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FACULDADE DE CIÊNCIAS EDUCACIONAIS E EMPRESARIAIS DE NATAL

CURSO DE PEDAGOGIA

MARIA DA PIEDADE BARBOSA DA SILVA

PROPOSTA PEDAGÓGICA - EDUCAÇÃO INFANTIL

NATAL/RN
2021
MARIA DA PIEDADE BARBOSA DA SILVA

PROPOSTA PEDAGÓGICA - EDUCAÇÃO INFANTIL

Proposta Pedagógica Curricular para a


Educação Infantil apresentada junto a
Faculdade de Ciências educacionais e
Empresariais de Natal – FACERN, curso de
Pedagogia.

NATAL/RN
2021

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................7

2. BREVE FUNDAMENTAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO INFANTIL.............................7

3. PROPOSTA DE TRABALHO POR ÁREA COM BASE NOS REFERENCIAIS


CURRICULARES E BNCC....................................................................................................8

4- SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL DE 04 A 05 ANOS


.....................................................................................................................................................9

5. AVALIAÇÃO......................................................................................................................12

5.1 Síntese de Aprendizagem..............................................................................................13

6. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROPOSTA..................................................................14

7. REFERÊNCIAS..................................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

A Educação Infantil, no contexto da sociedade atual, tem sido um cenário de discussão


pelos órgãos responsáveis pela implementação de suas políticas públicas educacionais
voltadas ao atendimento da criança de zero a cinco anos. Essa fase da educação gera tanta
discussão e preocupação, devido a entrada na creche ou na pré-escola significar, na maioria
das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se
incorporarem em uma situação de socialização estruturada.
Neste trabalho serão apresentadas de critérios estabelecidos na Base Nacional Comum
Curricular para orientar a formulação de Projetos Pedagógicos para a Educação Infantil, dessa
forma, pretende-se formular um projeto educacional flexível, porém estruturado em campos
de conhecimento, com atividades claras e criativas para cada fase de desenvolvimento da
criança.

2. BREVE FUNDAMENTAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO INFANTIL

Até a década de 1980 a educação infantil era tratada como uma fase “pré-escolar”,
independente e preparatória para a escolarização, sob a responsabilidade de pais e creches
privadas. A partir promulgação da Constituição Federal Brasileira em 1988, o atendimento em
creche e pré-escola às crianças de zero a 6 anos de idade passou a ser um dever do Estado.
Posteriormente, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB, Lei nº 9394 de
1996, a Educação Infantil passa a ser parte integrante da Educação Básica, situando-se no
mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o Ensino Médio.
Em 2006 a LDB sofre modificações, dentre elas, o acesso ao Ensino Fundamental que
era de sete anos, passa para os 6 anos de idade. Desse modo, a Educação Infantil passa a
atender a faixa etária de zero a 5 anos. Como primeira etapa da Educação Básica, a Educação
Infantil é o início e o fundamento do processo educacional.

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3. PROPOSTA DE TRABALHO POR ÁREA COM BASE NOS
REFERENCIAIS CURRICULARES E BNCC

Segunda a Base Nacional Comum Curricular, a Educação Infantil tem a organização


curricular por campos de experiências, identificadas pelas seguintes temáticas:

1- O eu, o outro e o nós – Construção da identidade social e como indivíduos; Nessa


fase, a criança vive suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição
escolar, na coletividade), e a educação auxilia nesse processo de construção das
percepções sobre si e sobre os outros.

2- Corpo, gestos e movimentos – As crianças exploram o mundo com os sentidos


desde muito cedo. Com o corpo (por meio dos sentidos, dos gestos, movimentos
impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos) interagem com o mundo,
o espaço e os objetos do seu entorno. Através de diferentes linguagens (música,
dança, teatro, brincadeiras de faz de conta) são realizadas conexões e expressão da
emoção.

