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26/02/2009 – DOENÇAS MENTAIS

Boa noite a todos, que a paz do Divino Mestre Jesus possa estar junto a todos nós
nesta noite.

Para entendermos as doenças mentais a luz do espiritismo, tema desta noite, é


necessário que primeiro entendamos o conceito de homem integral.
Há 150 anos Kardec nos apresentou a idéia de que somos espíritos, revestidos de
um corpo semi-material (perispírito) e, quando encarnados, de um corpo material. Esse
complexo é formado por energias em estados diferenciados que circulam por todo o
sistema, num processo de retroalimentação.
O modelo apresenta também o homem exposto a influências do meio. Toda a
fundamentação espírita-cristã sobre o entendimento da existência apresenta o ser
humano como um ser social, de interações complexas que envolvem tanto o
relacionamento com espíritos encarnados quanto desencarnados. Essas influências
produzem conseqüências, estabilizando ou desestabilizando o todo.
Quando associamos o conceito de homem integral com o conceito de
REENCARNAÇÃO como um mecanismo da JUSTIÇA DIVINA, podemos começar a
entender as doenças mentais não apenas em suas origens biológicas e psicológicas; e
também, em suas origens sociais e ESPIRITUAIS.

DOENÇAS MENTAIS NA INFÂNCIA

São aquelas doenças mentais presentes desde o nascimento do indivíduo ou que se


manifesta nos primeiros anos da infância. Podemos citar o retardo mental e o autismo
como exemplos desta categoria.

Retardo Mental

Os indivíduos com retardo mental apresentam um desenvolvimento intelectual


inferior ao normal e dificuldades de aprendizado e de adaptação social. Aproximadamente
3% da população mundial apresentam retardo mental.
Na maioria dos casos de retardo mental, a causa é desconhecida. Contudo, várias
condições durante uma gestação podem causar ou contribuir para o retardo mental da
criança. As causas comuns incluem o uso de certas drogas, o consumo excessivo de
álcool, a radioterapia, a má nutrição e certas infecções virais (p.ex., rubéola). Anomalias
cromossômicas (p.ex., síndrome de Down) são causas comuns de retardo mental. As
dificuldades associadas ao parto prematuro, o traumatismo crânio-encefálico ou a
concentração muito baixa de oxigênio durante o parto também podem causar retardo
mental.
Uma vez ocorrido o retardo mental, ele é geralmente irreversível. O diagnóstico
precoce do retardo mental torna possível a educação terapêutica e o planejamento a
longo prazo.

Autismo

O autismo é um distúrbio em que uma criança pequena não consegue estabelecer


relações sociais normais, comporta-se de modo compulsivo e ritualístico e, geralmente,
não desenvolve uma inteligência normal.
Geralmente, os sinais de autismo surgem no primeiro ano de vida e sempre antes
dos 3 anos. O distúrbio é 2 a 4 vezes mais comum em meninos do que em meninas. O
autismo é diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com
autismo também apresentem esses distúrbios.
A causa do autismo é desconhecida. No entanto, ele não é causado pela má criação
por parte dos pais. Estudos de gêmeos idênticos indicam que o distúrbio pode ser
parcialmente genético, pois ele tende a ocorrer em ambos quando ocorre em um deles.
Embora a maioria dos casos não tenha uma causa evidente, alguns podem ser
relacionados a uma infecção viral (p.ex., rubéola congênita ou doença de inclusão
citomegálica), à fenilcetonúria (uma deficiência hereditária de determinada enzima) ou à
síndrome do X frágil (um distúrbio cromossômico).

