de quantidades
envolvam quantidades, utilizando contagem, fala,
medidas, dimensões, altura, notação numérica em registros
comparações, buscando convencionais e não
explicações, levantando convencionais
hipóteses; 1.7 Percepção de que o número
1.7 Observar os objetos da sala e natural ocupa lugar na
estabelecer comparações de sequência numérica e que esta
tamanho, forma, etc; possui regularidades;
1.8 Explorar situações sociais 1.8 Produção escrita dos números
cotidianas, reais ou da fantasia, naturais;
8 - Expressar medidas (peso, identificando a existência de 1.9 Nomeação de números
altura etc.), construindo números; naturais em sequência ou não;
gráficos básicos. 1.9 Explorar diversos objetos, 1.10 Compreensão do cálculo
relatando tamanho, forma, cor, mental e da contagem como
textura, peso, densidade, ferramentas para resolver
luminosidade, funcionalidade, problemas;
procedência e utilidade, 1.11 Compreensão de que as
reagrupando-os e ordenando- quantidades podem ser
os segundo critérios diversos; representadas de várias formas
1.10 Participar da resolução de de acordo com quem
problemas cotidianos que representa;
envolvam quantidades, 1.12 Compreensão da
medidas, dimensões, tempos, necessidade de criar símbolos
espaços, comparações, para representar quantidades.
transformações, buscando
explicações, levantando
hipóteses.
43

Efetivando direitos e aprendizagens


na Educação Infantil
44

Efetivando direitos e aprendizagens


na Educação Infantil
45

© 2018 Fundação Santillana.

FUNDAÇÃO SANTILLANA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO


Produção Editorial Ministro de Estado da Educação
Equipe Rossieli Soares da Silva
André Luiz de Figueiredo Lázaro Secretaria de Educação Básica
Luciano Monteiro Kátia Cristina Stocco Smole
Karyne Arruda de Alencar Castro
Diretoria de Currículos e Educação Integral
Edição Raph Gomes Alves
Ana Luisa Astiz / AA Studio
Coordenação-Geral de Educação Infantil
Preparação Vânia de Carvalho Marçal Bareicha
Cida Medeiros / AA Studio
Colaboradora
Revisão Carolina Velho
Marcia Menin / AA Studio
Equipe Técnica
Luciana Morais Nascimento
Nota do editor Maria Genilda Alves de Lima
Embora a maior parte dos profissionais atuantes Raquel Ribeiro Martins
na Educação Infantil seja de mulheres, esta publi- Virley Santos
cação utiliza “professor” no masculino por questão
de padronização. Texto Final
Zilma de Moraes Ramos de Oliveira
Leitura Crítica
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Maria Carmem Silveira Barbosa
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Paulo Fochi
Campos de experiências : efetivando direitos e aprendizagens na Silvia Helena Vieira Cruz
educação infantil / [Ministério da Educação ; texto final Zilma de
Moraes Ramos de Oliveira]. – São Paulo : Fundação Santillana,
2018.

Bibliografia.
UNESCO
ISBN 978-85-63489-41-8 Representação no Brasil
1. Aprendizagem 2. Aprendizagem – Avaliação 3. BNCC – Base Diretora e Representante da UNESCO no Brasil
Nacional Comum Curricular 4. Diretrizes Curriculares Nacionais (Brasil) Marlova Jovchelovitch Noleto
5. Educação – Currículos 6. Educação infantil 7. Pedagogia I. Ministério
da Educação. II. Oliveira, Zilma de Moraes Ramos de. Coordenadora do Setor de Educação
18-17499 CDD-375.001
Maria Rebeca Otero Gomes
Oficial de Projetos do Setor de Educação
Índices para catálogo sistemático:
1. Currículos : Educação 375.001
Mariana Alcalay

Esta publicação tem a cooperação da Unesco no


âmbito do projeto 914BRZ1041, o qual tem como
objetivo o Apoio ao Desenvolvimento de Estraté-
gias de Implementação do Plano Nacional de Edu-
cação no tocante às Políticas Públicas de Educação
Básica. Os autores são responsáveis pela escolha
e pela apresentação dos fatos contidos neste livro,
bem como pelas opiniões nele expressas, que não
são necessariamente as da Unesco, nem compro-
metem a Organização. As indicações de nomes e
a apresentação do material ao longo desta publi-
cação não implicam a manifestação de qualquer
opinião por parte da Unesco a respeito da condição
jurídica de qualquer país, território, cidade, região
ou de suas autoridades, tampouco da delimitação
de suas fronteiras ou limites.
46

APRESENTAÇÃO 4

INTRODUÇÃO 5

O EU, O OUTRO E O NÓS 14

CORPO, GESTO E MOVIMENTOS 29

TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS 49

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO 66

ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES 85

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM 106

LEITURAS RECOMENDADAS 116


47

Esta publicação discute, expõe, problematiza e sugere maneiras de


organizar as atividades pedagógicas nas unidades de Educação Infan-
til —creches, centros de Educação Infantil e pré-escolas —, considerando
o conceito de campo de experiências proposto na Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE)
para essa etapa da Educação Básica (Resolução CNE/CP nº 02/17). O obje-
tivo é servir de referência para os professores e demais profissionais que
atuam na Educação Infantil construírem o currículo de sua unidade, sus-
citando uma atitude responsável e reflexiva como planejadores e avalia-
dores dos ambientes de aprendizagem das crianças.
É impossível e indesejável estabelecer um roteiro de ações a ser me-
ramente cumprido no trabalho em Educação Infantil. A escolha das prá-
ticas a serem promovidas no espaço educativo é do professor, iluminado
por sua formação profissional e pela proposta pedagógica construída co-
letivamente na unidade de Educação Infantil, mas, em especial, por sua
sensibilidade para, a cada dia, ouvir e acolher os propósitos das crianças
de seu grupo.
Apresentaremos, contudo, grandes marcos, as atitudes comuns para
orientar o trabalho com os diferentes grupos etários presentes na BNCC
para a Educação Infantil e alguns tópicos que podem apoiar o professor
em seu trabalho com esses grupos, incluindo aspectos ligados à gestão
pedagógica da unidade.
Pelo fato de ser a organização curricular por campo de experiências
relativamente nova no marco legal brasileiro, este documento traz alguns
pontos a fim de compartilhar e dialogar com o conjunto de docentes da
área em encontros de formação continuada realizados nas unidades, de
modo a enriquecer o repertório da equipe e ampliar o olhar das famílias
em relação a seus filhos.
Boa leitura e bom trabalho!

Representação da Organização Secretaria de Educação Básica


das Nações Unidas para a Educação, Ministério da Educação
a Ciência e a Cultura
(UNESCO) no Brasil

4
48

A aprovação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) de uma Base


Nacional Comum Curricular (BNCC) para orientar as unidades integran-
tes do sistema de ensino a elaborar seus currículos criou para a Educa-
ção Infantil o desafio de manter sua especificidade e identidade dentro
de uma concepção curricular que difere das demais etapas da Educação
Básica, embora se integre a elas.
O propósito da BNCC é definir os direitos e objetivos de aprendi-
zagem das crianças. No entanto, ela não constitui um currículo, embora
deva orientá-lo. É importante entender essa diferença.
O currículo é formado pelo conjunto de situações cotidianas orga-
nizadas para as crianças em cada unidade de Educação Infantil com base
em seu projeto pedagógico. Ele se concretiza por meio de “práticas educa-
cionais organizadas em torno do conhecimento e em meio às relações so-
ciais que se travam nos espaços institucionais, e que afetam a construção
das identidades das crianças” (DCNEB — Parecer CNE/CEB nº 07/10).
Nessa concepção, o currículo não se reduz a um conjunto de apren-
dizagens prescritas, mas inclui os elementos que as viabilizam: os arran-
jos dos espaços, dos tempos, dos materiais e, especialmente, as relações
que, no cotidiano da unidade, as crianças estabelecem, com a ajuda do
professor, na construção de sentidos atribuídos ao mundo e a si mesmas
por meio de diferentes linguagens.
Todo o trabalho pedagógico na Educação Infantil é marcado por
concepções de criança que orientam as práticas do professor e demais
educadores. Dada a centralidade das Diretrizes Nacionais Curriculares
da Educação Infantil (DNCEI) na formulação da BNCC no que se refere à
Educação Infantil, vamos retomar a concepção de criança nela expressa:
“A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e
de direitos que se desenvolve nas interações, relações e práticas cotidia-
nas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças
de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere.
Nessas condições ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz de con-
ta, deseja, aprende, observa, conversa, experimenta, questiona, constrói
sentidos sobre o mundo e suas identidades pessoal e coletiva, produzindo
cultura” (Parecer CNE/CEB nº 20/09).
Nessa concepção, o planejamento curricular, na organização das si-
tuações mediadoras de aprendizagens significativas, deve tomar a crian-
ça como centro de suas decisões e considerar seus afetos, suas linguagens,
seus modos de conhecer e seus desejos, e garantir seus direitos. Ao ela-
borar seu projeto pedagógico, as instituições de Educação Infantil devem
abolir “os procedimentos que não reconhecem a atividade criadora e o
protagonismo da criança pequena, que promovam atividades mecânicas
e não significativas para as crianças” (Parecer CNE/CEB nº 20/09).

5
49

O primeiro passo para construir na unidade uma proposta pedagó-


gica que efetivamente respeite as crianças e promova seu desenvolvimen-
to é estudar as DCNEI — Resolução CNE/CEB nº 05/09.
As DCNEI estabelecem três princípios fundamentais para orientar
o trabalho com as crianças nas unidades de Educação Infantil. São eles:

A. PRINCÍPIOS ÉTICOS de valorização da autonomia, da responsabilidade, da solidarie-


dade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades
e singularidades. Eles lembram o professor sobre a importância de:

▶ APOIAR a conquista de autonomia pelas crianças para escolher brinca-


deiras, materiais e atividades e para realizar cuidados pessoais diários.

▶ FORTALECER a autoestima e os vínculos afetivos, combatendo precon-


ceitos relativos ao pertencimento étnico-racial, de orientação sexual, gê-
nero, classe social, religião etc.

▶ ESTIMULAR o respeito a todas as formas de vida, incluindo a integrida-


de de cada ser humano e a preservação da flora, da fauna e dos recursos
naturais.

▶ ENFATIZAR valores como a liberdade, a igualdade de direitos de todas


as pessoas e entre homens e mulheres, assim como a solidariedade com
indivíduos de grupos sociais vulneráveis.

B. PRINCÍPIOS POLÍTICOS que asseguram à criança, desde o nascimento, os direitos de


cidadania, o exercício da crítica e o respeito à ordem democrática. Para concretizar esses
princípios políticos, a unidade de Educação Infantil precisa:

▶ PROMOVER a participação crítica das crianças em relação ao cotidiano


da unidade e a fatos ocorridos na comunidade que chamem sua atenção.

▶ POSSIBILITAR a expressão de seus sentimentos, desejos, ideias,


questionamentos.

▶ GARANTIR uma experiência bem-sucedida de aprendizagem para


todas.

6
50

C. PRINCÍPIOS ESTÉTICOS de valorização da sensibilidade, da criatividade e da ludi-


cidade da criança, assim como da diversidade de manifestações artísticas e culturais. Em
relação a esses princípios, o trabalho pedagógico na Educação Infantil deve:

▶ VALORIZAR o ato criador de cada criança e a construção de respostas


singulares em experiências diversificadas.

▶ POSSIBILITAR que todas as crianças se apropriem de diferentes lin-


guagens e tenham disponíveis materiais para se expressar.

Refletir sobre os princípios apontados pode respaldar as decisões da


equipe docente quando esta analisar o trabalho que vem sendo realizado
pelo professor e pela equipe, identificando as conquistas e as dificuldades
percebidas nas práticas com as crianças e na relação da unidade de Educa-
ção Infantil como um todo com as famílias, possibilitando o planejamento
de futuras ações.
As DCNEI defendem ainda que o eixo norteador do currículo na Edu-
cação Infantil esteja centrado nas interações e na brincadeira como meios
privilegiados de aprendizagem e desenvolvimento das crianças peque-
nas. A seguir, veremos o que isso quer dizer.
Como um ser ativo desde o nascimento, as interações que a criança
estabelece com parceiros diversos propiciam desenvolvimento e apren-
dizagens significativas. Assim, as crianças pequenas precisam ter mui-
tas oportunidades para interagir com adultos e, em especial, com outras
crianças e para manter uma comunicação face a face em seu cotidiano. Já
a brincadeira é reconhecida por sua ludicidade, como processo pelo qual a
criança deixa de reagir ao mundo com base apenas em suas percepções e
afetos e passa a ser capaz de lidar com imagens e a fazer de conta que de-
terminado objeto, personagem ou ambiente representa outra coisa.
Os dois processos — as interações e a brincadeira — são elementos bá-
sicos na construção de cada criança como um ser único, sendo formas pri-
vilegiadas para a ampliação de afetos, sensações, percepções, memória,
linguagem e identidade. É com base nisso que todo o currículo se efetiva.
As DCNEI definem o currículo como “um conjunto de práticas que
buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhe-
cimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, científico e
tecnológico. Tais práticas são efetivadas por meio de relações sociais que
as crianças desde bem pequenas estabelecem com os professores e as ou-
tras crianças, e afetam a construção de suas identidades” (Parecer CNE/
CEB nº 20/09).

7
51

Continua o parecer: “Intencionalmente planejadas e permanente-


mente avaliadas, as práticas que estruturam o cotidiano das instituições de
Educação Infantil devem considerar a integralidade e indivisibilidade das
dimensões expressivo-motora, afetiva, cognitiva, linguística, ética, estéti-
ca e sociocultural das crianças, apontar as experiências de aprendizagem
que se espera promover junto às crianças e efetivar-se por meio de moda-
lidades que assegurem as metas educacionais do seu projeto pedagógico”.
Estudando com atenção essa definição, observa-se que a concepção
de currículo ressalta a necessidade de articulação, no processo educa-
cional, das experiências e dos saberes que as crianças constroem com os
conhecimentos culturais já sistematizados que ocorrem em práticas pla-
nejadas e avaliadas, superando a atitude de apenas apoiar o que elas já
manifestam. Atitudes como a de transmissão de conhecimentos já siste-
matizados na cultura que deverão ser aprendidos pelas crianças também
precisam ser superadas. É necessário o olhar para o cotidiano, para as
emoções e para os saberes presentes nas relações face a face, trazendo
para o currículo o reconhecimento das experiências infantis como aspec-
to norteador básico. Com isso está sendo proposto um novo paradigma
para a Educação escolar.
Em relação ao acompanhamento e à avaliação do processo pedagógico,
as DCNEI consideram que o professor necessita conhecer as manifestações
das crianças acerca das experiências por elas vividas, as formas de par-
ticiparem das atividades e seus parceiros prediletos para a realização de
diferentes tipos de tarefas, assim como suas narrativas, preferências e difi-
culdades. Isso pode ser obtido, em especial, por meio das seguintes atitudes:

▶ observação sistemática, crítica, criativa e ética do comportamento de cada


criança e de grupos de crianças nas brincadeiras e interações que elas es-
tabelecem no cotidiano;

▶ análise do contexto educativo — do modo como as atividades foram pro-


postas e efetivadas, do material disponibilizado e da forma como ele foi
apropriado pelas crianças; e

▶ utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relató-


rios, fotografias, desenhos, álbuns etc.) para documentar o que foi obser-
vado e subsidiar a avaliação.

Ainda em relação à avaliação, é fundamental destacar que os rit-


mos de desenvolvimento, os interesses e as conquistas já efetivadas pelas
crianças até os 6 anos de idade são muito diversos, o que torna impro-
cedente e equivocada uma avaliação que ignore os diversos contextos de

8
52

aprendizagem e tente comparar o desempenho delas usando o mesmo cri-


tério, ainda que tenham a mesma idade.
As DCNEI ampliam o compromisso da Educação Infantil para o aten-
dimento das crianças não só das regiões urbanas, mas também dos po-
vos indígenas e das comunidades do campo — agricultores, extrativistas,
pescadores artesanais, ribeirinhos, assentados e acampados da reforma
agrária, quilombolas, caiçaras e outros grupos.
Como o Brasil é um país que conta com uma grande diversidade de
culturas, não podendo a Educação ser pensada apenas em relação à popu-
lação urbana, as crianças podem e devem conhecer e respeitar diferentes
modos de vida e saberes construídos pelo homem ao longo do tempo nos
vários territórios. Para isso, é preciso que sejam apresentadas aos costu-
mes e aos modos de viver de seu grupo social e dos de outras regiões,
estados e países, ao mesmo tempo que se percebem como indivíduos per-
tencentes a uma comunidade com saberes, formas de expressão e celebra-
ções específicos, habitando determinado lugar.

APRENDIZAGENS ESSENCIAIS PROPOSTAS PELA BNCC


COMO DIREITO DAS CRIANÇAS

A BNCC, de modo a orientar os projetos pedagógicos das unidades


de Educação Infantil, propôs que neles as crianças tenham garantidos os
seguintes direitos mediadores de aprendizagens significativas:

■ CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,


utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro,
o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

■ BRINCAR cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tem-


pos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando
seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressi-
vas, cognitivas, sociais e relacionais.

■ PARTICIPAR ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planeja-


mento da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brinca-
deiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e
elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

9
53

■ EXPLORAR movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras,


emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em
suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

■ EXPRESSAR, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,


emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questiona-
mentos, por meio de diferentes linguagens.

■ CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, cons-


tituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas
diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vi-
venciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil). Acesso em: 28 maio 2018.

A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR PROPOSTA PELA BNCC


PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

A BNCC aponta para a Educação Infantil objetivos de aprendizagem


e desenvolvimento dentro de uma organização curricular por campos de
experiências, possibilidade aberta pelas DCNEI (Resolução CNE/CEB nº
05/09, art. 9º, § único). Tal opção trouxe implicações significativas para
pensar a organização dos contextos de aprendizagem desse segmento,
modificando maneiras tradicionais de planejar e efetivar as práticas peda-
gógicas por ser muito diferente da estrutura baseada em áreas do conhe-
cimento, mais familiar aos currículos efetivados no Ensino Fundamental
e no Ensino Médio.
O currículo por campos de experiências defende a necessidade de
conduzir o trabalho pedagógico na Educação Infantil por meio da orga-
nização de práticas abertas às iniciativas, desejos e formas próprias de
agir da criança que, mediadas pelo professor, constituem um contexto rico
de aprendizagens significativas. Assim, os campos de experiências apon-
tam para a imersão da criança em situações nas quais ela constrói noções,
afetos, habilidades, atitudes e valores, construindo sua identidade. Eles
mudam o foco do currículo da perspectiva do professor para a da criança,
que empresta um sentido singular às situações que vivencia à medida que
efetiva aprendizagens.

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54

Os direitos gerais propostos para a Educação Infantil serão retoma-


dos em cada campo de experiências e ajustados a seu foco básico, a saber:

▶ O EU, O OUTRO E O NÓS

▶ CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS

▶ TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS

▶ ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO

▶ ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES

Os campos de experiências podem subsidiar as práticas das crianças


isoladamente ou reunindo os objetivos de um ou mais campos e envolvem
todos os momentos da jornada (diária e semanal) das crianças na Educa-
ção Infantil, incluindo o acolhimento inicial, o momento das refeições, a
participação no planejamento das atividades, as festividades e os encon-
tros com as famílias, as atividades de expressão, investigação e brinca-
deiras. Assim, os campos não são trabalhados apenas em um dia definido
da semana, nem há expectativa de haver uma aula de 45 minutos para o
trabalho com um campo em cada dia ou para que determinado bimestre
do ano letivo seja dedicado apenas a um campo.
Trabalhar com campos de experiências na Educação Infantil consti-
tui um convite a uma nova maneira de compreender a prática pedagógica
como resultante de aprendizagens significativas não só para as crianças,
mas também para o professor. Para tanto, vale a pena rever e apropriar-se
de alguns conceitos.

CONCEITOS BÁSICOS
Os bebês, desde recém-nascidos, demonstram possuir uma capaci-
dade de se expressar que mobiliza as pessoas com quem convivem e in-
teragem. De outro lado, como nascem imaturos do ponto de vista motor,
dependem de outro ser humano para sobreviver. Os cuidados que recebem
incluem os ligados a sua sobrevivência, a seu bem-estar, à formulação de
uma identidade positiva e também a sua inserção na cultura, ou seja, a sua
educação. Como a criança não é rigidamente programada para sentar, an-

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55

dar ou falar em momentos definidos de sua vida, o domínio dessas ações


depende do modo como ela será cuidada na cultura à qual pertence.
Por sua vez, as práticas culturais e sociais de atenção pessoal — hi-
giene, alimentação, sono —, quando feitas com a atenção e o respeito que a
criança merece, são tão importantes quanto qualquer outra atividade co-
tidiana em que ela se envolve, pois promovem aprendizagens instigantes
ligadas a sensações, afetos, movimentos, rotinas etc.
Outro ponto importante é reconhecer que desde o nascimento a
criança reage às situações, atribuindo-lhes sentido por meio de suas emo-
ções, expressões, posturas, choro e vocalizações, considerando-as acolhe-
doras, prazerosas, interessantes ou ameaçadoras, dolorosas. Incompleta,
mas potente, a criança chora quando experimenta desconforto ou sorri
quando se sente atendida em suas necessidades. Dada a riqueza das expe-
riências que vivencia, o sentido atribuído a um evento pode ser bastante
inovador, como no caso da menina que disse à professora que o Lobo Mau
derrubara a casa de sua avó, após visitar o local durante uma reforma em
que muitas paredes foram demolidas. Assim a criança conhece o mundo
material e social, ampliando continuamente sua curiosidade e manifes-
tando suas inquietações, movida por afetos e por sua história pessoal.
O conceito de experiência reconhece que a imersão da criança em
práticas sociais e culturais criativas e interativas promove aprendizagens
significativas, criando momentos plenos de afetividade e descobertas. Al-
gumas dessas práticas na Educação Infantil, entre muitas outras, são can-
tar e dançar com outras crianças, admirar-se em frente ao espelho, comer
uma refeição saborosa e cheirosa, jogar bola como se fosse um atleta, escu-
tar histórias e emocionar-se com os personagens, brincar de faz de conta,
organizar com cuidado uma coleção de objetos e observar com curiosida-
de o que ocorre quando dois líquidos de densidade diferente são mistura-
dos, entre outras práticas, desde que respeitados seu ritmo de ação, sua
iniciativa e os sentidos que constroem.
Os pontos básicos dessa concepção levam a:

▶ ABANDONAR a ideia de crianças como seres frágeis e incompetentes e


da infância como período de passividade, dependência ou debilidade;

▶ REJEITAR toda postura pedagógica (incluindo as instruções, os mate-


riais didáticos, as histórias) de rigidez e inflexibilidade, sem atentar para
a maneira como as crianças reagem ao que lhes é proposto;

▶ NÃO DEFINIR o processo pedagógico como metas impostas à crian-


ça, negligenciando o significado que aquele processo tem na experiência
infantil;

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56

▶ GARANTIR a todas as crianças tempo para explorar as proposições que


o professor faz; e

▶ ENTENDER que elas precisam repetir as mesmas proposições outras


vezes, de modo a se apropriar de determinadas ações e também elaborar
um sentido para a experiência vivida.

De acordo com as DCNEI e como mencionado na página 5:

“Em relação a qualquer experiência de aprendizagem que seja trabalha‐


da pelas crianças, devem ser abolidos os procedimentos que não reconhecem a
atividade criadora e o protagonismo da criança pequena, que promovam ativi‐
dades mecânicas e não significativas para as crianças”.
(Parecer CNE/CEB nº 20/09).

Falar em experiências significativas leva a refletir sobre a relação de-


las com as práticas, manifestações e tradições culturais. A aprendizagem
e o desenvolvimento infantil se fazem nas vivências em uma cultura em
constante movimento e em sua recriação com elas e por elas — lembrando
que não se pode falar em uma cultura ou a cultura, mas antes reconhecer
a pluralidade de culturas e a não existência de uma hierarquia entre elas.
Apesar de as experiências vividas ao longo da Educação Infantil contribu-
írem fortemente para a inserção das crianças em sua própria cultura, elas
também podem ajudar as novas gerações a conhecer, identificar, valorizar
e preservar manifestações e tradições de culturas diferentes, criando um
referencial importante que marca seu pertencimento.
Na Educação Infantil, a presença de um professor sensível e atento
é fundamental para que as crianças vivam experiências mediadoras de
aprendizagens valiosas nas quais expressem seus desejos e descobertas
por meio do corpo, de gestos e/ou de palavras. Quando ele percebe e res-
peita as características de cada criança, compreende sua movimentação e
seus motivos, estabelece vínculos afetivos, algo que é muito significativo
para todas elas, em especial para aquelas com deficiências, transtornos
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Em síntese,
o professor deve acolher os desejos e as necessidades das crianças e aten-
der a suas especificidades de modo a assegurar-lhes os direitos propostos
pela BNCC para a Educação Infantil.

13
57
58

INTRODUÇÃO
A criança, na interação com seus pares e com adultos, vive experi-
ências de atenção pessoal e outras práticas sociais nas quais aprende a se
perceber como um “eu” — alguém que tem características, desejos, motivos,
concepções —, a considerar seus parceiros como um “outro” — com desejos
e interesses próprios — e a tomar consciência da existência de um “nós” —
um grupo humano cada vez mais amplo e diverso. Nesse processo, vai se
constituindo como alguém com um modo próprio de agir, sentir e pensar.
O processo de construção da identidade é central para o desenvol-
vimento. Ele acontece ao longo de toda a vida, mas é particularmente in-
tenso durante a Educação Infantil. Assim, o campo de experiências “O eu,
o outro e o nós” demanda uma atenção especial. O foco desse campo é
possibilitar à criança viver novas formas mais amorosas, cooperativas e
democráticas de se relacionar com seus pares e com adultos. Afinal, ter
amigos, brincar ou explorar o ambiente com alguém, colaborar ou opor-se
a um companheiro, receber um carinho quando triste são ações que am-
pliam sua confiança e participação nas atividades individuais e coletivas.
O desafio que se coloca para a criança é perceber que há no mundo
um grande conjunto de diferentes pessoas em distintos papéis, algumas
mais próximas (o pai, o médico ou curandeiro, o líder comunitário, o pro-
fessor, o irmão ou outra criança) e outras mais distantes (o papa, o dono
das terras ou o patrão do pai ou da mãe, o jogador de futebol famoso, o
governador, entre outros).
A noção de “nós” amplia o olhar das crianças para a existência de
um ambiente social que inclui outras culturas e lugares distantes onde
moram pessoas com costumes diferentes dos seus, algo necessário para
a construção de um compromisso de busca da paz, de não discriminação
de outros seres humanos e de preservação do planeta Terra. Essas noções,
que norteiam as ações dos indivíduos ao longo da vida, são aprendizagens
valiosas para esses pequenos seres curiosos em busca de afeto.

CONCEITOS BÁSICOS
O ingresso na Educação Infantil, particularmente dos bebês, cria o
desafio de se relacionar com adultos e crianças em um ambiente diferente
de seu lar, com espaços, hábitos e rotinas diversos dos que estão acostu-
mados. O acolhimento de cada um nesse momento é fundamental, geran-
do experiências promotoras do desenvolvimento à medida que são criados
vínculos com o professor, demais adultos e colegas. Nesse processo, se são

15
59

frequentes abraços, conversas, gestos de ofertas de objetos aos colegas,


ocorrem também disputas e mordidas. Essas situações são parte do pro-
cesso de constituição como pessoa que toda criança deve viver e precisam
ser bem compreendidas e mediadas pelo professor.
Nas interações que as crianças estabelecem com parceiros adultos e
outras crianças, elas:

▶ APRENDEM a expressar suas sensações, percepções, emoções e


pensamentos.

▶ CRIAM laços afetivos com outras crianças e com os adultos.

▶ CONFRONTAM suas formas de agir com as do parceiro e podem se colo-


car no lugar do outro, apreendendo os sentimentos, os motivos e as ideias
que ele expressa.

Conforme aprendem a acolher e interagir com a diversidade de me-


ninos e meninas da unidade de Educação Infantil e são por eles acolhidas,
as crianças desenvolvem condições para construir uma identidade livre
de preconceitos, seja de raça, de gênero, de condição social, de religião
etc., ampliando suas oportunidades de aprender mais com o outro.
É importante que ocorram, no cotidiano da unidade de Educação
Infantil, situações que ampliem as possibilidades de a criança cuidar de
si e de outrem, de se expressar, comunicar, criar, conviver, brincar em
grupo, ter iniciativa, buscar soluções para problemas e conflitos, assim
como participar da construção de um ambiente onde natureza e cultura
convivam em harmonia, levando em conta a necessidade de preservar o
planeta em que vivemos.
Outro ponto a considerar é que meninos e meninas têm sido educa-
dos para corresponder às expectativas de alguns modelos do que significa
ser homem ou mulher em uma cultura, ignorando as mudanças que hoje
têm sido observadas em relação às questões de gênero em nossa socie-
dade. Esses estereótipos associados a gênero estão presentes em muitas
unidades de Educação Infantil, empobrecendo o desenvolvimento das
crianças. Muitos professores privilegiam elogios à meiguice ou à aparên-
cia das meninas, pedem-lhes que enfeitem a sala ou ainda lhes disponi-
bilizam objetos para brincar de casinha ou de princesa, ao mesmo tempo
que dizem aos meninos que não se preocupem com a aparência, solicitam-
-lhes que carreguem algo mais pesado ou lhes oferecem, com exclusivida-
de, carrinhos e ferramentas para brincar. Todavia, as crianças negociam
ativamente tais imposições quando brincam de faz de conta. A meiguice, a
boa aparência, a força, a possibilidade de brincar de motorista, mecânico,

16
60

chefe de cozinha, cuidador de criança ou outro papel social são atributos


que podem e devem ser apropriados tanto por meninos como por meninas.
A mesma atitude responsável é requerida quando se trata de ofe- recer
cuidado pessoal às crianças. Em todas as sociedades, as diferentes
formas de atenção com o corpo, com os cabelos, com o vestuário, com o
preparo e maneiras de servir e consumir os alimentos, com a higiene e
com o sono são orientadas por uma técnica, mas também por uma estéti-
ca, constituindo meios de expressão, de identidade e de comunicação.
Essas atividades têm como primeiro objetivo manter a vida e aliviar
tensões, ou seja, preservar o equilíbrio do indivíduo, mesmo que temporá-
rio, possibilitando a continuidade da espécie. Para tanto, as crianças têm de
aprender saberes e técnicas de cuidado pessoal culturalmente elaborados.
Por suas características físicas e comportamentais, os bebês, desde
o nascimento, atraem a atenção dos companheiros mais experientes por
meio do olhar, do choro e de outras vocalizações, da mímica e da postu-
ra corporal, para que os protejam, alimentem, aqueçam, tranquilizem e
apoiem, ou seja, para que sejam acolhidos em suas necessidades até que
cresçam e desenvolvam habilidades para cuidar-se por conta própria.
Para eles, os cuidados aliviam desconfortos causados por fome,
sede, cansaço, dor, mudanças de temperatura, umidade, incômodos na
pele provocados por urina, fezes ou fralda apertada ou ainda pelo excesso
de estímulos ambientais. A necessidade de contato corporal para manter
a temperatura também enseja a atenção e a interação com o outro. O mes-
mo pode-se dizer da necessidade de sucção, que atende à demanda por
nutrientes e acalma.
A atenção pessoal na Educação Infantil requer uma interação face
a face, criando sequências de movimentos cooperativos permeados por
atitudes de atenção e comunicação, o que repercute no desenvolvimento
integral, na construção da identidade pessoal e na sociabilidade que carac-
teriza o ser humano. Ela possibilita que o conjunto de atitudes e técnicas
de atenção pessoal vivenciadas ou observadas pela criança seja imitado e
recriado posteriormente em suas interações e brincadeiras, propiciando o
desenvolvimento de habilidades e conhecimentos para, adiante, cuidar de
si e de outrem.

17
61

O CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”


A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) descreve assim o campo
de experiências “O eu, o outro e o nós”:

É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão constituindo um


modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros mo-
dos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas
primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade),
constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-
-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais. Ao mes-
mo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças
constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdepen-
dência com o meio. Por sua vez, na Educação Infantil, é preciso criar oportunida-
des para que as crianças entrem em contato com outros grupos sociais e culturais,
outros modos de vida, diferentes atitudes, técnicas e rituais de cuidados pessoais e
do grupo, costumes, celebrações e narrativas. Nessas experiências, elas podem am-
pliar o modo de perceber a si mesmas e ao outro, valorizar sua identidade, respeitar
os outros e reconhecer as diferenças que nos constituem como seres humanos.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias). Acesso em: 22 maio 2018.

DIREITOS DE APRENDIZAGEM
NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”

▶ CONVIVER com crianças e adultos em pequenos grupos, reconhecendo


e respeitando as diferentes identidades e pertencimento étnico-racial, de
gênero e de religião.

▶ BRINCAR com diferentes parceiros, desenvolvendo sua imaginação e


solidariedade.

▶ EXPLORAR diferentes formas de interação com pessoas e grupos so-


ciais diversos, ampliando sua noção de mundo e sensibilidade em relação
aos outros.

18
62

▶ PARTICIPAR ativamente das situações do cotidiano, tanto aquelas liga-


das ao cuidado de si e do ambiente como as relativas às atividades propos-
tas pelo professor e às decisões da escola.

▶ EXPRESSAR às outras crianças e/ou adultos suas necessidades, emo-


ções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões e oposições.

▶ CONHECER-SE e construir uma identidade pessoal e cultural, valori-


zando as próprias características e as de outras crianças e adultos, não
compartilhando visões, atitudes preconceituosas ou discriminatórias.

ORIENTAÇÕES GERAIS
QUANTO AO PROCESSO PEDAGÓGICO

A constituição de um sentido do eu em relação ao outro e ao nós se


efetiva ao longo da permanência na unidade de Educação Infantil e é mar-
cada pela maneira como cada criança sente que é tratada e acolhida, como
recebe os comentários diante de suas dúvidas, conquistas ou dificuldades
e como percebe o respeito a seu tempo de se alimentar, a suas preferên-
cias em relação à comida ou a sua participação ou não em certas ativida-
des. Também é importante a disponibilidade que o professor demonstra
para entender como a criança é percebida pela família em seu cotidiano.
Em outras palavras, a ênfase nesse campo de experiências está ligada à
constituição de atitudes nas relações vividas durante a estada na unidade,
abrindo caminho para outras aprendizagens.
O foco do trabalho do professor é:

▶ CRIAR situações em que as crianças possam expressar seus afetos, de-


sejos e saberes e aprendam a ouvir o outro, conversar, negociar com argu-
mentos e metas, fazer planos comuns, enfrentar conflitos, participar de
uma atividade em grupo e criar amizades com seus companheiros.

▶ APOIAR o desenvolvimento de sua identidade pessoal, sentimento de au-


toestima, autonomia, confiança em suas possibilidades e pertencimento a
determinado grupo étnico-racial, crença religiosa, local de nascimento etc.

▶ FORTALECER os vínculos afetivos com suas famílias e ajudá-las a cap-


tar as possibilidades apresentadas por diferentes tradições culturais para
a compreensão do mundo e de si mesmas.

19
63

▶ INCENTIVAR a reflexão sobre o modo injusto como os preconceitos


étnico-raciais e outros foram construídos e se manifestam e a construção
de atitudes de respeito, não discriminação e solidariedade.

▶ CONSTRUIR com elas o entendimento da importância de cuidar de sua


saúde e de seu bem-estar no decorrer das atividades cotidianas.

▶ CRIAR hábitos ligados à limpeza e preservação do ambiente, à coleta do


lixo produzido nas atividades e à reciclagem de inservíveis.

O trabalho pedagógico ganha força e expressão à medida que o pro-


fessor organiza situações e maneiras de estimular o desenvolvimento da
autonomia infantil quanto a relacionar‐se com os companheiros, conhe‐
cer‐se e cuidar de si.
Para as crianças aprenderem a relacionar‐se com os companheiros,
algumas estratégias são:

▶ ORGANIZAR o ambiente e as rotinas para acolher as crianças ingres-


santes na unidade ou mesmo aquelas matriculadas após um período de
férias ou adoecimento, no chamado “processo de adaptação”.

▶ ESTRUTURAR um ambiente tranquilo, que favoreça o estabelecimento


de interações entre elas, compreendendo seus movimentos como inten-
ções exploratórias e forma de comunicação.

