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Infecção causada por Mycoplasma hyosynoviae em suínos

A artrite causada por M. hyosynoviae ocorre em suínos nas fases de crescimento e de terminação, com
peso acima de 35 kg, e caracteriza-se clinicamente por claudicação, frequentemente em animais recém-
adquiridos.

Etiologia

M. hyosynoviae causa artrite em suínos em fase de crescimento. M. hyoarthrinosa tem sido associado a
uma síndrome semelhante à ocasionada por M. hyosynoviae, mas essas bactérias podem ser uma mesma
espécie. Outros micoplasmas, incluindo M. flocculare e Acholeplasma spp., foram isolados de suínos e
aparentemente não causam artrite.

Epidemiologia

M. hyosynoviae é o agente etiológico amplamente heterogêneo; é residente da mucosa da faringe e de


tonsilas. Dissemina-se de maneira menos frequente do que M. hyorhinis, e geralmente não pode ser
isolado da faringe de leitões com menos de 7 semanas de idade; é considerado raro antes de 12 semanas
de idade.

Patogênese

Quanto à patogênese o fato mais importante a lembrar é que os suínos podem carrear a infecção nas
tonsilas e no líquido sinovial, na ausência de sinais clínicos de claudicação; portanto, podem não ser
diagnosticados como portadores e atuarem como fonte potencial de infecção para outros animais. A
infecção sistêmica por micoplasma pode ocorrer após o estresse. O período de incubação varia de 4 a 10
dias.

Achados clínicos

Muitas vezes é difícil estabelecer o diagnóstico clínico. Com frequência, não há febre, talvez apenas
alteração na marcha do suíno. A doença clínica ocorre primariamente em suínos com mais de 3 meses de
idade e em animais de reposição trazidos para esses rebanhos problemáticos.

Na infecção por M. hyosynoviae, há início súbito de claudicação aguda em um ou mais membros,


geralmente sem febre. A claudicação pode estar relacionada a uma ou mais articulações, e as articulações
do joelho, do jarrete e do cotovelo são as mais comumente afetadas. Em muitos casos, os suínos podem
permanecer em decúbito esternal. A claudicação é grave, embora o inchaço clínico da articulação
acometida possa ser mínimo. Na maioria dos suínos afetados, a recuperação clínica ocorre após 3 a 10
dias, mas alguns podem ficar permanentemente em decúbito.

Patologia clínica

As contagens de células sanguíneas permanecem na faixa de variação normal, mas nota-se no líquido
sinovial um aumento da contagem de leucócitos e da concentração de proteínas.

Diagnóstico

Os sinais clínicos podem auxiliar no estabelecimento do diagnóstico. O exame do líquido das articulações
pode ser útil, por muitas vezes exibir uma tonalidade clara ou marrom-amarelada e poder conter flocos de
fibrina.

Amostras para confirmação do diagnóstico

•Histologia: membrana sinovial, fígado, pulmão, coração. Às vezes, os micoplasmas podem ser vistos
entre os sinoviócitos das extremidades das vilosidades da membrana sinovial

•Cultura microbiológica para micoplasma – cultura de suabes obtidos em superfícies serosas e


articulações.

•Para cultura, tem-se obtido líquido sinovial da articulação do jarrete, sob anestesia geral.
•Detecção de antígeno em amostras de tecidos fixadas em formol

• PCR em amostras de sangue

•Sorologia

Tratamento

Quando marrãs e porcas são tratadas, aparentemente não apresentam diminuição no tempo de sobrevida
global, indicando que o custo/benefíco do tratamento é favorável.

Tilosina IM, 1 a 2 mg até 15 mg de tilosina/kg de peso corporal ou 2,5 mg de lincomicina/kg PC, por 3
dias consecutivos.

Oxitetraciclina também pode ser usada.

Betametasona 8 mg/kg

Tiamulina, tanto na dose diária de 10 mg/kg PC quanto na de 15 mg/kg PC, durante 3 dias, é efetiva no
tratamento de suínos com artrite causada por M. hyosynoviae, sendo tão efetiva quanto a lincomicina.

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