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Parte II - Princípios
Parte II
Distinção fundamental:
Contratos negociados livremente
Contratos com cláusulas contratuais gerais pré-formuladas
DL nº 446/85, de 25 de outubro
alterações recentes: Lei nº 32/2021. 27/05, DL nº 108/2021,
07/12, DL nº 109-G/2021, 10/12
Ccg
Poder normativo do predisponente
Assimetria de poderes e conhecimentos
Conteúdo abstrato, complexo, extenso...
Unilateralismo (sem negociação ou com pouca negociação)
Generalidade (transposição para todos os contratos singulares)
Imodificabilidade
Regime do DL nº 446/85
1. Âmbito
Âmbito objetivo
1º a 3º
Ccg à sem prévia negociação individual
Destinatários indeterminados (tb pluralidade determinada)
se limitem a subscrever ou aceitar
“igualmente”: 1º, nº 2, contratos individualizados
conteúdo previamente elaborado que o destinatário não pode
influenciar
Delimitação negativa: 3º
Âmbito subjetivo
17º, relações entre empresários ou profissionais liberais,
singulares ou coletivos, nessa qualidade e no âmbito da sua
atividades específica (B2B) à 18º e 19º
20º, relações com os consumidores finais e em todas as não
abrangidas pelo art. 17º (B2C) à tutela mais ampla: 21º+18º
e 22º+19º
Cláusulas proibidas:
15º princípio geral – as contrárias à boa fé
Ponderar: 16º
18º e 21º - cláusulas absolutamente proibidas (não podem ser
inseridas)
19º e 22º - cláusulas relativamente proibidas
“consoante o quadro negocial padronizado”: a ilicitude exige um juízo
valorativo suplementar à abstrato à conjunto de cláusulas + tipo de
negócio
A crise do contrato
Polissemia:
Princípio da boa fé = boa fé em sentido objetivo
227º, nº 2
229º
334º
437º, nº 1,
767º, nº 2
boa fé em sentido subjetivo = atitude psicológica,
intelectual (estado de espírito)
à convicção da verificação ou da conformidade ao Direito de
determinada posição jurídica + desconformidade à realidade
243º, nº 2
291º, nº 3
1260º
Princípio da boa fé
carece de mediação judicial concretizadora
relevância:
Relação contratual:
formação
execução
extinção
integração
Controlo das ccg (em articulação com princípio da
proporcionalidade)
Relação entre lesante e lesado
Dever de contenção do dano
surrectio
conduz à aquisição de um direito, por força do significado do
decurso temporal (legítimas expectativas decorrentes do não
exercício)
o confiante, por força da boa fé, vê surgir na sua esfera uma
nova posição jurídica
M.C.: contraponto da suppressio
(suppressio e surrectio contracenam)
5) Inalegabilidades formais
vícios formais na prática de um determinado ato jurídico
de que uma das partes quer ulteriormente prevalecer-se (no
seu interesse próprio)
à A solução normal seria: nulidade (220º) + responsabilidade
pré contratual do contraente a quem é imputável a
inobservância da forma (227º)
à A título excecional é admitida a solução conservadora:
bloqueio da alegação do vício de forma
Consumidor:
LDC (Lei nº 24/96, de 31/07), 2º, nº 1
Regime das práticas comerciais desleais (DL nº 57/2008, de 26/03),
3º, a) e 5º, nº 2 (consumidor médio)
DL nº 14/2014, de 14/02, regime dos contratos celebrados à
distância, 3º, al c), “a pessoa singular que atue com fins que não se
integrem no âmbito da sua atividade comercial, industrial, artesanal
ou profissional”
Vulnerabilidade
Fatores subjetivos absolutos: idade, deficiência, doença, estados
de dependência
Determinada por fatores externos: desemprego, iminência de
insolvência (fatores económicos); turistas, crise pandémica
(fatores circunstanciais)
Na área extracontratual:
Utilizadores vulneráveis: peões e velocípedes, crianças,
idosos, grávidas, pessoas com mobilidade reduzida ou com
deficiência – Código da estrada (1º, al q)
Vítima especialmente vulnerável - CPP
Proporcionalidade
Juízo de adequação = justa medida
Ponderação entre bens/interesses conexionados
Benefícios e sacrifícios
Prejuízos
Gravidade do incumprimento e natureza ou medida da
sanção
Medida da culpa e intensidade do dano
Concretização da própria ideia de Direito (de Justiça)
Princípio autónomo ou enquadrável no princípio da boa fé
(M. CORDEIRO)?
Manifestações:
Domínio extracontratual
Reação legal adequada à gravidade da culpa e ao tipo de
dano causado
494º
497º, nº 2
500º, nº 3, 2ª parte
506º, nº 1
507º, nº 2, 1ª parte
570º, nº 1
No plano extracontratual:
Risco ligado à condição humana = risco geral de vida (casum
sentit dominus)
Autolesão resultante de comportamentos de risco
Desportos radicais, consumo de álcool
Exposição a um perigo específico à assunção de risco
Culposa ou não culposa
ex., lesões nos desportos com contacto físico, passageiro
transportado por condutor alcoolizado
Manifestações da autorresponsabilidade:
Consentimento do lesado, 340º
Culpa do lesado (na produção ou agravamento do dano):
570º (culpa do lesado + culpa do lesante)
505º (conduta do lesado + risco do lesante)