▶ POSSIBILITAR a participação em atividades individuais e em grupo


que as ajudem a entender os direitos e as obrigações das pessoas.

▶ AJUDAR cada uma a reconhecer a existência do ponto de vista do ou-


tro e a considerar possíveis sentimentos, intenções e opiniões dos demais,
construindo atitudes negociadoras e tolerantes.

▶ COMUNICAR com clareza instruções sobre a organização física e social


do ambiente, de modo a fortalecer sua autonomia e estimular a colaboração.

▶ OFERECER materiais e propor atividades em que percebam a necessi-


dade de compartilhar e cooperar.

▶ AJUDAR a organizar tarefas em grupo e estimular a reflexão sobre even-


tual quebra das regras decididas coletivamente.

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64

▶ INCLUIR sua participação na caracterização e no arranjo dos espaços


que mais frequentam e no cuidado com seus objetos, de modo a mantê-los
bem conservados e acessíveis.

▶ ATUAR quando o grupo reage a determinada criança, coibindo precon-


ceitos, agressões e assédios, de maneira a ampliar o olhar de todas para a
importância de respeitar os colegas.

▶ APOIAR aquelas com deficiências, transtornos globais de desenvolvi-


mento e altas habilidades/superdotação a se perceberem como integran-
tes dos grupos infantis, demonstrando confiança em suas possibilidades
de aprender com os colegas e estimulando-as diante de dificuldades, e, ao
mesmo tempo, acompanhar o que o grupo pode aprender com elas.

▶ CUIDAR para que os espaços, materiais, objetos, brinquedos, procedi-


mentos e formas de comunicação sejam adequados às especificidades e
singularidades do brincar e do interagir das crianças, em especial da-
quelas com deficiências, transtornos globais de desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação.

Algumas ações do professor podem ajudar as crianças a aprender a


conhecer‐se e cuidar de si. Destacam-se, entre outras:

▶ ACONCHEGAR as crianças quando demandam ajuda (pelo choro, pedi-


do de colo, silêncio prolongado, birra) para lidar com emoções fortes.

▶ OUVIR E APOIAR a expressão de seus sentimentos, planos, ideias, vi-


vências, preferências (e não preferências) por brincadeiras e atividades.

▶ INCENTIVAR a identificação de elementos que provocam medo, apoiá-


-las a superá-lo e adotar uma atitude ativa diante de uma dificuldade.

▶ AJUDAR a reconhecer e comunicar sensações produzidas por diferentes


estados fisiológicos, como sede, fome, dor, frio etc.

▶ COMENTAR as ações e avaliar as produções (desenhos, esculturas, nar-


rativas, movimentos de dança etc.) respeitando as emoções de cada uma
para fortalecer sua autoestima.

▶ GARANTIR igualdade no tratamento de meninas e meninos, disponibi-


lizando brinquedos e outros materiais para todos e propondo a realização
de atividades das quais possam participar independentemente de gênero.

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▶ TRATAR as crianças e seus familiares pelo nome e coibir o uso de apeli-


dos pejorativos no tratamento a colegas e adultos.

▶ RESPEITAR os diferentes arranjos familiares e as opções religiosas,


bem como acolher as opiniões e aspirações dos pais sobre seus filhos.

▶ INCLUIR no cotidiano brinquedos, imagens e narrativas que promovam


a construção de uma relação positiva com seus grupos de pertencimento.

▶ INTERAGIR de modo comunicativo e atento durante as ações de cuida-


do individual, como troca de fralda, banho, sono e alimentação, em um
ambiente planejado, seguro, aconchegante e diversificado.

▶ APOIAR E INCENTIVAR a autonomia em relação ao cuidado pessoal,


como escovar os dentes, colocar sapatos ou agasalho, pentear os cabelos,
servir-se nas refeições e organizar pertences, estimulando que se auxi-
liem mutuamente nessas tarefas.

▶ ORIENTAR o grupo a guardar brinquedos e materiais nos devidos luga-


res depois de utilizá-los nas atividades, cuidar e manter o entorno limpo,
sem resíduos de comida ou água que favoreçam a proliferação de animais
nocivos à saúde (ratos, insetos e outros), usar sem desperdício os mate-
riais, jogar lixo em recipientes próprios, separando, com a ajuda de um
adulto, materiais que possam ser reciclados, reparar objetos que foram
danificados, cuidar e preservar as plantas em geral e conhecer os cuida-
dos em relação a animais de estimação.

O PROFESSOR
E A GARANTIA DOS DIREITOS DE APRENDIZAGEM
NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “O EU, O OUTRO E O NÓS”
Após a apresentação, no segmento anterior, de atitudes básicas para
orientar as práticas pedagógicas na Educação Infantil, destacam-se a se-
guir algumas aprendizagens envolvidas no campo de experiências “O eu,
o outro e o nós” que envolvem diversas linguagens e saberes e que apare-
cem em outros campos. A indicação da faixa etária serve apenas como
referência, pois as crianças diferem no interesse que demonstram pela
realização de determinada atividade e podem se desenvolver com mais
rapidez em um setor ou outro das rotinas cotidianas.

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66

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA O GRUPO DOS BEBÊS


ZERO A 1 ANO E 6 MESES

Nos primeiros meses de vida, à medida que é atendido em suas ne-


cessidades básicas, o bebê aprende a reconhecer as pessoas e a se localizar
no ambiente, de início por meio da percepção das sensações de aconche-
go por aqueles com quem interage e que o ajudam na satisfação de suas
necessidades. Essa percepção vai se aprimorando com a experiência e se
estendendo a outros indivíduos, aspectos (movimentos, sons e cheiros) e
ambientes. Em todo o processo, ele aprende sobre si conforme se apropria
de pistas que o diferenciam dos demais e os compreende como seres com
características e intenções diversas das suas.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de zero a 1 ano e 6 meses:

■ PERCEBER que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.

■ PERCEBER as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e in-


terações das quais participa.

■ INTERAGIR com crianças da mesma faixa etária e adultos ao explorar mate-


riais, objetos e brinquedos.

■ COMUNICAR necessidades, desejos, emoções, utilizando gestos, balbucios


e palavras.

■ RECONHECER seu corpo e expressar suas sensações em momentos de ali-


mentação, higiene, brincadeira e descanso.

■ INTERAGIR com outras crianças da mesma faixa etária e adultos, adaptando-


-se ao convívio social.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 22 maio 2018.

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67

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ COMPARTILHAM brinquedos e objetos com outros bebês e com adultos


e imitam seus gestos.

▶ EXPERIMENTAM sabores dos alimentos, percebem cheiros e escolhem o


que querem comer.

▶ OBSERVAM o ambiente e percebem aromas, texturas e sonoridades na


companhia do grupo.

▶ COMENTAM com a professora, utilizando diferentes linguagens, sobre


suas fotos e as de seus familiares.

▶ OUVEM histórias lidas ou contadas pelo professor e cantam com seu


grupo.

▶ BRINCAM diante do espelho, observando os próprios gestos ou imitando


colegas.

▶ PARTICIPAM de refeições apetitosas, de descanso diário em ambiente


aconchegante e silencioso e de momentos de banho refrescante.

▶ VESTEM E DESVESTEM bermuda, camiseta, boné ou sapato sem ajuda.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS BEM PEQUENAS


1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES

Nesse período, as crianças locomovem-se com mais habilidade,


apreciam brincar de faz de conta e já dominam mais a comunicação oral
ou a língua de sinais, no caso das que apresentam deficiência auditiva. As
situações que vivenciam lhes permitem aprender a perceber como agem
em diversas situações, a expressar suas intenções, pensamentos e senti-
mentos de modo mais claro e a ser aprendizes com autoconfiança — pes-
soas capazes de comunicar as próprias opiniões, muitas vezes “sendo do
contra” —, além de se interessar por símbolos que expressam identidades
coletivas, tais como ser brasileiro, ser torcedor de determinado time de
futebol, ser uma princesa como a Branca de Neve etc.

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68

A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as


crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses:

■ DEMONSTRAR atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crian-


ças e adultos.

■ DEMONSTRAR imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para


enfrentar dificuldades e desafios.

■ COMPARTILHAR os objetos e os espaços com crianças da mesma faixa etária


e adultos.

■ COMUNICAR-SE com os colegas e os adultos, buscando compreendê-los e fa-


zendo-se compreender.

■ PERCEBER que as pessoas têm características físicas diferentes, respeitando


essas diferenças.

■ RESPEITAR regras básicas de convívio social nas interações e brincadeiras.

■ RESOLVER conflitos nas interações e brincadeiras, com a orientação de um


adulto.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 22 maio 2018.

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Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ BRINCAM de esconder, de faz de conta, de cuidar de animais domésticos,


de roda e de ouvir e contar histórias.

▶ OBSERVAM aspectos do ambiente e colecionam objetos, entre outras ex-


periências realizadas com diferentes parceiros.

▶ VESTEM fantasias e experimentam ser outras pessoas ou personagens


de histórias que lhes são contadas ou lidas.

▶ TORCEM a favor de um grupo: um time esportivo, uma equipe musical,


um grupo de gincana.

▶ CANTAM, respeitando sua vez e ouvindo os demais.

▶ DECIDEM com seus pares o tema de uma história a ser dramatizada por
todos usando esclarecimentos, justificativas e argumentos muito ligados
a seus sentimentos.

▶ APOIAM parceiros em dificuldade, sem discriminá-los por suas


características.

▶ EXPLORAM fotografias de seu grupo em diversas situações.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS PEQUENAS


4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES

Cada vez mais as crianças de 4 e 5 anos aprendem a brincar e desen-


volver projetos em grupo, a cuidar de si e dos outros, a organizar seus pen-
samentos, a ter iniciativa e buscar soluções para problemas e conflitos, a
conhecer suas necessidades, preferências e curiosidades, procurando res-
postas a suas perguntas sobre o mundo. Nesse processo, são auxiliadas por
significações e procedimentos para conhecer o mundo e a si mesmas conce-
bidos na cultura, à qual elas têm oportunidade de acesso e apropriação, reco-
nhecendo as opiniões de outras pessoas e construindo sua identidade como
participantes de grupos sociais variados (religiosos, étnico-raciais etc.).
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses:

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■ DEMONSTRAR empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm dife-


rentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.

■ AGIR de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhe-


cendo suas conquistas e limitações.

■ AMPLIAR as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação


e cooperação.

■ COMUNICAR suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

■ DEMONSTRAR valorização das características de seu corpo e respeitar as ca-


racterísticas dos outros (crianças e adultos) com os quais convive.

■ MANIFESTAR interesse e respeito por diferentes culturas e modos de vida.

■ USAR estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com conflitos nas
interações com crianças e adultos.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 22 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ BRINCAM no pátio, praça ou jardim, em constante contato com a natureza.

▶ INTERAGEM com colegas em brincadeiras de faz de conta, atividades de


culinária, manipulação de argila, manutenção de uma horta, reconto cole-
tivo de história, construção com sucata, pintura coletiva de um cartaz etc.

▶ PARTICIPAM de jogos de regras e aprendem a construir estratégias para


jogar.

▶ ARRUMAM a mesa para um almoço com os amigos e mantêm a organiza-


ção de seus pertences.

▶ OUVEM E RECONTAM histórias dos povos indígenas, africanos,


asiáticos, europeus, de diferentes regiões do Brasil e de outros países
da América.

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▶ LOCALIZAM em um mapa, com apoio do professor, sua cidade, aldeia


ou assentamento, e o Brasil no mapa-múndi.

▶ PARTICIPAM de rodas de conversa para falar de situações pessoais ou


narrar histórias familiares no grupo, sendo ouvidas por todos.

▶ DISCUTEM em classe situações-problema ou maneiras de planejar um


evento.

▶ PREPARAM uma exposição de objetos relativos às atividades e profis-


sões dos familiares e dos adultos da unidade de Educação Infantil.

▶ PESQUISAM em casa suas tradições familiares, de modo a reconhecer


elementos de sua identidade cultural.

▶ ESTABELECEM relações entre o modo de vida característico de seu gru-


po social e o de outros grupos.

▶ CONHECEM costumes e brincadeiras de outras épocas e de outras


civilizações.

▶ EXPLORAM brincadeiras, características da alimentação e tipos de orga-


nização social de diferentes culturas.

▶ REALIZAM com maior autonomia ações como escovar os dentes, colocar


sapatos ou agasalho, pentear os cabelos, servir-se nas refeições, utilizar
talheres adequados, lavar as mãos antes de comer e depois de usar tinta
ou brincar com terra ou areia.

ATENÇÃO
A apresentação do campo de experiências “O eu, o outro e o nós” marca um novo
olhar sobre a Educação Infantil e destaca aspectos básicos da criança que merecem
uma atenção constante do professor no cotidiano. Quanto mais o currículo efetivado
na unidade de Educação Infantil atentar para isso, mais as práticas pedagógicas po-
derão ampliar o desenvolvimento pleno das crianças.

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72
73

INTRODUÇÃO
Nossas crianças têm direito de correr, pular e saltar em espaços amplos
na creche ou nas suas proximidades
Nossos meninos e meninas têm oportunidade de jogar bola, inclusive
futebol
Nossos meninos e meninas desenvolvem sua força, agilidade e equilíbrio
físico nas atividades realizadas em espaços amplos
Nossos meninos e meninas, desde bem pequenos, podem brincar e explo‐
rar espaços externos ao ar livre
Nossas crianças não são obrigadas a suportar longos períodos de espera
Os bebês não são esquecidos no berço
Os bebês têm direito de engatinhar
Os bebês têm oportunidade de explorar novos ambientes e interagir com
outras crianças e adultos
As crianças pequenas têm direito de testar seus primeiros passos fora do
berço
Reservamos espaços livres cobertos para atividades físicas em dias de
chuva
Organizamos com as crianças aquelas brincadeiras de roda que apren‐
demos quando éramos pequenos
Procuramos criar ocasiões para as famílias participarem de atividades
ao ar livre com as crianças

O trecho do documento Critérios para um atendimento em creches


que respeite os direitos fundamentais das crianças (BRASIL, 1995), acima
exposto, abre a apresentação do campo de experiências “Corpo, gestos e
movimentos”, que constitui fundamental ambiente de aprendizagem e de-
senvolvimento integral na Educação Infantil, em diálogo com os demais
campos.
Esse campo destaca experiências ricas e diversificadas em que ges-
tos, mímicas, posturas e movimentos expressivos compõem uma lingua-
gem vital com a qual as crianças se expressam, se comunicam e constroem
conhecimentos sobre si e sobre o universo social e cultural.
Contudo, para garantir práticas pedagógicas em que as interações e
a brincadeira envolvam experiências sensoriais e corporais que possibili-
tem a expressão da individualidade e o respeito pelos ritmos e desejos de
cada criança, tal como propõem as Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação Infantil — DCNEI (Resolução CNE/CEB nº 05/09, art. 9º), é ne-
cessário superar a concepção de corpo que embasou durante muito tempo
o processo de Educação, tanto no lar como nas instituições de ensino.

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74

Ao longo da história da escola, foi construída a ideia de que o corpo


é um elemento que atrapalha a aprendizagem, sob a alegação de que as
crianças, em especial as da Educação Infantil, movimentam-se demais,
não ficam quietas para desenhar, pintar, conversar ou ouvir histórias. Por
isso, o corpo infantil precisaria, de um lado, ser treinado e, de outro, gas-
tar energia correndo e pulando, para se cansar. Nessa concepção, o corpo
tornou-se o recurso usado pelos educadores para contenção, disciplina-
mento e higienização dos movimentos infantis, sendo explorado como
meio de aprendizagens como segurar o lápis ou os talheres da maneira
correta, sentar e permanecer imóvel para fazer uma atividade ou ainda
relaxar para a realização de tarefas consideradas “mais nobres”, como co-
piar letras e memorizar palavras.
Também ocorria um processo de desenvolvimento de habilidades e
expectativas em relação ao movimento corporal diferenciadas para meni-
nos e meninas, predominando, para as meninas, o controle da agressivi-
dade e a aprendizagem dos “bons modos” e, para os meninos, a valorização
da força e da habilidade motora grossa em detrimento de movimentos
mais delicados, que requerem maior atenção. Com isso, foram prejudica-
das as inúmeras potencialidades de movimento e expressão que as crian-
ças podem construir. Superando essas posições, pesquisas apontam que
restrições rígidas impostas ao movimento delas criam uma atmosfera de
tensão e conflito entre elas e o professor, incompatível com um desenvol-
vimento pleno tanto das crianças como do educador.
Na visão atual, o corpo infantil é um integrante privilegiado das prá-
ticas pedagógicas orientadas para a interação e criação com parceiros na
Educação Infantil. Ele está presente em todas as situações do cotidiano,
expressando o sentido pessoal que cada uma delas tem para a criança. De
outro lado, ele é objeto de um trabalho pedagógico intencional nas ativi-
dades que as crianças realizam tanto em jogos, dramatizações e danças
como no faz de conta e que também atuam na constituição social, cultural
e histórica do corpo delas. Cabe ao professor apoiar o desenvolvimento de
aspectos específicos da motricidade infantil durante as práticas selecio-
nadas da cultura corporal.

CONCEITOS BÁSICOS
O corpo, os gestos e os movimentos constituem linguagens que o
bebê desde cedo adquire e que o orientam em relação ao mundo. O bebê
atribui significado conforme toca a pele de uma pessoa, sente a textura e a
temperatura de certo material, manipula um objeto e percebe suas formas.

31
75

A presença de parceiros experientes que o apoiam a nomear aquele objeto,


a avaliá-lo segundo certas características estimula que a exploração da
criança por meio de seu corpo, gestos e movimentos continue conduzida
por seus interesses e curiosidade, manifestando suas emoções pelo corpo,
criando desafios de estar com parceiros e relacionar-se com eles.
Na primeira infância, o corpo é o instrumento expressivo e comuni-
cativo por excelência, que serve de suporte para o desenvolvimento emo-
cional e mental, sendo essencial na construção de afetos e conhecimentos.
Por meio de gestos, expressões faciais e movimentos corporais, desde o
nascimento, mas também ao longo da vida, as pessoas exploram o am-
biente, expressam seus sentimentos e vontades, interagem e se comuni-
cam com seus parceiros.
Mesmo com maior domínio da linguagem oral, a criança utiliza o
corpo para atuar no mundo, como processo integrado à comunicação e
como recurso expressivo nas interações cotidianas. Nesse processo, ela
aprende a reconhecer suas sensações e funções corporais e a identificar as
potencialidades e os limites de seus gestos e movimentos.
A linguagem corporal, que envolve o tato, os gestos, as posturas, os
deslocamentos, enfim, os movimentos corporais, é recurso para a crian-
ça perceber, expressar emoções, reconhecer sensações, interagir, brin-
car, ocupar espaços e neles se localizar, construindo conhecimento de si
e do mundo.
É fundamental nesse reconhecimento o contato do bebê com seus
educadores — familiares e professor —, fonte de troca de uma série de
mensagens. Nesse contato, ele pode ter sensações agradáveis, de apoio e
estímulo, pelos movimentos delicados e sensíveis do educador, gerando
relaxamento e segurança, assim como sensações desagradáveis, provoca-
das por movimentos bruscos, impacientes, desencadeando o choro.
O corpo expressivo, comunicativo e provocador da criança a leva a
observar e imitar o corpo do outro. Ocorre, assim, uma aprendizagem de
posturas, que, contudo, deve fugir da ideia de conformidade dos corpos a
um modelo postural em um foco disciplinador. Esse trabalho inicia-se à
medida que o professor cria um ambiente em que ela pode explorar, rolar,
sentar, engatinhar, andar, correr, saltar, imitar e também segurar objetos,
arremessá-los, manipulá-los, empilhá-los, encaixá-los etc., assim como
fazer caretas, adotar postura suave ou rígida diante de uma situação. Es-
sas experiências preparam a criança e a acompanham ao longo da vida
na formação de seu pensamento, sendo guardiãs da reação afetiva que ela
elabora em relação ao mundo e de sua identidade pessoal em construção.
Também a capacidade de nomear, identificar e ter consciência do pró-
prio corpo, assim como a construção de uma autoimagem positiva, está as-
sociada às oportunidades oferecidas às crianças para expressar e conhecer

32
76

a cultura corporal da sociedade em que vivem. Conforme se comunicam e


se expressam por meio da dança, do faz de conta, do teatro, com a media-
ção do professor, em um processo que envolve corpo, emoção e linguagem,
elas percebem o modo como seu corpo ocupa os espaços, a força emprega-
da em cada ato, a rapidez ou lentidão, a leveza ou rigidez de seus movimen-
tos, conforme a situação. Além disso, propiciar às crianças, desde bebês,
espaços seguros e diversificados onde possa ocorrer seu desenvolvimento
motor, sensorial, cenestésico, evitando o confinamento, o sedentarismo e a
obesidade, é promover seu crescimento saudável.

O CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”

Para a criança, corpo, gestos e movimentos são uma forma vital de


conhecimento do mundo e de si mesma, e a atuação sensível do professor
em relação a esses elementos é condição básica para garantir os direitos e
os objetivos de aprendizagem na unidade de Educação Infantil.
Na concepção educacional expressa nas DCNEI (Resolução CNE/CEB
nº 05/09), corpo, gestos e movimentos são destacados como mediadores
básicos da aprendizagem e do desenvolvimento de todas as crianças, in-
clusive das que apresentam algum tipo de comprometimento motor.

Art. 9º Aspráticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil de‐
vem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira, garantindo experiências que:
I – promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências
sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da
individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
II – favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domí‐
nio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática
e musical.

Fonte: (http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2296-cne-resolucao005-2009-
pdf&Itemid=30192). Acesso em: 23 maio 2018.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece essa con-


cepção e assim apresenta o campo de experiências “Corpo, gestos e
movimentos”:

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77

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou intencio-
nais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o mundo, o
espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se, brincam e
produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural,
tornando-se progressivamente conscientes dessa corporeidade. Por meio das dife-
rentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta,
elas se comunicam e se expressam no entrelaçamento entre corpo, emoção e lin-
guagem. As crianças conhecem e reconhecem as sensações e funções de seu corpo
e, com seus gestos e movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o que pode
ser um risco à sua integridade física. Na Educação Infantil, o corpo das crianças e
dos bebês ganha centralidade, pois ele é o partícipe privilegiado das práticas peda-
gógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a
submissão. Assim, a instituição escolar precisa promover oportunidades ricas para
que as crianças possam, sempre animadas pelo espírito lúdico e na interação com
seus pares, explorar e vivenciar um amplo repertório de movimentos, gestos, olha-
res, sons e mímicas com o corpo, para descobrir variados modos de ocupação e uso
do espaço com o corpo (tais como sentar com apoio, rastejar, engatinhar, escorregar,
caminhar apoiando-se em berços, mesas e cordas, saltar, escalar, equilibrar, correr,
dar cambalhotas, alongar-se etc.).

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias). Acesso em: 23 maio 2018.

O contato com diferentes parceiros, materiais e espaços possibilita


às crianças investigar as possibilidades de movimento que eles oferecem.
Em função disso, os espaços e as atividades cotidianas na Educação Infan-
til devem ser estruturados de modo a permitir que as crianças indígenas,
as ribeirinhas, as do campo e as dos centros urbanos, estas cada vez mais
limitadas no ambiente doméstico, explorem cotidianamente seus gestos e
movimentos de maneira lúdica, considerando ainda as necessidades es-
pecíficas de movimentação dos bebês e também das crianças com neces-
sidades educacionais especiais.
Não se trata de pensar em aulas de educação física na Educação In-
fantil, mas de reconhecer que o corpo está presente em todas as ativida-
des, o que exige do professor refletir sobre o corpo, gestos e movimentos
de uma perspectiva mais abrangente.

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DIREITOS DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE


EXPERIÊNCIAS “CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”

▶ CONVIVER com crianças e adultos, experimentando marcas da cultura


corporal nos cuidados pessoais, na dança, na música, no teatro, nas artes
circenses, na escuta de histórias e nas brincadeiras.

▶ BRINCAR utilizando criativamente o repertório da cultura corporal e do


movimento.

▶ EXPLORAR amplo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e


mímicas, descobrindo modos de ocupação e de uso do espaço com o corpo.

▶ PARTICIPAR de atividades que envolvam práticas corporais, desenvol-


vendo autonomia para cuidar de si.

▶ EXPRESSAR corporalmente emoções e representações tanto nas rela-


ções cotidianas como nas brincadeiras, dramatizações, danças, músicas e
contação de histórias.

▶ CONHECER-SE nas diversas oportunidades de interações e explora-


ções com seu corpo.

ORIENTAÇÕES GERAIS
QUANTO AO PROCESSO PEDAGÓGICO

Embora se parta da compreensão de que corpo, gestos e movimen-


tos são componentes das ações e interações das crianças ao longo do co-
tidiano da unidade de Educação Infantil — nas brincadeiras, nas práticas
de massagem, nas atividades de troca, no banho, ao pegar no colo e ou-
tras —, o planejamento curricular precisa também garantir situações em
que elas possam vivenciar o corpo em movimento na dança, na música,
nas artes circenses, nos jogos, nas brincadeiras (de faz de conta, de roda,
de estátua e outras tradições brincantes brasileiras) e no teatro, além de
um espaço que lhes possibilite escalar, subir e escorregar em um desní-
vel do terreno, entre outros movimentos corporais que não fazem parte
de seu repertório.

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As crianças devem ter oportunidades especialmente planejadas


para a exploração do mundo com seu corpo e para expressar-se e interagir
por meio do movimento na multiplicidade de situações em sua cultura, e
brincar, dançar e dramatizar são elementos privilegiados para o trabalho
corporal na Educação Infantil.

SOBRE O BRINCAR
Brincar de explorar o espaço com o corpo potencializa habilidades
diversas e é atividade muito apreciada pelas crianças, haja vista a inicia-
tiva que o bebê tem desde cedo para engatinhar, andar pelos ambientes e
manipular os objetos neles presentes. Outros jogos possibilitam que elas
aprendam a explorar movimentos básicos (saltar, girar, cair, deslocar-se,
gesticular etc.), suas dinâmicas ou características (rápido, lento, forte,
leve, direto, flexível etc.), o modo como o movimento ocupa o espaço em
todos os seus níveis (alto, médio, baixo), planos e formas, bem como cons-
truir referenciais que as orientem em relação a aproximar-se ou distan-
ciar-se de determinados pontos.
Muitas explorações corporais estão presentes nas brincadeiras tra-
dicionais, sendo fundamental recriá-las com a participação das crianças,
realizando o levantamento de repertórios lúdicos com elas, seus pais,
professores e toda a comunidade, ampliando-o por meio de pesquisa
bibliográfica.
Particularmente, brincar de faz de conta cria oportunidades valio-
sas de representação não só do cotidiano dos pequenos, mas também do
mundo da fantasia com o qual eles têm contato pela leitura de histórias
e outras narrativas promovidas pelo professor ou ainda por meio de re-
presentações teatrais. Eles se preocupam em adotar os gestos dos per-
sonagens em seus afazeres: modos e falas ao dirigir um carro, trocar as
fraldas da boneca, tocar guitarra em uma banda, correr atrás de possíveis
fantasmas gritando para assustá-los, andar com muito cuidado para não
despertar as fadas ou as flores do jardim. Conforme as interações com
outros personagens se efetivam, novas posições corporais e novos movi-
mentos são adotados para expressar sentimentos de bondade, maldade,
violência, braveza, simpatia, entre outros.
Todas essas formas de brincar devem estar presentes na rotina diá-
ria das crianças.

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SOBRE O DANÇAR
Vivemos em uma cultura extremamente dançante. A dança ocorre
nos festejos juninos, no carnaval, nos folguedos e reisados que marcam
ocasiões significativas de uma comunidade e em muitos outros momen-
tos. Essa presença forte da dança em nossa cultura provoca algumas in-
dagações: seu aprendizado se dá apenas fora da unidade de Educação
Infantil? Quando falamos em dança, estamos nos referindo a balé? Esse
tipo de dança é “coisa de mulher”? É atividade só das crianças mais ricas?
Sambar é só para negros?
Qualquer que seja a concepção de dança, nela a criança recria movi-
mentos a partir de uma música, de um som, de uma ideia e se sensibiliza
quanto ao valor expressivo de seus gestos à medida que explora movimen-
tos leves ou fortes, rápidos ou lentos, percorrendo o espaço, sozinha ou
interagindo com parceiros.
Dançar é algo que envolve tanto as meninas como os meninos. O do-
mínio de danças típicas de sua cultura e o aprendizado de danças, como
balé clássico e moderno, jazz, hip‐hop e outras modalidades, constituem
aquisições valiosas, apenas tendo o professor o cuidado para que as crian-
ças não dancem de modo estereotipado, mas criem suas coreografias.
As possibilidades expressivas do corpo são especialmente traba-
lhadas se meninas e meninos tiverem oportunidade de criar movimentos
livremente ao dançar. Também o enredo da dança é importante. Dançar
um ritual de nossos antepassados ou de outros povos, brincar de estar
em um elegante baile ou em uma escola de samba, ou dançar imitando os
movimentos de determinado animal ou o jeito de andar de um persona-
gem com base no que se recorda da leitura de histórias que ouviu permite
que a criança explore os recursos e as potencialidades de seu corpo na
encenação de realidades fantasiosas.
Essas e outras ocasiões fazem com que a presença da dança no cur-
rículo da Educação Infantil seja valorizada.

SOBRE O DRAMATIZAR
O teatro na Educação Infantil deve ser uma experiência integrada às
demais experiências vividas pelas crianças: a leitura de histórias, a brin-
cadeira, a expressão plástica, a música, o movimento. Assistindo a uma
apresentação teatral, é possível notar a tensão corporal e o olhar mara-
vilhado dos bebês, que buscam significar o que presenciam. Já ao fazer
teatro, as crianças se colocam movimentando-se, expressando-se, falando

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e cantando como forma de significar situações. Isso porque muito cedo


elas começam a brincar de “ser” pessoas e coisas diferentes, destacando
ou modificando a própria aparência, seus movimentos, suas expressões e
sua voz. Nessas brincadeiras, as crianças poderão ser apoiadas pelo pro-
fessor ou pelos colegas na utilização de vários elementos característicos
do teatro: fantasias, maquiagem, adereços, máscaras etc.
A aprendizagem do fazer teatral, além de passar pelo aperfeiçoamen-
to do brincar de faz de conta, também se beneficia da maior experiência
das crianças em usufruir da contação de histórias que se faz cotidiana-
mente na unidade de Educação Infantil, experiência em que aprendem a
lidar com as palavras e imagens às quais se remetem. Elas se interessam
muito por histórias lidas, contadas ou dramatizadas pelo professor, nas
quais ele utiliza recursos expressivos vocais (entonações) e corporais,
também usados no teatro.
Com a ajuda do professor, as crianças aprendem os elementos ne-
cessários para teatralizar histórias conhecidas e assumem o papel de
príncipes e princesas, fadas e bruxas, super-heróis e tantos outros per-
sonagens, criando movimentos, gestos e expressões que julgam ser mais
adequados para cada personagem ou situação. Essa vivência amplia seu
universo pessoal e social. Nesse caso, não se recomendam apresentações
para as famílias, o que costuma inibir as experiências infantis com a lin-
guagem dramática.
Esse processo é enriquecido com a participação das crianças como
espectadoras de apresentações teatrais, em especial o teatro de bonecos,
de fantoches, de sombras ou de animação de objetos, e o contato com gi-
bis, desenhos animados, programas de televisão e cinema, que alimentam
continuamente o faz de conta e a imaginação.
Ao assistirem a apresentações de teatro profissional ou amador que
utilizam fantoches, sons, sombras ou atores e ao participarem de eventos
como a Festa do Boi do Maranhão, o casamento na Festa Junina ou os cor-
tejos de carnaval, as crianças podem aprender os elementos básicos dos
roteiros dramatúrgicos, quer nas diferentes formas de teatro, quer nas fes-
tas populares, na articulação com as possibilidades expressivas da dança.
A partir dos 4 anos, é possível começar a construir, em grupo e com
a ajuda do professor, roteiros para encenar histórias conhecidas, situações
improvisadas ou criações coletivas para confeccionar cenários e figurinos
e utilizar iluminação e sonoplastia. O papel do professor é auxiliar as crian-
ças a pesquisar como contar dramaticamente uma história, contribuindo
com ideias e soluções para as cenas que elas criam, de modo a respeitar
sua imaginação e criatividade. Ele pode ajudá-las a explorar como usar luz
e sombra e apresentar peças de teatro, histórias gravadas em vídeos, DVDs
ou contadas em gibis, com imagens que enriqueçam seu repertório.

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Dada a necessidade de recursos para fortalecer a brincadeira infantil


e o jogo dramático ou teatral, é importante que as unidades de Educação
Infantil contem com um acervo de brinquedos e livros que forneçam te-
mas e ideias para o faz de conta, além de materiais, como panos, caixas,
blocos e madeiras, que poderão ser usados para criar uma variedade de
ambientes e cenários. Para isso, podem dispor de maneira criativa de mó-
veis, utensílios, iluminação, tecidos, caixas, brinquedos etc. para criar lu-
gares e atmosferas adequados às encenações.

O PROFESSOR E A GARANTIA DOS DIREITOS


DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS”
A criança avança em suas competências corporais e possibilidades
de usufruir de seus direitos de conviver, brincar, participar, expressar,
explorar e conhecer-se agindo no ambiente pelo movimento, conhecendo
o próprio corpo, expressando-se e interagindo por meio de jogos, brinca-
deiras, danças e dramatizações.
Isso demanda do professor:

▶ GARANTIR cotidianamente propostas, organizações espaciais e mate-


riais que permitam à criança movimentar-se para explorar o entorno e as
possibilidades de seu corpo.

▶ COMPREENDER o corpo em movimento como instrumento expressivo


e de construção de novos conhecimentos de si, do outro e do universo, sem
interpretá-lo como manifestação de desordem ou indisciplina.

▶ AGIR com delicadeza e sem pressa no contato com a criança em momen-


tos de atenção pessoal, observando com interesse suas reações, dizendo a
ela o porquê da ação que está mediando (“agora vamos vestir a camiseta”)
enquanto aguarda sinal de que ela está disponível para participar.

▶ PREPARAR o ambiente interno e externo da unidade de Educação In-


fantil de modo que as crianças se sintam instigadas a explorá-los — por
exemplo, transformando uma mesa em cabana ou criando um túnel com
caixas grandes de papelão.

▶ INCLUIR crianças com deficiências, transtornos globais de desenvolvi-

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83

mento e altas habilidades/superdotação nas atividades corporais, adap-


tando materiais e espaços — por exemplo, oferecendo e colocando objetos
sonoros perto das que são cegas como forma de incentivá-las a movimen-
tar-se para alcançá-los.

▶ INTERPRETAR os gestos das crianças em sua intenção comunicativa


e/ou expressiva, verbalizando para elas sua compreensão do significado
desses gestos.

▶ ASSEGURAR regularidade nas propostas de modo a possibilitar à


criança explorar repetidamente os materiais, o espaço e seu corpo de vá-
rias maneiras, com crescente domínio dos movimentos em danças e em
representações teatrais.

▶ REUNIR crianças com diferentes competências corporais e propor expe-


riências que lhes possibilitem a produção criativa de gestos e movimentos,
validando os avanços motores de todas elas, respeitando suas caracterís-
ticas corporais.

▶ OBSERVAR as expressões corporais nas mais diversas manifestações


culturais e brincadeiras tradicionais.

▶ ORGANIZAR materiais para que as crianças explorem o corpo, o espaço e


as primeiras coreografias improvisadas, ampliando o repertório de dança.

▶ ESTRUTURAR ambientes internos e externos que favoreçam a explora-


ção das possibilidades e dos limites da movimentação do corpo nas dife-
rentes ações do cotidiano.

▶ TOMAR a brincadeira como elemento privilegiado nessa faixa etária.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA OS BEBÊS


ZERO A 1 ANO E 6 MESES

Os bebês aprendem a mobilizar outras pessoas e a comunicar-se


com elas por meio de gestos e expressões, em especial na interação com
aquelas que cuidam de sua higiene e alimentação, oferecem o vestuário
que julgam apropriado e organizam os espaços cotidianos como lugares
seguros de locomoção e exploração.

