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Artigo de Divulgação

O Periósteo e a Ortopedia dos Maxilares


Periosteum and Orthopedic

Resumo A maioria dos ossos faciais e craniais


A capacidade adaptativa e reacional do tem origem intramembranosa e seu cres-
periósteo permite compreender os resulta- cimento se faz por aposição e reabsorção
dos clínicos obtidos na expansão rápida nas superfícies periosteais e nas sutu-
do palato e no deslocamento mandibular ras. Mesmo depois da fase de crescimen-
Maria
por aparelhos ortopédicos funcionais. O to, os ossos faciais podem sofrer modi-
Alberto
Consolaro Fernanda uso de aparelhos ortopédicos leva a me- ficações morfológicas, quase sempre por
Martins-Ortiz
canotransdução induzindo o periósteo a aposição e reabsorção nas superfícies
se adaptar ou reagir com formação de no- periosteais.
vas camadas na superfície cortical. Este Esta análise do assunto tem por pro-
fenômeno denominado Periostite Ossifi- posta interpretar biologicamente os re-
cante Adaptativa pode modificar a morfo- sultados clínicos dos procedimentos or-
logia e as relações estruturais e funcionais topédicos mencionados e correlacionan-
dos componentes da região como na li- do-os com sua estabilidade clínica e po-
Jussara Tânia Regina nha média durante a disjunção palatina e tencial de recidiva.
Peixoto Ennes Grão Velloso na fossa mandibular (glenóide) da ATM
pelo uso de aparelho ortopédico funcional A ESTRUTURA DO PERIÓSTEO
e deslocamento mandibular. Esta proprie- O periósteo está firmemente inseri-
dade dos tecidos periosteais justifica e ex- do na superfície das corticais ósseas
plica o mecanismo de ação, as limitações pelas fibras de Sharpey que se inserem
e a efetividade destes procedimentos quan- na matriz óssea predominantemente
do indicados de forma precisa e biologica- colagênica (Fig. 1).
mente consciente. O tecido conjuntivo que constitui o
periósteo pode ser dividido em duas ca-
INTRODUÇÃO madas diferentes e contíguas38. A cama-
A capacidade adaptativa e reacional da mais externa tem como células princi-
do periósteo ajuda-nos a entender al- pais os fibroblastos, mas é predominan-
guns resultados clínicos obtidos na ex- temente fibrosa e tem por finalidade a
pansão rápida do palato e no desloca- proteção da superfície; desta camada par-
mento mandibular por aparelhos orto- tem as fibras colágenas de inserção
pédicos funcionais. periosteal na cortical subjacente.

Palavras-chave:
Disjunção palatina; Alberto Consolaro*
Expansão rápida da Maria Fernanda Martins-Ortiz**
maxila; Remodelação Jussara Peixoto Ennes***
da ATM; Fossa Tânia Regina Grão Velloso***
glenóide; Fossa
mandibular; Periósteo;
Periostite ossificante; * Professor Titular em Patologia - FOB-USP.
** Pós-Graduanda em Odontologia, área de concentração em Ortodontia - FOB-USP.
Osteomielite de Garrè. *** Pós-Graduanda em Odontologia, área de concentração em Patologia Bucal - FOB-USP.