3- Traços, sons, cores e formas – Apresentar e dar oportunidades para a criança


conviver com várias linguagens artísticas e culturais promove experiências que
contribuem para o desenvolvimento de senso estético e crítico nas crianças, o
conhecimento de si mesmas, dos outros e da realidade que as cerca. As artes
visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia etc.), a música, o teatro, a dança
e o audiovisual, entre outras, são exemplos dessas linguagens.

4- Escuta, fala, pensamento e imaginação – Desde o nascimento, a comunicação


das crianças envolve os movimentos do seu corpo, o olhar, a postura corporal, o
sorriso, o choro e outros recursos vocais, que ganham sentido com a interpretação
do outro. Progressivamente, as crianças vão ampliando e enriquecendo seu
vocabulário e demais recursos de expressão e de compreensão. Na Educação
Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e
ouvir, com a participação na cultura oral, na escuta de histórias, nas narrativas

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elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas
linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e
pertencente a um grupo social.

5- Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – As crianças vivem


em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito
pequenas, elas demonstram curiosidades com o espaço físico (casa, rua, seu
próprio corpo, os animais, as plantas, etc.) e o sociocultural (as relações de
parentesco e sociais entre as pessoas que conhece; as tradições e costumes, etc.).
Além de conhecimentos matemáticos simples como: relações entre quantidades,
comparação de tamanho, peso, formas geométricas, etc. Na Educação Infantil é
preciso promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações,
manipular objetos, investigar e explorar seu entorno. Enfim, criar oportunidades
para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural
e possam utilizá-los em seu cotidiano.

4- SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL DE


04 A 05 ANOS

Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem comportamentos,


habilidades e conhecimentos que promovem aprendizagem e desenvolvimento nos diversos
campos de experiências. Essas aprendizagens, constituem-se como objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento e tem as interações e a brincadeira como eixos estruturantes.
Na Educação Infantil, são consideradas três fases de aprendizagem, a saber:
 Bebês (zero a 1 ano e 6 meses)
 Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses)
 Pré-escola (04 a 05 anos e 11 meses)

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De acordo com o BNCC, as atividades para a fase da Pré-Escola são:
Campo de conhecimento Atividades
O EU, O OUTRO E O NÓS Manifestar interesse e respeito por diferentes culturas e
modos de vida com crianças e adultos.
Usar estratégias pautadas no respeito mútuo para lidar com
conflitos nas interações.
CORPO, GESTOS E Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de
MOVIMENTOS sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do
cotidiano quanto em brincadeiras, dança, teatro, música.
Demonstrar controle e adequação do uso de seu corpo em
brincadeiras e jogos, escuta e reconto de histórias, atividades
artísticas, entre outras possibilidades.
Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em
brincadeiras, jogos e atividades artísticas como dança, teatro
e música.
Adotar hábitos de autocuidado relacionados a higiene,
alimentação, conforto e aparência.
Coordenar suas habilidades manuais no atendimento
adequado a seus interesses e necessidades em situações
diversas.
TRAÇOS, SONS, CORES Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e
E FORMAS instrumentos musicais durante brincadeiras de faz de conta,
encenações, criações musicais, festas.
Expressar-se livremente por meio de desenho, pintura,
colagem, dobradura e escultura, criando produções
bidimensionais e tridimensionais.
Reconhecer as qualidades do som (intensidade, duração,
altura e timbre), utilizando-as em suas produções sonoras e
ao ouvir músicas e sons.
ESCUTA, Expressar ideias, desejos e sentimentos sobre suas vivências,
FALA, PENSAMENTO E por meio da linguagem oral e escrita (escrita espontânea), de
fotos, desenhos e outras formas de expressão.