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Particularmente, as experiências com seu corpo, gestos e movimen-


tos lhes trazem muitas sensações e desafios corporais (engatinhar, ar-
rastar-se, ficar de pé, caminhar, subir, descer, correr, rolar, pular, mexer,
encaixar, tocar). Tais experiências vão se ampliando conforme eles imi-
tam expressões, movimentos e falas de seus pares e dos adultos.
Na unidade de Educação Infantil, os bebês podem explorar um am-
plo repertório de movimentos, gestos, olhares, sons e mímicas com o
corpo — individualmente ou em pares —, descobrindo variados modos de
ocupação e uso do espaço, tomando a si próprios como referência para
perceber o entorno e iniciar uma representação daquele espaço. Por isso,
nos berçários, além da variação na topografia — com o uso de almofadas,
mobiliário, planos inclinados, túneis, divisórias feitas com caixas ou teci-
dos —, deve ser criado um ambiente estimulante aos sentidos e ao mesmo
tempo tranquilo para possibilitar a exploração de cores, formas e texturas
diversas, de objetos que se movimentam, que emitem sons.
Em uma sala de bebês, é mais importante a presença de desníveis e,
em certas ocasiões, do sentido labiríntico, juntamente com uma variedade
de materiais que apresentem texturas diferenciadas a serem exploradas,
privilegiando objetos do cotidiano e materiais “não estruturados” e evi-
tando os de plástico.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de zero a 1 ano e 6 meses:

■ MOVIMENTAR as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, ne-


cessidades e desejos.

■ EXPERIMENTAR as possibilidades corporais nas brincadeiras e interações


em ambientes acolhedores e desafiantes.

■ IMITAR gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.

■ PARTICIPAR do cuidado do seu corpo e da promoção do seu bem-estar.

■ UTILIZAR os movimentos de preensão, encaixe e lançamento, ampliando suas


possibilidades de manuseio de diferentes materiais e objetos.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

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Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ EXPLORAM os espaços da unidade de Educação Infantil, rolando, sen-


tando, rastejando, engatinhando, subindo, descendo, pulando, puxando,
erguendo o tronco e a cabeça etc.

▶ PEGAM, amassam, empilham, montam, encaixam, movem, lançam lon-


ge, chutam objetos de diferentes formas, cores, pesos, texturas, tama-
nhos etc.

▶ BRINCAM com água, terra, areia, palha e outros elementos naturais.

▶ PARTICIPAM com autonomia crescente dos momentos de cuidados pes-


soais, como banho, vestir-se e desvestir-se.

▶ DANÇAM com outras crianças ao som de músicas de diferentes gêneros.

▶ ACOMPANHAM a narrativa ou leitura de uma história fazendo expres-


sões e gestos para acompanhar a ação dos personagens.

▶ BRINCAM de procurar e achar objetos escondidos, de esconder-se e ser


encontrado, de chutar bola.

▶ ENTRAM e saem de espaços pequenos, como caixas e túneis.

▶ BRINCAM de roda, imitando gestos e cantos do professor e dos colegas.

▶ IMITAM gestos e vocalizações de adultos, crianças ou animais.

▶ REPRODUZEM gestos, movimentos, entonações de voz e expressões de


personagens de histórias diversas lidas ou contadas pelo professor.

▶ ASSUMEM determinado personagem nas brincadeiras cantadas, no faz


de conta e na teatralização de histórias conhecidas.

▶ ACOMPANHAM com atenção a apresentação de teatro de bonecos, fanto-


ches e sombras.

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS BEM PEQUENAS


1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES

Com maiores possibilidades motoras, afetivas, cognitivas, linguísti-


cas e sociais, a exploração de objetos pela criança dessa faixa etária pode
continuar a acontecer de maneira livre, em especial no faz de conta, em
que seu corpo e o objeto que manipula integram-se e expressam as ações
de um personagem na relação com outros personagens por meio de seus
gestos e movimentos em episódios mais prolongados. Um exemplo, entre
muitos outros, seria a situação em que uma criança encontra um estetos-
cópio de brinquedo na sala, dirige-se com passos firmes a uma colega que
segura uma boneca, pede que ela levante a blusa da boneca e encosta o
estetoscópio no peito desta com fisionomia séria de quem ouve os bati-
mentos de seu coração. Em outras situações, o professor pode ressaltar
diferentes formas de atuar com objetos como a bola, organizando jogos
que simulam esportes, por exemplo, trabalhando diferentes segmentos
corporais em ações de correr, chutar, arremessar e outras.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses:

■ APROPRIAR-SE de gestos e movimentos de sua cultura no cuidado de si, nos


jogos e nas brincadeiras.

■ DESLOCAR seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente,


atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e ati-
vidades de diferentes naturezas.

■ EXPLORAR formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combi-


nando movimentos e seguindo orientações.

■ DEMONSTRAR progressiva independência no cuidado do seu corpo.

■ DESENVOLVER progressivamente as habilidades manuais, adquirindo con-


trole para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

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Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ EXPLORAM os diferentes desafios oferecidos pelo espaço com maior au-


tonomia e presteza por meio de movimentos como andar, correr, saltar,
saltitar, pular para baixo, subir, escalar, arrastar-se, pendurar-se, balan-
çar-se, equilibrar-se etc.

▶ MANIPULAM diferentes objetos usando movimentos de pegar, lançar,


encaixar, empilhar, rasgar, amassar, folhear, pintar etc.

▶ PARTICIPAM de brincadeiras nas quais têm de se orientar espacialmen-


te: em frente, atrás, no alto, em cima, embaixo, dentro, fora.

▶ APROPRIAM-SE de gestos envolvidos no ato de calçar meias e sapatos,


vestir o agasalho, pentear os cabelos e outras tarefas de cuidado pessoal.

▶ PARTICIPAM de jogos de faz de conta assumindo determinadas pos-


turas corporais, gestos e falas que delineiam certos papéis, como o de
cozinheiro, manipulando cuias, panelas, talheres, copos, alimentos de
“mentirinha” etc.

▶ BRINCAM com os colegas de andar em câmera lenta, apoiados em um pé


só ou como robôs, de correr como um super-herói, de imitar o movimento
de um gato ou passarinho.

▶ IMITAM posturas corporais de figuras humanas representadas por foto-


grafias ou pinturas.

▶ BRINCAM com marionetes reproduzindo falas de personagens que me-


morizaram ou que inventaram.

▶ DANÇAM adotando diferentes expressões faciais, posturas corporais e


gestos dos parceiros, ao som de músicas de diferentes gêneros.

▶ APRECIAM e comentam com outras crianças apresentações de dança,


circo, esportes, mímica, teatro.

▶ PARTICIPAM de cirandas e brincadeiras de roda, cantando e fazendo os


gestos esperados sem ter um adulto como modelo.

▶ BRINCAM de esconde-esconde, de pega-pega e de jogar bola com super-


visão do professor.

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▶ CONSTROEM, auxiliadas pelo professor, brinquedos com sucata e casas


ou castelos com areia, tocos de madeira e outros materiais.

▶ BRINCAM de cantar, dançar, desenhar, escrever, jogar futebol, bola ao


cesto, boliche, esconde-esconde, mapa do tesouro, estátua ou malabarista
de circo, entre outros personagens que conhecem da escuta de histórias.

▶ IMPROVISAM situações e personagens usando bonecos, brinquedos e


objetos.

▶ CRIAM cenários com objetos e materiais como areia, massinha, argila,


tecidos etc. em brincadeiras de faz de conta.

▶ VESTEM fantasias e adereços para brincar de “ser” um personagem no


faz de conta ou em uma dramatização.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS PEQUENAS


4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES

A motricidade expressiva da criança, desenvolvida pelas diferentes


formas como ela explora o espaço, os objetos e as situações pelos movi-
mentos e expressões corporais de que já se apropriou, é enriquecida pela
possibilidade de ampliar a perspectiva que ela tem do ambiente e assumir
cada vez mais referenciais externos para orientar sua experiência corpo-
ral em determinado espaço. Assim, nesse período, o trabalho no campo de
experiências “Corpo, gestos e movimentos” continua a ocupar lugar fun-
damental no planejamento curricular cotidiano.
O objetivo é que as crianças possam expressar-se, comunicar-se, in-
teragir intencionalmente com diversos parceiros, ampliando suas possi-
bilidades gestuais e os movimentos básicos que aprenderam a dominar,
enquanto exploram os desafios oferecidos pelo espaço com mais confian-
ça, autonomia e eficácia.
Outras oportunidades abertas às crianças são manipular e explo-
rar objetos com diferentes características (formas, pesos, texturas, tama-
nhos etc.), utilizando não apenas os movimentos básicos, como também
algumas combinações deles, como empurrar e carregar, correr e lançar
etc. Podem, com isso, ter maior controle sobre seus movimentos, ajustan-
do suas habilidades motoras às distintas situações das quais participam
(brincadeiras e atividades cotidianas) e conhecendo as potencialidades e

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os limites do próprio corpo relacionados a força, resistência, flexibilidade,


além de coordenação motora e organização espaço-temporal.
Todo esse processo deve ampliar sua consciência corporal em rela-
ção a posturas e movimentos, por meio da descrição, reflexão e interação
com diversos parceiros em brincadeiras, pelo uso do espelho, da fotogra-
fia, do desenho, de imagens do corpo humano etc., contribuindo para a
construção de uma atitude positiva quanto ao próprio corpo.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses:

■ CRIAR com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensa-


ções e emoções, tanto nas situações do cotidiano como em brincadeiras, dan-
ça, teatro, música.

■ DEMONSTRAR controle e adequação do uso de seu corpo em brincadei-


ras e jogos, escuta e reconto de histórias, atividades artísticas, entre outras
possibilidades.

■ CRIAR movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e ativi-


dades artísticas como dança, teatro e música.

■ ADOTAR hábitos de autocuidado relacionados a higiene, alimentação, confor-


to e aparência.

■ COORDENAR suas habilidades manuais no atendimento adequado a seus in-


teresses e necessidades em situações diversas.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ PARTICIPAM de jogos que envolvam orientar-se corporalmente — em


frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora —, em resposta a comandos
dados por outras crianças ou pelo professor.

▶ RECRIAM jogos acrescentando um desafio motor a um jogo já existen-


te (como jogar futebol com uma bola menor) ou um conteúdo simbólico
a um jogo de regra (por exemplo, transformar um jogo de pega-pega em
“pega-monstro”).

46
90

▶ BRINCAM de esconde-esconde, de jogar bola, de pique, de seguir o mes-


tre, de lenço atrás, de caça ao tesouro, de estátua, de barra-manteiga, de
cabra-cega, de pula-sela, de pião etc.

▶ MANIPULAM e dão vida a objetos, brinquedos, bonecos e fantoches em


jogos teatrais.

▶ ANDAM como robôs, zumbis, gatinhos ou maria-mole, entre outras


formas.

▶ BATEM, esfregam, sopram, chacoalham objetos em brincadeiras ou can-


ções, percebendo os movimentos corporais que realizam.

▶ CRIAM histórias e narrativas e as dramatizam com os colegas, aproprian-


do-se de diferentes gestualidades expressivas.

▶ DANÇAM ao som de músicas de diferentes gêneros, imitando, criando e


coordenando seus movimentos com os dos companheiros, usando dife-
rentes materiais (lenços, bola, fitas, instrumentos etc.), explorando o es-
paço (em cima, embaixo, para a frente, para trás, à esquerda e à direita)
e as qualidades do movimento (rápido ou lento, forte ou leve) a partir de
estímulos diversos (proposições orais, demarcações no chão, mobiliário,
divisórias no espaço etc.).

▶ FRUEM, descrevem, avaliam e reproduzem apresentações de dança de


diferentes gêneros e outras expressões da cultura corporal (circo, espor-
tes, mímica, teatro etc.), feitas por adultos amadores e profissionais ou por
outras crianças.

▶ PARTICIPAM de danças como bumba meu boi, frevo, baião, maraca-


tu, catira e outras do patrimônio indígena, afro-brasileiro, nipônico,
italiano, alemão, boliviano etc., reproduzindo os movimentos e cantos,
compreendendo o significado das indumentárias e das pinturas corpo-
rais utilizadas.

▶ CONSTROEM em grupo roteiros para encenações feitas a partir de histó-


rias conhecidas, situações improvisadas ou criações coletivas.

▶ TEATRALIZAM histórias conhecidas para outras crianças e adultos,


apresentando movimentos e expressões corporais adequados a suas
composições.

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91

▶ ENCENAM histórias com bonecos, fantoches ou figuras de sombras des-


tacando gestos, movimentos, voz, caráter dos personagens etc.

▶ CONFECCIONAM cenários e figurinos para os enredos a serem


dramatizados.

▶ ASSISTEM a apresentações de teatro profissional e popular com fan-


toches, sombras ou atores e identificam os elementos básicos dos rotei-
ros apresentados.

▶ COMENTAM apresentações de teatro feitas por outras crianças em rela-


ção aos objetos, fantoches, sombras ou personagens do enredo.

ATENÇÃO
As experiências sugeridas no campo “Corpo, gestos e movimentos” necessitam de
um preparo zeloso do ambiente pela equipe de professores da unidade de Educação
Infantil. Um espaço limpo, seguro, estruturado em cantos e suficientemente amplo
é fundamental.
Muitas vezes o professor tem de se restringir a trabalhar em uma sala, o que é
adequado para a realização de muitas das experiências propostas. Outras, porém,
requerem o uso de um pátio, de uma praça ou de uma quadra. A direção e/ou a coor-
denação pedagógica da unidade podem planejar com os professores a utilização dos
espaços coletivos, propiciando o tempo diário suficiente para o bom desenvolvimen-
to das atividades corporais. Materiais diversos são necessários, a maioria de fácil
acesso às equipes: objetos do cotidiano, bolas, cordas, indumentárias, aparelhos de
CD ou outro tipo de projetor de som.
Para proporcionar às crianças oportunidades de viver experiências que evidenciem
o corpo, os gestos e os movimentos durante a primeira infância, em uma prática
pedagógica alinhada com as DCNEI, as iniciativas do professor precisam respeitar
o modo como cada uma lê o mundo e a si mesma por meio de seu corpo, fugindo da
padronização de gestos, da mecanização do movimento, do apagamento da expres-
sividade própria dessa faixa etária.
Assim, é fundamental o professor acolher com o olhar os movimentos infantis, suas
expressões corporais e faciais, não podendo o corpo das crianças ser objeto de negli-
gência, discriminação, violência, maus-tratos ou punição, sob pena de seus direitos
básicos não serem respeitados.

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INTRODUÇÃO
Todas as crianças manifestam uma curiosidade própria de quem
está desvendando o mundo quando se encontram em ambientes acolhe-
dores, interativos, instigantes, diversificados e abertos às explorações,
como devem ser as unidades de Educação Infantil.
No mundo atual, em que sons e imagens invadem o cotidiano de to-
dos e o senso estético dos pequenos e dos adultos necessita ser continua-
mente aprimorado, a sensibilidade e a curiosidade devem ser incentivadas
e alimentadas pelo professor por meio da construção de um ambiente fa-
vorável à exploração e criação.
Unidades de Educação Infantil localizadas em regiões litorâneas, em
zonas montanhosas ou em comunidades do campo, como as indígenas, as
ribeirinhas, as estabelecidas em assentamentos ou em outros núcleos de
produção agrícola, além das que estão nas grandes e pequenas cidades,
devem oferecer às crianças matriculadas as melhores maneiras de viver,
explorar e expressar sua percepção da diversidade de cenários presentes
em nosso país.
Uma forma de atender à necessidade da criança de sentir o mundo e
a si própria é imergi-la em um ambiente diversificado em termos visuais e
sonoros no cotidiano da unidade e garantir que tenham experiências com
a música, a pintura, a escultura e outras formas artísticas, como a dan-
ça, a literatura e o teatro. Apropriando-se das linguagens básicas dessas
expressões da criação humana, ela amplia sua vivência estética, desen-
volvendo a sensibilidade, criatividade e expressão pessoal, afirmando sua
singularidade e reconstruindo a cultura.
Na apresentação do campo de experiências “Traços, sons, cores e
formas”, o destaque recairá sobre as experiências voltadas para a expres-
sividade das crianças no âmbito das artes visuais (principalmente no de-
senho, na pintura e na escultura), da música, ainda que em diálogo com a
dança e o teatro (discutidos em detalhes no campo “Corpo, gestos e movi-
mentos”), e da literatura (reportada no campo “Escuta, fala, pensamento e
imaginação”). Nesse processo, o professor deve garantir a todas oportuni-
dades para viver o prazer de pesquisar, experimentar um cenário com co-
res, sons, traços e formas marcantes, que traduza o visual e a sonoridade
presentes nessas expressões artísticas.

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CONCEITOS BÁSICOS
As crianças vivem em ambientes nos quais a cada momento ocorrem
situações envolvendo pessoas, atividades, espaços, objetos e materiais
que elas buscam perceber, reconhecer, significar e representar, e o fazem
pela apropriação de diferentes linguagens e recursos, como sensações,
afetos e desejos, corporeidade, linguagem verbal, percepção das ações de
seus parceiros e atenção voltada para os aspectos materiais do ambiente.
Essas aquisições dependem, em especial, das interações que a crian-
ça estabelece com seus parceiros, dado que as características das ativida-
des, das ações dos que as executam e dos aspectos físicos e simbólicos dos
espaços em que elas ocorrem a levam a significar esse ambiente como um
local que amedronta ou é divertido, conforme sente ser afetada por ele.
Entre outros elementos, o ambiente que ela percebe é composto de
traços, sons, cores e formas, que aparecem também em plantas, solos e
outros elementos do entorno, em objetos e vestimentas, em gravuras de li-
vros, na caracterização própria de atores e cenários teatrais, na decoração
e iluminação do espaço etc.
O ambiente a envolve em um mundo de estímulos visuais, sonoros,
táteis, cinéticos em que o formato, a cor, a textura, a sonoridade, o uso
habitual dos objetos — brinquedos, latas, blocos de madeira, telas, argila,
livros, cartazes, lápis, canetas, pedaços de giz ou carvão — e a presença de
equipamentos elétricos e eletrônicos, de mobiliário e adornos em certas
atividades provocam emoções e representações.
Cientes disso, os profissionais que atuam na Educação Infantil cada
vez mais consideram o ambiente como espaço de vivências e explorações,
zona de múltiplos recursos e possibilidades de interação com objetos, de
vivência de sentimentos provocados pelas situações e de significação que
faça sentido para as crianças, ampliando suas sensações, percepções, me-
mória, linguagem verbal etc.
Perceber os objetos a partir de sua estrutura, de sua forma, de suas
qualidades sensoriais, e não apenas segundo sua utilização imediata, per-
mite que as crianças vejam o mundo como uma soma de estímulos, e não
como mera série de utensílios dentro de um projeto pedagógico que não é
voltado para a produção de apresentações em datas comemorativas ou de
“trabalhinhos” a serem levados para casa. Essa visão supera a tendência
de revelar a elas tão somente o mundo das utilidades, da produção indus-
trial, e as estimula a pensá-lo como um espaço para ser visto com sensibi-
lidade, como uma paisagem cativante, fugindo de padrões estereotipados
e de elementos da cultura de massa.
O cotidiano de uma unidade de Educação Infantil, ao oferecer con-
dições para que as crianças sintam a textura da terra ou da areia, criem

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misturas, colecionem coisas, modelem com argila, criem tintas, explo-


rem formas coloridas, texturas, sabores, sons e também silêncios em
um espaço acolhedor, cheio de estímulos visuais e sonoros, promove o
desenvolvimento de sua expressividade e criatividade e abre caminhos
para o desenvolvimento de sua afetividade, elemento básico das lingua-
gens humanas.

O CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”

Compreender as manifestações expressivas dos bebês e das crian-


ças pequenas requer acolher seus desejos e preferências estéticas (chei-
ros, gostos, sons, texturas, temperaturas, traços, formas, imagens) e
incentivá-los a interagir com diferentes companheiros em variadas situ-
ações que ampliam suas possibilidades de expressar-se por meio de ges-
tos, movimentos, falas e sons, no contato com elementos que compõem
cada ambiente.
A atividade de pegar objetos, explorar suas características sensoriais
(pelo tato, olfato, paladar, audição e visão), utilizá-los em gestos que expres-
sam modos pelos quais esses materiais são significados na cultura, criar
sons e melodias, marcar graficamente diferentes superfícies e envolver-se
em eventos culturais da comunidade, observando as ações e caracteriza-
ções dos participantes, os ruídos e as visualidades presentes, abre para eles
situações de aprendizagem e desenvolvimento extremamente ricas.
O foco do campo “Traços, sons, cores e formas” é dar oportunidade
para a criança viver de maneira criativa experiências com a voz e com
instrumentos sonoros e materiais plásticos e gráficos diversificados que
alimentem percursos expressivos na música, no desenho, na pintura e na
modelagem. Tais percursos invadem ainda o mundo fantástico da litera-
tura, apresentado a elas pela leitura de histórias que estão em livros com
ilustrações expressivas e pela dramatização de seu enredo por persona-
gens que chamam a atenção por suas atitudes e caracterização.
Por sua vez, ao explorar distintos recursos tecnológicos, audiovi-
suais e multimídia, cada vez mais presentes no cotidiano das comunida-
des, a criança realiza produções nas quais explora sons, traços, imagens,
em uma atmosfera na qual arriscar-se, experimentar, mostrar o que fez,
por exemplo, são valores reconhecidos por todos e desejados por ela.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na etapa da Educação
Infantil apresenta esse campo da seguinte maneira:

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Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e científicas, locais e uni-


versais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por meio de expe-
riências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como
as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a
dança e o audiovisual, entre outras. Com base nessas experiências, elas se expressam
por várias linguagens, criando suas próprias produções artísticas ou culturais, exer-
citando a autoria (coletiva e individual) com sons, traços, gestos, danças, mímicas,
encenações, canções, desenhos, modelagens, manipulação de diversos materiais e de
recursos tecnológicos. Essas experiências contribuem para que, desde muito peque-
nas, as crianças desenvolvam senso estético e crítico, o conhecimento de si mesmas,
dos outros e da realidade que as cerca. Portanto, a Educação Infantil precisa promo-
ver a participação das crianças em tempos e espaços para a produção, manifestação
e apreciação artística, de modo a favorecer o desenvolvimento da sensibilidade, da
criatividade e da expressão pessoal das crianças, permitindo que se apropriem e re-
configurem, permanentemente, a cultura e potencializem suas singularidades, ao
ampliar repertórios e interpretar suas experiências e vivências artísticas.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias). Acesso em: 24 maio 2018.

DIREITOS DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE


EXPERIÊNCIAS “TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”

▶ CONVIVER e fruir as manifestações artísticas e culturais de sua comu-


nidade e de outras culturas — artes plásticas, música, dança, teatro, cine-
ma, folguedos e festas populares.

▶ BRINCAR com diferentes sons, ritmos, formas, cores, texturas, objetos,


materiais, construindo cenários e indumentárias para brincadeiras de faz
de conta, encenações ou festas tradicionais.

▶ EXPLORAR variadas possibilidades de usos e combinações de mate-


riais, substâncias, objetos e recursos tecnológicos para criar e recriar dan-
ças, artes visuais, encenações teatrais e musicais.

▶ PARTICIPAR de decisões e ações relativas à organização do ambiente


(tanto o cotidiano como o preparado para determinados eventos), à de-
finição de temas e à escolha de materiais a serem usados em atividades
lúdicas e artísticas.

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▶ EXPRESSAR emoções, sentimentos, necessidades e ideias, brincando,


cantando, dançando, esculpindo, desenhando e encenando.

▶ CONHECER-SE no contato criativo com manifestações artísticas e cul-


turais locais e de outras comunidades.

ORIENTAÇÕES GERAIS
QUANTO AO PROCESSO PEDAGÓGICO

A constituição de um campo de experiências para a exploração de


sons, cheiros, densidades, texturas e colorido de certos materiais, de ges-
tos marcando traços em uma perspectiva de brincar com retas, curvas e
espirais é um aspecto central no cotidiano da Educação Infantil.
O planejamento de situações que incentivem a elaboração de ima-
gens, símbolos, narrativas e conteúdos vindos das próprias crianças re-
quer algumas condições. É fundamental reconhecer que cada uma se
apropria de maneira diferente das diversas provocações despertadas pe-
los materiais oferecidos pelo professor. Descascar uma fruta na hora do
lanche para que elas possam perceber seu formato original, cheiro, cor e
sabor e realizar brincadeiras de observação de laranjas, kiwis e outras em
fatias são momentos tão ricos e diversificados quanto observar uma obra
de arte, por exemplo.
As propostas feitas pelo professor buscam contribuir para a apren-
dizagem à medida que as crianças tanto obedecem como infringem cer-
tos combinados. O apelo dele à iniciativa criadora infantil interage com
a preocupação em proporcionar um domínio básico das linguagens ar-
tísticas, de acordo com uma metodologia na qual se alternam momentos
de expressão espontânea e de aprendizagem metódica. Nesse processo, é
fundamental incentivá-las a expressar-se em linguagens diferentes. Para
tanto, o professor necessita acompanhar percursos de produção de de-
senhos, pinturas, esculturas, músicas e reconhecer o que elas já sabem,
como se expressam e o que gostam de produzir; olhar e escutar suas in-
tenções; e propor desafios que lhes façam sentido.
A exploração da expressividade musical e visual pressupõe experi-
mentação e familiaridade com os materiais e processos implicados nas
atividades que utilizam essas linguagens artísticas. O contato das crian-
ças com os materiais dá impulso à exploração das possibilidades sugeri-
das pela flauta ou pelo chocalho com os quais explorarão diferentes sons,
pelas cores das tintas com que pintarão, pelas indumentárias e luzes que

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98

serão usadas em uma dramatização etc. Desse contato pode nascer o pra-
zer estético, que se expressa por largos sorrisos, olhares, gestos animados
e repetições prolongadas.
A seleção pelo professor do material que será utilizado abre diferen-
tes possibilidades de expressão. Crianças cegas precisam explorar o am-
biente por meio de elementos sonoros, táteis e olfativos, que podem servir
de recursos para aquelas com outras deficiências. Produções artísticas
como músicas e pinturas podem ser igualmente colocadas a serviço do
processo criativo, da construção de modos de apreciar, imaginar e reali-
zar processos de produção.

EXPERIÊNCIAS COM A LINGUAGEM MUSICAL


Destacar a importância da música na Educação Infantil pode pare-
cer algo já aceito por todos. Contudo, há muito a se perguntar sobre como
ela deve ocorrer na unidade de Educação Infantil, para viver com as crian-
ças momentos de grandeza da experiência musical.
A música não deve ser tratada como mero instrumento de relaxa-
mento ou como forma de ocupar o tempo em um cotidiano muitas vezes
sem graça. Ela pode provocar estados emocionais intensos: alegria, tris-
teza, excitação ou aborrecimento diante da materialidade do som e do si-
lêncio, lidando com a magia e o encantamento. Expressões de surpresa,
júbilo, acompanhadas ou não de gritos ou palavras, fazem compreender
que se está diante de uma experiência valiosa.
Falar da experiência infantil com a sonoridade implica reconhecer
que a escuta ativa da música anda junto com a criação musical. Não pre-
cisa haver música em todos os momentos. Em muitas ocasiões, o silên-
cio é bem-vindo e pleno de significado, contribuindo para compreendê-la
quando está presente.
Ao escutar uma música, a criança precisa perceber a intensidade dos
sons e o ritmo das melodias ecoando no próprio corpo, o que a estimulará
a produzir outros sons e ritmos, reconhecendo que cada indivíduo tem sua
forma de manifestar preferências por músicas e canções.
Na formação da musicalidade infantil, é importante que o profes-
sor apresente canções, brincadeiras cantadas, parlendas, brincos, rimas e
outros jogos musicais, cantando em diferentes situações ou promovendo
momentos em que todos cantem, acompanhados ou não por objetos sono-
ros e/ou instrumentos musicais. Para tanto, são valiosas as situações de
observação de adultos e de outras crianças em produções e/ou improvisa-
ções musicais e festas populares.

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Apresentar de maneira sistemática um repertório musical e obje-


tos sonoros e/ou instrumentos musicais pode favorecer a exploração de
características como duração (sons curtos ou longos), altura (sons graves
ou agudos), intensidade (sons fracos ou fortes) ou timbre (que qualifica os
sons a partir da fonte que os origina) e ampliar seu repertório de referên-
cias sonoras e suas maneiras de escutar e produzir música.
O repertório deve reunir obras clássicas, populares, étnicas, canta-
das ou instrumentais, incluindo canções infantis tradicionais, folclóricas
de diferentes países e também populares. Esse contato continuado possi-
bilita às crianças conhecer os muitos tipos musicais e desenvolver suas
preferências. Nesse ponto, vale lembrar que obras muito infantilizadas,
com vocabulário empobrecido, subestimam a capacidade de compreensão
e a inteligência delas e pouco colaboram para a ampliação de suas formas
de expressão sensível e criativa.

EXPERIÊNCIAS COM AS LINGUAGENS VISUAIS


As crianças são cotidianamente bombardeadas por informações
visuais provindas de fontes que com frequência expressam padrões bas-
tante repetitivos, como a cor amarela ou marrom nos cabelos das repre-
sentações de figuras humanas, tons de verde para desenho de árvores e
folhagens etc. Para evitar a construção de um olhar estereotipado da cor
precocemente, elas precisam ter contato com diversos padrões de uso das
cores em diferentes culturas.
Ao longo de sua vivência na Educação Infantil, as crianças podem
se apropriar de alguns fundamentos das linguagens visuais à medida que
participam de atividades como desenho, pintura, escultura, modelagem,
colagem, gravura, fotografia, visitas a museus e locais de produção e di-
vulgação das artes visuais.
Ajudá-las na construção de uma sensibilidade mais investigativa no
campo visual impõe ao professor acompanhar sua atividade produtiva,
observar o desenvolvimento da gestualidade na produção de um desenho
ou de outras marcas visuais infantis e fazer intervenções para que elas
possam articulá-las com aquelas que adquiriram na ampliação de seu re-
pertório, desmontando estereotipias.
Estar atento ao modo como as crianças comunicam desejos, prefe-
rências estéticas (cheiros, gostos, sons, temperaturas, texturas, imagens),
além de intenções de criação, tanto nas propostas feitas pelo professor
como nos projetos pessoais utilizando as diferentes linguagens, requer
observar os processos, analisar as produções e planejar as próximas inter-

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venções: diversificar os materiais e os suportes, proporcionar contato com


a experiência visual da cultura local, separar objetos usando os critérios
de cor, material, tamanho, sonoridade etc.
Ao destacar a atividade das crianças e a importância de respeitar seus
desejos, suas necessidades e sua produção, não se está negando o valor do
conhecimento já estabelecido sobre determinada linguagem e o tratamento
didático necessário para oferecer-lhes oportunidades de desenvolvimento
no terreno da visualidade. A expressão infantil se inicia pela exploração e
se organiza pouco a pouco conforme a sensibilidade do professor aponta
para elas certos procedimentos e lhes disponibiliza materiais, de maneira
a não aprisionar seu processo criativo nas mesmas fórmulas.
Um ambiente favorável à criação plástica deve incluir uma diversida-
de de materiais, organizados de modo que as crianças saibam onde encon-
trá-los quando precisarem e onde limpá-los e guardá-los depois de usá-los.
Cabe ao professor fornecê-los em quantidade adequada para que se sintam
incentivadas a experimentá-los e oferecer a ajuda necessária para o desen-
volvimento de projetos, respeitando o tempo individual para finalizá-los.
A organização de uma oficina de criação (em um local com acesso
a água, possibilitando livre movimentação, com armários ou prateleiras
para guardar os materiais) pode dar às crianças oportunidades para ex-
plorar as possibilidades plásticas de materiais, meios e suportes diversos
na realização de seus projetos.
Lidar com argila, areia, massas plásticas, papel, papelão, tecidos e
outros itens que permitam manuseio, modelagem, alteração e construção
de estruturas tridimensionais é prazeroso para as crianças, além de apro-
ximá-las de noções de espaço, transformação e equilíbrio.
A exploração de materiais como grafite, tintas caseiras, guache,
aquarela, giz, entre outros, amplia o conhecimento sobre o desenho e a
pintura conforme elas utilizam vários instrumentos ao desenvolver essas
atividades (pincéis, lápis, canetas, rolinhos, escovas, esponjas, gravetos
etc.) em diferentes planos (horizontal e vertical), dimensões (bidimen-
sional e tridimensional) e superfícies (telas, papéis, paredes, objetos de
diversos tamanhos, formatos e texturas, inclusive o próprio corpo), desco-
brindo linhas, formas, cores, volumes, planos e usando-os para expressar
emoções ou representar objetos e situações vividos ou imaginados.
Com o apoio do professor, as crianças podem preparar exposições e
apreciar os efeitos visuais de seu trabalho e do de seus colegas, ampliando
a consciência acerca de seus processos de produção. Isso assegura que o
resultado das aprendizagens seja notado a partir de suas manifestações,
do acompanhamento do desenvolvimento de seus diferentes aspectos. As-
sim, quando falamos em produções, não nos referimos ao amontoado de
“trabalhinhos” que muitas vezes são exigidos.

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101

O PROFESSOR E A GARANTIA DOS DIREITOS


DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
A configuração dos campos de experiências assegura a interação de
diferentes linguagens, como ocorre quando as crianças elaboram um de-
senho a partir da audição de músicas ou criam música a partir da obser-
vação de pinturas ou desenhos. Também é possível planejar a integração
da música e das linguagens visuais com a dança, o teatro e a literatura,
acompanhando a narrativa de histórias com objetos sonoros e instrumen-
tos musicais ou pintando um cenário para a dramatização de um enredo
inventado pelo grupo, entre outras possibilidades.
Algumas orientações podem ser pensadas para alcançar os objetivos
propostos para as diferentes faixas etárias pela BNCC na etapa da Educa-
ção Infantil.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA OS BEBÊS


ZERO A 1 ANO E 6 MESES

Vivenciar momentos de som e silêncio em seu ambiente ajuda o bebê


a perceber e reagir — por meio do olhar, do sorriso, dos movimentos cor-
porais e das expressões vocais — a sons, músicas e canções entoadas por
pessoas conhecidas, tanto adultos como crianças, que compartilham com
ele as emoções que sente.
Desde as primeiras semanas de vida, o bebê é capaz de distinguir a
voz humana de outras fontes sonoras, em especial a materna, favorecendo
a construção do vínculo e da interação mãe-filho. Cedo ele começa a brin-
car com a própria voz e, à medida que cresce, aprecia produzir barulhos
com os lábios e a língua. Assim, os sons e a música constituem uma fonte
importante de conexão cultural, e logo ele estará conhecendo e se apro-
priando de sonoridades características do lugar onde vive, de seus pais,
de sua família e de sua comunidade.
No convívio com o professor e outras crianças na unidade de Edu-
cação Infantil, os bebês amplificam suas possibilidades de produzir sons
ao bater, sacudir, chacoalhar, empurrar objetos e instrumentos musicais
e imitar vocalizações de animais, explorando as qualidades do som. Ao se
apropriar de brincadeiras sonoras e canções, estimulados pelo professor,
seu repertório cresce e novos elementos passam a fazer parte de seu mun-

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102

do, como a voz e o canto do adulto que os embala na hora de dormir ou os


sons e as músicas usados nas brincadeiras, criando uma ligação afetiva.
Em relação à visualidade, os bebês podem ser incentivados a obser-
var e explorar os ambientes de seu entorno, organizados com a presença
de móbiles, cortinas de tecidos coloridos, fitas, flores e outros materiais.
As locomoções que começam a fazer criam condições para se lançarem na
conquista do espaço, nele se movimentando com progressiva autonomia e
independência. Assim, eles podem ter acesso a diferentes manifestações
no campo visual (desenho, pintura, fotografia, escultura, artesanato etc.) e
demonstrar, por meio do olhar, de sorrisos, gestos e interjeições, suas pre-
ferências por determinados objetos. Isso lhes permite construir conheci-
mento sobre o equilíbrio das formas, os pesos e as dimensões de objetos,
quando se esforçam para empilhar e encaixar blocos de madeira, caixas etc.
Ao brincar de desenhar, os bebês vão descobrindo novos prazeres e
desafios e passam a usar diferentes materiais e ferramentas na exploração
da cor, da aparência ou da sensação tátil de objetos e na observação das
transformações percebidas nas misturas de tons.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de zero a 1 ano e 6 meses:

■ EXPLORAR sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.

■ TRAÇAR marcas gráficas, em diferentes suportes, usando instrumentos ris-


cantes e tintas.

■ EXPLORAR diferentes fontes sonoras e materiais para acompanhar brinca-


deiras cantadas, canções, músicas e melodias.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ REAGEM a sons e músicas por meio de movimento corporal ou batendo,


sacudindo, chacoalhando etc. objetos sonoros diversos.