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A camada mais interna do periós- da de matriz onde se localizavam e correlacionada com os níveis séricos
teo está diretamente relacionada à su- sofre reabsorção com ou sem ne- de cálcio e fósforo e independe de es-
perfície cortical caracterizando-se pela oformação compensatória, o que tímulos locais.
rica celularidade com osteoblastos, depende das condições locais es- Os mediadores locais do turnover
pré-osteoblastos, células osteoproge- tabelecidas. ósseo têm ação muito importante,
nitoras, clastos, células mesenquimais especialmente nas áreas ósseas em
e outras em menor número. Mais para CAPACIDADE ADAPTATIVA E que se requer adaptações e reações
o centro da espessura periosteal há REACIONAL DO PERIÓSTEO teciduais frente a estímulos, como por
ainda intensa vascularização propor- A capacidade adaptativa e reacio- exemplo, a ação de forças muscula-
cionada por uma rede de pequenos nal do periósteo, um fenômeno lo- res aplicadas acidentalmente ou com
vasos ramificando-se em direção à su- cal, está na dependência: finalidade ortopédica.
perfície óssea (Fig. 1). Para SQUIER - da intensidade do estímulo ou Quando forças são aplicadas em
et al38 esta região intermediária com agente agressor; uma região, ocorrem alterações na
numerosos capilares representa uma - do nível local de mediadores da forma das células e no seu nível de
terceira camada distinta na espessu- reabsorção e neoformação óssea; oxigenação por alterações no fluxo
ra do periósteo. - da sua integridade estrutural e sangüíneo. A deformação no citoes-
A partir do periósteo ocorre a nu- funcional. queleto e a hipóxia são indutores na-
trição sangüínea da estrutura óssea. O turnover ósseo tem mediado- turais do estresse celular e nesta situ-
O rebatimento cirúrgico do periósteo res com ação sistêmica e local. Entre ação aumenta-se a liberação de me-
é traumático e implica em perda de os mediadores sistêmicos estão o diadores essenciais para a intercomu-
viabilidade biológica da camada mais hormônio da paratireóide, a calcito- nicação celular, especialmente citoci-
superficial da cortical. Os osteócitos nina, a vitamina D3 e os estrógenos. nas, fatores de crescimento e produ-
mais superficiais morrem e a cama- A ação destes mediadores é contínua tos do ácido araquidônico, além de

CO

C CM
M

FIGURA 2 - Radiografia oclusal lateral de mandíbula com


Periostite Ossificante (Osteomielite de Garrè) em área da
cortical correspondente à extensão (setas menores) do pro-
cesso inflamatório de abscesso dentoalveolar crônico do molar
(A). Destaca-se o aspecto laminar da deposição óssea (seta
maior) e o aumento de volume propiciado pela reação
FIGURA 1 - Periósteo normal com suas camadas bem de- periosteal sobre os limites anterior da cortical mandibular
finidas: a externa e fibrosa (F) e a interna e celularizada (CM). Este quadro clínico foi diagnosticado como abscesso
(C) que faz interface com a cortical óssea (CO). As setas dentoalveolar crônico associado à periostite ossificante. A
apontam os osteócitos e nota-se também as fibras de in- eliminação da causa pelo tratamento adequado da
serção óssea do periósteo. No periósteo se inserem fibras periapicopatia, leva à regressão da periostite ossificante pela
musculares esqueléticas (M). eliminação do estímulo à neoformação óssea.