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IMAGINAÇÃO Inventar brincadeiras cantadas, poemas e canções, criando
rimas, aliterações e ritmos.
Escolher e folhear livros, procurando orientar-se por temas e
ilustrações e tentando identificar palavras conhecidas.
Recontar histórias ouvidas e planejar coletivamente roteiros
de vídeos e de encenações, definindo os contextos, os
personagens, a estrutura da história.
Recontar histórias ouvidas para produção de reconto escrito.
Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita
espontânea), em situações com função social significativa.
Levantar hipóteses sobre gêneros textuais veiculados em
portadores conhecidos, recorrendo a estratégias de
observação gráfica e/ou de leitura.
Selecionar livros e textos de gêneros conhecidos para a
leitura de um adulto e/ou para sua própria leitura (partindo
de seu repertório sobre esses textos, como a recuperação pela
memória, pela leitura das ilustrações etc.).
Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita,
realizando registros de palavras e textos, por meio de escrita
espontânea.
ESPAÇOS, TEMPOS, Estabelecer relações de comparação entre objetos,
QUANTIDADES, observando suas propriedades.
RELAÇÕES E Observar e descrever mudanças em diferentes materiais,
TRANSFORMAÇÕES resultantes de ações sobre eles, em experimentos envolvendo
fenômenos naturais e artificiais.
Identificar e selecionar fontes de informações, para
responder a questões sobre a natureza, seus fenômenos, sua
conservação.
Registrar observações, manipulações e medidas, usando
múltiplas linguagens (desenho, registro por números ou
escrita espontânea), em diferentes suportes.

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Classificar objetos e figuras de acordo com suas
semelhanças e diferenças.
Relatar fatos importantes sobre seu nascimento e
desenvolvimento, a história dos familiares e da comunidade.
Relacionar números às suas respectivas quantidades e
identificar o antes, o depois e o entre em uma sequência.
Expressar medidas (peso, altura etc.), construindo gráficos
básicos.

5. AVALIAÇÃO

A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer um equilíbrio garantindo
integração e continuidade dos processos de aprendizagens das crianças, respeitando suas
singularidades e as diferentes relações que elas estabelecem com os conhecimentos, assim
como a natureza das mediações de cada etapa.
Para que isso seja possível, as informações contidas em relatórios, portfólios ou outros
registros que evidenciem os processos vivenciados pelas crianças ao longo de sua trajetória na
Educação Infantil podem contribuir para a compreensão da história de vida escolar de cada
aluno. Conversas ou visitas e troca de materiais entre os professores das escolas de Educação
Infantil e de Ensino Fundamental – Anos Iniciais também são importantes para facilitar a
inserção das crianças nessa nova etapa da vida escolar.
Além disso, para que as crianças superem com sucesso os desafios da transição, é
indispensável o acolhimento afetivo, de modo que a nova etapa se construa com base no que
os educandos sabem e são capazes de fazer, evitando a fragmentação e a descontinuidade do
trabalho pedagógico. Nessa direção, considerando os direitos e os objetivos de aprendizagem
e desenvolvimento, apresenta-se a síntese das aprendizagens esperadas em cada campo de
experiências. Essa síntese deve ser compreendida como elemento balizador e indicativo de
objetivos a serem explorados em todo o segmento da Educação Infantil, e que serão
ampliados e aprofundados no Ensino Fundamental, e não como condição ou pré-requisito para
o acesso ao Ensino Fundamental.