▶ EXPLORAM as qualidades sonoras de objetos e instrumentos musicais


diversos, como sinos, flautas, apitos, coquinhos.

▶ BRINCAM com as possibilidades expressivas da própria voz.

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103

▶ UTILIZAM a seu modo materiais como tintas caseiras, guache, aquare-


la etc. na produção visual, ampliando suas possibilidades de exploração
da cor.

▶ EXPLORAM materiais gráficos na criação de garatujas e outras formas


de expressão.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS BEM PEQUENAS


1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES

À medida que as crianças crescem, não apenas os sons vocais, mas


também outras informações sonoras passam a provocar reações de bem-
-estar, alegria, susto, medo, curiosidade, manifestadas por meio do olhar,
do riso, do choro ou outra forma de expressão corporal. Cada vez mais
elas reconhecem suas músicas preferidas, o que se pode observar por seu
movimento corporal e pela entoação de certos trechos. Essa progressiva
atividade de escuta as sensibiliza em relação às qualidades específicas da
música e promove o desejo de produção nesse campo. Com base no que
vão aprendendo, podem ser orientadas a construir diferentes objetos so-
noros e a ampliar seu repertório de músicas e canções, brincadeiras de
roda, jogos musicais, poemas, parlendas e trava-línguas.
Nesse período, o interesse pela música também se diferencia. Elas
continuam suas pesquisas sobre os sons e a maneira de produzi-los por
meio das diferentes vivências possibilitadas pelo professor ao disponibi-
lizar vários objetos e instrumentos e promover a audição de obras, quer
cantadas pelos adultos e por outras crianças, quer reproduzidas por apa-
relhos de som.
No que se refere à visualidade, as crianças podem aprender a utilizar
com mais segurança diferentes ferramentas, suportes e materiais e expe-
rimentar diversas posições espaciais e corporais para desenhar (sentadas,
em pé, deitadas de bruços etc.), assim como explorar variadas possibilida-
des de traçar garatujas, ocupar o espaço com traços emaranhados, riscos,
círculos, espirais, de modo bem pessoal. Elas percebem que seus gestos
produzem marcas estáveis, os desenhos. Nesse período, observar colegas
desenhando, marcar diversos suportes, reconhecer sua “assinatura” grá-
fica entre muitas criações e apontar qual é sua produção entre as expostas
na sala são conquistas possíveis de alcançar.
As crianças podem aprender a usar novos materiais e ferramentas
para explorar objetos e fenômenos que envolvam diferentes possibilidades

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104

de cor em seus desenhos e pinturas e na criação de objetos bidimensionais


ou tridimensionais. Podem explorar cada vez mais as relações de peso,
tamanho, volume e direção das formas, bem como espaços bidimensio-
nais e tridimensionais, utilizando diferentes materiais e ferramentas. São
capazes, ainda, de explorar as relações de claro e escuro que percebem no
cotidiano, na natureza, na pintura, na fotografia, no cinema etc. Nas brin-
cadeiras com massas de consistências variadas, adquirem conhecimento
sobre as cores, texturas, aparência etc., o que lhes possibilita expressar-se
visualmente controlando a sobreposição de cores para alterar sua aparên-
cia e/ou sensação tátil.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses:

■ CRIAR sons com materiais, objetos e instrumentos musicais para acompanhar


diversos ritmos de música.

■ UTILIZAR materiais variados com possibilidades de manipulação (argila,


massa de modelar), explorando cores, texturas, superfícies, planos, formas e
volumes ao criar objetos tridimensionais.

■ UTILIZAR diferentes fontes sonoras disponíveis no ambiente em brincadeiras


cantadas, canções, músicas e melodias.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ CANTAM, sozinhas ou em grupo, partes ou frases das canções que já


conhecem.

▶ PARTICIPAM de brincadeiras de roda e jogos musicais.

▶ IDENTIFICAM os sons da natureza (cantos de pássaros, vocalizações de


animais, barulho do vento, da chuva etc.), da cultura (vozes humanas,
sons de instrumentos musicais e máquinas, produzidos por objetos e ou-
tras fontes sonoras) ou o silêncio.

▶ RECONHECEM as qualidades dos sons de certos objetos sonoros e instru-


mentos musicais, ainda que não saibam nomeá-los convencionalmente.

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▶ DEMONSTRAM preferência por certas músicas instrumentais e diferen-


tes expressões da cultura musical brasileira e de outras: canções, acalan-
tos, cantigas de roda, brincos, parlendas, trava-línguas etc.

▶ EXPLORAM distintas maneiras de produzir sons com o próprio corpo.

▶ CONSTROEM, com a ajuda do professor, objetos sonoros e instrumentos


musicais.

▶ EXPLORAM as relações de peso, tamanho, volume e direção na criação


de formas tridimensionais usando diversos materiais e ferramentas.

▶ EXPRESSAM sensações conforme exploram objetos ou materiais com


texturas variadas.

▶ CRIAM formas planas e com volume por meio da escultura, modelagem


etc.

▶ MODELAM com barro, argila ou massinha caseira tingida com anilina.

▶ FAZEM colagens com figuras recortadas de revistas, fotos, pedaços de te-


cidos de diferentes texturas.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS PEQUENAS


4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES

As crianças de 4 e 5 anos podem ser incentivadas a improvisar com


colegas, buscando agrupar ou coordenar diferentes sons e criar pequenas
frases musicais e canções que envolvam os nomes dos amigos, de ani-
mais, de objetos etc. Juntamente com o professor, podem participar cada
vez mais de conversas sobre música: suas características, os instrumen-
tos utilizados, sentimentos que despertam etc. Podem reconhecer o som
e saber o nome de alguns instrumentos e apreciar obras instrumentais e
canções. Podem ligar uma composição ou um desenho a uma história
e aprendem a desenhar aquilo que ouvem — um som curto, comprido,
grosso ou fino, por exemplo.
Podem desenhar orientadas por conhecimentos da linguagem vi-
sual, como a ordenação de espaços vazios, cheios, abertos, fechados,
em plano bidimensional ou tridimensional. Nesse processo de busca de

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106

uma produção que expresse algo do mundo real ou da fantasia, podem


reconhecer em uma exposição seus desenhos, pinturas e esculturas,
distinguindo-os dos de seus colegas, comentar aspectos de seu modo de
produzir e os resultados que mais apreciam no próprio fazer. Podem ter
contato com os processos de produção de artistas e/ou artesãos, por meio
de observação in loco, em vídeo ou livros e catálogos de arte.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses:

■ UTILIZAR sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais


durante brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas.

■ EXPRESSAR-SE livremente por meio de desenho, pintura, colagem, dobra-


dura e escultura, criando produções bidimensionais e tridimensionais.

■ RECONHECER as qualidades do som (intensidade, duração, altura e timbre),


utilizando-as em suas produções sonoras e ao ouvir músicas e sons.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 24 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ ASSOVIAM e produzem sons com as mãos, os pés e outras partes


do corpo.

▶ UTILIZAM objetos sonoros e instrumentos musicais em improvisações


e composições.

▶ CONSTROEM instrumentos musicais de percussão, de sopro, de corda


etc. com materiais alternativos.

▶ CONTAM histórias usando modulações de voz, objetos sonoros e instru-


mentos musicais.

▶ DEMONSTRAM interesse por músicas de diferentes gêneros, estilos,


épocas e culturas.

▶ ORGANIZAM o cenário, a iluminação e o som para uma apresentação


de teatro.

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107

▶ CRIAM formas planas e volumosas por meio de escultura, modelagem etc.


e expressam opiniões sobre seu processo de produção.

▶ CONSTROEM brinquedos, potes, cestos ou adornos inspirados no artesa-


nato indígena, do campo ou de outras tradições culturais.

▶ CONSTROEM casas ou castelos de cartas, de madeira, de tecidos e ou-


tros materiais.

▶ FAZEM dobraduras simples, bonecas de pano ou de espiga de milho.

▶ ESCULPEM uma figura em legumes ou frutas, além de massinha e argila.

▶ CONSTROEM uma estrutura com gravetos, folhas secas, blocos, copos


plásticos, embalagens de papelão.

▶ EXPERIMENTAM efeitos de luz e sombra sobre objetos ou espaços, com


uso de velas ou lanternas.

▶ PINTAM usando variados suportes (papéis, panos, telas, pedaços de me-


tal ou acrílico) e materiais (aquarela, tinta guache, tinta feita com mate-
riais da natureza, lápis de cor, canetas hidrográficas, esmalte de unha).

▶ RECONHECEM a diversidade de padrões de uso das cores em diferentes


culturas e contextos de produção e usam esse conhecimento para fazer
suas criações no desenho, na pintura etc.

▶ DESENHAM com canetas hidrográficas em uma transparência e proje-


tam na parede ou em uma tela ou lençol.

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108

ATENÇÃO
O campo de experiências “Traços, sons, cores e formas” chama a atenção do profes-
sor para a importância de educar a sensibilidade da criança por uma ação que seja
ao mesmo tempo política, estética e ética, de incentivá-la a construir um agir lúdico
e um olhar poético sobre o mundo, as pessoas e coisas nele existentes, de ampliar a
percepção de cores, sons, silêncio, texturas, tamanhos, sabores e cheiros a partir de
sua corporeidade.
A sonoridade e a visualidade tornam-se conquistas quando ela participa de ambien-
tes onde o prazer estético abre possibilidades. Diante disso, importa verificar quais
aspectos da estrutura da unidade de Educação Infantil servem como recursos para
sentir, explorar, representar, imaginar, criar. Tais aspectos incluem desde as con-
dições de tempo, espaço e materiais disponibilizados até as relações de estímulo e
confiança estabelecidas com as pessoas presentes, pois os vínculos formados entre
as crianças, o professor e a cultura em que estão imersos criam motivos e incentivos
para elas explorarem o ambiente, reconhecerem e expressarem seus aspectos signi-
ficativos de diferentes maneiras.
Ao propiciar experiências como a surpresa, a alegria, o questionamento, a desco-
berta e o encantamento, o olhar sensível do professor acompanha as muitas formas
pelas quais as crianças se interrogam sobre o mundo e sobre si, trilham universos
simbólicos presentes em sua cultura e em outras e imergem em situações diversas
onde se emocionam com o belo.

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INTRODUÇÃO
É impossível pensar na criança pequena sem considerar sua capa-
cidade de sorrir, chorar, imitar, tagarelar, inventar histórias, fazer per-
guntas e defender seus pontos de vista. Nessas ocasiões, ela age movida
por fortes sentimentos que marcam vivências significativas no campo de
experiências “Escuta, fala, pensamento e imaginação”. Destaca-se aqui
a experiência com a linguagem verbal no diálogo com outras linguagens
desde o nascimento, com o objetivo de ampliar não apenas essa lingua-
gem, mas também o pensamento (sobre si, sobre o mundo, sobre a lín-
gua) e a imaginação.
Os princípios expressos neste capítulo referem-se ao trabalho do-
cente com todas as crianças da Educação Infantil, apesar de não aprofun-
dar práticas pedagógicas com as portadoras de alguma deficiência. Estas,
além de viver experiências estimulantes com seus pares da unidade, têm
o direito de ser apoiadas em suas formas comunicativas realizadas a par-
tir da língua de sinais ou do braille, no caso das que têm deficiência au-
ditiva ou visual. Conhecer suas perguntas e respostas, suas narrativas e
seus planos, enfim, sua conversa, é tarefa que deve envolver o professor
e todos os colegas.
A denominação desse campo busca evidenciar a estreita relação entre
os atos de falar e escutar com a constituição da linguagem e do pensamento
humanos desde a infância. A aproximação de diferentes linguagens traz
para o cotidiano das unidades de Educação Infantil momentos de “escu-
tar”, no sentido de produzir/acolher mensagens orais, gestuais, corporais,
musicais, plásticas, além daquelas trazidas por textos escritos, e de “falar”,
entendidos como expressar/interpretar não apenas pela oralidade, mas
também pela língua de sinais, pela escrita convencional ou não convencio-
nal, pelo braille e por danças, desenhos e outras manifestações expressivas.
Escutar e falar não se restringem a um só campo de experiências,
mas são atos transversais a todos os outros. No sentido de fortalecer o
olhar para a pluralidade de linguagens que deve presidir a Educação em
geral e a Educação Infantil em particular, e considerando que a lingua-
gem verbal não se separa completamente da corporal, musical, plástica e
dramática, será feita a necessária aproximação entre “Escuta, fala, pen-
samento e imaginação” e os demais campos de experiências. Para tanto,
contamos com o apoio das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
ção Infantil — DCNEI (Parecer CNE/CEB nº 20/09), nas quais se estabelece
que as práticas pedagógicas vividas na Educação Infantil devem garantir
experiências que “favoreçam a imersão das crianças nas diferentes lin-
guagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de
expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical”.

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111

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que, ao longo da


trajetória na Educação Infantil, as crianças construam conhecimentos a
respeito das linguagens oral e escrita por meio de gestos, expressões, sons
da língua, rimas, leitura de imagens e letras, identificação de palavras em
poesias, parlendas, canções e também a partir da escuta e dramatização
de histórias e da participação na produção de textos escritos. Aproprian-
do-se desses elementos, elas podem criar novos gestos, falas, histórias e
escritas, convencionais ou não.
A capacidade de construir representações e expressá-las em lingua-
gem verbal se desenvolve conforme a criança interage com pessoas mais
experientes e busca captar os signos e símbolos construídos socialmente,
presentes nos comportamentos de seus parceiros e expressos na oralida-
de e na escrita no ambiente em que ela convive.
A linguagem oral (ou a língua de sinais) permeia todo o cotidiano das
crianças na Educação Infantil. Por meio da oralidade (ou da vocalização
e sinalização, no caso das que têm deficiência auditiva), elas expressam
vontades, desejos, fazem perguntas, contam casos, concordam ou discor-
dam de um colega ou do professor, interessando-se muito pelo efeito que
suas manifestações verbais provocam em outras pessoas. Também as
falas das crianças e dos adultos parceiros, de artistas em programas de
televisão ou de personagens das histórias lidas são objeto de observação
curiosa e de imitação e abrem um universo maior de fontes de apropria-
ção da oralidade (ou da língua de sinais). Sua aquisição lhes assegura a
possibilidade de participar de situações cotidianas nas quais podem se co-
municar, conversar, ouvir e narrar histórias, contar um fato, brincar com
palavras, expressar sua opinião e comparar conceitos, construindo, aos
poucos, estratégias para conhecer o mundo.
Conforme a criança amplia suas experiências na cultura, percebe
que muitas vezes os adultos com quem convive se ocupam em compreen-
der instruções de embalagens, fazer pedidos ou transmitir informações
por meio de grafismos que se referem à linguagem escrita. Esta, carregada
de novas características, a estimula a buscar entender seu funcionamento
no contexto em que vive.
As DCNEI reconhecem que a linguagem escrita é objeto de interesse
das crianças desde cedo e chamam a atenção para a necessidade de as
práticas pedagógicas voltadas para essa linguagem serem coerentes com
o que se conhece como especificidades da primeira infância.

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112

Vivendo em um mundo onde a língua escrita está cada vez mais presente, as crian-
ças começam a se interessar pela escrita muito antes que os professores a apresen-
tem formalmente. Contudo, há que se apontar que essa temática não está sendo
muitas vezes adequadamente compreendida e trabalhada na Educação Infantil. O
que se pode dizer é que o trabalho com a língua escrita com crianças pequenas não
pode decididamente ser uma prática mecânica desprovida de sentido e centrada na
decodificação do escrito. Sua apropriação pela criança se faz no reconhecimento,
compreensão e fruição da linguagem que se usa para escrever, mediada pela pro-
fessora e pelo professor, fazendo-se presente em atividades prazerosas de contato
com diferentes gêneros escritos, como a leitura diária de livros pelo professor, a pos-
sibilidade da criança desde cedo manusear livros e revistas e produzir narrativas e
“textos”, mesmo sem saber ler e escrever.

Fonte: (http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf). Acesso em: 25 maio 2018.

CONCEITOS BÁSICOS
A concepção de linguagem verbal apresentada traz impactos signi-
ficativos para pensar o processo de aquisição da língua materna, quer na
modalidade oral, quer na escrita. Ambas requerem que o professor tra-
balhe com uma visão de criança e de interação humana que considere as
situações comunicativas como espaços de confronto de motivos e de pers-
pectivas que se concretizam na linguagem.
Outra concepção a ser levada em conta é que a linguagem verbal é
um elemento básico em qualquer cultura e resultado de construção histó-
rica, estando, portanto, em constante mudança. Ela não é neutra, pois re-
flete conceitos e valores. A própria palavra “infante” teve seu significado
modificado ao longo do tempo, deixando de ser associado a alguém “sem
fala” para indicar um indivíduo em seus primeiros anos de vida.
Falar e escutar são atividades humanas carregadas de sentidos pes-
soais e de significados partilhados e envolvem a criança como um todo:
seu corpo, seus afetos, seus desejos, suas necessidades, sua imaginação. A
apropriação das habilidades de falar, ler e escrever pressupõe representar
pelos gestos e, mais tarde, pela fala, ou seja, empregar símbolos verbais
para tornar presente algo que está fora de seu alcance imediato. O movi-
mento corporal expressivo inicia-se nos primeiros dias de vida e torna-se
essencial quando a palavra começa a ser usada para referenciar algo que
não se pode apontar ou pegar e, ao longo de toda a Educação Infantil, con-
tinua apoiando a palavra falada, desenhada ou grafada.

69
113

À medida que cresce, a criança passa a representar o mundo pelos


gestos, pelo corpo e pela fala devido ao uso contínuo da linguagem nas
interações que estabelece com seus pais e/ou com as pessoas encarrega-
das de atender a suas necessidades. Ao representar algo, ela usa aqueles
elementos linguísticos e imagens de atos e situações vividas, reunindo ele-
mentos de experiências anteriores e ajustando-os aos aspectos distintivos
de cada situação, o que torna a oralidade infantil nessa fase uma produção
cheia de surpresas.
De início, os ritmos, as modulações e as consonâncias das palavras
desempenham função importante — “Tempo é vento”, diz a criança. Com
dificuldade para “pensar” um fenômeno e definir suas características es-
senciais, descartando as acessórias, ela recorta e verbaliza apenas seus
elementos mais notáveis. Que encanto nos provoca ouvir uma criança di-
zendo: “Eu visitei o Cristo rebentou (sic) no Rio de Janeiro”, trocando a pala-
vra “redentor”, talvez menos conhecida, por “rebentou”, mais familiar no
caso dela. Isso permite reconhecer a fala infantil não como um erro, mas
como resultado de um processo ativo de pensamento em dada situação.
Experiências como participar de uma roda de conversa e da leitura
de histórias e poesias ampliam a capacidade simbólica e de reflexão sobre
a linguagem e sobre o mundo que a criança vem construindo, permitindo
que desenvolva seu pensamento, sua imaginação, visão de mundo, capa-
cidade argumentativa e de expressão de afetos.
Em relação à língua escrita, a partir do que a criança observa nos com-
portamentos de adultos e de colegas maiores que já leem e escrevem, ela lê,
mesmo sem saber ler, e escreve, sem saber escrever convencionalmente.

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114

O CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”

A BNCC na etapa da Educação Infantil apresenta o campo de experi-


ências “Escuta, fala, pensamento e imaginação” da seguinte maneira:

Desde o nascimento, as crianças participam de situações comunicativas cotidianas


com as pessoas com quem interagem. As primeiras formas de interação do bebê são
os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o sorriso, o choro e outros
recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação do outro. Progressivamen-
te, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e demais recursos de
expressão e compreensão, apropriando-se da língua materna — que se torna, pouco
a pouco, seu veículo privilegiado de interação. Na Educação Infantil, é importante
promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando
sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em
conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo
e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente
como sujeito singular e pertencente a um grupo social.
Desde cedo, a criança manifesta curiosidade em relação à cultura escrita: ao ou-
vir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no
contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de lín-
gua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes
e portadores. Na Educação Infantil, a imersão na cultura escrita deve partir do que
as crianças conhecem e das curiosidades que deixam transparecer. As experiên-
cias com a literatura infantil, propostas pelo educador, mediador entre os textos e
as crianças, contribuem para o desenvolvimento do gosto pela leitura, do estímu-
lo à imaginação e da ampliação do conhecimento de mundo. Além disso, o contato
com histórias, contos, fábulas, poemas, cordéis etc. propicia a familiaridade com
livros, com diferentes gêneros literários, a diferenciação entre ilustrações e escrita,
a aprendizagem da direção da escrita e as formas corretas de manipulação de livros.
Nesse convívio com textos escritos, as crianças vão construindo hipóteses sobre a
escrita que se revelam, inicialmente, em rabiscos e garatujas e, à medida que vão
conhecendo letras, em escritas espontâneas, não convencionais, mas já indicativas
da compreensão da escrita como sistema de representação da língua.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias). Acesso em: 24 maio 2018.

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115

DIREITOS DE APRENDIZAGEM
NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
▶ CONVIVER com crianças e adultos, compartilhando sua língua mater-
na em situações comunicativas cotidianas, constituindo modos de pensar,
imaginar, sentir, narrar, dialogar e conhecer.

▶ BRINCAR com parlendas, trava-línguas, adivinhas, memória, rodas,


brincadeiras cantadas, jogos e textos de imagens, escritos e outros, am-
pliando o repertório das manifestações culturais da tradição local e de
outras culturas, enriquecendo sua linguagem oral, corporal, musical, dra-
mática, escrita, entre outras.

▶ EXPLORAR gestos, expressões, sons da língua, rimas, imagens, textos


escritos, além dos sentidos das palavras, nas poesias, parlendas, canções
e enredos de histórias, apropriando-se desses elementos para criar novas
falas, enredos, histórias e escritas convencionais ou não.

▶ PARTICIPAR de rodas de conversa, de relatos de experiências, da conta-


ção e leitura de histórias e poesias, da construção de narrativas, da elabo-
ração, descrição e representação de papéis no faz de conta, da exploração
de materiais impressos e de variedades linguísticas, construindo diversas
formas de organizar o pensamento.

▶ EXPRESSAR sentimentos, ideias, percepções, desejos, necessidades,


pontos de vista, informações, dúvidas e descobertas, utilizando múltiplas
linguagens, entendendo e considerando o que é comunicado por outras
crianças e adultos.

▶ CONHECER-SE e reconhecer suas preferências por pessoas, brinca-


deiras, lugares, histórias, autores, gêneros linguísticos e seu interesse em
produzir com a linguagem verbal.

ORIENTAÇÕES GERAIS
QUANTO AO PROCESSO PEDAGÓGICO

O processo pedagógico no campo de experiências “Escuta, fala, pen-

72
116

samento e imaginação” busca promover vivências nas quais a linguagem


verbal na Educação Infantil, aliada a outras, não seja um conteúdo a ser
tratado de modo descontextualizado das práticas sociais significativas
das quais a criança participa. Isso envolve planejamento, frequência e
sistematização em função da compreensão do significado que tal lingua-
gem tem na formação cultural dela e das possíveis formas pelas quais se
dá sua apropriação.
A preocupação em respeitar o desenvolvimento de aquisição da lin-
guagem verbal requer reconhecer tanto a participação ativa da criança no
processo de significar o mundo como as mediações do professor no arranjo
do contexto e na interação com ela. Conhecer os usos que os meninos e as
meninas cotidianamente fazem da linguagem oral e da escrita e incorporar
esses usos no planejamento didático e nas situações de aprendizagem a se-
rem propostas impõem ao docente trabalhar ludicamente com eles a fala, a
leitura e a escrita e suas propriedades como objetos de reflexão. Dessa ma-
neira, as interações que se estabelecem possibilitam que a criança explore
a língua, experimente seus sons, diferencie modos de falar e de escrever e
reflita por que se fala e se escreve do jeito que se fala e se escreve.
Cabe à Educação Infantil favorecer, com a mediação do professor,
oportunidades para brincar com as linguagens oral e escrita e para am-
pliar os conhecimentos a respeito delas, estimulando a formulação de hi-
póteses sobre seu funcionamento e o teste e emprego nos contextos em
que a criança está inserida.
No campo da oralidade, a Educação Infantil permite a apropriação
de diversas formas sociais de comunicação, como cantigas tradicionais,
brincadeiras de roda e jogos cantados, além de outras modalidades pre-
sentes na cultura humana: conversas, pedido de informações, formula-
ção de reclamações, expressão de repreensões e elogios etc. Esse processo
tem início pela imersão em trocas comunicativas e prossegue conforme os
momentos de fala criam situações em que a criança necessita pensar so-
bre a língua, experimentar sua sonoridade e diferenciar maneiras de falar
de acordo com as situações, de modo a comunicar desejos, sentimentos,
ideias e pensamentos.
Uma forma muito importante de comunicação oral é a conversa, em
que os sujeitos têm de narrar, descrever, explicar, relatar, ouvir e argu-
mentar com parceiros. É um ato próprio de nossa cultura contar casos, o
que torna a conversa uma prática social muito frequente. Por vezes, recor-
remos ao telefone para isso e, mais recentemente, aprendemos a usar as
redes sociais para trocar ideias e informações com outras pessoas.
Conversar é algo que se aprende fazendo e, na Educação Infantil,
começa no berçário. Nesse âmbito, o professor é o parceiro com quem a
criança estabelece diálogos, com balbucios, gestos etc. O adulto a ajuda

73
117

a organizar essas manifestações em expressões que podem ser compre-


endidas por qualquer falante de sua língua, iniciando-a na apropriação da
linguagem oral.
A roda permite que a criança localize quem está falando e perceba
expressões faciais, gestos e tom de voz ao tratar de assuntos como brinca-
deiras ou fatos do cotidiano sobre os quais ela mostra interesse, conforme
o professor coordena as participações de cada um do grupo de modo sensí-
vel e respeitoso, promovendo a troca de ideias, instigando perguntas para
saber mais, estimulando comentários sobre algo que o colega falou etc.
O encaminhamento de uma conversa tem sempre algo de imprevi-
sível e inusitado, marcando o processo de partilha de significados. Estes
não se mostram transparentes, mas exigem que os participantes negociem
sentidos, aprendendo a ver o outro com características e significados pró-
prios. Compreendida assim, a roda de conversa não é local de fala apenas
do professor, nem ocasião para lições morais, mas para as crianças troca-
rem olhares sobre o mundo conversando (“versando com” seus pares).
A experiência com a leitura de histórias, além de facilitar o acesso a
uma linguagem diferente daquela presente em seu cotidiano, possibilita
à criança o contato com personagens reais e imaginários que a levam a
reagir, emocionar-se, antecipar desfechos. Também lhe permite perceber
como afetos, medos e surpresas podem ser comunicados pela escrita, cons-
tituindo um meio de conhecimento de si mesma, dos outros e do mundo, e
amplia a vivência estética do texto por meio de suas imagens e ilustrações.
Segundo a BNCC na etapa da Educação Infantil, “é na escuta de his-
tórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas ela-
boradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas
linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e
pertencente a um grupo social” (fonte: <http://basenacionalcomum.mec.
gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias>; acesso em: 30 maio
2018). Assim, quando as crianças ouvem histórias, experimentam a rela-
ção entre escrita e leitura, ampliando a compreensão do uso e da eficácia
da linguagem como meio de comunicação.
O contato das crianças, desde pequenas, com textos de narrativa
ficcional, ricos em imaginação e fantasia e sustentados pela linguagem
oral ou escrita, por imagens e gestos, permite que explorem possibilida-
des de leitura, mesmo que ainda não saibam ler convencionalmente: as
imagens, por exemplo, informam e ajudam a antecipar muito do que é
explicitado por palavras.
Ao escutar a leitura de uma história ou ao elaborar narrativas a par-
tir de um livro de imagens, as crianças reformulam elementos constituti-
vos da língua escrita. Marcadas por essas experiências, é comum vê-las
tomar um livro ou revista e passar a reproduzir um enredo que conhecem,

74
118

inventando uma narrativa ou mesmo balbuciando algo enquanto apon-


tam figuras, no caso de bebês. Daí ser importante a leitura diária pelo pro-
fessor, criando experiências que as emocionem e as ajudem a reconhecer
as regularidades entre diversas narrativas e a constituir o hábito de ouvir.
A aquisição da língua escrita tem provocado polêmica na Educação
Infantil. Cada vez mais educadores consideram que a curiosidade que as
crianças manifestam nesse campo não pode ser ignorada. Como estão
imersas em uma cultura na qual a linguagem escrita se faz presente em
cartazes, rótulos, logomarcas, peças de vestuário e anúncios de todo tipo,
elas se perguntam o que significam as marcas no papel, como reproduzi-
-las e o que representam.
A presença constante da linguagem escrita e sua marcante influ-
ência nas sociedades contemporâneas criam condições para as crianças
observarem e reproduzirem práticas cotidianas de seu uso, em especial
nas brincadeiras de faz de conta, quando os enredos por elas criados colo-
cam os personagens em situações de anotar um recado ou um pedido feito
por telefone, preencher um cheque ou fazer uma lista de compras, escre-
ver um convite para uma festa ou anotar a medicação em um receituário.
Tudo isso acontece espontaneamente, do modo como elas entendem o
funcionamento do sistema de escrita, ainda que esteja longe de obedecer
às complexas convenções da gramática.
Além da imitação, a apropriação da linguagem escrita se faz por
meio de interações plenas de ludicidade, a partir de experiências promo-
vidas pelo professor: ouvir e recontar histórias, conversar sobre os per-
sonagens, escrever o nome em um desenho etc. Conforme as crianças se
arriscam a ler e escrever, ele as apoia na organização de suas ideias sobre
o sistema de escrita, criando hipóteses e inventando meios de utilizá-la.
Assim, no contato com materiais, produtos e práticas típicas da cultura le-
trada no cotidiano das unidades de Educação Infantil, elas aprendem a ler,
a sua maneira, o mundo das imagens, das letras, das palavras e dos textos.
A escrita do próprio nome é uma importante conquista da criança que entra
“no mundo das letras”. O nome é uma marca de sua identidade e re- quer
usar sempre determinadas letras na mesma ordem. Ela começa quase que
desenhando o nome; aos poucos, passa a observar algumas regularida- des;
e, por fim, percebe que letras ou trechos daquela palavra especial que a
identifica aparecem também nos nomes de alguns de seus colegas, o que
a instiga a pensar sobre a escrita e começar a escrever outras palavras.
Quando as crianças fazem suas primeiras produções em papel, o
professor pode solicitar que escrevam o próprio nome, mesmo que não
saibam fazê-lo sozinhas, orientando-as com a filipeta de nomes ou colo-
cando-se como escriba, anotando o nome delas no canto da folha na qual
desenham, por exemplo.

75
119

O PROFESSOR E A GARANTIA DOS DIREITOS


DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO”
O professor pode propiciar que as crianças, desde bebês, brinquem
com a língua oral e a utilizem em situações criadas nos diferentes contex-
tos em que convivem, como nos momentos em que se dá colo ou banho,
na troca de fraldas, na alimentação e nas experiências propostas, em es-
pecial nas brincadeiras, sendo ele uma referência para o desenvolvimento
da fala. Ele pode perceber avanços nas tentativas de comunicação dos be-
bês conforme observa seus balbucios, gestos, expressões faciais, entona-
ção e modulação da voz e ajudá-los a organizar seus pedidos, observações,
relatos, memórias etc., para que consigam, pouco a pouco, expressar oral-
mente seus desejos ou sentimentos.
Entre outras formas comunicativas, as crianças podem ser grada-
tivamente incentivadas a seguir instruções e responder a solicitações
compreendendo seus contextos de significação; a elaborar e transmitir re-
cados para diferentes pessoas; a relatar a um colega um episódio vivido; a
formalizar oralmente instruções específicas, como regras de jogos, o pre-
paro culinário de um prato ou procedimentos para manipular um objeto.
Cada um desses meios de comunicação condiciona um tipo de oralidade,
um jeito próprio de falar, e cria oportunidades diversas para o professor
da Educação Infantil. Este, como parceiro sensível no processo de apro-
ximação da criança com a linguagem escrita, observa, acolhe e estimula
a reflexão, certo de que aprender algo sobre os recursos usados para ler e
escrever é um direito a ser garantido na Educação Infantil, respeitando o
ritmo e os interesses de cada menino e menina, sem fazer desse processo
um ritual de domínio mecânico do código da escrita.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA OS BEBÊS


ZERO A 1 ANO E 6 MESES

Antes de apresentar uma linguagem estruturada, os bebês expres-


sam-se de diferentes formas, que são interpretadas pelas pessoas com
quem convivem. Eles observam como os adultos falam e suas expressões
faciais e corporais, percebem quando estão bravos ou felizes, oferecen-
do ou pedindo algo, perguntando ou respondendo etc. Embora ainda não
compreendam o significado das palavras, vão se apropriando paulatina-

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120

mente de gestos, sons, ritmos e entonações que acompanham as expres-


sões verbais de quem cuida deles, atribuindo-lhes sentido a partir das
trocas que acontecem nessa interação.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de zero a 1 ano e 6 meses:

■ RECONHECER quando é chamado por seu nome e reconhecer os nomes de


pessoas com quem convive.

■ DEMONSTRAR interesse ao ouvir a leitura de poemas e a apresentação


de músicas.

■ DEMONSTRAR interesse ao ouvir histórias lidas ou contadas, observando


ilustrações e os movimentos de leitura do adulto-leitor (modo de segurar o por-
tador e de virar as páginas).

■ RECONHECER elementos das ilustrações de histórias, apontando-os, a pedi-


do do adulto-leitor.

■ IMITAR as variações de entonação e gestos realizados pelos adultos, ao ler his-


tórias e ao cantar.

■ COMUNICAR-SE com outras pessoas usando movimentos, gestos, balbucios,


fala e outras formas de expressão.

■ CONHECER e manipular materiais impressos e audiovisuais em diferentes


portadores (livro, revista, gibi, jornal, cartaz, CD, tablet etc.).

■ PARTICIPAR de situações de escuta de textos em diferentes gêneros textuais


(poemas, fábulas, contos, receitas, quadrinhos, anúncios etc.).

■ CONHECER e manipular diferentes instrumentos e suportes de escrita.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

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Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ CONVERSAM com o professor em ambiente tranquilo e lúdico.

▶ PARTICIPAM de jogos rítmicos em que ele as anima a imitar sons varia-


dos ou em jogos de nomeação em que aponta para algo e propõe a questão:
“O que é isso?”, apoiando-as a responder.

▶ BRINCAM com seus pares, com ou sem objetos, expressando-se corporal


e/ou verbalmente.

▶ REPETEM acalantos, cantigas de roda, poesias e parlendas, explorando o


ritmo, a sonoridade e a conotação das palavras.

▶ ESCUTAM histórias, contos de repetição e poemas e imitam as variações


de entonação e de gestos realizados pelo adulto ao ler ou cantar.

▶ BRINCAM de traçar marcas gráficas em cartolinas ou outro suporte,


usando tintas, dedos e pincéis.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS BEM PEQUENAS


1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES

As crianças um pouco mais velhas que os bebês, dadas suas experi-


ências em ambientes como o da unidade de Educação Infantil, já se comu-
nicam entre si e com os adultos com mais desenvoltura para pedir algo,
contar sobre um acontecimento, dar vida a um personagem no faz de con-
ta, expressar dúvidas, perguntar, responder, concordar e discordar, tendo
aprendido as práticas linguísticas e culturais de seu entorno. Isso altera
a maneira como observam e interrogam o mundo natural e social e como
constroem sua sociabilidade e sua identidade na relação com os outros.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses:

78
122

■ DIALOGAR com crianças e adultos, expressando seus desejos, necessidades,


sentimentos e opiniões.

■ IDENTIFICAR e criar diferentes sons e reconhecer rimas e aliterações em can-


tigas de roda e textos poéticos.

■ DEMONSTRAR interesse e atenção ao ouvir a leitura de histórias e outros tex-


tos, diferenciando escrita de ilustrações e acompanhando, com orientação do
adulto-leitor, a direção da leitura (de cima para baixo, da esquerda para a direita).

■ FORMULAR e responder perguntas sobre fatos da história narrada, identifi-


cando cenários, personagens e principais acontecimentos.

■ RELATAR experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas, filmes ou peças


teatrais assistidos etc.

■ CRIAR e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos.

■ MANUSEAR diferentes portadores textuais, demonstrando reconhecer seus


usos sociais.

■ MANIPULAR textos e participar de situações de escuta para ampliar seu con-


tato com diferentes gêneros textuais (parlendas, histórias de aventura, tiri-
nhas, cartazes de sala, cardápios, notícias etc.).

