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Entrevista

Entrevistador: Como era a estrutura física e acadêmica do Colégio nos seus


primeiros anos?

Diretora Carolina: Nos primeiros anos era bem precário e a escola era bem pequena.
Quando nós entramos aqui, a escola tinha 40 alunos, ela ia só até o 5º ano (do Ensino
Fundamental). As salas tinham em média de 4 ou 5 alunos por sala, então juntava-se às
turmas, dava-se aula por exemplo do 1º ano com o 2º ano (do Ensino Fundamental) e na
Educação Infantil ocorria o mesmo.

Entrevistador: Por quais motivos ocorreu a separação física do Monte Castelo com o
Castelinho? E em que ano isto ocorreu?

Diretora Carolina: Ocorreu em 2009 porque nós vimos a necessidade dos pequenos terem
um sossego maior por causa do barulho mesmo. Então esse foi o primeiro ponto, porque
eles precisam dormir, eles têm todo um trabalho diferenciado.

Entrevistador: Em relação a um episódio paralelo, referente ao uso da marca Eco


Marquês, porque a escola optou por não utilizar ou associar o nome a marca?

Diretora Carolina: Porque, na verdade, a marca Eco Marquês não foi vendida. Apenas
foram comprados os alunos que se encontravam no Eco Marquês.

Entrevistador: O Corpo Administrativo tem o intuito de expandir a área do prédio


escolar e/ou planeja incluir modalidades de formação técnica e profissionalizante ou
de iniciação científica?

Diretora Carolina: Sim. Nós temos todo este estudo; todo este projeto. Porém,, ainda não
houve a oportunidade. É por isso que nós temos também os terrenos aí. Ainda não foi
construído nada porque nós temos um projeto em andamento, mas financeiramente ainda
não foi possível. Porque nós queremos pensar mais para a frente até mesmo a questão da
faculdade.

Entrevistador: Sabendo que a senhora é professora, a senhora já lecionou neste


colégio? Se sim, em qual nível de escolaridade?

Diretora Carolina: Quando eu vim para cá na verdade, eu vim para dar aula de inglês em
todas as turmas. Porque na época nós éramos colegas, eu e a mulher do Carlos e eu vim
para ajudar ela. Só que eu fiquei apenas 15 dias dando aula, porque quando ela chegou
aqui ela viu toda essa situação e ela não quis continuar, então ela saiu, e eu continuei aqui
para ajudar o Carlos.

Entrevistador: Enquanto ao cargo de diretora ocorreu uma votação para decidir a


vaga do cargo ou a senhora recebeu uma proposta independente para assumir esta
função ?
Diretora Carolina: Independente, não teve votação porque até mesmo nós não tínhamos um
corpo diretivo.

Entrevistador: O que motivou a senhora a seguir carreira na educação?

Diretora Carolina: Olha se eu te disser que o que motivou foi o estágio que eu fiz. Porque,
na verdade, eu não tinha intenção nenhuma de entrar na área da Educação. Desde
adolescente eu sempre tive a intenção de ser advogada porque na minha família eu tenho
vários primos e tios que são. Então a gente sempre viu isso e eu queria fazer direito
também, só que quando eu prestei o vestibular de Direito eu não passei e o meu pai disse
"Você não vai ficar parada, você vai pensar em alguma coisa, não vai ficar um ano só
fazendo cursinho, já faz alguma coisa". Aí um primo falou pra mim " faz Letras porque vai te
dar embasamento de leitura".
Só que eu era muito esperta na época, nesse ano que eu entrei você escolhia uma língua
só, hoje você faz português/inglês, português/espanhol, teve a época do espanhol, também
tinha universidade até com francês. Mas no meu ano você tinha que escolher uma só ou
você seguia o português ou você seguia o inglês. Como eu já tinha inglês desde criança, eu
falei vai ser mais fácil eu fazer inglês. Só que aí eu me perdi porque o embasamento para
leitura seria na área de português, eu teria que fazer a literatura, a parte da língua
portuguesa. Mas como todo adolescente, eu quis fazer a parte mais fácil.

Entrevistador: Além do Colégio Monte Castelo, a senhora trabalha em outros locais?

