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Direito das Obrigações

Parte II - Princípios
Parte II

II. Princípios fundamentais do Direito positivo das


Obrigações
— Positivos
— Não estáticos (interferência e articulação)
— Caraterísticas indeléveis do Direito das Obrigações

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— Autonomia privada = poder auto regulativo

— Liberdade contratual – dupla direção


— Caráter tipicamente supletivo das normas

— Limitações = heterolimitação ßà ordem pública de


proteção
— Justiça contratual
— “Publicização” ou “socialização” do direito privado

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— Distinção fundamental:
— Contratos negociados livremente
— Contratos com cláusulas contratuais gerais pré-formuladas

— Contratos com cláusulas contratuais individualizadas, mas sem


liberdade de negociação?

— DL nº 446/85, de 25 de outubro
— alterações recentes: Lei nº 32/2021. 27/05, DL nº 108/2021,
07/12, DL nº 109-G/2021, 10/12

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— Ccg
— Poder normativo do predisponente
— Assimetria de poderes e conhecimentos
— Conteúdo abstrato, complexo, extenso...
— Unilateralismo (sem negociação ou com pouca negociação)
— Generalidade (transposição para todos os contratos singulares)
— Imodificabilidade

à Núcleo essencial modelador do regime acordado (não apenas


uma ou outra cláusula)
— A outra parte aceita ou recusa

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

Regime do DL nº 446/85

— 1. Âmbito
— Âmbito objetivo
— 1º a 3º
— Ccg à sem prévia negociação individual
— Destinatários indeterminados (tb pluralidade determinada)
— se limitem a subscrever ou aceitar
— “igualmente”: 1º, nº 2, contratos individualizados
— conteúdo previamente elaborado que o destinatário não pode
influenciar
— Delimitação negativa: 3º

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— Âmbito subjetivo
— 17º, relações entre empresários ou profissionais liberais,
singulares ou coletivos, nessa qualidade e no âmbito da sua
atividades específica (B2B) à 18º e 19º
— 20º, relações com os consumidores finais e em todas as não
abrangidas pelo art. 17º (B2C) à tutela mais ampla: 21º+18º
e 22º+19º

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— 2. Controlo da inclusão em contratos singulares:


conhecimento pelo aderente e seu significado
— 5º Comunicação
— 6º Informação (aclaração)
— 7º Prevalência das cláusulas especificamente acordadas
à 8º cláusulas excluídas (sem efeitos); e 9º subsistência, no
caso de exclusão de cláusulas (292º e 239º, CC)

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— 3. Interpretação e integração das ccg


— 10º à 236º a 239º, CC
— 11º, cláusulas ambíguas
à 11º, nº 2
— Mas 11º, nº 3,

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações
— 4. Controlo do conteúdo(12º a 22º) – cláusulas inseridas
em contratos singulares
— 12º cláusulas proibidas à Nulidade
— 13º, nº 1, o aderente “pode optar pela manutenção dos contratos
singulares...” – ou não optar

Cláusulas proibidas:
— 15º princípio geral – as contrárias à boa fé
— Ponderar: 16º
— 18º e 21º - cláusulas absolutamente proibidas (não podem ser
inseridas)
— 19º e 22º - cláusulas relativamente proibidas
— “consoante o quadro negocial padronizado”: a ilicitude exige um juízo
valorativo suplementar à abstrato à conjunto de cláusulas + tipo de
negócio

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações
— 5. Formas processuais de controlo (do conteúdo)
— Ação declarativa de nulidade, 24ºà nos termos gerais: 286º,
289º, CC
— Controlo reativo, concreto
— De cada contrato singular celebrado

— Ação inibitória, 25º à 3º plano de tutela


— Controlo preventivo, abstrato da legalidade (eficácia própria);
independentemente da sua inclusão efetiva em contratos
singulares
— Apenas de ccg
— 32º, proibição judicial de utilização
— 30º, especificação (eventual publicidade)
— 32º, nº 2 - eficácia ultrapartes (não eficácia absoluta)
— com reflexos em contratos já celebrados

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— Registo e publicitação das decisões judiciais


— sentenças de declaração de nulidade e das sentenças
inibitórias
— 34º e 35º
— Paralelismo: art. 11º, nº 3, LDC

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— AUJ nº 2/2016, de 7 de janeiro – declara proibidas:


— a cláusula contratual que autoriza o banco predisponente a
compensar o seu crédito com o saldo de conta coletiva
solidária de que o mesmo cliente seja (ou venha a ser
contitular) – com fundamento no 15º
— a ccg que autoriza o banco a ceder total ou parcialmente a
sua posição contratual a outras entidades do respetivo
grupo – com fundamento no 18º, al l)
— E estabelece que:
— a nulidade da cláusula de atribuição de competência
territorial pode ser apreciada em ação inibitória, em
função do quadro contratual padronizado e não apenas no
âmbito de contratos concretos

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8. Princípio da autonomia privada. Limitações

— A crise do contrato

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito
Princípio da boa fé
— princípio normativo, objetivo
— norma de conduta ou de comportamento
— vincula os sujeitos de qualquer relação obrigacional
— quadrantes (concretizações): lealdade/fidelidade,
cooperação, mas tb proteção, comunicação, informação

— princípio com manifestações em todos os sectores do


Direito
— visível nos ordenamentos da família de Direitos a que
pertencemos, mas também nos sistemas da Common
Law (estoppel, misrepresentation)
— justificado por uma ideia ética de solidariedade negocial

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— Polissemia:
— Princípio da boa fé = boa fé em sentido objetivo
— 227º, nº 2
— 229º
— 334º
— 437º, nº 1,
— 767º, nº 2
— boa fé em sentido subjetivo = atitude psicológica,
intelectual (estado de espírito)
— à convicção da verificação ou da conformidade ao Direito de
determinada posição jurídica + desconformidade à realidade
— 243º, nº 2
— 291º, nº 3
— 1260º

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

Princípio da boa fé
— carece de mediação judicial concretizadora

— relevância:
— Relação contratual:
— formação
— execução
— extinção
— integração
— Controlo das ccg (em articulação com princípio da
proporcionalidade)
— Relação entre lesante e lesado
— Dever de contenção do dano

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— MENEZES CORDEIRO: 2 postulados fundamentais (que


permitem identificar vetores precisos para a concretização pelo
julgador:
— 1) tutela da confiança
— pressupostos (no quadro de um sistema móvel): i)) situação de
confiança – boa fé objetiva; ii)) justificação para essa confiança
(fundada em elementos razoáveis); iii) investimento de/na confiança
(risco de danos); iv) imputação da situação de confiança criada a
outrem

— 2) primazia da realidade material subjacente


— avaliar as condutas não apenas pela conformidade com os
comandos jurídicos, mas também de acordo com as suas
consequências materiais (para adequada tutela dos valores em jogo)

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

Abuso do direito – manifestação maior do princípio


— 334º, CC à cláusula geral de aplicação vasta
— Ilegitimidade do exercício do direito sempre que o seu titular
exceda manifestamente os limites impostos pela boa fé,
pelos bons costumes, ou pelo fim social e económico desse
direito

— valor limitado da letra da lei à enunciação de um princípio


geral:
— estabelecer limites ao exercício de posições jurídicas que,
embora formalmente permitido, se apresenta como disfuncional
ao sistema jurídico (quando contraria manifestamente vetores
fundamentais do seu funcionamento

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— M. CORDEIRO: “constelação de situações típicas em


que o Direito, por exigência do sistema jurídico, entende
deter uma atuação que, em princípio, se apresentaria
como legítima”.

— Manifestações mais específicas, concretizadas pela


jurisprudência e sistematizadas pela doutrina – núcleos
duros (não propriamente uma classificação):
— 1) (proibição do) venire contra factum proprium
— 2) neutralização e aquisição do direito
— 3) conduta anterior indevida
— 4) desequilíbrio no exercício
— 5) inalegabilidades de vícios formais

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito
— 1) venire contra factum proprium
— conduta contraditória:
— duas condutas da mesma pessoa
— lícitas em si próprias
— diferidas no tempo
— Mas a primeira é contraditada pela segunda (relação de oposição)
— sub hipóteses:
— venire positivo, ação contrária ao que o factum proprium deixaria
esperar
— venire negativo, omissão contrária ao factum proprium

— Fundamentação dogmática: doutrinas da confiança


— um comportamento não pode dirigir-se num sentido diferente da
confiança criada/suscitada na outra parte

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— 2) “neutralização” e “aquisição” do direito


= suppressio e surrectio
= Verwirkung e Erwirkung

— suppressio: uma posição jurídica que não foi sido exercida,


em determinadas circunstâncias e por um certo lapso
temporal, não mais poderá sê-lo
— expectativas legitimas decorrentes do não exercício de um direito
(pela contraparte) durante um intervalo temporal razoável
— M.C. – “forma de tutela do beneficiário, confiante na inação do
agente”:
— i) Não exercício prolongado; ii) situação de confiança daí derivada, iii)
justificação para essa confiança; iv) investimento de confiança; v)
imputação da confiança ai não-exercente.