■ MANUSEAR diferentes instrumentos e suportes de escrita para desenhar,


traçar letras e outros sinais gráficos.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ IDENTIFICAM e criam diferentes sons, rimas e gestos em brincadeiras de


roda e em outras interações sociais, ampliando sua linguagem oral.

▶ RELATAM fatos acontecidos, histórias que ouviram ou a que assistiram


na televisão, no cinema ou no teatro.

▶ CONVERSAM com adultos e crianças sobre diferentes assuntos em di-


versos momentos da rotina.

79
123

▶ PARTICIPAM de roda de conversa, expressando oralmente ideias, fatos


ou recontando relatos que escutaram.

▶ COMUNICAM regras básicas de alguns jogos aos parceiros — por exemplo,


orientam os colegas sobre como aumentar a altura de uma pilha de toqui-
nhos de madeira sem que caia.

▶ ACOMPANHAM oralmente passagens de histórias de repetição com


apoio das imagens.

▶ APRECIAM e comentam leituras feitas pelo professor.

▶ CRIAM enredos oralmente, a partir de imagens e temas sugeridos.

▶ RECITAM parlendas e outros textos da tradição oral, como quadrinhas,


adivinhas etc.

▶ RECONHECEM no livro histórias e personagens.

▶ REALIZAM procedimentos básicos de um leitor, como ler a partir da capa


e virar as páginas sucessivamente.

▶ IMITAM comportamentos de escritor ao fazer de conta que escrevem


recados.

▶ IDENTIFICAM a escrita do próprio nome em listas e objetos.

▶ RECONHECEM o uso social de textos como convites para festas de aniver-


sário, roteiro de atividades do dia, comunicados aos pais e listas variadas.

▶ EXPLORAM diferentes ferramentas e suportes de escrita para, a seu


modo, desenhar, traçar letras e outros sinais gráficos.

80
124

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS PEQUENAS


4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES

Nesse grupo etário, as crianças já se mostram falantes e com fre-


quência percebem e corrigem alguns de seus “enganos” linguísticos ou
dos colegas. Suas falas trazem marcas do modo de falar de sua cultura.
Elas participam de espaços de conversa coletiva, apoiando-se não apenas
na fala do professor, mas também em sua memória e nos próprios recur-
sos expressivos.
Suas experiências na Educação Infantil devem ter-lhes dado con-
dições para escutar atentamente o que os colegas falam, emitir opiniões
pessoais sobre um assunto, explicar fatos e fenômenos sociais e naturais,
comunicar ao grupo as soluções que imaginaram para uma questão levan-
tada, relatar episódios, formular perguntas e emitir respostas.
As crianças podem ser incentivadas a produzir as próprias escritas
em situações com função social significativa nas quais essa linguagem
seja objeto de brincadeiras e descobertas, ditando para que alguém mais
experiente registre, ou registrando autonomamente, de modo convencio-
nal ou não. Isso lhes permite adquirir familiaridade com frases, palavras,
letras, números, espaços em branco, sinais de pontuação e outras marcas
que compõem os textos escritos.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses:

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125

■ EXPRESSAR ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências, por meio da


linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de fotos, desenhos e outras for-
mas de expressão.

■ INVENTAR brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando rimas, alitera-


ções e ritmos.

■ ESCOLHER e folhear livros, procurando orientar-se por temas e ilustrações e


tentando identificar palavras conhecidas.

■ RECONTAR histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros de vídeos e de


encenações, definindo os contextos, os personagens, a estrutura da história.

■ RECONTAR histórias ouvidas para produção de reconto escrito, tendo o pro-


fessor como escriba.

■ PRODUZIR suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em


situações com função social significativa.

■ LEVANTAR hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em portadores co-


nhecidos, recorrendo a estratégias de observação gráfica e/ou de leitura.

■ SELECIONAR livros e textos de gêneros conhecidos para a leitura de um adul-


to e/ou para sua própria leitura (partindo de seu repertório sobre esses textos,
como a recuperação pela memória, pela leitura das ilustrações etc.).

■ LEVANTAR hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de


palavras e textos, por meio de escrita espontânea.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ EXPRESSAM-SE nas linguagens oral, musical e corporal, na dança, no


desenho, na linguagem escrita, na dramatização e em outras linguagens
em vários momentos.

▶ PARTICIPAM de rodas de conversa, discutindo seus pontos de vista sobre


um assunto.

82
126

▶ DESCREVEM como foi feita a produção individual ou coletiva de um tex-


to, uma escultura, uma coreografia etc.

▶ DEBATEM um assunto polêmico do cotidiano da unidade — por exemplo,


como organizar o uso dos brinquedos do parque.

▶ ORGANIZAM oralmente as etapas de uma tarefa, os passos de uma recei-


ta culinária ou do preparo de uma tinta ou as regras de uma brincadeira.

▶ EXPRESSAM oralmente, a sua maneira, opinião sobre um relato apre-


sentado por um colega ou pelo professor.

▶ RECONTAM histórias a partir das narrativas do professor com ou sem o


apoio de livros, utilizando recursos expressivos próprios e preservando os
elementos da linguagem escrita.

▶ EXPÕEM suas impressões sobre textos de prosa ou poesia que foram li-
dos para elas.

▶ RELATAM aos colegas histórias lidas por alguém de sua família.

▶ ESCOLHEM e gravam poemas para enviar a outras crianças ou aos


parentes.

▶ PARTICIPAM de sarau literário, narrando ou recitando textos favoritos.

▶ CRIAM uma história de aventuras, definindo o ambiente em que ela ocor-


re, as características e os desafios de seus personagens.

▶ DOCUMENTAM um reconto, tendo o professor como escriba.

▶ RELATAM os nomes e as características principais dos protagonistas


das histórias.

▶ RELACIONAM texto e imagem e antecipam sentidos na leitura de quadri-


nhos, tirinhas e revistas de heróis.

▶ ESCREVEM o nome sempre que necessário e reconhecem a semelhança


entre sua inicial e a do nome dos colegas.

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127

▶ ESCREVEM cartas, diários e recados, elaboram convites, comunicados e


listas e criam panfletos com as regras de um jogo, ainda que de modo não
convencional.

▶ ORGANIZAM com os colegas e com o apoio do professor coletâneas escri-


tas de contos clássicos ou populares, lendas da tradição indígena, parlen-
das, brincadeiras cantadas, receitas culinárias etc.

▶ LEVANTAM hipóteses sobre o que está escrito e sobre como se escreve


e utilizam conhecimentos sobre o sistema de escrita para localizar um
nome específico em uma lista (ingredientes, peças de um jogo etc.) ou pa-
lavras em um texto que sabem de memória.

▶ EXPLORAM com os colegas materiais impressos variados, de diferentes


gêneros (literatura infantil em verso e prosa, livros de imagens, obras de
referência, revistas, jornais, panfletos e embalagens, entre outros).

ATENÇÃO
A possibilidade de a criança vivenciar experiências, descobrindo novos aspectos do
mundo por meio das linguagens oral e escrita, articuladas com as corporais, musi-
cais, visuais, representa passo importante na efetivação de uma Educação Infantil
conectada com o presente, e não como um processo voltado apenas para futuras
aprendizagens. Compreender as relações entre as linguagens oral e escrita, o pen-
samento e a imaginação infantis transforma a prática pedagógica em um campo não
só de pesquisa, mas também de encantamento para o professor.

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INTRODUÇÃO
A curiosidade, o interesse e o prazer que as crianças demonstram
nas situações em que podem criar cenários e enredos de histórias, fazer
descobertas, resolver problemas do cotidiano, realizar uma tarefa com co-
legas, no campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações
e transformações”, nos levam a pensar em como lhes oferecer oportunida-
des para investigar as muitas questões que elas vão formulando acerca do
mundo e de si mesmas e como nós, professores, podemos aprender mais
sobre elas e suas formas de aprender.
Temas como animais, plantas, sustentabilidade do meio ambien-
te, vida cotidiana, economia e produção de bens, a cidade, organizações
sociais etc. e atividades que lidam com números têm orientado o traba-
lho na Educação Infantil. Esses e outros assuntos, no entanto, precisam
ser tratados discutindo noções de espaço, tempo, quantidade, relações
e transformações de elementos quando se pretende motivar as crianças
a ter um olhar crítico e criativo sobre o mundo, promovendo aprendiza-
gens mais significativas.
Vivendo em uma aldeia, um sítio, uma fazenda, um assentamento ou
uma cidade, desde bebês elas apreciam brincar com materiais da nature-
za. Nas interações que estabelecem com seus familiares, aprendem a reco-
nhecer o cheiro da relva molhada, a chegada do momento de semear ou de
colher, o período de seca ou de chuva, os sons e as nuvens que anunciam a
tempestade, os balidos dos carneiros ou o mugido das vacas, o comporta-
mento das galinhas ou das patas.
Imersas em um meio repleto de produtos da cultura, as crianças do
campo e as moradoras de zonas urbanas, ao manipular objetos e outros
materiais, agem para entender seu funcionamento, para diferenciar suas
características, formulando com frequência as perguntas “como?” e “por
quê?”, dirigidas a parceiros mais experientes: “Quanto tempo falta para
meu aniversário?”, “Por que não havia televisão quando minha avó era
pequena?”, “Por que alguns objetos afundam na água e outros não?”, “Por
que existem alguns animais com penas e outros com pelos?”, “Quantas
vezes um elefante é maior do que um cavalo?”, “Como estes doces podem
ser distribuídos igualmente entre os colegas?”, “Que jogador de futebol fez
mais gols na Copa?”, “Uma centopeia tem mais patas do que uma abelha?”.
De outro lado, todas as crianças observam situações em que os adul-
tos lidam com pagamentos e trocos, calculam o tamanho de uma peça de
tecido para fazer uma vestimenta ou quantos azulejos precisam comprar
para finalizar uma casa, controlam o número de pessoas que estão pre-
sentes ou o número de dias que faltam para determinada data etc. Essas
ocasiões despertam nelas o desejo de se apropriar também desse saber.

86
130

Assim, gostam de perguntar a outras pessoas e de responder quantos anos


têm, de brincar de telefonar fingindo discar ou digitar, de trocar os canais
da televisão, de recitar a seu modo a sucessão de números, de explorar as
dimensões do espaço disponível em seu entorno, entre outras atividades.
A maneira como os questionamentos das crianças das zonas rural
e urbana são tratados pelos adultos próximos pode ajudá-las (ou não) a
observar regularidades e permanências, diversidades e mudanças na na-
tureza e na vida social; a formular noções de espaço e de tempo; e a fazer
aproximações em torno da ideia de causalidade e transformação.
À medida que o professor considera a unidade de Educação Infantil
como ambiente onde a curiosidade das crianças sobre o mundo físico e so-
cial pode alimentar a construção de noções, comparações e implicações, ele
as ajuda a construir explicações, conforme percebe seus gestos, sentimen-
tos, intuições, motivos e sentidos pessoais nas respostas que dão. Nesse
processo, procura articular o modo como elas agem, sentem e pensam com
os conceitos já disponíveis na cultura sobre cada objeto de conhecimento.
A partir da “escuta” das crianças, o professor pode ajudá-las a perce-
ber relações entre objetos e materiais, chamar-lhes a atenção para certos
aspectos das situações, estimulá-las a fazer novas descobertas e construir
novos saberes a partir dos que já possuem. Ele busca lidar com as opiniões
delas, acompanhando o constante esforço que cada uma faz para se singu-
larizar e convidando-as a construir uma sociedade mais justa e respeitosa
com todos e com o planeta.

CONCEITOS BÁSICOS
Quando observamos bebês, vemos que eles apreciam manipular,
contemplar, explorar e experimentar os diferentes elementos que têm a
seu alcance — a comida, o rosto da mãe, os objetos e os materiais — e, con-
forme interagem em seu meio sociocultural, buscam compreender tudo
o que desperta sua curiosidade. Querem saber como as coisas são, como
mudam e como se comportam, interesse esse que expressam com gestos
(por exemplo, empilhando bloquinhos de madeira e observando-os cair) e,
mais adiante, com perguntas: “Como se forma uma sombra?”, “Qual destes
cestinhos tem mais objetos?”, “Como se escreve determinado número?”. A
pergunta mais constante que as crianças pequenas fazem, com olhar in-
teressado, é “Por quê?”, e não adianta responder “Porque sim” ou “Porque
não”, nem desfilar conceitos e teorias diante delas. Na potente caminha-
da de cada uma delas para produzir saberes, o maior desafio do adulto é
entender e responder a suas falas, perceber as relações que estabelecem

87
131

entre fatos e descobrir as teorias que elaboram, o que requer incentivar


que façam perguntas, que sejam ainda mais curiosas.
A construção social de conhecimentos pela criança pequena depen-
de das situações criadas pelos parceiros mais experientes para mediar
suas aprendizagens. Em outras palavras, nas interações cotidianas, eles
lhe emprestam sua maneira de selecionar e relacionar elementos ou seu
modo de explicar algo, recorrendo a uma fala que inclui descrições (“Isto
é azedo.”) ou hipóteses (“Se o carrinho não anda, é porque sua pilha aca-
bou.”), até que ela própria crie um jeito autônomo de apreender a tarefa
comunicativa e de responder às próprias perguntas.
Os discursos dos professores, dos familiares e da mídia interagem
com as condições psicológicas da criança, ou seja, não ocorre uma trans-
missão unilateral do adulto para a criança. Esta lida ativamente com a
situação comunicativa. Suas primeiras respostas em geral apoiam-se em
recortes de palavras e nas qualidades plásticas: consonância, ritmo, mo-
dulações. Uma criança sem contato com a leitura de livros, ao ser pergun-
tada o que é leitura, responde: “É leite!” ou, então, “É pintura!”.
Por vezes, a criança pequena verbaliza apenas os aspectos mais no-
táveis de um “fenômeno”, criando relatos que enumeram os componen-
tes ou encadeiam circunstâncias, sem atentar para causas e efeitos, sem
estabelecer coerência entre as partes (“Criança doente é quem falta na
escola.”). No esforço de responder, ela recorre a suas vivências e tenta re-
lacionar a pergunta com outros significados por ela já considerados. Não é
adequado classificar suas respostas como erradas ou certas. Cumpre mais
valorizar seu processo criativo ao enfrentar uma situação nova empregan-
do conhecimentos elaborados antes.
A fala da criança pequena lhe possibilita ter acesso ao complexo de
significações que orientam seus parceiros mais experientes. Não traduz
um conceito científico, dado que lhe falta perceber as relações necessárias
para uma generalização. Sua colocação está mais associada a percepções e
sentimentos, por vezes fazendo uma colagem de fragmentos de discursos
e memórias de situações, em um pensamento chamado “sincrético”. Ela
confunde o mundo real e o imaginário, ligando ou separando elementos
de modo imediato, prático, sem perceber o todo em que um item se insere,
mas criando uma resposta que lhe faz sentido naquele momento, mesmo
que tal resposta não seja inteligível ao adulto.
O sincretismo, porém, não está ligado apenas ao pensamento infan-
til em desenvolvimento. No processo educativo, as iniciativas de atribuir
sentido a algo são confrontadas com aspectos perceptivos dos objetos e
também com explicações do senso comum, mitos, discursos científicos,
políticos, religiosos, sanitários, ecológicos etc., muitos deles trazidos por
sugestões dos professores.

88
132

Um modo de apoiar o início da construção de conceitos é pela organi-


zação de rodas de conversa, momentos de troca de ideias entre pares me-
diada pelo professor. Conforme constata que seus colegas têm uma forma
de pensar sobre o mesmo assunto que é diferente da sua, a criança busca
diferenciar suas opiniões e as deles e passa a analisar, generalizar e com-
parar os significados atribuídos a objetos e situações. Na interação com
parceiros experientes que lhe oferecem sugestões e modelos ou a fazem
refletir, ela modifica suas hipóteses e constrói novas hipóteses e teorias
que, por mais elementares que sejam, envolvem relações, correspondên-
cias, implicações etc.
Promover experiências na unidade de Educação Infantil nas quais
as crianças falem, descrevam, narrem e expliquem torna-se, assim, requi-
sito fundamental para a construção e ampliação de saberes. As vivências
cotidianas — construir um castelo como cenário de um faz de conta, pro-
curar um tatu-bola no jardim, cuidar de plantas e de animais, colecionar
objetos —, além de fortalecer sua autonomia, podem ser ricas oportunida-
des para a construção de raciocínios lógicos, noções de tempo e espaço,
classificações, seriações; para a percepção de mudanças e transformações
nos objetos e materiais observados ou manuseados; e para o desenvolvi-
mento da imaginação. Isso é visível no cotidiano, como mostra o episódio
a seguir:

Em uma atividade em que crianças de 5 anos têm sua primeira oportuni‐


dade de manipular argila, ouve‐se o seguinte diálogo:

Ana, sorrindo e amassando sua argila, diz:


— A minha tá muito macia.
Luiz amassa e bate sua argila na mesa, dizendo:
— Ai, que bom.
Beto, sorrindo, manipula sua argila com as duas mãos e diz:
— Tá muito molinha...
Luiz, manipulando sua argila com as mãos, fala:
— Parece um sabão, né?!
Beto, amassando sua argila e sorrindo, vira‐se para Luiz e responde:
— É, parece mesmo, de tão mole que ela é.
Luiz, esfregando suas mãos envolvidas com argila, olha para as mãos de
Beto e fala:
— Eu tenho uma luva.
Ana canta:
— Eu tenho uma luva, eu tenho uma luva de argila...

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133

O CAMPO DE EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS,


QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”

A BNCC na etapa da Educação Infantil apresenta o campo de expe-


riências “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” da
seguinte maneira:

As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um


mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito pequenas,
elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia
e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade sobre o mun-
do físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as
transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de
sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais
entre as pessoas que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais
suas tradições e costumes; a diversidade entre elas etc.). Além disso, nessas expe-
riências e em muitas outras, as crianças também se deparam, frequentemente, com
conhecimentos matemáticos (contagem, ordenação, relações entre quantidades, di-
mensões, medidas, comparação de pesos e de comprimentos, avaliação de distân-
cias, reconhecimento de formas geométricas, conhecimento e reconhecimento de
numerais cardinais e ordinais etc.) que igualmente aguçam a curiosidade. Portanto,
a Educação Infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam
fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar
hipóteses e consultar fontes de informação para buscar respostas às suas curiosida-
des e indagações. Assim, a instituição escolar está criando oportunidades para que
as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam
utilizá-los em seu cotidiano.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias). Acesso em: 25 maio 2018.

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134

DIREITOS DE APRENDIZAGEM NO CAMPO DE


EXPERIÊNCIAS “ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES,
RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”

▶ CONVIVER com crianças e adultos e com eles investigar o mundo natu-


ral e social.

▶ BRINCAR com materiais, objetos e elementos da natureza e de diferen-


tes culturas e perceber a diversidade de formas, texturas, cheiros, cores,
tamanhos, pesos e densidades que apresentam.

▶ EXPLORAR características do mundo natural e social, nomeando-as,


agrupando-as e ordenando-as segundo critérios relativos às noções de es-
paço, tempo, quantidade, relações e transformações.

▶ PARTICIPAR de atividades de investigação de características de ele-


mentos naturais, objetos, situações e espaços, utilizando ferramentas de
exploração — bússola, lanterna e lupa — e instrumentos de registro e comu-
nicação — máquina fotográfica, filmadora, gravador, projetor e computador.

▶ EXPRESSAR observações, hipóteses e explicações sobre objetos, orga-


nismos vivos, fenômenos da natureza e características do ambiente.

▶ CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal e cultural, reconhe-


cendo seus interesses na relação com o mundo físico e social.

Garantir esses direitos de aprendizagem requer que o trabalho pe-


dagógico na unidade de Educação Infantil possibilite que a construção de
saberes pelos bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas se faça
na interação com parceiros diversos e tenha um caráter lúdico, no sentido
de prazeroso, de fruto de descobertas.

ORIENTAÇÕES GERAIS
QUANTO AO PROCESSO PEDAGÓGICO

Conforme as crianças têm oportunidade de explorar diferentes ca-


racterísticas e propriedades de objetos, materiais, brinquedos e jogos de

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135

construção no que se refere a forma, tamanho, espessura etc., exploran-


do, manipulando, observando, contando e medindo os objetos, elas lidam
com noções de quantidades, séries, classes, medidas e formas e ampliam
suas habilidades de se orientar no tempo e no espaço.

EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO AO ESPAÇO


Noções espaciais relativas a situações estáticas — longe, perto, em
cima, embaixo, dentro, fora — ou dinâmicas — para a frente, para trás, para
o lado, para cima, para baixo, na mesma direção, para a direita, para a
esquerda — começam a ser apreendidas pelas crianças a partir da relação
de seu corpo com o ambiente à medida que vivenciam situações diversifi-
cadas e significativas.
A organização do esquema corporal e da orientação e percepção es-
pacial pode e deve ser potencializada intencionalmente, por meio da ex-
ploração do corpo e dos objetos no ambiente. Experiências como apreciar
uma pintura, desenhar, localizar-se, ler, escrever, brincar e muitas outras
ampliam essas noções.
O professor pode organizar situações em que as crianças tratem o
espaço e sua representação de diferentes pontos de referência, examinan-
do os deslocamentos possíveis e a representação de objetos, assim como
os trajetos, utilizando noções de direção e posição, realizando brincadei-
ras com o corpo e copiando e espelhando movimentos a partir de deter-
minado eixo.
A exploração tátil e visual das propriedades — forma, tamanho, posi-
ção, direção — das formas geométricas planas e não planas, com a media-
ção do professor, deve integrar as experiências das crianças com noções
espaciais e gerar a produção de desenhos, esculturas, maquetes ou cená-
rios para um faz de conta que apresentem a escola, o caminho para o rio,
a praia, a pracinha, entre outros locais que elas mesmas destaquem. En-
quanto desenham, exploram os espaços e os materiais, elas podem apren-
der noções de forma, proporcionalidade e semelhanças.
Observar como artistas plásticos utilizam cores, simetrias, retas,
ângulos, polígonos, circunferências e sólidos geométricos a fim de criar
uma composição visual amplia a sensibilidade estética e os conhecimen-
tos relativos à matemática. Apreciar, investigar e discutir acerca da cons-
trução de prédios, casas e objetos ajuda a desenvolver um olhar estético
sobre o edifício da escola, seu mobiliário e as construções exteriores e a
conversar sobre a importância de cada um deles, aproveitando para expor
as ideias de beleza, conforto e praticidade.

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136

É possível problematizar o uso social dos espaços nas cidades e no


campo com as crianças conduzindo-as a observar e questionar a relação
entre população de baixa renda e ocupação de áreas mais degradadas.
A observação da paisagem local, por meio de passeios ou ativida-
des na área externa da unidade ou com o apoio de fotos, imagens, relatos
e registros, chamando a atenção delas para transformações ocorridas ao
longo do tempo, ajuda-as a relacionar aspectos do meio social e natural e a
discutir sobre o que provocou as mudanças observadas no espaço urbano
(como a edificação de prédios) ou na zona rural (como a construção de um
açude ou o desmatamento de uma floresta).
Visitar um zoológico ou percorrer um pomar ou as margens de um
rio são oportunidades para que as crianças observem com atenção ani-
mais e plantas e reconheçam algumas de suas características. Instigadas
pelo professor, elas podem investigar seus hábitos e indagar sobre o es-
paço em que vivem e as transformações em seu crescimento e aparência
por meio da comparação de exemplares, reconhecendo, ainda, a beleza da
vegetação existente ou a majestade dos movimentos dos seres vivos, em
uma forma poética de significar o universo.

EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO AO TEMPO


Noções de tempo físico (dia e noite, estações do ano, ritmos biológi-
cos) e cronológico (ontem, hoje, amanhã, semana, mês, ano) tornam-se ob-
jeto de interesse das crianças, que, em suas conversas, fazem referências
a noções de ordem cronológica (“Meu irmão nasceu antes de mim”, “Vou
visitar meu avô depois da escola”) e histórica (“No tempo antigo”, “Quando
mudamos para nossa casa”, “Na época do Natal”), além de comparar situa-
ções que se dão em momentos diferentes, inclusive em situações imaginá-
rias (hábitos atuais e do tempo da vovó, roupas usadas pelos astronautas).
Essas formas de falar sobre o tempo precisam ser trabalhadas pelo
professor, que pode organizar diversas experiências que possibilitem às
crianças, desde cedo, apropriar-se de categorias temporais – ritmos, dura-
ção, orientação e medição. Para as crianças bem pequenas, tais noções são
trabalhadas nas brincadeiras espontâneas e nas propostas do professor
de representação corporal de movimentos que expressam maior ou me-
nor velocidade, subida ou descida de diferentes planos no espaço. Para as
maiores, a relação entre tempo e espaço pode ser bem mais aprofundada,
pelo envolvimento delas na solução de problemas de calcular, por exem-
plo, quantos bancos serão construídos em dois ou três dias por um sujeito
que constrói um banco por dia e na representação gráfica dessa produção.

93
137

A estruturação da rotina e o emprego do calendário permitem óti-


mas experiências para compreender o tempo. As crianças podem repre-
sentar (por desenho ou mímica) o que fazem ao longo do dia, elaborar um
quadro com a ordem dos aniversários dos colegas ao longo do ano etc.
De uma perspectiva interdisciplinar, se as crianças conversarem so-
bre o tempo com membros da comunidade ou com seus familiares, e lhes
perguntarem sobre fatos do passado, elas podem pensar como seriam se
tivessem nascido em outra época (por exemplo, quando ainda não existia
luz elétrica). O foco é apropriar-se das noções de simultaneidade, sequên-
cia, mudança e permanência de determinadas ações. Nesse olhar para o
mundo social, um tema que gera muito interesse por parte das crianças
diz respeito ao uso de certos objetos no passado e nos dias atuais (caneta
tinteiro, máquina fotográfica, telefone, computador).
Além disso, o contato com diferentes estilos e brincadeiras musicais
e a identificação de regularidades e padrões na sonoridade possibilitam a
constatação de que algumas qualidades do som estão associadas a noções
temporais (especialmente a duração)e de intensidade (fraco/forte).

EXPERIÊNCIAS COM QUANTIFICAÇÃO


Cabe à unidade de Educação Infantil propor situações-problema em
que as crianças possam ampliar, aprofundar e construir novos conheci-
mentos sobre quantificação de objetos, de pessoas e de espaços. Nessas
experiências e em muitas outras, elas deparam, frequentemente, com
conhecimentos matemáticos que aguçam sua curiosidade: contagem, or-
denação, relações, dimensões, medidas, comparação de massa e compri-
mento, avaliação de distâncias, reconhecimento de formas geométricas,
conhecimento e reconhecimento de numerais cardinais e ordinais etc..
Isso pode ser trabalhado propondo problemas nos quais precisam respon-
der quantos objetos têm, onde há mais objetos, qual é o maior/mais largo,
em qual cabe mais água, quais são os preferidos etc. (o que pode levar à
construção de gráficos).
A contagem de objetos — tesouras, brinquedos, livros etc. — e de pes-
soas é um dos procedimentos possíveis para aprenderem a adicionar ou
subtrair quantidades e requer a presença de referências para a consulta
dos números e sua ordem, como fita métrica, quadro numérico, livros com
muitas páginas para ler etc.
Contar eficientemente uma quantidade envolve as seguintes ações:
separar o que será contado do que não será contado; contar todos os ob-
jetos sem pular nenhum e sem contar um mesmo objeto duas vezes; as-

94
138

sociar a cada objeto contado um único numeral e identificar que o último


numeral atribuído corresponderá à quantidade total dos objetos contados
e não apenas ao último. Ao longo desse processo, usando representações
diversas, inclusive numéricas, pelas crianças pequenas, é que a represen-
tação da quantidade contada acontecerá e poderá ser aplicada em diferen-
tes situações.
Nas experiências de que participam, as crianças podem aprender a
comparar a quantidade de grupos de objetos usando as relações mais que,
menos que, maior que e menor que, a adotar diferentes estratégias para
juntar, repartir e tirar quantidades e a avançar ou retroceder em uma
série numérica.
Contar pontos de dados ajuda a estabelecer diferentes procedimen-
tos de contagem, buscando sempre formas mais eficientes de solucionar
problemas de adição e subtração. Com jogos de tabuleiro, as crianças po-
dem construir a noção de sequência numérica verbal e escrita, usando
palavras diferenciadas na contagem, compreender que os números são re-
cursos para representar quantidades e aprender a contar objetos usando
a correspondência um-a-um, sincronizando o gesto e o recitado da série
numérica sem pular os objetos nem contá-los mais de uma vez.
Ao recitar a série numérica oral, elas começam a pensar sobre as
regras que organizam o sistema de numeração. É possível perceber que
há “certa lógica” em alguns erros que cometem durante a aprendizagem.
Quando uma criança conta “Vinte e sete, vinte e oito, vinte e nove, vinte e
dez”, ela revela ter percebido que há algo no sistema de numeração que se
repete com regularidade, podendo ser apoiada a lidar com o que acontece
quando se conta as dezenas.
Olhar listas de preços, localizar uma data no calendário, comuni-
car o endereço de sua residência, brincar de vender frutas na feira, contar
pontos em um jogo são práticas sociais que ajudam as crianças a elaborar
conhecimentos acerca da escrita de números utilizando símbolos conven-
cionais e não-convencionais de representação numérica.
Se tiverem oportunidade de utilizar e refletir sobre o sistema de nu-
meração escrito durante a Educação Infantil, poderão se aproximar de al-
gumas das características desse sistema, embora a compreensão de suas
propriedades se dê ao longo de vários anos de escolaridade. As crianças
podem até decorar os nomes dos números, o que não significará que cons-
truíram uma representação conceitual sobre eles.

95
139

EXPERIÊNCIAS QUANTO ÀS RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES


As vivências cotidianas podem oferecer oportunidades de identifi-
car diferentes aspectos das relações sociais nelas presentes, explorando
as categorias conceituais de tempo e espaço, bem como as de trabalho
e cultura.
Pesquisar modos de viver de pessoas de um tempo passado ou de ou-
tros povos é uma forma de levar as crianças a aprender que a humanidade
se organiza em muitas culturas, como a chinesa, a coreana, a judaica, a
boliviana, a portuguesa e tantas outras, todas ricas em elementos simbóli-
cos e produtos artesanais, artísticos e técnicos, assim como as culturas in-
dígenas e quilombola brasileiras. Elas podem, ainda, aprender que muitos
povos foram dominados por outros e suas culturas foram praticamente
destruídas ou desvalorizadas, como ocorreu com a cultura africana trazi-
da para o Brasil pelos escravos.
Convidar as crianças pequenas a observar fotos de seus familiares e
de seus colegas e identificá-los pelo nome e a narrar acontecimentos sig-
nificativos de sua vida as ajuda a perceber certas características de seu
grupo familiar e de amizade. Conversar sobre atividades e profissões dos
parentes e dos adultos da escola faz com que conheçam as diferentes ocu-
pações que existem no mundo do trabalho, a importância de cada uma e
como elas se relacionam e caracterizam nossa sociedade.
Noções relacionadas à transformação de materiais, objetos e situa-
ções que aproximem as crianças da ideia de causalidade também podem
ser estabelecidas na Educação Infantil pela observação de elementos da
natureza e de fatos e fenômenos sociais, como enchente, seca, hábitos de
vida etc., seguida de conversa com os colegas.
Mover objetos de diferentes maneiras para verificar o resultado e
participar de atividades que produzem mudanças nos componentes per-
mite-lhes elaborar hipóteses sobre os fenômenos observados e analisar,
por meio desses experimentos simples, se suas explicações são aceitá-
veis. Alguns exemplos de atividades para isso são o preparo de uma tin-
ta ou um bolo, a reciclagem manual de papel e a realização de misturas
diversas — oportunidades para observar e levantar explicações sobre as
fases de transformação dos ingredientes, percebendo que algumas mis-
turas podem ser desfeitas (caso da água e areia) e outras não (caso da
gelatina em pó).

96
140

O PROFESSOR E A GARANTIA DOS DIREITOS


DE APRENDIZAGEM NO CAMPO “ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES”
Nas atividades exploratórias das quais participam interagindo com
os colegas, com o professor e com o material disponível, as crianças po-
dem se apropriar de formas produtivas de pensar o mundo da natureza e
da sociedade, incluindo os animais, as plantas, os objetos, a tecnologia, o
comportamento humano e outros aspectos da cultura, bem como observar
características, diferenças, regularidades e irregularidades de fenômenos
e procurar explicar as maneiras como eles se constituem e se transfor-
mam. Nesse ponto, elas vivenciam de modo integrado experiências em
relação a tempo, espaço, quantidades, relações e transformações.
Nesse contexto, o professor assume o papel de mediador das rela-
ções das crianças com os conhecimentos já elaborados acerca da natureza
e da sociedade, cuidando para que desfrutem e se surpreendam com as
descobertas que fazem, alegrem-se com as próprias capacidades de co-
nhecer e sintam interesse e paixão por essas atividades. Para tanto, ele
deve acolher seus sentimentos, suas questões e suas ideias e propor-lhes
perguntas que as mobilizem a indagar sobre algum aspecto do mundo na
construção de novos conhecimentos. Ele deixa de ser um informante dos
conhecimentos tidos como científicos, um transmissor de conteúdos, e se
torna um investigador de como elas pensam, na medida em que interpreta
suas hipóteses, considera seus argumentos e analisa suas experiências.
O básico é partir das ideias e representações que as crianças pos-
suem e fazer-lhes perguntas instigantes, oferecer-lhes meios para buscar
mais informações e reformular suas ideias iniciais, respeitando os racio-
cínios, relações, comparações e analogias que elas elaboram, propondo
questionamentos que as levem a pensar e considerar a enorme quanti-
dade de ideias possíveis para explicar fenômenos. É importante que elas
tenham tempo suficiente para explorar e repetir as diferentes atividades.
As experiências das quais participam devem propiciar a exploração
de objetos (observar a água nas formas de gelo, líquida e de vapor), a for-
mulação de perguntas (“Como a água evaporou?”), a construção de hipó-
teses (“É porque está calor?”), o desenvolvimento de generalizações (“O
sorvete também derrete porque está calor?”) e a aprendizagem de pala-
vras específicas (“evaporar”, “derreter”, “líquido”, “sólido” etc.).
Isso requer ouvir com atenção as conversas e os questionamentos
das crianças e problematizar os assuntos que trazem, incentivando-as
a comunicar umas às outras suas descobertas (“Conte aos colegas o que
você descobriu sobre a duração da vida das baleias!”), previsões (“O que

97
141

vocês acham que aconteceria se todos os relógios do mundo fossem que-


brados?”, “O que vai acontecer se eu jogar esse algodão na água?”, “E se eu
jogar essa bolinha de plástico?”) e hipóteses (“Por que vocês acham que a
tampa vai boiar?”). Também é importante convocá-las a descrever suas
experiências (“O que aconteceu com o cubo de gelo quando vocês jogaram
água nele?”) e registrar suas ideias, observações e investigações (“Vou dar
a cada um de vocês uma prancheta e um lápis e vocês vão sair pelo parque
observando os bichos que encontrarem, registrando como eles são e o que
eles fazem.”).
Também podem ser criadas oportunidades para as crianças de-
monstrarem o que aprenderam utilizando diferentes linguagens, seja de-
senhando, fazendo um gráfico, anotando números, escrevendo palavras
ou frases simples, ou apresentando oralmente suas investigações ou con-
clusões ao grupo.
Mais uma vez, a inter-relação dos campos de experiências assegura
a interação de diversas linguagens na apropriação do mundo. Esse proces-
so é gradativo e muito dependente das oportunidades criadas nas unida-
des de Educação Infantil urbanas e rurais para todas elas.
Algumas orientações podem mediar o alcance dos objetivos pro-
postos pela BNCC na etapa da Educação Infantil para as diferentes fai-
xas etárias.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA OS BEBÊS


ZERO A 1 ANO E 6 MESES

O desenvolvimento motor e afetivo dos bebês favorece e se fortalece


com a exploração cotidiana dos objetos e materiais que eles fazem, exa-
minando suas características (odor, cor, sabor, temperatura), movendo-os
de diferentes maneiras e verificando seu resultado, participando de ati-
vidades que produzam mudanças nos elementos, como o preparo de uma
tinta ou de um bolo, a reciclagem manual de papel e outras atividades que
lidam com misturas, observando e levantando suas primeiras noções so-
bre a transformação dos elementos.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de zero a 1 ano e seis meses:

98
142

■ EXPLORAR e descobrir as propriedades de objetos e materiais (odor, cor, sa-


bor, temperatura).