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outros. Os fenômenos induzidos por Se estas alterações são significan- de tensigridade. A estabilidade desta
estes mediadores objetivam restabe- tes e aplicáveis clinicamente e se per- nova situação morfológica criada pela
lecer a normalidade. Quando eventos mite estabilidade dos resultados cons- reação periosteal depende da
físicos, como as forças, revertem em titui um outro objeto de discussão. tensigridade do novo sistema de forças
reações biológicas, pode-se dizer que Independem destas alterações celu- implantado. A volta à situação anterior
houve uma "tradução" ou uma trans- lares e teciduais que ocorrem quan- está relacionada a um sistema local de
dução de fenômeno físico em biológi- do se aplicam os estímulos, especial- forças que se anulariam e restabeleceri-
co e isto pode ser sintetizado no ter- mente forças, de baixa intensidade e am o equilíbrio ou a tensigridade; se a
mo mecanotransdução. longa duração. nova situação não for estável a tensi-
Um exemplo clássico de mecano- gridade anterior irá ser restabelecida, o
transdução associada à osteogênese A ESTABILIDADE DAS ALTERA- osso neoformado será reabsorvido e as
está representado pela pressão ÇÕES INDUZIDAS relações estruturais e funcionais origi-
intracraniana ao transmitir tensão as O aumento da área envolvida pela nais terão novamente seu lugar.
fibras das suturas ósseas e assim neoformação óssea periosteal gera uma
estimular a neoformação óssea e de- tumefação cuja imagem radiográfica O TERMO PERIOSTITE
corrente crescimento ósseo51. lembra as camadas de uma cebola, pois OSSIFICANTE
Há situações em que o estímulo tem uma orientação mais ou menos Em processos inflamatórios com
ou agente agressor além de induzir o concêntrica a partir do centro repre- severa gravidade como nos abscessos
estresse celular também inicia um sentado pelo local de atuação do estí- dento-alveolares o envolvimento do
processo inflamatório de baixa inten- mulo indutor (Fig. 2). Com o tempo, periósteo associa-se à destruição tecidual
sidade que desaparece ao longo dos esta forma de organização da cortical sem respostas osteoprodutivas.
dias e semanas se eliminada a causa será remodelada no turnover, princi- Em processos inflamatórios crôni-
ou permanece indefinidamente se a palmente se a nova situação for está- cos com baixa intensidade e longa du-
mesma persistir. O exsudado e o in- vel e duradoura, mantida por uma nova ração, o nível ligeiramente aumenta-
filtrado inflamatório constituem uma fisiologia da área. do de mediadores locais estimula a os-
fonte alternativa de mediadores lo- A tensão de músculos e tendões teogênese em camadas paralelas à su-
cais do turnover ósseo. estimula a neoformação nas suas áre- perfície cortical associada ao periós-
as de inserção óssea. Durante o teo da região envolvida (Fig. 2). Em
AS ALTERAÇÕES PERIOSTEAIS E turnover ósseo, as distâncias bioló- radiografias com sub-exposição e fei-
A MODIFICAÇÃO DA MORFOLO- gicas e as relações estruturais entre xe central de raios X tangencial à
GIA ÓSSEA os vários componentes tendem a se cortical, a reação periosteal é eviden-
Os mediadores locais do turnover manterem ou se restabelecerem. Isto ciada pela presença de camadas adi-
ósseo quando se acumulam em áre- ocorre provavelmente com a espes- cionais de osso neoformado em for-
as vizinhas ou internas da estrutura sura das corticais; uma vez espessa- ma de cascas de cebola (Fig. 2).
óssea induzem respostas adaptativas das e estáveis tendem a sofrerem Este quadro reacional periosteal
ou reacionais, modificando a morfo- maior índice de reabsorção interna- está presente com freqüência em
logia local. Níveis muitos elevados de mente e a remodelagem estrutural traumatismos direto da superfície ós-
mediadores locais induzem resposta voltará a revelar uma cortical com sea ou por extensão de processos in-
reabsortiva, níveis pouco ou mode- espessura normal. flamatórios periapicais até a superfí-
radamente elevados, induzem neofor- Um exemplo desta capacidade adap- cie óssea (Fig. 2). Esta situação clí-
mação óssea. tativa ou reacional do periósteo está nos nica caracteriza a Periostite Ossifican-
Quando o agente agressor tem locais de inserção dos músculos e ten- te ou equivocadamente denominada
baixa intensidade e longa duração, dões (Fig. 1). O periósteo se estimulado de Osteomielite de Garrè. Este qua-
para o periósteo acaba sendo um es- por uma ação muscular mais intensa dro representa uma inflamação dis-
tímulo a osteogênese em a sua ca- acaba por depositar novas camadas creta do periósteo e uma resposta
mada mais interna, ricamente celu- ósseas na cortical da região envolvida, osteogênica do mesmo, logo não ca-
larizada e vascularizada. As células espessando-a. Se esta ação muscular racteriza uma osteomielite e nem foi
osteoprogenitoras e pré-osteoblastos apresentar como uma situação estável, descrita por Garrè. A estes quadros
se diferenciam, os osteoblastos se ati- teremos igualmente uma estabilidade na de Periodontite Ossificante podem ser
vam e a neoformação óssea se in- nova morfologia óssea. acrescentados o adjetivo Reacional.
crementa. A neoformação óssea A situação de equilíbrio caracteriza- Quando intencionalmente ou du-
periosteal se faz em camadas orga- da pela "anulação" das forças entre si e rante o crescimento, as respostas
nizadas radiograficamente paralelas manutenção de uma situação estável em periosteais acontecem frente à apli-
à superfície cortical. um determinado sistema recebe o nome cação direta de forças ou indireta-