Visão Espírita

Segundo a doutrina espírita, reencarnar com algum tipo de retardo mental é uma
oportunidade abençoada de evolução, inclusive para os pais que assumem esta sublime
missão.
Embora as causas que ocasionam o retardo mental não sejam conhecidas
totalmente pela Ciência, quando os questionamentos abrangem os aspectos espirituais,
as explicações ganham outra dimensão muito além das pesquisas humanas.
Do ponto de vista espiritual, tudo tem uma razão de ser. É a lei de ação e reação
como mecanismo da justiça divina que deve ser compreendida com a visão
reencarnacionista. Diversas obras espíritas relatam o processo desde o momento da
fecundação do feto ao seu nascimento, prova de que existe um planejamento muito
grande no momento da reencarnação. O livro Missionários da Luz, o terceiro livro ditado
pelo espírito André Luiz ao médium Chico Xavier, descreve o Ministério da Reencarnação
e o empenho dos espíritos encarregados desta função. Dentre milhões de
espermatozóides e óvulos existentes, apenas um é escolhido para ser fecundado e essa
escolha ocorre de acordo com as provas necessárias do espírito. A necessidade de
evolução do espírito possibilita a união do perispírito (o corpo astral e os corpos mais
sutis) com o corpo físico, união esta capaz de gerar os órgãos que servirão como
instrumento necessário de aprendizado. Segundo o capítulo XI do livro A Gênese, de
Allan Kardec, é o próprio espírito quem fabrica seu envoltório de acordo com suas
necessidades. “Ele o aperfeiçoa, o desenvolve e completa o organismo à medida que
sente a necessidade de manifestar novas faculdades; numa palavra, ele o talha conforme
sua inteligência... Assim se explica igualmente o cunho especial que o caráter do espírito
imprime aos traços da fisionomia, e às linhas do corpo”.
Podemos encontrar em O Livro dos Espíritos, perguntas 371 a 374, respostas dos
espíritos a Kardec sobre a idiotia (como a deficiência mental era chamada séculos atrás).
A resposta à pergunta 373 sobre esses deficientes diz: “É uma expiação decorrente do
abuso que fizeram de certas faculdades. É um estacionamento temporário”. Complementa
dizendo: “O gênio se torna por vezes um flagelo, quando dele abusa o homem”.
Porém, é importante lembrarmos que cada caso é um caso. Generalizarmos algo é
sempre complicado. Existem espíritos que pedem aos mentores espirituais a
oportunidade de reencarnar com algum tipo de deficiência que julgam ser necessária para
um melhor aproveitamento evolutivo que a reencarnação oferece.
Por outro lado, cabe também aos pais escolhidos para essa responsabilidade, claro
que não por acaso, educar o espírito que chega ao lar, com amor, dedicação e acima de
tudo, muita paciência, por ser realmente uma prova de muita coragem para ambas as
partes. No caso do portador de retardo mental, suas limitações o impedem de poder
utilizar o corpo – que é um instrumento de manifestação do espírito – livremente.
Na maioria dos casos – e lembre-se que cada caso é um caso –, em encarnações
anteriores, a inteligência pode ter sido mal direcionada. Espíritos que se valeram do brilho
intelectual para prejudicar em demasia outras pessoas, ou abreviaram suas próprias vidas
por não suportarem suas dores, gerando como conseqüência, distúrbios energéticos no
perispírito. Estes desequilíbrios energéticos acabam prejudicando a formação do novo
corpo, em nova encarnação.

DOENÇAS MENTAIS EM ADULTOS

São aquelas doenças mentais que se manifestam na fase adulta do indivíduo.


Podemos citar a demência e a esquizofrenia como exemplos desta categoria.