■ EXPLORAR relações de causa e efeito (transbordar, tingir, misturar, mover e


remover etc.) na interação com o mundo físico.

■ EXPLORAR o ambiente pela ação e observação, manipulando, experimentan-


do e fazendo descobertas.

■ MANIPULAR, experimentar, arrumar e explorar o espaço por meio de expe-


riências de deslocamentos de si e dos objetos.

■ MANIPULAR materiais diversos e variados para comparar as diferenças e se-


melhanças entre eles.

■ VIVENCIAR diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas interações e brinca-


deiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ BRINCAM em espaços cuidadosamente planejados, que permitam explo-


ração livre e ampliação da percepção espacial ao deslocar-se enfrentando
obstáculos nos trajetos — subindo, descendo, pulando, passando por cima
e por baixo, rodeando, equilibrando-se —, ao explorar vários caminhos
para chegar ao mesmo lugar e ao procurar objetos ou pessoas que estão
escondidos em diversos lugares.

▶ EXPLORAM objetos com formas e volumes variados, algumas proprieda-


des simples dos materiais, como luminosidade, temperatura e consistên-
cia, e a textura, temperatura e inclinação dos diferentes tipos de solo da
unidade de Educação Infantil.

▶ EXPERIMENTAM alimentos, objetos e cheiros e ampliam suas experiên-


cias visuais, auditivas, gustativas e olfativas, comunicando suas sensa-
ções ao professor e a seus pares.

▶ BRINCAM com materiais com possibilidades transformadoras: água e


areia ou terra, pastas, massas e objetos para amassar ou deslocar.

99
143

▶ ACOMPANHAM corporalmente o canto conduzido por um adulto, alte-


rando o ritmo e o timbre (alto, baixo, grave, agudo) dos sons.

▶ REPRODUZEM parlendas ou cantigas de roda que tratem de quantida-


des, sob a coordenação do professor.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS BEM PEQUENAS


1 ANO E 7 MESES A 3 ANOS E 11 MESES

O maior desenvolvimento motor e perceptivo das crianças nessa fase


amplia suas ações sobre os objetos e sua locomoção pelo espaço. O interes-
se em comunicar-se pela fala leva-as a questionar mais o que observam
ou ouvem dizer, a emitir opiniões e a confrontar-se com as opiniões de
outras pessoas. Elas ficam mais seguras de si, frequentemente utilizando
a imaginação na busca de respostas.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses:

100
144

■ EXPLORAR e descrever semelhanças e diferenças entre as características e


propriedades dos objetos (textura, massa, tamanho).

■ OBSERVAR, relatar e descrever incidentes do cotidiano e fenômenos naturais


(luz solar, vento, chuva etc.).

■ COMPARTILHAR, com outras crianças, situações de cuidado de plantas e ani-


mais nos espaços da instituição e fora dela.

■ IDENTIFICAR relações espaciais (dentro e fora, em cima, embaixo, acima,


abaixo, entre e do lado) e temporais (antes, durante e depois).

■ CLASSIFICAR objetos, considerando determinado atributo (tamanho, peso,


cor, forma etc.).

■ UTILIZAR conceitos básicos de tempo (agora, antes, durante, depois, ontem,


hoje, amanhã, lento, rápido, depressa, devagar).

■ CONTAR oralmente objetos, pessoas, livros etc., em contextos diversos.

■ REGISTRAR com números a quantidade de crianças (meninas e meninos,


presentes e ausentes) e a quantidade de objetos da mesma natureza (bonecas,
bolas, livros etc.).

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ EXPLORAM objetos de diferentes formatos e tamanhos e utilizam o co-


nhecimento de suas propriedades para analisá-los com maior intenciona-
lidade — por exemplo, empilhar objetos do menor para o maior e vice-versa.

▶ REALIZAM ações (parar uma bola, fazer bolinhos de areia, encontrar


maneiras de carregar objetos pesados etc.) e explicam o que usaram e de
que maneira.

▶ RESOLVEM problemas cotidianos — a divisão de materiais coletivos, a


escolha da bola mais leve, a execução de uma receita que envolva medi-
das etc. —, desenvolvendo noções relativas a direção, sentido, quantidade
e tempo.

101
145

▶ MODELAM uma massinha produzida com uma pasta grossa de água e


maisena e pesquisam algumas de suas características, como consistência
(dura, mole), temperatura (quente, fria) e peso (leve, pesada).

▶ NOTAM fenômenos e elementos da natureza presentes no dia a dia e re-


conhecem algumas características do clima: calor, frio, chuva, seca, cla-
ro, escuro.

▶ EXPERIMENTAM traços e formas utilizando materiais e procedimentos


do fazer plástico.

▶ OBSERVAM animais em livros, revistas e filmes, reproduzem os sons por


eles emitidos e descrevem sua pelagem, formato, presença de caracterís-
ticas distintivas (bico, penacho, rabo etc.), localização dos olhos e outras
aspectos físicos externos, além de alimentação e hábitat.

▶ NOMEIAM partes do próprio corpo, comparam e entendem as diferen-


ças corporais entre os meninos e entre as meninas, assim como entre
os sexos.

▶ PARTICIPAM de atividades que envolvam processos de culinária, levan-


tando questões relativas à transformação dos ingredientes usados.

▶ TESTAM quantidades nas brincadeiras e práticas cotidianas e brincam


de recitar os números nas brincadeiras tradicionais.

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PARA AS CRIANÇAS PEQUENAS


4 ANOS A 5 ANOS E 11 MESES

As crianças nessa fase, ao explorar o mundo da natureza e da cultu-


ra, podem ser apoiadas a pensar de maneira mais elaborada nos conceitos
de transformação e causalidade, explicar por que objetos grandes podem
flutuar, descrever os tipos de transformação que percebem nas mudanças
de estado físico, nas fontes de energia, no movimento e na mistura de ele-
mentos, entre outros tópicos. Podem refletir sobre as relações de mudança
e permanência nos costumes a partir de relatos de vivências de parentes
próximos e pessoas mais velhas, bem como observar e comparar os com-
ponentes da paisagem e das construções do lugar onde vivem, do local
de onde vem a água que consomem etc., comentando as transformações

102
146

decorrentes da ação humana. Com a ajuda do professor, elas aprendem


a fazer previsões, criar situações experimentais, observar regularidades
e discrepâncias, descrever fenômenos naturais, integrar diferentes in-
formações, escolher critérios de classificação de objetos, tomar decisões,
justificar, construir relações entre fatos ou fenômenos e elaborar ou com-
pletar modelos e esquemas explicativos por meio de desenhos ou tendo o
professor como escriba.
A BNCC aponta os seguintes objetivos de aprendizagem para as
crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses:

■ ESTABELECER relações de comparação entre objetos, observando suas


propriedades.

■ OBSERVAR e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de


ações sobre eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.

■ IDENTIFICAR e selecionar fontes de informações, para responder a questões


sobre a natureza, seus fenômenos, sua conservação.

■ REGISTRAR observações, manipulações e medidas, usando múltiplas lin-


guagens (desenho, registro por números ou escrita espontânea), em diferen-
tes suportes.

■ CLASSIFICAR objetos e figuras de acordo com suas semelhanças e diferenças.

■ RELATAR fatos importantes sobre seu nascimento e desenvolvimento, a his-


tória dos seus familiares e da sua comunidade.

■ RELACIONAR números às suas respectivas quantidades e identificar o antes,


o depois e o entre em uma sequência.

■ EXPRESSAR medidas (peso, altura etc.), construindo gráficos básicos.

Fonte: (http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-objetivos-de-aprendizagem-e-
desenvolvimento-para-a-educacao-infantil). Acesso em: 25 maio 2018.

103
147

Essas aprendizagens podem ser alcançadas conforme as crianças:

▶ ANALISAM relações de peso, tamanho e volume de formas bidimensio-


nais ou tridimensionais e materiais como argila e massa de modelar, per-
cebendo a transformação do espaço tridimensional em bidimensional e
vice-versa, a partir da construção e desconstrução.

▶ UTILIZAM diferentes instrumentos de medição convencional e não con-


vencional a fim de estabelecer distâncias, comprimento, capacidade e mas-
sa, além de brincar com notas e moedas com o desafio de pagar e dar troco.

▶ EXPLICAM a transformação de forma, velocidade, peso e volume decor-


rente de suas ações sobre os materiais.

▶ EXPLORAM algumas propriedades dos objetos, como as de refletir,


ampliar ou inverter as imagens, as de produzir, transmitir ou ampliar
sons etc.

▶ INVESTIGAM transformações de misturas, como a de água e areia, e ou-


tros elementos cotidianos, descrevendo diferenças de forma, cor, gosto (no
caso de alimentos).

▶ OBSERVAM e criam explicações para fenômenos e elementos da nature-


za presentes no dia a dia (o calor do sol, o frio da chuva, o claro e o escuro),
estabelecendo regularidades e relacionando-as à necessidade dos seres
humanos de abrigo e cuidados básicos — agasalhar-se, não se expor ao sol,
beber líquido, fechar ou abrir a janela, acender ou apagar a luz — e apon-
tando algumas mudanças de hábitos em animais ou plantas influenciadas
por mudanças climáticas.

▶ EXPLORAM diferentes contextos sociais em que a utilização de números


e a contagem sejam necessárias, usando diferentes estratégias.

▶ COMUNICAM quantidades a partir da linguagem oral e de registros es-


critos de números, convencionais ou não, em situações contextualizadas.

▶ SOLUCIONAM problemas cotidianos relativos a noções geométricas, nu-


méricas, espaciais e de medidas: cálculo de idade, altura, número de gols
e datas.

▶ PARTICIPAM de jogos de regras (boliche e outros) e adicionam ou subtra-


em os pontos obtidos.

104
148

▶ BRINCAM de caça ao tesouro a partir de um mapa, de procurar objetos


ou pessoas em diversos lugares verbalizando a posição deles: em cima,
embaixo, ao lado, na frente, atrás.

▶ DESENHAM ou interpretam imagens de objetos a partir de diferentes


pontos de vista (desenho de observação: de frente, de cima, de lado).

▶ REPRESENTAM o quarto onde dormem com seu mobiliário, um campo


de futebol, uma loja ou a escola.

▶ OBSERVAM e comentam obras de artistas visuais que exploram formas


simétricas.

▶ UTILIZAM materiais com formas semelhantes a figuras geométri-


cas para construir imagens e objetos em espaços bidimensionais e
tridimensionais.

▶ BRINCAM de faz de conta com materiais que convidem a pensar sobre os


números, como brincar de comprar e vender, identificando notas e moe-
das do sistema monetário vigente.

▶ PESQUISAM a localização — em uma régua, fita métrica ou calendário —


de um número escrito em uma sequência.

▶ ORDENAM a idade dos irmãos, analisam a numeração da rua e localizam


o número de uma figurinha em um álbum.

▶ COMPARAM a altura dos colegas e medem ingredientes em receitas culi-


nárias ou a distância de um salto.

▶ EXPLORAM as notações numéricas em diferentes contextos: registro


de jogos, controle de materiais da sala, quantidade de crianças que vão
merendar ou que participam de um passeio, contagem e comparação de
quantidades de objetos em coleções.

▶ PERCEBEM alterações que ocorrem no próprio corpo: perda e nasci-


mento de dentes, aumento da altura, do tamanho das mãos e dos pés, en-
tre outras.

▶ OBSERVAM e estabelecem relações de diferença e de igualdade entre es-


pécies vegetais.

105
149

▶ PESQUISAM hábitos e necessidades dos animais e apontam cuidados de


alimentação e abrigo necessários a sua sobrevivência.

▶ IDENTIFICAM algumas características do ambiente e/ou das pessoas em


fotos, relatos e outros registros do passado, apontando semelhanças e di-
ferenças com o tempo presente.

▶ COMPARAM diferentes hábitos e costumes a partir de relatos de vivên-


cias de parentes próximos e pessoas mais velhas.

▶ IDENTIFICAM a passagem do tempo apoiando-se no calendário e utili-


zando unidades de tempo — dia, mês e ano — para marcar as datas signifi-
cativas para o grupo.

ATENÇÃO
Vale ressaltar que o campo de experiências “Espaços, tempos, quantidades, relações
e transformações”, como os demais, não se identifica como aulas de ciências ou de
matemática na Educação Infantil. É importante lembrar sempre que não estamos
falando de percorrer componentes curriculares vistos como disciplinas.
O convite é para a multiplicação de perspectivas, de perguntas, de investigações,
de criações de respostas discutidas com outras crianças e com o professor. Como
reconhecem muitos grandes pensadores, o olhar infantil é a grande ferramenta que
move a construção de conhecimentos sobre as mais diversas questões.
Um professor atento às falas das crianças, que busque com outros colegas (mesmo
com os do Ensino Fundamental) maneiras de apoiar a inteligência delas para com-
preender o ambiente tão diverso e intrigante que as circunda, é a chave para o bom
encaminhamento das experiências nesse campo.

106
150

■ 111
*
111 111 *"t
1 - -
*t
* - *
t 111 111

111 -
* - t
*"1 111
t * *
151

A apresentação dos cinco campos de experiências propostos pela


BNCC chama a atenção para dois importantes pontos trazidos pelas Di-
retrizes Nacionais Curriculares da Educação Infantil (DCNEI). O primei-
ro diz respeito ao que se espera do trabalho do conjunto de educadores
e famílias:

[...] cumprir função sociopolítica e pedagógica das creches e pré‐escolas


implica assumir a responsabilidade de torná‐las espaços privilegiados de con‐
vivência, de construção de identidades coletivas e de ampliação de saberes e
conhecimentos de diferentes naturezas, por meio de práticas que atuam como
recursos de promoção da equidade de oportunidades educacionais entre as
crianças de diferentes classes sociais no que se refere ao acesso a bens culturais
e às possibilidades de vivência da infância.
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf). Acesso em: 25 maio 2018.

O segundo ponto traz a concepção de criança que guiou toda a dis-


cussão acerca das experiências de aprendizagem na Educação Infantil,
a saber:

A criança, centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de di‐


reitos que se desenvolve nas interações, relações e práticas cotidianas a ela
disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças de diferentes
idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere. Nessas condições
ela faz amizades, brinca com água ou terra, faz de conta, deseja, aprende, ob‐
serva, conversa, experimenta, questiona, constrói sentidos sobre o mundo e
suas identidades pessoal e coletiva, produzindo cultura.
Fonte: (http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb020_09.pdf). Acesso em: 25 maio 2018.

Esses pontos requerem formação continuada dos professores e a


existência de outras condições de trabalho, assim como uma gestão peda-
gógica das unidades de Educação Infantil comprometida com a garantia
dos direitos das crianças, que pode:

▶ ORGANIZAR o cotidiano com experiências variadas em ambientes in-


ternos e externos que estimulem o interesse, a curiosidade, a exploração, a
observação, a resolução de problemas, a tomada de decisão e a discussão.

▶ GARANTIR recursos e equipamentos adequados para que as crianças


com necessidades educacionais especiais também possam fazer suas ex-
periências e explorações.

108
152

▶ DAR tempo para as investigações: pode ser necessário realizar a mesma


investigação e outras similares várias vezes para o grupo se apropriar do
que aprendeu e generalizar esse aprendizado para outro contexto.

▶ OFERECER às famílias oportunidades de conhecer os resultados dos


projetos de investigação das crianças. Uma forma de se apropriar da pro-
posta curricular na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Edu-
cação Infantil é refletir com a equipe escolar sobre como os direitos de
aprendizagem conduzem o trabalho pedagógico em cada um dos campos
de experiências. As definições apresentadas no quadro a seguir não são as
únicas possíveis, mas orientam a direção do olhar e das ações do professor.

Uma forma de se apropriar da proposta curricular na Base Nacional


Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil é refletir com a equipe
escolar sobre como os direitos de aprendizagem conduzem o trabalho
pedagógico em cada um dos campos de experiências. As definições apre-
sentadas no quadro a seguir não são as únicas possíveis, mas orientam a
direção do olhar e das ações do professor.

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

CONVIVER CONVIVER CONVIVER CONVIVER CONVIVER


com crianças com crianças com crianças e fruir as com crianças e
e adultos em e adultos, e adultos, manifestações adultos e com
pequenos e experimentando compartilhando artísticas e eles investigar o
grandes grupos, marcas da sua língua culturais de sua mundo natural e
reconhecendo cultura corporal materna em comunidade e de social.
e respeitando nos cuidados situações outras culturas
as diferentes pessoais, na comunicativas — artes plásticas,
identidades e dança, na música, cotidianas, música, dança,
pertencimento no teatro, nas constituindo teatro, cinema,
étnico-racial, artes circenses, modos de pensar, folguedos e festas
de gênero e de na escuta de imaginar, sentir, populares.
religião. histórias e nas narrar, dialogar e
brincadeiras. conhecer.

109
153

BRINCAR BRINCAR BRINCAR BRINCAR BRINCAR


com diferentes utilizando com parlendas, com diferentes com materiais,
parceiros, criativamente trava-línguas, sons, ritmos, objetos e
desenvolvendo o repertório da adivinhas, formas, cores, elementos da
sua imaginação e cultura corporal e memória, rodas, texturas, objetos natureza e
solidariedade. do movimento. brincadeiras e materiais, de diferentes
cantadas, jogos e construindo culturas e
textos de imagens, cenários e perceber a
escritos e outros, indumentárias diversidade de
ampliando o para brincadeiras formas, texturas,
repertório das de faz de conta, cheiros, cores,
manifestações encenações tamanhos, pesos
culturais da ou festas e densidades que
tradição local e de tradicionais. apresentam.
outras culturas,
enriquecendo sua
linguagem oral,
corporal, musical,
dramática, escrita,
entre outras.

EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR


diferentes formas amplo repertório gestos, variadas características
de interação com de movimentos, expressões, sons possibilidades do mundo
pessoas e grupos gestos, olhares, da língua, rimas, de usos e natural e social,
sociais diversos, sons e mímicas, imagens e textos combinações nomeando-as,
ampliando sua descobrindo escritos, além de materiais, agrupando-as e
noção de mundo modos de dos sentidos substâncias, ordenando-as
e sensibilidade ocupação e de uso das palavras objetos e recursos segundo critérios
em relação aos do espaço com o nas poesias, nas tecnológicos relativos às
outros. corpo. parlendas, para criar e noções de
nas canções recriar danças, espaço, tempo,
e nos enredos artes visuais, quantidade,
de histórias, encenações relações e
apropriando-se teatrais e transformações.
desses elementos musicais.
para criar novas
falas, enredos,
histórias
e escritas
convencionais
ou não.

110
154

PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR


ativamente das de atividades que de rodas de de decisões e de atividades de
situações do envolvam práticas conversa, relatos ações relativas à investigação de
cotidiano, tanto corporais, de experiências, organização do características
daquelas ligadas desenvolvendo contação e leitura ambiente (tanto de elementos
ao cuidado de si e autonomia para de histórias o cotidiano como naturais, objetos,
do ambiente como cuidar de si. e poesias, o preparado para situações
das relativas construção determinados e espaços,
às atividades de narrativas, eventos), à utilizando
propostas pelo elaboração, definição de ferramentas
professor e às descrição e temas e à escolha de exploração
decisões da representação de de materiais a — bússola,
escola. papéis no faz de serem usados em lanterna e lupa
conta, exploração atividades lúdicas — e instrumentos
de materiais e artísticas. de registro e
impressos e comunicação
variedades — máquina
linguísticas, fotográfica,
construindo filmadora,
diversas formas gravador, projetor
de organizar o e computador.
pensamento.
EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR
às outras crianças corporalmente sentimentos, emoções, observações,
e/ou adultos suas emoções e ideias, sentimentos, hipóteses e
necessidades, representações percepções, necessidades e explicações
emoções, tanto nas relações desejos, ideias, brincando, sobre objetos,
sentimentos, cotidianas como necessidades, cantando, organismos
dúvidas, nas brincadeiras, pontos de vista, dançando, vivos, fenômenos
hipóteses, dramatizações, informações, esculpindo, da natureza e
descobertas, danças, músicas dúvidas e desenhando e características do
opiniões e e contação de descobertas, encenando. ambiente.
oposições. histórias. utilizando
múltiplas
linguagens,
entendendo e
considerando o
que é comunicado
por outras
crianças e
adultos.

111
155

CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE


e construir nas diversas e reconhecer no contato e construir
uma identidade oportunidades suas preferências criativo com sua identidade
pessoal e cultural, de interações e por pessoas, manifestações pessoal e cultural,
valorizando explorações com brincadeiras, artísticas e reconhecendo
as próprias seu corpo. lugares, histórias, culturais locais seus interesses
características autores e gêneros e de outras na relação com
e as de outras linguísticos e comunidades. o mundo físico e
crianças e seu interesse em social.
adultos, não produzir com a
compartilhando linguagem verbal.
visões
preconceituosas
ou
discriminatórias.

112
156

Outra experiência interessante para a formação docente na unidade


de Educação Infantil é a reflexão sobre como cada um dos direitos é com-
preendido nos diferentes e articulados campos de experiências.
Vejamos o que pode ser entendido como aprender a conviver.

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

CONVIVER CONVIVER CONVIVER CONVIVER CONVIVER


com crianças com crianças com crianças e fruir das com crianças e
e adultos em e adultos, e adultos, manifestações adultos e com
pequenos e experimentando compartilhando artísticas e eles investigar o
grandes grupos, marcas da sua língua culturais de sua mundo natural e
reconhecendo cultura corporal materna em comunidade e de social.
e respeitando nos cuidados situações outras culturas
as diferentes pessoais, na comunicativas — artes plásticas,
identidades e dança, na música, cotidianas, música, dança,
pertencimento no teatro, nas constituindo teatro, cinema,
étnico-racial, artes circenses, modos de pensar, folguedos e festas
de gênero e de na escuta de imaginar, sentir, populares.
religião. histórias e nas narrar, dialogar e
brincadeiras. conhecer.

E em relação ao brincar? Onde ele aparece?

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

BRINCAR BRINCAR BRINCAR BRINCAR BRINCAR


com diferentes utilizando com parlendas, com diferentes com materiais,
parceiros, criativamente trava-línguas, sons, ritmos, objetos e
desenvolvendo o repertório da adivinhas, formas, cores, elementos da
sua imaginação e cultura corporal e memória, rodas, texturas, objetos natureza e
solidariedade. do movimento. brincadeiras e materiais, de diferentes
cantadas, jogos e construindo culturas e
textos de imagens, cenários e perceber a
escritos e outros, indumentárias diversidade de
ampliando o para brincadeiras formas, texturas,
repertório das de faz de conta, cheiros, cores,
manifestações encenações tamanhos, pesos
culturais da ou festas e densidades que
tradição local e de tradicionais. apresentam.
outras culturas,
enriquecendo sua
linguagem oral,
corporal, musical,
dramática,
escrita, entre
outras.

113
157

E o explorar, como operacionalizá-lo no cotidiano da unidade de


Educação Infantil?

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR EXPLORAR


diferentes formas amplo repertório gestos, variadas características
de interação com de movimentos, expressões, sons possibilidades do mundo
pessoas e grupos gestos, olhares, da língua, rimas, de usos e natural e social,
sociais diversos, sons e mímicas, imagens e textos combinações nomeando-as,
ampliando sua descobrindo escritos, além de materiais, agrupando-as e
noção de mundo modos de dos sentidos substâncias, ordenando-as
e sensibilidade ocupação e de uso das palavras objetos e recursos segundo critérios
em relação aos do espaço com o nas poesias, nas tecnológicos relativos às
outros. corpo. parlendas, para criar e noções de
nas canções recriar danças, espaço, tempo,
e nos enredos artes visuais, quantidade,
de histórias, encenações relações e
apropriando-se teatrais e transformações.
desses elementos musicais.
para criar novas
falas, enredos,
histórias
e escritas
convencionais
ou não.

114
158

E em relação ao importante direito de participar? Que aspectos, en-


tre outros, ele pode abranger?

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR PARTICIPAR


ativamente das de atividades que de rodas de de decisões e de atividades de
situações do envolvam práticas conversa, relatos ações relativas à investigação de
cotidiano, tanto corporais, de experiências, organização do características
daquelas ligadas desenvolvendo contação e leitura ambiente (tanto de elementos
ao cuidado de si e autonomia para de histórias o cotidiano como naturais, objetos,
do ambiente como cuidar de si. e poesias, o preparado para situações
das relativas construção determinados e espaços,
às atividades de narrativas, eventos), à utilizando
propostas pelo elaboração, definição de ferramentas
professor e às descrição e temas e à escolha de exploração
decisões da representação de de materiais a — bússola,
escola. papéis no faz de serem usados em lanterna e lupa
conta, exploração atividades lúdicas — e instrumentos
de materiais e artísticas. de registro e
impressos e comunicação
variedades — máquina
linguísticas, fotográfica,
construindo filmadora,
diversas formas gravador, projetor
de organizar o e computador.
pensamento.

115
159

O que pode ser dito em relação ao direito da criança de aprender a


expressar‐se?

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR EXPRESSAR


às outras crianças corporalmente sentimentos, emoções, observações,
e/ou adultos suas emoções e ideias, sentimentos, hipóteses e
necessidades, representações percepções, necessidades e explicações
emoções, tanto nas relações desejos, ideias, brincando, sobre objetos,
sentimentos, cotidianas como necessidades, cantando, organismos
dúvidas, nas brincadeiras, pontos de vista, dançando, vivos, fenômenos
hipóteses, dramatizações, informações, esculpindo, da natureza e
descobertas, danças, músicas dúvidas e desenhando e características do
opiniões e e contação de descobertas, encenando. ambiente.
oposições. histórias. utilizando
múltiplas
linguagens,
entendendo e
considerando o
que é comunicado
por outras
crianças e
adultos.

Finalmente, de que modo perceber que as experiências vividas na


unidade de Educação Infantil, com a mediação do professor, apoiam a
criança a conhecer‐se?

ESPAÇOS, TEMPOS,
ESCUTA, FALA,
O EU, O OUTRO CORPO, GESTOS TRAÇOS, SONS, QUANTIDADES,
PENSAMENTO E
E O NÓS E MOVIMENTOS CORES E IMAGENS RELAÇÕES E
IMAGINAÇÃO
TRANSFORMAÇÕES

CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE CONHECER-SE


e construir nas diversas e reconhecer no contato e construir
uma identidade oportunidades suas preferências criativo com sua identidade
pessoal e cultural, de interações e por pessoas, manifestações pessoal e cultural,
valorizando explorações com brincadeiras, artísticas e reconhecendo
as próprias seu corpo. lugares, histórias, culturais locais seus interesses
características autores e gêneros e de outras na relação com
e as de outras linguísticos e comunidades. o mundo físico e
crianças e seu interesse em social.
adultos, não produzir com a
compartilhando linguagem verbal.
visões
preconceituosas
ou
discriminatórias.

116
160

t 111
-

111 111
1 -
161

AUGUSTO, S. O. Ver depois de olhar: a formação do olhar dos professores


para os desenhos de crianças. São Paulo: Cortez, 2014.
BARBOSA, M. C. S.; HORN, M. G. S. Projetos pedagógicos na Educação In‐
fantil. Porto Alegre: Artmed, 2008.
BONDIOLI, A. (Org.). O tempo no cotidiano infantil. São Paulo: Cortez,
2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Critérios
para um atendimento em creches que respeite os direitos funda‐
mentais das crianças. Brasília, 1995.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Coleção
Leitura e Escrita na Educação Infantil. Brasília, 2016.
BRITO, T. A. Música na Educação Infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.
CUNHA, S. R. V. (Org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação,
2004.
FALK, J. (Org.). Educar os três primeiros anos: a experiência de Lóczy. Ara-
raquara: JM, 2004.
FOCHI, P. Afinal, o que os bebês fazem no berçário? Porto Alegre: Penso,
2015.
FORTKAMP, E. H. T.; FULLGRAF, J. B. G.; WIGGERS, V. (Org.). Educação
Infantil: alguns aspectos que constituem o debate. Tubarão: Copiart,
2017.
GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento
infantil. 17. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
GOBBI, M. Múltiplas linguagens de meninos e meninas no cotidiano da
Educação Infantil, ago. 2010. Disponível em: <http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=-
6678-multiplaslinguagens&category_slug=setembro-2010-pdf&Ite-
mid=30192>. Acesso em: 23 maio 2018.
GOLDSCHMIED, E. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. 2.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
GUIMARÃES, D. Relações entre bebês e adultos na creche: o cuidado como
ética. São Paulo: Cortez, 2011.
LERNER, D. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Por-
to Alegre: Artmed, 2002.
MARANHÃO D. G.; VICO E. S. R. Higiene e precauções padrões em cre-
che: contribuindo para um ambiente saudável. In: SANTOS, L. E. S.
(Org.). Creche e pré‐escola: uma abordagem de saúde. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2004. p. 131-148.
MARQUES, I. Dançando na escola. São Paulo: Cortez, 2003.
MARTINS, M. C. Didática do ensino da arte. São Paulo: FTD, 1998.
MOREIRA, A. A. A. O espaço do desenho: a Educação do educador. São
Paulo: Loyola, 1995.

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OLIVEIRA, Z. M. R. (Org.). O trabalho do professor na Educação Infantil.


São Paulo: Biruta, 2014.
ORTIZ, C.; CARVALHO, M. T. V. Interações: ser professor de bebês — cui-
dar, educar e brincar, uma única ação. São Paulo: Blucher, 2012.
ROSSETTI-FERREIRA, M. C. et al. Os fazeres na Educação Infantil. São
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SCHAFER, M. O ouvido pensante. São Paulo: Unesp, 1991.
SIAULYS, M. O. C. Brincar para todos. São Paulo: Imprensa Oficial do Esta-
do de São Paulo/Laramara, 2005.
STOKOE, P.; HARF, R. Expressão corporal na Pré‐Escola. São Paulo: Sum-
mus, 1987.
TEBEROSKY, A. Aprendendo a escrever: perspectivas psicológicas e impli-
cações educacionais. São Paulo: Ática, 1997.

DOCUMENTOS OFICIAIS
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara
de Educação Básica. Parecer nº 20, de 11 de novembro de 2009. Re-
visa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Brasília, 2009.
. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Câmara de Educação Básica. Resolução nº 5, de 17 de dezembro de
2009. Fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação In-
fantil. Brasília, 2009.
. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação.
Conselho Pleno. Parecer CNE/CP nº 15/17. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília, 2017.

119
163

Esta publicação foi composta nas fontes PF DIN Stencil e Bagatela,


com o apoio da Fundação Santillana em junho de 2018.
164
Esta publicação apresenta maneiras
de organizar as atividades pedagógicas
nas unidades de Educação Infantil –
creches, centros de Educação Infantil e
pré-escolas –, considerando o conceito
de campo de experiências proposto na Base
Nacional Comum Curricular, aprovada em
2017 pelo Conselho Nacional de Educação
para essa etapa da Educação Básica.
O objetivo é servir de referência para os
professores e demais profissionais que
trabalham com crianças de 0 a 5 anos
construírem o currículo de sua unidade,
suscitando uma atitude responsável e
reflexiva como planejadores e avaliadores
dos ambientes de aprendizagem.
Também será útil para subsidiar o diálogo
em encontros de formação continuada,
de modo a enriquecer o repertório das
equipes e ampliar o olhar das famílias
em relação a seus filhos.
165

BNCC
e Educação
Infantil
166

O que é a Base Nacional Comum Curricular


A BNCC é um documento que define as habilidades essenciais
para todos os alunos da Educação Básica.
A Base estabelece que a Educação Infantil é uma etapa essencial
para a construção da identidade e da subjetividade das crianças,
e estabelece seis direitos de aprendizagem:

A BNCC não
determina como
ensinar, mas o que
ensinar. Cada escola
Conviver Brincar Participar
e cada rede deverá,
dentro de seu
currículo e PPP,
definir como irá
trabalhar as
diversidades locais. Explorar Expressar Conhecer‐se
167
O que muda da BNCC
para o RCNEI e o DCNEI
RCNEI (1998) estabelece o que deve ser ensinado e é organizado em eixos:
identidade e autonomia conhecimento de mundo

natureza/sociedade linguagem oral e escrita

música matemática artes visuais

Representou um avanço para a época, porém, era mais como uma orientação
dos conteúdos e objetivos de aprendizagem.

Já as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil


(DCNEI), de 2009, mostraram um avanço na direção de colocar
a criança como protagonista.
Tem foco nas interações e na brincadeira como eixos estruturantes, além de considerar
os princípios éticos, políticos e estéticos para nortear a produção do conhecimento.
168

O que a Base propõe para as crianças:

Reforça que o cuidar está integrado às ações de conhecer e explorar o mundo.

Estabelece que a formação de vínculos proporciona segurança afetiva para a criança


construir conhecimentos com o mundo e desenvolver autonomia.

Incentiva a autonomia, que permite que a criança enfrente e supere obstáculos.

Crianças ficam no centro do processo.

Mesmo em atividades dirigidas, todas devem ter tempo e espaço para serem ativas.

O professor deve planejar cuidadosamente momentos de livre exploração.

Propõe a instituição de uma rotina para transmitir a sensação de segurança e ajuda no


desenvolvimento da autonomia.

Estabelece seis direitos de aprendizagem e Cinco Campos


de Experiência para a Educação Infantil, que indicam quais
são as experiências fundamentais para que a criança
aprenda e se desenvolva.
169

Vamos ver um resumo em 1 minuto?


170

Os seis direitos de aprendizagem


1. Conviver
Como garantir esse direito: promovendo situações em que os pequenos
possam brincar e interagir com os colegas e se envolver em experiências
diversas de convivências em grupo, como organização dos ambiente.
É educar a criança para pensar no outro.

2. Brincar
Como garantir esse direito: brincadeiras são essenciais e devem estar
presentes intensamente na rotina da criança, porém, segundo a Base, devem
ser enriquecidas e planejadas pelos professores.

3. Participar
Como garantir esse direito: o importante é envolver as crianças em todas
as etapas das brincadeiras e das atividades, permitindo que elas ajudem a
decidir como será a estrutura, quais materiais serão usados, etc.
171

4. Explorar
Como garantir esse direito: permitindo que as crianças explorem sozinhas
diferentes materiais e elementos simbólicos, como músicas e histórias.

5. Expressar
Como garantir esse direito: rodas de conversa são imprescindíveis. Além disso,
é interessante, por exemplo, criar conselhos e assembleias em que os pequenos
votam e argumentam sobre decisões que afetam o coletivo ajudam nessa tarefa.

6. Conhecer‐se
Como garantir esse direito: momentos do banho, da alimentação e da troca de
fraldas são ricos para essa aprendizagem: ao sentir‐se cuidado e ao aprender a cuidar
de si, a criança desperta a consciência sobre seu corpo, por exemplo.
172

Os cinco campos de experiência

Eu, o outro Corpo, gestos e Traços, sons, Escuta, fala, Espaço, tempo,
e o nós movimentos cores e formas pensamento e quantidades,
imaginação relações e
transformações

Os Campos de Experiência e os objetivos não têm caráter de currículo, mas servem


para auxiliar o professor a planejar atividades com maior clareza do que deve ser
desenvolvido em cada fase.
Dentro dos Campos há objetivos de aprendizagem que são divididos em três grupos etários
(bebês, crianças bem pequenas e crianças pequenas).
173

Campos de Experiência
1. O eu, o outro e o nós
Destaca experiências relacionadas à construção da identidade e da
subjetividade, construção de relações permeadas por interações positivas,
vínculos profundos e estáveis com os professores e os colegas.