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A B

N N

P
TC

CO
PP

N N

PP
FB
C
C D
FIGURA 3 - Sutura palatina em condições e relações de normalidade com as estruturas vizinhas em vista frontal.
Radiograficamente tem-se a sutura em um caso de palato atrésico em B. Os esquemas em C e D representam corte
frontais das estruturas que compõem a região palatina mediana, destacando-se o periósteo (P) na superfície nasal e
bucal sobrepondo-se à sutura. N=cavidade nasal; PP=processo palatino; CO=cortical óssea; TC=tecido conjuntivo fibro-
so; SM=seio maxilar; OB=osteoblastos; FB=fibroblastos.

mente por tensão de músculos, ten- gica a Periostite Ossificante Adapta- entre os ossos vizinhos ou suturas tem
dões e outros tecidos moles, podem tiva. Estas duas situações são a grande capacidade osteogênica e de
ser denominadas de Periostite Ossifi- disjunção palatina e o deslocamento crescimento, especialmente quando
cante, podendo-se adicionar o adje- mandibular ortopédico. estimulado por forças de tensão. Em
tivo Adaptativa. 1988, WAGEMANS et al.43 revisaram
DISJUNÇÃO PALATINA: BIOPA- a relação entre suturas e forças. Esta
IMPLICAÇÕES ORTOPÉDICAS TOLOGIA E IMPLICAÇÕES relação se estabelece quando da
DA CAPACIDADE REACIONAL As suturas representam locais de disjunção palatina, um procedimento
PERIOSTEAL crescimento adaptativo7, 8 e sua ativi- muito difundido no meio ortodôntico
Na ortopedia funcional dos maxi- dade é predominantemente determi- como expansão rápida da maxila ou
lares há duas situações cujos resul- nada pelos seus tecidos e estruturas simplesmente ERM.
tados tem como interpretação bioló- vizinhas13, 23-27, 36, 40, 41, 51. Os espaços Uma vez estabelecida a separação

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*

A B

MN

P SB

PP
CO
RF

PP * PP
P SM

C Forças Induzidas MB
D
FIGURA 4 - Espaço (*) obtido na sutura pela disjunção palatina (setas). Em B radiograficamente nota-se o espaço agora
ocupado por rica rede de fibrina (RF) do exsudato e do coágulo sangüíneo como está representado em D. CO=cortical
óssea; P=periósteo; PP=processos palatinos; MN=mucosa nasal; MB=mucosa bucal; SB=submucosa.

dos processos palatinos secundários mente preenchido por exsudado in- O espaço formado será assim pre-
observa-se um espaço radiográfico en- flamatório e coágulo sangüíneo (Fig. enchido por tecido de granulação a
tre ambos: o que ocorre nesta região? 4). Como o agente causal está repre- partir da colonização do coágulo
Há duas formas de considerar- sentado pela força aplicada, as célu- sangüíneo e do exsudato pelas célu-
mos a reação tecidual no espaço aber- las inflamatórias não interagem e las endoteliais, mesenquimais indife-
to pela disjunção palatina. nem liberam enzimas destruidoras de renciadas e células osteoprogenitoras,
Na primeira, deve-se considerar tecidos e do coágulo sangüíneo. O utilizando-se como estrutura de an-
que o periósteo está revestindo conti- exsudato inflamatório e ou o coágulo coragem a rica rede de fibrina. Antes
nuamente a superfície nasal do pala- sangüíneo passam a ser invadidos do estabelecimento do tecido de
to duro sobrepondo a linha média, o por células advindas das camadas in- granulação, os restos teciduais como
mesmo ocorrendo na superfície bu- ternas do periósteo superior e inferi- fragmentos desprendidos durante a
cal28, tal como na figura 3. or, bem como das extremidades dos disjunção serão fagocitados e proces-
O espaço entre os dois processos processos palatinos lateralmente lo- sados pelos macrófagos.
palatinos pela disjunção será inicial- calizados (Fig. 4D). As células indiferenciadas e osteo-