Diretora Carolina : Sim, eu trabalho para o Estado, sou funcionária pública concursada e
dou aula em escola pública. Aí eu dou aula, uma coisa que eu não quero deixar de realizar.

Entrevistador: Quais são os outros integrantes do Corpo Administrativo e quais são


as funções deles na manutenção do colégio?

Diretora Carolina: Nós temos a Daniele que é a vice-diretora, a Cida que é a coordenadora,
a Daniela que é a coordenadora da Educação Infantil, a Cidinha que é do Financeiro, a
Elaine e o Pedrinho que são da Secretaria, o Fernando que é o inspetor, a Marisa e as tias
da limpeza.

Entrevistador: Quais são os critérios utilizados na contratação dos professores?


Quanto aos professores de línguas estrangeiras é exigido intercâmbio ou
especialização na área?

Diretora Carolina: Não, o intercâmbio não é exigido. Especialização é exigida até porque é
uma questão de Lei, precisa ser especialista na área, na verdade em todas as áreas. Por
exemplo, um professor de educação física precisa ser licenciado, porque educação física
tem o Bacharel e o Licenciado, o Bacharel não pode dar aulas em escolas, ele tem as
mesmas habilidades e a mesma formação, mas ele tem um documento que diferencia da
questão do bacharelado.

Entrevistador: Por qual motivo o Corpo Administrativo preferiu utilizar os livros das
Editoras Poli e Positivo em detrimento de outros Sistemas de Ensino?
Diretora Carolina : Primeiramente, é a questão de pensar em valores, nós sempre tentamos
trazer para a escola aquilo que tem qualidade, mas tem valor acessível. Nós estudamos
sim vários sistemas de ensino, nós fomos atrás de Etapa, Anglo e Objetivo, mas os valores
são muito elevados. Enquanto, por exemplo, o do Positivo tem o mesmo nível que você
pegar um material do ETAPA, porém com metade do preço. Então, não adianta utilizar o
material apenas pelo nome e trazer um preço muito alto até porque nossas mensalidades
são mais acessíveis, ou seja, material caro vai contra aquilo que a gente preza na questão
de gastos.
A Poli é a mesma coisa, a Poli vem num trabalho de vestibular porque ela é um cursinho de
dentro da USP, eles desenvolveram esse cursinho e eles foram inseridos nas escolas com
uma linguagem diferente para o Ensino Médio, mas já está dando um preparo. Por isso que
nós decidimos por eles também, porque se você for comprar um material hoje para ensino
médio você não consegue trazer um material com menos de 3 mil reais. Então, o
pensamento é qualidade e depois acessibilidade de valores.

Entrevistador: No que tange as recentes reformas educacionais que foram


enfrentadas no país e geraram debates, por qual motivo a escola decidiu seguir um
caminho oposto aos chamados itinerários formativos por área presentes no Novo
Ensino Médio?

Diretora Carolina: Porque principalmente assim, por eu estar na rede pública e ver isso
acontecer, lá eles inseriram isso e acontece. Porém, não tem resultado positivo, os alunos
não se interessam. Hoje, eu também sou professora de itinerário no Estado e não tem
interesse mínimo do aluno, ele (o itinerário) não dá o preparo, por exemplo, que a
matemática em si dá para o aluno. Eles (os membros da Secretaria de Educação)
desmembraram as aulas de matemática e o resto se transformou em itinerário, só que o
itinerário não segue a matemática, eles dizem que segue, mas não segue. É como o
português, as aulas de português no Ensino Médio caíram para duas e o restante foi
desenvolvido como itinerário, mas não tem resultado então nós preferimos não inserir. Nós
tínhamos essa autonomia, a escola particular pode decidir por isso.

Entrevistador: Uma questão que gerou muitas dúvidas neste ano, foi a exclusão do
espanhol do currículo do Ensino Médio. Por qual motivo isso ocorreu?

Diretora Carolina: É porque o espanhol era só um diferencial para o Ensino Médio, porém,
ele não é obrigatório, ele não é uma língua que nós precisaríamos inserir. E infelizmente, a
questão dos professores fica muito difícil, vocês que estão aqui sabem que foi muito
complicado a questão dos professores de espanhol. Então, a gente achou por bem tirar o
espanhol.

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