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5.1 Síntese de Aprendizagem

No campo “O eu, o outro e o nós” é esperado que a criança tenha aprendido a


respeitar e expressar sentimentos e emoções; Atuar em grupo e demonstrar interesse em
construir novas relações, respeitando a diversidade e solidarizando-se com os outros;
Conhecer e respeitar regras de convívio social, manifestando respeito pelo outro.
No campo “Corpo, gestos e movimentos” as competências adquiridas esperadas são:
Reconhecer a importância de ações e situações do cotidiano que contribuem para o cuidado de
sua saúde e a manutenção de ambientes saudáveis; Apresentar autonomia nas práticas de
higiene, alimentação, vestir-se e no cuidado com seu bem-estar, valorizando o próprio corpo;
Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) como instrumento
de interação com o outro e com o meio; Coordenar suas habilidades manuais.
No campo “Traços, sons, cores e formas” espera-se que os alunos tenham aprendido
a: Discriminar os diferentes tipos de sons e ritmos e interagir com a música, percebendo-a
como forma de expressão individual e coletiva; Expressar-se por meio das artes visuais,
utilizando diferentes materiais; Relacionar-se com o outro empregando gestos, palavras,
brincadeiras, jogos, imitações, observações e expressão corporal.
No campo “Escuta, fala, pensamento e imaginação” é esperado que os alunos
consigam: Expressar ideias, desejos e sentimentos em distintas situações de interação, por
diferentes meios; Argumentar e relatar fatos oralmente, em sequência temporal e causal,
organizando e adequando sua fala ao contexto em que é produzida; Ouvir, compreender,
contar, recontar e criar narrativas; Conhecer diferentes gêneros e portadores textuais,
demonstrando compreensão da função social da escrita e reconhecendo a leitura como fonte
de prazer e informação.
No campo “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” pretende-se
que as crianças possam: Identificar, nomear adequadamente e comparar as propriedades dos
objetos, estabelecendo relações entre eles; Interagir com o meio ambiente e com fenômenos
naturais ou artificiais; Utilizar vocabulário relativo às noções de grandeza (maior, menor,
igual etc.), espaço (dentro e fora) e medidas (comprido, curto, grosso, fino) como meio de
comunicação de suas experiências; Utilizar unidades de medida (dia e noite; dias, semanas,
meses e ano) e noções de tempo (presente, passado e futuro; antes, agora e depois); Identificar
e registrar quantidades por meio de diferentes formas de representação (contagens, desenhos,
símbolos, escrita de números, organização de gráficos básicos etc.).
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6. CONSIDERAÇÕES SOBRE A PROPOSTA PEDAGÓGICA

O Ministério da Educação, no âmbito das suas atribuições, apresentou a publicação


“Parâmetros de Qualidade para a Educação Infantil” (2008), com o intuito de estabelecer uma
referência nacional a ser discutida e utilizada pelos sistemas de ensino, na definição de
padrões de qualidade locais para as instituições de Educação Infantil.
A Educação Infantil é o primeiro contato social dessa criança fora do núcleo familiar.
Onde o contexto da célula familiar, modos de criação, inseguranças e cuidados com a saúde
dessas crianças são relevantes na vivência e nos processos de aprendizagem no ambiente
escolar.
As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, Resolução
CNE/CEB nº 5/2009) em seu Artigo 4º, definem a criança como sujeito histórico e de direitos,
que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade
pessoal e coletiva. E em seu Artigo 9º, define os eixos estruturantes das práticas pedagógicas
para essa etapa da Educação Básica que são as interações e a brincadeira, experiências nas
quais a criança pode construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações e
interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens,
desenvolvimento, socialização, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o
desenvolvimento integral das crianças.
Portanto, a Educação Infantil é a porta de entrada na vida escolar e na vida social,
onde o brincar da infância deve conter significados de interação, expressão das emoções,
percepções da vida em coletividade e aprendizagens sobre si mesmo e sobre o mundo que o
cerca. Desse modo, o Projeto Pedagógico para a Educação Infantil deve considerar o
indivíduo em construção, dependente da atenção para aspectos básicos como alimentação e
comunicação, mas que busca a interação com o mundo que o cerca, procura respostas aos
muitos questionamentos e precisa lidar com situações de respeito, autocontrole, confiança e
afeto.

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7. REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial


curricular nacional para a educação infantil: conhecimento de mundo. Brasília: MEC/SEF, 1998.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para
a educação infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010.

Instituto Avisa Lá. Diretrizes em ação: qualidade no dia a dia da educação infantil (parc:
Ministério da Educação; Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF). São Paulo : Ed.
Instituto Avisa Lá , 2015. 57 p. ISBN 978-85-69384-00-7

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