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P

CO

*
PP

A B

P
P

CO
OP CO
PP
PP PP

P
P

C D
FIGURA 5 - Espaço resultante da disjunção palatina e preenchido por osso neoformado do tipo primário (*). Inicialmente
o tecido ósseo primário (OP) neoformado está irregularmente distribuído como em B. Em seguida nota-se a deposição em
lamelas nas extremidades dos processos palatinos (PP), caracterizando uma periostite ossificante reacional. No turnover
ósseo e no período de contenção e logo após, o osso primário é reabsorvido e substituído por osso secundário ou maduro
e restabelece-se uma morfologia óssea normal e a sutura readquire sua organização habitual. O ganho de estrutura óssea
está demarcado pelas linhas pontilhadas e se manterá com a nova tensigridade. CO=cortical óssea; P=periósteo.

progenitoras irão depositar em pou- Após algumas semanas, poderá Neste caso, a disjunção deve de-
cas horas ou dias, matriz óssea pri- ser detectado radiograficamente o pre- sorganizar o tecido conjuntivo na li-
mária de forma mais ou menos alea- enchimento do espaço por osso neo- nha média e este transmitir forças de
tória com finalidade de preenchimento formado e em conseqüência haverá a tensão aos periósteos vizinhos late-
como representado na figura 5B. O expansão da maxila. A imagem ob- rais, estimulando-os à osteogênese
osso formado é ricamente celulariza- servada revelará depósitos lineares de em camadas laminares sobre as ex-
do, desorganizado e menos minera- osso paralelos a linha média como está tremidades dos processos palatinos.
lizado, caracterizando o osso primá- representado na figura 5A. Haveria a formação de exsudato e de
rio ou osso embrionário. Após algu- Na segunda situação, deve-se coágulo sangüíneo no espaço entre
mas semanas, será gradativamente considerar que as duas extremidades os dois periósteos; estabelece-se te-
reabsorvido e no turnover substituí- dos processos palatinos apresentam- cido de granulação apenas para res-
do por osso secundário ou maduro, se revestidas e contornadas por tabelecer o tecido conjuntivo da área,
bem organizado e distribuído confor- periósteo e na linha média entre os sendo invadido por células mesenqui-
me as necessidade funcionais da área periósteos, há de ter um tecido con- mais indiferenciadas e fibroblastos
frente a nova função ou posição (Fig. juntivo de preenchimento e conexão jovens e não por células com capaci-
5C e D). entre ambos. dade osteogênica.

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P
P

RO

F F F
F
PP PP
OP OP
RO
CO

CO

A B Sem estabilidade e tensigridade


FIGURA 6 - Sem a obtenção da nova tensigridade e sem contenção, as forças (F) geradas pelo sistema da situação
anterior induzirão, por mecanotransdução, fenômenos reabsortivos na região da sutura e o osso neoformado (OP) será
eliminado. A reabsorção óssea (RO) predominará sobre a neoformação.

FGS

FGS DA
FGP
FGP CM

RD DA

CM

A B
FIGURA 7 - Aspectos morfológicos da ATM de primata na qual se destaca: DA=disco articular; CM=côndilo da mandíbula;
FGS=parede superior da fossa glenóide; FGP=parede posterior da fossa mandibular (glenóide); RD=região retrodiscal.
As setas indicam a região onde ocorre o crescimento da fossa mandibular (glenóide) no deslocamento mandibular
ortopédico (a partir de VOUDORURIS; KUFTNEC).