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— surrectio
— conduz à aquisição de um direito, por força do significado do
decurso temporal (legítimas expectativas decorrentes do não
exercício)
— o confiante, por força da boa fé, vê surgir na sua esfera uma
nova posição jurídica
— M.C.: contraponto da suppressio
(suppressio e surrectio contracenam)

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— 3) Conduta anterior indevida (ALMENO DE SÁ)


— valoração negativa recai sobre o primeiro comportamento -
reprovável
— mantém-se (virtualmente) em estado de latência
— conduta ulterior do sujeito que pretende retirar vantagens da
posição criada pelo primeiro comportamento

— Ninguém pode recorrer à sua própria conduta reprovável para


fundamentar uma posição jurídica

à M. CORDEIRO: Tu quoque (também tu! – de Júlio César,


dirigida a Bruto, seu filho)

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— 4) Desequilíbrio no exercício de posições jurídicas


— Exercício danoso inútil
— Que coloca em causa o fim económico e social do direito

— 5) Inalegabilidades formais
— vícios formais na prática de um determinado ato jurídico
— de que uma das partes quer ulteriormente prevalecer-se (no
seu interesse próprio)
à A solução normal seria: nulidade (220º) + responsabilidade
pré contratual do contraente a quem é imputável a
inobservância da forma (227º)
à A título excecional é admitida a solução conservadora:
bloqueio da alegação do vício de forma

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito

— em articulação com o venire contra factum proprium ou com a


conduta anterior indevida

— B. MACHADO – tutela da confiança


— i) uma das partes confiou em que adquiriu pelo negócio uma
posição jurídica; ii) adotou disposições que agora são
irreversíveis; iii) a contraparte teve culpa na não observância
da forma ou o contrato foi executado e a situação manteve-se
por um intervalo temporal longo
— M. CORDEIRO – tutela da confiança (pressupostos)
— Estando em causa apenas os interesses das partes
— culpa na criação da situação de confiança + investimento na
confiança

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9. Princípio da boa fé. Abuso do direito
Abuso do direito

— Âmbito: exercício disfuncional de posições jurídicas


— Regime:
— conhecimento oficioso
— não depende da culpa do agente
— Consequências à ilicitude:
— Preclusão do efeito pretendido: supressão do direito; cessação
do concreto exercício abusivo (mantendo-se o direito)´
— Dever de restituir
— Dever de indemnizar (na presença de culpa)
— um tipo específico de ilícito

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10. Princípio da tutela da vulnerabilidade pessoal
— Projeção maior aos contratos de consumo
— Modelo liberal de contrato, auto suficiente, nem sempre
inteligível e estandardizado
— Contratos assimétricos
— B2C
— B2b (minúscula) – relações entre empresas com diferente poder
contratual à dependência económica e más práticas comerciais

— Consumidor:
— LDC (Lei nº 24/96, de 31/07), 2º, nº 1
— Regime das práticas comerciais desleais (DL nº 57/2008, de 26/03),
3º, a) e 5º, nº 2 (consumidor médio)
— DL nº 14/2014, de 14/02, regime dos contratos celebrados à
distância, 3º, al c), “a pessoa singular que atue com fins que não se
integrem no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal
ou profissional”

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10. Princípio da tutela da vulnerabilidade pessoal

— Consumidor – “categoria” exprime:


— não a proteção de uma debilidade subjetiva
— mas um modelo pessoal caraterizado (relacionalmente) por
uma situação de inferioridade
— Determinada por inexperiência, ignorância, impulsividade,
distância, dependência

à vulnerabilidade em sentido amplo (que abrange também):


— “consumidores especiais” – menores, idosos, deficientes,
estrangeiros – verdadeiramente vulneráveis (DL 57/2008, 6ºal a))
— pequenos empresários

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10. Princípio da tutela da vulnerabilidade pessoal

— Vulnerabilidade
— Fatores subjetivos absolutos: idade, deficiência, doença, estados
de dependência
— Determinada por fatores externos: desemprego, iminência de
insolvência (fatores económicos); turistas, crise pandémica
(fatores circunstanciais)

— Na área extracontratual:
— Utilizadores vulneráveis: peões e velocípedes, crianças,
idosos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida ou com
deficiência – Código da estrada (1º, al q)
— Vítima especialmente vulnerável - CPP

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10. Princípio da tutela da vulnerabilidade pessoal