Demência

A demência é um declínio progressivo e lento da capacidade mental, no qual a


memória, o pensamento, o julgamento e a capacidade de concentração e de aprendizado
são comprometidos e a personalidade pode deteriorar. A demência pode ocorrer
subitamente em indivíduos jovens que apresentam uma destruição de células cerebrais
decorrente de uma lesão grave, de uma doença ou de uma substância tóxica (p.ex.,
monóxido de carbono). No entanto, a demência geralmente apresenta um
desenvolvimento lento e afeta os indivíduos com mais de 60 anos. Apesar disso, ela não
faz parte do processo normal de envelhecimento.
A causa mais comum da demência é a doença de Alzheimer. A sua causa não é
conhecida, mas os fatores genéticos têm um papel. A doença parece ocorrer em algumas
famílias e é causada ou é influenciada por várias anormalidades genéticas específicas.
Na doença de Alzheimer, ocorre degeneração de partes do cérebro, com destruição
celular e redução da reação das células restantes a muitas das substâncias químicas que
transmitem sinais no cérebro. A segunda causa mais comum de demência são os
acidentes vasculares cerebrais sucessivos. Como esse tipo de demência é decorrente de
muitos acidentes vasculares cerebrais pequenos, o distúrbio é conhecido como demência
de múltiplos infartos. Quase todos os indivíduos com demência de múltiplos infartos
sofrem de hipertensão arterial ou de diabetes e ambas as patologias lesam vasos
sangüíneos cerebrais.
A demência também pode ser causada por uma lesao cerebral ou por um episódio
de parada cardíaca. A hidrocefalia com pressão normal ocorre quando o líquido que
normalmente envolve o cérebro e o protege contra lesões deixa de ser adequadamente
reabsorvido, causando um tipo raro de demência. Os indivíduos que sofrem traumatismos
crânioencefálicos repetidos (p.ex., boxeadores) apresentam freqüentemente a demência
pugilística (encefalopatia traumática progressiva crônica); alguns também apresentam
hidrocefalia.

Esquizofrenia

A esquizofrenia é um distúrbio mental grave caracterizado pela perda do contato


com a realidade (psicose), alucinações, delírios (crenças falsas), pensamento anormal e
alteração do funcionamento laborativo e social. A esquizofrenia é um importante problema
de saúde pública em todo o mundo. A sua prevalência mundial parece ser discretamente
Embora a causa específica da esquizofrenia seja desconhecida, o distúrbio possui
claramente uma base biológica. Muitos especialistas aceitam um modelo de
“vulnerabilidade-estresse”, no qual a esquizofrenia só ocorre em indivíduos
biologicamente vulneráveis. Até o momento, desconhece-se a causa da vulnerabilidade
do indivíduo à doença, mas podem estar incluídos uma predisposição genética;
problemas que ocorreram antes, durante ou depois do nascimento, ou uma infecção viral
do cérebro. A dificuldade de processamento das informações, a incapacidade de
concentração, a dificuldade de comportar-se de forma socialmente aceitável e a
incapacidade de lidar com os problemas em geral podem indicar vulnerabilidade. Nesse
modelo, o estresse ambiental, como eventos estressantes da vida ou problemas de
dependência de drogas, desencadeiam o início e a recorrência da esquizofrenia em
indivíduos vulneráveis.
A esquizofrenia começa mais freqüentemente entre os 18 e os 25 anos nos homens
e entre os 26 e 45 nas mulheres. Contudo, não é incomum o seu início na infância ou
começo da adolescência ou em uma idade mais avançada. O surgimento da
esquizofrenia pode ser súbito, em dias ou semanas, ou lento e insidioso, ao longo de
anos.