2. Corpo, gestos e movimentos


Releva a importância de que as crianças devem viver experiências com
diferentes linguagens, como a dança e a música.
Coloca ênfase nas experiências que estimulam a exploração do espaço com
o corpo e diferentes formas de movimentos
174
3. Traços, sons, cores e formas
Ressalta as experiências com as diferentes manifestações artísticas,
culturais e científicas, e que promovam a sensibilidade investigativa
da criança. Valoriza a ampliação do repertório musical e a exploração
de diferentes objetos musicais,

4. Escuta, fala, pensamento e imaginação


Realça as experiências com a linguagem oral como as conversas e
cantigas. Incentiva experiências como a leitura de histórias e, ainda, à
linguagem escrita, convidando a criança a conhecer os detalhes do texto
e das imagens e a ter contato com os personagens e imaginar cenários

5. Espaço, tempo, quantidades, relações e transformações


Ênfase está nas experiências para construção de noções espaciais
e em relação ao tempo, de ordem temporal e histórica. As crianças
devem entender que os números são recursos para representar
quantidades. É importante favorecer a construção de noções
relacionadas à transformação de materiais, objetos, e situações
que aproximem as crianças da ideia de causalidade.
175
Colocando em prática:
os conceitos da BNCC
Cuidar e educar
Formar vínculos durante
as atividades cotidianas
Incentivar a autonomia
Respeitar o tempo de cada criança
Escutar ativamente e observar
Planejar os espaços de exploração
Organizar o tempo

Leia mais em:


https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/54/conheca‐os‐conceitos‐de‐apren
dizagem‐essenciais‐para‐a‐bncc‐de‐educacao‐infantil
176

Para encerrar

Faça o teste: o que você sabe sobre


a BNCC e a Educação Infantil?
http://bit.ly/2SUH2ve

Veja quais autores


são alinhados à BNCC
http://bit.ly/2NMxOgZ
177
1

Guia de planejamento na
Educação Infantil com a BNCC
Organize seu plano anual e planejamentos diários com esse guia de
conteúdos da BNCC

Elaborado por Shana Conzatti,


Pedagoga Especialista em Educação Infantil, Séries Iniciais,
Supervisão e Pós-graduada em Alfabetização e Letramento. Experiência
de 25 anos na educação, com formação universitária extra em Psicologia
Infantil.

Todos os direitos reservados.


É proibida a distribuição e venda para terceiros de qualquer
parte dessa obra sem o consentimento por escrito da autora, por pena
de processo civil.
Esta é uma obra Didática.
Brasil
2018

www.planosdeaulaeprojetos.com.br
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178
2

Índice
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3

Projetos Possíveis por campos de experiência...................................................... 4

Divisão dos grupos etários da BNCC ................................................................... 7

Tabelas de conteúdos – 0 á 1 ano e 6 meses ......................................................... 8

Tabelas de conteúdos –1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses ............................. 17

Tabelas de conteúdos – 4 anos a 5 anos e 11 meses ........................................... 25

COMPLEMENTE SEU PLANO ....................................................................... 35

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179
3

INTRODUÇÃO:

A BNCC bate a nossa porta concordemos ou não com esta. O documento é a


base que devemos nos guiar para criar os currículos de nossas escolas. Assim os
próximos planos anuais e nossos planejamentos diários devem estar de acordo com a
BNCC.
Algumas coisas mudaram e outras permaneceram as mesmas, contudo o modo
de organizar nosso planejamento foi bastante modificado e tenho certeza que gerará
muita dor de cabeça para reorganizar nossos planos. Para compreender realmente as
mudanças precisei de muito estudo e mais de 100 horas debruçada sobre o BNCC para
finalmente conseguir estruturar os conhecimentos desta de modo a me permitir
organizar um novo plano de estudo.
A maior dificuldade encontrada, e creio que deve ser a mesma para você, foi
compreender o quê deveria ser trabalhado em cada código dos campos de experiência.
Pois alguns conteúdos pareciam ter desaparecidos e outros soavam muito semelhantes.
Mas após muita leitura e pesquisa, em diferentes fontes, consegui relacionar as
habilidades com os conteúdos a serem alcançados durante cada etapa de ensino.
Agora compartilho com você essa estruturação simplificada com intenção de
facilitar seu trabalho na hora de montar os planos anuais e diários para sua sala de aula
ou escola. A partir dessa organização por conteúdos, você poderá organizar como irá
montar os bimestres de acordo com sua realidade.
Este material tem intenção de servir como guia, e não um plano finalizado. Pois
cada sala de aula tem suas particularidades e para isso necessitam de um plano anual e
planejamentos diários únicos.
Sendo um guia dos conteúdos, é necessário que você já tenha lido a BNCC e
compreendido como esta se organiza. (Leia a BNCC, AQUI). Caso você ainda sinta
dúvidas sobre habilidades gerais, campos de experiência, organização e outros assuntos
da BNCC confira alguns posts em nosso site EDUCA CRIANÇA feitos para auxiliá-lo.

Bons estudos!
Abraços, Shana Conzatti.

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180
4

Projetos Possíveis por campos de experiência

Cada campo de experiência propõe um conjunto de conhecimentos/habilidades a


serem atingidas semelhantes para todas as faixas etárias da Educação Infantil. Sendo
assim podemos usar projetos pedagógicos como norteadores para cada campo.
Ou seja, podemos usar um tema de projeto para guiar nosso trabalho, temas que
podem ser usados em todos os níveis etários da Educação Infantil, apenas observando as
particularidades de cada nível.
Separei alguns temas de projetos norteadores para cada campo de experiência,
são apenas sugestões para orientá-los sobre as possibilidades de assuntos a serem
abordados em cada campo.
Antes, relembro que a BNCC intensifica a ideia de planejarmos na Educação
Infantil levando SEMPRE em conta o lúdico e a criança como agente de sua
aprendizagem. Os campos e habilidades se cruzam constantemente no cotidiano da
Educação Infantil, mas podemos dar destaques para alguns que desejamos desenvolver
mais em determinado momento com determinado planejamento.

EO (O EU, O OUTRO E O NÓS)

Síntese das Aprendizagens: Respeitar e expressar sentimentos e emoções; Atuar


em grupo e demonstrar interesse em construir novas relações, respeitando a diversidade
e solidarizando-se com os outros; Conhecer e respeitar regras de convívio social,
manifestando respeito pelo outro.
Projetos possíveis do campo de experiência:
• Sentimentos
• Generosidade
• Diversidade/ Respeito Cultural
• Relação com o outro: Família/Amizades
• Identidade

CG (CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS)

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181
5

Síntese das Aprendizagens: Reconhecer a importância de ações e situações do


cotidiano que contribuem para o cuidado de sua saúde e a manutenção de ambientes
saudáveis; Apresentar autonomia nas práticas de higiene, alimentação, vestir-se e no
cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo; Utilizar o corpo
intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento de
interação com o outro e com o meio; Coordenar suas habilidades manuais.
Projetos possíveis do campo de experiência:
• Alimentação
• Higiene (Higiene corporal, Cuidado com os dentes)
• Saúde (Piolho, Dengue...)
• Autoestima
• 5 Sentidos
• Brincadeiras Motoras (Jogos antigos e novos)

TS (TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS)

Síntese das Aprendizagens: Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e


interagir com a música, percebendo-a como forma de expressão individual e coletiva;
Expressar-se por meio das artes visuais, utilizando diferentes materiais; Relacionar-se
com o outro empregando gestos, palavras, brincadeiras, jogos, imitações, observações e
expressão corporal.
Projetos possíveis do campo de experiência:
• Cantigas de Roda
• Pintores e Escultores
• Projetos sobre técnicas de pinturas (exploração sensorial)
• Instrumentos Musicais
• Projetos Musicais (sobre músicas infantis que as crianças gostam)

EF (ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO)

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182
6

Síntese das Aprendizagens: Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas


situações de interação, por diferentes meios; Argumentar e relatar fatos oralmente, em
sequência temporal e casual, organizando e adequando sua fala ao contexto em que é
produzida; Ouvir, compreender, contar recontar e criar narrativas; Conhecer diferentes
gêneros e portadores textuais, demonstrando compreensão da função social da escrita e
reconhecendo a leitura como fonte de prazer e informação.
Projetos possíveis do campo de experiência:
• Projetos sobre histórias infantis
• Gêneros Textuais diferentes
• Imaginação (teatro, faz de conta)
• Projetos envolvendo letras/vogais (para pré-escola)

ET (ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E


TRANSFORMAÇÕES)

Síntese das Aprendizagens: Identificar, nomear adequadamente e comparar as


propriedades dos objetos, estabelecendo relação entre eles; Interagir com o meio
ambiente e com fenômenos naturais ou artificiais, demonstrando curiosidade e cuidado
com relação a eles; Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor,
igual etc.), espaço (dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio
de comunicação de suas experiências. Utilizar unidades de medida (dia e noite,dias,
semanas, meses e ano) e noção de tempo (presente, passado e futuro, antes, agora e
depois), para responder a necessidades e questões do cotidiano; Identificar e registrar
quantidades por meio de diferentes formas de representação (contagens, desenhos,
símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos etc.)
Projetos possíveis do campo de experiência:
 Formas Geométricas
 Cores
 Projetos que envolvam medidas
 Projeto de classificação e seriação
 Experiências com materiais diversos
 Projetos envolvendo números (mercado)

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183
7

Divisão dos grupos etários da BNCC

A BNCC separa a Educação Infantil em três grupos: Bebês, Crianças bem


pequenas e Crianças pequenas. Contudo normalmente nossas escolas se dividem em
mais níveis com nomenclaturas próprias de cada local/escola.
Em muitos lugares haverá mais de um berçário, dois ou três maternal e depois as
pré-escolas/jardim. No início essa diferença entre a BNCC e a prática dificultou minha
compreensão de como organizar os conteúdos por níveis. Pois como saber até onde cada
“objetivo de aprendizagem” deveria seguir.
Ao reler com mais atenção a BNCC percebi que o grande ponto desta, para
Educação Infantil, é uma progressão do conhecimento e não uma meta a ser alcançada
até determinada idade. Sendo assim, a maioria dos “objetivos de aprendizagens” são os
nortes para trabalharmos com as crianças em um período de idade mais alargado. Ou
seja, iniciamos, por exemplo, no berçário I algo que será finalizado só no berçário II ou
III.
Apesar dessas ideias de progressão, ao criarmos os planos anuais para cada nível
escolar podemos identificar até onde desejamos que uma criança do berçário I chegará e
o quê uma do Berçário II alcançará, por exemplo, segurar a mamadeira ou alimentar-se
com autonomia.
Nas tabelas de conteúdos possíveis acrescentei em cada grupo da BNCC dois
níveis de aprendizagem para facilitar uma divisão entre os objetivos de cada turma.
Muitos “objetivos de aprendizagem” são para ambos os níveis, mas alguns podem ser
mais específicos para um nível do que para outro. São apenas sugestões de divisão dos
grupos etários, cada escola tem a sua realidade.

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8

Tabelas de conteúdos – 0 á 1 ano e 6 meses

Nível 1 (N1): Até engatinhar - 10 meses


Nível 2 (N2): andando – 11 meses até 1 ano e meio

EO (O EU, O OUTRO E O NÓS)


Objetivos de
Código Conteúdos Possíveis
Aprendizagem
N1/N2
- Estimular o convívio com o outro em
brincadeiras e momentos da rotina.
- Proporcionar aconchego e segurança nas
atividades de rotina através da relação
Perceber que suas ações
com os professores.
EI01EO01 têm efeitos nas outras
- Atividades de toque e afeto (massagens,
crianças e nos adultos.
brincadeiras...)
- Demonstrar que morder, bater, abraçar,
beijar causa reações negativas ou
positivas nos outros.
- Projeto de combate á mordidas.
N1/N2
- Compreender os limites do seu corpo
Perceber as possibilidades
(alcançar objetos, aprender a engatinhar,
e os limites de seu corpo
andar...).
EI01EO02 nas brincadeiras e
- Nomear e localizar as partes do corpo.
interações das quais
- Fazer pequenas escolhas de acordo com
participa.
a idade (sobre preferência de sabores,
brinquedos, posições no berço ou chão).
N1/N2
- Estimular a Interação com os outros,
participar com interesse em situações que
envolvam outras crianças.
Interagir com crianças da - Explorar diferentes espaços (parquinho,
mesma faixa etária e sala, refeitório), objetos e brinquedos do
EI01EO03 adultos ao explorar ambiente em conjunto com outras
espaços, materiais, crianças.
objetos, brinquedos. - Situações de compartilhamento de
espaços, brinquedos e materiais.
- Participar de brincadeiras como
achar/esconder, jogar brinquedos com o
professor e outras crianças.
N1
- Incentivo a comunicar-se (aprender novas
Comunicar necessidades,
palavras, interação comunicativa com o
desejos e emoções,
EI01EO04 outro).
utilizando gestos,
- Expressar descontentamento ou alegria
balbucios, palavras.
através de gestos, expressões faciais,
balbucios.

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9

N2
- Tentar comunicar-se com diferentes
colegas usando gestos, expressões faciais
e movimentos corporais.
- Pedir ajuda quando necessitar através de
gestos, choro, balbucios, palavras.
N1
- Segurar sua mamadeira
- Reconhecer-se no espelho e em fotos
- Explorar o próprio corpo, nomeando as
partes em atividades de banho, lavar as
Reconhecer seu corpo e mãos, escovar dentes...
expressar suas sensações
EI01EO05 em momentos de N2
alimentação, higiene, -Observar-se fazendo movimentos na
brincadeira e descanso. frente do espelho
- Reconhecer se a fralda está suja
- Aprender a segurar colher e escolher os
alimentos
- Explorar os 5 Sentidos (perceber cheiros,
texturas, sabores,...)
N1/N2
- Percepção das regras de convívio de
acordo com sua faixa etária.
- Brincadeiras de interação e vínculo.
- Proporcionar situações de vivência com a
Interagir com outras família na escola
crianças da mesma faixa N2
EI01EO06 etária e adultos, - Respeitar regras simples de convívio
adaptando-se ao convívio social.
social. - Percepção da rotina (perceber que as
coisas acontecem em certa ordem
diariamente).
- Participar de situações de organização de
materiais e brinquedos

CG (CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS)


Código Objetivos de
Conteúdos Possíveis
Aprendizagem
N1/N2
Movimentar as partes do
-Pedir objetos com movimentos ou
corpo para exprimir
EI01CG01 locomover-se em busca de objetos.
corporalmente emoções,
- Bater palmas, dar adeus, mandar beijo,
necessidades e desejos.
estender os braços...

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N1/N2
- Propor brincadeiras motoras amplas
(rolar, caminhar com ajuda, subir
obstáculos, chutar bola, esconder-se, rolar
na grama...)
- Propor interação com objetos variados.
- Estimular a curiosidade sobre o ambiente
e objetos.
- Propor desafios motores (alcançar
objetos mais altos, tapetes sensoriais..).
- Seguir movimentos com os olhos e mover
a cabeça na direção dos sons.
- Explorar diferentes partes do corpo (pé,
cabeça, mão...)
Experimentar as - Explorar diferentes posturas corporais
possibilidades corporais (sentar-se, deitar-se)
EI01CG02 nas brincadeiras e - Manter-se em pé, apoiando-se em algo
interações em ambientes ou sem ajuda.
acolhedores e desafiantes. - Deslocar-se de maneira progressiva
(rolando, engatinhando, caminhando,
correndo)
- Confeccionar túneis com caixas de
papelão para a criança atravessar
engatinhando

N2
- Empurrar carrinhos e caixas
- Subir e descer de cadeiras
- Caminhar carregando objetos
- Estimular o andar com ajuda do adulto ou
barras laterais
- Subir e descer escadas com auxílio

N1/N2
- Imitar gestos e movimentos em
brincadeiras
Imitar gestos e
- Imitar animais em brincadeiras (sons e
movimentos de outras
EI01CG03 movimentos)
crianças, adultos e
- Brincadeiras sociais imitando o adulto
animais.
(brincar de boneca, comidinha... faz de
conta)
- Fazer caretas, onomatopeias.
N1
- Participar de atos de cuidados e higiene
(trocas de fralda, banho, higiene mãos e
dentes..)
- Ajudar a alimentar-se (iniciar o movimento
Participar do cuidado do
de comer sozinho)
EI01CG04 seu corpo e da promoção
N2
do seu bem-estar.
- Aprender a assuar (assoprar) o nariz,
limpar as mãos...
- Ir adquirindo com o tempo hábitos de
cuidado com seu corpo.

EI01CG05 Utilizar os movimentos de N1/N2

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11

preensão, encaixe e - Propor atividades de motricidade fina


lançamento, ampliando (encaixar, pegar, lançar objetos, pegar
suas possibilidades de pequenos objetos).
manuseio de diferentes - Segurar objetos cada vez por maior
materiais e objetos. tempo.
- Manipular diferentes materiais rasgando,
amassando, colando...
- Incentivar jogos de encaixe (montar
torres, encaixar peças nos lugares
certos...)

TS (TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS)

Código Objetivos de
Conteúdos Possíveis
Aprendizagem
N1/N2
- Produzir sons com o corpo e com a voz.
- Produzir sons com objetos variados.
Explorar sons produzidos
- Brincar de produzir sons com o professor,
EI01TS01 com o próprio corpo e com
com outras crianças ou sozinha.
objetos do ambiente.
- Explorar as possibilidades expressivas da
própria voz (sussurrar, cantar, gritar,
estralar a língua...)
N1/N2
- Usar diferentes consistências de tintas.
- Utilizar as mãos para pintar no papel,
chão, o corpo...
- Observar a diversidade de produções
Traçar marcas gráficas, em artísticas como desenhos, pintura,
diferentes suportes, fotografias, ilustrações...
EI01TS02
usando instrumentos
N2
riscantes e tintas.
- Produzir marcas com diferentes pincéis,
lápis, carvão, carimbo, água, areia, argila
em diferentes suportes papel, caixas,
papelão...
- Participar de confecções com sucata
N1/N2
- Apresentar brincadeiras de rodas e com
Explorar diferentes fontes músicas
sonoras e materiais para - Apresentar vários ritmo e diferentes
EI01TS03 acompanhar brincadeiras entonações (som baixo, ligeiro, forte...).
cantadas, canções, - Manusear objetos que produzam sons
músicas e melodias. (chocalhos, pequenos bambolês,
recipientes plásticos com diferentes
materiais dentro)

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N2
- Participar de situações de construção de
brinquedos sonoros com sucata.
- Seguir o ritmo das músicas com
movimentos corporais
- Escutar diferentes tipos de sons (telefone,
chocalhos, sirene, chuva...)

EF (ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO)

Código Objetivos de
Conteúdos Possíveis
Aprendizagem
N1/N2
-Identificar oralmente seu nome e os dos
colegas
- Reconhecer-se em fotos/espelho
Reconhecer quando é
chamado por seu nome e N2
EI01EF01 reconhecer os nomes de - Reconhecer seus pertences pessoais por
pessoas com quem etiquetas com fotos ou semelhantes
convive. - Nomear as pessoas, objetos, eventos
cotidianos.
- Compreender a função do nome como
identificador de suas atividades e
pertences.
N1/N2
- Realizar contação de histórias com rimas,
poemas e aliterações.
Demonstrar interesse ao
-Propor atividades com música
ouvir a leitura de poemas e
EI01EF02 (brincadeiras cantadas, músicas ambiente)
a apresentação de
- Escutar músicas variadas
músicas.
- Utilizar recursos sonoros para contação
de histórias (amassar papel para fazer
barulho de chuva...).
N1/N2
- Contação de histórias variadas com ajuda
Demonstrar interesse ao de livros infantis.
ouvir histórias lidas ou - Mostrar ilustrações variadas.
contadas, observando
ilustrações e os N2
EI01EF03
movimentos de leitura do - Ouvir histórias e reconhecer elementos
adulto-leitor (modo de das histórias nas ilustrações (perceber o
segurar o portador e de lobo-mau...).
virar as páginas). - Desenvolver procedimentos leitores
apoiados em modelos adultos, de forma
não convencional.
N1
Reconhecer elementos das - Apontar para imagens nomeadas (saber
ilustrações de histórias, qual a imagem entre duas é uma pessoa...)
EI01EF04
apontando-os, a pedido do N2
adulto-leitor. - Relacionar imagens a objetos (nomeando
objetos, animais...)

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13

- Leitura de imagens (nomear imagens


mostradas)
N1
- Manter constante contato com o bebê,
falando-lhe, cantando-lhe, nomeando
objetos.
- Distinguir a entonação da voz do
professor quando ele conta histórias e
Imitar as variações de quando se comunica em situações
entonação e gestos cotidianas (reconhecer se está bravo,
EI01EF05
realizados pelos adultos, rindo...)
ao ler histórias e ao cantar. N2
- Imitar entonações ao cantar ou ouvir
histórias (fazer a voz de lobo como o
adulto, fazer o som do cachorro).
- Tentar interpretar músicas e canções
diversas acompanhando o professor em
gestos e sons.
N1
- Tentar comunicar-se através de gestos e
balbucios.
N2
- Comunicar-se com os outros por fala ou
Comunicar-se com outras gestos.
pessoas usando - Compreender mensagens curtas
EI01EF06 movimentos, gestos, (pedidos, comandos, perguntas) que lhe
balbucios, fala e outras são dirigidas.
formas de expressão. - Ir substituindo a comunicação não verbal
(gestos) pela comunicação verbal (sons,
palavras, frases)
- Responder a perguntas, utilizando
palavras conhecidas.
- Ir aumentando seu vocabulário.
N1/N2
Conhecer e manipular
- Proporcionar as crianças que manuseiam
materiais impressos e
diferentes fontes de escrita (livros, revistas,
audiovisuais em diferentes
EI01EF07 CDS...)
portadores (livro, revista,
- Proporcionar as crianças manusearem
gibi, jornal, cartaz, CD,
diferentes objetos do cotidiano (telefone,
tablet etc.).
objetos de cozinha...)
N1/N2
Participar de situações de
- Assistir contação de histórias de
escuta de textos em
diferentes gêneros textuais (leitura de
diferentes gêneros textuais
EI01EF08 receitas, quadrinhos...)
(poemas, fábulas, contos,
- Realizar a contação de histórias curtas
receitas, quadrinhos,
com uso de imagens, fantoches, dedoches
anúncios etc.).
e materiais diversos.
N1/N2
- Deixar que manuseiem diferentes
Conhecer e manipular
instrumentos de escrita (livros, jornais,
EI01EF09 diferentes instrumentos e
revistas...)
suportes de escrita.
- Observar imagens dos diferentes
suportes de escrita.

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ET (ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E

TRANSFORMAÇÕES)

Código Objetivos de
Conteúdos Possíveis
Aprendizagem
N1/N2
- Explorar diferentes materiais
- Perceber a permanência do objeto (ao ver
o professor esconder um objeto ir à busca
deste).
- Interagir com o meio através dos 5
sentidos (odor, sabor, tato..)
- Expressar preferências em relação a
cheiros e paladar
- Manipular objetos de diferentes formas,
Explorar e descobrir as pesos, texturas usando movimentos como
propriedades de objetos e pegar, levar a boca, chutar.
EI01ET01 N2
materiais (odor, cor, sabor,
temperatura). - Estabelecer relações gradativas com os
objetos nomeando-os e reconhecendo suas
funções sociais (cadeira para sentar)
- Perceber as propriedades de objetos por
imagens (pegar entra as imagens aquela
solicitada pelo professor).
- Descrever atributos de objetos
(pequeno/grande, cumprido/curto,
redondo/quadrado)
- Perceber diferentes texturas, detalhes,
cores e tamanhos dos objetos.
N1/N2
- Tirar e colocar objetos dentro de
recipientes, agrupar, empilhar, encher...
- Experimentar melecas não tóxicas
(manusear...)
Explorar relações de
causa e efeito N2
(transbordar, tingir, - Observar fenômenos e elementos da
EI01ET02
misturar, mover e remover natureza presentes no dia-a-dia e
etc.) na interação com o reconhecer algumas características (calor
mundo físico. produzido pelo sol, chuva, frio, escuro).
- Observar o crescimento e transformação
de plantas.
- Perceber as transformações de cores e
texturas em misturas não tóxicas (gelatina,
sucos, mingaus...)
Explorar o ambiente pela N1/N2
EI01ET03 ação e observação, - Exploração do ambiente (brincar na areia,
manipulando, água, tomar Sol...)

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15

experimentando e fazendo N2
descobertas. - Iniciar algumas noções de cuidado e
preservação do meio (cuidar da sala, hortas,
canteiros).
- Localizar no ambiente os objetos e acessá-
los.
- Atividades com culinária simples (fazer
gelatinas, mingaus...)
- Explorar o ambiente, estabelecendo
contato com pequenos animais e plantas,
manifestando curiosidade e interesse.
N1/N2
- Organização do ambiente, pelo professor,
para estimular os sentidos e motricidade (os
brinquedos ao alcance da criança, móbiles,
fitas coloridas...)
- Movimentar o corpo no espaço, produzindo
marcas na areia, criando formas (com tinta
ou outro material) com as mãos e pés no
chão ou ambiente.
- Explorar espaços bidimensionais e
tridimensionais, utilizando materiais e
Manipular, experimentar, ferramentas diferentes (caixas de tamanhos
arrumar e explorar o diferentes, encaixar objetos no lugar certo).
espaço por meio de - Deslocar-se através de objetos (passar por
EI01ET04 cima, dentro...)
experiências de
deslocamentos de si e dos N2
objetos. - Perceber a localização de objetos no
espaço (em cima de...)
- Construir torres, pistas de carrinhos,
cidades com os blocos...
- Explorar os espaços da escola e arredores
(internos e externos): Biblioteca, praças...
- Explorar com autonomia os espaços
frequentados.
- Brincar de encontrar objetos, antecipando
onde eles podem estar escondidos e fazer o
deslocamento necessário para encontrá-los
(permanência do objeto)
N1/N2
- Perceber sabores, sons, texturas...
- Percepções de diferentes luminosidades
(claro e escuro em brincadeiras)
Manipular materiais N2
diversos e variados para - Perceber diferenças e semelhanças entre
EI01ET05 objetos (qual é grande, quais são azuis...)
comparar as diferenças e
semelhanças entre eles. - Explorar as relações de peso, tamanho,
volume e direção das formas
tridimensionais.
- Classificar e separar objetos de acordo
com suas características (cor, espessura ou
tamanho)

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N1/N2
- Experimentar diferentes movimentos e
ritmos nas brincadeiras (rápido, balançar,
dança, Engatinhar rápido..).
- Brincadeiras com ritmo/roda
- Participar de atividades que envolvam
histórias, brincadeiras e canções
Vivenciar diferentes relacionadas a tradições culturais de sua
ritmos, velocidades e comunidade.
fluxos nas interações e - Rolar objetos, puxar, empurrar.
EI01ET06
brincadeiras (em danças, N2
balanços, escorregadores - Dançar
etc.). - Apreciar apresentação de dança de
diferentes gêneros e outras expressões da
cultura corporal (circo, esportes, mímicas)
- Participar de vivências onde o professor
recite a contagem numérica.
- Utilização de contagem oral de objetos em
músicas e brincadeiras do cotidiano.

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Tabelas de conteúdos –1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses

Nível 1 (N1): 1 ano e 7 meses até 2 anos e 5 meses. (2 anos)


Nível 2 (N2): 2 anos e 6 meses até 3 anos e 11 meses. (3 anos)

EO (O EU, O OUTRO E O NÓS)

Código Objetivos de Objetivos gerais e assuntos a serem


Aprendizagem desenvolvidos
N1/N2
Demonstrar atitudes de - Desenvolver a solidariedade e a empatia
cuidado e solidariedade - Perceber que não deve machucar o outro
EI02EO01
na interação com crianças (Projeto sobre Mordidas, não Brigar...)
e adultos. - Cuidar de si e do colega na hora de
manusear tintas e objetos perigos
N1/N2
- Desenvolver a autoconfiança e autoestima.
Demonstrar imagem - Desenvolver projeto sobre a Identidade.
positiva de si e confiança - Desenvolvimento progressivo da
EI02EO02 em sua capacidade para Autonomia
enfrentar dificuldades e - Perceber os diferentes órgãos dos sentidos
desafios. e suas funções
- Nomear as partes do corpo e perceber
suas funções básicas
N1/N2
- Proporcionar atividades em grupo
- Estimular a cooperação entre as crianças.
- Estimular um relacionamento positivo com
o outro
Compartilhar os objetos e
- Cuidar do que é dos outros e da sala
os espaços com crianças
EI02EO03 (cuidar de brinquedos, não rasgar trabalhos
da mesma faixa etária e
colegas)
adultos.
- Escolher brinquedos, objetos e espaços
para brincar sozinho ou acompanhado.
- Aprender a dividir os Brinquedos
- Explorar diferentes espaços (escola e
externo)
N1/N2
Comunicar-se com os - Desenvolvimento da oralidade com
colegas e os adultos, intenção de se comunicar com outro.
EI02EO04 buscando compreendê-los - Aprender à escutar e falar na roda em
e fazendo-se momentos cotidianos.
compreender. - Desenvolver o vocabulário.
- Comunicar-se com colegas em duplas ou

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pequenos grupos usando gestos e palavras.


- Compreender mensagens curtas (pedidos,
perguntas, mandos).
- Responder a perguntas usando palavras
conhecidas
N1/N2
- Respeitar às diferenças
- Conhecer as características corporais suas
e dos colegas.
- Reconhecer sua imagem corporal (espelho
e fotos)
Perceber que as pessoas
- Conviver com todas as crianças
têm características físicas
EI02EO05 respeitando as diferenças (etnia, gênero,
diferentes, respeitando
cultura...)
essas diferenças.
- Explorar atividades de Inclusão.
- Participar de eventos culturais
diversificados
- Reconhecer diferenças e semelhanças
entre sua organização familiar e de outras
crianças.
N1/N2
- Compreender as regras de convívio social
na escola.
- Perceber a existência da Rotina escolar.
Respeitar regras básicas
- Aprender regras simples de brincadeiras.
EI02EO06 de convívio social nas
- Aprender a esperar sua vez.
interações e brincadeiras.
- Dividir Brinquedos.
- Ajudar a organizar materiais e brinquedos.
- Aprender a ouvir o colega em situações de
roda, histórias..
N1/N2
Resolver conflitos nas
- Progressivamente aprender a lidar com a
interações e brincadeiras,
EI02EO07 frustração.
com a orientação de um
- Estimular a resolução de conflitos a partir
adulto.
do diálogo com outras crianças e adultos.

CG (CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS)

Código Objetivos de Conteúdos possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Proporcionar brincadeiras e jogos
culturais (folclore)
Apropriar-se de gestos e - Estimular o faz de conta (brincadeiras
movimentos de sua cultura sociais: cuidar da boneca, dirigir carro...)
EI02CG01
no cuidado de si e nos jogos - Comer sem ajuda e usar colher.
e brincadeiras. - Identificar produtos que não devem ser
ingeridos
- Reconhecer situações de potencial
perigo e tomar precauções pra evitá-las.

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Deslocar seu corpo no N1/N2


espaço, orientando-se por - Desenvolver a noções espaciais em
noções como em frente, jogos e atividades cotidianas.
atrás, no alto, embaixo,
EI02CG02
dentro, fora etc., ao se
envolver em brincadeiras e
atividades de diferentes
naturezas.
N1/N2
- Desenvolver a Motricidade ampla (pular,
Explorar formas de rolar, correr, empurrar carrinhos, marchar,
deslocamento no espaço dançar, rolar, subir escadas, caminhar
EI02CG03 (pular, saltar, dançar), carregando objetos...)
combinando movimentos e - Proporcionar brincadeiras de atenção
seguindo orientações. (chefe manda, mímicas)
- Participar de circuitos motores
desafiadores.
N1/N2
- Estimular autonomia em hábitos de
higiene e cuidados com seu corpo.
- Perceber a vontade de ir ao banheiro e
ter progressivo controle dos esfíncteres,
Demonstrar progressiva até a retirada total das fraldas (projeto
EI02CG04 independência no cuidado Fraldinha).
do seu corpo. - Alimentar-se sozinho
- Iniciar o processo de ajuda de vestir-se
(vestindo peças fáceis como chinelo)
- Apropriar-se dos hábitos de higiene
(lavar as mãos, limpar o nariz, escovar os
dentes)
N1
- Motricidade fina (rasgar, desenhos).
- Utilização de folha A3 (grande)
Desenvolver - Fazer marcas na areia, impressão de
progressivamente as mãos e pés.
habilidades manuais, N2
EI02CG05
adquirindo controle para - Motricidade fina (cobrir pontilhados,
desenhar, pintar, rasgar, desenho, movimentos de pinça, início uso
folhear, entre outros. tesoura).
- Utilização de folha A3 (grande),
alternando alguns momentos com a folha
A4 (tamanho ofício)

TS (TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS)

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
Criar sons com materiais, N1/N2
EI02TS01 objetos e instrumentos - Criar sons com o corpo e objetos
musicais, para - Brincar com os ritmos (baixo, rápido...)

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20

acompanhar diversos - Apreciar músicas de diferentes culturas e


ritmos de música. ritmos.
- Criar brinquedos sonoros (Chocalhos)
- Explorar as possibilidades expressivas da
própria voz.
- Gravar produções sonoras das crianças.
N1/N2
- Explorar diferentes materiais para fazer
produções artísticas (argila, tintas variadas,
carvão, canudinhos....)
Utilizar materiais variados - Conhecer cores e texturas variadas.
com possibilidades de - Explorar diferentes técnicas de pintura.
manipulação (argila, - Construções com sucata
massa de modelar), - Conhecer a diversidade de produções
EI02TS02
explorando cores, texturas, artísticas como desenhos, pinturas,
superfícies, planos, formas fotografias, ilustrações.
e volumes ao criar objetos - Apreciar a produção artística de diferentes
tridimensionais. pintores e escultores.
- Construir formas planas e volumosas
considerando suas relações com os
espaços tridimensionais por meio de
esculturas, modelagem (massinha)
N1/N2
- Aprender as músicas utilizadas na rotina
escolar.
Utilizar diferentes fontes - Participar de situações que envolvam
sonoras disponíveis no brincadeiras e jogos cantados.
EI02TS03 ambiente em brincadeiras - Interpretar músicas e canções diversas.
cantadas, canções, - Perceber a entonação, volume, ritmo da
músicas e melodias. música.
- Participar de situações que envolvam o
contato com as qualidades sonoras
(intensidade, timbre...)

EF (ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO)

Código Objetivos de Conteúdos possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Pedir ajuda nas situações que isso se faz
necessário
Dialogar com crianças e - Expressar seus desejos, necessidades,
adultos, expressando preferências, vontades em brincadeiras e
EI02EF01 seus desejos, atividades cotidianas.
necessidades, - Substituir a linguagem não verbal por
sentimentos e opiniões. palavras e frases.
- Participar de diferentes momentos verbais
(rodas de conversas)
- Ampliar seu vocabulário.
EI02EF02 Identificar e criar N1/N2

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21

diferentes sons e - Identificar sons diferentes (miado, barulho


reconhecer rimas e carro...)
aliterações em cantigas - Brincar com Rimas e aliterações (textos e
de roda e textos poéticos. cantigas de roda)
- Distinguir a entonação da voz do professor
quando ele conta histórias e quando se
comunica em situações cotidianas
- Contação de histórias com objetos sonoros.
N1/N2
- Apreciar e ouvir histórias
- Começar a perceber que a escrita é
diferente de ilustração.
- Ouvir histórias e reconhecer elementos das
Demonstrar interesse e
histórias nas ilustrações.
atenção ao ouvir a leitura - Interessar-se pela leitura de histórias
de histórias e outros - Proporcionar dramatizações com
textos, diferenciando
máscaras, fantoches, mímicas, imitar a voz
escrita de ilustrações, e
EI02EF03 de personagens.
acompanhando, com
- Construir repertório de imagens de
orientação do adulto-leitor,
referência e aprender a reconhecer nas
a direção da leitura (de
ilustrações de livros, revistas...
cima para baixo, da
N2
esquerda para a direita).
- Perceber direção da leitura (por onde se
inicia)
- Desenvolver procedimentos leitores
apoiados em modelos adultos não
convencionais.
Formular e responder N1/N2
perguntas sobre fatos da - Ser capaz de fazer perguntar sobre as
história narrada, histórias ouvidas.
EI02EF04
identificando cenários, - Ser capaz de responder às perguntas
personagens e principais sobre histórias ouvidas (personagens,
acontecimentos. principais acontecimentos).
N1/N2
- Relatar fatos cotidianos com sequência
Relatar experiências e lógica de acontecimentos.
fatos acontecidos, - Relatar pequenos fatos e experiências
EI02EF05 histórias ouvidas, filmes significativas, descrevendo situações e
ou peças teatrais objetos.
assistidos etc. - Participar de brincadeiras que envolvam as
diferentes formas de falar (gravar
entrevistas, karaokês...)
N1/N2
- Criar histórias ou recontar com base nas
Criar e contar histórias ilustrações ou temas sugeridos.
oralmente, com base em - Reproduzir, oralmente, pequenos textos
EI02EF06
imagens ou temas como canções, quadrinhas, parlendas,
sugeridos. histórias.
- Proporcionar brincadeiras de teatrinho com
fantasias de faz de conta.
Manusear diferentes N1/N2
portadores textuais, - Manusear diferentes produtores de texto.
EI02EF07
demonstrando reconhecer - Reconhecer o uso social de textos básicos
seus usos sociais. (receitas para cozinhar).