— Novas categorias doutrinárias


— Life time contracts (contratos duradouros para a existência da
pessoa) – assentes na vulnerabilidade ligada aos riscos de
desemprego, doença, endividamento e perda de habitação
— indispensável cooperação entre as partes, conteúdo aberto e
incerteza de riscos (contratos relacionais)
— Contrato de trabalho
— Contratos de crédito ao consumo
— Contrato de arrendamento
— Princípios inspirados por uma visão humanista do contrato e
respeito pelos direitos fundamentais

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10. Princípio da tutela da vulnerabilidade pessoal

— LDC – Lei nº 24/96


— Direitos: 3º e ss
— Direito de livre resolução, 9º, nº 8,
— Nulidade, 9º, nº 3,
— Ação inibitória, 10º

— DL nº 24/2014 (contratos celebrados fora do


estabelecimento comercial)
— DL nº 57/2008 (práticas comerciais desleais)

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11. Princípio da proporcionalidade

Proporcionalidade
— Juízo de adequação = justa medida
— Ponderação entre bens/interesses conexionados
— Benefícios e sacrifícios
— Prejuízos
— Gravidade do incumprimento e natureza ou medida da
sanção
— Medida da culpa e intensidade do dano
— Concretização da própria ideia de Direito (de Justiça)
— Princípio autónomo ou enquadrável no princípio da boa fé
(M. CORDEIRO)?

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11. Princípio da proporcionalidade

Manifestações:

— Domínio contratual ( ideia de justiça)


— Equilíbrio das prestações, 400º, 1146º; 437º
— Exercício ponderado e escalonado dos direitos, 792º, nº 2,
793º, nº 2, 801º, 802, nº 2, 808º
— Cumprimento de deveres
— Moderação da regulação convencional, 812º (e 829º-A, nº
2)

— (estrito, métrico) - 516º, 534º, 745º, nº 2, 793º, nº 1, 802, nº 1

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11. Princípio da proporcionalidade

— Domínio extracontratual
— Reação legal adequada à gravidade da culpa e ao tipo de
dano causado
— 494º
— 497º, nº 2
— 500º, nº 3, 2ª parte
— 506º, nº 1
— 507º, nº 2, 1ª parte
— 570º, nº 1

— 496º, nº 1, gravidade dos danos


— 566º, nº 1, reconstituição natural excessivamente onerosa

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12. Princípio da responsabilidade patrimonial

— Património do devedor é a garantia principal do direito do


credor (garantia do vínculo)
— 601º + 817º
— Tutela creditícia:
— prioridade do conjunto ação de cumprimento – execução
específica
— secundarização da tutela por mero equivalente
indemnizatório (responsabilidade obrigacional)
— Reforço da posição do credor por cláusulas protetoras;
cláusula penal, cláusula resolutiva, garantias especiais)

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13. Princípio da heterorresponsabilidade

Responsabilidade por danos sofridos na esfera de outros


à “transferência” do dano de uma esfera para outra

— Princípio pro damnato ou pro laeso

— Área extracontratual – critérios responsabilizantes:


— Ação ou omissão ilícitas e culposas
— Atuação lícita geradora de riscos específicos e não
controláveis
— Atos danosos justificados legalmente

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13. Princípio da heterorresponsabilidade

— Área obrigacional à relação obrigacional complexa


— Concurso de responsabilidades
— O mesmo facto preenche os pressupostos da
responsabilidade extracontratual e da responsabilidade
obrigacional (contratual)

— Princípio da precaução: fundamento autónomo?


— Responsabilidade pela confiança = terceira via na
responsabilidade civil (M. CARNEIRO DA FRADA)
— ressarcir a lesão das expetativas causadas (81º, nº 2, 1172º,
1594º)
— rutura de negociações e situações de abuso do direito

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14. Princípio da autorresponsbilidade

“Responsabilidade perante si mesmo”


— suportar as consequências adversas do agir descuidado ou da
inação (conteúdo ético)

— No plano extracontratual:
— Risco ligado à condição humana = risco geral de vida (casum
sentit dominus)
— Autolesão resultante de comportamentos de risco
— Desportos radicais, consumo de álcool
— Exposição a um perigo específico à assunção de risco
— Culposa ou não culposa
— ex., lesões nos desportos com contacto físico, passageiro
transportado por condutor alcoolizado

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14. Princípio da autorresponsbilidade

— Não se afirma a autorresponsabilidade no agravamento de


danos imputáveis a terceiro determinado por predisposições
do lesado (fragilidades de saúde)

Manifestações da autorresponsabilidade:
— Consentimento do lesado, 340º
— Culpa do lesado (na produção ou agravamento do dano):
— 570º (culpa do lesado + culpa do lesante)
— 505º (conduta do lesado + risco do lesante)

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