Visão Espírita

A Doutrina Espírita identificando o indivíduo real como sendo o Espírito, ser


pensante do universo, estudando profundamente as relações deste com o corpo material,
através do seu envoltório, ou perispírito, no dizer de Allan Kardec, comprovando a
imortalidade da alma, através das comunicações mediúnicas e a capacidade que os
desencarnados têm de influenciar os ditos vivos, mostrando a reencarnação e explicando
os mecanismos evolutivos da lei de ação e reação, mostrando a loucura por outro prisma
e destrinchando os mecanismos das obsessões, abre novos rumos ao entendimento
desta importante doença.
Desse modo, além das influências psicológicas e fisiológicas, são igualmente
relevantes, os fatores cármicos, de procedência anterior ao berço. Isso porque também o
paciente esquizofrênico é um Espírito imortal em processo de evolução.
Neste contexto, pois, observa-se que a esquizofrenia guarda a sua origem profunda
no Espírito que delinqüiu. Este fica atormentado pela consciência de culpa, devido aos
erros de vidas transladas, os quais, provavelmente, passaram despercebidos pela justiça
terrena, mas não foram capazes de ludibriar as leis do Criador, porque inscritas dentro do
ser. Conseqüentemente, tal sentimento impregna o perispírito e, mais cedo ou mais tarde,
em uma nova vida, vai trazer à tona no corpo físico, desde antes da concepção fetal, os
fatores necessários para a predisposição à síndrome e para a necessária reparação dos
crimes cometidos.
Não se trata, portanto, de uma cisão do pensamento, conforme lhe indica o nome,
mas de uma dificuldade em exteriorizá-lo em face do processo complexo supra-explicado
que constitui para o esquizofrênico um impositivo expiatório, uma vez que em outras
tentativas provacionais, em outras existências, ele fora malsucedido.
Dessa maneira, com as contribuições da ciência espírita, pode-se entender a
esquizofrenia como sendo uma síndrome que tem no seu fundamento um transtorno
espiritual. Este gera no corpo os meios fisiológicos necessários à sua exteriorização,
sendo influenciado por diversos fatores psicossociais. Além disso, é preciso levar em
conta a influência negativa, através da obsessão, gerada pela(s) antiga(s) vítima(s) do
atual doente, o que contribui para o agravamento do quadro e para o surgimento de
outras disfunções características do transtorno. Por isso mesmo, é preciso vê-la como
sendo um processo misto de natureza espiritual, fisiológica, obsessiva e com fortes
influências psicossociais.
Mister se faz anotar, ainda, que todas essas etiologias atualmente explicadas pela
ciência são, na verdade, “causas-conseqüências” e não as origens reais, uma vez que
estas se encontram no ser causal e não na sua cópia material. Afora isso, a complexidade
sintomatológica e causal está, certa e diretamente, ligada às intricadas e complexas
tramas do Espírito e do destino. Outrossim, aquilo que muitos têm na cota de alucinações
e de delírios são, em reiteradas oportunidades, contatos mediúnicos; não se ignorando,
entretanto, que podem ser também reflexos da consciência em turbilhão que traz, de
quando em vez, sensações do passado ou ainda originadas pela desorganização do
soma.
Portanto, por se tratar de uma síndrome com grandes componentes fisiológicos, o
tratamento farmacológico guiado pelos antipsicóticos propostos pela psiquiatria se faz
urgente. Tanto para reprimir os sintomas, quanto para tratar aquilo que preferimos chamar
de “causas-conseqüências”. No entanto, não se deve furtar aos benefícios das diversas
abordagens psicoterápicas vigentes para ir além da tratativa dos sintomas.
Observando-se as contribuições do Espiritismo, que vislumbra o ser integral,
imprescindível se faz, com o objetivo de remontar às causas fundamentais da
esquizofrenia, não ignorar a terapêutica espiritual, quais sejam a desobsessão, a
fluidoterapia pela imposição das mãos e pela água, a oração e, primordialmente, a
psicoterapia oferecida pela Doutrina Espírita, que se baseia nos ensinos de Jesus do
amor e da caridade, e que um dia não muito longínquo impregnará os conceitos das
academias.
Nada obstante, não se devem esperar resultados exageradamente rápidos em se
tratando de tão grave enfermidade que tem raízes fincadas no passado, próximo ou
milenar. Além do mais, seres imortais que todos são, os homens não devem vislumbrar
apenas o momento fugidio, mas, sobretudo, o relógio do futuro.
Sendo assim, como ser imortal que vive no presente cuidando do porvir, o indivíduo,
Espírito que é, deve procurar o trabalho da profilaxia. E, neste contexto, como se pode
deduzir, o Evangelho de Jesus é ainda, e sempre será, a melhor alternativa. A sua
mensagem de vida abundante deve hoje, e deverá amanhã, penetrar as vidas de todos
em busca da saúde integral. O amor, terapêutico e profilático, é, e sempre será, o divino
remédio. Neste sentido, a relevância oportuna das palavras do Mestre: “reconciliai-vos o
mais depressa possível com o vosso adversário, enquanto estais com ele a caminho, para
que ele não vos entregue ao juiz, o juiz não vos entregue ao ministro da justiça e não
sejais metidos em prisão”. E esta prisão, muitas vezes, vem em forma de uma estrutura
nervosa desajustada, similar àquela que ocorre em um paciente esquizofrênico.

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