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198
22

- Apreciar histórias através de diferentes


modos (cantinhos da leitura, almofadas...)
N1/N2
Manipular textos e - Participar de situações coletivas e
participar de situações de oralmente de diferentes gêneros textuais
escuta para ampliar seu (receitas, tirinhas, parlendas, cartazes).
contato com diferentes - Vivenciar situações de escrita em suas
EI02EF08 gêneros textuais brincadeiras (fingir fazer contas, escrever
(parlendas, histórias de bilhetes, listas de compras...)
aventura, tirinhas, N2
cartazes de sala, - Observar e participar de atos de escrita
cardápios, notícias etc.). com função social real, realizados pelo
professor (bilhetes, cartazes. Receitas...)
N1/N2
- Ter contato com crachás com seus nomes
e fotos (chamada, objetos próprios).
- Reconhecer a função do nome como
marcador de seus pertences e atividades
N2
Manusear diferentes - Brincar com letras bastão móveis grandes,
instrumentos e suportes sem pretensão de escrever ou reconhecer.
EI02EF09 de escrita para desenhar, - Escrita espontânea (traçar as letras como
traçar letras e outros souber sem preocupação em nomeá-las,
sinais gráficos. com bolinhas...)
- Identificar seu nome a partir da ficha
modelo com foto.
- Brincadeiras de traçado da letra inicial
bastão com materiais diversos e grandes
(andar sobre a letra, cobrir a letra com tinta
ou com pedaços de papel).

ET (ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E

TRANSFORMAÇÕES)

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Identificar diferenças e semelhanças de
objetos em atividades cotidianas e
brincadeiras.
Explorar e descrever
- Propor momentos de comparação de
semelhanças e diferenças
tamanhos, texturas e peso de objetos
entre as características e
EI02ET01 variados.
propriedades dos objetos
- Estabelecer os nomes dos objetos e suas
(textura, massa,
funções (colher serve para comer)
tamanho).
- Explorar diferentes objetos, suas
propriedades e relações de causa e efeito.
- Participar de situações de culinária ou de
confecção de objetos para ajudar a levantar

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199
23

questões relativas à transformação de


elementos.
- Descobrir atributos de objetos
diversificados (pequeno/grande,
comprido/curto, redondo/quadrado)
N1/N2
- Perceber as variações do tempo através
do calendário do tempo incluso na rotina
Observar, relatar e escolar. (calor produzido pelo sol,
descrever incidentes do claro/escuro, nublado)
EI02ET02 cotidiano e fenômenos - Identificar características básicas do
naturais (luz solar, vento, Dia/noite.
chuva etc.). - Observar o crescimento e transformação
das plantas durante as estações do ano.
- Perceber os elementos que compõem a
paisagem do lugar onde vive
N1/N2
- Projetos sobre animais/plantas, cuidados
Compartilhar, com outras com a natureza.
crianças, situações de - Identificar situações de desperdício de
EI02ET03 cuidado de plantas e água, impacto do lixo no ambiente entre
animais nos espaços da outros.
instituição e fora dela. - Compreender a necessidade de cuidar e
preservar animais e plantas.
- Elaboração de hortas e jardins na escola.
N1/N2
- Desenvolver noções espaciais (pontos de
referência, lateralidade, deslocar-se no
espaço, mapas, por objetos dentro ou fora
de outros objetos)
- Desenvolver noções temporais (antes,
durante, depois).
- Desenvolver noções de velocidade (rápido,
Identificar relações
lento...)
espaciais (dentro e fora,
- Ter acesso á jogos de quebra-cabeça
em cima, embaixo, acima,
EI02ET04 (noção parte e todos, movimentar no
abaixo, entre e do lado) e
espaço)
temporais (antes, durante
- Explorar espaços internos e externos da
e depois).
escola e redondezas (biblioteca, praças...)
- Explorar espaços bidimensionais e
tridimensionais, utilizando materiais e
ferramentas diferentes (entrar em caixas,
em baixo da mesa)
- Representar e modificar o espaço criando
torres, pistas de carrinhos, blocos para
serem cidades..
N1/N2
- Propor brincadeiras de classificação
Classificar objetos, (agrupar objetos, empilhar)
considerando determinado - Propor brincadeiras de seriação (por em
EI02ET05
atributo (tamanho, peso, ordem de tamanho)
cor, forma etc.). - Perceber formas geométricas básicas
- Agrupar jogos e sucata de acordo com
suas características.
EI02ET06 Utilizar conceitos básicos N1/N2

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200
24

de tempo (agora, antes, - Utilizar conceitos da passagem do tempo


durante, depois, ontem, para se expressar (antes, depois, ontem...)
hoje, amanhã, lento, - Perceber a sequência de acontecimentos
rápido, depressa, da rotina.
devagar). - Perceber a passagem do tempo através de
aniversários (ficar mais velho) e eventos
escolares (como foi a festa do ano
anterior...)
- Observar a passagem do tempo em
diferentes calendários (tempo, números...)
N1/N2
- Perceber o contexto social dos números
em brincadeiras (relógio, calculadora,
dinheiro, calendário...)
- Explorar objetos que contenham números
como telefone, relógio...
- Participar de vivências onde o professor
recite contagem numérica.
Contar oralmente objetos, - Recitar oralmente sequências numéricas
EI02ET07 pessoas, livros etc., em em brincadeiras e músicas junto com o
contextos diversos. professo e nos diversos contextos nos quais
as crianças reconheça essa utilização como
necessária.
- Brincar com Instrumentos de medida (ver
altura e peso das crianças...)
N2
- Realizar, com ajuda, a contagem até 10.
- Propor atividades em que a criança
precise criar conjuntos de elementos.
N1/N2
- Brincadeiras com números (faz de conta
Registrar com números a mercado, calculadora...)
quantidade de crianças - Participar de situações do dia-a-dia com
(meninas e meninos, contagem em função social
presentes e ausentes) e a
EI02ET08
quantidade de objetos da N2
mesma natureza - Percepção da quantidade até 5.
(bonecas, bolas, livros - Tentar registrar as quantidades com
etc.). materiais concretos ou desenhos (bolinhas,
risquinhos, tentativas de copiar números)

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25

Tabelas de conteúdos – 4 anos a 5 anos e 11 meses


Nível 1 (N1): 4 anos
Nível 2 (N2): 5 anos

EO (O EU, O OUTRO E O NÓS)

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
N1/N2
-Desenvolver empatia, solidariedade,
generosidade com os outros.
- Perceber o efeito de suas ações nos outros
Demonstrar empatia (não brigar)
pelos outros, - Combate ao Bullying, denunciar formas de
percebendo que as descriminação e explicar aos colegas por que
pessoas têm diferentes isso é importante.
EI03EO01 - Observar diferentes famílias com intenção de
sentimentos,
necessidades e compreender como o outro é.
maneiras de pensar e - Participar de decisões coletivas, aceitando a
agir. opinião da maioria.
- Ouvir com atenção à fala do outro
- Respeitar e cuidar dos objetos produzidos
individualmente ou coletivamente.
- Valorizar atitudes de manutenção e
preservação dos espaços coletivos.
N1/N2
- Desenvolver autonomia, autoconfiança e
Agir de maneira autoestima.
independente, com - Projeto sobre Identidade.
confiança emsuas - Respeitas as regras de convivência e
EI03EO02 diferenças socioculturais.
capacidades,
reconhecendo suas - Conhecer sua identidade pessoal, social e
conquistas e limitações. cultural.
- Realizar pequenas ações cotidianas com
independência (ajudante do dia, vestir-se
sozinho, escolher brinquedos)
N1/N2
- Participar de jogos interativos com adultos e
Ampliar as relações crianças.
interpessoais, - Guardar os brinquedos e materiais nos
EI03EO03 desenvolvendo atitudes devidos lugares depois de utilizá-los.
de participação e - Desenvolver atividades e brincadeiras em
cooperação. duplas, trios, quartetos.
- Desenvolver atitudes de solidariedade e
cooperação
Comunicar suas ideias N1/N2
EI03EO04
e sentimentos a

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202
26

pessoas e grupos - Comunicar e compreender os sentimentos.


diversos. - Pedir ajuda em situações que isso se faz
necessário
- Expressar seus desejos, desagrados,
necessidades, preferências em vontades em
brincadeiras e nas atividades cotidianas.
- Respeitar a opinião dos outros.
- Desenvolver relações de amizades.
N1/N2
- Aprender a respeitar às diferenças
- Propor atividades de cuidado com o corpo
(usar talheres, escovar dentes...)
Demonstrar valorização -Trabalhar imagem corporal
das características de espelhos/fotografias/Desenho
seu corpo e respeitar as - Respeitar as características físicas e culturais
EI03EO05 características dos de seus colegas ao interagir com eles.
outros (crianças e - Reconhecer o próprio corpo e as diferentes
adultos) com os quais sensações que produz.
convive. - Manifestar atitude positiva em relação ao
próprio corpo e do outro.
- Identificar alguns papéis sociais existentes
em seus grupos de convívio
(amizades/família).
N1/N2
- Trabalhar sobre as regras e noções de rotina
escolar.
- Aprender a dividir brinquedos.
- Participar de atividades de diferentes culturas
Manifestar interesse e (índios, afros, europeus...)
respeito por diferentes - Projeto sobre Profissões.
EI03EO06
culturas e modos de - Reconhecer alguns elementos de sua
vida. identidade cultural, regional e familiar.
- Apreciar apresentações variadas de
diferentes culturas (dança, teatro, música,
esportes...)
- Respeitar e valorizar o patrimônio cultural.
- Conhecer diferentes produções artísticas
pinturas, esculturas, cinema, arquitetura...
N1/N2
Usar estratégias - Aprender á esperar sua vez.
pautadas no respeito - Aprender a lidar com frustração.
EI03EO07 mútuo para lidar com - Resolver dúvidas e conflitos a partir do
conflitos nas interações diálogo com outras crianças e adultos.
com crianças e adultos. - Respeitar regras básicas de convívio social
- Conhecer regras básicas de trânsito.

CG (CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS).

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis

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203
27

Aprendizagem
Criar com o corpo formas N1/N2
diversificadas de
expressão de sentimentos, - Expressar os sentimentos
sensações e emoções, adequadamente.
EI03CG01
tanto nas situações do - Conseguir se expressar em brincadeiras,
cotidiano quanto em dança, teatro...
brincadeiras, dança, - Criar movimentos de danças e em
teatro, música. brincadeiras.
N1/N2
- Desenvolver a motricidade ampla (andar
Demonstrar controle e sobre pequenas bases, pés de latas,
adequação do uso de seu equilíbrio, chutar, arremessar, rebater...).
corpo em brincadeiras e - Conseguir ficar sentado e escutar em
EI03CG02 jogos, escuta e reconto de momentos da rotina.
histórias, atividades - Ampliar o conhecimento e controle sobre o
artísticas, entre outras corpo e o movimento, participando de
possibilidades. brincadeiras e jogos que envolvam correr,
subir, descer, escorregar.
- Participar de circuitos motores
N1/N2
Criar movimentos, gestos, - Desenvolver brincadeiras com Mímicas.
olhares e mímicas em - Expressar-se corporalmente por meio da
EI03CG03 brincadeiras, jogos e dança, brincadeira e de outros movimentos.
atividades artísticas como - Expressar-se através da linguagem teatral.
dança, teatro e música. - Participar de jogos e brincadeiras que
envolvam a improvisação musical.
N1/N2
- Desenvolver autonomia nos hábitos de
higiene (escovar os dentes, ir ao banheiro,
amarrar os sapatos, vestir-se sozinho).
Adotar hábitos de - Projeto de alimentação saudável.
autocuidado relacionados - Desenvolver hábitos de saúde (projetos
EI03CG04
a higiene, alimentação, sobre dengue, piolho...).
conforto e aparência. - Alimentar-se com autonomia, expressando
preferências por sabores.
- Identificar produtos que não devem ser
ingeridos ou potencialmente perigosos e
fazer ações para se proteger.
N1/N2
- Proporcionar atividades de motricidade
Coordenar suas fina (pontilhado, alinhavo, recorte, pintura,
habilidades manuais no modelar, segurar lápis...).
atendimento adequado a - Desenvolver o uso da tesoura.
EI03CG05
seus interesses e - Aperfeiçoar as habilidades manuais
necessidades em através da manipulação de diferentes
situações diversas. materiais, objetos e brinquedos diversos.
- Aprender a fazer nós (N1) e laço de sapato
(N2)

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204
28

TS (TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS)

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Produzir sons com o corpo e materiais em
brincadeiras e festas.
- Desenvolver a criatividade musical e
Utilizar sons produzidos sonora.
por materiais, objetos e - Criação de Instrumentos musicais.
instrumentos musicais - Apreciar danças e músicas de diferentes
EI03TS01 culturas e ritmos.
durante brincadeiras de faz
de conta, encenações, - Proporcionar brincadeiras cantadas e com
criações musicais, festas. músicas.
- Contar histórias com objetos sonoros.
- Conhecer os meios de comunicação.
- Explorar diferentes objetos e suas
possibilidades sonoras (latas, garrafas
cheias ou vazias)
N1/N2
- Utilizar diferentes materiais para
expressar-se (pintura, colagem, dobradura,
Expressar-se livremente escultura, cobrir pontilhados)
por meio de desenho, - Descobrir novos pintores e escultores,
pintura, colagem, apreciando e fazendo releituras de obras.
EI03TS02 dobradura e escultura, - Desenvolver a criatividade artística
criando produções - Observar os elementos constituintes das
bidimensionais e linguagens visuais como ponto, linha,
tridimensionais. forma, cor.
- Conhecer as cores primárias e
secundárias
- Criar desenhos através da sua própria
imagem e a imagem dos outros.
N1/N2
- Reconhecer e utilizar, de forma
Reconhecer as qualidades expressiva, em contextos musicais, as
do som (intensidade, diferentes características geradas pelo
duração, altura e timbre), silêncio e pelos sons: altura, intensidade e
EI03TS03
utilizando-as em suas timbre.
produções sonoras e ao - Perceber e identificar o universo sonoro ao
ouvir músicas e sons. redor (sons da chuva...)
- Perceber as riquezas dos sons naturais e
artificiais presente no dia a dia.

EF (ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO)


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29

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Desenvolvimento da fala cada vez mais
complexa (tempos verbais, concordância,
Expressar ideias, desejos vocabulário, construção de frases)
e sentimentos sobre suas - Comunicar seus desejos e opiniões.
vivências, por meio da - Contar fatos pessoais e de sua história.
EI03EF01 linguagem oral e escrita - Elaborar perguntas e respostas de acordo
(escrita espontânea), de com os diversos contextos em que participa.
fotos, desenhos e outras - Ser capaz de descrever como fez /fará algo.
formas de expressão. - Participar de situações em que necessite
explicar suas ideias e pontos de vistas
- Comunicar-se com colegas e adultos de
forma clara e organizada.
- Compreender os textos lidos pelo professor.
N1/N2
- Criar rimas, aliterações e canções.
Inventar brincadeiras - Inventar brincadeiras cantadas.
cantadas, poemas e - Conhecer, apreciar e reproduzir oralmente
EI03EF02
canções, criando rimas, jogos verbais como trava-línguas, parlendas,
aliterações e ritmos. advinhas, lendas, poemas, canções.
- Desenvolver memória musical através de
repertório de canções.
N1/N2
- Escolha de livros por ilustrações
- Compartilhar a apreciação de uma obra
literária
- Ler diferentes textos, ainda que não seja de
Escolher e folhear livros, maneira, convencional como placas,
procurando orientar-se símbolos, textos produzidos pelo grupo.
EI03EF03 por temas e ilustrações e - Realizar leitura por meio de gravuras.
tentando identificar - Estabelecer relação entre o que fala e o
palavras conhecidas. que está escrito, mesmo que ainda não saiba
ler convencionalmente.
- Diferenciar desenho da escrita.
- Fazer leitura de obras de artes, a partir da
observação, narração, descrição e
interpretação de imagens e objetos.
N1/N2
- Recontar histórias
Recontar histórias ouvidas - Planejar coletivamente histórias (para
e planejar coletivamente vídeos, encenações)
roteiros de vídeos e de - Perceber a estrutura das histórias (início,
EI03EF04 encenações, definindo os meio e fim)
contextos, os - Conseguir identificar os personagens e
personagens, a estrutura contextos das histórias.
da história. - Representar teatro, danças, histórias,
fantoches.
- Participar de situações de gravação de fala

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206
30

(entrevistas, karaokês).
Recontar histórias ouvidas N1/N2
para produção de reconto - Recontar histórias individualmente.
EI03EF05
escrito, tendo o professor - Manifestar opiniões sobre diferentes textos
como escriba. lidos.
N1/N2
- Proporcionar situações de criação de
Produzir suas próprias histórias oralmente ou por escrita
histórias orais e escritas espontânea.
EI03EF06 (escrita espontânea), em - Ser capaz de narrar fatos seguindo uma
situações com função sequência temporal e lógica.
social significativa. - Produzir textos a partir de seus desenhos
e/ou temas vivenciados, ditando-os ao
professor (escriba) para diversos fins.
- Reconhecer a função social da escrita.
N1/N2
- Formalizar oralmente instruções específicas
como regras de jogos, receitas...
Levantar hipóteses sobre - Distinguir os diferentes portadores textuais
gêneros textuais lidos em sala de aula por suas características
veiculados em portadores visuais.
EI03EF07 - Participar de situações cotidianas, nas
conhecidos, recorrendo a
estratégias de observação quais se faz necessário o uso da escrita em
gráfica e/ou de leitura. contexto social (convites, bilhetes,
brincadeiras de escrever, fazer listas...)
- Reconhecer símbolos que comunicam
mensagens convencionais (placas, sinais,
gestos, letras)
Selecionar livros e textos N1/N2
de gêneros conhecidos
para a leitura de um - Proporcionar momentos de apreciação e
adulto e/ou para sua escolhas de livros (cantinho leitura, sacola
própria leitura (partindo de viajante).
EI03EF08
seu repertório sobre - Fazer a “leitura” das histórias por imagens.
esses textos, como a - Propor situações de contação de histórias.
recuperação pela - Participar de situações de leitura de
memória, pela leitura das diferentes gêneros feitas pelos adultos
ilustrações etc.). (histórias, poesias, parlendas, receitas...)
N1/N2
- Criar hipóteses sobre a escrita.
- Utilizar letras móveis para brincar de criar
palavras.
Levantar hipóteses em - Compreender que escrita mapeia a fala.
relação à linguagem - Reconhece seu nome escrito, identificando-
escrita, realizando o nas diversas situações do cotidiano.
EI03EF09
registros de palavras e - Reconhecer o nome de alguns colegas e do
textos, por meio de escrita professor em diversas situações.
espontânea. - Identificar a letra inicial e final do seu nome
(percepção oral de semelhanças ou
diferenças com outros nomes)
- Diferenciar as letras dos números
- Fazer uso de escritas espontâneas em

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207
31

situações cotidianas
- Fazer leitura incidental de rótulos,
propagandas, objetos...
- Identificar as vogais e seus sons iniciais em
palavras.
N2
- Nomear as letras do alfabeto por memória
(ainda sem preocupação som/letra)
- Identificar a escrita por memória de
palavras conhecidas.
- Escrever o próprio nome sem consulta em
letra bastão.
- Produzir escrita pensando na quantidade de
letras e partes da palavra (sílabas sonoras).

ET (ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E

TRANSFORMAÇÕES)

Código Objetivos de Conteúdos Possíveis


Aprendizagem
N1/N2
- Reconhecer as semelhanças e diferenças
de objetos (cores, tamanhos, texturas...)
- Nomear e conhecer características
básicas das Formas Geométricas
Estabelecer relações de - Observar e registrar semelhanças e
comparação entre objetos, diferenças entre diversos ambientes (casa,
EI03ET01
observando suas sala, campo, cidade...)
propriedades. - Usar objetos e equipamentos como
binóculos, lupas...
- Realizar comparações de diferentes
recipientes (cheio/vazio/Metade, mudar o
líquido de um recipiente para outro...)
- Observar a geometria no mundo
cotidiano.
N1/N2
Observar e descrever
mudanças em diferentes - Observar os fenômenos da natureza e
materiais, resultantes de astros (chuva, sol, lua, estrela, planetas)
EI03ET02 ações sobre eles, em - Percepção das mudanças das estações
experimentos envolvendo do ano.
fenômenos naturais e - Proporcionar experimentos (causa e
artificiais. efeito) sobre fenômenos da natureza e
reações químicas
Identificar e selecionar N1/N2
fontes de informações,
- Projetos sobre animais, planetas, água,
EI03ET03 para responder a questões
plantas....
sobre a natureza, seus
- Identificar características do Dia/Noite.
fenômenos, sua

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208
32

conservação. - Identificar situações onde haja o


desperdício de água e energia
- Cuidar e observar plantas, hortas, jardins
e animais.
- Perceber o impacto do lixo no meio
ambiente.
- Valorizar atitudes de preservação do
meio-ambiente
- Reconhecer mudanças climáticas,
analisando e comparando algumas
mudanças de hábitos, tipos de plantas e
animais da estação.
- Mostrar a importância da moradia como
proteção da chuva, do frio...
- Identificar seres vivos e não vivos.
- Identificar as partes das plantas.
- Desenvolver o espírito de
reaproveitamento através da sucata.
N1/N2
- Registrar quantidades, medidas de formas
diversas (receitas, dinheiro...)
- Desenvolver noção de espaço (localizar-
se, ponto de referência, lateralidade)
- Percepção de lateralidade
(direito/esquerdo)
Registrar observações, - Identificar relação de posição entre
manipulações e medidas, objetos (em cima de...)
usando múltiplas - Descrever pequenos trajetos, observando
EI03ET04 linguagens (desenho, pontos de referência, falando como fez
registro por números ou para chegar, descrevendo o ambiente.
escrita espontânea), em - Identificar os cômodos da casa.
diferentes suportes. - Perceber diferenças de ambientes
(sala/casa)
- Identificar os meios de transportes
(aquáticos, aéreos, terrestres).
- Desenhar e interpretar imagens e objetos
a partir de diferentes pontos de vista.
- Perceber as diferenças básicas entre
campo/cidade/praia (espaço urbano/rural).
N1/N2
- Usar diferentes materiais para classificar
objetos e imagens.
Classificar objetos e - Criar suas próprias sequências lógicas
figuras de acordo com com objetos.
EI03ET05
suas semelhanças e - Separar objetos e fazer relação entre os
diferenças. conjuntos.
- Identificar tipos de casas (material,
tamanho, forma...)
- Perceber figuras iguais e diferentes.
Relatar fatos importantes N1/N2
sobre seu nascimento e - Conhecer a história pessoal (história do
EI03ET06
desenvolvimento, a história nome).
dos seus familiares e da - Conhecer a história familiar.

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209
33

sua comunidade. - Atividades sobre a linha do tempo


(mudança no corpo, lembranças)
- Trabalhar a sequência temporal de
acontecimentos (antes, depois, agora).
- Participação de eventos escolares
(aniversário e festas).
- Com ajuda do adulto, utilizar fotos, relatos
e outros registros para a observação de
mudanças ocorridas nas paisagens e
pessoas ao longo do tempo.
- Perceber pequenas alterações ocorridas
em seu próprio corpo: a perda de roupas,
altura, tamanho...
- Localizar datas importantes no calendário.
- Identificar a importância e os membros da
família
- Perceber o ciclo de vida (nascimento,
crescimento, morte)
N1/N2
- Quantificar números até 10 (com material
concreto, desenhos e agrupamento).
- Conhecer a sequência oral até 10 (N1) e
30 (N2 – com ajuda do calendário).
- Iniciar a escrita de números até 10.
- Utilizar contagem oral nas brincadeiras e
em situações nas quais as crianças
reconheçam sua necessidade.
Relacionar números às - Identificar números nos diferentes
suas respectivas contextos em que se encontram (idade,
EI03ET07 quantidades e identificar o número casa, peso, número sapato...)
antes, o depois e o entre - Identificar a posição de um objeto ou
em uma sequência. número numa série, explicando a noção de
sucessor e antecessor.
- Utilizar noções simples de cálculos
mentais para resolver problemas orais.
- Noção básica se soma e subtração oral
(quantas meninas/quantos meninos e o
total de crianças).
- Comparar quantidades usando
correspondência de um por um.
- Perceber qual conjunto tem mais ou
menos objetos.
N1/N2
- Proporcionar momentos de produção
coletiva de gráficos de preferências.
-Desenvolver a noção de peso, medidas,
Expressar medidas (peso, alturas, temperatura.
EI03ET08 altura etc.), construindo - Utilizar instrumentos de medida de
gráficos básicos. comprimento, peso, volume e tempo.
- Participar de situações que realizam fazer
comparações entre medidas de
comprimento (grande/pequena,
baixo/menor)

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210
34

- Participar de situações que possibilitam


realizar comparações entre massa
(leve/pesado)

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211
35

Modelo para organizar o plano diário

Assunto/Projeto:
Bimestre: Turma: Planejamento dia: / /
Objetivos de
Conteúdos Desenvolvimento Recursos
Aprendizagens

Atividade Avaliativa:

Observações Finais:

Obs.: Nos objetivos de aprendizagem coloque os códigos a serem trabalhados, para em


seguida nos conteúdos vocês explicar quais assuntos ou objetivos específicos irá
desenvolver sobre aquele objetivo de aprendizagem da BNCC.

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212
36

COMPLEMENTE SEU PLANO

Temos jogos diversificados, planos de aulas completos e livros com sugestões


lúdicas para ajudá-los em sua prática diária, todos atualizados para BNCC.
Confira a variedade de materiais disponíveis em:
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OBJETIVO GERAL: Ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades das crianças, diversificando e consolidando novas
aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar
CAMPO DE OBJETIVOS DE
EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIAS APRENDIZAGENS

➢ Agir de maneira 1- RELAÇÃO COM OS COMPANHEIROS  Brincadeiras nos


independente, com confiança em  Brincar, expressando emoções, sentimentos, espaços internos e
suas capacidades, reconhecendo pensamentos, desejos e necessidades; externos;
suas conquistas e limitações.  Estabelecer vínculos afetivos e de troca com  Rodas de histórias;
➢ Ampliar as relações adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e  Rodas de conversas
interpessoais, desenvolvendo
ampliando gradativamente suas possibilidades de  Oficinas de desenhos,
atitudes de participação e
comunicação e integração social; pinturas e
cooperação.
 Organizar o ambiente e as rotinas, favoráveis a modelagens.
➢ Comunicar suas ideias e uma boa transição casa-escola e criação de
sentimentos a pessoas e grupos  Desenvolver em sala
diversos. vínculos entre as crianças. de aula o hábito de
2 - AUTOCONHECIMENTO E CUIDADO DE SI registros dos
➢ Demonstrar valorização das
características de seu corpo e MESMO. acontecimentos
respeitar as características dos  Considerar preferencias, sentimentos e opiniões vivenciados no seu dia
EU, O OUTRO outros (crianças e adultos) com das crianças. a dia;
E O NÓS os quais convive.  Desenvolver uma identidade pessoal, um  Criar momentos de
➢ Manifestar interesse e sentimento de autoestima, autonomia, confiança convivências onde a
respeito por diferentes culturas e em suas possibilidades e de pertencimento a um familiar participe das
modos de vida. determinado grupo é tnico-racial, crença religiosa, aulas, seja para contar
➢ Usar estratégias pautadas local de nascimento etc. uma história, relatar
no respeito mútuo para lidar com  Conhecer seu próprio corpo, suas potencialidades informações sobre os
conflitos nas interações com e seus limites. filhou ou até mesmo
crianças e adultos.  Desenvolver e valorizar hábitos de cuidado com a fazer atividades
própria saúde e bem-estar. lúdicas pelo menos
duas vezes por mês.
214
CAMPO DE OBJETIVOS DE
EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIAS APRENDIZAGENS

➢ Criar com o corpo formas 1 - EXPERIÊNCIAS COM BRINCADEIRAS  Dança, jogo,


diversificadas de expressão de Utilização de expressividade intencional do movimento brincadeiras,
sentimentos, sensações e nas situações cotidianas e em suas brincadeiras como: práticas esportivas,
emoções, tanto nas situações do  Movimento: saltar, girar, cair, deslocar-se, etc.,
cotidiano quanto em gesticular etc.;
brincadeiras, dança, teatro,  Dinâmicas ou qualidades: rápido, lento, forte,  Uso de diferentes
música. leve, direto, flexível etc.; gestos, posturas e
 Tamanho: alto, médio, baixo, etc. expressões
➢ Criar movimentos, gestos,  Orientação em relação a aproximar-se ou corporais com
olhares e mímicas em
distanciar-se de determinados pontos. intencionalidade.
brincadeiras, jogos e atividades
artísticas como dança, teatro e
2 - EXPERIÊNCIAS COM DANÇ A
música.
Coordenação voluntaria dos grandes e pequenos  Brincar, jogar,
músculos através de: imitar e criar ritmos
CORPO, ➢ Explorar diferentes  movimentos leves ou fortes, rápidos ou lentos, e movimentos.
GESTOS E qualidades e dinâmicas do
MOVIMENTOS movimento, como força,  percorrer o espaço sozinha ou interagindo com
velocidade, resistência e parceiros,  Dramatizações.
flexibilidade, conhecendo  imitar os movimentos de determinado animal ou o
gradativamente os limites e as jeito de andar de um personagem.
potencialidades de seu corpo.
3- EXPERIÊNCIAS COM DRAMATIZAÇÃO
 Experimentações vividas pelas crianças
possibilitam: a leitura de histórias, a brincadeira, a
expressão plástica, a música, o movimento.
215

CAMPO DE OBJETIVOS DE
EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIAS APRENDIZAGENS

➢ Utilizar sons produzidos por 1 - LINGUAGEM MUSICAL  Escutar uma música,


materiais, objetos e instrumentos Identificação de qualidades como:
musicais durante brincadeiras de faz  Duração: sons curtos ou longos,  Explorar diferentes
de conta, encenações, criações  Altura: sons graves ou agudos, sons, ritmos, formas,
musicais, festas.  Intensidade dos sons: fracos ou fortes cores, texturas,
 timbre (que qualifica os sons a partir da fonte que objetos e materiais,
➢ Expressar-se livremente por os origina). construindo cenários
meio de desenho, pintura, colagem,
para brincadeiras de
dobradura e escultura, criando
2- LINGUAGENS VISUAIS faz de conta,
produções bidimensionais e
Desenvolver atividades com: encenações ou para
tridimensionais.
 desenho, pintura, escultura, modelagem, festas tradicionais.
colagem, gravura, fotografia, visitas a museus e
TRAÇOS, locais de produção e divulgação da arte visual.  Interpretação de
SONS, CORES ➢ Reconhecer as qualidades do músicas e produção
som (intensidade, duração, altura e  Datas Comemorativas: Carnaval, Páscoa, Dia do
E FORMAS timbre), utilizando-as em suas Índio, Dia das Mães, Festa Junina, Dia dos Pais, de gestos.
produções sonoras e ao ouvir 07 de setembro, Dia das Crianças, Primavera,
músicas e sons. Dia da Árvore, Natal e outros
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CAMPO DE OBJETIVOS DE
EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIAS APRENDIZAGENS

➢ Expressar ideias, desejos e 1 – LINGUAGEM ORAL  Ouvir, compreender,


sentimentos sobre suas vivências,  Ampliação do vocabulário; contar, recontar e
por meio da linguagem oral e  Exposição oral de ideias com clareza e sequência criar narrativas.
escrita (escrita espontânea), de lógica;  Repetição de
fotos, desenhos e outras formas de  Interpretação de imagens, símbolos e sinais; estruturas simples
expressão.  Desenho como forma de representação; (nomes próprios,
 Narrar, descrever, explicar, relatar, ouvir e colegas e família);
➢ Desenvolver percepções argumentar com outras crianças.  Leitura de imagens;
visuais, auditivas e coordenação
visomotora.  Discriminação auditiva;  Relatos de fatos
vivenciados;
2 – LEITURA  Incentivar o
➢ Reconhecer e escrever o seu
nome. Trabalhar com a capacidade de observação e reconhecimento de
representação despertando o interesse pela leitura e a rótulos;
➢ Recontar histórias ouvidas e escrita das vogais, consoantes e palavras através de:  Traçar linhas (retas,
planejar coletivamente roteiros de  Práticas de leitura; curvas, sinuosas e
ESCUTA, FALA, vídeos e de encenações, definindo  Discriminação visual; mistas),
PENSAMENTO os contextos, os personagens, a  Jogos verbais: modalidades de linguagem: trava-  Jogos pedagógicos
E IMAGINAÇÃO estrutura da história. línguas, adivinhas, parlendas, quadrinhas, na escrita
poemas e canções  Atividades de
➢ Identificar as vogais e as formação de
consoantes. 3 – LINGUAGEM ESCRTA palavras com
encontros vocálicos
➢ Levantar hipóteses em  Apresentação do alfabeto cursivo (vogais e
relação à linguagem escrita,
consoantes);
realizando registros de palavras e
textos, por meio de escrita  Estudo das vogais: reconhecer, ler, traçar e
espontânea. escrever as vogais.
 Encontros Vocálicos: identificar, ler e escrever,
palavras formadas apenas por encontros
vocálicos.
 Escrita do nome;
 Práticas de escritas individuais e coletivas
217
CAMPO DE OBJETIVOS DE
EIXOS TEMÁTICO/CONTEUDOS ATIVIDADES
EXPERIENCIAS APRENDIZAGENS
1 – EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO AO ESPAÇO  Ligar números e
➢ Desenvolver noções de  Noções espaciais: estática (longe, perto, em descobrir figuras;
espaço e tempo cima, embaixo, dentro, fora) e dinâmica (para  Contar os dedos
frente, para trás, para o lado, para cima, para das mãos;
➢ Estabelecer relações de baixo, na mesma direção, para a direita, para  Utilizar diferentes
comparação entre objetos, a esquerda). estratégias para
observando suas propriedades.
 Representação do espaço a partir de juntar, repartir e tirar
diferentes pontos de referência: situações quantidades, e a
➢ Desenvolver noções de exploração tátil e visual das propriedades avançar ou
geométricas e distinguir as
formas (forma, tamanho, posição, direção) e das retroceder em uma
formas geométricas (planas e não planas) série numérica.
2 - EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO AO TEMPO  Promoção de
➢ Desenvolver o conceito
numérico através das expressões  Noções de tempo físico (dia e noite, brincadeiras para
verbal e gráfica. estações do ano, ritmos biológicos); trabalhar noções
 Noções de tempo cronológico (ontem, hoje, espaciais,
ESPAÇOS, ➢ Desenvolver noções de amanhã; semana, mês e ano); temporais.
TEMPOS, grandeza, de posição, de 3 - EXPERIÊNCIAS EM RELAÇÃO À QUANTIDADE  Oficinas de
QUANTIDADES, capacidade de massa, de  Contagem de objetos (brinquedos, livros etc.); desenho, pintura,
RELAÇÕES E classificação, de sequência e de  Construção do número; modelagem e
TRANSFORMAÇÕES quantidade.  Numerais de 1 a 50. música;
 Comparar a quantidade de grupos de objetos.  Explorar atividades
➢ Relacionar números às suas 4 - EXPERIÊNCIAS QUANTO ÀS RELAÇÕES E com figuras
respectivas quantidades e geométricas
TRANSFORMAÇÕES
identificar o antes, o depois e o colorindo-as com,
 Observar elementos da natureza e de fatos e
entre em uma sequência. tinta, cola colorida,
fenômenos sociais, como enchente, seca,
hábitos de vida etc. colar papel picado,
 Mover objetos de diferentes maneiras e etc.
observar seu resultado.  Criar momentos
com fotos, imagens
e registros de
transformações
ocorridas ao longo
do tempo;
218
DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL (BNCC)
➢ CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.

➢ BRINCAR cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.

➢ PARTICIPAR ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e das atividades propostas
pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

➢ EXPLORAR movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias,
objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as
artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

➢ EXPRESSAR, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

➢ CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de
pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e
em seu contexto familiar e comunitário.

RECURSOS MATERIAIS:

➢ Espelhos, brinquedos, livros, lápis, papéis, tintas, pincéis, tesouras, cola, massa de modelar, argila, jogos os mais diversos,
blocos para construções, material de sucata, roupas e panos para brincar etc.

AVALIAÇÃO

A avaliação far-se-á mediante o acompanhamento e registro do desenvolvimento dos processos de aprendizagem das crianças;
para refletirmos sobre a qualidade das interações estabelecidas com outras crianças, funcionários e com o professor, auxiliando
no planejamento educativo, sem o objetivo de promoção.

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