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CENTRALIZAÇÃO

A centralização é a maior concentração do poder decisório na alta direção de uma empresa,


diferentemente da descentralização que é a menor concentração do poder decisório na Alta
Administração da empresa, sendo, portanto, mais distribuído pelos seus diversos níveis
hierárquicos.

Tanto a centralização, quanto a descentralização apresentam vantagens e desvantagens, mas


que, apesar de suas desvantagens, a descentralização é uma tendência importante nas
organizações. Com a globalização da economia e as facilidades oferecidas pela moderna
tecnologia das comunicações e dos transportes, o acesso à informação a distância facilita a
descentralização da autoridade. A descentralização, entretanto, não deve ser utilizada
indiscriminadamente para que não haja duplicação de esforços, perda de controle,
coordenação e poder.

Com o aumento da competição, as empresas começam repensar a sua forma de gestão com a
unificação das atividades afins. Quando estamos vivendo em uma Era do Conhecimento, onde
o virtual está cada vez mais presente, as distâncias encurtam cada vez mais e a informação não
mede esforços para chegar até as pessoas.

Neste ambiente global, onde o local e o virtual se confundem não há mais espaço para
duplicação de atividade. Os recursos que a tecnologia proporciona, onde é possível a operação
de uma nave espacial a partir do planeta Terra, ou a compra de livros de uma livraria cujo
endereço físico é desnecessário, nada mais normal que o processo de expansão e retração das
organizações funcione mais uma vez na busca permanente de um equilíbrio.

EXEMPLO:

Cerca de 80 pessoas dividem metade do oitavo andar do Centro empresarial na sede da Alcoa
Alumínio, em São Paulo Em cada mesa, gráficos com medidas de performance e, na parede,
um radar de excelência com as metas propostas, rodeado de planilhas que controlam,
diariamente, o volume de crédito e cobrança, contas a pagar e a receber e administração de
ativos. A complexidade do trabalho e o monitoramento não seriam tão expressivos se os dados
contábeis, ali consolidados, fossem apenas da unidade administrativa. A equipe concentra a
área financeira de todas as 26 unidades da empresa, entre fábricas e filiais de distribuição,
espalhadas por todo o País.

Os resultados práticos da centralização: redução de custos de aproximadamente 30% na área


financeira e a maior agilidade no processo. O balanço contábil, que demorava entre quatro a
cinco dias para ser consolidado, está sendo fechado no segundo dia útil do mês.

VANTAGENS:

- As decisões são tomadas por administradores que têm uma visão global da organização;

- Os tomadores de decisão estão situados no topo e geralmente são mais bem treinados e
preparados do que os que estão em níveis mais baixos;

- A duplicação de esforços é reduzida e a eliminação de esforços duplicados reduz os custos


operacionais;

- Certas funções, como compras, quando centralizadas, provocam maior especialização e


aumento de habilidades;
- As decisões são mais consistentes com os objetivos organizacionais;

- Os gerentes têm acesso rápido à informação e podem cuidar dos problemas à medida que
ocorrem, pois a centralização produz uniformidade e facilita o controle.

DESVANTAGENS:

- Os tomadores de decisão situados no topo raramente tem contato com os vendedores e com
as situações que a venda envolve;

- As linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras prolongadas;

- Administradores nos níveis mais baixos são frustrados porque estão fora do processo
decisório;

- Pelo envolvimento de muitas pessoas nas comunicações, há mais possibilidades de erro e de


distorções pessoais;

- A avaliação de desempenho sempre depende de critérios estabelecidos pela hierarquia


superior;

- A busca de uniformidade impede a competição;

- Tende a inibir a iniciativa e, com isto, desestimular a criatividade e o comprometimento.

DESCENTRALIZAÇÃO

Descentralização é a menor concentração do poder decisório na alta administração da


empresa, sendo, portanto, mais distribuído por seus diversos níveis hierárquicos.

A descentralização, normalmente, ocorre nas seguintes situações básicas:

A carga de trabalho da alta administração está volumosa e/ou demasiadamente complexa;

A situação anterior provoca morosidade no processo decisório;

Pela maior ênfase que a empresa quer dar à relação produto-mercado;

Para encorajar o desenvolvimento gerencial de seus executivos lotados na média e baixa


administração; e

Para proporcionar maior participação e motivação.

As principais considerações a se considerar:

Grau de confiança dos chefes sobre os subordinados;

Capacidade de subordinado de lidar com suas responsabilidades;

Nível de treinamento e preparo da chefia; e

Forma de atuação das unidades organizacionais de assessoria.

3.1 AS PRINCIPAIS VANTAGENS DA DESCENTRALIZAÇÃO SEGUNDO RONCHI:

Rapidez nas decisões pela proximidade do lugar em que surgem os problemas;

Eliminação dos conflitos entre os diversos serviços centrais, os quais, de outra forma,
poderiam atribuir-se à competência do problema;
Identificação dos bons e maus resultados da atuação dos dirigentes periféricos;

Aumento do moral e da experiência dos dirigentes locais, principalmente se jovens e em


período de treinamento;

Diminuição da esfera de controle do dirigente central

AS PRINCIPAIS DESVANTAGENS :

Inadequado aproveitamento dos especialistas centrais;

Possível duplicação onerosa de esforços e de equipamentos;

Aumento do custo das comunicações;

Possível divergência de ação por parte dos dirigentes periféricos;