A RECIDIVA OU NÃO DA para que as relações dentárias e en- Haverá compressão celular e vascular
DISJUNÇÃO PALATINA tre os ossos envolvidos para obten- e conseqüente estresse celular mecâni-
O turnover dá ao tecido ósseo uma ção de um equilíbrio de forças que se co e funcional pela hipóxia a ser gera-
dinâmica característica e propicia uma anulem de forma estável. Há de se da. A quantidade de mediadores será
grande capacidade adaptativa e reaci- obter agora um novo sistema de re- elevada e induzirá fenômenos reabsor-
onal. A formação de tecido ósseo no lações estruturais na região e uma tivos nas bordas dos processos palatinos
espaço gerado pela disjunção palatina nova tensigridade5, 6, 7. (Fig. 6A). na linha média5, 6, 7 (Fig. 6B) e o ganho
entre os dois processos palatinos tem Após a remoção do aparelho de estrutura a base de novas camadas
a intenção de estabelecer uma nova disjuntor, se não houver uma tensigri- ósseas será perdido. A reabsorção ces-
tensigridade entre as estruturas envol- dade na nova situação, o sistema de sará até os limites da situação anterior,
vidas quando cessar a ativação do apa- relações estruturais e funcionais ante- quando o equilíbrio de forças se estabe-
relho e remover-se a contenção. rior tenderá a se restabelecer. Na jun- lecia em tensigridade (Fig. 6).
A partir do momento em que se ção palatina na linha média, as forças A estabilidade e recidiva da expan-
considera a expansão como desejá- tendem a comprimir os tecidos perios- são palatina por aparelhos disjunto-
vel e cessa a ativação do aparelho, teais e conjuntivos contra as superfíci- res não estão na dependência do tipo
procedimentos devem ser adotados es das bordas dos processos palatinos. ou quantidade de osso neoformado

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3 - Perfusão do Fluido Sinovial
2 - Forças na Cápsula Fibrosa

1 - Forças no Tecido Retrodiscal

Mecanotransdução

Deslocamento
Mandibular
Ortopédico

FIGURA 8 - O deslocamento mandibular ortopédico levaria ao "crescimento" da fossa mandibular (glenóide) em função
das forças transmitidas à região retrodiscal (1) usando a viscoelasticidade tecidual para transmiti-las ao periósteo da
região posterior da cavidade, caracterizando a mecanotransdução. O deslocamento também se daria pela ação de forças
na cápsula fibrosa (2) e pela perfusão posterior do fluido sinovial (3) (de VOUDORIS; KUFTNEC).

Neoformação óssea
la10. Quando estes cuidados são toma-
resultante da
dos e posteriormente preservados pela
mecanotransdução
intercuspidação mantêm-se excelente
estabilidade ou tensigridade das altera-
ções obtidas pelo tratamento.

REMODELAÇÃO DA FOSSA MAN-


DIBULAR* (GLENÓIDE) EM DES-
LOCAMENTO MANDIBULAR OR-
Fossa TOPÉDICO
Mandibular O deslocamento mandibular ortopé-
(Glenóide) dico, principalmente o contínuo como o
aparelho de Herbst, refere-se à mudan-
ça do posicionamento mandibular em
Disco função de uma nova posição do côndilo
Articular mandibular ditado pela remodelação da
fossa mandibular (glenóide1,11,12,14,15,18-21,30-
FIGURA 9 - Neoformação óssea na parede da cavidade da fossa mandibular
(glenóide) marcada pela fluorescência amarelada e apontada na ATM na qual
35,37,39,42,44, 45,47-50
. Como se pode entender
o côndilo mandibular foi ortopedicamente avançado por 12 semanas. A marca- este "crescimento" ou remodelação da fos-
ção foi feita com incorporação de tetraciclina.
sa mandibular (glenóide)? Inicialmente
faz se necessário caracterizar os com-
no espaço obtido. O mais importante Quando a recidiva ocorre, a falha está ponentes estruturais da ATM
para se evitar as recidivas está na na estabilidade da nova situação ós-
providência de um novo equilíbrio de sea, dentária e neuromuscular1,42.
“*” Apesar do uso frequente do termo Gle-
forças na nova situação de relações A contenção por 3 meses e a so- nóide, pela norma anatômica e pela iden-
tificação direta e precisa da localização o
da maxila com outros ossos, das fun- brecorreção deve ser executada como termo correto a ser utilizado é fossa man-
ções neuromusculares e de harmo- parte essencial do protocolo do proce- dibular do osso temporal. Neste trabalho
colocaremos entre parênteses o termo
nia no posicionamento dos dentes. dimento da expansão rápida da maxi- Glenóide para facilitar ao leitor.29,46

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FM

EA

FMP
DA

CM

B
FIGURA 10 - ATM normal de primata microscopicamente
revelando a região da parede posterior da fossa mandibu-
lar (glenóide) com periósteo associado à região retrodis-
cal (setas) e sítio principal de neoformação óssea no des-
locamento ortopédico mandibular. FM=fossa mandibular
(glenóide); FMP=parede posterior da fossa mandibular;
EA=eminência articular; DA=disco articular; CM=côndilo
A mandibular (De WOOSIDE et al.).

como está nas figuras 7 e 10. a sua superfície quase toda revestida está representado na figura 8. Uma
Na realidade não representa um por uma fibrocartilagem que se modi- discreta inflamação se associa ao qua-
crescimento, mas sim um ganho de fica gradativamente com a idade. Ape- dro e se instala no periósteo da por-
novas camadas ósseas na superfície nas a parede posterior da fossa man- ção posterior e inferior da fossa man-
da parede posterior. A fossa mandi- dibular (glenóide) tem periósteo em dibular (glenóide) uma Periostite Os-
bular (glenóide) não cresce e sim di- sua superfície onde se insere o tecido sificante Adaptativa1, 12, 18-20.
minui se considerarmos que fossa re- conjuntivo retrodiscal do disco articu-
presenta uma concavidade ou de- lar da ATM1, 3, 12 (Fig. 7 e 10). A RECIDIVA OU NÃO DO DES-
pressão óssea1, 2, 5, 11, 12, 14, 37, 39, 42, 44, 45, 47, Em procedimentos ortopédicos LOCAMENTO MANDIBULAR E
50
. A estrutura que efetivamente cresce funcionais, o deslocamento anterior da AS MODIFICAÇÕES NA FOSSA
é a parede óssea posterior da fossa mandíbula e em decorrência do MANDIBULAR (GLENÓIDE)
mandibular (glenóide), que faz parte côndilo, gera tensão nos tecidos mole Tal qual foi explicado nas reci-
do osso temporal como pode ser no- da ATM em especial na porção retro- divas da disjunção palatina, o mes-
tado nas figuras 9, 11 e 12. discal do disco articular como sugere mo raciocínio deve ser utilizado na
A deposição de novas camadas o esquema de VOUDOURIS; recidiva deste procedimento ortopé-
ósseas na parede posterior da fossa KUFTINEC42 na figura 8. Esta tensão dico. A recidiva não depende da
mandibular (glenóide) em procedi- transfere-se parcialmente ao periós- qualidade ou quantidade do osso
mentos ortopédicos funcionais aca- teo graças à viscoelasticidade dos te- depositado, mas da estabilidade das
ba por deslocar e promover um novo cidos moles. As forças geradas com- novas relações estruturais e funci-
posicionamento da mandíbula, pois primem as células e colabam os va- onais, ou seja, da nova tensigrida-
haverá nova relação funcional e es- sos com hipóxia local; o estresse celu- de, conseguida ou não15-17, 35, 37, 39, 45,
trutural do côndilo da mandíbula com lar gera acúmulos moderados de me- 46
. Se a nova posição mandibular
o osso temporal12, 18-20.(Fig. 8) diadores locais da neoformação óssea: não for estável, com tensigridade,
A fossa mandibular (glenóide) tem ocorreu a mecanotransdução como a tendência será a volta da

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OM

ON

RO

RO

A B

C
FIGURA 11 - Nos cortes microscópicos de ATM com deslo-
camento mandibular ortopédico com aparelhos de Herbst PE
em primatas adolescentes, destaca-se a neoformação
óssea (setas) na parede posterior da fossa mandibular
(glenóide). O periósteo está diretamente relacionado à
osteogênese observada. Em A e B, após 6 semanas e em
C e D após 12 semanas. OM=osso maduro; ON=osso ne-
oformado, RO=reabsorção óssea; P=periósteo; O= oste-
oblastos. D O