Pouca elasticidade da organização frente a casos excepcionais;

Necessidade de dispor de dirigentes adequadamente preparados para a descentralização

3.3 DIFERENÇAS ENTRE DESCENTRALIZAÇÃO E DELEGAÇÃO:

Descentralização

Delegação

1. Ligada ao cargo

2. Geralmente, atinge vários níveis hierárquicos

3. Caráter mais formal

4. Menos pessoal

5. Mais estável no tempo

1. Ligada à pessoas

2. Atinge um nível hierárquico

3. Caráter mais informal

4. Mais pessoal

5. Menos estável no tempo

Alguns princípios que devem ser seguidos no processo de descentralização (Cordiner, 1956 –
40):

A descentralização coloca a autoridade de decidir nos pontos o mais próximo possível de


ocorrência das ações;

A descentralização funciona se há delegação real da autoridade sem a preocupação com seu


relato minucioso ou, o que seria pior, com sua verificação prévia;

A descentralização exige a confiança de que os que estão em posição descentralizada


tenham a capacidade de decidir corretamente a maioria dos casos e tal confiança começa no
nível executivo. Os executivos da alta administração devem dar o exemplo na arte da
delegação;
A descentralização requer a percepção de que o melhor para empresa e para o público é o
agregado de muitas decisões, individualmente corretas.

A descentralização se apóia na percepção de que a definição das estratégias não significa,


necessariamente, uniformidade de métodos de execução de tais estratégicas em operações
descentralizadas.

A descentralização requer estratégias pessoais apoiadas em medida de desempenho,


padrões estabelecidos, recompensas pelo bom desempenho e remoção de incapacidade por
desempenho insuficiente.

Deve-se saber que a descentralização pode levar a um aumento de produtividade, pois:

A amplitude e/ou profundidade dos cargos crescem;

As pessoas são solicitadas a aceitar maior responsabilidades;

As perícias em decisão aumentam com a prática e a liberdade para aprender por meio dos
enganos cometidos; e

As empresas podem responder mais rapidamente às necessidades dos empregados e dos


clientes.

Fazendo uma relação de determinados fatores de descentralização inerentes aos


condicionantes da estrutura, temos a situação apresentada no Quadro a seguir. Essa situação
deve ser analisada em cada situação básica da empresa, a fim de propiciar maior veracidade ao
processo.

CONDICIONANTE DA ESTRUTURA SITUAÇÃO QUE FAVORECE A DESCENTRALIZAÇÃO

OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS

- Clareza dos objetivos

- Aceitação dos objetivos

- Facilidade de medir os resultados

- Facilidade de estabelecer as ações para alcance dos resultados

NATUREZA DAS ATIVIDADES E DA TECNOLOGIA

- Maior diversificação das atividades

- Menor interdependência das atividades

AMBIENTE EMPRESARIAL

- Menor flutuação da demanda

- Maior volume de demanda de serviços

- Maior turbulência

- Maior dispersão geográfica

- Maior dificuldade de comunicação

FATOR HUMANO
- Maior capacidade técnica

- Mario capacidade de coordenação

- Maior grau de informalidade na estrutura

- Melhor clima organizacional

Não existem regras nítidas na determinação do grau de centralização e de descentralização


nas empresas. Contudo, Dale (1955:11) apresenta uma série de critérios que podem ser
usados para determinar a natureza e a extensão da centralização e descentralização nas
empresas, a saber:

Quanto maior o número de decisões a serem tomadas nos escalões mais baixos da
hierarquia, tanto maior o grau de descentralização;

Quanto mais importantes as decisões a serem tomadas nos escalões mais baixos da
hierarquia, tanto maior o grau de descentralização nesse campo;

Há maior descentralização onde há maior número de funções afetadas por decisões tomadas
em níveis mais baixos;

Quanto menos verificações se exigir nas decisões, maior é a descentralização. A


descentralização é máxima quando não se exige nenhuma verificação; menor quando os
superiores tiverem de ser informados da decisão tomada; ainda menor se os superiores
tiverem de ser consultados antes da tomada de decisão; e

Quanto menor o número de pessoas a ser consultadas e quanto mais baixo estiverem na
hierarquia, tanto maior o grau de descentralização.

Finalmente, como em todo e qualquer processo de mudança, para a plena eficácia da


descentralização, é inegável a importância de um programa integrado de treinamento
gerencial, envolvendo todos os escalões da empresa, possibilitando, assim, uma adaptação
progressiva a problemas gerenciais e a técnicas de tomada de decisões, de complexidade e de
consequências sucessivamente maiores, permitindo, inclusive, a escolha de futuros executivos,
para os níveis mais elevados.

Além de descentralização de autoridade também podem existir na empresa outros dois tipos
de descentralização:

Geográfica: baseada na dispersão geográfica ou territorial de determinadas unidades; e

Funcional: baseada no princípio da autoridade funcional, está intimamente associada à idéia


de se alterar o regimento interno da organização e os documentos decorrentes, para que a
decisão relativa aos assuntos descentralizados passe a ser da competência dos níveis
inferiores. Ela é sistemática e organizacional.

Convém ressaltar que, no processo de descentralização, deve haver uma dosagem adequada,
pois não podemos ter uma empresa totalmente centralizada nem completamente
descentralizada, competindo aos dirigentes encontrar o ponto de equilíbrio na definição e
implementação da política organizacional, segundo as pressões dos ambientes interno e
externo à empresa.

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