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FIGURA 12 - Na ATM de primatas adultos, após o deslocamento mandibular ortopédico, também se vê a periostite
ossificante adaptativa à nova posição na parede posterior da fossa mandibular (glenóide). Em B destaca-se a ampla
faixa de osteogênese. ON= osso neoformado; P=periósteo.

situação anterior. A pressão a ser característica dos primatas; na região e conseqüentemente favorecendo a
exercida contra a porção retrodiscal próxima ao teto da fossa correspon- nova posição mandibular, justifican-
será o suficiente para acumular me- dente a parede posterior da fossa do a terapia ortopédica1.
diadores suficientes para induzir fe- mandibular nos humanos estas alte- Os estudos de HINTON e
nômenos reabsortivos e as camadas rações permaneceram estáveis. McNAMARA, Jr12; McNAMARA Jr.,
neoformadas serão eliminadas para Deve-se salientar que neste estu- CARSON18 comprovaram que esta
dar lugar à posição anteriormente do não foi utilizada contenção, em- neoformação óssea, apesar de me-
ocupada pelo disco articular e côndilo pregada como parte essencial inte- nos intensa, também é possível em
mandibular. grante do tratamento pelo menos pelo pacientes adultos, pois independe
Em 1991, ANGELOPOULOS1 rea- mesmo período que a duração do tra- do estádio de crescimento e está re-
lizou um estudo em macacos objeti- tamento ativo. Devido ao grande po- lacionada às alterações viscoelás-
vando avaliar a estabilidade das alte- tencial de recidiva no período pós-tra- ticas na região periosteal da ATM.
rações obtidas pelos aparelhos orto- tamento, preconiza-se a sobrecorre-
pédicos contínuos na fossa mandibu- ção e a utilização da contenção, com CONCLUSÃO
lar (glenóide). Concluiu que durante o readaptação dos músculos à nova O uso de aparelhos ortopédicos
tratamento obteve-se cerca de 1mm posição e a estabilização da intercus- leva a mecanotransdução induzindo
de neoformação periosteal na fossa pidação1. o periósteo a se adaptar ou reagir com
mandibular (glenóide) durante o tra- Apesar desta neoformação óssea formação de novas camadas na su-
tamento. No período pós-tratamento na fossa mandibular (glenóide) ser perfície cortical correspondente fren-
apenas 1/4 das alterações obtidas clinicamente pequena, torna-se sig- te ao estresse celular e à discreta in-
permaneceram estáveis. A recidiva foi nificante e contribui como um com- flamação induzida. Este fenômeno de-
observada principalmente na região ponente horizontal de crescimento, nominado Periostite Ossificante
póstero-inferior da espinha glenóide, aumentando a altura facial posterior Adaptativa pode modificar a morfo-

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logia e as relações estruturais e fun- ATM pelo uso de aparelho ortopédi- nismo de ação, as limitações e a
cionais dos componentes da região co funcional com deslocamento man- efetividade destes procedimentos
como, por exemplo, na linha média dibular. Esta propriedade dos tecidos quando indicados de forma precisa e
durante a disjunção palatina e na periosteais justifica e explica o meca- biologicamente consciente.

Abstracts
The adaptability of the periosteum react deposing new bone layers on the whenever wisely indicated and
makes it possible to understand the cortical surface. This phenomenon biologically aware.
clinical results of some orthodontic called Adaptive Periostite Ossificante
procedures such as R.E.M. and the can change the morphology and Key-words: Expansion of the
mandibular anterior projection by relationship between contiguous midpalatal suture; Rapid maxillary
functional appliances. Orthopedic structures as well as function. The expansion; TMJ remodelling, Glenoid
appliances estimulate the periosteum periosteum reaction explains the fossa; Mandibular fossa; Periosteum;
formation by mecanotransduction of mechanism of action, limitations and Ossificante periostitis; Garrè's
forces, inducting the periosteum to efficiency of these procedures Osteomyelite.

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Endereço para correspondência


Alberto Consolaro
Rua Olimpio de Macedo, 9-80
apto. 41
17012-300 - Bauru - SP

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